Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
modalidades sensitivos de um modo geral. Para realizar tal função, ela pode agir de duas
maneiras: com integridade da consciência (anestesia local ou regional) ou ocorrendo
inconsciência (anestesia geral).
Os anestésicos locais são um grupo de fármacos utilizados para Induzir a anestesia em nível
local, sem produzir inconsciência. Sua utilização baseia-se na infiltração de substâncias
anestésicas nas proximidades do área a ser operada, usualmente empregada em cirurgias de
superficie de pequeno ou médio porte
o Procaína (Novocain): apresenta baixa potência, início rápido e curta duração. Pode ser
utilizada nas infiltrações de pele e bloqueios espinhais. É usada principalmente para
reduzir a dor da injeção intra muscular da penicilina, e também na odontologia.
o Etidocaína: tem início da ação mais rápido que a bupivacaína, devido à sua alta
lipossolubilidade.
Os anestésicos locais são bases fracas com pKa acima de 7,4, razão pela qual são
parcialmente ionizados em pH fisiológico, apresentando uma boa capacidade de penetração
na membrana axônica e bainha nervosa. Em solução, os anestésicos locais estão em equilíbrio
na forma ionizada e não-ionizada,
Todo o mecanismo de ação dos anestésicos locais, assim como as diferenças farmacológicas
observadas entre os diferentes agentes, estão intimamente relacionados à sua estrutura
química. Reconhece-se na fórmula geral dos anestésicos locais três partes fundamentais:
Radical Aromático Hidrofóbico + Cadeia Intermediária + Grupo Amina Terciária Hidrofilca.
MECANISMO DE AÇÃO
A literatura diverge quanto ao mecanismo específico de ação dos anestésicos locais. Contudo,
abordaremos aqui as quatro principais e mais aceitas teorias:
1ª Teoria: os anestésicos locais agem inibindo a condução nervosa dos nervos periféricos,
diminuindo a permeabilidade do Na+ e, deste modo, impedindo a despolarização da
membrana.
4ª Teoria: os anestésicos locais, em uma segunda fase, causariam uma deslocação dos fons
cálcio, diminuindo a condutância ao Na+ e a propagação do potencial de ação.
Grau de ionização (pKa): a velocidade de ação dos anestésicos locals guarda relação inversa
com seu grau de ionização que, por sua vez, depende do pKa do fármaco e do pH do meio em
que é dissolvida. Por exemplo, a Lidocaína, cujo pKa é 7,7, tem, no pH fisiológico, maior
concentração de forma não-ionizada (sem lons H+) que a Bupivacaína, cujo pH é 8,1. Isso
acontece porque a Bupivacaína é uma base mais forte que a Lidocaína e se ioniza (recebe
fons H+) mais facilmente. Assim sendo, a instalação do bloqueio com a Lidocaína é mais
rápida.
Início e Duração: tem relação direta com o grau de ligação à proteína plasmática. Quanto
mais afinidade por proteínas tem o fármaco, menor será a sua fração livre no plasma, o que
diminui a sua ação. Quanto ao início de ação dos fármacos, temos:
ANESTÉSICOS GERAIS
Os anestésicos gerais têm como objetivo gerar uma depressão do total do SNC, sem a
manutenção da consciência. Os principais objetivos da anestesia geral são:
✓ Promover a inconsciência;
✔ Promover amnésia anterógrada, isto é, fazer com que tudo que acontece após a anestesia
seja esquecido pelo paciente;
Para promover todos esses efeitos, os anestésicos gerais contam com o auxílio de diversas
classes de fármacos coadjuvantes (para construir a chamada anestesia balanceada), tais como:
. Coadjuvantes pré-anestésicos:
Antieméticos: para inibir náusea e vômito durante a anestesia (efeito que pode ser
desencadeado por analgésicos opiódes),
O Anti-histamínicos: para evitar a reação alérgica e, principalmente, cooperar na sedação
(ajudando a minimizar a quantidade de anestésico a ser administrado).
Barbitúricos: tanto ajudam na sedação, quanto na velocidade desta sedação. O Tiopental, por
exemplo, é um anestésico geral que atua de maneira tão veloz que pula um dos estágios da
anestesia (fase excitatória).
Benzodiazepínicos: utilizados para tratar a ansiedade, sendo, por muitas vezes administrados
24h antes da anestesia. Apresenta um efeito excelente para amnésia anterógrada.
Relaxantes musculares:
OBS3: É necessário, também, diferenciar duas classes de psicofármacos muito parecidas, que
são os hipnóticos e os ansiolíticos. A diferenciação entre esses dois tipos de drogas não é
fácil, do ponto de vista prático. Drogas ansiolíticas são drogas que buscam aliviar a ansiedade
e dar tranquilidade (além de sedação, em alguns casos), enquanto drogas hipnóticas buscam
apenas induzir o sono. No entanto, drogas sedativas, dependendo da dosagem, também são
indutoras do sono, enquanto drogas que visam induzir o sono também apresentam efeitos
tranquilizantes. De um modo geral, temos:
Ansiolíticos são fármacos que atuam na diminuição da atividade do SNC, são, por sua vez,
hipnóticos e redutores da ansiedade, Administradas em grandes quantidades, os ansiolíticos
provocam morte por parada cardiorrespiratória. O grupo dos Benzodiazepinicos constitui a
categoria de drogas mais expressivas no uso clínico atual. Não se utiliza barbitúricos como
ansiolíticos por serem muito tóxicos, servindo apenas para anestésicos gerais endovenosos e
anticonvulsivantes.
No que diz respeito, necessariamente, aos anestésicos gerais, podemos citar duas grandes
classes: os anestésicos inalatórios e os anestésicos venosos. Ambas, promovem um estado de
inconsciência reversível, imobilidade, analgesia e bloqueio dos reflexos autonômicos obtidos
pela administração de fármacos específicos adjuvantes.
ANESTÉSICOS INALATÓRIOS
✓ Vagomimético
Hipotensão (Fenilefrina)
✓ Hipercapnia
✓ Produz metabólitos tóxicos que causam febre, náuseas, vômitos, anorexia, sinais de
hepatite)
✓ Excitação do SNC
✓ É nefrotóxico
✓ Efeito curare-simile (ou seja, não necessita a utilização de Atracúrio para relaxamento
muscular, pois o Enflurano já possui esta propriedade)
✓ Hipotensão
Metoxiflurano: é o mais potente por ser muito lipossolúvel. Suas principais caracteristicas são
muito empregado na obstetrícia (não relaxa o útero); é nefrotóxico,
Sevoflurano: é um agente inalatório que não Irrita as vias aéreas. O débito cardíaco é
preservado em concentrações de uso clínico, Não altera significativamente a frequência
cardíaca, o que é benéfico para o portador de doença isquêmica do miocárdio, uma vez que
não há aumento do consumo de oxigênio pelo órgão nem diminuição do tempo disponível
para o enchimento coronariano durante a perfusão. Suas principais características são:
Óxido nitroso: é um analgésico potente, mas é um fraco anestésico geral, sendo, portanto,
necessária a sua administração em associação a outros fármacos adjuvantes. É o mais seguro
dos anestésicos gerais, desde que administrado com pelo menos 20% de oxigênio (retarda a
captação de O no período de recuperação). A frequência cardíaca não se altera ou diminui
₂
OBS: As principais propriedades dos anestésicos inalatórios estão descritas logo abaixo:
Captação e distribuição: são regidos pela pressão parcial do gás (depende da frequência
respiratória); pela solubilidade no sangue (depende da propriedade físico-química inerente a
cada gás); e pela captação tecidual (depende do fluxo sanguíneo tecidual).
ANESTÉSICOS VENOSOS
São utilizados para induzir a anestesia e, se for o caso, mantê-la por curto período de tempo.
São bastante eficazes para se burlar a fase excitatória da anestesia, que é indesejável. De um
modo geral, os anestésicos venosos são drogas barbitúricas, e têm como características:
✓ Anestésicos potentes
✓ Analgésicos fracos
✓ Metabolismo lento
✓ Efeitos mínimos sobre o sistema cardiovascular, mas pode contribuir para a hipotensão ✓
Causam apneia, tosse, laringoespasmo e broncoespasmo
Cetamina (Ketamina): anestésico de curta ação que induz um estado de dissociação (parece
estar acordado, mas está inconsciente e não sente dor). Fornece sedação, amnésia e
imobilidade. Indicada quando não se deseja depressão circulatória (estimula o tônus
simpático). É contraindicada em hipertensos ou vítimas de AVC. Produz alucinações no
período pós-anestésico.
Opióides: são derivados sintéticos da morfina e que devem ser incluídos como componentes
da técnica da anestesia venosa, merecendo destaque os de uso corrente como Fentanil (muito
potente, com cerca de 100 vezes da potência da morfina), Sufentanil (mais potente dos
opióides, com cerca de 10 vezes da potência do Fentanil), Alfentanil (opióide de pequena
potência, com cerca de 1/15 da potência da morfina) e, mais recentemente, o Remifentanil
(também tem baixa potencia). Essas drogas oferecem uma boa estabilidade hemodinâmica
durante a anestesia.
De fato, os opióides são potentes analgésicos (o que é interessante para diminuir as doses dos
anestésicos, que são extremamente tóxicos), porém não fornecem boa amnésia (dal a
necessidade de associar drogas ansiolíticas, como os Benzodiazepínicos). Podem causar
hipotensão, depressão respiratória e rigidez muscular, náuseas e vômito. Fentanila é mais
freqüente do que a morfina. Podem ser antagonizados pela Naloxona.