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Faculdade de Ciências Agrarias

Departamento de Ciências Alimentares


Curso de licenciatura em Agro- Pecuária

Estratégias da extensão
Estratégias da extensão
• Metodologias de extensão rural promovidas nos anos 1970 e 1980,
nas quais os técnicos “detentores do saber”, levam para os
camponeses " atrasados ", pacotes tecnológicos concebidos pelos
serviços de pesquisa agrária,
• Esta metodologia mostrou muitas limitações,
• abrir uma nova abordagem do desenvolvimento agrário, baseada no
conhecimento profundo dos sistemas de produção agropecuária, e o
reconhecimento dos “saberes camponeses” e da racionalidade das
estratégias camponesas
Estrategias de Extensao
• Visa:
desenvolver os conhecimentos e as competências (saber, saber-fazer e
saber - ser) dos camponeses, de modo a tornar sua unidade de
produção mais eficiente em todas suas diferentes componentes
integrar melhor sua atividade no contexto agroecológico, económico e
social local,
aumentar suas capacidades de adaptação às futuras mudanças do seu
ambiente,
reforçar sua auto-estima e capacidade de diálogo e negociação com as
instituições públicas e privadas.
Uso de métodos Participativos
Alguns significados ligados a “participação” e “Participativo” são:
• Participação é uma contribuição voluntária pelas pessoas em
projectos, mas sem tomar parte na tomada de decisão.
• Participação é a sensibilização de pessoas para aumentar a sua
receptibilidade e habilidade para responder a projectos de
desenvolvimento.
• Participação é um processo activo, que significa que uma pessoa ou
grupo em questão toma iniciativas e impõem sua autonomia para o
fazer.
• A participação é a promoção de um diálogo entre a população local e
o pessoal de preparação, execução, monitorização e avaliação do
projecto ou programa, a fim de obter informações sobre o contexto
local e os impactos sociais
• A participação é o envolvimento voluntário das pessoas numa
mudança auto-determinada,
• A participação é o envolvimento no desenvolvimento das pessoas, de
si próprias, das suas vidas, do seu ambiente
Três formas principais de utilização da 'Participação'.

• Primeira, é usada como etiqueta cosmética, para fazer o que quer que
seja pareça bom.
A agências doadoras e os governos exigem abordagens participativas
• segunda, descreve uma prática de cooptação, para mobilizar a mão-
de-obra local e reduzir os custos.
As comunidades contribuem com o seu tempo e esforço para projectos
de auto-ajuda com alguma assistência externa. muitas vezes isto
significa que "eles" (pessoas locais) participam no "nosso" projecto.
• Terceira utilizado para descrever um processo de capacitação que
permite à população local fazer a sua própria análise, assumir o
comando, ganhar em confiança e tomar a sua própria decisão.
Em teoria isto significa que 'nós' participamos no 'seu' projecto, e não
'eles' no 'nosso'. [Implica] um compromisso para com a equidade,
dando poder àqueles que são marginalizados, excluídos e privados,
muitas vezes especialmente as mulheres.
• A 'participação' teve um renascimento nos anos 90, quando todo um
novo conjunto de métodos participativos se multiplicou sob o nome
de Avaliação Rural Participativa, PRA (Chambers, 1995).
Bases de uso de estratégias participativas
• Livre adesão dos beneficiários, sem benefício material direto,
• Trabalho com grupos de 15 a 30 agricultores da mesma povoação ou
mesma zona agroecológica,
• Processo longo: pelo menos 2 anos completos com os mesmos
camponeses, e regular, com 1 reunião 3 em 3 semanas (de 3 a 5 horas
cada), ou seja um total de pelo menos 150 horas de formação,
• Processo participativo: o agricultor é o principal actor em todo o
processo,
• Abordagem global: produções agrícolas e pecuárias (existentes e
potenciais), transformação agro-alimentar, abastecimento em
insumos, comercialização, gestão,
• Baseada no diagnóstico e na análise participativa das situações reais
em toda sua complexidade
• Programa de formação estruturado em objetivos pedagógicos
teóricos e práticos, com conteúdos teóricos e práticos,
• Formação realizada nas comunidades na língua local e com meios de
comunicação adaptados ao público-alvo,
• Experimentações de inovações técnicas ou organizacionais
implementadas pelos agricultores em meio real com o apoio técnico do
técnico facilitador,
• Experimentações acompanhadas e avaliadas pelo grupo de forma
participativa,
• Organização de visitas de intercâmbio entre grupos de formação e de
visitas de estudo na região,
• Ligação sistemática com o ambiente institucional e económico.
Estratégia de extensão
Base:
• Orientada para a resolução de problemas
• Abordagem na planificação participativa
• Formação intensiva do pessoal de extensão,
• Desenvolvimento de material multimédia
• Gestão, monitoria e avaliação da extensão
A campanha estratégica da extensão é útil e importante para um
serviço de extensão agrícola pelas seguintes razões:
Defende uma abordagem de planeamento participativo.
- Tem uma orientação baseada nas necessidades e orientada para a
procura.
- Utiliza uma abordagem de planeamento estratégico e sistemas
integrados.
- Considera as dimensões humana e comportamental.
- Tem uma orientação para a resolução de problemas.
- Utiliza uma abordagem multimédia rentável.
- Fornece materiais de apoio e formação específicos de extensão.
- Tem documentação de processo e procedimentos de avaliação
incorporados.
- O seu método é aplicável a outros programas de extensão.

A estratégia advoga uma integração de diferentes métodos de extensão


Para utilizar os seus recursos de forma eficiente, baseia-se fortemente
tanto em dados quantitativos como qualitativos da informação obtida
dos beneficiários-alvo (ou seja, agricultores)
TÉCNICAS DE DINAMIZAÇÃO DE
GRUPOS

• Dinâmica de grupos são técnicas vivenciais utilizadas com o objetivo de


“aprender a aprender”, quebrar paradigmas e alterar conceitos arraigados,
permite ter novas percepções sobre a realidade.
• As principais técnicas de dinamização comumente utilizadas nos trabalhos
são:
- Dramatização; - Discussão circular;
- Grupo de cochicho; - Philips 66 ou fracionamento;
- Mesa redonda; - Tempestade de idéias
- Visualização móvel
• DRAMATIZAÇÃO
- dinâmica que possibilita aos participantes viverem uma situação
artificialmente, através da representação de uma breve cena de relações
humanas
• GRUPO DE COCHICHOS
- Esta dinâmica consiste em dividir dois a dois os participantes de um grupo
grande, para discutirem um problema.
• MESA REDONDA
é um tipo de reunião em que todos discutem e participam em igualdade de
condições. É uma discussão sem formalismo, nem preparação anterior.
• FRACIONAMENTO OU PHILIPS 66
- uma dinâmica usada em reuniões, cujo processo consiste no
fracionamento de um grupo grande em pequenos grupos para
facilitar a discussão. Estes grupos são formados por seis pessoas que
discutem um assunto durante seis minutos.
• TEMPESTADE DE IDEIAS
- Esta dinâmica procura captar as idéias expostas livremente pelos
participantes, independente das mesmas serem aproveitáveis ou não
para o tema em discussão.
• DISCUSSÃO CIRCULAR
• Na Discussão Circular, os elementos são colocados em círculo, junto
com o animador. O relator faz, no final, a síntese das ideias. Todos dão
a sua participação

• VISUALIZAÇÃO MÓVEL
É uma técnica que torna visível um debate, apresentação de um tema,
etc., e é móvel, por permitir o ordenamento das ideias, com extrema
flexibilidade, possibilitando vários opções de disposição. O sistema de
comunicação está baseado no uso de tarjetas (nome dado às pequenas
fichas / cartões)
Bibliografia
• ATER (2009) Métodos e Meios de comunicação em extensão. Porto
Alegre.
• Baliteau,S., Legeait, V., Colmet-Daage, S. (2009) A Formação Agrícola
Participativa (FAP)- Manual prático para a implementação da
metodologia. Algarve
• Ministério da Agricultura (2008) Glossário de Extensão. 2ª ED.
Direcção Nacional de Extensão Agrária-DNEA
• Nhancale, I. (2011) Conceitos Básicos sobre Extensão Rural e Papel
do Extensionista. Ministério da Agricultura, Direcção Nacional de
Extensão Agrária. Maputo, 2011

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