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Tendências em
soft skills no mundo
do trabalho
Robinson Henrique Scholz
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Para a análise e o desenvolvimento das soft skills, faz-se importante a percepção
da realidade e de como os pares, amigos e familiares do indivíduo percebem seu
comportamento e sua identidade pessoal. Para isso, há métodos que podem
contribuir para o aprendizado e a experimentação das soft skills. Os métodos
da art of hosting contribuem significativamente nesse processo.
Pensar em mecanismos de transformação pessoal requer pensar em rela-
ções sociais — ou seja, a posição do eu e dos outros, a relação do eu com os
outros, as interações sociais e os processos de desenvolvimento em grupo.
Assim, os métodos de art of hosting, design thinking e problematização da
realidade partem do pressuposto da necessidade de interação com os outros
para poder melhorar as soft skills grupais e, em consequência, as individuais.
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Neste capítulo, você vai compreender o que são os métodos da art of hos-
ting aplicados às soft skills, no sentido de aprimorar os conhecimentos, as
habilidades e as atitudes. Você também vai estudar a metodologia do design
thinking, que potencializa o uso da criatividade na busca de soluções para os
problemas complexos por meio da prototipagem. Por fim, você vai estudar
a importância do método da problematização como uma potente forma de
desenvolvimento pessoal e profissional e de promover a educação continuada.
Círculo
A técnica de círculo, em sua concepção, é muito simples, mas altamente efi-
caz nos resultados gerados, e potencializa o desenvolvimento de soft skills.
Consiste em uma prática física, e não digital, em que os participantes se colo-
cam em círculo para tratar de um determinado assunto que está na pauta. Essa
técnica permite que os participantes consigam estabelecer diálogo com todos
os envolvidos, bem como estar atentos às mensagens recebidas e enviadas.
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World Café
A técnica do World Café busca relembrar um ambiente de cafeteria, em que
pequenos grupos de pessoas estão conversando sentados ao redor de uma
mesa, discutindo algum determinado assunto. O World Café é muito difun-
dido em empresas, em cursos de capacitação profissional e em espaços de
gestão pública, em que há a necessidade de maior participação de pessoas
para a construção da solução para algum tipo de problema. De forma geral, o
método consiste em ter quatro ou cinco pessoas conversando em cada mesa,
dependendo do número de participantes e do espaço físico, fazendo com que
haja o debate entre os membros sobre o tema em análise.
Posteriormente, os grupos são alternados, ficando uma pessoa na mesa
como anfitriã e com o registro da discussão do grupo, para que possa ser
socializada com os novos participantes, aquecendo o debate e possibilitando
o avanço na busca de soluções. É importante destacar que nesse método não
há um tempo limite, mas, sim, uma coerência de tempo para a socialização, a
resolução de problemas e a tomada de decisão. O método pode também ser
aplicado em salas on-line, uma vez que as tecnologias virtuais de reuniões
on-line permitem a alternância de salas virtuais pelos participantes.
Para saber mais sobre o World Café, leia o artigo “Gerando conversas
significativas: World Café no planejamento estratégico interprofis-
sional em educação permanente”, de Jennifer Bazilio et al. (2020), que aborda o
método e a sua aplicação prática.
Inquérito apreciativo
A técnica do inquérito apreciativo é uma poderosa ferramenta para romper
paradigmas na solução de problemas e desestabilizar o status quo em um
grupo de pessoas ou em toda a equipe de uma organização. Mas, para isso,
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Design thinking
Os avanços tecnológicos e metodológicos aplicados à vida cotidiana, no
contexto das organizações públicas ou privadas, das instituições de ensino
e em outros formatos organizacionais, contribuíram para o desenvolvimento
de soluções que facilitam a vida em sociedade (AGAMBEN, 2009). Esses avan-
ços também potencializam o aprendizado, a qualificação, a reprodução e a
experimentação de soft skills, no sentido de contribuir para o fortalecimento
dos aprendizados e das competências dos indivíduos.
Nesse contexto, o design thinking é uma metodologia que busca desen-
volver a criatividade, o pensamento analítico, a empatia e a intuição dos
indivíduos, colocando-os no centro do processo de desenvolvimento na busca
de soluções para problemas complexos. A metodologia busca entender a
situação do problema e desenvolver o processo de análise e criatividade que
possibilite a prototipagem de soluções — ou seja, criar processos e elementos
práticos e concretos que permitam elencar a melhor solução para o problema.
Por fim, você pode perceber que a empatia é muito trabalhada no design
thinking, tanto entre os envolvidos quanto nos usuários da solução gerada,
buscando a visualização futura de como será a utilização do que foi criado.
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Para saber mais sobre o design thinking e a sua aplicação prática, leia
o artigo “O design thinking como ferramenta inovadora para promover
a transformação da gestão organizacional”, de Priscila Monteiro Pereira (2019),
que apresenta os conceitos e a aplicação do método.
Problematização da realidade
No século XXI, vivemos constantemente processos de mudanças nas mais
variadas ordens e contextos, como (AGAMBEN, 2009):
Esses exemplos afetam a todos nós, como seres humanos que estão em
convívio no planeta Terra.
Porém, há mudanças que nos afetam em nossos microcontextos, como
no seio de nossas famílias, nas relações com os nossos amigos e colegas de
trabalho, bem como mudanças no espaço de trabalho e nos espaços sociais
em que convivemos (bairros, condomínios, lugares de lazer etc.). Essas mu-
danças podem ter níveis diferenciados de impactos que podem nos ocasionar,
podendo ser de baixo, médio ou alto impacto. Elas podem nos prejudicar
significativamente, conforme cada nível, bem como podem nos fortalecer ou
favorecer, de acordo com a situação da mudança (CONANT; NORGAARD, 2012).
Uma dica para a construção da matriz é que você a faça com calma,
com um tempo de quatro dias, sendo que, no primeiro dia, você só
vai construir as colunas e as linhas, revisando se não falta nada. No segundo
dia, você pode começar o preenchimento das informações. No terceiro dia,
você pode conversar com pessoas próximas a você, para verificar como elas
percebem você sobre os critérios elencados. No quarto dia, você pode fazer uma
reflexão e uma avaliação sobre você mesmo, para projetar os seus objetivos
de desenvolvimento.
Referências
AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
BAZILIO, J. et al. Gerando conversas significativas: World Café no planejamento estra-
tégico interprofissional em educação permanente. Revista Brasileira de Enfermagem,
Brasília, v. 73, n. 5, p. 1-5, 2020.
CONANT, D.; NORGAARD. M. Touch points: criando conexões poderosas a cada momento.
Porto Alegre: Bookman, 2012.
LEWICKI, R. L.; SAUNDERS, D. M.; MINTON, J. W. Fundamentos da negociação. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
MALHOTRA, D. Acordos quase impossíveis: como superar impasses e resolver conflitos
difíceis sem usar dinheiro ou força. Porto Alegre: Bookman, 2017.
MATTAR, J.; AGUIAR, A. P. S. Metodologias ativas: aprendizagem baseada em problemas,
problematização e método do caso. Brazilian Journal of Education, Technology and
Society, [S. l.], v. 11, n. 3, p. 404-415, 2018.
PEREIRA, P. M. O design thinking como ferramenta inovadora para promover a trans-
formação da gestão organizacional. Revista Eletrônica Estácio Papirus, São José, v. 6,
n. 1, p. 1-21, 2019.
VIVACQUA, F. Guia de metodologias e práticas para a transição. In: Metodologias
Sinérgicas. [S. l.], 2012. Disponível em: https://metodologiasinergicas.wordpress.
com/2012/06/17/art-of-hosting/. Acesso em: 22 dez. 2020.
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