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Design Thinking

aplicado à educação
Módulo

1 O contexto do Design
Thinking na educação
Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa

Diretor de Desenvolvimento Profissional


Paulo Marques

Coordenador-Geral de Produção Web


Carlos Eduardo dos Santos

Equipe responsável
Andrea de Faria Barros Andrade (Conteudista, 2020).
Ariene Azevedo de Jesus (Coordenadora, 2020).
Ludmila Brandão Marins de Moura, (Revisora,2021).
Ana Carla Gualberto Cardoso (Diretora de arte, 2021).
Gabriel Bello Henrique Silva, (Implementador, 2021).

Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório
Latitude e Enap.

Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik

Curso produzido em Brasília, 2021.

Enap, 2021

Enap Escola Nacional de Administração Pública


Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF

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Sumário
1. O Design Thinking.......................................................................... 5

1.1 Esse tal de Design Thinking.................................................... 5

1.2 Histórico do Design Thinking ................................................. 9

Referências...................................................................................... 11

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Módulo
O contexto do Design Thinking
na educação

1. O Design Thinking
🎯 Objetivo de aprendizagem
Identificar os impactos da adoção da abordagem em Design Thinking (DT) no contexto educacional.

1.1 Esse tal de Design Thinking

O Design Thinking ganhou notoriedade em várias áreas porque suas ferramentas e métodos são
frequentemente associados à inovação.

Você já ouviu falar sobre o Design Thinking?

Apresentaremos suas principais características e porque ele parece aderir tão harmonicamente
com os anseios de uma educação construtivista, empoderada e efetiva.

Quando a educação se une ao Design Thinking potencializa o fomento ao pensamento curioso,


criativo e transdisciplinar, enfatiza a riqueza da colaboração, induz transdisciplinaridade entre os
envolvidos, para a construção de vivências e conhecimento.

h,
Destaque,h
O Design Thinking (DT) é uma abordagem interativa, com centralidade nas
pessoas, que usa as ferramentas próprias dos designers para a solução criativa
de problemas.

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Em síntese, são estas as principais características do Design Thinking:

(i) Abordagem interativa;

(ii) Centralidade nas pessoas;

(iii) Solução criativa de problemas.

O conceito já existe há algumas décadas, embora o modismo em torno do seu conceito seja um
fenômeno recente.

Por ser uma abordagem para desenvol-


vimento de soluções com foco nas
necessidades, desejos e limitações dos
usuários, incentiva o foco nas pessoas
para quem estão criando, o que leva a
melhores produtos, serviços e processos
internos.

Quando bem executado, o Design Thinking


entenderá as necessidades das pessoas
(público-alvo) e, certamente, propiciará
o surgimento de oportunidades baseadas
nessas necessidades e levará a soluções
que poderão ser prototipadas e testadas
possibilitando feedback e aprendizado.
Assim, podemos dizer que essa abordagem organiza o processo criativo e gera soluções eficientes
com foco no usuário.

Com o Design Thinking, sempre é possível encontrar respostas. Porém, e, talvez o mais importante,
o DT nos estimula a fazer as perguntas certas, desenvolver uma escuta ativa e entender bem o
problema antes de pensar como poderíamos resolvê-lo.

O DT é aplicável, independentemente da sua função ou setor.

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Imagem 2 - Requistos x Solução

No ambiente escolar, este método propiciará ricas experiências a alunos e outros envolvidos em
um projeto de DT, desde a fase inicial até a proposição de uma solução para teste.

Passados alguns anos do surgimento e da popularização do DT, percebemos também outras


externalidades positivas associadas à sua utilização: valorização do processo criativo, ampliação
da cultura de inovação e um maior engajamento da equipe de um projeto.

O DT pode ser utilizado desde problemas triviais até problemas complexos (Wicked Problems no
jargão da área).

Para que uma solução seja adequada, além de tratar de questões relativas às necessidades do
usuário, devem ser analisadas também a viabilidade técnica da implementação da solução e sua
viabilidade financeira.

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Imagem 3 - Questões do Design Thinking

Quer conhecer mais sobre o assunto?

Acesse o documento elaborado pela escola de Design Thinking da Universidade


Stanford (D.school) e entenda como o Design Thinking pode ser adotado para
resolver problemas complexos e inovar.

Link: ???

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Destaque,h
Ao empregar o Design Thinking, você reúne o que é desejável do ponto de
vista humano com o que é tecnologicamente e economicamente viável.

Essa abordagem permite que aqueles que não são treinados como designers, usem ferramentas
criativas para enfrentar uma vasta gama de desafios. O processo começa com a ação e a
compreensão das perguntas certas. Trata-se de adotar mudanças simples de mentalidade e
enfrentar problemas de uma nova direção.

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Você pode estar se perguntando: “Hum, conheço
outras metodologias parecidas”. Então, quais são as
maiores diferenças?

1. O protagonismo do usuário;

2. Estímulo para o uso da criatividade.

O protagonismo do usuário alcançado pela imersão em profundidade na sua realidade, em


trabalho de campo. Nas abordagens tradicionais, o pensamento do usuário costuma ser simulado
pela equipe do projeto.

O estímulo para o uso intenso da criatividade, além dos efeitos imediatos na geração de ideias,
enriquece o modelo mental do inovador, tirando algumas amarras e possibilitando que novas
conexões de pensamento e questionamentos sejam feitas.

No DT, as ações assumem um estilo de trabalho colaborativo e interativo em grupos


multidisciplinares, propiciando que pessoas com diferentes backgrounds enriqueçam a discussão
e tragam visões complementares e um pensamento mais abdutivo, ou seja, a partir de suas
experiências e conhecimentos.

Olhe a sua volta, você já pensou quantos problemas da rotina escolar ou mesmo da comunidade,
poderiam receber uma solução desenvolvida por grupos de professores, estudantes, dentre
outros, que de quebra, ganhariam experiência num método utilizado mundo a fora?

Agora, vamos conhecer as etapas do Design Thinking. Para suprir a ausência de interação
presencial, apresentaremos exemplos, para que vocês comecem a praticar os conhecimentos
adquiridos no dia a dia!

Que tal começar? Propomos que registrem, agora, em seu bloco de anotações, alguns desafios
da sua vida profissional e nas seções seguintes, utilize os ensinamentos deste curso para tentar
aplicar alguns métodos e técnicas. E quem sabe, gerar insights de soluções!

1.2 Histórico do Design Thinking

Em 2009, no Vale do Silício (Caliórnia, EUA), os professores da Stanford University, David Kelley
e Tim Brown, ambos da consultoria em inovação da empresa de design, IDEO, lançaram o livro:
“Design Thinking – uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias”. Além do
grande sucesso do livro, é inegável que essa metodologia se espalhou, inicialmente, pelo Vale do
Silício e depois pelo mundo.

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Contudo, devemos ressaltar, que outros pesquisadores já haviam descrito metodologia análoga
(porém com popularização menor), anteriormente.

Especialistas dizem que, abordagens similares para a resolução de problemas, têm sido utilizadas
desde 1919, pelos professores e estudantes da Bauhaus (Alemanha), escola que é considerada
a “Meca do Design”.

Na década de 1980, o tema já tinha sido explorado pelos pesquisadores Nigel Cross e Bryan
Lawson, ambos da área de design.

E em 1992, Richard Buchanan, publicou um artigo intitulado “Wicked Problems in Design


Thinking” (Problemas complexos no Design Thinking), publicado pelo jornal acadêmico do
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Resumindo, os professores David Kelley e Tim Brown detêm o grande mérito pela popularização
recente do Design Thinking, porém não foram eles os criadores do método, como muitos, ainda,
pensam.

Quer saber mais sobre o Histórico do Design Thinking?

Leia o tópico 2.3 do capítulo 2 da tese: CAVALCANTI, Carolina Magalhães Costa.


Contribuições do Design Thinking para concepção de interfaces de ambientes
virtuais de aprendizagem centradas no ser humano. 2015.

Disponível no link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/


tde-17092015-135404/pt-br.php

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Referências
BATES, Tony. Educar na Era Digital: Design, Ensino e Aprendizagem. São Paulo: Artesanato
Educacional, 2016.

BROWN, Tim. Design Thinking. Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

CAVALCANTI, Carolina Magalhães Costa. Contribuições do Design Thinking para concepção de


interfaces de ambientes virtuais de aprendizagem centradas no ser humano. Tese (Doutorado
em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 67. 2015.
Acesso em: abr. 2021. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-
17092015-135404/pt-br.php. Acesso em: 8 abr. 2021.

KEELEY, Larry et al. Dez Tipos de Inovação. A disciplina de criação de avanços de ruptura. São
Paulo: DVS Editora, 2015.

KNAPP, Jake. Sprint: O método usado no Google para testar e aplicar novas ideias em apenas
cinco dias. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2017.

OSTERWALDER, A; PIGNEUR, Y. Inovação Em Modelos de Negócios Business Model Generation.


New Jersey: Alta Books, 2010.

VIANNA, Maurício et al. Design Thinking: Inovação em Negócios. Rio de Janeiro: MJV Press,
2011.

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