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HISTÓRIA E PROCESSOS NO DESIGN THINKING:

Na história do Design Thinking observa-se nomes importantes como:


• O Design surgiu em 1919 na Alemanha através da Bauhaus e até
1960 já havia se consolidado, aí pegando a febre do design no
mundo, o Simon escreve sua tese;
• Simon em 1968 apresentava o Design Thinking como uma
ciência;
• Rittel, Weber e Buchanan tratam dos problemas complexos (não
existe nenhum problema tão complexo que não posso ser
entendido, ele apenas foi mal formulado ou não tem
informações suficientes para resolvê-lo, por isso “complexo”);
• Cross escreveu o livro “Modos de Saber do Designer”, em 2001;
• Lawson escreveu um livro que desmistifica os processos de
Design Thinking e relaciona assim o modo de pensar do designer
com a resolução de problemas complexos;
A partir das obras dos 4 autores anteriores o Design Thinking foi usado
para resolver problemas na esfera dos negócios.
• IDEO (escritório de Design Industrial), criada em 1991,
desenvolve projetos para diferentes indústrias e com foco em
inovação. Denomina suas práticas como Design Thinking;
• E, em 2004 um dos fundadores da IDEO, o David Kelley fundou a
d.School que é uma parte dedicada ao Design na Universidade
de Stanford, ela proporciona cursos de curta duração;
• Em 2008 um artigo de Brown repercurte no ambiente de
negócios e organizações e aí começa-se a aumentar a utilização
das estratégias de design no setor empresarial. E segundo
Brown, o Design Thinking é uma abordagem centrada no ser
humano, em que as ferramentas do designer são usadas para
atender às necessidades das pessoas e resolver seus
problemas, bem como questões tecnológicas e aos requisitos
para um negócio ser bem-sucedido.
• O mais certo sobre o Design Thinking é a definição de Lockwood
que diz que é “processo de inovação centrado no ser humano
que enfatiza observação, colaboração, aprendizado rápido,
visualização de ideias, prototipagem rápida de conceitos e
análise de negócio concorrente e (...) influencia a inovação e
estratégia de negócio”.

Os problemas complexos, também chamados Wicked Problems,


são apenas problemas mal formulados, onde a informação é
confusa (ou as perguntas não foram feitas de maneira assertiva),
onde existem informações e valores conflitantes e as ramificações
de sistema também são conflitantes e tornam o problema ainda
mais confuso. Resultado: é necessário, muitas das vezes, uma
cocriação junto ao cliente/usuário final para se observar sua rotina
ou parte dela, utilização do produto, aplicar questionários onde o
usuário descreve quais são os pontos fortes e fracos (como a
técnica dos 5 porquês). Por isso é necessário que se trabalhe numa
equipe multidisciplinar, pois é impossível uma pessoa que conhece
a fundo uma área é leiga em outra resolver problemas que
abrangem um enorme número de áreas (é a mesma coisa de soltar
Einstein no meio da selva amazônica e querer que ele sobreviva
sem conhecer sobre a biodiversidade, espécies tóxicas, o que pode
e não pode fazer e outras técnicas de sobrevivência primitiva. Cada
um exerce sua área do saber e é dependente de outras pessoas,
por mais que seja inteligente, ninguém sabe de tudo).
• Os problemas complexos, também conhecidos como mal
definidos ou capciosos (confusos, com duplo sentido), são o
principal foco de atuação dos design thinkers.
• O design thinking pode ser usado desde a elaboração de um
plano de melhoria da mobilidade urbana até a definição de
estratégias empresariais de grandes corporações.
O Design Centrado no Ser Humano (HCD- Human Centered Design)
é uma das principais características do Design Thinking. A IDEO
(empresa de design industrial) apresenta o HCD como um processo
para obter soluções inovadoras em produtos, serviços e tudo que se
imaginar. (Até porque o cliente é quem vai usar o produto, por isso o
foco deve ser no bem estar e satisfação do usuário, para que se tenha
o máximo de satisfação possível durante a experiência de uso).
• O ser humano é envolvido nos processos de design thinking por
meio de uso de técnicas e ferramentas, como a empatia,
entrevista, observação direta, prototipação, testes, etc.
AS 3 LENTES do HCD da IDEO são:
• Desejo: são as necessidades, desejos e comportamentos das
pessoas (feitos por meio de processos de empatia);
• Praticabilidade: são as questões técnicas e organizacionais (tem
que ser realista e levar em consideração a capacitação técnica,
aspectos organizacionais, etc);
• Viabilidade: refere-se às questões financeiras (vai ser
financeiramente bom ou não? Essa seria a melhor maneira de se
fazer isso ou tem uma solução mais barata?).
Unindo essas 3 lentes se tem a inovação através de produtos e
serviços.

DESIGN THINKING E SEUS PENSAMENTOS:


O Design Thinking usa dos métodos de pensamento criativo dos
designers para fomentar a inovação, porém faz um uso diferenciado
dessa metodologia de processo de pensamento criativo.
• É importante que não se imponham restrições ao pensamento
criativo (se livrar do julgamento e procurar gerar o máximo
possível de ideias, para só depois as analisar).

O design thinking também trata das suas relações com a inovação,


particularmente os processos que podem criar uma cultura de
inovação nas organizações que consequentemente, geram um
impacto econômico (positivo quando bem implementado) no setor
empresarial.
DESIGN THINKING E SUAS 5 ETAPAS:
As etapas dos modelos de design thinking se estruturam a partir de 2
modos de pensamento: convergente (se expande a quantidade de
ideias e gera o máximo possível de alternativas) e divergente (analítico
para selecionar as melhores ou a melhor).
A cada fase, a iteração fica mais evidente e a variação também, em
uma sinfonia em que no inicio se tem fases mais amplas e longas e à
medida em que a música vai fluindo ela fica mais frenética e com altos
e baixos mais evidentes. Por isso os modelos geralmente são
representados como se fossem ondas senoidais.
• As etapas iniciais dos processos de design thinking alternam-se
entre o pensamento divergente (empatia) e o convergente
(definição do problema).
• Na etapa de empatia se utiliza de técnicas como acompanhar o
usuário durante sua rotina, sendo o menos invasivo possível
para não interferir nos resultados, fazer o questionário dos 5 por
quês, fazer a mesma rotina do usuário para tentar simular o que
ele sente e quais os defeitos e potencialidades do produto ou
serviço que se está sendo desenvolvido.
• O PENSAMENTO ABDUTIVO É O conjunto de pensamentos
DIVERGENTE E CONVERGENTE, SENDO ALTERNADOS. É A
CAPACIDADE DE LIDAR COM ESSES 2 TIPOS DE PENSAMENTOS
SIMULTANEAMENTE.

Tendo como base um problema bem definido na etapa anterior, a


ideação visa a geração de um conjunto de possíveis soluções. Esta
etapa é por natureza colaborativa e iterativa e nela atuam equipes
multidisciplinares em processos criativos contínuos.
• Ideação é feita após a fase de imersão no problema (empatia), e
quando a imersão foi bem-feita aí sim o problema central ficou
claro e se pode passar para a etapa de ideação.
• Uma pessoa dá uma ideia, você dá outra ideia, alguém dá mais
outra e assim se faz o processo de ideação, de maneira
colaborativa. SEMPRE colaborativa com uma equipe
multidisciplinar para que a solução seja a mais perfeita possível
em todas as áreas do saber.
• A ideação almeja gerar o máximo possível de ideias por meio do
pensamento divergente.
AS TÉCNICAS PARA IDEAÇÃO SÃO:
• Brainstorming;
• Mapa mental;
• How might we...? (Como podemos...?)

PROTOTIPAÇÃO E VISUALIZAÇÃO DE IDEIAS:


A etapa de prototipação é o momento em elas se materializam e
podem ser visualizadas e experienciadas. O uso de protótipos rápidos
e de baixa fidelidade nesta etapa configura-se também como uma
oportunidade de aprendizagem, pois, a partir da experimentação, é
possível refinar a ideia.
Nessa etapa é possível “pensar com as mãos” ou “construir para
pensar”, por isso os protótipos do design thinking não são a solução
final, mas sim protótipos toscos para experimentar se dá certo ou não
algo nessa peça.

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