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O INSTRUTOR

JOÃO BOSCO CAMPOS, Coach, Palestrante, atuando em Captação de


Recursos junto a órgão Públicos, Privados e Terceiro Setor. Com experiência
em Elaboração de Projetos, Captação de Recursos e Convênios. Jornalista,
graduado em Administração de Empresas, Tecnólogo em Agricultura Familiar
e Sustentabilidade, Extencionista em Desenvolvimento Territorial, especialista
em gerenciamento de projetos, atua em Leis de Incentivo Fiscal, Gestão de
Convênios, no cadastro de propostas, execução de Convênios e Prestação de
contas no Setor Público, Privado e Terceiro Setor, além de ministrar cursos
nas respectivas áreas. É assessor e consultor de projetos, palestrante,
ministrante de cursos em Captação de recursos (SICONV, Leis de Incentivo
Fiscal – Cultura, Esporte, Etc., e elaboração de projetos para os mais diversos
potenciais doadores). Atua como gerente de projetos dando suporte a
Prefeituras, Entidades e Pessoas Físicas. Participou de aperfeiçoamento pelo
Ministério da Cultura e pela Escola Nacional de Administração Pública –
ENAP, em Elaboração e Gestão de Projetos Culturais e Empreendimentos
Criativos. É membro da Associação Brasileira de Captadores de Recursos –
ABCR, Membro do Comitê Gestor do Funda Amazônia - BNDES, Conselheiro
Nacional de Economia Solidária, membro do Conselho Nacional dos Povos e
Comunidades Tradicionais – CNPCT, membro do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – CONDRAF, membro do
Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável - CEDRUS,
Coordenador Regional do Grupo de Trabalho Amazônico - REDE GTA,
Analista de Projetos, membro da Comissão Executiva Nacional do Sub
Programa Projetos Demonstrativos - PD/A, da Secretaria de Desenvolvimento
Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente; Autor do livro
“Metodologias Participativas & Captação de Recursos”, 2Ed. 282p. Campo
Grande/Ms. Editora Alvorada.

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INTRODUÇÃO

O Desenvolvimento local implica a democratização da vida social, por


meio da mobilização da sociedade para a gestão compartilhada do
desenvolvimento em processo.

Entretanto, isto somente ocorrerá através da participação popular, que


surge por meio de um processo organizado, através do qual todos adquirem uma
visão compartilhada do desenvolvimento, permitindo que cada cidadão tenha
consciência do seu papel, para que ocorra o melhor desenvolvimento local.

Para que isso aconteça, é preciso que os agentes de desenvolvimento,


gestores públicos, profissionais ligados ao terceiro setor, os movimento sociais e
lideranças comunitárias estejam capacitados para alcançarem os objetivos
propostos pelas organizações que representam.

O processo de elaboração do projetos pressupõe dois grande momentos:


o de elaboração e o de redação do projeto.

No momento de elaboração do projeto, é preciso dedicar tempo para


realizar um bom diagnóstico sobre o contexto e a situação problemática que
pretende enfrentar; analisar seu potencial. Em seguida construir seu caminho.
É preciso que todas as pessoas envolvidas no projeto dele participem
diretamente na fase de elaboração com visão ampla e criatividade na busca da
sua viabilidade.

O momento de redação do projeto é um exercício de síntese do processo


anterior. Nele, é melhor contar com poucas pessoas do grupo. Tudo que foi
produzido no tempo anterior será agrupado em um roteiro que demonstre, de
modo objetivo o que será realizado.

Ter um financiamento adequado é sempre uma preocupação para as


organizações de desenvolvimento.

A captação de recursos financeiros está diretamente ligada ao “saber


captar” e não só ao comprometimento e à afinidade dos possíveis investidores

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com a causa. Estratégias para captação bem definidas e a capacidade de
mostrar os resultados das ações promovidas com os recursos captados poderão
garantir a continuidade da parceria e legitimar a organização sem fins lucrativos
como catalisadora de recursos para as suas ações.

Os recursos estão disponíveis, mas poucas entidades sabem identificá-


los e obtê-los. As organizações da sociedade civil encontram grandes
dificuldades em acessar os recursos disponibilizados, seja por organismos
públicos ou privados, sejam eles feitos diretamente pelas empresas ou
disponibilizados por intermédio de suas fundações ou institutos.

O presente treinamento, que aborda dentre outros, os princípios


fundamentais da captação de recursos, pretende contribuir para a superação
das dificuldades por que passam as organizações da sociedade civil,
incentivando-as a terem confiança na sua capacidade de levantar apoio e
mostrar, que ao planejarem o trabalho de captação de recursos podem
aumentar o seu impacto perante a sociedade e seus beneficiários diretos.

ELABORAÇÃO DE PROJETOS

NOÇÕES GERAIS

“Um projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de


atividades interrelacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos
específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados.”
(ONU, 1984)

A elaboração de um projeto requer entes de tudo um ambiente


adequado para o desenvolvimento das idéias do grupo, requer tempo e paciência
para que se possa trabalhar em conjunto, exercitando o respeito e o dom de
ouvir o outro.

A concentração e o espírito de grupo são dois elementos essenciais para


se materializar boas idéias.

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Além disso, algumas variáveis tornam-se muito importantes neste
processo, como a distinção do papel da liderança no grupo, descobrindo que o
real líder reconhece os “talentos” individuais de cada participante, ajudando no
desenvolvimento da criatividade e participação de todos, criando assim um
ambiente de comprometimento com a missão coletiva criando um processo
descentralizado.

A capacidade técnica é outro fator fundamental para se obter resultados


positivos, não adianta ter excelentes idéias se não há competência para
desenvolver uma boa estratégia de como materializá-la.

Muitas vezes nossas instituições não contam com especialistas em


diferentes áreas, portanto será necessário buscar apoio junto a colegas, a outras
instituições ou junto ao próprio financiador.

E por fim a criatividade e o comprometimento são virtudes para que se


tenha ao mesmo tempo caminhos criativos para a realização das atividades
propostas e comprometimento com o processo que se está criando.

“Elaborar projetos é uma forma de independência. É uma abordagem para


explorar a criatividade humana, a mágica das idéias e o potencial das
organizações. É dar vazão para a energia de um grupo, compartilhar a busca da
evolução”.

ETAPA I

A definição do projeto: O que queremos fazer?

O que é um Projeto?

Um projeto surge em resposta a um problema concreto. Elaborar um


projeto é, antes de tudo, contribuir para a solução de problemas, transformando
IDEIAS em AÇÕES.

O documento chamado PROJETO é o resultado obtido ao se “projetar”


no papel tudo o que é necessário para o desenvolvimento de um conjunto de

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atividades a serem executadas: quais são os objetivos, que meios serão
buscados para atingi-los, quais recursos serão necessários, onde serão obtidos e
como serão avaliados os resultados.

A organização do projeto em um documento nos auxilia a sistematizar o


trabalho em etapas a serem cumpridas, compartilhar a imagem do que se quer
alcançar, identificar as principais deficiências a superar e apontar possíveis
falhas durante a execução das atividades previstas.

Conceitualmente, o projeto é a menor unidade administrativa de


qualquer plano ou programa.

Um bom projeto escrito tem que mostrar-se capaz de comunicar todas


as informações necessárias e é por isso que, em geral, existem elementos
básicos que compõem sua apresentação: o título (reflete o conteúdo da
proposta), a equipe (pessoas responsáveis pela idéia e sua execução), a
justificativa (definição clara do problema a ser tratado) com seus objetivos
(definição clara dos objetivos gerais e específicos), os procedimentos (descrição
de todas as atividades e como serão implementadas), o cronograma (datas de
implementação das atividades), a avaliação (como, quando e por quem será
avaliado o projeto), a disseminação (do projeto para o ambiente), o apoio
institucional (quem apóia o que o projeto propõe, quais as instituições
envolvidas e dispostas a participar da idéia).

Se o seu projeto se transformar numa proposta de financiamento e se


for aprovada por algum financiador, significa que ele compreendeu o programa
que a sua entidade pretende realizar, percebeu sua importância e as
possibilidades de êxito. Em outras palavras, ele acredita nas metas de sua
entidade, vê que os objetivos seguem no mesmo rumo e vê as chances de
sucesso.

Como começar a elaboração de um Projeto?

O trabalho começa pelo “coração” do projeto: a definição concreta do


objeto de trabalho, os propósitos, os objetivos que se tem e uma visão clara dos

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problemas que se quer resolver com a realização da idéia. É importante discutir
a idéia central da proposta desde o início com todas as pessoas interessadas,
pois seu envolvimento futuro nos trabalhos será motivado pelas visões
compartilhadas nesta primeira etapa.

Para isso serão necessários encontros ou reuniões do grupo de trabalho


envolvido.

Por que definir em reunião?

 Para se ver a expectativa de todos e esclarecer as idéias e objetivos


de todos e a todos, afim de “recortar o escopo do projeto e definir o
público alvo que se quer trabalhar;
 Motivar todos os presentes para agir;
 Reunir as informações necessárias para escrever o projeto;
 Procurar informações sobre as fontes de recursos;

Quem deve participar?

 Todas as pessoas envolvidas com o tema, especialmente as


interessadas em elaborar o projeto escrito e depois participar de sua
realização.

Como fazer a reunião?

 Fazer um quadro de definição do projeto na lousa ou usar papel-


cartaz e pincel atômico. Este quadro significa descrever um mapa
geral do contexto em que se quer trabalhar no projeto, ou seja,
analisar o conjunto de coisas e pessoas que cercam e influenciam o
alvo do seu projeto.
 Preencher com idéias concretas (mesmo sem ter todos os detalhes,
não é preciso tê-los já) pedindo idéias a todos os presentes, inclusive
aos mais tímidos ou àqueles que não se acham preparados para
ajudar.

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 Uma pessoa do grupo, que possa captar as idéias que vão sendo
colocadas, deve assumir a tarefa de organizá-las no quadro, tendo o
cuidado de ouvir a todos e estimular a participação.

“O organizador da reunião deve valorizar todas as idéias e não só as que fazem


sentido para ele, pois no final quase tudo pode ser aproveitado, e ele pode não
estar vendo o que outros estão vendo”

A este papel dá-se o nome de “facilitador”, pois sua função é facilitar a


reunião para que todos possam contribuir e a idéia ficar mais completa, mais
reconhecida e mais apropriada por todos.

Qual deve ser o produto das reuniões?

Ao final do processo deve-se ter:

1. O quadro de definição do projeto preenchido.


2. A equipe de pessoas que vai de fato se responsabilizar pela redação do
projeto.
3. Um grupo para pesquisar fontes de recursos.
4. Uma previsão de data para a próxima reunião.

O que um Projeto precisa conter?

Os principais itens que compõe um projeto relacionam-se de forma


bastante orgânica, de modo que o desenvolvimento de uma etapa leva
necessariamente à outra.

Identificação do Projeto

Deve conter o título do projeto, o local em que será implementado, a


data da elaboração, a duração do projeto e o início previsto.

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Identificação do Proponente/Executor

Deve conter as seguintes informações: nome, endereço completo, forma


jurídica, data do registro jurídico, CNPJ, representante legal e ato que lhe
atribui competência, coordenador do projeto e seu endereço.

É importante não esquecer de mencionar todos os parceiros do projeto,


indicando claramente quem é o proponente e quem participará da execução.

Histórico de Experiência da Instituição Proponente/Executora

Deve conter uma descrição sucinta dos trabalhos que vêm sendo
realizados pela organização, o tipo de projetos que já foram executados ou
propostos e em que região, localidade ou comunidade. Indica a experiência e a
aptidão da instituição em desenvolver trabalhos semelhantes ao proposto e
demonstra porque irá obter sucesso.

Pode-se seguir o seguinte roteiro:

 Nome ou tipo dos trabalhos/projetos/campanhas executados;


 Data ou período dos trabalhos/projetos/campanhas executados;
 Fontes financiadoras e valor do orçamento (se for o caso);
 Principais resultados e conquistas alcançados;
 Parcerias desenvolvidas com entidades financiadoras e outros órgãos
(governamentais ou não).

Se a organização tiver muitos trabalhos já desenvolvidos, descreva os


mais importantes e/ou os que foram desenvolvidos, pelo menos, nos últimos
três anos. Nesse caso, anexe prospectos, publicações, vídeos ou outros produtos
sobre esses trabalhos.

No caso de órgão público mostre também a experiência e os resultados


alcançados por gestões/direções anteriores nas áreas de interesse do projeto.

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Caracterização do Problema e Justificativa

A elaboração de um projeto se dá introduzindo o que pretendemos


resolver, ou transformar. Este problema deve ser delimitado e caracterizado para
conhecermos suas dimensões, origens, histórico, implicações e outras
informações. Esta prática nos dará maior intimidade com o tema, permitindo
um diagnóstico mais fiel e definindo estratégias mais precisas para sua
resolução.

Aqui deve ficar claro que o projeto é uma resposta a um determinado


problema percebido e identificado pela comunidade ou pela entidade
proponente.

Após a caracterização do problema/situação, podemos justificar a


necessidade da intervenção. Esclarecimentos sobre a importância de sua
realização à nível sócio-econômico-ambiental, evidências da sua viabilidade e
outras informações que possam auxiliar o financiador na tomada de decisões
devem ser enfatizadas.

Deve descrever com detalhes a região onde vai ser implantado o projeto;
situação ambiental (como os recursos naturais foram e estão sendo usados),
principais atividades econômicas, número de famílias/pessoas direta e
indiretamente envolvidas/beneficiadas com os resultados do projeto, condição
de saúde e educação, formas e meio de transporte, problemas ambientais e
econômicos, organizações potencialmente existentes, etc.

A justificativa é uma parte muito importante em um projeto, ela deve


responder: Por que executar o projeto? Por que ele deve ser aprovado e
implementado?

Algumas perguntas que podem ajudar a responder esta questão:

 Qual a importância desse problema/questão para a comunidade? E


para a conservação dos recursos naturais da região?

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 Existem outros projetos semelhantes sendo desenvolvidos nessa região
ou nessa área temática?
 Qual é a possível relação e atividades semelhantes ou complementares
entre eles e o projeto proposto?
 Quais são os benefícios econômicos, sociais e ambientais a serem
alcançados pela comunidade e os resultados para a região?

Objetivo Geral

Tem-se empregado o termo objetivo geral para a situação ideal


almejada, em poucas palavras, o objetivo geral deve expressar o que se quer
alcançar na região a longo prazo, ultrapassando inclusive o tempo de duração
do projeto. Geralmente o objetivo geral está vinculado à estratégia global da
instituição.

Objetivos Específicos

Os objetivos específicos também podem ser chamados de resultados


esperados. São os efeitos diretos das atividades ou ações do projeto. Ao contrário
dos objetivos gerais, que nem sempre poderão ser plenamente atingidos durante
o prazo de execução do projeto, os objetivos específicos devem se realizar até o
final do projeto.

Metas

As metas, que muitas vezes são confundidas com os objetivos


específicos, são os resultados parciais a serem atingidos e neste caso podem e
devem ser bastante concretos expressando quantidades e qualidades dos
objetivos, ou seja quanto será feito. A definição de metas com elementos
quantitativos e qualitativos é conveniente para avaliar os avanços. Ao
escrevermos uma meta, devemos nos perguntar: o que queremos? Para que o
queremos? Quando o queremos?

Quando a meta se refere a um determinado setor da população ou a um


determinado tipo de organização, devemos descrevê-los adequadamente. Por

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exemplo, devemos informar a quantidade de pessoas que queremos atingir, o
sexo, a idade e outras informações que esclareçam a quem estamos nos
referindo.

Cada objetivo específico deve ter uma ou mais metas. Quanto melhor
dimensionada estiver uma meta, mais fácil será definir os indicadores que
permitirão evidenciar seu alcance.

Nem todas as instituições financiadoras exigem a descrição de objetivos


específicos e metas separadamente. Algumas exigem uma ou outra forma.

Atividades

São as ações previstas para a realização do projeto, devendo ser


claramente descritas e relacionadas aos objetivos específicos.

Devem ser numeradas em ordem cronológica de execução e indicando


quando couber, unidades de medida (ex. metros, kg, dúzia, litros, etc.) e
quantidade.

É importante que as atividades sempre sejam relacionadas com os


objetivos específicos ou com as metas, pois é através da soma das atividades
que se avalia a possibilidade do projeto atingir seu objetivo geral.

Benefícios e Beneficiários

Devem descrever os resultados concretos e quem será beneficiado com a


realização do projeto. De uma forma geral podem responder as seguintes
perguntas:

 De quem partiu a iniciativa de elaborar o projeto? Foram realizados


encontros com os beneficiários? Quantas pessoas participaram? Faça uma
breve descrição do processo de elaboração da proposta.
 Como se dará a participação dos beneficiários na execução do projeto?
 Como a comunidade será beneficiada com o projeto? Através de quais
benefícios?

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ETAPA II
O Plano de trabalho: Como vamos agir?

Neste momento todos os objetivos que foram definidos na etapa anterior


tem que ter seus respectivos procedimentos de trabalho. O ideal é verificar se
para cada objetivo há um procedimento claro, se não é um objetivo “morto”.

A idéia central é sempre que possível justificar os métodos de trabalho


escolhidos para garantir uma maior coerência e consistência ao projeto.

A metodologia deve descrever as formas e técnicas que serão utilizadas


para executar as atividades previstas, devendo explicar passo a passo a
realização de cada atividade e não apenas repetir as atividades.

Deve levar em conta que as atividades tem início, meio e fim,


detalhando o plano de trabalho.

A metodologia deve responder às seguintes questões:

a) Como o projeto vai atingir seus objetivos?


b) Como começarão as atividades?
c) Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades?
d) Como e em que momentos haverá a participação e o envolvimento
direto do grupo social?
e) Como, quando e por quem serão feitas as avaliações
intermediárias.sobre o andamento do projeto?
g) Quais as tarefas que cabem à organização e ao grupo social?
h) Quais são as atividades de capacitação e treinamento? Seus conteúdos
programáticos e beneficiários?
i) Na disposição dos resultados, o que será objeto de divulgação, os tipos
de atividades, a abrangência e o público alvo.

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Deve se descrever o tipo de atuação a ser desenvolvida: pesquisa,
diagnóstico, intervenção ou outras; que procedimentos (métodos, técnicas e
instrumentos, etc.) serão adotados e como será sua avaliação e divulgação.

É importante pesquisar metodologias que foram empregadas em


projetos semelhantes, verificando sua aplicabilidade e deficiências, e é sempre
oportuno mencionar as referências bibliográficas.

Um projeto pode ser considerado bem elaborado quando tem


metodologia bem definida e clara. É a metodologia que vai dar aos
avaliadores/pareceristas, a certeza de que os objetivos do projeto realmente têm
condições de serem alcançados. Portanto este item deve merecer atenção
especial por parte das instituições que elaborarem projetos.

Uma boa metodologia prevê três pontos fundamentais: a gestão


participativa, o acompanhamento técnico sistemático e continuado e o
desenvolvimento de ações de disseminação de informações e de conhecimentos
entre a população envolvida (capacitação).

Cronograma

Os projetos, como já foi comentado, são temporalmente bem definidos


quando possuem datas de início e de término preestabelecidas.

As atividades que serão desenvolvidas devem se inserir neste lapso de


tempo. O cronograma é a disposição gráfica das épocas em que as atividades
vão se dar e permite uma rápida visualização da seqüência em que devem
acontecer.

ETAPA III

O andamento do projeto:

Como vamos avaliar, tirar conclusões e disseminar resultados?

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Sustentabilidade

Alguns projetos têm previsão de se perpetuarem, como projetos de


desenvolvimento institucional e financeiro de ONGs, programas de
monitoramento de parâmetros ambientais, programas de conservação de áreas e
outros. Nestes casos faz-se necessária a adoção de estratégias para geração de
recursos, não somente financeiros, mas também humanos, uma vez que os
financiadores nem sempre terão disposição de apoiá-lo indefinidamente.

É interessante que todo projeto tenha a perspectiva de atingir a


autossustentabilidade ecológica e econômica, durante e após o término do
repasse dos recursos. Neste sentido deve-se descrever com que meios e de que
forma a organização e a comunidade envolvida planejam continuar as atividades
após o término dos recursos.

Existem projetos que prevêem a geração de renda através da


comercialização de produtos ou serviços produzidos. Nestes casos a maioria das
fontes financiadoras exige estudos de mercado que contemplem os seguintes
itens: quantidade de produção no início das atividades, quantidade de produção
prevista ao final das atividades, custo de produção, preço de mercado, mercado
alvo, condições de escoamento da produção, produtos concorrentes, condições
de armazenagem, incremento de renda previsto com o projeto, etc.

Neste item, deve-se procurar demonstrar qual o potencial de


sustentabilidade do projeto proposto. As questões a seguir servem como
referência para esta descrição:

 É possível estimar a durabilidade dos resultados e dos impactos do


projeto?
 Sua organização pretende dar prosseguimento ao projeto após o
financiamento do mesmo? Explique como.
 Os beneficiários ou outras instituições (comunidades, famílias,
prefeituras, ONGs) pretendem dar continuidade ao trabalho após o
término do financiamento?

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Disseminação dos Resultados

A divulgação das experiências bem sucedidas é de fundamental


importância, tanto para a continuidade do projeto, quanto para o impacto
positivo que o projeto pretende deixar na comunidade. As ações de disseminação
dos resultados também precisam ser pensadas dentro de cada projeto.

As propostas de divulgação poderão ser planejadas em nível local ou


regional, incluindo os seguintes itens:

 Definição do que será objeto de divulgação (metodologias, técnicas,


experiências);
 Definição dos produtos por meio dos quais será feita a divulgação
(livros, artigos para revistas/jornais, vídeos, seminários, propriedades
piloto);
 Definição das atividades de divulgação (palestras, reuniões);
 Definição da abrangência da divulgação (local ou regional);
 Definição do público que se pretende atingir (outras populações com
características semelhantes às dos beneficiários do projeto, órgãos
públicos, setores acadêmicos, organizações não governamentais, etc).

Como podemos ver, disseminar é mais do que divulgar, é tornar o


projeto palpável 'a sociedade, que poderá transformá-lo em um novo modelo de
trabalho. Deste modo, disseminar torna-se uma atitude todo o tempo de
duração do trabalho.

Monitoramento/Avaliações

O monitoramento é uma prática imprescindível para avaliar quanto do


proposto vêm sendo alcançado. Pode indicar a necessidade de alteração de
algumas das metas ou atividades programadas.

Para que a monitoria e avaliação possam alcançar seus objetivos é


necessário que se estabeleçam previamente alguns indicadores quantitativos e

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qualitativos. Estes indicadores devem permitir, de uma maneira geral, avaliar de
que forma o projeto pretende:

a) Obter a participação da comunidade.


b) Documentar a experiência em todas as suas etapas.
c) Divulgar, difundir os procedimentos, acertos e erros do projeto.
d) Acompanhar a realização dos resultados e da aplicação dos recursos
financeiros.
e) Avaliar permanentemente o projeto, envolvendo equipe técnica e
comunidade e realizando os ajustes que se façam necessários.

f) Observar, acompanhar, monitorar, os impactos ambientais que o projeto


poderá causar.

g) Aferir os resultados econômicos, para saber se o projeto é auto-


sustentável.

Os indicadores de resultado permitem aferir/averiguar o progresso de


cada atividade em relação aos objetivos do projeto. Em tese, se todas as
atividades estiverem 100% executadas, os objetivos do projeto foram alcançados.

Ex.1 - Para saber se um seminário proposto para 40 pessoas atingiu o objetivo,


pode se usar a lista de presença para avaliar a quantidade e o relatório do
seminário para avaliar a qualidade. Neste caso, os indicadores são: lista de
presenças e relatório do seminário.

Ex.2 - Um projeto que se propõe a reflorestar 10.000 árvores poderá ter como
indicador de quantidade o número de árvores plantadas e de qualidade o
número de árvores efetivamente crescendo após determinado período. Neste
caso, os indicadores podem ser: 10.000 árvores plantadas e, 95% das árvores
plantadas crescendo após doze meses.

Relacione para cada atividade um ou mais indicadores de resultados,


para que se possa a qualquer momento fazer uma avaliação e verificar se as
atividades estão sendo executadas de acordo com o programa.

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ETAPA IV

O Orçamento:

Quanto vai custar o projeto?

Após um planejamento detalhado das atividades, pode-se perguntar


quanto custará o projeto, quando se darão as despesas e quando os recursos
deverão estar disponíveis. O orçamento é um resumo ou cronograma financeiro
do projeto, no qual se indica com o que e quando serão gastos os recursos e de
que fontes virão os mesmos. Facilmente pode-se observar que existem diferentes
tipos de despesas que podem ser agrupadas de forma homogênea, como por ex.:
material de consumo; custos administrativos; equipe permanente; serviços de
terceiros; diárias e hospedagem; veículos, máquinas e equipamentos; obras e
instalações.

No orçamento as despesas devem ser descritas de forma agrupada, no


entanto, as organizações financiadoras exigem que se faça uma descrição
detalhada de todos os custos, que é chamada memória de cálculo.

Memória de Cálculo

Na memória de cálculo devem ser descritos todos os itens de despesa


individualmente, conforme exemplo:

- Material de consumo - são materiais como papel, lápis, embalagens para


mudas, pequenas ferramentas, combustível, etc. Dê a especificação do material
(papel, lápis, etc.), unidade de medida (metros, kg, etc.), marca (quando couber),
quantidade, custo unitário e custo total.

- Custos administrativos - são despesas correntes necessárias ao


funcionamento das entidades, tais como aluguel, contas de luz, telefone,
material de escritório, etc. Normalmente se faz uma proporção do uso destas
coisas para cada projeto.

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- Equipe Permanente - é a equipe de técnicos e outras pessoas que estarão
envolvidas durante e com a implementação do projeto. Indique os técnicos e
outros profissionais que serão contratados para a execução do projeto, dando
nome (se conhecido previamente), horas que irá trabalhar, quantidade e custo
de cada um.

- Serviços de terceiros - são os serviços temporários prestados ao projeto, por


pessoas físicas ou jurídicas. Especifique o serviço (serviços de medição de áreas,
serviços de engenharia florestal, etc.) unidade de medida (horas, dias, meses)
quantidade, custos.

- Diárias e hospedagem - são despesas correntes de viagem e estadias de


pessoas da equipe em função de atividades previstas no projeto (vistoria em
campo, cursos, seminários) ou de consultores de outras instituições solicitados
para tarefas específicas. Especifique a atividade (curso, seminário, reunião, etc.)
para qual serão necessárias as diárias e/ou hospedagens.

- Veículos, máquinas e equipamentos - dimensione bem a aquisição de


veículos, máquinas e equipamentos e especifique o tipo de veículo (utilitário pick
up, automóvel, etc.) ou do bem a ser adquirido (fax, TV, vídeo, etc.), quantidade,
marca/modelo e o custo.

- Obras e instalações - Relacione o tipo (casa. galpão, depósito, etc.) de obras e


instalações necessárias à implantação do projeto. Indique a unidade de medida
(m2), quantidade e custo. Anexe projeto ou croqui detalhado da obra: tipo de
construção, prazo de execução, áreas e dependências a serem construídas ou
ampliadas, cronograma financeiro da obra, documentação comprobatória de
propriedade ou cessão de posse do terreno.

Normalmente cada instituição financiadora segue uma sistemática


própria.

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CONDIÇÕES INTERNAS E EXTERNAS

Algumas fontes financiadoras pedem que se avaliem e descrevam as


condições ou fatos internos e externos que podem favorecer ou desfavorecer o
andamento do projeto.

Apresente sugestões e procedimentos para fortalecer as condições


favoráveis e para afastar e/ou modificar as desfavoráveis.

Ex. Condições Internas:

- Favoráveis:

a) Infraestrutura instalada e experiência técnica comprovada em


atividades semelhantes;
b) Alto grau de organização e articulação do grupo social envolvido;
c) Alto grau de aceitação da entidade perante a comunidade.

- Desfavoráveis:

a) Não existe grau de organização e articulação do grupo social envolvido;


b) Organização ainda não é bem aceita na comunidade por não seguir
padrões tradicionais de desenvolvimento.

Ex. Condições Externas:

- Favoráveis:

a) Possibilidade de abertura de exportação dos produtos a serem


b) fabricados/produzidos;
c) Melhoria das condições de transporte/energia.

- Desfavoráveis:

a) Oscilação do mercado com preços desfavoráveis aos produtos a


serem fabricados/produzidos;

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b) Fatores climáticos - períodos prolongados de chuva ou seca que
podem adiantar ou atrasar etapas.

Revisão Bibliográfica

Referências bibliográficas que possam conceituar o problema, ou servir


de base para a ação, podem e devem ser apresentadas. Certamente darão ao
financiador uma noção de quanto o autor está inteirado ao assunto, pelo menos
ao nível conceitual/teórico.

Resumo Executivo

O resumo Executivo é uma seção geralmente de uma página onde é


feita uma síntese do projeto. Sua função é dar uma idéia geral do que se trata,
seus objetivos, duração e custo, dentre outros. Escrever um bom resumo é
extremamente importante, pois este tem que cativar o leitor a aprofundar-se no
projeto e descobrir o quanto ele é importante, bem intencionado e efetivo. O
resumo deverá ser uma das últimas seções a ser redigida, pois então teremos
maior intimidade com o projeto.

ANEXOS

Muitas informações que não é possível inserir em nenhuma das seções


anteriores podem ser, desde que imprescindíveis, transformadas em anexos. Um
mapa localizando a região ou município, o curriculum vitae dos principais
integrantes da equipe, um histórico mais detalhado, cartas de recomendação de
algumas pessoas relacionadas à instituição financiadora, um relato do
desempenho de sua organização e de seu envolvimento com outras instituições
atuantes na área, etc.

É importante ressaltar que nem todos os revisores se interessarão por


tantas informações quanto foram sugeridas, e portanto é aconselhável se
restringir às realmente necessárias para contextualização de sua proposta.

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MARCO LÓGICO

O que é?

O Marco Lógico (também conhecido como Logical Framework,


LogFrame, MPP - Matriz de Planejamento de Projetos) é um método desenvolvido
pela USAID para elaboração, descrição, acompanhamento e avaliação de
programas e projetos. É utilizado por diversas agências internacionais de
financiamento, como o Banco Mundial, o BID e a GIZ alemã - que o incorporou
ao seu método ZOPP (iniciais, em alemão, de Planejamento de Projetos
Orientado a Objetivos).

Como funciona?

O Marco Lógico é uma matriz cujas colunas são:

 Resumo Narrativo de Objetivos


 Indicadores para Acompanhamento
 Fonte de Dados para Indicadores
 Pressupostos Relevantes

1. Resumo Narrativo de Objetivos

Objetivo Superior: Cada projeto é a resposta a um problema detectado. O


Objetivo Superior de um projeto é uma descrição da solução de um problema
que se tenha diagnosticado. Ex.: Problema principal - alta taxa de mortalidade
materna e infantil na população de baixa renda -> Objetivo superior - reduzir a
taxa de mortalidade materna e infantil nessa população.

Objetivo do Projeto: O objetivo do projeto é o resultado esperado ao fim do


período de execução do projeto. Cada projeto deve ter um único objetivo de
projeto. Quando uma operação tiver mais de um objetivo de projeto, devem ser
elaborados mais de um marco lógico: um marco mestre do programa, com seu
objetivo superior e objetivo de projeto e dois ou mais marcos subordinados. O
objetivo superior de cada marco subordinado é idêntico ao objetivo de projeto do
programa (marco mestre), mas cada um tem seu próprio objetivo de projeto.

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Deve haver apenas um objetivo de projeto. Se houver outros objetivos, a cada
um deve corresponder um projeto, o conjunto dos quais corresponderá a um
programa.

Produtos: Produtos (ou componentes) são as obras, estudos, serviços e


treinamentos específicos que se requer que o gerente de projeto produza com o
orçamento que lhe é alocado. Cada produto tem que ser necessário para atingir
o objetivo do projeto.

Atividades: As atividades são as tarefas que o executor tem que executar para
produzir cada produto (componente).

2. Indicadores para Acompanhamento

Indicadores de objetivo superior e de objetivo de projeto: Os indicadores


tornam específicos os resultados esperados, na realidade, em três dimensões:
quantidade, qualidade e tempo.

Indicadores dos produtos: Os indicadores dos produtos (componentes) são


descrições breves dos estudos, treinamento e obras físicas gerados pelo projeto.

Indicadores de atividades: O orçamento do projeto é o indicador de atividade


correspondente a esta célula da matriz.

3. Fontes de Verificação

As fontes de verificação indicam ao executor ou ao avaliador onde é


possível obter a informação necessária para a construção dos indicadores.
Obriga os planejadores a identificar fontes existentes de informação ou a prever
recursos para o levantamento de informações. Nem toda a informação tem que
ser estatística. a produção de produtos (componentes) pode verificar-se
mediante uma inspeção visual do especialista. A execução do orçamento pode
verificar-se com os recibos apresentados.

22
4. Pressupostos

Cada projeto envolve riscos: ambientais, financeiros, institucionais,


sociais, políticos, climatológicos ou outros fatores que podem fazer com que o
mesmo fracasse. O risco se expressa como um pressuposto que tem que ser
cumprido para avançar ao nível seguinte da hierarquia de objetivos. Os
pressupostos, por definição, estão fora do controle direto do gerente de projeto.

Para decidir se um pressuposto deve ou não ser incluído, deve-se levar


em conta a análise esquematizada a seguir:

23
Vantagens de se utilizar o Marco Lógico

Entre as vantagens do Marco Lógico, podemos ressaltar:

 Induz à objetividade na elaboração e descrição de programas e


projetos;
 Propicia uma rápida e sintética visualização de programas e projetos;
 Possibilita uma rápida e fácil visualização dos principais fatores para
acompanhamento e avaliação de programas e projetos;
 Tende a clarificar os fatores que dependem do desempenho do órgão
executor e aqueles que estão fora de seu controle;
 Padroniza uma linguagem comum para as diversas fases de
diferentes programas e projetos, independentemente de sua natureza.

Desvantagens de se utilizar o Marco Lógico

As principais desvantagens da utilização do Marco Lógico são:

 Ignora o grau de inter-relacionamento entre diferentes programas e


projetos;
 Ignora a dificuldade de se estabelecer objetivos superiores unívocos
para programas e projetos na área pública;

Estrutura do Marco Lógico

ESTRUTURA DO MARCO LOGICO

INDICADORES
RESUMO DESCRITIVO MEIOS DE
VERIFICÁVEIS PRESSUPOSTOS
DE OBJETIVOS VERIFICAÇÃO
OBJETIVAMENTE

OBJETIVO SUPERIOR Os indicadores em Os meios de Os pressupostos


nível de Objetivo verificação são as indicam os
(OBJETIVO GERAL) Superior medem o fontes de acontecimentos, as
impacto geral que terá informação que se condições ou as
O Objetivo Superior é o projeto. Devem ser pode usar para decisões importantes e
uma definição de como específicos em termos verificar que os necessárias para a
o projeto ou o de quantidade, objetivos foram "sustentabilidade"
programa contribuirá qualidade e tempo atingidos. Podem (continuidade no
para a solução do (grupo social e local, se incluir material tempo) dos benefícios
problema (ou for relevante). publicado, gerados pelo projeto.
problemas) do setor. inspeção visual,
pesquisas por
amostragem, etc.

24
OBJETIVO DO PROJETO Os indicadores em nível Os meios de Os pressupostos indicam
de Objetivo de Projeto verificação são as os acontecimento, as
(Objetivo especifico) descrevem o impacto fontes que o condições ou as decisões
obtido ao fim do projeto. executor e o que tenham que ocorrer
Devem incluir metas avaliador podem para que o projeto
O Objetivo do Projeto é o que reflitam a situação consultar para contribua
impacto direto a ser após a conclusão do verificar se os significativamente para
obtido como resultado da projeto. Cada indicador objetivos estão que o Objetivo Superior
utilização dos deve especificar a sendo atingidos. seja atingido.
Componentes produzidos quantidade, qualidade e Podem indicar que
pelo projeto. É uma prazo dos resultados a existe um problema
hipótese sobre o impacto serem obtidos. e sugerir a
ou benefício que se deseja necessidade de
obter. mudanças nos
componentes do
projeto. Podem
incluir material
publicado, inspeção
visual, pesquisas
por amostragem,
etc.

COMPONENTES Os indicadores dos Esta célula indica Os pressupostos são os


Componentes são onde os avaliadores acontecimentos, as
Os Componentes são as descrições breves, porém podem encontrar as condições ou as decisões
obras, serviços e atividades claras de cada um dos fontes de que têm que ocorrer para
de capacitação que o Componentes que informação para que os componentes do
executor deve realizar de precisam ser concluídos verificar se os projeto atinjam o Objetivo
acordo com o contrato. durante a execução. resultados do Projeto para o qual
Estes devem ser expressos Cada um deve especificar contratados foram foram executados.
em termos de trabalhos quantidade, qualidade e realizados. As fontes
concluídos (sistemas horizonte temporal das podem incluir
instalados, pessoas obras, serviços, etc. a inspeção local,
capacitadas, etc.) serem concluídos. relatórios de
auditoria, etc.

ATIVIDADES Esta célula contém o Esta célula indica Os pressupostos são os


orçamento para cada onde um avaliador acontecimentos,
As Atividades são as Componente a ser pode obter condições ou decisões
tarefas que o executor produzido pelo informações para (fora do controle do
deve cumprir para projeto. verificar se o gerente do projeto) que
completar cada um dos orçamento foi gasto têm que acontecer para
Componentes do projeto conforme o que os componentes do
que implicam em custos. planejado. projeto possam ser
Deve ser elaborada uma Normalmente executados.
lista de atividades em constitui o registro
ordem cronológica para contábil de uma
cada Componente. unidade executora.

25
A expressão “captar recursos” tornou-se moda nos últimos anos, no Brasil,
especialmente no universo das organizações sem fins lucrativos dedicadas às
atividades com finalidades sociais. Captação ou mobilização de recursos é um
termo utilizado para descrever um leque de atividades de geração de recursos
realizadas por organizações sem fins lucrativos em apoio à sua finalidade
principal, independente da fonte ou do método utilizado para gerá-los. Mobilizar
recursos não diz respeito apenas a assegurar recursos novos ou adicionais, mas
também à otimização (como fazer melhor uso) dos recursos existentes (aumento
da eficácia e eficiência dos planos); à conquista de nova parcerias e à obtenção de
fontes alternativas de recursos financeiros.
É importante lembrar que o termo ”recursos” se refere a recursos
financeiros ou “fundos”, mas também a pessoas (recursos “humanos”, materiais e
serviços. Crescimento contínuo do engajamento das empresas em ações sociais.
O investimento Social Corporativo tem sido impulsionado pela agenda de
RSE nos últimos 20 anos. A participação e o nível de contribuição têm crescido
consideravelmente. Dados do IPEA dão conta que 59% da empresas pesquisadas
(782 mil) realizam algum tipo de investimento social; - 39% dessas empresas têm
intenção de ampliar esse investimento.
No Brasil, o investimento social corporativo tem crescido, porém ainda não
se tem essa “cultura”, nem existem estatísticas regulares sobre o "Investimento
Social Privado”. Representam 0,3% do PIB do Brasil. A média dos outros países é
de 0,8%.

Motivo??
Os esforços são isolados – A relação com receptor termina na doção –
Falta prioridade – Falta controle e avaliação – Faltam profissionais – Falta
eficiência e eficácia.

26
Principal ferramenta de fomento à Cultura
no Brasil, a Lei de Incentivo à Cultura
contribui para que milhares de projetos
culturais aconteçam todos os anos, em todas
as regiões do país. Por meio dela, empresas
e pessoas físicas podem patrocinar
espetáculos – exposições, shows, livros,
museus, galerias e várias outras formas de
expressão cultural – e abater o valor total ou
parcial do apoio do Imposto de Renda. A Lei
também contribui para ampliar o acesso dos
cidadão à Cultura, já que os projetos
patrocinados são obrigados a oferecer uma
contrapartida social, ou seja, eles têm que
distribuir parte dos ingressos gratuitamente e
promover ações de formação e capacitação
junto às comunidades. Crido em 1991pela
Lei 8.313, o mecanismo de incentivo à
Cultura é um do pilares do Programa
Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC), que
também conta com o Fundo Nacional de
Cultura (FNC) e os Fundos de Investimento
Cultural e Artístico (Ficarts).

Art. 1o Fica instituído o


Programa Nacional de Apoio à
Cultura (Pronac), com a
finalidade de captar e
canalizar recursos para o IV - Proteger as expressões culturais dos
setor de modo a: grupos formadores da sociedade brasileira
e responsáveis pelo pluralismo cultural
I – Contribuir para facilitar, a nacional.
todos, os meios para o livre V – Salvaguardar a sobrevivência e o
acesso à fontes da cultura e o florescimento dos modos de criar, fazer e
pleno exercício dos direitos viver da sociedade brasileira;
culturais;
VI – Preservar os bens materiais e
II – Promover e estimular a imateriais do patrimônio cultural e histórico
regionalização da produção brasileiro;
cultural e artística brasileira com
valorização de recursos VII – Desenvolver a consciência
humanos e conteúdos locais. internacional e o respeito aos valores
culturais de outros povos e nações;
III - Apoiar, valorizar e difundir o VIII – Estimular a produção e difusão de
conjunto das manifestações bens culturais de valor universal,
culturais e seus respectivos formadores e informadores de
criadores. conhecimento, cultura e memória;

27
Art. 2o. O Pronac será implementado através dos seguintes mecanismos:
I. Fundo Nacional da Cultura (FNC)
II. Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficat);
III. Incentivo a projetos culturais;

A Lei de incentivo à Cultura tem prazo de envio de propostas no período de 01/02


a 30/11 de cada ano, com exceção dos planos anuais e plurianuais.

Quem pode ser proponente: Quem pode apoiar:


 Pessoas Físicas: até 6%
 Pessoas físicas com atuação na do imposto devido. Pessoas
área cultural (artistas, produtores Jurídicas: até 4% do Imposto
culturais, técnicos da área cultural, devido (Lucro Real)
etc.  As pessoas jurídicas
 Pessoa jurídicas públicas de tributadas com base no lucro real
natureza cultural da administração poderão deduzir do Imposto de
indireta (autarquias, fundações, etc); Renda Devido. Os valores
 Pessoas jurídicas privadas de destinados no período de
natureza cultural, com ou sem fins apuração, a projetos culturais.
lucrativos, (empresas, cooperativas, Os valores das doações e/ou
fundações, ONGs, organizações patrocínios poderão ser deduzidos
sociais, etc.) como despesa operacional, no co
do art. 26, o que não é permitido
no art.. 18

Diferenças dos artigos:

Art. 18: Permite a dedução de até 100% do valor da doação ou patrocínio sempre
respeitados os limites do imposto devido ao incentivador, ou seja de 4% jurídica ou
6% para pessoa física.

Art. 26: Pessoa Física: 80% do valor da doação ou 60% do valor do patrocínio,
respeitando o limite para as deduções que é de 6% do imposto devido;

Pessoa Jurídica: 40% do valor da doação ou 30% do valor do patrocínio,


respeitado o limite para as deduções que é de 4% do imposto devido.
Quais os projetos equacionados no art. 18: Artes cênicas, livros de valor artístico,
literário ou humanístico; Música erudita ou instrumental; Exposição de artes visuais;
Doações para acervos, produção de obras cinematográficas e videofonográficas;
Preservação do patrimônio cultural material e imaterial.

28
A Lei de Incentivo ao Esporte – Lei 11.438/2006
permite que empresas e pessoas físicas invistam
parte do que pagariam de Imposto de Renda em
projetos esportivos aprovados pela Secretaria
Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. As
empresas podem investir até 1% de sse valor e as
pessoas físicas, até 6% do imposto devido.
A Lei de Incentivo ao Esporte tem prazo de envio
de projeto anualmente, de 01/02 a 15/09. O
cadastro de proposta é feito no Sistema LIE e
envio de documentação original pelo correio.

Quem pode ser Proponente:

Pessoa Jurídica de fins não econômicos, de


natureza esportiva e com no mínimo um ano de
funcionamento (aqui uma dica: a natureza esporte
quer dizer que no estatuto obrigatoriamente de
aparecer a palavra “esporte”).

Quem pode apoiar:

Pessoa Física - até 6% do imposto devido


Pessoa Jurídica – até 1% do imposto devido
(lucro real)

Categorias de envios de projetos

a) Esportes de Rendimento:

É o praticado segundo regras regionais e internacionais, com finalidade de obter


resultados, integrar pessoas e comunidades do país e essas com as de outras
nações. São tanto a competições oficiais como a formação e a capacitação para
essas competições oficiais;

29
Exemplos de Projetos:
 Competição – Formar para, Participar de, Preparar para;
 Desenvolvimento de modalidades esportivas;
 Eventos esportivos competitivos – realizar, participar, promover;
 Esporte de base – Formação de atletas;
 Descoberta de atletas esportivos;
 Apoio ao desenvolvimento do esporte amador;

Nestes tipos de projetos a remuneração para serviços de elaboração e


captação ficam limitados a 5% do valor do projeto.

b) Esporte Educacional:
É aquele cujo público beneficiário deverá ser de alunos regularmente
matriculados em instituição de ensino de qualquer sistema público ou
privado com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do
indivíduo e sua formação para o exercício da cidadania e a prática do
lazer. É o conjunto de ações organizadas e sistematizadas por entidades
de natureza esportiva, destinado à implementação, à prática, ao ensino,
ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do desporto, cujo público
beneficiário deverá ser de alunos regularmente matriculados em
instituição de ensino de qualquer sistema, sendo 50% no sistema público,
evitando-se a seletividade e a hipercompetitividade de seus praticantes,
com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do individuo e a
sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer. Neste
tipo de projeto a elaboraçãoa e a captação de recursos fica limitado a 10%
do valor do projeto.

c) Esporte de participação:
A participação tem como principal características a prática voluntária de
esportes. As pessoas participam na modalidade esportiva que voce
escolheu. Essa atividade integra os praticantes para uma melhor
qualidade de vida, promovendo a plenitude da vida social, a promoção da
saúde, a educação e a preservação do meio ambiente;

30
Exemplos de Projetos:
LAZER: fenômeno tipicamente moderno, que se materializa como um tempo
e espaço de vivencias lúdicas;
CULTURA CORPORAL: é a dimensão da cultura constituída pela interação
das práticas sociais de esporte, jogo, dança, ginástica.
CULTURA LÚDICA: centrada nos jogos, brinquedos e brincadeiras
construídos historicamente a partis das referencias de inserção social.
ESPORTE RECREATIVO: realizado de forma lúdica caracterizado pela livre
escolha, tendo como expressão a festa e a alegria.
Alguns Exemplos de Projetos:

 Projetos locais de universalização do acesso ao esporte e ao lazer;


 Projetos de esporte e lazer ligados A demandas específicas como
idosos, formação de agentes e gestores;
 Eventos com enfoque na participação, integração, ludicidade, sem
enfoque competitivo.

Neste caso, a remuneração ao serviço de Elaboração e Captação de


Recursos fica limitada a 10% do valor do projeto.

Como Apresentar o Projeto??

01. O primeiro procedimento para a


apresentação dos projetos é o 02. O segundo passo é o
cadastramento. preenchimento dos formulários
disponibilizados no site do
Ministério. Após o preenchimento e
impressão, o proponente deverá
03. O terceiro passo é o envio da juntar ao formulário impresso toda a
documentação relativa aos projetos documentação obrigatória contida
desportivos ou paradesportivos para o na legislação atinente ao assunto.
Ministério via correio.

31
Os Fundos para Infância e Adolescência
(FIA) são órgãos técnicos que em como
função normatizar, implantar e executar s
políticas de garantias de direitos das crianças
e adolescentes. Foi regulamentado pela l Lei
Federal 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA) e tem como objetivo
captar e aplicar recursos destinados a ações
de atendimento às crianças e ao adolescente.
A principal fonte destes fundos são
destinações do imposto de renda.

O Fundo para Infância e Adolescência é


um fundo público que tem por objetivo
financiar projetos que atuem na garantia da
promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente. Os recursos são
aplicados exclusivamente nesta área com
monitoramentos dos Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente, estando
atrelado ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente,


Lei Federal 8.069/90 define em seu art. 88
como uma das diretrizes da política de
atendimento a manutenção de fundos de
âmbitos nacional, estaduais e municipais
vinculados aos específicos conselhos dos
direitos da criança e adolescente.

O Fundo da Infância e Adolescência por sua vez foi instituído pela Lei Federal n o.
8242/1991 e tem por objetivo captar e aplicar recursos que deverão ser destinados a
ações de atendimento ás criança e adolescentes.

32
Art. 15. A aplicação dos recursos  Programas e projetos de
do Fundo dos Direitos da Criança e
pesquisa, de estudos, elaboração de
do Adolescente, deliberada pelo
Conselho de Direitos, deverá ser diagnósticos, sistemas de
destinada para o financiamento de informações, monitoramento e
ações governamentais e não- avaliação das políticas de promoção,
governamentais relativas a: proteção, defesa e atendimento dos
direitos da criança e do adolescente.
 Desenvolvimento de programas e
 Programas e projetos de
serviços complementares ou
inovadores, por tempo determinado, capacitação e formação profissional
não excedendo a 3 (três) anos, da continuada dos operadores do
política de promoção, proteção, Sistema de Garantia dos Direitos da
defesa e atendimento dos direitos da Criança e do Adolescente.
criança e do adolescente.  Desenvolvimento de programas e
projeto de comunicação, campanhas
 Acolhimento, sob forma de
educativas, publicações, divulgação
guarda, de criança e de adolescente,
órfão ou abandonado, na forma do das ações de promoção, proteção,
disposto no art. 227, § 3o, VI, CF/88, defesa e atendimento dos direitos da
e do art. 260, § 2o da Lei 8069/90, criança e do adolescente.
observadas as diretrizes do Plano  Ações de fortalecimento do
Nacional de Promoção, Proteção e Sistema de Garantia dos Direitos da
Defesa do Direito de Crianças e
Criança e do Adolescente, com
Adolescentes à Convivência Familiar
e Comunitária. ênfase na mobilização social e na
articulação para a defesa dos
direitos da criança e do adolescente.

Ao apresentar um projeto verifique se ele se encaixa em um dos propósitos acima


elencados, e se não contraria disposições previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente. Além disso, faça a leitura das normas do Fundo para o qual será
apresentado o projeto.

Como cadastrar projetos?

Cada Fundo seja ele Federal, Estadual ou Municipal apresentarão necessidade


diferenciadas para projetos encaminhados ao FIA.

Quem pode doar ao FIA?

Pessoas Físicas - somadas as destinações ao FIA, Cultura e Esporte, podem


deduzir até 6% do Imposto de Renda devido;

Pessoas Jurídicas (Lucro Real) – Podem deduzir até 1% do Imposto de Renda


devido;

33
O Estatuto idoso, instituído pela Lei no. 10,741, de 1º. de Outubro de 2003,
permite aos contribuintes, em seu art. 115, e, também em conformidade com a
Lei 12.213 de 20 de janeiro de 2010, deduzir do imposto devido, na declaração
do Imposto de Renda, o total de doações feitas ao Fundo Nacional do Idoso –
nacional, estaduais ou municipais – devidamente comprovadas, obedecidos os
limites estabelecidos na lei.

Para efeito de doação ao Fundo Nacional do Idoso, a legislação estabelece á


pessoa jurídica o limite máximo de 1% para dedução do Imposto de Renda
devido já somada à dedução relativa às doações efetuadas aos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente. No caso do contribuinte pessoa física, o
percentual máximo de doação é de 6%.

As informações que serão solicitadas para o projeto conceitual irão variar


dependendo do fundo e suas respectivas normativas. Por esses motivos,
elencamos as principais informações que comumente são necessárias para a
apresentação de um projeto.

Quem pode doar?

Pessoas Físicas: Somadas as doações ao FIA, Cultura e Esporte podem


deduzir até 6% do imposto devido;

Pessoas Jurídicas: Podem deduzir até 1% do Imposto devido.

34
O PRONAS/PCD tem a finalidade de
captar e canalizar recursos destinados
a estimular e desenvolver a prevenção
e a reabilitação da pessoa com
deficiência.
A prevenção e a reabilitação da pessoa
com deficiência compreendem
promoção, prevenção, diagnóstico
precoce, tratamento, reabilitação e
indicação e adaptação de órteses,
próteses e meios auxiliares de
locomoção, em todo o ciclo de vida.
PRONAS/PCD será implementado
mediante incentivo fiscal e ações de
serviços de reabilitação de pessoas
com deficiência desenvolvidos por
pessoas jurídicas de direito privado sem
fins lucrativos que se destinam ao
tratamento de deficiências físicas,
motoras, auditivas, visuais, mentais,
intelectuais, múltiplas e de autismo.

auditivas, visuais, mentais, intelectuais,


múltiplas e de autismo.

35
Quem Pode Ser Proponente?

Para fins do disposto no caput, a pessoa jurídica deve:


I. Ser certificada como entidade beneficente de assistência social que
tendam ao disposto na Lei 12.101/ 2009; ou
II. Atender aos requisitos de que trata a Lei 9.637 de 1998; ou
III. Constituir-se como OSCIP que atenda aos requisitos de que trata a Lei
9.790/99; ou
IV. Prestar atendimento direto e gratuito às pessoas com deficiência,
cadastradas no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde –
SCNES do ministério da Saúde.

Quais os Projetos que a minha entidade pode apresentar?

As ações e os serviços de reabilitação apoiados com as doações e os


patrocínios captados por meio do PRONAS//PCD compreendem:
Prestação de serviços médicos-assistenciais;
I. Formação, treinamento e aperfeiçoamento de recursos humanos em
todos os níveis; e
II. Realizações de pesquisas clinicas, epidemiológicas e experimentais;

Exemplos de Projetos:
I. Prestação de serviços médicos-assistenciais:
 Qualificação de serviços de saúde, por meio da adequação da
ambiência de estabelecimentos;
 Reabilitação/habilitação da pessoa com deficiência;
 Diagnóstico diferencial da pessoa com deficiência;
 Identificação e estimulação precoce;

36
II – Formação, treinamento e aperfeiçoamento de recursos
humanos em todos os níveis:
 Formação técnica e capacitação em ortopedia;
 Uso de tecnologia assistida no campo da
reabilitação/habilitação;
 Acolhimento, manejo e desenvolvimento de ações de cuidado
á saúde da pessoa com deficiência, no âmbito da atenção
básica, especializada, hospitalar e de urgência e emergência;
 Diagnóstico diferencial no campo de deficiência,
especialmente em doenças raras, deficiencia intlelectual e
transtornos do espectro do autismo;
 Utilização de tecnologia de órtese robotizada de mancha e
sua aplicação terapêutica em pacientes com lesão
neurológica.

III – Realização de pesquisas clínicas, epidemiológicas e


experimentais:
 Pesquisas clínicas e de inovação na reabilitação da
deficiência;
 Pesquisas epidemiológicas de deficiências;
 Pesquisas sócioantropológicas sobre a deficiência;
 Pesquisa sobre acessibilidade comunicacional;

37
1º. Passo para apresentar projetos

CREDENCIAMENTO

Os requerimentos de credenciamento no Programa Nacional de Apoio à


Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiencia (PRONAS/PCD) devem ser
apresentados no período de 1º. de junho a 31 de julho de cada ano. As
instituições que solicitarem o credenciamento neste período só poderão
apresentar projetos a partir do exercício fiscal subsequente.

APRESENTAÇÃO DE PROJETOS

A Entidade credenciada pode apresentar até 3 projetos por ano, por programa.
Esses projetos devem ser protocolados na Secretaria Executiva do Ministério
da Saúde no prazo de 45 dias,a partir da data da publicação do ato conjunto
(portaria interministerial) entre o Ministério da Saúde e Ministério da
Economia, que estabelece anualmente o valor global máximo destinado para
a dedução fiscal.

Para a apresentação de novos projetos as Instituições Credenciadas deverão


aguardar a publicação da Portaria Interministerial (MS/ME), bem como as
orientações do Ministério da Saúde.

QUEM PODE DOAR PARA O PRONAS/PCD?

Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas. As doações poderão assumir as


seguintes espécies de atos gratuitos:

I. Transferências de quantias em dinheiro;


II. Transferências de bens móveis e imóveis;
III. Comodato ou cessão de uso de bens, móveis ou equipamentos

38
IV. Realização de despesas em conservação, manutenção ou reparos nos
bens móveis, imóveis e equipamentos, inclusive os referidos n inciso III; e
V. Fornecimento de material de consumo, hospitalar ou clinico, de
medicamentos ou de produtos de alimentação.

As decisões de que trata este artigo:

I. Relativamente a pessoas físicas: 1%;


II. Relativamente a pessoas jurídicas: 1%;

Os Editais trazem oportunidades em aberto para Captação de


Recursos. Estes editais podem ter áreas, prazos, valores, entre
outros, bem diferenciados entre si. É de extrema importância
que você leia na íntegra e com muita atenção o Edital que voce
ou sua entidade pretendem participar, isto pode ser o primeiro
fator de sucesso na Captação de Recursos, visto que voce
estará a par de tudo que pode solicitar, de toda a documentação
que voce precisa providenciar.

Adiante relacionamos alguns sites para voce ascessar. Nestes


sites voce pode cadastrar o seu e-mail e receber informativos
sobre oportunidades, novidades e muito mais.

39
www.afp.org/
AFP – ASSOCIATON OF FUNDRAISING PROFESSIONAL

A ASSOCIAÇÃO DE FUNDRAISING PROFESSIONALS (AFP) representa mais


de 30.000 membros em 200 capítulos em todo o mundo, trabalhando para
promover a filantropia através da advocacia, pesquisa educação e programas de
certificação. A Associação promove o desenvolvimento e crescimento da
captação de recursos profissionais e promove elevados padrões éticos da
profissão de captador de recursos. A AFP considera que, para garantir a
liberdade humana e da criatividade social, as pessoas devem ter o direito de livre
e voluntariamente formar organizações para atender às necessidades percebidas,
defender causas e buscar recursos para apoiar estas atividades.

www.captação.org
/
ABCR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CAPTADORES DE RECURSOS

A Associação Brasileira de Captadores de Recursos é uma instituição sem


fons lucrativos criada em 1999, com a missão de promover, desenvolver e
regulamentar a atividade de captação de recursos, vista hoje como um dos
grandes desafios do Terceito Setor.

Entre suas principais metas, destacam-se a de trabalhar para assegurar a


credibilidade e a epresentatividade da profissão e a de apoiar organizações
sociais na importante tarefa de construir uma sociedade mais justa.

40
www.prosas.com.br

O Prosas é uma plataforma que facilita o acesso a


oportunidades de Captação de Recursos para o Setor
Social.

Acordos Multilaterais são firmados entre três ou mais países,


como por exemplo, contratos realizados entre blocos econômicos,
como por exemplo, Mercosul, União Européia ou NAFTA. No âmbito
do comercio internacional, é comum que estes acordos busquem
reduzir os impostos de importação, de forma recíproca, nas
transações realizadas entre países.

O objetivo é o fomento do comércio internacional, principalmente de


produtos em que existe uma demanda interna além do que os
produtores nacionais podem fornecer, ou quando não existe um
produto similar no país importador. Muitas vezes o multilateralismo,
que é um termo usado nas relações internacionais que se refere a
vários países trabalhando em conjunto sobre um determinado tema,
também abarca a captação de recursos, ou seja, as entidades dos
países pertencentes aos acordos podem se beneficiar de Editais e
oportunidades de Captação de recursos, seja por meio de Projetos,
Bolsas, Viagens, entre outras.

As trocas também podem ter lugar entre dois parceiros (Agentes


Bilaterais) visando à reciprocidade entre ambas as partes.

41
Exemplos de Agentes Bilaterais:

 Alemanha, Japão, Itália, França, Estados Unidos, entre outros.

Exemplos de Agentes Multilaterais:

 CEPAL, BID, UNICEF, HABITAT, OEA, OEI, PNUD, USAID,


entre muitas outras.

Crowfouding nada mais é que financiamento coletivo, que


consiste na obtenção de capital para iniciativas de interesse
coletivo através de múltiplas fontes de financiamento, em geral
pessoas físicas interessadas na iniciativa. O termo é muitas vezes
usado para descrever especificamente ações na internet com o
objetivo de arrecadar dinheiro para diversas iniciativas, pequenos
negócios, iniciativas de software livre, filantropia e ajuda a regiões
atingidas por desastres, entre outros.

ALGUNS EXEMPLOS DE PLATAFORMAS:

www.kikante.com.br

http://www.catarse.me/pt

42
A organização que recebe o
recurso financeiro precisa ter
personalidade jurídica, e é
chamada de proponente ou
convenente. O proponente cria
uma proposta que é a
formulação da intenção deste
de firmar um convênio com o
órgão da Administração Pública
Federal.

A proposta (projeto) deve conter


um objetivo e uma justificativa,
além de outras informações, e
deve indicar qual programa de
É o Sistema aberto à consulta governo ela está
pública, disponível na internet e que implementando.
tem por objetivo permitir a
realização dos atos e O órgão da Administração
procedimentos relativos à Pública Federal, também
formalização, execução, chamado de concedente, pode
acompanhamento, prestação de aceitar a proposta, que a partir
contas e informações acerca de desse momento passa a ser
tomadas de contas especiais dos chamado de convênio.
convênios, contratos de repasse e
termos de parceria celebrados pela Um convênio tem um período
União. de vigência. Durante a
execução do convenio, o
Para o SICONV, um convênio ou convenente deve prestar contas
contrato de repasse é o do gasto dos repasses, e o
instrumento que formaliza concedente deve qualificar a
transferências voluntárias entre execução através dos
um órgão da Administração pareceres.
Pública Federal e Estados,
Municípios, Distrito Federal e
entidades privadas sem fins
lucrativos.

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Legislação relacionada ao tema
 Dec. 6.170/2007; Dec. 8.180/2013; Port. Interministerial
507/2011; Port. Interministeriais 274/2013 e 495/2013; Dec.
7641/2011; Dec.7594/2011; Dec.7592/2011 e Dec.7568/2011;
Port. Interministerial 424/206; Dec. 8943/2016; valor global
máximo destinado para a dedução fiscal

Transferências Voluntárias

 Convênios

São instrumentos disciplinadores da transferência de recursos


públicos, que tem por objeto a execução indireta de programas
do governo federal ou de programas por este aprovado e que
tem como partes integrantes, de um lado, a União,
representada por um dos seus órgãos e, de outro, os órgãos ou
instituições dos governos estaduais, municipais ou do Distrito
Federal, sempre com interesse recíproco, em regime de mútua
cooperação.

 Contrato de Repasse

Instrumento por meio do qual a transferência voluntária dos


recursos financeiros é realizada por instituição financeira
pública federal, que atua como mandatária da união.

 Termo de Parceria

É um instrumento jurídico para a realização de parcerias


unicamente entre poder publico e as Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, (OSCIP) para fomento e
execução de Projetos.

 Termo de Colaboração

Instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias


estabelecidas pela Administração Pública com organizações da
sociedade civil, selecionadas por meio de chamamento público,
para a consecução de finalidades de interesse público
propostas pela Administração Pública.

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 Termo de Fomento
Instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela Administração Pública com organizações da
sociedade civil, selecionadas por meio de chamamento público,
para a consecução de finalidades de interesse público propostas
pelas próprias organizações da sociedade civil.

Finalidades:

 Divulgação dos Programas em um único local;


 Centralização das linhas de transferências;
 Cadastro unificado de convenentes;
 Envio eletrônico de propostas e plano de trabalho;
 Recursos transferido e a transferir;
 Status do cronograma de execução;
 Receita Federal; SIAFI; Diário Oficial da União; Bancos
Oficiais;

Diretrizes:

 Ênfase na transparência à sociedade;


 Redução do custo operacional;
 Automação do ciclo de vida das transferências;
 Facilidade para fiscalização e controle;
 Simplificação/agilização de procedimentos;
 Suporte à padronização;
 Interpolaridade com os demais sistemas Estruturadores;

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O Deputado ou Senador inseriu verba para o município ou Instituição no
Orçamento Geral da União - OGU. E agora?? Para receber os recursos, a
Instituição deverá apenas elaborar o Plano de Trabalho (projeto), apresentá-
lo ao órgão federal e inserir a Proposta de Trabalho no SICONV, ou em outro
sistema dos fornecidos pelos Ministérios.

É importante lembrar que:

 Não há garantia do recebimento dos recursos (contingenciamento);


 Liberação conforme disponibilidade financeira do Poder Executivo;
 As instituições são contatadas para que apresentem os documentos;

Como Funciona o processo de recebimento de emendas Parlamentares?

O processo de Emendas Parlamentares funciona da seguinte forma: Cada


parlamentar possui recursos para incluir em Emendas Parlamentares ao Orçamento
Geral da União. Estes recursos podem ser de qualquer um dos Ministérios, o valor,
o total que este Deputado tem naquele recurso especifico. A partir desta validação é
que o Deputado irá decidir onde é que vai aplicar, respeitando estes critérios. O
passo seguinte é ele indicar para o Ministério as Instituições, prefeituras, etc., que
irão receber o recurso. Cada Ministério entra em contato com a instituição que irá
receber, onde esta deve indicar, por meio de Oficio, o nome e o CPF do profissional
de sua instituição que irá responder todas por todas as questões relacionadas às
emendas. O próximo passo é seguir as regras de cada Ministério, que poder ser
um Sistema próprio, ou pode utilizar o SICONV. Daqui para a frente não há como
prever as regras, quase sempre cada Ministério atua segundo as suas regras
próprias.

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Preparamos adiante alguns sites e oportunidades para
captar recursos:

 INSTITUTO DE FUNDAÇÕES E EMPRESAS – O GIFE


é uma organização sem fins lucrativos que reúne associados de
origem empresarial, familiar, independente ou comunitária, que
investem em projetos de finalidade pública. Nascido como um grupo
informal em 1989, foi instituído como Instituto de Fundações
Empresas em 1995 por 25 organizações. Desde então tornou-se
uma referencia no Brasil sobre investimento social privado e vem
contribuindo para o desenvolvimento de organizações similares
organizações similares em outros países.
A base de associados saltos de 25 que deram origem ao
GIFE, em 1995 para 130 em 2014. Segundo o ultimo SENSO GIFE
(2011-2012) os associados investiram cerca de R$ 2,2 bilhões por
ano em projetos sociais, culturais e ambientais feitos de forma
planejada, monitorada e sistematizada.
O montante destinado pelos associados corresponde a 20%
do que o setor privado destina à área social – cerca de R$ 5,7
bilhões, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada – IPEA. www.gife.org.br

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Alguns Exemplos:

 3M do Brasil  Fundação Avina


 ACI Brasil  Fundação Ford
 Bovespa  Fundação lochpe
 Braskem  Fundação Avon

 Carrefour  Instituto Vale

 Citigroup  Instituto Oi Futuro


 IBM Brasil  Instituto Vivo
 Votorantin  Fundação Alphaville

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Bibliografia

CAMPOS, João Boco. Metodologias Participativas & Captação de Recursos. Campo


Grande: Alvorada, 2009
ABONG. ONGs no Brasil: perfil e catálogo das associadas à ABONG. São Paulo, 2002.
ABONG E PAD – Série Desenvolvimento Institucional. Manual de Fundos Públicos
AZEVEDO, Tasso Rezende. Buscando recursos para seus projetos. Texto Novo1998.
BAYLEY, Ted D.; The Fund Raiser’s Guide to Successful Campaigns; (O Guia para o
Captador de Fundos sobre Campanhas bem-sucedidas). McGraw-Hill, USA, 1988.
CRUZ, Célia M. e ESTRAVIZ, Marcelo; Captação de diferentes recursos para
organizações sem fins lucrativos. São Paulo: Global, 2000.
DRUCKER, Peter F.; Gerenciando Organizações Sem Fins Lucrativos: Princípios e
Práticas; Harper Collins Publishers, New York, 1990.
DRUCKER, Peter. Administração de Organizações sem fins lucrativos - Princípios e
Práticas. Editora Pioneira
FALCONER, Andres Pablo e VILELA, Roberto. Recursos privados para fins públicos. As
grantmakers brasileiras. São Paulo: GIFE e Institutos Synergos/Peirópolis, 2001.
FERNANDES, Rubem Cesar. Privado porém Público - O Terceiro Setor na América
Latina. Editora Civicus.
GIFE. Investimento social privado no Brasil – perfil e catálogo dos associados GIFE
LANDIM, Leilah e BERES, Neide. As organizações sem fins lucrativos no Brasil:
ocupações, despesas e recursos. Nau editora, 1999
LANDIM, Leilah e SCALON, Maria Celi. Doações e trabalho voluntário no Brasil. Rio de
Janeiro: 7Letras, 2000.
Série sobre Conselhos de Entidades Não Lucrativas. National Center for Nonprofit
Boards/ Instituto Fonte (http://www.fonte.org.br).
MUYLAERT, Roberto. Marketing Cultural & Comunicação Dirigida. Editora Globo, 1994.
NORIEGA, Maria Elena e Murray, Milton. Apoio Financeiro: Como Conseguir. Editora
Texto Novo.
SZAZI, Eduardo. Terceiro Setor. Regulação no Brasil. GIFE e Editora Fundação
Peirópolis, 2001.

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