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APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS: QUAL É O PROBLEMA

Cursista: Lucas Palacios da Silva


20 de maio de 2022

Disciplinas conectoras:
Grupo A: Design Thinking para educadores: práticas e soluções para o cotidiano escolar
Grupo B: Sala de Aula Invertida: por que e como trabalhar a inversão
Maleta do Professor: Registros não lineares: infográficos, mapas mentais e cadernos de processos do
professor

1. Olhares sobre o contexto


O projeto foi pensado e construído a partir do ensino fundamental anos finais, mais especificamente 8º e
9º anos, numa escola da periferia de Mogi das Cruzes, distrito de Jundiapeba, num contexto pós-pandemia.
É importante salientar que, nesse contexto, os alunos voltaram para a escola mais agressivos e
desrespeitosos com seus colegas e funcionários. Ainda sim, alguns deles percebem e reclamam dessa falta
de respeito misturado à LGBTfobia, entre outras problemáticas como falta de foco, falta de higiene/limpeza
dos ambientes e a falta de sal e açúcar nos alimentos.
Com tais problemáticas, o presente trabalho propõe-se a investigar o conceito Respeito e LGBTfobia como
projeto específico da área de linguagens. A ideia é que os alunos concebam a investigação como uma forma
de entender os acontecimentos atuais, intervir sobre eles, gerar conscientização sobre corpos e vivências
LGBTQIA+ e engajar o restante da escola a repensar suas atitudes. Para isso, teremos, de início, uma turma
com aproximadamente 36 alunos, sendo organizados em grupos menores conforme a complexidade de
cada etapa.

2. Propósitos pedagógicos
Para este trabalho, destacamos conhecimentos de leitura, produção de textos multimodais e cidadania,
dentre eles a seleção de informações em diversos textos, a inferência de sentidos, o respeito e o
pensamento criativo e crítico. Além disso, em uma conversa prévia com os alunos sobre as ocorrências da
LGBTfobia na escola, percebemos a importância de se discutir o que é LGBTfobia, opinião e discurso de
ódio, encontrar as redes de apoio na cidade, entrevistar os colegas e pessoas que já sofreram com o
preconceito e conversar com os familiares sobre o que pensam a respeito do tema.
Por fim, destacamos as habilidades essenciais do Currículo Paulista, de 2022:
EF69LP07B - Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto de
produção e circulação.
EF69LP30 - Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes
fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências,
complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais,
compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
EF89LP33B - Compreender textos de gêneros variados, selecionando estratégias de leitura
adequadas a diferentes objetivos.
EF08LP04B - Utilizar, ao produzir diferentes gêneros textuais, conhecimentos linguísticos e
gramaticais.
EF09LP03B - Assumir posição diante de tema polêmico.

EF09AR01 - Pesquisar, apreciar e analisar fotografia, grafite, escultura, intervenção e outras


modalidades da arte pública contemporânea em obras de artistas brasileiros e estrangeiros e em
diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos
e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o
repertório imagético.
EF09AR06 - Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses
artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e
recursos convencionais, alternativos e digitais.

EF09LI02 - Compilar as ideias-chave de textos por meio de tomada de notas.

Vale destacar que essas habilidades darão suporte aos estudos dos temas transversais “sexualidade e
gênero” dispostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) como obrigatórios a partir do 6º ano do
ensino fundamental seguindo uma linguagem adequada à cada ano.
Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular
em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a
abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana
em escala global, regional e local, bem como na esfera individual. Temas como
saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das
crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional
de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação
fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o
desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada
do currículo. (MINISTÉRIO…, 2010, p. 2013)
3. Objetivos específicos
- Identificar o que é LGBTfobia, como ela funciona e as formas em que se consolida em diversas
linguagens (verbal, visual e mista);
- Explicar como o preconceito se espalha na escola, como todas as pessoas são afetadas por ele e
formas de combatê-lo;
- Esboçar soluções de intervenção, apropriando-se, principalmente, das diversas linguagens que
costumam propagar a LGBTfobia;
- Investigar resultados e eficácia de intervenções conforme cada contexto de aplicação das soluções
e respostas dos atingidos por tais soluções propostas pela turma.
- Julgar as diversas propostas de intervenção junto ao uso e a adequação das linguagens utilizadas
com respeito e criticamente, reconsiderando e ajustando suas próprias ideias para o
funcionamento do projeto.
- Construir apresentações e materiais para a divulgação e o incentivo da aplicação do projeto em
outras áreas do conhecimento e outros lugares.

4. Etapas do projeto
O projeto utilizará uma estrutura de seis etapas, sendo elas: mobilização, iniciativa, planejamento,
execução, culminância e avaliação.
Então, os encontros acontecerão da seguinte forma:

Mobilização Aula 1 (1h30)


Nesta aula, precisaremos:
- Evidenciar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema;
- Identificar o que é necessário pesquisar para aprofundar o tema;
- Definir desafios possíveis para o projeto.

Primeiro, explique os objetivos do projeto e o que será feito nesta aula. Enfatize a
importância desta etapa para o desenvolvimento do projeto. Depois, produza um mural
físico ou virtual, divida a sala em grupos de quatro a cinco alunos e entregue post-its.
Peça para cada grupo colocar nos post-its as informações sobre o que sabe sobre o
tema e colar no mural.
Para ajudar nesta etapa, o professor pode expor perguntas de direcionamento como:
- O que vocês acham que é LGBTfobia?
- Vocês já viram acontecer?
- O que fizeram no momento que viram o preconceito acontecendo?
- Como as pessoas se sentem com tais atitudes?
- Quais são as formas de punição da lei?
- O que vocês conhecem sobre o assunto?
- Por que o preconceito existe?
- Como é no seu bairro e na sua rua?

Separe em torno de cinco minutos para os alunos lerem as informações colocadas pelos
outros grupos.
A partir da compreensão dos conhecimentos da turma sobre o tema, começaremos um
período de configurar essas informações em desafios. Assim, peça que os alunos
escrevam no caderno seus "Sonhos / Coisas que eu gostaria que existissem" e
"Pesadelos / coisas que podiam ser melhores". Feito isso, eles se unirão novamente
com seus grupos, discutirão o que escreveram no caderno e preencherão a folha do
Anexo A com os sonhos e pesadelos de cada um. Depois, peça que definam desafios de
"Como podemos [sonho] apesar dos/minimizando os [entraves]?", a fim de transformar
os problemas em oportunidades. Professor, direcione as produções e vá fazendo
provocações para os alunos expandirem as ideias.
Faça uma roda de conversa para discutir o que fizeram até o momento e o que esperam
alcançar. Defina, junto com os estudantes, se escolherão um desafio para a turma toda
ou um por grupo e deixe-os selecionar qual desses desafios mais os empolgam e qual o
melhor para o projeto.
Para finalizar a aula, peça que eles exponham os desafios escolhidos e faça uma prévia
do que acontecerá na próxima aula:
- Definir os objetivos do projeto;
- Construir um cronograma;
- Fazer pesquisas;
- Descobrir formas de organizar as ideias;
- Construirão cadernos e planners (os alunos podem trazer alguns materiais para
a produção. Por isso, mostre alguns exemplos).

Aula 2 (1h30)
Nesta aula, desenvolveremos o plano do projeto para organizar nosso trabalho. Comece
conversando com os alunos sobre o que fizeram na aula anterior e o que farão a seguir.
Proponha que construam um caderno de planejamento para o registro e
acompanhamento de tarefas e de cada etapa. Eles poderão utilizar um caderno pronto
e organizar o visual ou construir um caderno manual. Separe alguns materiais para
ajudar.
- folhas sulfite e de fichário;
- papel cartão;
- papeis coloridos e/ou com ilustrações;
- canetinhas;
- cola;
- tesoura;
- linhas e fios mais grossos;
- grampeador;
- adesivos;
Exemplos de como montar os cadernos:
- https://youtu.be/SiTAiCa_npU
- https://youtu.be/sY6Kf1I46Ts
- https://youtu.be/6U3uS5U6mvc
Cadernos produzidos, proponha que revisitem o(s) desafio(s) e faça uma chuva de ideias
a partir da pergunta "O que precisamos pesquisar para nos aprofundar no tema e como
pesquisaremos?". Com as ideias levantadas, organize acrescentando pontos
importantes da pesquisa desk que possam ajudar os alunos. Exemplo:
- buscar informações em: revistas especializadas, sites confiáveis;
- levantar tendências, notícias, livros, possíveis soluções, artigos;
- entrevistas.
Depois, cada grupo preencherá no planner os seguintes pontos (Anexo B):
- Objetivos (o que desejo alcançar com o projeto e o que produzirei?);
- Indicadores de sucesso (quais medidas e indicadores vão me ajudar a saber se
as ideias foram bem sucedidas?);
- Limitações;
- Resumo, mapa mental, infográfico, etc;
- Cronograma - metas;
- Checklist (O que vamos precisar?).
Além disso, apresente a estratégia dos cartões de insight (Anexo C) a fim de direcioná-
los a registrar todas as ideias que tiverem no percurso. Mostre que, neste momento,
não existem ideias boas ou ruins. Por isso, devem registrar todas que aparecerem a
eles.
Para a casa, desafie-os, a partir das pesquisas que fizerem, a construir mapas mentais
e/ou um jogo simples como o "Super Trunfo". A ideia é que as cartas tragam uma
imagem e uma síntese dos conceitos e, ao mesmo tempo, seja uma forma mais leve de
revisitar e compartilhar os estudos. Apresente alguns modelos para instigá-los e defina
quais serão os critérios para a produção das cartas e da pontuação para o jogo.
Exemplos de cartas e critérios:
Desafios e materiais de apoio para o estudo em casa:
- https://maespeladiversidade.org.br/
- https://forummogianolgbt.blogspot.com/
- https://youtu.be/CBkOmkKbflM
- https://youtu.be/QCAW9sGxNhU
- https://www.sobreotatame.com/cinco-iniciativas-e-projetos-com-atividades-
para-travestis-e-transexuais/
- https://www.politize.com.br/lgbtfobia-brasil-fatos-numeros-polemicas/
- https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/lgbtfobia-e-os-desafios-da-
populacao-lgbtqiap/
Finalize dizendo que a próxima aula começará com o jogo.

Iniciativa Aula 3 (1h30)


Comece a aula recolhendo as cartas. Embaralhe-as, divida a turma em grupos (una
pessoas que trabalharam em grupos diferentes na aula anterior) e distribua-as. Deixe
um tempo para jogarem. Em seguida, faça uma discussão sobre o que
estudaram/produziram em casa, como foi jogar e como essas informações interferem
nos nossos desafios.
Ideias de perguntas :
- Como foi o jogo?
- O que aprenderam ao fazê-lo?
- O que descobriram que não sabiam?
- Como essas informações ajudam em cada desafio?
- O que acham que ainda está sem entender?
- O que elas mudam na nossa visão em relação aos desafios?
- Como elas podem mudar nossa realidade?
- O que foi mais interessante que descobriram?
- Como foi produzir o jogo e simplificar o que estudou?
Explique sobre a importância de conhecer o público-alvo do projeto, como eles pensam,
como se comportam, como falam, o que acreditam, etc. Questione:
- Quem é a "pessoa" mais impactada ou importante para o desafio?
- Para quem o desafio traz benefícios?
Em seguida, definam perguntas para entrevistas com esse público e outras formas de
conhecê-lo.
Exemplos de perguntas:
- Quais redes sociais mais utiliza?
- O que você mais gosta e menos gosta na escola?
- O que você acha do preconceito de alguns colegas? Por quê?
- O que mais gosta e o que menos gosta de fazer no dia a dia?
- O que costuma fazer fora da escola?
- Como você diria ser sua personalidade?
- Quais são seus medos na vida?
- Que objetivos tem para a vida?
- Qual orientação afetivo-sexual você se identifica?
- Qual pronome podemos utilizar para se referir a você?
- Idade?
Desafie-os a, durante o intervalo, buscar as respostas para na próxima aula construírem
a persona.

Aula 4 (1h30)
Nesta etapa, construiremos uma persona (Anexo D) do público que queremos alcançar
com nosso projeto. Explique que essa estratégia pode ajudar a nos aproximarmos do
nosso público e direcionarmos as soluções de forma empática. É importante que essa
persona contenha algumas informações específicas como:
- O que pensa e sente?;
- O que vê?;
- O que escuta?;
- O que fala e faz?;
- Dores (medos, frustrações, obstáculos);
- Ganhos (desejos, necessidades, obstáculos);
- Habilidades e dificuldades;
- Personalidade.
Logo depois, proponha que façam a análise SWOT (Anexo E). Explique que, após
compreender as características específicas do público, veremos a relação dele com o
ambiente. Assim, dividiremos uma cartolina em duas sessões (ambiente interno e
externo) e estas em quatro partes (forças, fraquezas, oportunidades, ameaças). Utilizem
post-its para preencherem e cruzarem os dados.

Análise interna

Forças Fraquezas
Quais são as atividades Tenho uma mão-de-obra
melhor realizadas? capacitada?
Quais são os melhores Existem lacunas nas
recursos? formações/aulas?
Qual é a sua maior Por que as opiniões
vantagem competitiva? contrárias (concorrência)
Qual é o nível de são escolhidas?
engajamento dos Por que não tenho um
clientes/público? bom engajamento entre as
Quais atividades mais pessoas envolvidas?
surtem efeito?
Quais atividades mais
engajam?

Análise Oportunidades FoO FrO


externa
Ameaças FoA FrA
Fonte: https://blog.contaazul.com/analise-swot
Permita que discutam, pesquisem, revejam o que já fizeram e, então, preencham a
tabela cruzando os dados externos e internos.
No final, faça uma discussão para que eles compartilhem o que conseguiram preencher
e incorporem novas informações nessa troca. Explique que, na próxima aula, começarão
a construir ideias para solucionar os desafios. Peça para que tragam os insights e não
esqueçam o caderno do projeto.

Planejamento Aula 5 (1h30)


Chegou o momento dos insights se transformarem em Ideias e, essas ideias, tomarem
uma forma aplicável. Antes, explique que existem algumas regras para esse momento,
sendo elas:
- Não faça críticas, nem julgamentos;
- Crie o máximo de ideias possíveis;
- Não se preocupe em selecionar nenhuma ideia agora;
- Ideias malucas, ousadas e/ou ambiciosas são bem-vindas;
- Mantenha-se no foco;
- Construa sobre as ideias dos outros;
- Quanto mais ideias, melhor.
Explique que faremos uma atividade em duas etapas. A primeira será um brainstorm e a
segunda, misturaremos os grupos para comentarem e contribuírem com as ideias de
cada desafio. Assim, reúnam-se com seus grupos e, baseados em tudo o que estudaram,
comecem a anotar todas as ideias que tiverem. Aproveitem os insights que tiveram nos
processos de pesquisa. Professor, delimite um tempo para a atividade (entre 10 e 15
minutos) conforme o perfil da turma.
Depois, peça para que um aluno de cada grupo apresente as ideias para um outro
grupo. Deixe que eles comentem, acrescentem informações, modifiquem. Faça esse
movimento mais duas vezes e volte aos grupos primários.

É hora de avaliar as melhores soluções para o projeto. Para isso, entregue uma matriz
de posicionamento (Anexo F) para cada grupo. Explique que os critérios norteadores
são os objetivos, os indicadores de sucesso e as limitações discutidas no início das aulas.
Na base da tabela, encontra-se um espaço para preenchimento das pessoas que serão
transformadas pelas soluções propostas.
Peça para que comparem os resultados e selecionem a ideia que preenche todos os
critérios e atinja o maior número de pessoas. Pode ocorrer de ainda existirem mais de
uma única solução e isso ficará a critério do grupo escolher a que melhor atende o
projeto e que gostarão de executar.
Professor, explique brevemente o que são protótipos e quais tipos existem . Cada grupo
escolherá a forma que mais se encaixa às suas soluções e fará uma lista de materiais
para trazer na aula que vem.

Protótipo de papel Encenação Criação de modelos


https://encrypted-
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?
https:// tbn0.gstatic.com/images?
q=tbn:ANd9GcRuCQTili_Uc
images.app.goo.gl/ q=tbn:ANd9GcTx7FmVxcyg
n7m296TXfmcZ3eMpyR57
8DAgp12v9JRjvn2c7 y60Iq0mFSfnGucDbFqgGtK
zq8Cw&usqp=CAU
ii5g&usqp=CAU

Protótipo digital Storyboard

https://
brasil.uxdesign.cc/o-uso-
dos-storyboards-
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?
q=tbn:ANd9GcRyo6f105JE
oVuYpZcMiFvSBFwQ1UlM
AI6qEA&usqp=CAU
Link da explicação sobre protótipos: https://www.provalore.com.br/as-25-tecnicas-e-
ferramentas-utilizadas-pelo-design-thinking/
https://fit-tecnologia.com.br/prototipos/
Exemplos:
- Papel sulfite;
- Papelão;
- Papéis coloridos;
- Canetinhas;
- Computador;
- Materiais específicos de cada protótipo escolhido.

Aula 6 (1h30)
Começaremos a aula apropriando-se das nossas ideias. Por isso, entregue uma página
de descrição (Anexo G) para cada grupo preencher. Junto à descrição, é importante
planejarmos o percurso. Peça que revisem e preencham no planner a partir das
seguintes perguntas:
- Em quanto tempo será implementado o projeto?
- Quando o projeto vai acabar?
- Como vamos observar a evolução do projeto?
- Como vamos registrar as evidências do projeto e em quais momentos?
- Quais serão as ações, quem serão os responsáveis por elas e quando cada uma
precisa começar e terminar?
- Quais recursos usaremos e quando precisarão ser repostos?
- Quando e como apresentaremos as soluções e os resultados para a
comunidade? (Culminância)
- Quais recursos precisamos para a culminância?
- Quais problemas podem ocorrer durante o percurso e como podemos
solucioná-los?
- Quem pode nos ajudar na aplicação do projeto e como conquistar essas
parcerias?
- Quais espaços vamos precisar e como vamos arrumá-los?
Logo após essa discussão, é hora de começar a preparar os protótipos. Separem os
materiais, organizem-se, produzam e se preparem. O professor passará de mesa em
mesa ajudando, direcionando o trabalho, gerando conexões entre os grupos, propondo
que testem com os colegas durante a produção. Com os protótipos prontos, separe um
momento para que os alunos testem entre eles de forma completa, filmem, fotografem
e reajustam o que for necessário.
No fim, precisamos ajustar o planejamento conforme os resultados obtidos nos testes
do protótipo. Peça que revisem o planner e o que tinham projetado ajustando conforme
os dados que adquiriram nos testes dos protótipos. Ande pelos alunos, direcione-os e
converse. Explique que na próxima aula os grupos prepararão uma apresentação de
todos os resultados e planos para defender frente a equipe gestora e docente. O
objetivo é conseguir parcerias e mais recursos para o projeto. Finalmente, desafie-os a
testarem os protótipos com outros colegas, se possível, e registrarem as reações.

Aula 7 (1h30)
Com todos os resultados em mãos, a primeira etapa é de produzir a apresentação.
Assim, disponibilize os computadores e explique que as apresentações deverão ser
feitas pensando no tempo máximo de dez minutos para cada grupo. Direcione-os nas
informações que devem selecionar e como organizar visualmente o que vão apresentar.
A próxima etapa é a própria apresentação previamente combinada pelo professor com
a equipe gestora. Deixe que os gestores comentem os trabalhos, façam suas sugestões,
conversem e peça que os alunos registrem cada sugestão para avaliarmos
posteriormente.
Apresentações finalizadas, converse com os alunos sobre o que acharam, o que
aprenderam, como se sentiram e o que podem ajustar nos planejamentos. Explique que
agora que finalizamos o processo de planejar, é hora de executar. A execução
dependerá de cada solução, então deixe os últimos minutos para se arrumarem e
organizarem a produção do produto final. A aula seguinte discutirão como está indo a
aplicação, porém é importante que o professor vá acompanhando diariamente e
informalmente as produções.

Execução Aula 8 (45 minutos)


A aula servirá para observar, avaliar o processo e discutir novos caminhos. Assim, faça
uma roda de conversa e peça para os alunos exporem o que têm observado, fizeram e
anotaram no planner.
Questões problematizadoras:
- Quais fragilidades observaram na aplicação do trabalho?
- Os critérios para aferir o sucesso estão conseguindo avaliar?
- Segundo esses critérios, quais pontos estão funcionando ou não?
- O que acabou saindo do que foi planejado e como ajustar esse planejamento?
- Quais outras etapas precisam ser ajustadas? Como?
- Como estão os recursos?
- Como o pública está recebendo o projeto de vocês?
No final, peça para revisitarem o planejamento e ajustarem-no a partir do que
discutiram, pensando em como podem melhorar.

Aula 9 (1h30)
Nesta etapa, é importante apresentarmos nossas observações e nossos resultados para
a comunidade. Assim, tire este momento para preparar as apresentações e definir como
serão compartilhadas no dia da culminância. Disponha de computadores com internet e
materiais de papelaria diversos.
Feito isso, converse com os alunos sobre como podem organizar a culminância. Pontue
os seguintes tópicos para nortearem a conversa e o planejamento.
- Espaço e exposições;
- Circulação de pessoas;
- Início, meio e fim do evento;
- Recursos necessários;
- Avaliação das apresentações;
- Tecnologia;
- Soluções para problemas que podemos prever;
- Responsáveis por cada parte (materiais, limpeza, arrumação, recepção dos
convidados, direcionamento da dinâmica de pessoas, etc).
Combine os horários para chegar e quem ficará responsável por cada parte (pegar os
materiais, organização da exibição, tempos e horários, montagem das apresentações,
devolver os materiais, ajudar durante o evento, registros fotográficos e audiovisuais,
limpeza, etc).

Culminância 1 Dia
Este é o dia de apresentação dos resultados. É importante que os professores e os
alunos cheguem cedo para arrumar o espaço que vai acontecer a culminância e expor
seus trabalhos como acordado no planejamento e na execução.
Não esqueça de registrar de várias formas cada momento. Podemos separar alguns
alunos para ajudarem nesses registros.

Avaliação Aula 10 (45 minutos)


Para finalizar o projeto, precisamos fazer nossas análises e avaliações de todo o
processo que vivenciamos. Por isso, finalize parabenizando cada grupo pelo trabalho
feito. Peça que pontuem o que foi bom e o que precisa melhorar para um próximo
projeto. Utilize as seguintes questões para nortear a conversa:
- Quais objetivos foram alcançados
- Quanto você cresce?
- Quanto você aprendeu?
- O que foi feito (qual mudança aconteceu)
- Avaliação de resultados: o que foi conquistado
- O que pode melhorar
- Impacto que causou
- Avaliação do time
- Como o que aprendi vai além do projeto?
- O que mais me chamou a atenção?
- O que eu aprendi?
Por fim, a última parte do planner será usada para registrar nossas respostas sobre a
discussão anterior e manter nossa trajetória sempre viva na nossa memória. Finalize
dando a visão do professor, pontuando o que foi positivo e evidenciando como
cresceram.

5. Contexto metodológico híbrido


Para dar suporte às aprendizagens, utilizaremos as seguintes metodologias:
Design Thinking: utilizada para configurar o problema, transformá-lo em desafio e direcionar o
desenvolvimento de ideias para tais desafios, além de gerar determinada autonomia nas ações dos
estudante e um olhar mais empático e humano. A ideia foi trazer algumas estratégias específicas do design
thinking, fazer com que tivéssemos períodos de divergência e convergência como suporte do período de
mobilização e iniciativa. Migramos ao projeto o mapa da empatia, os cartões de insight, diversas outras
análises e comparações.

Sala de Aula Invertida: utilizada a fim de trazer mais dinamicidade e o observar os contextos socioculturais
da comunidade. A metodologia permitiu a simplificação dos desafios a partir de registros não lineares, o
pensar em rede (nas conexões entre os pares), o professor instigar a pesquisa e a observação para a prática
presencial, o pensamento criativo e favoreceu a apresentação dos projetos para a comunidade. A ideia foi
trazer em alguns momentos a estimulação, exploração, conexão, socialização e formalização, os registros
não lineares como mapas mentais, infográficos, anotações, etc. Além disso, foi importante pensar na
formalização como um momento de pensar em que outros momentos podemos aplicar o que estamos
fazendo. Trouxe também uma visão do professor mediador e curador, já que o professor passar a ter o
papel de direcionar o aluno até a resposta do que precisa, selecionar materiais que contribuam para o
aluno iniciar as pesquisas e ir além e incomodar o aluno com questionamentos e problemáticas que
produzam o pensar, o sair da zona de conforto.

Storytelling: permitiu conhecermos as histórias de cada pessoa, suas lutas e trajetória. Trouxe a
compreensão do pensamento preconceituoso e como se estabelece emocionalmente na nossa
comunidade. Além disso, criou uma conexão empática, uma nova forma de olhar para a comunidade
LGBTQIA+ e para as pessoas que sofrem bullying no geral, gerando respeito. Podemos entrar o storytelling
nas produções de entrevistas para conhecer o público-alvo e conhecer melhor que sofre com o
preconceito, na produção de histórias que ajudem a visualizar os desafios de forma mais simplificadas e na
produção de espaços de escuta.
Gamificação: neste projeto, especificamente, trouxe elementos para a simplificação nos registros das
pesquisas e proporcionou espaços de diversão, escuta e conversa. Vemos isso acontecer na produção de
um jogo de cartas usado para os alunos sintetizarem suas pesquisas e avaliarem as informações. Além
disso, na construção de um espaço de escuta criado pelo momento do jogo. Traz também a ideia de
feedback constante não só feito pelo professor, mas também pelos próprios colegas de projeto, a
cooperação e a produção de metas.

6. Mediação dos professores


Primeiramente, é preciso se colocar disposto ao desafio. Propor um trabalho com autonomia dos alunos
requer tempo e direcionamento. Assim, o professor precisa, de início, mostrar como o aluno pode
organizar os materiais, o tempo, os espaços, as pesquisas. A ideia é mostrar possibilidades e permitir que o
aluno vá além do proposto pelo professor. Vale ressaltar que o professor estará sempre em movimento
para observar, problematizar, entregar e gerar feedbacks constantes e preparar o ambiente.
É importante que o professor busque e produza materiais sobre os conteúdos para auxiliar a pesquisa dos
alunos; produza junto com eles cada discussão e texto; tome uma postura de questionador fazendo
perguntas problematizadoras quando os alunos apresentarem as ideias; estimule os alunos antes de
começarem uma nova etapa, fazendo conexões com as etapas e trabalhos anteriores; proponha espaços de
escuta ativa e empática; tome uma postura de mediação e não de solução de conflitos, o professor
direciona, mas quem traz as soluções são os alunos; e facilite diálogos entre os alunos, a gestão e a
comunidade escolar.
Sendo um projeto da área de linguagens, teremos os professores de artes, português, inglês e educação
física para a mediação. Cada um contribuirá com questões gerais (mediação de conflitos por exemplo) e
questões específicas de cada área como a utilização do corpo e do movimento na produção de narrativas,
encenação nos protótipos, a cultura e as expressões de ódio, entre outras formas de ver e se comunicar no
mundo. Essas diversas formas de olhar e perceber o mundo devem ser propostas pelos professores para
expandir a forma de observar o problema e agir sobre ele.
7. Estrutura necessária
O projeto necessitará de:

Materiais de consumo - Post-it ou papéis pequenos com cola bastão;


- Cartolina;
- Painel de papel pardo;
- Canetinhas e canetas coloridas;
- Cola;
- Tesoura;
- Papelão;
- Sulfite;
- Papel cartão.

Equipamentos - Computadores;
- Televisão;
- Modem;
- Livros.

Físicos - Sala de aula;


- Biblioteca;
- Jardim;
- Pátio;
- Quadra;
- Entorno escolar e bairro (espaço da casa de cada aluno para a
observação) .

Online - Redes sociais;


- Canva;
- Genial.ly;
- Post-it ou Miro;
- Google Drive;
- E-mail.

8. Outras informações relevantes


O projeto terá a duração de um bimestre com encontros uma vez por semana, totalizando em torno de dez
a onze aulas. A ideia é que os próprios alunos definam como solucionarão os desafios que configurarmos e
produzam, a partir disso, cartografias, tabelas, planners, textos de divulgação, entrevistas, murais,
apresentações em Powerpoint, cartazes, personas, entre outros gêneros de apoio, e estruturem um evento
para o compartilhamento dos resultados.
A comunidade escolar participará como aquela para quem pensamos as soluções, quem trará os feedbacks
de toda a observação que fizermos. Para isso, o envolvimento se dará através da escuta, da observação,
dos testes dos protótipos, da empatia e da interação durante o processo de produção e aplicação de
produções. A comunidade escolar é quem pretendemos transformar e direcionar na mudança de
paradigmas como um protesto contra o bullying e contra o preconceito.
Memorizar/Lembrar: o estudante entende o que estamos falando
Compreender: explica, compreende, traduz conceitos (conceituação, regras, procedimentos, fórmulas,
classificação, categorização).
Aplicar: colocar em prática, testa, realiza por conta própria, tenta resolver fazer aplica aquele
conhecimentos em diferentes situações
Analisar: conexões entre ideias, analisar diferentes contextos e situacões, analisa resultados, o erro, reúne
novas infos, novas correlações.
Avaliar: justificar decisão, argumentar e ponderar.
Criar: ensinar a alguém, recriar a nossa maneira, modificando o original
REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (Brasil). Resolução Nº 7, de 14 de dezembro de 2010. [S. l.], 14 dez. 2010.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-
diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 3 jul. 2022.
ANEXO A - MOBILIZAÇÃO

ANEXO B - PLANO DE PROJETO


Fonte: Material Caderno de atividades - Design Thinking para educadores

ANEXO C - CARTÕES DE INSIGHT


https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/como-utilizar-os-cartoes-de-insight/

ANEXO D - PERSONAS
https://fleeg.com/blog/inbound-marketing/como-criar-personas/
ANEXO E - ANÁLISE SWOT

https://rockcontent.com/br/blog/como-fazer-uma-analise-swot/
https://asana.com/pt/resources/swot-analysis

ANEXO F - MATRIZ DE POSICIONAMENTO


ANEXO G -
Fonte: Material Caderno de atividades - Design Thinking para educadores

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