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Universidade Federal de São Carlos

Licenciatura em Música - Educação Musical


Gestão da Qualidade em Organizações Musicais
Docente: Natália Severino - Discentes: Ariane, Guilherme, Márcio, Renan, Vitor B, Winnie.

Foco: Apresentar propostas de trabalho musical destinados à jovens da Fundação Casa.

Justificativa

O projeto "nome" nasceu de um debate entre os membros do grupo referente aos ideais
em comum e suas respectivas visões de mundo. Chegou-se a um consenso de montar um
projeto onde poderíamos levar a música para lugares afastados do grande centro, e realidades
onde seu acesso é limitado. A partir dessas reflexões concordamos em fazer essa abordagem,
tendo como foco os adolescentes infratores da Fundação Casa.
Criada em 2006, a Fundação CASA (antiga FEBEM), instituição pública de privação
de liberdade, submetem em várias medidas de internação de adolescentes que cometam atos
de infração, conforme o grau perante a lei. A realidade vivenciada por esses adolescentes
consiste em uma rotina rígida e de privação do mundo externo, submetendo-os a um processo
comportamental disciplinado como internado. Trajes, horários (sono, vigília), trajeto e
censuras são algumas das coerções características que controlam essa rotina.
No âmbito da internação, esses adolescentes podem participar de atividades (em
formato de oficinas) que contemplem as mais variadas áreas, dentre elas a música. Tais ações
são organizadas como medidas socioeducativas, pautada em detrimento a lei. O Projeto Guri,
que possui parceria desde a antiga FEBEM até o presente momento com a Fundação CASA,
possui polos nesses centros de internação, onde, em conjunto com uma equipe de professores,
realizam as oficinas de música (instrumentos: canto coral, violão, cavaquinho, bandolim e
percussão). Seu objetivo compreende no acesso à prática coletiva de música, visando os
valores essenciais para o desenvolvimento dos adolescentes. No entanto, pesquisas realizadas
têm demonstrado o despreparo e a insegurança enfrentada por professores nesse âmbito de
ensino.
O tema de abordagem do referente projeto tange a apreciação de gêneros musicais
diversos, no qual é uma forma de levar o conhecido e o desconhecido, e ainda discutir como
eles são construídos, sem segregar e sem reforçar estereótipos. Desse modo, as atividades
propostas de apreciação musical envolvem uma “escuta ativa”, fazendo com que o jovem se
atente aos elementos que compõem determinado gênero a partir da construção do imaginário.
A apreciação também intui aspectos afetivos evocando emoções. Isto é, experimentar
emoções e rememorar episódios a partir do momento da escuta.
Portanto, tendo em vista os desdobramentos negativos na infância que levam os jovens
à instituição, o projeto “nome” possui em sua abordagem a intenção de apresentar um
repertório musical distinto da realidade desses jovens, resgatar sua memória afetiva e
trabalhar sua musicalidade. Ademais, o objetivo das oficinas versa oferecer ferramentas e
conhecimentos de gêneros musicais para professores de música que estejam inseridos nesse
contexto.

Objetivos

- Realizar uma oficina para discutir e apresentar a Fundação Casa como um espaço de atuação
do professor de música;
- Analisar as especificidades do espaço físico e da estrutura gerencial das Fundações Casa, de
modo a facilitar a compreensão do trabalho que pode ser realizado;
- Compartilhar relatos e experiências de atividades educativo-musicais já concretizadas neste
espaço;
- Vivenciar atividades práticas de ensino de música voltada para o público jovem, compatíveis
com as características da Fundação Casa;
- Gerar reflexões (a partir da teoria e da prática) sobre a utilização da apreciação musical
voltada para o conhecimento de gêneros musicais diversos, como meio de estimular a
memória afetiva dos sujeitos.

Metodologia
Aplicar uma música composta em um gênero específico. O primeiro momento será de
apreciação, que deverá envolver algumas etapas de impressões a serem escritas em uma folha
de papel: que emoções/lembranças eles despertam? Há o reconhecimento da melodia? Quais
elementos a compõem: instrumentação/timbres, ritmos. Em um segundo momento, esse
gênero passará por uma contextualização histórica, envolvendo local e data de surgimento (o
meio social o qual foi criado), características do agrupamento (instrumental utilizado), ritmos
que o caracteriza e análise textual (à que causa social remete a letra). Essa sequência de
conteúdos serão expostos por imagens e vídeos projetados, para elucidar a música apreciada.
O terceiro e último momento parte da exposição e explicação de como tais gêneros se
relacionam a partir do contexto brasileiro.

Cronograma

DATA EVENTO
17/04/2018 Redigir a justificativa do projeto.
24/04/2018 Prazo máximo para pesquisar trabalhos
relacionados ao tema.
27/04/2018 Discussão em grupo sobre resultados da
pesquisa sobre o tema.
04/05/2018 Prazo máximo para entrar em contato com
outros pesquisadores sobre o assunto.
10/05/2018 Discussão sobre os relatos coletados com os
pesquisadores.
24/05/2018 Prazo máximo para a elaboração das
atividades da oficina.
31/05/2018 Ensaio da apresentação do trabalho.
07/06/2018 Apresentação do projeto e entrega do
trabalho escrito.

Divisão de tarefas
Construção do conteúdo a ser apresentado, produção dos slides, seleção das músicas e
apresentação. Todo processo de planejamento será construído coletivamente, assim como
todo conhecimento dos conteúdos abordado.

Indicadores de avaliação
Para o grupo:
1-A duração proposta para a execução de cada parte do trabalho foi a planejada?
2-O grupo abordou todos os tópicos?
3-As pessoas do grupo demonstraram domínio do conteúdo exposto, ensinado ou mediado?
Para o público:
1-A apresentação foi cansativa?
2-Foi possível entender minimamente sobre cada tópico abordado?
3-Os indivíduos se sentiram confortáveis para falar?
4-A apresentação atendeu às expectativas?
Qual a necessidade de oficinas envolvendo o ensino de música para jovens infratores?
Voce acha a prática de apreciação musical relevante para jovens da Fundaçao CASA?
Voce trabalharia como educador musical em um dos polos da Fundação CASA?
Materiais necessários
Notebook, caixa de som, cabos e projetor.

Bibliografia / referência
CHIARINI, Caio Abreu. Educadores musicais, oficinas de música e adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa de internação: experiência pedagógico-musical na
Fundação CASA (SP). Dissertação (Mestrado em Artes) - Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Artes, São Paulo, 2017.
CONSTANTINO, Paulo Roberto P. Apreciação de gêneros musicais na escola: possíveis
percursos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.105 p.
FUNDAÇÃO CASA. Disponível em: <http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/>. Acesso em: 3
mai. 2018.

APRESENTAÇÃO
Antes do surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), antes de 1990, não
havia diferença entre os carentes e os autores de atos infracionais. Isto é, eles não tinham
direitos e eram confinados em abrigos e internatos sem a preocupação do desenvolvimento
desse jovem como ser humano. Por isso, o ECA promove a Doutrina da Proteção Legal, no
qual passam a ter direitos.
Todos os centros atendem os adolescentes por meio de um plano politico-pedagogico (PPP).
É através dele que o centro dará a atenção devida para a realidade daquele contexto.
Antigamente, por volta de 1998, havia somente a FEBEM que atendia os jovens em SP.
A Fundação CASA (Centro de atendimento socioeducativo ao adolescente), entrando no lugar
da FEBEM com novos centros instalados pelo ESTADO DE SP em 2006, é uma instituição
vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. Eles seguem o
estatuto da criança e do adolescente a fim de aplicar medidas socioeducativas à eles.
A fundação presta assistência a jovens de 12 a 21 anos no estado de SP. Aqui eles têm que
cumprir com algumas medidas socioeducativas como a privação de liberdade (internação)
e semiliberdade. Essas medidas funcionam conforme a lei do Estatuto e do Adolescente, de
acordo com a idade e de acordo com o grau de infração provocada por esses jovens.
Os jovens que necessitam ficar privados de liberdade, podem conseguir espaço em um dos 72
centros socioeducativos implantado até 2015 em todo estado. Em torno de 61 centros tem
capacidade de atender 56 jovens. Alguns destes são geridos em parceria com organizações da
sociedade civil do município. Tendo esses centros espalhados pelo território paulista fez com
que diminuísse as ocorrências de rebeliões e reincidências. O que antes acontecia 29% em
2006, passou a diminuir para 15% em 2015.

MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
De acordo com o ECA, a autoridade pode aplicar medidas de acordo com a pratica do ato
infracional. Tais medidas são:
Métodos de avaliação do adolescente internado:
LIBERDADE ASSISTIDA (o jovem sera auxiliado por uma pessoa designada por um prazo
mínimo de 6 meses). Ele sai da condição de internado a partir da analise judicial e do
relatório.
ADVERTENCIA (aconselhamento verbal registrado por escrito),
OBRIGAÇÃO DE REPARAR DANO (forma de compensar o prejuízo da vitima tudo de
acordo com a lei/judiciário),
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE (tarefas em geral, e de acordo com a
aptidão do jovem em entidades assistenciais, hospitais, escolas, etc., de até 6 meses de
duração. Deve cumprir 8h semanais),
INSERÇAO EM REGIME DE SEMILIBERDADE (o jovem pode realizar atividades
externas sem prazo determinado)
E INTERNAÇÃO EM ESTABELECIMENTO EDUCACIONAL (aqui o jovem tem a
privação de liberdade. Ele ate pode exercer atividades externas, mas com orientação. Não há
prazo fixo, no entanto, não poderá exceder 3 anos. Após esse período, o adolescente sera
colocado em semiliberdade o liberdade assistida. A liberação do mesmo será aos 21 anos).

LOCALIZAÇÃO DA FUNDAÇÃO CASA(centro de internação) EM SÃO CARLOS

O ECA garante o direito ao acesso a ed. Escolar, cultura, esporte e lazer aos jovens. Há uma
superintendência pedagógica dividida em 4 areas:
ENSINO FORMAL/ESCOLAR (as classes escolares que estão instaladas nas unidades
pertencem à parte administrativa das escolas da rede estadual de ensino), EDUCAÇÃO
FISICA E ESPORTES,
Eles tem acesso ao ensino FUNDAMENTAL E MÉDIO. Os jovens que cumprem medidas
socioeducativas de internação são matriculados e recebem aulas no próprio centro por
professores não-efetivos.
ARTE E CULTURA:

Foi assinado convenio com ONGs que atendem 64 centros em 396 oficinas/turmas
desenvolvidas por 130 oficineiros realizando 5700 atendimentos por mês. A oficina é
realizada por 2 encontros de 1h30, equivalendo a 3h semanais por oficina.
Nessas oficinas não são focados somente em questões técnicas da artes, mas sim trazer um
conhecimento e significado através disso.
Na área musical o Projeto Guri quem realiza as oficinas. São 141 oficinas em 41 centros, são
1586 atendimentos mensais, no qual são ensinados instrumentos como cavaco, violão, coral,
jazz band, percussão, inicialização a leitura de partitura, musica popular braisleira e erudita.
Arte Educador são contratados por OSCIP, por meio de convênios com a fundação. Ex:
Cenpec e Ação Educativa. Tem como atividades desenvolver oficinas voltadas às artes.
E EDUCAÇÃO PROFISSSIONAL. Há uma gerencia para cada uma dessas
superintendências. Essas áreas atendem à LDB.
Eles possuem parceria com a Associação Horizonte, Centro Paula Souza, SENAI. A
fundação atende mais de 1800 turmas, formada por 10 jovens que podem participar de todos
os cursos oferecidos. No entanto, os cursos seguem a vocação econômica da região, isto é, de
acordo com a região onde os jovens moram e são atendidos.
A ideia é que após cumprirem a internação, esses jovens possam atuar no mercado de
trabalho a partir da formação escolhida.
A fundação conseguiu atingir uma estrutura para oferecer os cursos aos internados
(computadores, cozinha equipadas para o curso de alimentação).

PROJETO GURI E FUNDAÇÃO CASA


São oferecidas oficinas 2 vezes por semana com duração de 1h30 no período de 3 meses.
Ppossuem uma equipe própria, contendo com 2 ou 3 educadores, acompanhados por um
coordenador. Esses educadores fazem planejamento semestral para organizar ensaios,
atividades, apresentações, e conhecer o cronograma do centro socioeducativo/instituição.
NOTICIAS
Apresentaçao musical da fundação de JAcarei

Festival MUSICASA (Festival de Musica da Fund. CASA)


É um evento que recebe outras instituições da CASA incentivando a sociabilização entre os e
a troca de conhecimentos musicasa dos jovens.
Aconteceu no SESC Araraquara de 2017 com participação de 72 adolescentes internados nos
centros de Taquaritinga, Batatais, Araraquara, SErtaozinho e Franca. Participaram com um
repertorio abrangendo releituras de sucessos da musica popular brasileira, rap, e outros
gêneros.
Havia parceiros e educadores: Guri, CENPEC, CEDAP, GADA

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