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Projeto

Capital Brasileira da Cultura


Olinda CBC 2006

“Cinema na Praça”
A Secretaria do Patrimônio, Ciência, Cultura e Turismo da Prefeitura
Municipal de Olinda é a responsável pelo projeto Cinema na Praça.

Sitio Histórico de Olinda

O Sítio Histórico de Olinda foi tombado em 1968 pelo Governo Federal, cujo
Polígono de Tombamento tem 1,2 km2, correspondendo às áreas da Cidade Alta
e seu entorno imediato[1]. Em 1979, com a Notificação 1.155 do SPHAN, foi
criado o Polígono de Preservação[2] criando-se uma área de proteção ao entorno
da área tombada, correspondendo a 10,4 km 2 e alterado o formato do Polígono
Tombado[3] passando a ter uma área de 1,95 km 2, que corresponde a 4,7% da
área do Município de Olinda. Olinda hoje tem uma área territorial de apenas de
40,83 km2, de formato quase triangular, correspondendo a apenas 0,4% de seu
território original quando da implantação de seu núcleo primitivo no século XVI.

1] A área indicada nos documentos é de 1,2 km 2, porém medições feitas de forma manual em mapas e
através de CAD forneceram a área de 1,7 km2.
[2] A área indicada nos documentos é de 10,4 km 2, porém medições feitas de forma manual em mapas e
através de CAD forneceram a área de 8,2 km2, correspondendo a 20,1% da área do Município.
[3] Área apurada em medições feitas de forma manual em mapas e através de CAD.
Sitio Histórico de Olinda

Tombado pelo SPHAN[1] em 1968, o Sítio Histórico de Olinda foi elevado a


Monumento Nacional[2] em 1980 e foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da
UNESCO[3] em 1982, na condição de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela
sua representatividade histórica e cultural na formação do Brasil colonial
(ICOMOS, 1996).

Olinda possui um magnífico conjunto arquitetônico e urbanístico, que aliado ao


verde de sua cobertura vegetal, à cor do céu e ao verde furta-cor do mar, fazem
de seu sítio histórico um cenário deslumbrante. Ao mesmo tempo em que essas
peculiaridades atraem turistas, novos habitantes e usuários, a dinâmica urbana
gerada cria problemas estruturais e ambientais difíceis de resolver.

[1] Notificação 1004/68 do SPHAN - Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN –
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
[2] Lei n.º 6863/1980, por iniciativa do Deputado Fernando Coelho.
[3] 6.ª Assembléia Geral do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Paris, de 14 a 17 de dezembro de
1982.
Sitio Histórico de Olinda

Todo esse diferencial faz do Sítio Histórico de Olinda um grande pólo atrativo de
turismo da região por sua estratégica situação urbana em relação ao próprio
Município de Olinda e à cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, cuja
proximidade de apenas seis quilômetros do centro da capital e do Porto do
Recife, e de vinte quilômetros do Aeroporto Internacional dos Guararapes,
favorece a intensa visitação turística.

Esta situação também facilita ações para um complemento cultural e econômico


com o Recife Antigo e determina a sua inserção na Região Metropolitana do
Recife como pólo residencial, de prestação de serviços e de turismo.Gera
potencialidades que podem assegurar a sua viabilidade econômica e a
sustentabilidade de sua população, e conseqüentemente de seu patrimônio, com
a implantação, conjuntamente com o uso residencial, de atividades comerciais e
de prestação de serviços compatíveis com as características do Sítio Histórico.
(Pina, 1999; Gracia, 1991; Gutman, 1992)

Segundo dados fornecidos pelo trade turístico receptivo direcionado para Olinda
(Peixoto, 1998), a cidade recebe em média 8.000 turistas por mês, e chega a
receber, em picos sazonais, cerca de 800 turistas por dia, sem considerar a
excepcionalidade do carnaval, período onde afluem de 600 mil a um milhão de
pessoas por dia (Katter, 1998; SEPLAMA, 1998).
Projeto

O projeto CINEMA NA PRAÇA desenvolvido pelo Estúdio ASAGA AUDIOVISUAL


em parceria com a Prefeitura de Olinda, visa exibir e democratizar o cinema
brasileiro para grande parte da população.

A produção cinematográfica brasileira atravessa um período de ascensão


qualitativa e quantitativa. Em função dos apoios do Ministério da Cultura, através
do FNC, dos mecanismos como os sistemas de incentivo federal, estaduais e
municipais, a criação da Agência de Desenvolvimento para o Cinema Nacional
(ANCINE) e, além da nova concepção de investimento de parte do
empresariado.

O cinema brasileiro começa a ocupar suas telas e retomar sua posição de agente
cultural e social. Porém, o pequeno número de salas de projeção, o fechamento
dos cinemas de bairro e de cidades de interior, e a ausência de um sistema de
distribuição, continuam engessando o acesso a produção brasileira.

Considerando esta carência o projeto CINEMA NA PRAÇA exibe, na cidade de


Olinda, filmes brasileiros gratuitamente à população, que se encontra à margem
dos cinemas comerciais.
Objetivo

Este projeto consiste em levar as telas de cinema à população de baixa renda,


que não tem acesso às mesmas, seja porque estão domiciliadas em local não
atendido pelas redes de distribuição cinematográfica, seja pela falta de renda e
aumento dos preços das bilheterias, cada dia mais onerosas.

O CINEMA NA PRAÇA se propõe a percorrer o município de Olinda e cidades


vizinhas, levando uma programação cinematográfica gratuita e de boa qualidade.
E, em paralelo difundir a produção de filmes nacionais e projetos experimentais
locais.

Objetivos Específicos:

 Atingir um público que está excluído das salas de projeções


 Exibir filmes brasileiros de curta e longa metragem, de qualidade
 Levar cultura, informação e lazer para população
 Exibir vídeos produzidos pela própria comunidade
 Formação de platéia para o cinema brasileiro
Justificativa

Devido ao fechamento de todos os cinemas de bairros da Região Metropolitana e


restando poucos no centro de Recife, e do fechamento de praticamente todos os
cinemas do interior, para a maioria da população, tornou-se inviável a freqüência
às salas de exibição.

Os Multiplex, cadeia empresarial de salas de cinema, foram criados,


basicamente, para projetar os filmes americanos, dificultando os filmes
brasileiros de longa-metragem e, inviabilizando os curtas-metragens. Esta
exclusão também é praticada pelas grandes redes de televisão do país. Desta
maneira, com o advento deste sistema de exibição, o cinema se tornou uma
opção restrita às classes média e alta, resultado do alto preço e da localização,
na maioria das vezes, nos "Shopping Centers".

O audiovisual (cinema, televisão e vídeo), um dos mais poderosos instrumentos


de disseminação cultural, é largamente utilizado como instrumento de lavagem
cerebral pelos atuais meios de comunicação. Considerando a carência por
programações de cunho social e de alcance irrestrito, 92% das cidades
brasileiras não possuem cinema, além da crescente posição do Estado de
Pernambuco na produção cinematográfica do país implantamos o "Cinema na
Praça" em Olinda, Cidade Patrimônio Cultural da humanidade.
Justificativa

Outro dado relevante é o percentual de filmes brasileiros exibidos. Nas televisões


brasileiras abertas e a cabo 95% dos filmes exibidos são americanos, 3% da
produção de outros países e apenas 2% do espaço das nossas TVs são ocupados
por filmes brasileiros. Além disso, a lei de exibição do curta-metragem brasileiro
nos cinemas, na prática, não existe. Os dados são notórios quando percebemos
que 90% dos jovens e adolescentes brasileiros nunca entraram em um cinema.

Percebendo a necessidade da população de conhecer os filmes brasileiros de


curtas e longas-metragens, além do resgate de filmes fora do circuito comercial,
entendemos que projetos como o "CINEMA NA PRAÇA" (PE), Roda Cine (RS),
e Cinema BR em Movimento (nacional) podem suprir parte da carência de mais
espaços de projeções.

O projeto já realizou diversas sessões extras em Olinda, no Aniversário da


Cidade, no Dia do Trabalhador, Semana do Negro, Semana da Cultura,
Seminário de Cultura, Encontro dos Prefeitos das Cidades Patrimônio, etc., bem
como sessões em outras cidades como Cabo de Santo Agostinho e Recife.
Justificativa

Realizou uma sessão extra do filme "O Sonho de Rose" para mais de 1.500
integrantes do MST na sede do INCRA / Recife, para mais de 2.000 sem-terrinha
com programação infantil de curtas metragens de animação no Ginásio de
Esportes da Imbiribeira, exibiu o longa metragem "Auto da Compadecida", em
Lages no Grande do Norte, para mais de 1.500 espectadores e o lançamento do
premiado curta "O velho, o mar e o lago", junto com "O grilo feliz", no Dia da
Criança, na cidade de Lagoa do Ouro, agreste do estado e 3 exibições para
1.300 pessoas que nunca tinham entrado em um cinema, em assentamentos de
Sem Terra do MST e CONTAG, a convite do INCRA / Petrolina.

No ultimo Festival de Cinema de Recife / 2003, a Prefeitura de Olinda recebeu o


prêmio de Instituição de maior contribuição para o cinema pernambucano, pelo
apoio a produção de diversos curtas metragens e principalmente pelo projeto
CINEMA NA PRAÇA. Na URBIS, Ainda em 2003, o Projeto Cinema na Praça foi
escolhido entre os principais projetos da cidade para representar Olinda na Feira
Internacional das Cidades, em São Paulo.
Justificativa

O projeto foi recentemente convidado para o Encontro Luso-brasileiro de cultura


nas cidades de Évora e Serpa em Portugal, e para a Feira Ibero Americana, em
Serpa em junho 2004, para exibição durante 10 dias de filmes sobre Olinda e
desenhos animados nordestinos a convite do governo
municipal de Serpa.

O Cinema na Praça participou como expositor no Stand da Prefeitura de


Olinda no Mercado Cultural de Salvador - BA. 2003 onde exibiu a produção de
filmes sobre as diversas manifestações culturais de Olinda.
Diante do êxito obtido ao longo de sua história estamos propondo a expansão do
projeto. Os equipamentos ora utilizados estão obsoletos diante das exigências do
mercado, e não estão atendendo a demanda. Nossa proposta consiste em dar
continuidade e ampliar o seu alcance. À medida que as atividades ganharam
vulto, tornou-se imperativa a aquisição de novos equipamentos de multimídia e a
renovação dos já depreciados.
Linha de Ação

A programação segue uma linha de exibição sempre com dois curtas-metragens


e um longa. O primeiro curta é uma animação, com finalidade educativa ou
cultural, como dominação cultural, organização popular, reciclagem do lixo, dicas
de saúde, etc. O segunda é um documentário sobre a cultura pernambucana,
abrangendo temas como artistas e artesões do estado, produções sobre Olinda,
as igrejas, o patrimônio, os bonecos gigantes, o maracatu, o carnaval, além da
produção dos cineastas do estado sobre variados temas.

O longa-metragem é um filme de qualidade, que possua empatia e adequação


ao público. Já foram exibidos filmes como O Auto da Compadecida, Eu, Tu, Eles,
O Baile Perfumado, O Rap do Pequeno Príncipe, Cidade de Deus, Deus é
Brasileiro, quem seguem a linha de ação do CINEMA NA PRAÇA.

O projeto que levou sua tela a todos os bairros da cidade, exibiu nesses 2 anos
e 6 meses: 31 longas-metragens brasileiros, 80 curtas-metragens de animação e
52 curtas-metragens pernambucanos. Em 4 anos de projeto exibiu mais de 250
projeções a mais de 125.000 espectadores, com uma média de 500 pessoas por
sessão.
Coletânea de Filmes

Muitos dos filmes são cedidos pelos próprios cineastas, instituições ou


produtoras. Por exemplo, a Petrobrás, através do projeto "Cinema BR Em
Movimento" que faz parceria com o CINEMA NA PRAÇA, disponibilizando
filmes em lançamento como o filme "Domésticas", que não havia sido lançado
nas salas comerciais de Pernambuco, do "Sonho de Rose", que foi exibido na
área rural de Olinda, "Tainá", e "O Grilo Feliz". Também fundações, como a
FUNDAJ (Fundação Joaquim Nabuco), e outras entidades colocam à disposição
seus acervos de filmes e vídeos.

Em diversas localidades são exibidos vídeos produzidos por moradores da região.


E, em algumas delas são organizadas falas sobre o projeto e sobre problemas da
comunidade. Bem como, há a veiculação de informações sobre programas e
ações da Prefeitura, como vinhetas institucionais e o carnaval de Olinda.
Atividades

 
O CINEMA NA PRAÇA percorre toda sexta-feira, a partir das 19h, um bairro
diferente de Olinda, munidos de veículo, projetor de vídeo, projetor de cinema
16mm, tela de 3 x 3m (para projeções em locais internos), 4 x 4m (para
projeções em locais externos), vídeo-cassete SVHS, aparelho de DVD, caixas de
som, mesa de som, type-deck; três refletores, faixas, banners, e microfone.

A equipe chega na cidade no período da tarde, às 14h. Ao som de músicas de


trilhas sonoras de filmes brasileiros, é montado o ambiente para a projeção. Às
18h são acessos os refletores (todas as luzes dos postes da área são apagadas
pelo eletricista, que ligará no término da sessão). São colocados banners e faixas
do patrocinador ao lado e em baixo da tela, e também poderão ser exibidos
filmes institucionais antecedendo as projeções. O locutor anuncia a
programação, que começa pontualmente às 19h, sendo reservado os 30
primeiros minutos para a exibição dos vídeos das comunidades.

O projeto funciona em parceria com as comunidades, ou seja, depois de


marcada a projeção, estabelecem-se as funções que devem ser executadas pelos
moradores, através dos pontos a seguir:
Atividades

 LOCAL - Escolha do local para exibição


- Limpeza do local da exibição

 CADEIRAS - Para adultos, pessoas de idade, deficientes, gestantes)

 DIVULGAÇÃO - Os moradores distribuem os 1.500 panfletos entregues


pela Prefeitura, na área da exibição. Além das demais formas de divulgação
na comunidade, e rádios comunitárias.

 PIPOQUEIRO - Para compor o cenário, as platéias costumam consumir o


estoque produzido pelo pipoqueiro.

Impacto

Econômico: Aumentar o consumo da produção cinematográfica nacional e


fomentar a criação de curta e longa metragem junto a um novo canal de
abertura para veiculação.

Social: Difundir o acesso ao cinema à população de baixa renda, e


propiciar a valorização do cinema nacional.
Projeto e Realização
Apoio Institucional

Cia Aérea Oficial

projeto CBC tem o apoio institucional do Ministério da Cultura, conforme “Termo de Cooperação nº 01/2004 de 17/08/04”.
Fotos licenciadas pelo Banco de Imagens EMBRATUR. Autores: CHRISTIAN KNEPPER, RACHID WAQUED NETO, WAGNER
CIPRIANO, SILVIO VINCE ESGALHA

Organização Capital Brasileira da Cultura

Av. Lins de Vasconcelos, 1807


São Paulo, SP cep: 01537-001
(11) 5549.8041 / 5549.3840
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