Francely Oliveira
Professora orientadora da Universidade do Estado da Bahia, Campus VI – Caetité .
frangeografa@hotmail.com
Introdução
Dessa forma, vê-se que o camponês recebe pouco incentivo do governo para
permanecer trabalhando no campo e continuar a reproduzir-se como camponês,
sendo que também falta divulgação das políticas existentes de incentivo a
agricultura familiar como: o Plano Safra da Agricultura Familiar e o Programa
Nacional da Família ( PRONAF). Em virtude disso alguns membros da família
precisam diversificar suas atividades geralmente os filhos de camponeses que se
destinam aos centros urbanos para trabalhar no comercio ou na indústria, mas
frequentemente volta para cultivar a terra.
Portanto, essa é a nova realidade das famílias de agricultores que necessitam
diversificas suas atividades como forma de garantir sua permanência no campo,
persistindo à modernização e o avanço de uma agricultura capitalista marcada pelas
terras improdutivas e em paralelo, pelos complexos agroindustriais que expulsa e
expropria o pequeno agricultor daquilo que lhe é mais soberano a sua sobrevivência.
Assim vê-se que como afirma Oliveira (2007) o modo capitalista de produção sendo
contraditório como é permite a produção reprodução no campo de relações não
capitalistas, mesmo de maneira precária.
As relações capitalistas de produção no campo
Sendo assim, o camponês deve estar livre de único seu meio de produção e
possuir apenas a sua força de trabalho para vende-la ao latifundiário ao preço baixo,
que a partir disso irá explorar a sua mais valia e acumular capital pelas horas de
trabalho não pago ao trabalhador. Assim, a força de trabalho que anteriormente era
posse do trabalhador, agora é mais uma propriedade do capitalista.
É esse contexto de expulsão do trabalhador do seu único meio de produção
que florescerá os conflitos pela posse da terra. A batalha pela detenção da terra é na
verdade um combate contra o capitalismo dominante que no comprimento de seu
único objetivo (o lucro), segrega as populações camponesas. Nesse sentido, Ramos
Filho (2009) aponta que:
A luta pela terra faz parte de uma dimensão das lutas contra o
capital, que deseja da terra a sua reprodução ampliada e a
manutenção de estrutura de poder. Na medida que o capital se
reproduz, agrava o quadro de desigualdades que o sustenta,
mediante a exclusão.(p.255)
Considerações finais
Referências
FILHO, Eraldo da Silva Ramos. De pobre sem-terra a pobre com terra e sem
sossego: territorialização e territorialidades da reforma agrária de mercado. In:
FERNANDES, Bernardo Maçano; MEDEIROS, Leonilde Servolo de; PAULILO;
Maria Ignez (Orgs.). Lutas camponesas contemporâneas: Condições, dilemas e
conquistas. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
JESUS, Elaine de Araujo, OLIVEIRA, Kaio Eduardo de Jesus, SILVA, José Adailton
Barroso da. Estratégias não agrícolas da agricultura familiar: uma perspectiva de
permanência no campo. In: Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais
| Aracaju | v. 13 | n.13 | p. 71-81 | jan./jun. 2011