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Marcus Venicius Neves da Silva, pedagogia 2019, UFPA CAMPUS BREVES

Prof. Dr.: Natamias Lopes de Lima

Disciplina: PB10095 – Educação do Campo e Desenvolvimento na Amazônia


RESUMO
RAÍZES HISTÓRICAS DO CAMPESINATO NO BRASIL
(MARIA DE NAZARETH BAUDEL WANDERLEY)

O campesinato, aqui entendido como uma categoria social de grande importância para a formação do
sócio territorial brasileira se formou á margem do processo de desenvolvimento socioeconômico do país
e permanece existindo ainda nos dias de hoje. Por isso, seu conceito é atual e permanente, pois apesar
de ser por muitas vezes negado, se faz presente na contradição das forças sociais e econômicas do
mundo contemporâneo.
Mesmo que o conceito de camponês esteja relacionado à Idade Média na Europa, a formação do
campesinato e da pequena produção no Brasil tem suas especificidades, sendo formado no seio de uma
sociedade situada na periferia do capitalismo e à margem do latifúndio escravista, em uma relação de
exclusão. Nessa mesma concepção, o campesinato brasileiro dá-se às margens do sistema
escravocrata, e sua sujeição ideológica e material posta a partir da lógica implantada pelo modelo
agroexportador.
Desde o início da colonização, o modelo econômico implantado no Brasil foi pautado na propriedade
instalada em extensas áreas, com latente concentração de terras, além da especialização produtiva
pautada no cultivo de monocultura para exportação e o trabalho escravo – aspectos-chave para o
modelo colonial.
Mesmo sem o devido destaque, a pequena propriedade produtora de alimentos sempre teve
importante papel no território brasileiro. Inicialmente praticada dentro das terras de sesmarias, era
considerada como agricultura de gêneros de primeiras necessidades, realizadas pelos moradores; pelos
próprios escravos, que dedicavam seus esforços à lavoura, acarretando no beneficiamento do produto a
ser exportado; e pelos agregados, que produziam em pequenas parcelas na periferia dos latifúndios, em
solos que não eram propícios à cultura principal monocultora.
Eram expulsos quando os fazendeiros necessitavam de terras. A produção de subsistência dentro do
grande latifúndio seguiu o ritmo de expansão e o recuo da produção agroexportadora, ora provocando o
aumento da expansão da produção de subsistência, ora provocando a sua retração, dentro ou fora dos
latifúndios. É preciso entender como estes sujeitos se organizam e se articulam na busca de sua
existência e reprodução enquanto camponeses, mesmo estando à margem e ao mesmo tempo dentro
de um sistema que o subjuga.
O campesinato brasileiro destaca, sobretudo pela forma de organizar pautado na mão de obra
familiar e na forma com que se articula com os mercados agroalimentares locais e o mercado capitalista
buscando sua reprodução enquanto classe camponesa, negando as bases da acumulação ampliada do
capital.
Diversas teorias foram produzidas ao longo do tempo na tentativa de explicar, compreender e
interpretar este modo de vida. Desta forma, este artigo objetiva revisitar na literatura a formação e
importância desta categoria social, compreendendo as formas com que este conceito foi utilizado e
reinterpretado ao longo do tempo.
Ao longo do texto vemos um pouco sobre o sistema de policultura-pecuária, um método de
investimento que ficou comum entre pequenos e grandes agricultores, que permite a criação de cultivos
mistos agrícolas ou de animais, nas mesmas terras e ao mesmo tempo, este sempre foi mais comum em
pequenos jardins, onde são criados diferentes tipos de espécies, em um sistema formado por pequenas
hortas. Para médios e grandes produtores, entretanto, o foco acabou se transformando em monocultura,
em que apenas uma espécie é escolhida para o cultivo exclusivo por grandes produtores. Dito isto a
autora também fala sobre Agricultura Familiar que é a principal responsável pela produção dos alimentos
que são disponibilizados para o consumo da população brasileira, é constituída de pequenos produtores
rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores,
extrativistas e pescadores. O setor se destaca pela produção de milho, raiz de mandioca, pecuária
leiteira, gado de corte, ovinos, caprinos, olerícolas, feijão, cana, arroz, suínos, aves, café, trigo, mamona,
fruticulturas e hortaliças. Na agricultura familiar a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a
atividade produtiva agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Além disso, o agricultor familiar
tem uma relação particular com a terra, seu local de trabalho e moradia. A diversidade produtiva também
é uma característica marcante desse setor, pois muitas vezes alia a produção de subsistência a uma
produção destinada ao mercado.

Palavras-chave: Campesinato, latifúndio, classe camponesa

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