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1. INTRODUÇÃO
A agricultura familiar no oeste catarinense teve início com a chegada dos primeiros
colonos em meados de 1920. Eles adquiriram lotes comercializados por grandes empresas
colonizadoras, visando sobretudo uma melhoria na qualidade de vida e não somente levando
em consideração as condições necessárias para a produção agrícola. Em decorrência do
povoamento, iniciou-se os processos de desmatamento para a limpeza dos lotes que tinham a
floresta de mata atlântica predominante naquele território. A madeira oriunda dos processos
de limpeza dessas terras foram utilizadas, principalmente, para as construções básicas
necessárias para a sobrevivência das famílias, que a partir de agora ocupavam aquele espaço.
Além de abrirem caminhos para a construção de estradas que facilitaram o desenvolvimento
de pequenos vilarejos, por consequência também facilitaram a comercialização da madeira e
da erva-mate, que por muito tempo era feita com a ajuda das cheias do Rio Uruguai. Com o
passar dos anos, a utilização da madeira foi se tornando cada vez mais frequente, sendo
através deste fato que surgiram as primeiras serrarias que ofertaram vagas de emprego para os
moradores da região, dividindo o trabalho entre a agricultura e a extração da madeira, que se
desenvolveu rapidamente com o surgimento das primeiras casas comerciais.
A agricultura familiar por muito tempo foi relacionada a uma “agricultura de subsistência",
pois naquela época o cultivo dos alimentos eram voltados somente para garantir a
sobrevivência das famílias. A mercantilização surgiu sobretudo entre as décadas de 1920 e
1930, com a elevação do padrão de vida da época e foi a partir disso que os pequenos
negócios foram surgindo. A negociação era feita entre os comerciantes locais e os pequenos
agricultores. Enquanto os comerciantes compravam o que era produzido nas propriedades
agrícolas, os agricultores iam em busca de suprimentos que não conseguiam produzir. Com a
ajuda dos agentes de comercialização, que atuavam e ainda atuam nas cadeias produtivas, os
alimentos não perecíveis seriam vendidos a comerciantes maiores, promovendo as relações
comerciais que deram abertura para a produção do leite no oeste catarinense, além de
intensificar a produção da suinocultura dentro da agricultura familiar.
JOCHIMS, Felipe; DORIGON, Clovis; PORTES, Vagner Miranda. O leite para o Oeste
Catarinense. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.29, n.3, set./dez. 2016.