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Autoras:
Inês Achcar
Kelly Alessandra Trindade
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Caderno do Professor
Unidade 4 – Linguagem e atuação
As atividades propostas para o último bimestre têm por objetivo promover o reconhecimento e a inter-relação
das aprendizagens desenvolvidas nos quatro anos finais do Ensino Fundamental, que convergem para as práticas
de linguagem nos campos de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático, da vida pública e artístico-literário.

Módulo 7 – Linguagem e campos de atuação


Como objetivos específicos do módulo, espera-se que os alunos:
• identifiquem habilidades e gêneros característicos das práticas relacionadas a cada um dos quatro
campos de atuação da linguagem abordados;
• reconheçam a importância das práticas relacionadas a cada um dos campos e a inter-relação entre elas;
• produzam textos representativos de cada uma das práticas abordadas.

Módulo 8 – Vocês com a palavra


Como objetivos específicos, espera-se que os alunos:
• organizem uma publicação com textos criados por componentes do grupo, mobilizando conhecimentos
e habilidades desenvolvidos no decorrer do curso;
• compartilhem sua produção com os demais grupos, preparando uma apresentação a partir de
conhecimentos e habilidades desenvolvidos em bimestres anteriores.

Estratégias para desenvolvimento dos trabalhos

As atividades de aprendizagem propostas para o último bimestre compreendem mais do que a revisão
dos principais temas tratados durante os quatro anos finais do Ensino Fundamental, pois devem propiciar a
mobilização conjunta de saberes na criação de produtos mais complexos e elaborados do que os que vieram
gradativamente sendo produzidos durante o curso.
As práticas abordadas se relacionam aos quatro campos de atuação a partir dos quais a Base Nacional
Comum Curricular, aprovada em dezembro de 2017, definiu competências e habilidades que constituem
direitos de aprendizagem dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. Relaciona-se aos quatro campos
de atuação o desenvolvimento socioemocional. É importante evidenciar aos alunos que a comunicação
competente, em qualquer campo, supõe a promoção do indivíduo e o avanço do processo civilizatório da
sociedade. Em outras palavras, o caráter eminentemente técnico não se sustenta sem ética, colaboração,
responsabilidade, respeito, valorização da verdade e demais quesitos que conferem qualidade às relações e
aos empreendimentos humanos.

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Neste último bimestre, o enfoque a ser dado ao trabalho individual e em equipe e a dinâmica das
interações do grupo devem evidenciar e solidificar a abordagem contínua e intensa, nos quatro anos, do
desenvolvimento socioemocioanal.
A produção individual de textos proposta em “Linguagem e campos de atuação” e o trabalho final, em
grupo, solicitado em “Vocês com a palavra”, requerem a mobilização de habilidades representativas desses
quatro campos, trabalhadas isoladamente em bimestres anteriores. Para a prática dessas habilidades, a
escolha do tema dos textos produzidos individualmente e o tipo de publicação criado em grupo são flexíveis,
podendo ser definidos pelas equipes ou pelo professor. Tal flexibilidade tem como motivos principais atender
a interesses e necessidades de cada turma e à viabilidade de o professor coordenar, a um só tempo, grupos
que desenvolvam trabalhos sobre assuntos não coincidentes.
A seguir, apresentam-se assuntos que podem ser de interesse dos alunos. Cabe ao professor decidir se ele:
• escolherá um único assunto para ser desenvolvido por todos os grupos;
• atribuirá um assunto diferente para cada grupo;
• selecionará alguns assuntos e permitirá que cada grupo escolha o tema de seu interesse.
Embora a lista de assuntos seja extensa, com o propósito de atender a interesses diversos, nada impede
que o professor proponha outros temas que julgar mais adequados a seus alunos.

Temas relacionados ao universo adolescente


• Situação social e escolar dos adolescentes brasileiros (porcentagem dos que frequentam a escola,
domínio das habilidades, classe social, participação no mercado de trabalho etc.).
• Produção cultural dos adolescentes (literatura, música, dança, teatro, revistas, livros, blogs etc.
produzidos pelos próprios adolescentes). O tema, amplo, pode ser subdividido, caso o interesse dos
alunos corresponda a uma manifestação cultural específica ou se queira atribuir uma vertente para cada
grupo. Poderia ser subdividido em outros assuntos mais restritos como: o adolescente e a literatura; o
adolescente e a música; o adolescente e a dança; o adolescente e o teatro; o adolescente e a internet
(criação de blogs, de programas de vídeo, de podcast, canais no youtube etc.).
• Produção cultural para os adolescentes (literatura, música, dança, teatro, televisão, revistas, livros,
blogs etc. produzidos por adultos para os adolescentes). Cabe, aqui, a mesma subdivisão em assuntos
mais específicos exemplificada no item anterior.
• Os adolescentes e os esportes (porcentagem de adolescentes que praticam esportes, benefícios físi-
cos e sociais da prática esportiva, programas que visam engajar adolescentes na prática de esportes etc.).
• O adolescente e a participação política (canais de participação na escola, na comunidade, na cidade, no
país e atuação possível).
• O adolescente e a moda (a moda criada para o adolescente e a criada pelo adolescente).

Temas relacionados a escolhas futuras


• Profissões do futuro (as profissões que estão surgindo em função de mudanças sociais e avanços
tecnológicos).
• Possibilidades para continuidade dos estudos após a conclusão do Ensino Fundamental (Ensino Médio,
em que consiste, o que proporciona ao aluno, como é esse nível de ensino oferecido pela escola; cursos
técnicos que podem ser realizados concomitantemente ou não ao Ensino Médio).

Temas relacionados à vida comunitária


• Mudanças na cidade nos últimos 10 anos (as mudanças ocorridas, seus efeitos na vida da população etc.).
• Mudanças que devem ocorrer na cidade (problemas identificados, mudanças propostas, possíveis
consequências etc.).
• Preservação do meio ambiente na cidade (cuidados com a água, ar, lixo, matas etc.; problemas
enfrentados, consequências etc.).
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• Introdução de novas tecnologias no cotidiano das pessoas (população que tem acesso às inovações,
mudanças nos hábitos, aspectos positivos e negativos etc.).
• Tratamento dispensado pela comunidade local aos idosos (o que determina o Estatuto do Idoso;
iniciativas de inclusão dos idosos pela comunidade; problemas enfrentados pela população nessa
faixa etária etc.).
• Tratamento dispensado pela comunidade às pessoas portadoras de deficiências físicas e mentais (o
que determina a legislação; iniciativas de inclusão de pessoas portadoras de deficiências; problemas
enfrentados por essas pessoas etc.).

A publicação a ser criada pelos grupos a partir dos textos produzidos individualmente pode constituir uma
revista com textos sobre o assunto escolhido; um livro; um blog; um áudio ou vídeo com leitura dos textos;
uma apresentação oral ou uma mostra com painéis ou cartazes com textos, ilustrações e explicações. Ainda,
pode ter outro formato, a critério do professor.
Também, com respeito à publicação, a escolha – um tipo de publicação para todos os grupos ou um tipo
diferente por grupo – fica a cargo do professor.
No caso de ser desenvolvida uma revista ou um livro, os alunos devem ser orientados a criar um nome
para a publicação, além de incluir o sumário e uma capa.
Se a escolha recair na criação de um blog, seria desejável que os alunos pudessem usar uma plataforma
na internet para produzi-lo. No caderno 3 do 7.o ano – Língua e experiência pessoal, em “Além do papel”, os
alunos analisaram blogs e criaram um. A seguir, reproduz-se o quadro com informações gerais sobre o blog,
apresentado no mencionado caderno.

Blog
Blog é um site atualizado regularmente, com estrutura cronológica. Isso implica que os últimos escritos – conhecidos
como posts – aparecem em primeiro lugar para o visitante, como se ele examinasse um livro do fim para o começo. Uma
característica importante, que diferencia o blog de outros sites, é permitir que os leitores escrevam comentários, ou seja,
participem como receptores e emissores de mensagens: de alguma maneira, são coautores do site.
O nome blog vem da contração de duas palavras em inglês, web (world wide web) e log, que significa “registro”.
Apareceu pela primeira vez em 1994 e popularizou-se a partir de 1999, com o surgimento de ferramentas de
publicação gratuitas que não exigiam conhecimento técnico para usá-las – essa facilidade permitiu que pessoas com
domínio básico de informática pudessem criar seus blogs.
No século XXI, o número de blogs cresceu tanto, atraiu tantos internautas, abordou tantos assuntos variados, difundiu
notícias antes mesmo dos jornais, rádio e televisão, que hoje esses veículos tradicionais de comunicação também criaram
seus blogs, como um complemento de seus sites oficiais.

Qualquer pessoa pode criar um blog. Para isso, é preciso:

• escolher um site que ofereça esse serviço – a maioria não cobra nada e dispõe de recursos para escrever e publicar
arquivos de texto, vídeo e áudio, bem como espaço para comentários dos leitores;

• decidir sobre o tipo de assunto a publicar – em um blog podem ser publicados diários dos autores, notícias,
material humorístico, material instrutivo, resultados de pesquisas, comentários sobre livros, filmes, peças de teatro,
programas de televisão, assuntos esportivos e muitos outros (o blog pode ter um tema único ou mistura de assuntos);

• redigir os textos – a credibilidade de um blog, entre outros fatores, está relacionada à qualidade e correção dos
textos (na própria internet é possível resolver dúvidas de português consultando dicionários e sites confiáveis com
explicações sobre aspectos gramaticais);

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• seguir leis e princípios de conduta, pois, embora alguns tenham a impressão de que nada é de ninguém e que
na internet uma pessoa pode publicar tudo o que quiser, isso não é verdade:
• deve-se verificar se há permissão para publicar material de outros autores (textos escritos, vídeo, foto, desenho,
áudio etc.) – no caso de haver permissão, é necessário mencionar o nome do autor e o local de onde o material
foi retirado;
• é proibido divulgar conteúdo racista ou que expresse preconceito de religião, gênero ou origem – o autor pode
ser penalizado;
• é proibido espalhar boatos, se passar por outra pessoa, divulgar dados confidenciais de pessoas ou empresas,
usar logomarca alheia, defender o crime e transmitir informações sobre atividades ilegais (como “piratear”
produtos e serviços, fazer instalações clandestinas etc.).

Algumas pessoas acreditam que, na internet, o uso de pseudônimo garante o anonimato, ou seja, elas podem fazer
o que quiserem que não serão descobertas. Não é o que ocorre – cada vez mais há mecanismos que permitem identificar
aqueles que não cumprem as leis e os princípios de conduta. No caso de um blog ser denunciado, a Justiça pode
determinar que a empresa que o hospeda revele o nome do responsável, já que o anonimato é proibido por lei no Brasil.
O mesmo pode ocorrer numa rede social, se houver denúncia de conteúdo indevido publicado por alguma pessoa.

Caso o professor não tenha trabalhado com o caderno 3 do 7.o ano, é imprescindível que leia as atividades
relacionadas a blogs aí apresentadas e o material complementar indicado para aprofundamento, a fim de que
possa retomar, com os alunos, conceitos vistos e necessários para a produção do blog do grupo, caso seja
essa a escolha.
Se a escolha recair na produção de áudio ou vídeo, podem ser consultados os cadernos:
• 1 do 7.o ano – A fala e a escrita: “A fala”, com atividades e explicações sobre um programa de rádio,
cujo roteiro poderá servir de modelo para o áudio;
• 3 do 7.o ano – Língua e experiência pessoal: “Além do papel”, sobre um documentário, cujo roteiro
poderá servir de modelo para o vídeo.
• 2 do 9.o ano – Informação, prescrição e orientação: Tarefas sobre podcast.

Orientações didáticas
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 1 – A atividade deve estimular os alunos a refletirem sobre o estudo de Língua Portuguesa ao longo dos
quatro anos finais do Ensino Fundamental, bem como a reconhecerem o que aprenderam e as possibilidades
de atuação decorrentes dessas aprendizagens. Neste momento, importa menos a exatidão das respostas e
mais a oportunidade de refletir e expressar o que aprendeu das experiências propostas para desenvolvimento
de habilidades de comunicação oral e escrita e do valor a elas atribuído. No decorrer do bimestre, espera-se
que os alunos ampliem a compreensão do tema proposto.
Como estratégia, sugere-se que:
• os alunos respondam às questões em pequenos grupos;
• exponham suas conclusões ao grande grupo;
• o professor anote todas as diferentes respostas mencionadas pelas equipes;
• no decorrer das aulas, os alunos, coordenados pelo professor, voltem às anotações para modificá-las
em função das novas reflexões, podendo acrescentar, retirar ou alterar conteúdos mencionados
anteriormente;
• no final do bimestre, essas anotações sejam novamente revistas e atualizadas para constituir uma
síntese de todo o processo percorrido.

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 2 – Como alguns alunos podem assistir a programas de televisão que, além de promoverem os crimes
como espetáculos a serem acompanhados e fruídos pelo público, também chegam a conclamar a população
para fazer justiça com as próprias mãos, em flagrante desrespeito aos direitos humanos e às leis do país,
convém aclarar alguns aspectos com relação ao justiçamento e ao direito de todos, mesmo dos que cometem
os crimes que nos pareçam mais horrendos, a serem julgados pela Justiça, porque:
• o julgamento de uma pessoa deve ser realizado com base nas leis do país e por profissionais que têm
formação especializada para isso;
• um leigo geralmente age movido pelas emoções do momento e sem conhecimento das leis, o que o
impede de avaliar se realmente foi cometido um delito, qual a sua gravidade e qual é a punição cabível;
• quem defende o próprio direito de julgar os demais e aplicar-lhes punições está, mesmo sem ter noção
do que implica sua reivindicação, aprovando o direito de todos os demais de fazer justiça pelas próprias
mãos e, por consequência, ser uma futura vítima de arbitrariedades.

Muitos alunos podem argumentar que a Justiça é lenta, omissa ou parcial. É importante esclarecer que
as instituições do Estado, como o Judiciário, não são infalíveis. Cabe ao cidadão estar sempre informado,
acompanhando a atuação da Justiça, para poder criticar, participar de movimentos, enfim, valer-se de canais
legítimos para expressar seus pontos de vista. A opção oposta, que significa dar-se o direito de punir desvios
por conta própria, nos conduz – a todos, aos justiceiros e aos tidos como “fora da lei” – à barbárie.

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 3 – Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, além de ser uma obra primorosa, de conhecimento
obrigatório por sua relevância entre o que há de mais representativo de nossa literatura, aborda tema social
cuja problemática, ainda hoje, merece reflexão e reclama por intervenções mais incisivas. Como os alunos,
neste último bimestre, vêm estudando um mesmo tema sob diferentes perspectivas, a escolha dessa obra
literária com forte caráter social mostra-se oportuna como exemplo do quanto a abordagem no campo artístico
pode mobilizar as emoções e contribuir para a visão crítica da realidade.
Com a finalidade de sensibilizar a turma para a importância, beleza e atualidade da obra, a critério do
professor, antes ou após o estudo de partes do poema de João Cabral de Melo Neto, os alunos devem assistir
– na aula ou em casa – a pelo menos uma das adaptações indicadas a seguir:

• Morte e vida severina, teleteatro de 1981, direção de Walter Avancini, com música de Chico Buarque,
produzido pela TV Globo.
(Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MthmmdJgQXY. Acesso em: 18 abr. 2018.)

• Morte e vida severina – animação em preto e branco, fiel às asperezas do texto, adaptada para os
quadrinhos pelo cartunista Miguel Falcão, transmitida pela TV Escola.
(Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=clKnAG2Ygyw. Acesso em: 18 abr. 2018. Disponível
em: https://tvescola.org.br/tve/video/morteevidaseverina. Acesso em: 18 abr. 2018.)

• Morte e vida severina – filme de 1977, direção de Zelito Viana.


(Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IZnXIWIyDq4. Acesso em: 18 abr. 2018.)
Caso essas adaptações não estejam mais disponíveis nos endereços indicados, podem ser localizadas
em uma ferramenta de busca pelo título mais o nome do diretor e agência produtora.

No caderno, são apresentadas três partes do poema, sucedidas de questões. Caso o professor julgue
mais apropriado ao ritmo de trabalho de sua turma, pode propor, em primeiro lugar, a leitura das três partes
e, em seguida, as respostas às questões.
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Se houver tempo, os alunos podem se reunir em pequenos grupos e ensaiar a leitura e até a dramatização
de partes do poema para apresentar aos colegas.

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 4 – Caso a escolha recaia sobre produção de áudio ou vídeo, é possível que as três aulas previstas sejam
insuficientes. Nesse caso, os alunos podem se organizar para completar algumas etapas do trabalho em casa.
Foram reservadas três aulas para os grupos compartilharem suas produções, o que implica ler os textos,
examinar ilustrações etc. Dependendo do número de grupos, determine o tempo que cada equipe poderá
despender para sua apresentação.
Sugere-se avaliar o trabalho do grupo, considerando:
• a qualidade dos textos (abordagem adequada do tema e linguagem utilizada em função do gênero textual);
• a qualidade da publicação com todos os textos (organização dos textos segundo critérios e arte-final);
• a qualidade da apresentação (o interesse despertado nos colegas, a adequação e clareza das explicações);
• a dinâmica do grupo para realização das atividades (organização, participação equitativa, colaboração entre
os elementos da equipe, uso adequado do tempo, demonstração de interesse pelos trabalhos desenvolvidos
pelos demais grupos).
Comente com cada grupo a avaliação do trabalho desenvolvido, sugerindo ações que poderiam aperfeiçoar
o produto e a dinâmica de trabalho.

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 5 – O exercício proposto contempla, a um só tempo, regras de acentuação e emprego de palavras e
expressões. Requer, portanto, um desempenho mais complexo do que quando se restringe à observação de
regras relacionadas a um só tipo de conteúdo e mais próximo do exigido na redação e revisão de textos.
É importante considerar que a realização correta do exercício, por si só, não garante a transferência das
habilidades para a produção de textos e, por isso, não constitui indicador suficiente para concluir que o aluno
atingiu desempenho satisfatório em comunicação escrita. Se não houver orientação individualizada por parte
do professor para a observância das regras na redação, os objetivos de ensino da língua, tal como propostos,
não serão alcançados.
O ensino da gramática pela gramática, avaliado somente por exercícios desvinculados da produção de
textos, é prática do modelo de estudo da língua dos anos 50 do século passado, reiteradamente contestado
por pesquisas sobre como se aprende um idioma. Infelizmente, é o modelo que ainda persiste em parte das
escolas, embora seja flagrante que muitas pessoas, mesmo com formação superior, embora sejam capazes
de resolver exercícios de emprego de regras gramaticais, não conseguem transferi-las para a produção escrita,
o que pode ser tomado como um indicador da falência desse modelo.
Na aula, insista para que os alunos apresentem suas dúvidas. Se necessário, faça uma revisão do conteúdo
detendo-se nos aspectos em que a turma apresentou mais dificuldades.

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Número de aulas sugeridas


Língua Portuguesa – 9.o ano – 4.o Bimestre

Caderno Módulo Semana Aula Programa

106 Suas experiências

107 1. Campo das práticas de estudo e pesquisa – Exploração e descoberta

24 108 1. Campo das práticas de estudo e pesquisa – Exploração e descoberta

109 1. Campo das práticas de estudo e pesquisa – Exploração e descoberta

110 1. Campo das práticas de estudo e pesquisa – Sua criação – Texto expositivo

111 1. Campo das práticas de estudo e pesquisa – Sua criação – Texto expositivo

112 2. Campo jornalístico-midiático – Exploração e descoberta

25 113 2. Campo jornalístico-midiático – Exploração e descoberta

114 2. Campo jornalístico-midiático – Sua criação – Artigo de opinião

7 115 2. Campo jornalístico-midiático – Sua criação – Artigo de opinião

116 3. Campo de atuação na vida pública – Exploração e descoberta

117 3. Campo de atuação na vida pública – Exploração e descoberta

26 118 3. Campo de atuação na vida pública – Sua criação – Proposta de atuação social

119 3. Campo de atuação na vida pública – Sua criação – Proposta de atuação social

120 4. Campo artístico literário – Exploração e descoberta


4
121 4. Campo artístico literário – Exploração e descoberta

122 4. Campo artístico literário – Exploração e descoberta

27 123 4. Campo artístico literário – Sua criação – Texto literário

124 4. Campo artístico literário – Sua criação – Texto literário

125 Sua criação – Publicação do grupo

126 Sua criação – Publicação do grupo

127 Sua criação – Publicação do grupo

28 128 Ampliação dos saberes

129 Ampliação dos saberes

8 130 Ampliação dos saberes

– Ajuste

– Ajuste

29 – Ajuste

– Ajuste

– Ajuste

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Habilidades do 4.o bimestre do 9.o ano

Práticas de
Objetos de conhecimento Habilidade
Linguagem
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO – Trata-se, em relação a Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura
este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, e produção de textos para além dos já trabalhados nos anos iniciais do ensino
adolescentes e jovens nas práticas relativas ao trato com a fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista etc.): reportagem,
informação e opinião, que estão no centro da esfera reportagem multimidiática, fotorreportagem, fotodenúncia, artigo de opinião,
jornalística/midiática. Para além de construir conhecimentos e editorial, resenha crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural,
desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção meme, charge, charge digital, political remix, anúncio publicitário, propaganda,
de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar jingle, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem-se
experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e gêneros que lidem com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos
jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que dos letramentos da letra e do impresso e gêneros multissemióticos e
acontecem na sua comunidade, na sua cidade e no mundo e hipermidiáticos, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser
de escuta, leitura e produção de textos pertencentes a gêneros contemplados em atividades de uso e reflexão: curar, seguir/ser seguido, curtir,
da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e comentar, compartilhar, remixar etc.
desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar em Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de
relação a interesses e posicionamentos diversos e possam persuasão do discurso publicitário, o apelo ao consumo, as diferenças entre
produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões vender um produto e “vender” uma ideia, entre anúncio publicitário e propaganda.
e debates de forma ética e respeitosa.

Apreciação e réplica (EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio,


Relação entre gêneros e mídias posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando
possibilidades de denúncia quando for o caso.

(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos,


outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.),
de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades
das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos
objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo
dos gêneros em questão, como forma de ampliar suas possibilidades de
compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

Estratégia de leitura: apreender os (EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias
sentidos globais do texto e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática
Leitura retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais
temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação
a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor
presente.

Efeitos de sentido (EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão
nos textos publicitários, relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao
consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo
verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas
de consumo conscientes.

(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges,


memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de
palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos,
de pontuação etc.

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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Relação do texto com o (EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens,
contexto de produção e reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor,
experimentação de comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação
papéis sociais de produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis,
tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc.– e cartazes, anúncios,
propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando
de forma significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou
articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições
de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar
possibilidades de participação nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo
midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da Web 2.0,
que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de
consumidor e produtor.

Produção de Textualização (EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto
textos produção e circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a
circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade
linguística e/ou semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada
às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de planejamento, elaboração,
revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a
colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes,
acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e
editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes,
acrescentando/alterando efeitos, ordenamentos etc.
Revisão/edição de texto (EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião,
informativo e opinativo dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão,
características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes
semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e
vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
Produção de textos (EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de
jornalísticos orais interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em
Oralidade redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.

*Considerar todas as Participação em (EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores,
habilidades dos eixos discussões orais de tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para
leitura e produção que temas análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam
se referem a textos ou controversos de analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
produções orais, em interesse da turma e/ou
áudio ou vídeo de (EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos
relevância social de fala, na participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.

Análise linguística Construção (EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem
composicional do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais
/ semiótica e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos,
gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial
(contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas:
apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.

Estilo (EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos
e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a
ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia
do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número,
tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas de
pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas
de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos
argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções
metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de
persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal,
jogos de palavras, metáforas, imagens).

XI
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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Estilo (EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que


marquem as relações de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de
conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos
argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses
Análise linguística textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro / segundo / terceiro lugar, finalmente,
/ semiótica em conclusão” etc.).

Efeito de sentido (EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de
elementos típicos da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade
e expressão facial, as hesitações etc.

Práticas de Linguagem Objetos de conhecimento Habilidade


CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA – Trata-se, neste Campo, de Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas
ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao as áreas do currículo e com os interesses e escolhas pessoais dos adolescentes
debate de ideias e à atuação política e social, por meio do(a): e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e avaliação de ações e
– compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo juvenil de forma
diferentes níveis e instâncias, das formas e canais de participação contextualizada.
institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já
não institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e inter- considerados em outras esferas – como discussão oral, debate, palestra,
venções urbanas; apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz, spot, propaganda
– reconhecimento da importância de se envolver com questões de (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de campanhas políticas) – e de
interesse público e coletivo e compreensão do contexto de promulgação outros, como estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação,
dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma carta de reclamação, abaixo-assinado, petição online, requerimento, turno de fala
geral em um estado democrático, como forma de propiciar a vivência em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata, parecer,
democrática em várias instâncias e uma atuação pautada pela ética da enquete, relatório etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social,
responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e
tenho); das demais semioses envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses
– desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos gêneros.
envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate,
gêneros relacionados à discussão e implementação de propostas, à propaganda, campanha e apresentação oral podem/devem se relacionar
defesa de direitos e a projetos culturais e de interesse público de também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação na
diferentes naturezas. vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros e práticas
Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais propostas para o Campo jornalístico/midiático e para o Campo das práticas de
competentes para questionamentos, reclamação de direitos e denúncias ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão, debate e
de desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que
de propostas e programas de interesse público no contexto de agre- envolvem a escola ou a comunidade e propaganda política. Da mesma forma,
miações, coletivos, movimentos e outras instâncias e fóruns de discussão as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção entre fato e opinião
da escola, da comunidade e da cidade. também devem ser consideradas nesse campo.
Reconstrução das condições de (EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de
produção e circulação e adequação do organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização de seus
texto à construção composicional e ao itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa),
estilo de gênero (Lei, código, estatuto, blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e
código, regimento etc.) parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação)
e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de vocabulário técnico, pelo uso
do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como
advérbios e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como
alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo,
Leitura coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.

Apreciação e réplica (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não


institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas vinculadas a
manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas
próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar, expor uma problemática
ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com
seu contexto de produção e relacionando as partes e semioses presentes para
a construção de sentidos.
Textualização, revisão e edição (EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos
sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade, justificando
Produção de textos pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos,
ações previstas etc.), levando em conta seu contexto de produção e as
características dos gêneros em questão.

XII
ORIENT_C4_9A_Portugues_Prof_Tony_2020.qxp 28/07/2020 08:36 Página XIII

Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA

Discussão oral (EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos)
desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código Nacional de
Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade
com textos legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. –, de maneira
a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos
normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter
interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem estar em jogo.

(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia,


Oralidade reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de
propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas
e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e
propostas claras e justificadas.
Registro (EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas,
reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a própria fala (que pode se dar no
momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos
assuntos tratados em outros contextos públicos, como diante dos representados).

Análise de textos (EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/
legais/normativos, jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como propostas, programas políticos
propositivos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.),
e reivindicatórios propaganda política (propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em
discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta, suas justificativas
e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão
de textos pertencentes a esses gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados
e/ou fundamentados quando isso for requerido.
Análise linguística
/ semiótica Mobilização (EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as
modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta (obrigatoriedade/permissibilidade)
como, por exemplo: Proibição: “Não se deve fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade:
“A vida tem que valer a pena.”; Possibilidade: “É permitida a entrada de menores
acompanhados de adultos responsáveis”, e os mecanismos de modalização adequados aos
textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que o locutor exprime um juízo
de valor (positivo ou negativo) acerca do que enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”,
“Discordo das escolhas de Antônio.” “Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes
mais graves.”

XIII
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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA – Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como
Trata-se de ampliar e qualificar a participação dos jovens apresentação oral, palestra, mesa-redonda, debate, artigo de divulgação científica, artigo científico,
nas práticas relativas ao estudo e à pesquisa, por meio de: artigo de opinião, ensaio, reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico,
– compreensão dos interesses, atividades e esquemas, relatório, relato (multimidiático) de campo, documentário, cartografia animada,
procedimentos que movem as esferas científica, de podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem o reconhecimento de sua função
divulgação científica e escolar; social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos das demais
– reconhecimento da importância do domínio dessas semioses (ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos pertencentes
práticas para a compreensão do mundo físico e da a esses gêneros.
realidade social, para o prosseguimento dos estudos e Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os
para formação para o trabalho; e projetos e escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da
– desenvolvimento de habilidades e aprendizagens de leitura/escuta de textos/produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe diversificar, em
procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de cada ano e ao longo dos anos, os gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar
textos pertencentes a gêneros relacionados ao estudo, à resultados de pesquisa, de forma a contemplar a apresentação oral, gêneros mais típicos dos
pesquisa e à divulgação científica. letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos hipermidiáticos, que suponham
colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.

Reconstrução das condições (EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação
de produção e recepção dos científica – texto didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica,
textos e adequação do texto verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório,
à construção composicional relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os
e ao estilo de gênero aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguística características desses
gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos
pertencentes a esses gêneros.
Relação entre textos (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes
fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências,
complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais,
compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

Apreciação e réplica (EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/ terceiro lugar”, “por
outro lado”, “dito de outro modo”, isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização
das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.
Leitura Estratégias e procedimentos (EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais,
de leitura orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com
ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas
Relação do verbal com digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.
outras semioses
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na
(re)construção dos sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para
Procedimentos e gêneros de
o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar
apoio à compreensão
o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma
de ampliar as possibilidades de compreensão desses textos e analisar as características das
multissemioses e dos gêneros em questão.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir
marginálias (ou tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico,
quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise),
mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior
compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações e um posicionamento frente
aos textos, se esse for o caso.

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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Consideração das (EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que
condições de produção considere as pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros
de de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a
textos de divulgação divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de
científica divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de enciclopédia, verbete
Estratégias de escrita de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento científico,
relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem
envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato
mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de
pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e estudos de campo realizados.
Produção de
textos Estratégias de escrita: (EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de
textualização, revisão e dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de
edição enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento,
relatório, relatório multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de
produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções composicionais e
estilos.
Estratégias de produção (EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico,
vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e
resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a
construção composicional dos roteiros.
Estratégias de (EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de
produção: planejamento apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características
e do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas,
produção de ensaiar a apresentação, considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e
apresentações orais proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado, a
partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com
Oralidade apoio da leitura ou fala espontânea.
Estratégias de produção (EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações
sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar
entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta,
se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as
informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.

XV
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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Construção (EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras,


composicional dentre outros, a construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação,
Elementos introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos,
paralinguísticos e por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou
cinésicos conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz,
Apresentações orais pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e
entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e
gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e
entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etc.), para melhor performar
apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.

Usar adequadamente (EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e
ferramentas de apoio a usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou
apresentações orais organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas,
formas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide,
usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de
transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
Construção (EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros
Análise linguística composicional e estilo relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em
/ semiótica Gêneros de divulgação subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos,
científica ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc.,
exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações e
remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título,
contextualização do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema,
intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços
da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de
impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação e objetivos assim
o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3.a pessoa,
presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como
forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.

Marcas linguísticas (EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação
Intertextualidade literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto
a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De
minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras
de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas)
em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a
retextualização ocorrem nesses textos.

XVI
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Práticas de
Objetos de conhecimento Habilidade
Linguagem
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – O que está em jogo neste campo é possibilitar às A formação desse leitor-fruidor exige o desenvolvimento de
crianças, adolescentes e jovens dos Anos Finais do Ensino Fundamental o contato com habilidades, a vivência de experiências significativas e aprendizagens
as manifestações artísticas e produções culturais em geral, e com a arte literária em que, por um lado, permitam a compreensão dos modos de produção,
especial, e oferecer as condições para que eles possam compreendê-las e frui-las de circulação e recepção das obras e produções culturais e o
maneira significativa e, gradativamente, crítica. Trata-se, assim, de ampliar e diversificar desvelamento dos interesses e dos conflitos que permeiam suas
as práticas relativas à leitura, à compreensão, à fruição e ao compartilhamento das condições de produção e, por outro lado, garantam a análise dos
manifestações artístico-literárias, representativas da diversidade cultural, linguística e recursos linguísticos e semióticos necessária à elaboração da
semiótica, por meio: experiência estética pretendida.
– da compreensão das finalidades, das práticas e dos interesses que movem a esfera Aqui também a diversidade deve orientar a organização / progressão
artística e a esfera literária, bem como das linguagens e mídias que dão forma e curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e autoras –
sustentação às suas manifestações; contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses,
– da experimentação da arte e da literatura como expedientes que permitem (re)conhecer africanos e de outros países – devem ser contemplados; o cânone, a
diferentes maneiras de ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo confronto com o que é diverso, literatura universal, a literatura juvenil, a tradição oral, o
desenvolver uma atitude de valorização e de respeito pela diversidade; multissemiótico, a cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras
– do desenvolvimento de habilidades que garantam a compreensão, a apreciação, a diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva haver um
produção e o compartilhamento de textos dos diversos gêneros, em diferentes privilégio do letramento da letra.
mídias, que circulam nas esferas literária e artística. Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais,
Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial tanto aquelas relacionadas à produção de textos em gêneros literários
transformador e humanizador, é preciso promover a formação de um leitor que não e artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao
apenas compreenda os sentidos dos textos, mas também que seja capaz de frui-los. compartilhamento e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o
Um sujeito que desenvolve critérios de escolha e preferências (por autores, estilos, exercício da indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por meio
gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores. de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo
dos anos.
Reconstrução das condições de produção, circulação e (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos
recepção e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo
nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as
Apreciação e réplica identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o
contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos
pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro,
dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em
blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras
manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos,
CD’s, DVD’s etc.), diferenciando as sequências descritivas e
avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha
do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer
escolhas, quando for o caso.
Leitura (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de
leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, como
rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias,
de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes,
cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers,
redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.),
dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem
estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo
comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando
formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts
culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas,
fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages,
trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas
de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

XVII
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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Reconstrução da (EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição


textualidade e próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e
compreensão articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários
dos efeitos e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de
de sentidos provocados discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver)
pelos usos de recursos empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a
linguísticos e narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico
multissemióticos de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico
e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto
e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos
figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
Leitura
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos
sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por
exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação
com o texto verbal.
Adesão às práticas de (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por
leitura outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo
de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e
suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu
conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor.

Consideração das (EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização,


condições de produção revisão/edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e
Produção de Estratégias de produção: estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor
textos planejamento, pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando
textualização e a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
revisão/edição

XVIII
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Práticas de Objetos de
Habilidade
Linguagem conhecimento
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Produção de textos orais (EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de
suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas
Oralização (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances,
narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil, – contar/recontar histórias
tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais, contos de amor, contos
de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a
compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente,
que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação
quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações
Oralidade etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior, seja para
produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas
com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto
de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos,
paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a
entonação, o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como
eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao gênero poético e à
situação de compartilhamento em questão.

Recursos linguísticos e (EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos
semióticos que operam linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as
nos textos pertencentes modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem,
aos gêneros literários obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações,
as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na
declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa
Análise linguística quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de
/ semiótica linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole,
eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de
palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações
subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função
na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero
narrativo.

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

Variação linguística (EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o


Análise linguística de preconceito linguístico.
/ semiótica (EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em
situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

XIX
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Anotações

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Sumário

Unidade 4 – Linguagem e atuação


Módulo 7 – Linguagem e campos de atuação ............................................. 3
1. Campo das práticas de estudo e pesquisa......................................... 8
2. Campo jornalístico-midiático ............................................................ 20
3. Campo de atuação na vida pública ................................................... 26
4. Campo artístico-literário ................................................................... 37
Módulo 8 – Vocês com a palavra................................................................. 50
Tarefas........................................................................................................ 53

Autoras:
Inês Achcar
Kelly Alessandra Trindade
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Módulo

5
7 Linguagem e campos de atuação

A 106 DATA: _____/_____/_____

 1 – Vide orientações didáticas (página VI).

A linguagem e os campos de atuação


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro de 2017, estabelece os direitos de aprendizagem
dos alunos e as obrigações da escola. Determina que os estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental (6.o ao 9.o ano)
desenvolvam, no componente Língua Portuguesa, habilidades que lhes permitam expressar-se adequadamente, por
meio da escuta, da fala, da leitura e da escrita, para atuar nos seguintes campos:
• das práticas de estudo e pesquisa;
• jornalístico-midiático;
• da vida pública;
• artístico-literário.

Talvez uma ou mais designações desses campos de atuação por meio da linguagem pareçam estranhas a vocês. No
entanto, ao responder às questões seguintes, certamente irão reconhecer os momentos e as atividades realizadas desde
o 6.o ano até agora que se relacionaram, mais diretamente, a um desses campos de atuação.
Também irão verificar que esses campos se inter-relacionam e que, para atuar em um, em grande parte das vezes é
necessário saber desempenhar-se em outro(s).
Portanto, irão refletir sobre todos esses aspectos, descobrir que já sabem muita coisa, colocar em prática os saberes
e, assim, ampliar e aprofundar o que vêm estudando desde que iniciaram o Ensino Fundamental.

1. No decorrer dos anos finais do Ensino Fundamental, espera-se que os alunos ampliem as habilidades
que lhes permitam:
• estudar os conteúdos escolares de maneira produtiva;
• pesquisar, em diversas fontes, para aprofundar seus conhecimentos e satisfazer sua curiosidade
sobre assuntos variados com autonomia, sem depender de outros.
Ingimage/Fotoarena

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Tais habilidades são características do campo de atuação das práticas de estudo e pesquisa.
Segundo o grupo, que tipos de atividades desenvolvidas do 6.o ao 9.o ano contribuíram mais
diretamente para que vocês aprimorassem as habilidades incluídas nas práticas de estudo e pesquisa?

2. Com relação ao campo jornalístico-midiático, espera-se que os alunos ampliem suas práticas
referentes ao trato com a informação e com a opinião. Isso implica:
• interessar-se pelos fatos da comunidade, da cidade, do país e do mundo que afetam a vida das
pessoas;
• informar-se sobre tais acontecimentos em fontes confiáveis;
• posicionar-se quanto a eles de forma ética e respeitosa.
Ingimage/Fotoarena

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Que atividades desenvolvidas do 6.o ao 9.o ano contribuíram mais diretamente para que vocês
ampliassem e tornassem mais qualificada a atuação no campo jornalístico-midiático?

3. No campo de atuação na vida pública, espera-se que os alunos ampliem e qualifiquem sua
participação política e social.
Isso significa:
• reconhecer a importância de envolver-se com questões que afetam a vida de todos e não apenas a
própria existência;
• compreender e admitir que a vida em sociedade implica direitos e deveres estipulados por leis e
normas;
• envolver-se em propostas que visem ao bem coletivo, ao fortalecimento da vivência democrática,
bem como ao respeito aos direitos humanos e à ética.

Que atividades desenvolvidas do 6.o ao 9.o ano contribuíram


Ingimage/Fotoarena

mais diretamente para que vocês ampliassem e tornassem


mais qualificada a atuação na vida pública?

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4. No campo artístico-literário, espera-se que os alunos intensifiquem seu contato com as manifes-
tações artísticas e produções culturais em geral, e com a arte literária em especial, para fruí-las de maneira
significativa, isto é, para que lhes causem prazer,
emoção, compreensão mais profunda da vida e
espírito crítico mais aguçado, entre outros efeitos

Ingimage/Fotoarena
humanizadores que refinam a sensibilidade de
uma pessoa.

As práticas promovidas na escola visando ao


campo artístico-literário devem dar condições aos
alunos de:
• compreenderem as finalidades das
manifestações artísticas e as características
que as diferenciam de outras práticas da
linguagem;
• reconhecerem o valor das criações artísticas
por permitirem a expressão de diferentes
maneiras de ser, pensar, agir, sentir e, em
consequência, desenvolverem a atitude de
respeito e valorização da diversidade;
• experimentarem a criação de textos literários.

Que atividades desenvolvidas do 6.o ao 9.o ano lhes possibilitaram contato mais próximo com o campo
artístico-literário?

6
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5. Ao responderem às questões anteriores, é provável que vocês tenham tido dúvidas se uma atividade
era mais característica de um campo ou de outro. Essa incerteza era esperada, pois os campos se
relacionam e se complementam. Como atuar adequadamente na vida pública sem se interessar pelos
fatos que ocorrem no local onde moramos ou no mundo? Como propor uma ação para resolver uma
questão social sem realizar uma pesquisa sobre o problema? Como criar um conto cuja ação ocorre no
século XVIII sem ter informações sobre essa época?
Identifiquem algumas atividades realizadas no curso que evidenciam essa inter-relação entre os campos
de atuação.

6. Durante este último bimestre, vocês pesquisarão um tema e, sobre ele, desenvolverão textos
característicos dos quatro campos de atuação.
Na primeira etapa, criarão os textos individualmente, sempre compartilhando informações com o grupo.
Na segunda etapa, o grupo criará uma publicação única, em formato e veículo a serem definidos, para
ser examinada e avaliada pelos demais colegas da turma.
Prestem atenção às instruções do professor para, já na tarefa de casa, iniciarem a pesquisa sobre o tema definido.

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a tarefa 55
“Fontes de pesquisa”. 7
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A 107 a 109
1. Campo das práticas de estudo e pesquisa DATA: _____/_____/_____

Ingimage/Fotoarena
Como escravos entravam na Justiça e faziam poupança para lutar pela liberdade
Acervo Público do Tribunal de Justiça de São Paulo armazena ações da época

Cena urbana no Rio de Janeiro escravocrata do século 19, pintada por Jean-Baptiste Debret.
Foto: Acervo Espaço Olavo Setúbal/Itaú Cultural.

Em 1883, Rita entrou com uma ação na Justiça da Imperial Cidade de São Paulo contra o Tenente Julio
Nunes Ramalho. Poderia ser mais um processo qualquer, não fosse um fato notável: Rita não era considerada
cidadã pela lei brasileira. Era escrava. Já o Tenente Ramalho era seu proprietário. O objeto do caso era o
interesse de Rita de comprar sua liberdade.
De Rita, a Justiça sabia pouco. Não tinha sobrenome, nem idade certa —"38 anos aproximadamente". As
informações eram apenas que tinha aptidão para o trabalho e era cozinheira, escravizada por Ramalho.
Por não ser livre, Rita não tinha direito a procurar a Justiça diretamente e precisou de um intermediário para
representá-la. Tendo obtido uma doação de 200 mil réis "em moeda corrente deste Império", queria comprar sua
alforria. Pedia, então, que seu proprietário fosse intimado para declarar se aceitava ou não a quantia. Seu representante
conclui o pedido dizendo que o fazia "a rogo da suplicante, que não sabe escrever".

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O Brasil estava mudando. Depois de mais de três séculos, a escravidão se aproximava do fim. Em 1850, havia sido
proibido o tráfico negreiro. Em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que estabeleceu a liberdade para filhos de
mulheres escravizadas nascidos dali em diante –– como o menino Benedito, a quem Rita deu à luz três anos após a lei.
Além disso, a Lei do Ventre Livre deu às pessoas escravizadas o direito de juntar dinheiro — fosse fruto de doações,
do próprio trabalho ou de economias — e, com ele, comprar sua própria alforria, independentemente da autorização
do seu proprietário.
Essa alteração legal multiplicou nos tribunais as chamadas ações de liberdade. A de Rita é uma delas. Está
armazenada no Acervo Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, junto com dezenas de outros processos centenários,
em papel envelhecido e texto manuscrito, movidos por pessoas escravizadas contra seus senhores. Além de São Paulo,
há casos semelhantes em diversos pontos do país.
"A ação de liberdade quebra a autoridade senhorial, porque passa a existir uma forma de se libertar da escravidão
independentemente da vontade do senhor", afirma a historiadora Keila Grinberg, professora da Unirio e da New York
University, e uma das maiores especialistas neste tema no Brasil.
"Isso quebra o mito de que a alforria era apenas uma forma de reconhecimento do senhor (aos seus escravos).
Nada disso! Eles também foram para a Justiça para conquistar sua liberdade", completa Lúcia Helena Silva, professora
da Unesp, que pesquisou as ações de liberdade em Campinas.
Porém, as ações de liberdade não eram um caminho fácil. "Apenas a minoria das pessoas escravizadas conseguia entrar
na justiça. A maioria dos escravos nascia e morria escravo", pondera Grinberg.

Pilha de ações impetradas por pessoas escravizadas no final do século 19, parte do Acervo do
Tribunal de Justiça de São Paulo. Foto: Amanda Rossi/BBC Brasil.

Negociação na justiça
Junto ao pedido de Rita, foi anexado um atestado médico: "Atesto que a preta Rita sofre de anemia e de artrite
crônica, moléstias que por muitas vezes a inabilitam para qualquer trabalho". A informação tinha um objetivo
estratégico. "Normalmente, o escravo usava a estratégia de se desvalorizar", explica Lúcia Helena Silva.
"Já o senhor fazia tudo o que era possível para dizer que seu escravo valia muito". No caso de Rita, o Tenente
Ramalho respondeu à intimação dizendo que não aceitava os 200 mil réis oferecidos. "Considero ser de maior valor a
minha escrava. Há três meses, a comprei pela quantia de 800 mil réis".
Quando não havia concordância sobre o valor da liberdade, como no caso entre Rita e Ramalho, não era o fim do
processo. Cabia ao Estado fazer a arbitragem do preço, que as duas partes seriam obrigadas a aceitar. Para isso, o
primeiro passo era a pessoa escravizada ser mandada para uma avaliação.
"Depois de haverem examinado a dita escrava Rita, tendo em consideração a idade, saúde e profissão da mesma,
(os avaliadores) apresentam os seguintes laudos: Salvador avaliava-a em 500 mil réis. Fernando em 320 mil réis. Em
consequência da divergência havida, foi aceito o laudo de 320 mil réis".
O resultado da avaliação foi uma vitória para Rita. O valor estava mais próximo dos 200 mil réis que ela tinha
proposto do que dos 800 mil réis pedidos por seu senhor. Por intermédio de seu representante livre, Rita apresentou à
Justiça os 120 mil réis que estavam faltando e requereu "que lhe fosse passada a carta de liberdade".

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Depois de três meses na Justiça, Rita, que nasceu submetida à escravidão no Brasil, se tornou finalmente uma
mulher livre.

Pintura de Jean-Baptiste Debret retrata desembargadores chegando ao Palácio de Justiça


no Rio de Janeiro. Foto: Acervo Espaço Olavo Setúbal/Itaú Cultural.

Redes de apoio nas cidades


"Apesar de o Estado e suas leis abrirem portas para dar visibilidade a questões dos escravos, não era fácil iniciar
um processo judicial e, menos ainda, terminá-lo", explica a historiadora Heloísa Maria Teixeira, que pesquisou a compra
de alforrias em Mariana, Minas Gerais.
Em geral, os escravos que recorriam à Justiça viviam nas cidades. Ali, tinham mais acesso a informação. Também
podiam receber apoio de redes de solidariedade, formadas por outras pessoas escravizadas e libertas, além de terem
contato com ideias e movimentos abolicionistas. Já para aqueles escravizados na zona rural, entrar na Justiça era muito
mais difícil.
Ao consultar os documentos mineiros, Heloísa encontrou o caso da menina Eva, escrava de "mais ou menos 14 anos",
nascida na década de 1850. Sua história mostra como o fato de estar na cidade facilita o surgimento de uma rede de
apoio.
A madrinha de Eva, que não tinha dinheiro, passou a pedir esmolas na cidade com o intuito de libertar a menina.
O processo de Eva, inclusive, elenca uma lista de pessoas que participaram da arrecadação de fundos para compra de
sua liberdade. Ao final, a madrinha conseguiu reunir 120 mil réis em dinheiro. O valor foi complementado por um
burro entregue pelo pai da menina, no valor de 80 mil réis. Com os 200 mil réis totais, foi comprada a carta de alforria
de Eva.

Capa da ação de liberdade da escrava Rita contra o Tenente Ramalho. Foto: Amanda Rossi/BBC
Brasil.

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Além de processos de compra de alforria, houve no Brasil diversas ações de liberdade baseadas na ilegalidade da
escravidão. Em 1883, por exemplo, Antonio — também sem sobrenome — entrou na Justiça de São Paulo
argumentando que sua matrícula de escravo informava ser ele africano e ter 51 anos.
Logo, Antonio teria nascido na África em 1832. Porém, uma lei brasileira de 1831 declarou que era livre todo o
escravo vindo de fora do Império do Brasil a partir daquela data. Foi a primeira legislação a tentar coibir o tráfico de
pessoas escravizadas para o Brasil. Desta forma, como Antonio nasceu depois da lei, ele havia sido trazido para o país
de forma ilegal. Por consequência, sua escravidão também era ilegal.
Seu proprietário tentou contra-argumentar. Afirmou que a matrícula do escravo estava errada e que, na verdade,
ele tinha nascido cinco anos antes da lei. Em termos práticos, isso faria com que Antonio não tivesse direito à liberdade.
Por outro lado, essa linha de argumentação implicaria o reconhecimento de que um menino de cerca de 5 anos tivesse
sido transportado nos navios negreiros e vendido ainda criança no Brasil.
Mas a argumentação do dono de Antonio não foi bem-sucedida. O juiz do caso concedeu a carta de liberdade ao
"africano". Mas sob a condição estabelecida pelo proprietário: de que o agora ex-escravo prestasse serviços por mais
quatro anos para seu antigo senhor e sua esposa. Assim, Antonio ficaria livre apenas em 1887 — um ano antes da Lei
Áurea ser sancionada pela Princesa Isabel, decretando oficialmente o fim da escravidão no Brasil.
"Esses juízes e tribunais não eram abolicionistas. Tomavam a decisão baseados naquele caso específico. Ninguém
ali estava defendendo o fim da escravidão", diz Grinberg.

Serviços de barbeiros, cabeleireiros, vendedoras –– retratados nessa pintura de Debret — eram


formas de juntar dinheiro para a alforria. Foto: Acervo Espaço Olavo Setúbal/Itaú Cultural.

Dificuldade para juntar dinheiro


As pessoas escravizadas nas zonas urbanas também tinham mais possibilidade de juntar dinheiro para comprar
sua liberdade. Alguns deles, além do trabalho forçado, realizavam pequenos serviços remunerados. As mulheres, por
exemplo, vendiam quitutes, hortaliças, eram babás, amas de leite, lavadeiras. Os homens eram sapateiros, barbeiros,
carregadores.
Nas cidades, também eram mais comuns os chamados "escravos de ganho" — quando as pessoas escravizadas
prestavam serviços para terceiros, sendo obrigadas a entregar o dinheiro para seus proprietários, ficando apenas com
uma pequena parte.
Ainda assim, não era nada fácil que esses trabalhos rendessem o suficiente para comprar a alforria. Em geral, no
final do século 19, o preço da liberdade variava de 200 mil réis a 2 contos de réis (equivalente a 2 milhões de réis). "A
maior parte das pessoas não deve ter conseguido juntar o suficiente. Depois que o tráfico foi proibido, o preço do
escravo subiu ainda mais", explica Grinberg.
E onde os escravos guardavam dinheiro? Uma das possibilidades era colocar na poupança.
Documentação histórica da Caixa Econômica, ainda pouco estudada, mostra diversas cadernetas pertencentes a
escravos. Fundada em 1860, a Caixa não permitia que pessoas não livres fossem depositantes. Mas, após a Lei do
Ventre Livre, em 1871, isso mudou.

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Caderneta de poupança de Judas, escravo, com 24 mil réis. Foto: Acervo da Caixa Econômica Federal.

A caderneta de poupança número 43 da Caixa Econômica de São Paulo, datada de 1875, pertencia a Judas, escravo
de Manuel de Andrade. O formulário do banco trazia a palavra "senhor" antes do nome do depositário. Mas, no caso
de Judas, a palavra foi riscada. Afinal, sua condição de pessoa escravizada impedia que fosse tratado por "senhor". Por
isso também, Judas não tinha sobrenome reconhecido.
Judas tinha 54 anos, era hortelão, morava em São Paulo, era casado e não sabia ler e escrever. Naquele ano, tinha
juntado na poupança 24 mil réis. Muito distante dos preços praticados pela liberdade naquela época.
"Pelos valores depositados nas poupanças, a gente vê que era muito difícil comprar alforria com base nesse dinheiro.
Mas existe, sim, uma relação entre poupanças e compra de alforria, embora seja pouco", fala Grinberg.
"De toda forma, era algo significativo, porque mostra outras formas de resistência à escravidão. Os escravos
conseguiam brechas para entrar no sistema financeiro e juntar dinheiro, apesar de tudo que era imposto a eles",
considera o historiador Thiago Alvarenga, professor da Universidade Federal Fluminense, um dos responsáveis por
resgatar o arquivo de cadernetas de poupança do século 19 da Caixa Econômica.
Na sua pesquisa, Alvarenga encontrou um caso intrigante: um homem escravizado que tinha uma poupança de
4 contos de réis, valor que seria mais que suficiente para comprar sua liberdade. "Pode ser que estivesse juntando
dinheiro para libertar várias pessoas da sua família", considera o historiador.
Já outras cadernetas de poupança da Caixa mostram a saída de dinheiro para comprar a alforria. Um dos casos é
o de Margarida Luíza, escrava de Joaquim José Madeira, cuja conta foi encerrada três anos depois de criada, retirando
os 353 mil réis acumulados para obter sua liberdade.
Embora a historiografia já tenha desvendado muito sobre as diferentes formas de resistência das pessoas feitas
escravas no Brasil, ainda há perguntas sem respostas e espaço para novas pesquisas.
"O que não falta é documento da escravidão. Eles estão espalhados pelo Brasil em cartórios, igrejas, tribunais,
bancos, e precisam ser salvos, literalmente. E isso se faz com política pública. São arquivos importantíssimos! Sem eles,
a gente perde a chance de conhecer melhor nossa história", afirma Keila Grinberg.

(Amanda Rossi, BBC Brasil em São Paulo, 19 fevereiro 2018.


Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/geral-43078878>.
Acesso em: 28 mar. 2018.)

Notas
Alforria: liberdade que se concede aos escravos.
BBC: A British Broadcasting Corporation – BBC é uma emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido, fundada
em 1922. A BBC Brasil, com matérias em português, teve início em março de 1938.

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1. Ao ler essa matéria jornalística com atenção, você teve acesso a várias informações sobre os escravos
africanos no Brasil do século XIX. Responda aos itens seguintes para ter um resumo dessas informações.

1.1. Antes da Lei Áurea, sancionada pela Princesa Isabel em 1888, decretando oficialmente o fim da
escravidão no Brasil, o escravo africano era considerado cidadão pelas leis brasileiras, isto é, uma pessoa
que, além de deveres, tem direitos? Mencione um episódio relatado no texto que justifique sua resposta.
O escravo não era considerado cidadão. No relato do episódio de Rita se afirma que, por ela ser escrava, não tinha direito a procurar a

Justiça diretamente, sendo preciso um intermediário para representá-la.

1.2. Em 1883, quando Rita entrou na Justiça para comprar sua liberdade, o Brasil caminhava para o fim
oficial da escravidão. Já haviam sido aprovadas leis que estipulavam alguns limites ao comércio de
escravos. Em 1850, uma lei proibiu o tráfico negreiro que era realizado no Oceano Atlântico em direção
ao Brasil. Em 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre. O que essa lei estabelecia e como Rita (da mesma
forma que outros tantos escravos) se valeu dela para tentar comprar sua liberdade?
A Lei do Ventre Livre estabeleceu a liberdade para filhos de mulheres escravizadas nascidos dali em diante. Além disso, deu aos escravos

o direito de juntar dinheiro e, com ele, comprar sua própria alforria, independentemente da autorização do seu proprietário, o que deve ter

permitido a Rita ter a quantia necessária para pleitear sua liberdade.

1.3. Por que se afirma, no texto, que é um mito a declaração de que a alforria era apenas uma forma
de reconhecimento do senhor aos seus escravos, ou seja, que o senhor concedia a eles a liberdade?
Porque os documentos analisados revelam que escravos entraram na Justiça para comprar sua liberdade – não o fariam se o senhor,

voluntariamente, lhes concedesse a alforria.

1.4. Por que o escravo usava normalmente a estratégia de se desvalorizar ao requerer sua alforria?
Para que o preço de sua liberdade não fosse alto, uma vez que, ao depreciar-se, indicava não apresentar as condições ideais para o trabalho,

como era do interesse do seu proprietário.

1.5. Quando o senhor e seu escravo não chegavam a um acordo sobre o valor a ser pago pela liberdade,
como se procedia?
Cabia ao Estado determinar o preço. Para isso, o escravo era mandado para uma avaliação.

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1.6. Por que escravos que viviam nas cidades eram mais propensos a comprar sua alforria do que os da
zona rural?
Porque, ao viverem nas cidades, tinham mais acesso à informação, apoio de redes de solidariedade, formadas por escravos libertos,

contato com ideias e movimentos abolicionistas e mais facilidade para ganhar dinheiro com a realização de pequenos

serviços remunerados.

1.7. O que se entende por “escravos de ganho”?


Eram escravos que prestavam serviços para terceiros, sendo obrigados a entregar o dinheiro para seus proprietários, ficando apenas com

uma pequena parte do que recebiam.

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 56 “Pesquisa”.

Da informação para o conhecimento

Essas informações que você obteve ao analisar o texto com atenção só se converterão em conhecimento se elas
contribuírem para fortalecer ou mudar sua maneira de pensar e proceder. Por exemplo, se você passou a ter algumas
informações novas sobre a escravidão no Brasil, elas se converterão em conhecimentos se o ajudarem a entender melhor
as condições de vida da maioria da população negra brasileira; se servirem para desfazer preconceitos; se o inspirarem
a tomar posição contra as injustiças sociais; se lhe derem mais condições de entender as razões alegadas pelos grupos
que defendem a existência de cotas para o ingresso de negros nas faculdades.
Se não servirem a nenhum fim, provavelmente não terão nenhuma importância na sua vida e serão esquecidas, como
tudo o que se julga conhecer sem que modifique nossa forma de ver e atuar.

2. Respondendo às questões seguintes, você irá refletir sobre o que lhe permitiu ter acesso às
informações.

2.1. Esse é um texto didático, típico dos materiais escolares, ou jornalístico? Onde foi publicado? Para
compreendê-lo é preciso ser um historiador?
É um texto jornalístico. Foi publicado no site da BBC Brasil, uma emissora de rádio e televisão. É dirigido aos leitores do veículo, pessoas

leigas que não precisam ter o repertório de um historiador para compreendê-lo.

2.2. No texto, são mencionadas, entre aspas, declarações de quatro pessoas. O que justifica a
apresentação dessas declarações?
São pessoas especialistas no assunto: historiadores consultados por terem notório conhecimento na área e realizarem pesquisas sobre a

escravidão no Brasil.

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2.3. Que tipos de documentos foram analisados para pesquisar a situação dos escravos no Brasil no
século XIX?
As ações de liberdade impetradas por escravos do Acervo Público do Tribunal de Justiça de São Paulo e cadernetas de poupança da Caixa

Econômica.

2.4. Dê exemplos de outros materiais que também poderiam ser analisados para pesquisar outros
aspectos da vida dos escravos. Que informações poderiam ser depreendidas desses materiais?
O aluno pode mencionar moradia, vestimentas, comidas de influência africana, músicas, danças, contos, notícias e anúncios dos jornais da

época, entre outros.

2.5. Quais são as características principais da linguagem empregada nesse texto? (É predominantemente
objetiva ou se usam muitos termos com sentido figurado? O texto é lógico ou subverte a lógica? Foram
observadas as regras da língua-padrão?) Por que teria sido adotada linguagem com essas características?
A linguagem é predominantemente objetiva, o texto é lógico e foram observadas as regras da língua-padrão. Justifica-se a adoção de

linguagem com essas características por tratar-se de um texto informativo, que não comporta ambiguidade, para ser publicado em um

veículo de comunicação.

3. Agora você vai descobrir ou confirmar alguns aspectos relacionados à situação dos escravos na
sociedade escravocrata brasileira do século XIX.
Examine atentamente a sequência de anúncios copiados a seguir, retirados de uma mesma página do
jornal A Província de São Paulo (hoje denominado O Estado de S. Paulo).

(A Província de São Paulo, 20 de janeiro de 1881.


Disponível em: <http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/18810120-1769-nac-0004-999-4-clas>.
Acesso em: 4 abr. 2018.)
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3.1. Quem anuncia a venda e o aluguel dos escravos?


Seus proprietários.

3.2. Pelas leis atuais, a compra e a venda de pessoas são permitidas? Você já ouviu alguma denúncia
sobre compra e venda de pessoas que ocorram na atualidade?
Pelas leis atuais, a compra e a venda de pessoas não são permitidas. Talvez seja de conhecimento dos alunos que esse ato criminoso ainda

acontece nos dias atuais, segundo notícias divulgadas pela mídia: por exemplo, se sequestram e vendem bebês e se aliciam jovens mulheres

com a promessa de uma vida mais bem-sucedida no exterior, onde são vendidas para agentes ligados a atividades de prostituição.

3.3. Hoje, no Brasil, o trabalho infantil é proibido. Em algum dos anúncios se menciona a oferta de
trabalho de menor de idade? O que permite chegar a essa conclusão?
No terceiro anúncio se menciona um moleque, ou seja, menino novo, garoto de pouca idade.

3.4. Quem vende ou aluga alguma coisa procura exaltar as qualidades do seu produto. Que qualidades
estão sendo exaltadas nos escravos?
Em todos os anúncios são mencionadas as aptidões profissionais; no terceiro anúncio, exalta-se também a beleza do moleque e, no último,

a boa conduta.

3.5. Em um dos anúncios, se menciona um atributo físico do escravo. Por que esse atributo seria
valorizado para o tipo de trabalho ao qual o escravo foi oferecido?
Você observa se, atualmente, ainda se contratam profissionais para realizarem determinados trabalhos
tendo como um dos critérios a aparência da pessoa? Em sua opinião, a aparência tem relação direta
com a capacidade de uma pessoa realizar um trabalho?
O terceiro anúncio faz menção a “um lindo moleque que serve para copeiro”. A beleza, provavelmente, foi valorizada pelo fato de uma das

atribuições do copeiro ser servir à mesa. Pode-se concluir que a aparência agradável seria tida como um atributo importante a um

escravo cuja função implicava contato direto com os brancos, em especial quando faziam suas refeições.

Atualmente, algumas vezes de forma declarada, em anúncios para contratação ou, de maneira não declarada, em entrevistas de seleção de

determinados profissionais, a aparência é um critério levado em conta. Dessa maneira, excluem-se pessoas cujos atributos físicos e mesmo

faixa etária não correspondem aos padrões vigentes, ainda que apresentem outros requisitos que, de fato, concorrem para a realização de

um bom trabalho. Pode-se considerar esse tipo de critério como mais um fator que marginaliza pessoas por razões que independem de sua

vontade, competência ou mérito.

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3.6. Entre os anúncios analisados anteriormente, há outro que não se refere a aluguel ou venda de
escravos. De que trata esse anúncio? Por que está na mesma seção dos anúncios relativos aos escravos?
O anúncio trata da venda de cachorros. Está na mesma seção dos anúncios relativos aos escravos porque, na época, as pessoas escravizadas

eram comercializadas como qualquer animal ou produto.

No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT9F401.

Campo das práticas de estudo e pesquisa


Para estudar os mais variados assuntos, na escola ou fora
dela, é necessário bom domínio da linguagem, tanto da verbal
como da não verbal. Em outras palavras, é preciso saber ouvir
com atenção e falar de maneira clara, bem como ler textos e
escrever com fluência.
Na escola, os principais conteúdos e atividades são, em
geral, apresentados nos materiais didáticos, preparados
especialmente para os alunos progredirem gradativamente no
estudo das matérias.
A aprendizagem geralmente se dá de maneira satisfatória
e suave quando o aluno:
• lê na íntegra todos os textos, inclusive os referentes a
enunciados de questões, instruções para atividades,
explicação de conceitos e exemplos;
• escuta atentamente as explicações do professor e dos
colegas;
• expõe ao grupo os seus conhecimentos;
• realiza cuidadosamente as atividades propostas;
• pede ajuda para solucionar dúvidas ou dificuldades.

Mas não são apenas os materiais didáticos, o professor e os colegas os agentes que promovem aprendizagem. Tanto
na escola como fora dela, há outras formas de aprender e inúmeros textos que podem ampliar nossos saberes.
Reflita sobre algumas formas alternativas de aprendizado que você já experimentou neste curso, usando os textos
mais variados: já leu artigos de divulgação científica, de opinião, reportagens, relatos; assistiu a apresentações orais, a
vídeos informativos, a documentários, a debates; participou de debates; analisou infográficos, mapas e quadros com
resumo de informações; preparou apresentações orais; criou textos informativos e de opinião e produziu reportagens e
documentário.
Em geral, nos textos mencionados prevalece a linguagem utilitária, objetiva, clara, que não dá margem a
ambiguidades e obedece às regras da norma-padrão. Esse tipo de linguagem é requerido para que haja compreensão
da mensagem, já que o mais importante é o conteúdo que transmite e não a maneira como é organizada, como ocorre
nos textos literários.
Em algumas ocasiões, você aprendeu por investigação própria, sem consultar nenhuma fonte. Por exemplo, se
estudou com este material no 6.o ano, ao analisar propagandas e fotos antigas, descobriu vários aspectos sobre o modo
de vida de gerações passadas, como fizeram os historiadores ao analisarem as ações movidas pelos escravos e suas
cadernetas de poupança; se examinou atentamente os anúncios sobre escravos, ao realizar a atividade anterior, também
descobriu ou confirmou aspectos da escravidão no Brasil. Ou seja, não se aprende ou se faz pesquisa apenas com base
no que estudiosos da área concluíram, mas também aprendendo a observar e a formular hipóteses.

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 57 “Ortografia”. 17
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 18

A 110 e 111 DATA: _____/_____/_____

Texto expositivo
Você deverá redigir um texto expositivo sobre o tema pesquisado. Esse texto servirá de base para
compor o trabalho final do seu grupo, a ser conhecido e apreciado pelos demais colegas da turma.
Sua redação deverá apresentar informações que permitam ao leitor inteirar-se do assunto: entender o
tema e a sua importância. Por tratar-se de um texto expositivo, evite expressar sua opinião: apenas mencione
informações e, se for o caso, pontos de vista divergentes sobre o assunto, sem declarar sua posição.
Examine o quadro seguinte para recordar as características principais de um texto expositivo.

Texto expositivo
Finalidade: informar, discorrer sobre um tema de maneira lógica, articulada e objetiva.

Tema: recorte de um assunto amplo.


Elementos que podem compor o texto: definições, comparações, exemplos, enumerações, resultados de estudos,
análise de causas e consequências, bem como propostas de solução de problemas detectados.
Recursos auxiliares: tabelas, quadros, infográficos.

Estrutura mais comum: introdução, desenvolvimento e conclusão.


Agrupamento de parágrafos: separação por subtítulos, dependendo da extensão do texto e da adequação de
abordar diferentes aspectos separadamente.

1. Planejamento
Baseie-se nas informações que você e o grupo reuniram ao pesquisar o tema. Sempre que necessário,
utilize as anotações com registros das informações.

1.1. Decida como irá apresentar o assunto na introdução.

1.2. Em itens, indique as informações que serão apresentadas no desenvolvimento do texto, na ordem
em que serão abordadas.

18
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 17/06/2019 15:36 Página 19

1.3. Indique as ideias que irão compor a conclusão do texto.

1.4. Se julgar necessário, selecione uma ou mais ilustrações para composição final do texto.

2. Redação
Redija o texto baseando-se no planejamento.
Lembre-se de colocar citações entre aspas e indicar a fonte.
No final do trabalho, redija as referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos
consultados), conforme visto no bimestre anterior.

3. Avaliação
Releia seu texto com atenção, considerando os itens de revisão indicados a seguir. Se necessário,
consulte o dicionário ou peça apoio ao professor. Faça as alterações necessárias.

3.1. Estrutura do texto


• composição do texto em partes interligadas: introdução, desenvolvimento e conclusão;
• divisão em parágrafos;
• sequência dos parágrafos.

3.2. Conteúdo
• apresentação das principais informações sobre o tema;
• apresentação de detalhes relevantes;
• citação entre aspas, com menção da fonte;
• referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos consultados).
Ao concluir o item anterior,
você já pode realizar em casa a
tarefa 58 “Crase”.
19
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 20

A 112 e 113
2. Campo jornalístico-midiático DATA: _____/_____/_____

Para a realização da atividade, os grupos devem examinar pelo menos três jornais recentes diferentes (preferencial-
mente da mesma data), na versão em papel ou digital.

Ingimage/Fotoarena
No caso de serem usadas versões
impressas, há a possibilidade de:
• cada aluno trazer de casa um jornal
de sua escolha ou indicado pelo
professor, para garantir a diversi-
dade;
• o professor providenciar exemplares
e distribuir a cada grupo pelo menos
três jornais diferentes.

No caso de se dar preferência à versão


digital, deve-se garantir que haja
equipamentos para os alunos pode-
rem realizar a exploração proposta. O
professor deve indicar os sites oficiais
dos jornais escolhidos.
As questões propostas têm como fina-
lidade a análise de alguns dos gêneros
textuais jornalísticos mais representa-
tivos. Se houver tempo e o professor
considerar oportuno, pode propor a
análise de outros gêneros apresen-
tados nos jornais selecionados.

Em grupo, vocês deverão examinar os jornais selecionados e responder às questões


seguintes.

1. Folheiem os jornais selecionados. Que tipos de assuntos são tratados?


Em geral, os jornais de circulação diária apresentam assuntos relacionados a política local e internacional, economia, esportes, saúde,

educação, cultura etc. Podem conter suplementos dedicados a informática, literatura, arte, turismo, agricultura, entre outros.

Jornais de circulação restrita e destinados a clientelas específicas (como jornais de bairro, de organismos privados, de colônias estrangeiras

radicadas no Brasil) podem veicular, além dos assuntos apresentados nos jornais de grande tiragem, outros de interesse específico dos

leitores-alvo (como notícias do bairro, da organização, da colônia).

2. Os assuntos aparecem misturados nas páginas do jornal ou são agrupados em seções?


Geralmente os assuntos são agrupados em seções.

3. Observem as manchetes de pelo menos dois jornais publicados no mesmo dia. Elas se referem aos
mesmos acontecimentos ou a acontecimentos diferentes? Por que isso teria ocorrido?
Se, no dia anterior, ocorreram fatos muito marcantes, é provável que, nos diferentes jornais, as manchetes ou a maioria delas coincidam.

Se ocorreram fatos pouco marcantes, cada publicação pode enfatizar aquele que interessa mais a seus leitores, tenha relação mais estreita

com o tipo de conteúdo apresentado no veículo ou cuja divulgação seja de interesse dos seus editores.

20
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 30/07/2019 10:15 Página 21

4. Se houver duas manchetes, em diferentes jornais, que se referem ao mesmo fato, comparem as
duas. Uma é mais neutra do que a outra? Uma sugere uma avaliação mais positiva ou negativa do fato
do que a outra? Alguma pode ter o efeito de alarmar ou amedrontar mais os leitores do que a outra?
Justifiquem as respostas.

5. Leiam pelo menos duas notícias sobre o mesmo acontecimento, publicadas em dois jornais
diferentes. Nessas notícias são apresentados fatos? Em caso afirmativo, esses fatos são recentes ou
ocorreram há tempos?
Sim, a matéria-prima da notícia são os fatos. Nela, são relatados acontecimentos recentes. Jornais diários, geralmente, relatam aqueles

ocorridos no dia anterior. A referência a fatos passados tem por finalidade fornecer um histórico sobre os antecedentes do fato recente que

motivou a notícia.

6. Comparem as duas notícias sobre o mesmo acontecimento. Que diferenças relacionadas a detalhes
sobre o fato noticiado e sobre sua interpretação vocês identificam?

7. Nas notícias, são empregados termos da gíria ou expressões populares da linguagem falada? Em
geral, a linguagem jornalística segue a norma culta ou reproduz a linguagem falada?
Não são empregados termos da gíria ou expressões populares. Em geral, a linguagem jornalística segue a norma culta.

21
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8. O redator da notícia usa formas pessoais como “Perguntei ao presidente”, “Informou-nos o assessor
de imprensa”, “Parece-me que” etc.? Transmite suas sensações e sentimentos, usa termos com forte
carga denotativa ou adjetivos que encerram avaliação subjetiva, como “belo”, “bom”, “inteligente”,
“genial” etc.? Vocês imaginam que isso acontece por quê?
O redator da notícia não usa formas pessoais nem transmite suas sensações e sentimentos de maneira declarada. Usa uma linguagem

impessoal, uma vez que a função principal da notícia é informar sobre fatos com objetividade. Mesmo quando os interpreta, não

explicita sua opinião, embora sua posição possa ser identificada pelo leitor mais atento e experiente ao examinar os detalhes mencionados

no texto e a ênfase a eles atribuída.

Sensações e sentimentos do redator podem ser expressos abertamente em outros gêneros, como, por exemplo, nas crônicas publicadas

nos jornais.

9. Verifiquem se algum dos jornais traz o editorial. Qual a diferença entre a notícia e o editorial? Nessas
matérias, aparece o nome do autor?
A notícia se atém aos fatos e o editorial apresenta opiniões sobre fatos noticiados. Não se costuma, nem na notícia nem no editorial (que

expressa a opinião do jornal), mencionar o nome do autor do texto.

10. O fato abordado no editorial foi tratado em alguma outra matéria do jornal? Por que razão esse
fato teria sido abordado no editorial?
Em geral, em um editorial se analisa e se opina sobre algum fato que tem grande repercussão e importância para a comunidade, o país ou

o mundo.

11. Localizem, nos jornais examinados, pelo menos um artigo de opinião. Quais são as ideias defendidas
nesse artigo? O texto é assinado, isto é, se indica o nome do autor?
Em geral, os artigos de opinião são assinados.

12. Verifiquem se, em outro jornal, há algum artigo de opinião sobre o mesmo assunto. Em caso
afirmativo, as opiniões coincidem? Se não coincidem, quais são as divergências?

22
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 23

13. Localizem nos jornais uma charge. A que assunto se refere? Nessa charge, qual a opinião implícita
sobre o assunto?

14. Observem a extensão das frases e dos parágrafos das matérias publicadas nos jornais. Pode-se dizer
que, de maneira geral, as frases e os parágrafos do jornal são curtos ou longos? Vocês imaginam que
isso acontece por quê?
As frases e os parágrafos em geral são curtos para facilitar a leitura, apresentando ao leitor uma versão rápida dos fatos.

15. A maioria das frases está em ordem direta ou em ordem inversa? Vocês imaginam que isso acontece
por quê?
A maioria das frases está na ordem direta, mais familiar ao leitor, para tornar a leitura mais rápida e fácil.

Campo jornalístico-midiático
O interesse pelos fatos que acontecem na sua comunidade, na sua cidade, no país e no mundo e as habilidades
para ter acesso a eles e interpretá-los com espírito crítico permitem que você amplie seus saberes, desenvolva autonomia
e se posicione sobre assuntos que afetam a vida das pessoas.
Apenas ater-se aos materiais didáticos e ao que se estuda na escola não é suficiente para alguém ter uma bagagem
cultural necessária para acompanhar o ritmo de acontecimentos que se sucedem em grande velocidade no mundo atual.
Não estar a par do que ocorre na realidade impede o cidadão de reivindicar seus direitos e posicionar-se a respeito de
questões sociais importantes.
São vários os gêneros que lidam com a informação e opinião, veiculados no papel, na televisão, no rádio e na
internet: a notícia, o editorial, o artigo de opinião, a charge, a reportagem, a carta do leitor, o comentário e a resenha
crítica, apenas para mencionar os mais tradicionais. No mundo virtual, esses gêneros mais comuns, graças às novas
possibilidades tecnológicas, reaparecem sob o formato multimídia: por exemplo, o que antes era imagem estática ou
texto escrito passa a envolver som e movimento (como a charge virtual ou o vlog noticioso, constituído de vídeos). O
mundo digital também permite maior interatividade: por exemplo, o leitor pode escrever seus comentários sobre um
texto lido e, em alguns casos, complementá-lo.
Sobretudo no mundo digital, sempre estão surgindo novidades, que você certamente não terá dificuldades para
acompanhar conhecendo os gêneros mais tradicionais, sabendo selecionar informação confiável e tendo critérios para
analisar a qualidade da argumentação desenvolvida em um texto. Todas essas habilidades foram foco de muitas das
atividades do estudo da língua e, certamente, serão aprofundadas em outros cursos e nas suas incursões constantes no
campo jornalístico-midiático.

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 59 “Concordância”. 23
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 24

A 114 e 115 DATA: _____/_____/_____

Artigo de opinião
Você deverá redigir um artigo de opinião sobre o tema pesquisado. Esse texto irá compor o trabalho
final do seu grupo.
Examine o quadro seguinte para recordar as características principais de um artigo de opinião.

Artigo de opinião
Finalidade: expressar opinião sobre algum assunto, defendendo uma tese a respeito.

Tese: o ponto de vista defendido.

Tipos de argumentos mais comuns: causa e consequência, exemplo, autoridade e comprovação.

Recursos auxiliares: tabelas, quadros, infográficos.

Características principais: pode ser mais formal (escrito em terceira pessoa) ou informal (escrito em primeira pessoa),
dependendo do leitor; observa as regras da língua-padrão; costuma ser um texto assinado.

1. Planejamento
Para formular sua opinião e apresentar argumentos, baseie-se nas informações que você e o grupo
reuniram ao pesquisar o tema. Sempre que necessário, utilize as anotações com registros das
informações.

1.1. Defina sua tese.

1.2. Em itens, indique os argumentos que irá apresentar para defender sua tese.

24
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 25

1.3. Se julgar necessário, selecione uma ou mais ilustrações para composição final do texto.

2. Redação
Redija o texto baseando-se no planejamento.
Lembre-se de colocar citações entre aspas e indicar a fonte.
No final do trabalho, redija as referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos
consultados), conforme visto no bimestre anterior.

3. Avaliação
Releia seu texto com atenção, considerando os itens de revisão indicados a seguir. Se necessário,
consulte o dicionário ou peça apoio ao professor. Faça as alterações necessárias.

3.1. Estrutura do texto


• tese;
• argumentos;
• conclusão.

3.2. Conteúdo
• desenvolvimento de argumentos que apresentam relação lógica com a tese;
• citação entre aspas, com menção da fonte;
• referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos consultados).

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 60 “Vírgula e ponto e vírgula”.

25
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 26

A 116 e 117
3. Campo de atuação na vida pública DATA: _____/_____/_____

A critério do professor, o texto da


Declaração Universal dos Direitos
Humanos pode ser lido na íntegra
antes da atividade em grupo

Ingimage/Fotoarena
proposta ou apenas durante a sua
realização, uma vez que requer
que os alunos examinem os
artigos atentamente para
responder às perguntas. É
provável que a leitura com um
objetivo definido – descobrir se
cada uma das situações está de
acordo ou em desacordo com a
Declaração – constitua estímulo
para a interpretação mais detida e
aprofundada do texto e, em
consequência, compreensão das
implicações do documento na
vida em sociedade.
Sempre que necessário, faça
perguntas e dê explicações
adicionais que facilitem o
entendimento dos artigos da
Declaração.

Direitos humanos

No final da Segunda Guerra Mundial, em 24 de outubro de 1945, foi criada a


Organização das Nações Unidas – ONU, para evitar que futuras gerações, como a sua,
sofressem com atos bárbaros como os que marcaram esse conflito.
Entre uma série de documentos elaborados pela organização, notabilizou-se a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em dezembro de 1948, como o ideal
a ser atingido por todos os povos e todas as nações.
Logotipo dos Direitos Humanos
(Disponível em: <https://www.humanrightslogo.net>.
Acesso em: 9 maio 2018.)

Declaração Universal dos Direitos Humanos


A ASSEMBLEIA GERAL proclama a presente DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS como o ideal
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o
respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Mem-
bros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

26
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Artigo 2.
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção
de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território
a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito
a qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4.
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as
suas formas.

Artigo 5.
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6.
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

Artigo 7.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual
proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.

Artigo 8.
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem
os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.

Artigo 9.
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal
independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou o fundamento de qualquer acusação criminal
contra ele.

Artigo 11.
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade
tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o
direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da
prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12.
Ninguém será sujeito a interferências em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem
a ataques à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

27
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Artigo 14.
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum
ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15.
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16.
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de
contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua
dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 17.
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18.
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar
de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 19.
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência,
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras.

Artigo 20.
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21.
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e
legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22.
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional,
pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos,
sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23.
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e
à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à
sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios
de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
28
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2020_PROF.qxp 15/07/2020 11:18 Página 29

Artigo 24.
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e férias
periódicas remuneradas.

Artigo 25.
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar,
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à
segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou
fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26.
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem
como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento
do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações
Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo 27.
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de
participar do processo científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção
científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28.
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na
presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29.
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua
personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela
lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem
e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e
princípios das Nações Unidas.

Artigo 30.
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado,
grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de
quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

(Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf.


Acesso em: 11 abr. 2018.)

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1. Examinem o trecho inicial da Constituição do Brasil de 1988.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático
de direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

(Disponível em: <https://commons.wikipedia.


(Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/constituicao-1988
org/wiki/category:Brazilian_constitution_of_1988
-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 13 abr. 2018.)
?uselang=ptcesso>. Acesso em: 9 maio 2018.)

O parágrafo único do artigo primeiro da nossa Constituição está de acordo ou em desacordo com o que
é estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos? Justifiquem a resposta indicando o(s)
artigo(s) da Declaração que está(ão) sendo observado(s) ou contrariado(s).
O parágrafo do artigo primeiro da Constituição está de acordo com o artigo 21 da Declaração dos Direitos Humanos, pois estabelece a

participação do povo no governo, diretamente ou por meio de eleições.

Nas questões de 2 a 5, leiam cada texto e respondam: a situação relatada está de acordo ou em
desacordo com algum direito estabelecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos? Justifiquem
a resposta indicando o(s) artigo(s) da Declaração que está(ão) sendo observado(s) ou contrariado(s).

2.
Um terço da população das Américas não tem acesso à saúde, afirma OPAS
05/04/2018

Às vésperas do Dia Mundial da Saúde, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne,
e a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, pediram na quarta-feira (4) soluções coletivas que permitam a todas as
pessoas, em todos os lugares, acessarem os serviços de saúde dos quais necessitam.
Na região das Américas, um terço da população enfrenta obstáculos para acessar a saúde. “A saúde é um direito
e, por isso, devemos superar as barreiras que impedem o acesso ao atendimento”, afirmou Etienne, pedindo a eliminação
do pagamento direto que muitas pessoas precisam fazer no ponto de entrada dos serviços de saúde. Esse pagamento,
segundo ela, “constitui a principal barreira e leva famílias à pobreza”.
(Disponível em: https://nacoesunidas.org/secao/direitos-humanos/. Acesso em: 11 abr. 2018.)
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A situação relatada fere o artigo 25, que declara que “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua

família saúde e bem-estar” – segundo o texto, um terço da população das Américas enfrenta obstáculos, por não possuir renda suficiente

para acesso à saúde.

3.

Projeto leva música clássica a crianças carentes


Instituto Reciclando Sons oferece aulas gratuitas de violino, viola, violoncelo, teoria musical e
canto para 110 crianças e jovens da Cidade Estrutural

O filósofo Friedrich Nietzsche disse que “sem música a vida não faria sentido”. Foi pensando assim que, há 14 anos,
a maestrina Rejane Pacheco criou o Instituto Reciclando Sons. O objetivo era simples e nobre: levar música clássica às
crianças pobres de uma das regiões com maior índice de criminalidade do Distrito Federal, a Cidade Estrutural.
No início, com estrutura mínima, eram atendidos 22 filhos de catadores, que formavam um coral. Atualmente, o
Instituto capacita 110 crianças, adolescentes e jovens, que têm a oportunidade de se profissionalizar musicalmente.
Além das aulas de canto, o projeto também oferece aulas de viola, violino, violoncelo e teoria musical.
Ao terminar a capacitação, o aluno tem a oportunidade de se tornar músico profissional, com registro na Ordem
dos Músicos do Brasil (OMB), podendo também lecionar. Lucas Jhoshuah, de 16 anos, entrou no Instituto aos 9 anos e
agora já é monitor de violino e cuida também de toda a logística de instrumentos. “Hoje eu tenho uma profissão, sou
músico”, ressalta.
Há um semestre no Reciclando Sons, Mateus Santos, 19 anos, entrou no projeto para aprender viola, canto e teoria
musical. “Sempre fui apaixonado por música, mas o acesso à música clássica, para mim, era difícil”, conta. “No futuro,
você pode ter uma carreira”, destaca a aluna Zaiine Vitória, 12 anos, acerca das oportunidades que o Instituto pode oferecer.

(Disponível em: http://jornalismo.iesb.br/2015/08/16/projeto-leva-musica-classica-criancas-carentes/.


Acesso em: 13 abr. 2018.)

A oferta de aulas de música a crianças e adolescentes de uma comunidade carente atende ao artigo 27, pois reconhece o direito de todo

ser humano de participar da vida cultural da comunidade e de fruir as artes.

4.

Chega da moda cafona do trabalho escravo


Vestir essa roupa degradante tende a ser destruidor para as empresas afetadas por esse tipo de acusação,
sejam elas legalmente culpadas ou não
15/02/2018

Em dezembro, o setor de moda foi surpreendido por uma denúncia do Ministério do Trabalho. Após quase um ano
e meio sem relatos, foi revelado um novo flagrante de suposto trabalho análogo à escravidão numa pequena indústria.
Dez imigrantes bolivianos foram encontrados em três oficinas de costura clandestinas na Grande São Paulo. O ambiente,
desorganizado e sujo, com pouca segurança, servia também de residência. Havia fios elétricos próximos a tecidos
facilmente inflamáveis. Alguns trabalhadores calçavam sandálias de dedo enquanto manuseavam máquinas de costura
com partes móveis sem proteção. As jornadas de trabalho, segundo o Ministério do Trabalho, se aproximavam de 70
horas semanais.
Se tais condições reportadas pelos fiscais — inaceitáveis numa economia moderna — chegam ao ponto de
caracterizar escravidão, a Justiça ainda precisa definir. Mas o trabalho degradante está mais do que qualificado.
(Naiara Bertão. Disponível em: https://exame.abril.com.br/revista-exame/chega-de-risco/. Acesso em: 11 abr. 2018.)

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A situação relatada fere diretamente o artigo 23, que declara que “todo ser humano tem direito a condições justas e favoráveis de trabalho”:

o número de horas trabalhadas e as situações inseguras descritos no texto se caracterizam como condições extremamente desfavoráveis.

No caso de a Justiça definir que as condições reportadas caracterizam escravidão, como se menciona no texto, estaria sendo ferido o

artigo 4, que declara que ninguém pode ser submetido à escravidão e servidão.

5.  2 – Vide orientações didáticas (página VII).

Linchamentos no Brasil e a naturalização da barbárie

20/06/2015

O aumento no número de linchamentos tem tornado a prática um componente da realidade social brasileira,
refletida pelo descrédito da população na polícia e no Judiciário e inflamada por setores da imprensa; especialistas
alertam que a naturalização desse tipo de comportamento pode trazer um risco real à sociedade.
O caso recente de linchamento ocorrido no Maranhão atraiu as atenções do país. Acusado de tentar assaltar um
bar na companhia de um adolescente, Cledenilson Pereira da Silva, de 29 anos, foi amarrado a um poste e agredido
com socos, chutes, pedradas e garrafadas até a morte. A cena do jovem nu, ensanguentado e já sem vida, com o
tronco e pescoço presos por cordas, foi amplamente divulgada nas redes sociais e levantou o debate sobre os riscos
desse tipo de justiçamento para a sociedade.
Segundo especialistas, o espancamento – e, por vezes, assassinato – de suspeitos de crimes pela população pode
abrir precedente para o enfraquecimento do Estado democrático, uma vez que não dá chances de defesa à vítima, que
é sumariamente acusada, julgada e condenada, mesmo sem provas. Dessa forma, a probabilidade de ataque a inocentes
é bastante significativa.
Foi o que aconteceu no ano passado, em outro caso emblemático, quando a dona de casa Fabiane Maria de Jesus,
de 33 anos, morreu ao ser espancada por um grupo de mais de cem pessoas em Guarujá, no litoral paulista. Ela foi
confundida com uma mulher que supostamente sequestrava crianças. Porém, não houve registros oficiais de sequestros
como esse na região e nem qualquer ocorrência contra Fabiane.
O fato de ser apenas boato não impediu que ela fosse brutalmente ferida, tendo sofrido traumatismo craniano por
conta das agressões. Ela era casada e deixou duas filhas, uma de 13 anos e outra de apenas 1 ano.

(Disponível em: https://www.revistaforum.com.br/semanal-linchamentos-no-brasil-e-a-naturalizacao-da-barbarie/.


Acesso em: 11 abr. 2018.)

Os casos relatados de justiçamento, ou seja, de fazer justiça com as próprias mãos, ferem frontalmente o artigo 10, que proclama o direito

a todos de “uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial” em casos de acusação criminal, e o

artigo 11, que declara a presunção de inocência até que a culpa seja provada de acordo com a lei.

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Campo de atuação na vida pública

Ingimage/Fotoarena

Exercer a cidadania, isto é, ter acesso a seus direitos e cumprir seus deveres, requer que você não se limite a pensar
na própria vida, ou seja, apenas no que tem ou no que deseja.
Em uma sociedade, a vida do indivíduo, seu grau de satisfação e segurança dependem do funcionamento de todo o
conjunto: o que acontece com um grupo interfere, de alguma maneira, na vida de outros. Ainda que tenhamos recursos
financeiros, as consequências da miséria de alguma maneira se refletem em nossa vida. Mesmo que não pertençamos a
um grupo-alvo de preconceitos, a atitude preconceituosa nos condena a viver numa sociedade pouco esclarecida e
arbitrária, o que nos causa insegurança, pois poderemos ser as próximas vítimas, uma vez que as visões estereotipadas se
formam sem base em conhecimentos, são fruto de opiniões ou sentimentos concebidos sem exame crítico.
Para exercer a cidadania e atuar na vida pública, é preciso que você se interesse genuinamente pelas questões que
dizem respeito à sociedade, busque informações sobre elas, as analise com senso crítico, reflita sobre alternativas que
possam melhorar não apenas sua vida como a de toda uma comunidade e, sempre que possível, dê sua contribuição,
envolvendo-se em propostas que tenham como finalidade o bem comum.
Durante o curso, em inúmeros momentos você foi solicitado a atuar na vida pública, a partir das suas possibilidades
atuais de ação. Por exemplo, você se engajou em questões da vida social – que dizem respeito desde a seu grupo mais
próximo como a outros, possivelmente mais distantes da sua realidade –, principalmente ao propor regras de
funcionamento da equipe; ao sugerir atividades a serem desenvolvidas na aula; ao criar uma campanha educativa visando
melhorar a interação das pessoas na escola; ao estudar o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código do
Consumidor e analisar situações tendo como referência esses documentos legais; ao analisar criticamente os recursos
usados pela propaganda; ao refletir sobre a atenção dispensada pela sociedade aos portadores de deficiências e ao
examinar um problema da sua cidade e criar proposta de solução.
Para desenvolver essas habilidades que lhe permitem atuar política e socialmente, você estudou diversos gêneros
textuais, entre eles: os textos legais e normativos, a notícia, a reportagem, o artigo de opinião, o documentário, a carta
de solicitação ou reclamação, a carta do leitor ou do consumidor, a apresentação oral, o debate e a propaganda.
Como você pode constatar, atuar no campo da vida pública requer domínio de habilidades e gêneros textuais de
outros campos, pois é preciso ter conhecimentos (campo de estudo e pesquisa), estar informado e formar opinião (campo
jornalístico-midiático) e, como verá adiante, desenvolver a sensibilidade, combustível necessário para se envolver com
causas que conferem sentido à convivência social (campo artístico-literário).

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 61 “Proposta de atuação social”.

33
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A 118 e 119 DATA: _____/_____/_____

Sugere-se recolher o texto para análise e avaliação detalhada pelo professor.

Proposta de atuação social


Você já pesquisou sobre um assunto e, a respeito dele, desenvolveu um texto expositivo e um artigo
de opinião. Agora deverá elaborar uma proposta de atuação social relacionada a esse tema.

Para elaborar sua proposta, deve refletir sobre:


• que aspectos da questão estudada não são totalmente satisfatórios (por exemplo, dificuldades e
problemas para acesso a um direito; oferta escassa de uma oportunidade; falta de informação ou
divulgação relacionadas ao assunto etc.);
• o que pode contribuir para que um ou mais aspectos relacionados à questão estudada sejam mais
satisfatórios;
• quem pode apoiar a ação proposta (por exemplo, o governo, alguma instituição em particular, a
população em geral).

No quadro se apresentam os elementos mínimos de uma proposta de atuação social.

Proposta de atuação social

Elementos Em que consiste

Indicação clara da finalidade da intervenção


Objetivo proposta, ou seja, o que se pretende introduzir
ou alterar em uma dada realidade.

Apresentação de argumentos que demonstrem


Justificativa por que a intervenção proposta é importante e
viável, que benefícios trará às pessoas.

Explicitação do que deve ser feito para que o


Ações propostas
objetivo seja alcançado.

Especificação de instituições ou pessoas


Responsabilidades
envolvidas na implantação da proposta.

34
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1. Planejamento

Complete o quadro para ter um plano detalhado, com definição de tudo o que irá abordar no
seu texto.

Proposta de atuação social

Elementos O que você irá abordar

Objetivo

Justificativa

Ações propostas

Responsabilidades

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2. Produção

Redija o texto baseando-se no quadro que preencheu.


Lembre-se de colocar citações entre aspas e indicar a fonte.
No final do trabalho, redija as referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos
consultados), conforme visto no bimestre anterior.
Para fins de organização e fácil leitura, é aconselhável criar um subtítulo para cada um dos elementos
da proposta: objetivo, justificativa etc.

3. Avaliação

Releia seu texto com atenção, considerando os itens de revisão indicados a seguir. Se necessário,
consulte o dicionário ou peça apoio ao professor. Faça as alterações necessárias.

3.1. Estrutura do texto


• objetivo;
• justificativa;
• ações propostas;
• responsabilidades.

3.2. Conteúdo
• desenvolvimento de argumentos que apresentam relação lógica com a proposta e o(s) aspecto(s)
insatisfatório(s) detectado(s);
• citação entre aspas, com menção da fonte;
• referências (indicação de fontes como livros, revistas, sites, vídeos consultados).

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 62 “Revisão de textos (I)”.

36
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A 120 a 122
4. Campo artístico-literário DATA: _____/_____/_____

Ingimage/Fotoarena
 3 – Vide orientações didáticas (página VII).

João Cabral de Melo Neto nasceu em Recife, em 1920, e morreu em 1999,


no Rio de Janeiro. Seguiu carreira diplomática e, em diversos postos, viveu em vários
Renan Cepeda/Folhapress

países, como a Inglaterra, a França e a Espanha. O cenário desse último país é


recorrente em sua obra poética, sobretudo por assemelhar-se, para ele, à paisagem
seca de sua terra natal, o Nordeste brasileiro.
Publicou seu primeiro livro, Pedra do sono, uma coletânea de poesias, em 1942;
em 1945, lançou O engenheiro; em 1947, Psicologia da composição e, em 1950,
O cão sem plumas. A partir daí, passa a escrever sobre temas sociais.
Escreveu, em 1954-55, o poema dramático (isto é, teatral) Morte e vida severina
O poeta, acadêmico e diplomata per- (Auto de Natal pernambucano), relatando a caminhada de um retirante nordestino
nambucano João Cabral de Melo Neto. que sai do Sertão, passa pelo Agreste, pela Zona da Mata e chega a Recife, cidade
Rio de Janeiro (RJ), 17 maio litorânea.
Na década de 1960, o poema foi musicado por Chico Buarque de Hollanda e encenado pelo TUCA ⎯ Teatro da
Universidade Católica de São Paulo. Obtendo grande sucesso, a peça percorreu várias cidades brasileiras e europeias,
tornando João Cabral conhecido do grande público. Desse poema, foram feitas adaptações para cinema e teleteatro.
A poesia de João Cabral de Melo Neto se caracteriza por ser extremamente calculada, cerebral, “antilírica”, isto é,
avessa ao estilo da lírica romântica, sentimental e derramada. Suas obras dão prova da grande habilidade desse autor em
construir poemas surpreendentes em torno de assuntos geralmente considerados não poéticos e até ásperos, como você
irá constatar ao ler partes de Morte e vida severina.
Além das obras citadas, João Cabral publicou outros livros, como Paisagens com figuras, em 1956; A educação
pela pedra, em1966; Museu de tudo, em 1975; Poesia crítica, em1982; Auto do frade, em1984; Agrestes, em 1985;
Crime na Calle Relator, em 1987; Sevilha andando, em 1989.

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Texto 1

Morte e vida severina


O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

— O meu nome é Severino,


não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
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e até gente não nascida).


Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

(João Cabral de Melo Neto. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)

Notas
De pia: refere-se à pia batismal, onde se realiza o batismo; no texto, significa “de batismo”.
Sesmaria: terra abandonada, sem plantação.

1. Responda às questões seguintes com base no texto 1.

1.1. No poema, o nome Severino individualiza o retirante que se apresenta ou sugere que ele representa
o típico sertanejo nordestino? Por quê?
O nome Severino, por ser muito usado no Nordeste, representa o típico sertanejo dessa região. No texto, é empregado como um substantivo

comum para designar o sertanejo nordestino.

1.2. O poema, escrito em 1954-1955, nos informa sobre costumes do Nordeste. Ao apresentar-se, o
retirante relata como se dá, com frequência, a escolha dos nomes próprios no Sertão nordestino. Quem
os sertanejos geralmente homenageavam ao escolher o nome dos filhos? Atualmente, essas continuam
sendo as principais influências para a escolha de nomes nessa região?
Na época em que o poema foi escrito, homenageava-se o santo padroeiro ou alguém influente da terra. Com a difusão nacional dos

programas televisivos, da internet e dos meios de comunicação em geral, nomes de artistas e de outras figuras públicas famosas costumam

ser frequentemente adotados.

1.3. Na apresentação, o retirante faz referência a alguns problemas típicos do Nordeste. Um deles é o
problema da terra. Como ele caracteriza a terra do Sertão nordestino e o que essa caracterização sugere?
Caracteriza a terra como “serra magra e ossuda”, “terra sempre mais extinta”, “cinza”. A caracterização sugere que a terra não é fértil,

não se presta à plantação.

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1.4. Como o retirante caracteriza fisicamente o sertanejo nordestino? O que essa caracterização sugere
sobre a saúde desse sertanejo?
Caracteriza o sertanejo nordestino como uma pessoa de “cabeça grande que a custo é que se equilibra”, “ventre crescido”, “pernas finas”,

sangue com pouca tinta. A caracterização sugere uma pessoa débil, com problemas de saúde.

1.5. O retirante enumera algumas das principais causas de morte na sua região de origem. Cite-as.
O retirante enumera: “velhice antes dos trinta”, “emboscada antes dos vinte”, “fome um pouco por dia”, fraqueza e doença em qualquer

idade, atacando “até gente não nascida”.

1.6. Dois dos fatores considerados para avaliar o desenvolvimento social de uma região são a expectativa
de vida de seus habitantes, isto é, a idade média que as pessoas vivem, e a porcentagem de crianças
nascidas mortas. Pelo relato do retirante, o que podemos concluir a respeito do desenvolvimento social
do Sertão nordestino da época? Você tem informações sobre as condições de vida atuais nessa região?
Em caso afirmativo, que informações tem?
Tendo em vista esses dois fatores, concluímos que o desenvolvimento social da época era precário. No decorrer dos anos, houve uma

melhora, mas alguns estados do Nordeste brasileiro ainda apresentam expectativa de vida menor e taxa de mortalidade infantil maior do

que as das demais regiões brasileiras.

1.7. O retirante comunica que irá emigrar. Uma pessoa, que vive em um local com as condições que ele
relatou, o que buscará em outras terras?
Uma vida menos sacrificada: terra boa para plantar, garantia de alimentação e trabalho.

1.8. No poema, há um jogo entre o substantivo Severino e o adjetivo severino(a). No texto, o que significa
o adjetivo severina, o que é morte e vida severina?
O adjetivo severina qualifica a morte e a vida do sertanejo nordestino (Severino): morte e vida penosas, sacrificadas, árduas.

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Texto 2

Morte e vida severina

Após cruzar o Sertão, castigado pela seca, o retirante chega à Zona da Mata. Aí a terra é mais fértil, a vegetação
verde enche-o de esperança. Pensa ter deixado a morte para trás e finalmente ter encontrado a vida. Mas veja o que
ele presencia.

Assiste ao enterro de um trabalhador de eito e ouve o que dizem


do morto os amigos que o levaram ao cemitério

— Essa cova em que estás,


com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
— É uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
— É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
— É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

— Viverás, e para sempre,


na terra que aqui aforas:
e terás enfim tua roça.
— Aí ficarás para sempre,
livre do sol e da chuva,
criando tuas saúvas.
— Agora trabalharás
só para ti, não a meias,
como antes em terra alheia.
— Trabalharás uma terra
da qual, além de senhor,
serás homem de eito e trator.
— Trabalhando nessa terra,
tu sozinho tudo empreitas:
serás semente, adubo, colheita.
— Trabalharás numa terra

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que também te abriga e te veste:


embora com o brim do Nordeste.
— Será de terra
tua derradeira camisa:
te veste, como nunca em vida.
— Será de terra
e tua melhor camisa:
te veste e ninguém cobiça.
— Terás de terra
completo agora o teu fato:
e pela primeira vez, sapato.
— Como és homem,
a terra te dará chapéu:
fosses mulher, xale ou véu.
— Tua roupa melhor
será de terra e não de fazenda:
não se rasga nem se remenda.
— Tua roupa melhor
e te ficará bem cingida:
como roupa feita à medida.

— Esse chão te é bem conhecido


(bebeu teu suor vendido).
— Esse chão te é bem conhecido
(bebeu o moço antigo).
— Esse chão te é bem conhecido
(bebeu tua força de marido).
— Desse chão és bem conhecido
(através de parentes e amigos).
— Desse chão és bem conhecido
(vive com tua mulher, teus filhos).
— Desse chão, és bem conhecido
(te espera de recém-nascido).

(João Cabral de Melo Neto. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)

Notas
Eito: limpeza de uma plantação com o uso de enxadas; aqui significa, em geral, trabalho de plantação de roça.
Latifúndio: propriedade rural, característica de países subdesenvolvidos, de monocultura e com terras incultas,
exploradas por um só proprietário, que utiliza mão de obra não especializada, mediante salário muito baixo.
Ancho: amplo, largo; no texto, “estarás mais ancho” significa “terás mais espaço”.
Aforar: tomar (no caso, uma terra) por aforamento, isto é, cedida por contrato, mediante pagamento anual.
Trabalhar a meias: plantar em terreno alheio, repartindo os resultados com o dono das terras.
Fato: terno, conjunto de calça e paletó.

2. Responda às questões seguintes com base no texto 2.

2.1. Podemos dizer que o retirante finalmente encontra a vida? Por quê?
Não, defronta-se mais uma vez com a morte ao assistir a um enterro.

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2.2. Apesar de encontrar uma terra melhor, mais fértil, o retirante, ouvindo a fala dos amigos do morto,
descobre os problemas daquela região. Como é o sistema de trabalho a que está submetido o lavrador
desse lugar? Pelas notícias que nos chegam através do jornal e da televisão, podemos concluir que esse
problema ainda persiste no Brasil?
O lavrador era mal remunerado, trabalhava em latifúndios, a meias, não possuindo terra própria. Hoje, o país ainda convive com o problema

dos sem-terra, dos meeiros e dos boias-frias.

2.3. Observe que a linguagem usada no poema é muito concreta. Usam-se imagens para transmitir
ideias. Por exemplo, cova transmite a ideia de
a) vida.
b) morte.
c) trabalho.
d) emigração.
b

2.4. O que significa a expressão “a terra dada/não se abre a boca”?


Não devemos reclamar daquilo que nos é dado gratuitamente, como presente.

2.5. Devemos supor que os lavradores realmente acreditam que a terra que servirá de cova é mesmo
dada? Por quê?
Não. A expressão foi usada com ironia, pois o texto mostra a consciência do lavrador a respeito da exploração a que é submetido e do seu

direito à terra que cultiva.

2.6. No texto, aparecem várias personificações (prosopopeias), ou seja, se emprestam sentimentos


humanos e palavras a seres inanimados, a animais, a mortos ou a ausentes. Aponte-as.
“Trabalharás numa terra / que também te abriga e te veste: / embora com o brim do Nordeste.”

“Como és homem, / terra te dará chapéu: / fosses mulher, xale ou véu.”

“Esse chão te é bem conhecido / (bebeu teu suor vendido).”

“Esse chão te é bem conhecido / (bebeu o moço antigo).”

“Esse chão te é bem conhecido / (bebeu tua força de marido).”

“Desse chão és bem conhecido / (através de parentes e amigos).”

“Desse chão és bem conhecido / (vive com tua mulher, teus filhos).”

“Desse chão, és bem conhecido / (te espera de recém-nascido).”

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2.7. O que sugerem as imagens “bebeu teu suor vendido”, “bebeu o moço antigo”, “bebeu tua força
de marido”?
As imagens sugerem que a exploração do trabalho do lavrador custou-lhe o vigor, a saúde, a mocidade, a vida.

2.8. As falas dos amigos do morto comparam, com ironia, a vida que levam à morte. Indique algumas
afirmações do texto que sugerem que a vida de um sertanejo é repleta de privações.
Sugerem as privações da vida de um sertanejo afirmações como: “estarás mais ancho que estavas no mundo”, “porém mais que

no mundo te sentirás largo”, “terás enfim tua roça”, “livre do sol e da chuva, criando tuas saúvas”, “agora trabalharás só para ti”,

“além de senhor, serás homem de eito e trator”, “trabalhando nessa terra, tu sozinho tudo empreitas”, “trabalharás

numa terra que também te abriga e te veste” etc.

Texto 3
Morte e vida severina
Chegando ao Recife, o retirante descobre que as facilidades da cidade não estão exatamente disponíveis para todos.
Aí, imigrantes como ele levam vida sub-humana, sacrificada. Ao conversar com um morador de um local miserável da
cidade, desesperançado, ele, que vinha em busca da vida, chega a pensar na morte. Mas assiste a um fato promissor:
ao nascimento de um menino.

Falam os vizinhos, amigos, pessoas que vieram com presentes etc.

— De sua formosura
já venho dizer:
é um menino magro,
de muito peso não é,
mas tem o peso de homem,
de obra de ventre de mulher.
— De sua formosura
deixai-me que diga
é uma criança pálida,
é uma criança franzina,
mas tem a marca de homem,
marca de humana oficina.
— Sua formosura
deixai-me que cante:
é um menino guenzo
como todos os desses mangues,
mas a máquina de homem
já bate nele, incessante.
— Sua formosura
eis aqui descrita:
é uma criança pequena,
enclenque e setemesinha,
mas as mãos que criam coisas
nas suas já se adivinha.
— De sua formosura
deixai-me que diga:
é belo como o coqueiro
que vence a areia marinha.
44
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— De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como o avelós
contra o Agreste de cinza.
— De sua formosura
deixai-me que diga:
belo como a palmatória
na caatinga sem saliva.
— De sua formosura
deixai-me que diga:
é tão belo como um sim
numa sala negativa.

— É tão belo como a soca


que o canavial multiplica.
— Belo porque é uma porta
abrindo-se em mais saídas.
— Belo como a última onda
que o fim do mar sempre adia.
— É tão belo como as ondas
em sua adição infinita.

— Belo porque tem do novo


a surpresa e a alegria.
— Belo como a coisa nova
na prateleira até então vazia.
— Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.
— Ou como o caderno novo
quando a gente o principia.

— É belo porque com o novo


todo o velho contagia.
— Belo porque corrompe
com sangue novo a anemia.
— Infecciona a miséria
com vida nova e sadia.
— Com oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria.

O carpina fala com o retirante que esteve fora, sem tomar parte em nada

— Severino, retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
45
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2020_PROF.qxp 16/07/2020 11:26 Página 46

mas se responder não pude


à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.
(João Cabral de Melo Neto. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)

Notas
Guenzo: franzino, magro.
Enclenque: enfraquecido, doente.
Setemesinha: criança nascida de sete meses.
Avelós: planta florífera de origem africana, cultivada no Nordeste brasileiro.
Agreste: zona do Nordeste, entre a Mata e o Sertão, caracterizada pelo solo pedregoso e pela vegetação escassa e de
pequeno porte.
Palmatória: espécie de cacto.
Caatinga: tipo de vegetação característico do Nordeste brasileiro, formado por pequenas árvores, comumente espinhosas,
que perdem as folhas no curso da longa estação seca (entre elas ocorrem numerosas plantas suculentas, sobretudo cactos).
Soca: a segunda produção de cana, depois de cortada a primeira.

No Portal Objetivo
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO
(www.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT9F402.

3. Responda às questões seguintes com base no texto 3.

3.1. Para se referirem à beleza do recém-nascido, as pessoas a comparam à beleza de elementos


concretos que lhes são familiares, que povoam sua vida: o coqueiro, o avelós, as ondas do mar... Quem,
por exemplo, não conhece o avelós e a caatinga terá mais dificuldade para imaginar essa beleza em todos
os seus detalhes, em toda a sua expressão. Para você, quais dessas comparações são mais familiares, lhe
permitem apreender bem a dimensão da beleza do nascimento? Tente explicar essas comparações.

46
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 47

3.2. Complete as frases abaixo, comparando a beleza do nascimento, da vida nova com elementos da
sua realidade.
a) Belo como ___________________________________________________________________ porque
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
b) Belo como ___________________________________________________________________ porque
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

3.3. O que significa “saltar fora da ponte e da vida”?


Morrer.

3.4. O que simboliza o nascimento de um menino no final de Morte e vida severina?


O nascimento do menino simboliza a esperança, a explosão de uma vida, mesmo que seja árdua, penosa, “uma vida severina”.

Campo artístico literário


Durante os anos finais do Ensino Fundamental, em inúmeras atividades,

Ingimage/Fotoarena
você entrou em contato com as manifestações artísticas e produções
culturais em geral e com a arte literária em particular. Você ouviu, leu e
interpretou textos literários de diferentes gêneros (poemas, contos, crônicas,
memórias, textos dramáticos etc.), de estilos diversos, de autores
contemporâneos e de outras épocas, brasileiros e de outros países. Também
foi encorajado a produzir textos, a experimentar e praticar a arte das
palavras:
• utilizando a linguagem literária, ao valorizar a palavra em todos os seus
elementos – significados, ritmos e imagens;
• construindo figuras de linguagem;
• subvertendo a lógica, sempre que isso correspondeu à sua necessidade
de expressão de sensações, sentimentos e emoções.

Que importância pode ter essa experiência artística-literária em sua vida? Para refletir sobre isso, nada melhor do
que conhecer o ponto de vista de um escritor, o peruano Mario Vargas Llosa, expresso em seu discurso em Estocolmo,
ao receber o Prêmio Nobel de Literatura em 2010:

(...) graças à literatura, às consciências que formou, aos desejos e às ânsias que inspirou, ao desencanto com o real que
nos acomete ao regressarmos de uma viagem a uma bela fantasia, a civilização é agora menos cruel do que quando os
contadores de histórias começaram a humanizar a vida com suas fábulas. Seríamos piores do que somos sem os bons
livros que lemos, mais conformistas, menos inquietos e rebeldes, e o espírito crítico, motor do progresso, sequer existiria.
(...)
Sem a ficção seríamos menos conscientes da importância da liberdade para que a vida seja digna de ser vivida e do inferno
em que se converte quando violada por um tirano, uma ideologia ou uma religião. Aqueles que duvidam que a literatura,
além de nos submergir ao sonho da beleza e da felicidade, nos alerta contra toda forma de opressão, pergunte-se por
que todos os regimes, empenhados em controlar o comportamento dos cidadãos do berço à sepultura, a temem tanto
que estabelecem sistemas de censura para reprimi-la e vigiam com tanta desconfiança os escritores independentes. Agem
assim porque conhecem o risco que correm deixando a imaginação fluir através dos livros e quão insurgentes se tornam
as ficções quando o leitor confronta a liberdade que nelas é possível e que nelas se exerce com o obscurantismo e o medo
que se espreitam no mundo real. Queiram ou não, saibam disto ou não, os fabuladores, ao inventar histórias, propagam

47
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 48

a insatisfação, mostrando que o mundo está mal feito, que a vida de fantasia é mais rica do que a rotina cotidiana. Essa
comprovação, quando se enraíza na sensibilidade e na consciência, torna os cidadãos mais difíceis de manipular, de aceitar
as mentiras daqueles que querem lhes fazer crer que, entre grades, inquisidores e carcereiros vivem mais seguros e melhor.
A boa literatura constrói pontes entre povos distintos, e, fazendo-nos desfrutar, sofrer ou surpreender, nos une mais além
das crenças, dos idiomas, usos, costumes e preconceitos que nos separam.
(Disponível em: <https://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/2010/vargas_llosa-lecture_sp.html>.
Acesso em: 13 jul. 2016. Tradução: Inês Achcar.)

Mario Vargas Llosa fala da boa literatura, aquela que nem sempre é fácil de ler num primeiro contato. Mas vale a
pena insistir, pois pode, passadas as dificuldades iniciais, nos provocar muito prazer, aguçar nossa sensibilidade e mostrar
pontos de vista originais que nos proporcionam um olhar mais interessante para a vida – é o que procura demonstrar o
historiador Leandro Karnal ao comparar a leitura de um texto superficial, fácil, com a de um clássico, que perdura no
tempo por sua qualidade literária:
Exatamente porque são densos e, por vezes, até “arrogantes”, os clássicos representam uma jornada que muda o
leitor-peregrino. Ler detidamente o Hamlet citado de Shakespeare ou o D. Quixote de Cervantes produz uma mudança
permanente, mais do que o arranhão leve e passageiro da frase de twitter. A frase de celular, o desenho animado e o
meme divertido constituem jujubas vermelhas, doces e agradáveis. Um segundo e pluft! Foi-se o sabor e a experiência.
Cervantes pede que você sente, coloque o guardanapo sobre o colo, respire fundo, abra em silêncio as páginas e
comece um banquete demorado, semanas no mínimo, meses provavelmente. Há entradas, pratos principais, bebidas
harmonizadas, lavanda para os dedos, convidados que vão se sentando: Dulcineia, Sancho e até o relincho sagaz de
Rocinante. O gênio espanhol vai servindo lentamente e, por vezes, pede que você experimente o mesmo prato e releia,
até ter aprendido a degustar todas as sutilezas apresentadas.
Se o leitor-comensal se permitiu, terminará satisfeito, mais bem alimentado, transformado por dentro. Trata-se de uma
experiência única. Ele poderá continuar com jujubas vermelhas, pequenos drops que necessitem da sua atenção, mas
terá um outro olhar. A leitura de grandes obras torna-o melhor, apto a novas altitudes, com fôlego de alpinista profissional
e que vislumbrará de forma original para o mundo onde todos repetem as mesmas ideias no banho-maria eterno
do cotidiano.
Abra o volume das tragédias de Shakespeare com a peça Romeu e Julieta. Você começa trancando na fala inicial. O cara
conta o fim logo no começo! Sim, porque a aventura não é saber o que ocorre no último capítulo, porém como tudo será
narrado. Depois uma briga entre empregados, um gesto bizarro com o polegar. Imediatamente você já pensará: polegar
entre os dentes é agressivo? Hoje seria o dedo médio em riste! Pronto, primeiro passo no campo da relatividade dos gestos
e atitudes. Você acaba de sair da zona de conforto. Depois o amor de Romeu por outra mulher. Espere aí? O modelo de
paixão, o jovem Montecchio estava com outra antes de Julieta? Sim! Por fim a festa, o acaso, o amor à primeira vista, os
versos da paixão que envolvem amor, santos, peregrinos e catedrais. Chegamos à cena do balcão. Que namorada ainda
seria seduzida pelo discurso do apaixonado de Verona? Estamos na parte inicial e o leitor já questionou gestualidade,
amor, expandiu imaginação e criou a capacidade de se projetar em outras personagens. O clássico está fazendo efeito.
Faltam ainda duelos, casamento secreto, venenos, um príncipe que luta pela ordem, uma cena atrapalhada com um frade
e um final intenso.
Comecei com uma obra mais “fácil”. Há muitas, em variados graus. O benefício maior da leitura é interno. Há bônus
secundários: em uma seleção de emprego, na conversa entre amigos, na disputa por um rapaz ou uma moça, quase todos
estarão dizendo a mesma coisa. Vantagem evolutiva: o leitor de clássicos terá outro ponto de vista. E os outros? Tuitarão
apenas: “não deu, kkkkk!” O mundo do futuro é o da inteligência. (...)
(Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,a-decisao-de-ler,70002089444>.
Acesso em: 28 fev. 2018.)

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
48 tarefa 63 “Literatura”.
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 49

A 123 e 124 DATA: _____/_____/_____

Texto literário
Você já pesquisou sobre um assunto e, sobre ele, desenvolveu um texto expositivo, um artigo de
opinião e uma proposta de ação. Agora deverá criar um texto literário sobre esse mesmo assunto.
Seu texto pode ser redigido em verso ou em prosa. Pode ser um poema, um breve conto, uma
crônica, um relato de memórias ou outro gênero que lhe permita expressar-se em linguagem literária.
Portanto, além de prestar atenção ao conteúdo da mensagem, você deverá ater-se à maneira de
organizá-la, ou seja, aos sons e significados das palavras, à sonoridade das frases, às imagens que seu
texto evoca no leitor, às sensações e emoções que pode despertar nele.

1. Planejamento
1.1. Qual será, em resumo, o conteúdo do seu texto?

1.2. Qual será o gênero textual?

1.3. Você irá inserir alguma ilustração? Em caso afirmativo, qual?

2. Redação
Redija o texto baseando-se no planejamento.
Caso tenha decidido pelo uso de ilustração, insira-a no texto, na posição que julgar adequada para
complementar o conteúdo da mensagem e atrair a atenção do leitor.

3. Avaliação
Releia seu texto com atenção, certificando-se de que explorou os recursos da linguagem literária
para transmitir sua mensagem, tais como:
• os significados das palavras, denotativos e conotativos;
• o som das palavras;
• a linguagem figurada.
Se necessário, peça apoio ao professor. Faça as alterações que julgar necessárias para aprimorar seu texto.
Ao concluir o item anterior,
você já pode realizar em casa a
tarefa 64 “Revisão de textos (II)”.
49
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 50

A 125 a 127 DATA: _____/_____/_____


Módulo

5
8 Vocês com a palavra

 4 – Vide orientações didáticas (página VIII).

Publicação do grupo

Ingimage/Fotoarena

Cada um de vocês produziu quatro textos sobre o assunto atribuído ao grupo.


Nesta última etapa, irão organizar uma publicação única a partir de todos os textos produzidos. O
professor irá indicar o tipo de publicação que o grupo deve organizar.
Em “Ampliação dos saberes”, o grupo irá apresentar sua publicação aos demais colegas das outras
equipes.

1. Revisão dos textos

1.1. Todos os componentes do grupo devem ler todos os textos para:


• fazer uma última revisão gramatical;
• propor mudanças que julgarem necessárias para melhorar os textos, considerando a estrutura, a
abordagem dos conteúdos e a correção gramatical.
50
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 51

1.2. Redação de textos únicos


Caso haja dois ou mais textos expositivos de opinião e/ou de propostas de ação social muito
parecidos, os autores, com a ajuda dos demais componentes do grupo, devem transformá-los em um
único texto, para que os leitores não leiam material muito repetitivo.
Se acharem interessante, podem redigir novos textos e acrescentar outras ilustrações além das
selecionadas anteriormente.

1.3. Organização dos textos na publicação


Decidam critérios para organizar os textos. Exemplos de critérios de organização:
• por autor;
• por gênero;
• por aspectos do conteúdo abordado em diferentes textos.

1.4. Definição de aspectos gráficos


Definam:
• tipos de letra para títulos e corpo do texto;
• distribuição dos textos e das figuras no espaço (página, tela, slide, dependendo do meio usado para
publicação).

1.5. Criação de título e créditos


Criem um título para a publicação, definam tipo e tamanho de letra para escrevê-lo e local onde
será apresentado.
Escrevam os créditos, isto é, o nome dos autores da publicação, e o local onde serão apresentados.

1.6. Preparação para a apresentação


O professor irá estipular um tempo para o grupo apresentar sua publicação aos colegas.
Considerando esse tempo, decidam como vão apresentá-la:
• se texto impresso, irão tirar cópias aos demais grupos?
• se texto não impresso, que equipamentos irão necessitar para a apresentação?
• que explicações irão fornecer aos grupos? Quem dará essas explicações?

Ao concluir o item anterior,


você já pode realizar em casa a
tarefa 65 “Direitos humanos”.

51
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 52

A 128 a 130 DATA: _____/_____/_____

Apresentação das publicações

Apresentem a publicação do grupo aos colegas, levando em consideração o tempo-limite


estipulado pelo professor e os aspectos decididos em grupo.
Estejam atentos à apresentação das demais equipes. Selecionem um aspecto da
apresentação de cada grupo que consideraram positivo.

No final das apresentações, relatem a cada grupo o aspecto que consideraram positivo no trabalho
realizado pela equipe.

52
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2020_PROF.qxp 23/07/2020 10:47 Página 53

TAREFA 55 Fontes de pesquisa

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Pesquisa de conteúdo

Ingimage/Fotoarena
Até quase o final do século passado, para realizar um
trabalho escolar ou pesquisar um assunto de interesse, se
consultava material impresso.
Geralmente era necessário ir a uma biblioteca para ter
acesso a várias fontes, como livros, revistas, vídeos
informativos e documentários.

Ingimage/Fotoarena
Com o advento da internet, a pesquisa, de um lado, ficou
mais prática e rápida e, de outro, mais perigosa, mais sujeita
a falhas. Isso porque, ao ampliar o acesso à informação e
permitir que todos possam publicar qualquer coisa sem passar,
necessariamente, pelo crivo de especialistas, também
aumentou, e de maneira preocupante, a quantidade de
conteúdo impreciso, preconceituoso e plagiado de outros
autores, apenas para mencionar alguns dos problemas que
podem invalidar todo um trabalho de pesquisa, contribuindo
para disseminar informação incorreta.

53
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 54

Durante o curso, você vem sendo orientado a respeito de cuidados que deve ter ao navegar na internet, sobretudo
para buscar informação, interagir com pessoas, publicar conteúdo e realizar compras.

Ao ler este texto com atenção, irá recordar alguns cuidados que já foram mencionados e examinará algumas novas
recomendações que lhe permitirão aprimorar suas estratégias de pesquisa para obtenção de conteúdo relevante e
confiável.

Recomendações

1. Inicie a pesquisa em um mecanismo de busca


Ferramentas como Google, Yahoo, Bing ou outra pesquisam em todos os sites indexados com os termos usados na
busca. Nem sempre os primeiros resultados apresentados na lista são os mais adequados para sua finalidade ou os que
apresentam conteúdo mais confiável. Saiba que há sites que conseguem manipular os mecanismos de busca para
aparecerem no início da lista. Nem sempre os resultados de um mecanismo de busca coincidem com o de outro, pois
utilizam processos (algoritmos) de pesquisa diferentes.
Como nem tudo o que é publicado na internet constitui informação correta, segura e de qualidade porque qualquer
um pode criar sua página, para certificar-se de que uma fonte pode ser considerada confiável e adequada, considere
algumas recomendações dadas a seguir. Se persistirem dúvidas, converse com o professor, com um bibliotecário ou com
um especialista no tema de seu interesse para que o ajudem a identificar os melhores sites para sua pesquisa.

2. Use os termos adequados para a busca


É possível pesquisar na internet combinando vários termos e frases, dependendo do que se espera como resultado
da busca.
Querendo restringir a busca, combine os termos com AND (= E) OR (= OU) e NOT ( = NÃO).
• Por exemplo, se você quer pesquisar sobre escravidão nos Estados Unidos, digite "escravidão AND Estados Unidos"
para restringir os resultados somente a esse país.
• Se você deseja pesquisar sobre temas relacionados, use OR. Por exemplo, “escravidão OR escravos”, “democracia
OR governo do povo”, “feminismo OR equidade de gênero”.
• Use o NOT para excluir da pesquisa o que não interessa ao propósito em questão. Por exemplo, você pode digitar
“países da América do Sul NOT Brasil”, caso deseje pesquisar sobre outros países do continente que não o Brasil.
• Para localizar exatamente uma expressão ou frase, tal como escrita, use aspas. Por exemplo, para localizar um texto,
copie uma das frases e coloque-a entre aspas – você pode localizar o “Soneto de fidelidade”, de Vinicius de Moraes,
pelo título ou pelo primeiro verso: “de tudo ao meu amor serei atento”.
Colocar no buscador um trecho entre aspas também permite verificar se um texto aparece em mais de um site e se
sua autoria é confirmada nos diferentes endereços. É uma forma muito usada para verificar se um texto apresentado
como trabalho próprio foi copiado de alguma página da internet.
Quando não encontrar o que procura, tente alterar os termos da busca por outros equivalentes. Em diferentes
mecanismos de busca, os conteúdos podem estar indexados com o uso de palavras-chave diversas.

3. Pesquise em sites confiáveis e que gozem de credibilidade


Em geral, sites do governo, de organismos internacionais (como ONU, UNESCO, OIT), de instituições de pesquisa e
ensino, de mídias (jornais, emissoras de televisão e rádio) conceituadas são alternativas que dão acesso a conteúdo
correto e de qualidade.
Para reconhecê-los, observe que:
• sites do governo costumam ter a extensão "gov";
• sites de faculdades e universidades, em geral, têm a extensão “edu”;
• organizações sem fins lucrativos costumam usar a extensão “org”, mas nem todas elas são confiáveis, é sempre
aconselhável verificar se têm boa reputação e conhecimento reconhecido na área pesquisada;
• sites de veículos de comunicação conceituados podem apresentar informação de sua responsabilidade como também
artigos de opinião, comentários de leitores e blogs de usuários pelos quais não respondem – é importante examinar
a autoria do texto para poder concluir com mais segurança sobre a qualidade do conteúdo.

54
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 55

4. Não confie totalmente em enciclopédias colaborativas da rede


Em enciclopédias como a Wikipédia, qualquer pessoa pode editar um conteúdo. Há uma equipe que analisa a
publicação, mas se limita a uma avaliação global, indicando, por exemplo, se há referências sobre os materiais de
consulta. Um texto que não cita as fontes consultadas ou com erros de redação que comprometem a comunicação
tende a não ser confiável.
É aconselhável consultar a Wikipédia apenas como primeira fonte, para ter uma ideia geral sobre o assunto. O ideal
é buscar mais informações nas fontes indicadas no final do texto ou em outras, em que podem ser encontrados textos
de especialistas no assunto.

5. Sempre que possível, consulte a fonte original da informação


Não confie em sites que publicam notícias ou qualquer conteúdo sem mencionar a fonte original.
Quando houver referências, navegue até a página indicada. Por exemplo, se você encontrar uma notícia em um
site, verifique se há referência do jornal de onde foi retirada e confirme se o texto coincide com o publicado no veículo
mencionado. Se encontrar um texto de um escritor, verifique de que livro foi retirado e consulte-o, pois muitas vezes,
ao digitá-lo, se cometem erros, supressões ou acréscimos.
No seu trabalho, cite as fontes originais, conforme visto em bimestre anterior, pois isso irá conferir maior credibilidade
à sua obra.

6. Verifique autor e data de publicação do conteúdo


Sites que publicam conteúdos diversos sem mencionar a autoria podem não ser confiáveis. Por exemplo, se você
pesquisa algum assunto relacionado a saúde, é importante saber o nome do profissional que desenvolveu o conteúdo:
se for um médico especialista, um pesquisador ou cientista da área, o conteúdo tem grande probabilidade de ser correto
e de qualidade. No entanto, se o autor é um leigo, que difunde informações sem conhecer bem o assunto, pode estar
contribuindo para aumentar o nível de desinformação.
Alguns conhecimentos, principalmente os de caráter científico e tecnológico, se renovam com relativa rapidez. Por
essa razão, é importante verificar a data de publicação do conteúdo para garantir que as informações de sua pesquisa
são atualizadas.

Ingimage/Fotoarena

55
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 56

O professor deve ter indicado um tema para pesquisa. Sua tarefa de hoje consiste em buscar fontes,
tanto na internet como fora dela (em livros, revistas, enciclopédias, manuais, entrevistas com especialistas
no assunto etc.).
Você ainda não irá consultar as fontes selecionadas, apenas irá listá-las (endereços de sites, títulos
de obras, nomes de pessoas a serem entrevistadas) e avaliar se apresentam alta probabilidade de serem
confiáveis.
Mostre a lista a seu grupo e mencione as razões por que considerou cada fonte provavelmente
confiável ou não confiável. Considere, nas suas justificativas, as orientações recebidas durante o curso
e as recomendações do texto anterior.

Avaliação
Fonte Justificativa
(confiável / não confiável)

56
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2020_PROF.qxp 23/07/2020 10:47 Página 57

TAREFA 56 Pesquisa

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Ingimage/Fotoarena

Você deverá pesquisar sobre o tema que será estudado pelo grupo neste bimestre.
Você já selecionou fontes e avaliou cada uma como confiável ou não confiável. Evidentemente, irá
pesquisar em duas ou mais fontes tidas como confiáveis. Com base nas informações dessas fontes, irá
redigir, na aula, um texto expositivo.
Para ter as informações à mão e já selecionadas, você pode:
• destacar, no próprio texto pesquisado, as ideias principais e os detalhes que julgar relevantes para
apresentar no seu próprio texto;
• anotar, em uma folha, as informações que lhe pareceram mais interessantes;
• separar ilustrações que julgar elucidativas para compreensão do tema.
Na aula, irá resumir aos colegas de grupo as descobertas feitas ou fornecer-lhes os textos com
destaques ou os resumos para que também possam utilizá-los na produção dos próprios textos.

57
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 58

Anotações

58
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 59

TAREFA 57 Ortografia

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


 5 – Vide orientações didáticas (página VIII).

Ingimage/Fotoarena

1. Quando necessário, corrija a frase. Você pode consultar os quadros de acentuação e de uso de
palavras e expressões apresentados em anexo, no final do caderno.
Se, mesmo consultando os quadros, restarem dúvidas, anote-as para pedir explicações adicionais ao
professor.
a) Pessoas que se dedicam a falar mau de outras gastariam melhor seu tempo discutindo idéias.
Pessoas que se dedicam a falar mal de outras gastariam melhor seu tempo discutindo ideias.

b) O jóvem espera uma oportunidade a tempos.


O jovem espera uma oportunidade há tempos.

c) Sua insistencia incomoda demais.


Sua insistência incomoda demais.

59
C4_9o_Ano_Portugues_Tony_2019_PROF.qxp 11/06/2019 09:24 Página 60

d) Ele chegou cedo, mais não pôde entrar.


Ele chegou cedo, mas não pôde entrar.

e) Eles não achavam nada de mais em conversar aos gritos.


Correta.

f) Apos assistir à peça em silencio, o publico, de pé, aplaudiu a atríz.


Após assistir à peça em silêncio, o público, de pé, aplaudiu a atriz.

g) Nossas raizes podem revelar as influencias que sofremos.


Nossas raízes podem revelar as influências que sofremos.

h) Ela tem persistencia; eles tem ousadia.


Ela tem persistência; eles têm ousadia.

i) Eles mantem os mesmos costumes; ela mantem os mesmos objetos.


Eles mantêm os mesmos costumes; ela mantém os mesmos objetos.

j) O tatú têm o corpo protegido por uma forte carapaça.


O tatu tem o corpo protegido por uma forte carapaça.

k) Quis saber o por que de mudarem os parametros para comparação das obras.
Quis saber o porquê de mudarem os parâmetros para comparação das obras.

l) Não sabemos porque o consideraram um mau pagador.


Não sabemos por que o consideraram um mau pagador.

m) Os de mais alunos saíram da sala por que?


Os demais alunos saíram da sala por quê?

2. Complete as frases com verbo no tempo presente, passado ou futuro do indicativo.


a) Há meses que ______________ frio. (fazer) faz
b) O hóspede ______________ a poucos dias. (chegar) chegará
c) Eles ________________ há poucos dias. (partir) partiram

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É importante que o aluno crie o hábito de consulta ao dicionário, pois, em inúmeras ocasiões, terá de fazê-lo para certificar-se da grafia ou
descobrir o significado de uma palavra. Os significados das palavras que aparecem entre parênteses não foram fornecidos intencionalmente
para que o aluno procure lembrar-se de contextos em que já as viu e, caso tenha dúvidas, tome a iniciativa de consultar o dicionário.

3. Para completar as frases, use uma das palavras entre parênteses. Se não souber a diferença entre
elas, consulte um dicionário.
a) Hoje não houve ________________________ na Assembleia Legislativa. (seção, cessão, sessão) sessão
b) Procure esse utensílio na _____________________ de eletrodomésticos. (seção, cessão, sessão) seção
c) Nessa ______________________ do livro, o autor ainda não havia revelado a identidade do criminoso.
(seção, cessão, sessão) seção
d) Neste cinema, na _____________________ da tarde, são exibidos dois filmes. (seção, cessão, sessão) sessão
e) Conseguiram a ________________ dos direitos de publicação do poema . (seção, cessão, sessão) cessão
f) Nasceu nos Estados Unidos e pretende ____________________ para o Brasil. (emigrar, imigrar) emigrar
g) As costureiras querem _____________________ as roupas que irão usar na festa. (coser, cozer) coser
h) Os cozinheiros irão ____________________ todas as iguarias a serem servidas no banquete. (coser,
cozer) cozer
i) É preciso _____________________ a lareira para esquentar este ambiente. (acender, ascender) acender
j) Para _____________________ profissionalmente e conseguir um aumento salarial, ele estudava
continuamente. (acender, ascender) ascender

Anotações

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TAREFA 58 Crase

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


Na aula, solicite aos alunos que exponham suas dúvidas. Se necessário, faça uma revisão do conteúdo detendo-se nos aspectos em que a
turma apresentou mais dificuldades.

A+A=À
Corrija a indicação de crase nas frases seguintes. No final do caderno, há um quadro anexo com as
regras sobre crase, consulte-o sempre que necessário.
Se, mesmo consultando o quadro, restarem dúvidas, anote-as para pedir explicações adicionais ao
professor.

1. Prefiro assistir à comédias do que a filmes de terror.


Prefiro assistir a comédias do que a filmes de terror.

2. Chegamos exatamente às 20 horas.


Correta.

3. Quero ler uma obra semelhante à esta.


Quero ler uma obra semelhante a esta.

4. Fizemos referências positivas à você.


Fizemos referências positivas a você.

5. Aquela altura, ninguém comentava mais o assunto.


Àquela altura, ninguém comentava mais o assunto.

6. Todos começaram a caminhar pelas ruas às pressas.


Correta.

7. Coloquei a parte as roupas as quais você fez referência.


Coloquei à parte as roupas às quais você fez referência.

8. O portão será aberto a partir das 7 horas.


Correta.

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9. Fizeram confidências à amigas.


Fizeram confidências a amigas.

10. Nunca viajou àquele país.


Correta.

11. Saiu da festa à francesa.


Correta.

12. Plantaram uma árvore a direita da entrada do edifício.


Plantaram uma árvore à direita da entrada do edifício.

13. Um dos seus prazeres é andar à cavalo.


Um dos seus prazeres é andar a cavalo.

14. À proporção que os meses passam, aumenta sua ansiedade.


Correta.

15. Quando chegou à Londres, estranhou o frio; ao chegar à pousada, já estava habituado com o clima.
Quando chegou a Londres, estranhou o frio; ao chegar à pousada, já estava habituado com o clima.

Anotações

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TAREFA 59 Concordância

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Quando necessário, reescreva as frases, corrigindo-as. Lembre-se de que, para consulta, há um


quadro, no final do caderno, com as principais regras de concordância estudadas durante o curso.
Anote as dúvidas para pedir explicações adicionais ao professor.

1. É necessário cautela.
Correta.

2. Aquelas ferramentas são boas para uso não profissional.


Correta.

3. É proibido a preguiça.
É proibida a preguiça. (Ou: É proibido preguiça.)

4. É necessário a atenção e a perspicácia para fazer essa análise.


São necessárias a atenção e a perspicácia para fazer essa análise.

5. Existe pessoas interessadas na compra do imóvel.


Existem pessoas interessadas na compra do imóvel.

6. Houveram situações muito embaraçosas, que nos fez desistir da empreitada.


Houve situações muito embaraçosas, que nos fizeram desistir da empreitada.

7. Faz séculos que esse grupo é alvo de preconceito sem que exista razões para isso.
Faz séculos que esse grupo é alvo de preconceito sem que existam razões para isso.

8. Sem que houvesse justificativas plausíveis, usava-se ferramentas cortantes para realizar qualquer
tarefa.
Sem que houvesse justificativas plausíveis, usavam-se ferramentas cortantes para realizar qualquer tarefa.

9. Hoje são trinta de abril, ou seja, já fazem quatro meses que o ano teve início.
Hoje são trinta de abril, ou seja, já faz quatro meses que o ano teve início.

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10. A multidão revoltaram-se e a gente não pôde impedir que se recusasse a colaborar.
A multidão revoltou-se e a gente não pôde impedir que se recusasse a colaborar.

11. É preocupante, nos feriados, os acidentes que ocorre nas estradas brasileiras sem que hajam medidas
eficazes para preveni-los.
São preocupantes, nos feriados, os acidentes que ocorrem nas estradas brasileiras sem que haja medidas eficazes para preveni-los.

12. Precisam-se de várias contribuições para atingir o montante necessário.


Precisa-se de várias contribuições para atingir o montante necessário.

13. A maioria dos presentes não deu sua opinião quando solicitada; agora, uma parte significativa
reconhece que não participou como deveria.
Correta.

14. Tratam-se de pessoas que não têm interesse em colaborar.


Trata-se de pessoas que não têm interesse em colaborar.

15. Daqui à praça é menos de um quilômetro; já da entrada da cidade até minha casa são bem mais do
que um quilômetro.
Daqui à praça é menos de um quilômetro; já da entrada da cidade até minha casa é bem mais do que um quilômetro.

16. Nessa turma, 95% dos alunos foram aprovados.


Correta.

17. Apenas 1% da turma responderam à questão.


Apenas 1% da turma respondeu à questão.

18. Do total de compradores, 10% reclamou do produto e 1% pediu reembolso do valor pago.
Do total de compradores, 10% reclamaram do produto e 1% pediu reembolso do valor pago.

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TAREFA 60 Vírgula e ponto e vírgula

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


Na aula, verifique quais são as dúvidas remanescentes sobre o conteúdo. Se necessário, faça uma revisão, detendo-se nos pontos em que
a turma apresentou mais dificuldades.

1. Quando necessário, corrija as frases seguintes considerando as regras de uso da vírgula e do ponto
e vírgula. Anote as dúvidas que não forem resolvidas pela consulta aos quadros para receber explicações
do professor.
a) Estudei e, soube empregar a vírgula corretamente.
Estudei e soube empregar a vírgula corretamente.

b) Ora visitava os pais, ora viajava.


Correta.

c) Estou cansado ou melhor tenho preguiça.


Estou cansado, ou melhor, tenho preguiça.

d) Os dias durante todos os meses da primavera foram frios cinzentos e chuvosos portanto sem dúvida
ficaremos aliviados com a chegada do verão.
Os dias, durante todos os meses da primavera, foram frios, cinzentos e chuvosos; portanto, sem dúvida, ficaremos aliviados com a chegada

do verão.

e) Se eles tiverem consideração por você farão o que lhes pede se vocês forem pacientes constatarão
que o que falo é correto.
Se eles tiverem consideração por você, farão o que lhes pede; se vocês forem pacientes, constatarão que o que falo é correto.

f) Venha aqui menina pois precisamos da sua ajuda o Pedro seu irmão não sabe resolver a questão
sozinho.
Venha aqui, menina, pois precisamos da sua ajuda; o Pedro, seu irmão, não sabe resolver a questão sozinho.

g) Limpou a casa arrumou os armários e saiu a passeio mas se esqueceu de trancar a porta.
Limpou a casa, arrumou os armários e saiu a passeio, mas se esqueceu de trancar a porta.

h) Depois de muitas horas não conseguia decidir se saía ou ficava em casa.


Depois de muitas horas, não conseguia decidir se saía ou ficava em casa.

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i) Para formular uma resposta é preciso pesquisar sobre o assunto responderei pois mais tarde.
Para formular uma resposta, é preciso pesquisar sobre o assunto; responderei, pois, mais tarde.

j) Os alunos entraram atrasados na sala, e o professor já não os esperava.


Correta.

k) Frequentemente comprava, livros, aplicativos informativos, e jogos de tabuleiro, no entanto não lia,
não usava o computador e, não jogava.
Frequentemente, comprava livros, aplicativos informativos e jogos de tabuleiro, no entanto, não lia, não usava o computador e não jogava.

l) Joana e Luísa, viajaram à Europa no ano passado, como era a primeira vez que iam ao exterior
estudaram, inglês para poderem se comunicar.
Joana e Luísa viajaram à Europa no ano passado; como era a primeira vez que iam ao exterior, estudaram inglês para poderem se comunicar.

m) Uns dançavam tímida e vagarosamente na chuva outros cantavam atrevida e freneticamente no sol.
Uns dançavam, tímida e vagarosamente, na chuva; outros cantavam, atrevida e freneticamente, no sol.

n) Muitas vezes foi elogiada: interessava-se, desde pequena, por música, iniciou, cedo, as aulas de piano,
passou, logo, a se apresentar em público e, por fim, foi contratada para participar, de um musical.
Muitas vezes foi elogiada: interessava-se, desde pequena, por música; iniciou, cedo, as aulas de piano; passou, logo, a se apresentar em

público e, por fim, foi contratada para participar de um musical.

o) Gosto de caminhar mas ela não por essa razão quando viajamos juntos nos separamos, por algumas
horas.
Gosto de caminhar, mas ela, não; por essa razão, quando viajamos juntos, nos separamos por algumas horas.

2. Leia o texto da campanha publicitária da Associação Brasileira de Imprensa, lançada por ocasião dos
seus 100 anos de existência.

A vírgula

A vírgula pode ser uma pausa… ou não.


Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.


23,4.
2,34.

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Pode ser autoritária.


Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.


Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.


Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.


Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo!

ABI –100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

(Disponível em: <http://www.abi.org.br/poeta-cria-cordel-inspirado-na-campanha-de-cem-anos-da-abi/>.


Acesso em: 6 mai. 2018.)

Examine atentamente os pares de frases que exemplificam como uma vírgula pode alterar o sentido da
mensagem. Indique qual frase em que
a) se pede uma pausa;
“Não, espere.”

b) se indica que alguém aceitou algo por imposição e não por vontade própria;
“Aceito obrigado.”

c) se sugere que uma pessoa é herói, ou seja, consegue fazer o que outros não são capazes;
“Isso só ele resolve.”

d) se aponta, ao juiz, que uma determinada pessoa é corrupta;


“Esse, juiz, é corrupto.”

e) se declara que um problema foi resolvido;


“Vamos perder nada, foi resolvido.”

f) se admite a possibilidade de ouvir o que outros têm a falar.


“Não, queremos saber.”
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Anotações

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TAREFA 61 Proposta de atuação social

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Leia o texto com muita atenção, examine sua estrutura, pois, na próxima atividade de criação, você
também irá elaborar uma proposta de atuação social relacionada ao tema com que vem trabalhando.

Proposta para compartilhamento de bens

Objetivo
A presente proposta tem como finalidade a criação de um grupo formado por integrantes que compartilhem bens
em bom estado e com suas funções preservadas, de uso esporádico ou que já não estejam em uso pelo proprietário.

Justificativa
Na sociedade moderna, há uma valorização exacerbada do consumo, com consequências bastante preocupantes.
Um dos efeitos que se manifesta e que afeta a todos, sem distinção de poder econômico, é o comprometimento
do desenvolvimento sustentável. Recursos naturais usados para a fabricação de muitos dos produtos consumidos sem
comedimento provavelmente faltarão não apenas para as gerações futuras como para a atual, num tempo não muito
distante. Além disso, o que se gasta para a fabricação de produtos, como água e energia elétrica, o que se produz de
resíduos durante o processo, muitos deles tóxicos e poluentes, e a quantidade de lixo que se avoluma com o descarte
são fatores que também põem em risco os recursos naturais que já hoje se mostram exíguos.
Muitos dos produtos adquiridos têm utilidade para uma pessoa por um período de tempo bastante inferior à sua
deterioração, como um livro, um jogo, um brinquedo próprio para determinada faixa etária, roupas e objetos de bebês,
apenas para mencionar alguns entre tantos.
Outros produtos têm uso esporádico, principalmente quando não servem como instrumento de atividade
profissional, como uma furadeira elétrica ou um maçarico. O mesmo ocorre com certas roupas usadas apenas em
ocasiões mais solenes, como os fraques ou os trajes mais formais. A posse desses produtos, além de implicar gastos que
poderiam ser evitados, requer lugar para armazenamento adequado e cuidados para manutenção a fim de que se
mantenham em boas condições de uso.
A prática do compartilhamento, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável e ajudar a equilibrar as
finanças pessoais, pode promover, na sociedade, uma saudável substituição de valores: a posse de coisas passa a não
ser o mais importante, a não representar aquilo que, por si só, traz satisfação de necessidades, uma vez que se pode
usufruir de bens emprestando e tomando emprestado.

Ações propostas
Para organização de um grupo e compartilhamento de bens, propõem-se:
• formação de uma equipe para reunir informações sobre o funcionamento de grupos de compartilhamento já
existentes, relativas a regras de funcionamento, problemas enfrentados e soluções aplicadas;
• criação de regras para participação no grupo, como a contribuição inicial de cada participante (como colocar à
disposição um bem para ser compartilhado); critérios para determinação do tempo de empréstimo, de acordo com
tipos de bens; condições aceitáveis do bem na devolução; sanções para integrantes que não obedeceram às normas;
canal para divulgação dos bens a serem compartilhados (como jornal mural, página da internet, aplicativo de
comunicação usado em celulares etc.) e outras que se mostrarem necessárias ao bom funcionamento do
compartilhamento;
• busca de apoio ou parcerias para a implantação da proposta.

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Responsabilidades
Dependendo do perfil das pessoas integrantes do grupo (estudantes de uma escola; mães de crianças pequenas;
moradores de um condomínio etc.), as responsabilidades pela implantação e gestão do compartilhamento proposto
podem ficar a cargo de um subgrupo.
No caso de se buscar apoio externo (como da escola, da igreja, do conselho do condomínio), as responsabilidades
pela implantação e funcionamento do grupo podem ser compartilhadas entre essas instituições e os integrantes do
grupo.

Referências
MORELLI, Graziela. Do empréstimo a não posse – O mito na sociedade de moda contemporânea e novas perspectivas
no comportamento de consumo de produtos e serviços. Tese de doutorado. Palhoça: Universidade do Sul de Santa
Catarina, 2014.

PIZZOL, Helena Oliveira Dall. Proposição de uma escala para mensuração do consumo colaborativo: compreendendo
o compartilhamento de bens e a sua relação com os valores pessoais. Tese de mestrado. Porto Alegre: Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2015.

1. O que se apresenta sob o título “Objetivo”?


A finalidade da intervenção proposta.

2. Em qual parte do texto se apresentam argumentos para convencer de que a proposta é importante
do ponto de vista social e pessoal? Para você qual(is) desses argumentos teria(m) mais força para
convencê-lo a apoiar a criação do grupo ou, até mesmo, participar dele? Por quê?
Os argumentos são apresentados sob o subtítulo “Justificativa”.

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TAREFA 62 Revisão de texto (I)

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


Enfatize a importância da aplicação das regras gramaticais estudadas na produção escrita. Explique que enunciar as regras e acertar
exercícios não são, por si sós, indicadores de conhecimento dos conteúdos gramaticais. O conhecimento deve revelar-se na sua aplicação
nos textos elaborados pelo aluno.

Ingimage/Fotoarena
Você deverá fazer a revisão gramatical dos três textos que produziu neste bimestre. Sempre que
tiver uma dúvida, consulte os quadros com resumos de regras gramaticais que estão no final do caderno
ou o material utilizado em bimestres anteriores.
Em alguns casos, você deverá consultar um dicionário para certificar-se da grafia e significado de
palavras. Em outros, que podem dizer respeito a casos especiais de concordância ou uso de determinadas
preposições, é necessário consultar uma gramática.
Anote suas dúvidas para receber apoio do professor.
Ao revisar seu texto, preste especial atenção aos seguintes aspectos:
• grafia das palavras (uso de letras, hífen e acentuação);
• concordância;
• uso de preposições;
• indicação de crase;
• pontuação (vírgula, ponto e vírgula, travessão, dois-pontos, ponto-final);
• redação de frases completas.

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Anotações

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TAREFA 63 Literatura

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


Sugere-se recolher a tarefa para análise e avaliação detalhada pelo professor.

Para responder às questões, considere os trechos dos textos de Mario Vargas Llosa e Leandro
Karnal, inseridos em “Campo artístico-literário” (texto que deve ter sido lido na aula). Volte a esses
trechos, leia-os detidamente para formular suas respostas.
A resposta do aluno pode ter outra redação, mas encerrar a ideia de que os bons livros nos apresentam uma visão crítica e original das
situações da vida, por isso nos humanizam e nos tornam mais críticos.

1. Por que Mario Vargas Llosa afirma que, não fossem os bons livros, seríamos piores do que somos?
Porque os bons livros nos tornam mais críticos, nos levam a contestar a realidade, a não nos conformar com o que é vulgar, errado,

desumano, enfim, com aquilo que não corresponde ao ideal humano.

2. Segundo o escritor peruano, por que os regimes políticos opressores costumam censurar obras
literárias que não estão de acordo com as ideias difundidas pelo sistema?
Porque essas ideias apresentadas em livros de escritores independentes podem conscientizar os leitores da importância da liberdade,

alertá-los para a possibilidade de outras formas de vida mais satisfatórias e torná-los menos manipuláveis.

3. Que ideia Leandro Karnal quer nos transmitir ao comparar com “jujubas vermelhas, doces e
agradáveis” as frases do twitter e do celular, o desenho animado, o meme e outros textos breves e leves
que povoam nosso cotidiano?
Quer nos transmitir a ideia de que são textos efêmeros – embora sejam agradáveis e cumpram um papel no nosso cotidiano, não são

suficientes nem apropriados para nos alimentar intelectualmente.

4. Que ideia Leandro Karnal quer nos transmitir ao comparar a leitura de uma obra densa, como um
clássico, com um banquete demorado?
Quer nos transmitir a ideia de que a leitura de uma obra densa é demorada, exige atenção e sensibilidade aos detalhes e sutilezas para ser

devidamente apreciada. Ao contrário dos textos comparados com jujubas, a leitura de grandes obras, assim “degustadas”, pode constituir

alimento intelectual capaz de modificar a visão que o leitor tem da realidade.

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5. No último parágrafo do texto de Leandro Karnal, o que o autor critica no trecho “E os outros?
Tuitarão apenas: ‘não deu, kkkkk!’”?
O autor está criticando aqueles que se alimentam intelectualmente apenas de leituras superficiais, fáceis – em determinadas situações,

essas pessoas acabam em desvantagem por não conseguirem expressar um ponto de vista inteligente, crítico, diferente do lugar-comum.

6. Dos livros que você leu, por indicação da escola ou não, algum foi capaz de modificar algo em sua
maneira de sentir ou de analisar a vida?
Em caso afirmativo, qual é o livro e por que motivou esse efeito em você?
Em caso negativo, por que você julga que nenhum dos livros que leu provocou esse efeito? O que uma
obra deveria conter para ser capaz de provocar alguma transformação em você?

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TAREFA 64 Revisão de texto (II)

Nome: Data: ____/____/____ Sala:

Ingimage/Fotoarena
Você deverá fazer a revisão gramatical do texto literário que produziu neste bimestre. Sempre que
tiver uma dúvida, consulte os quadros com resumos de regras gramaticais que estão no final do caderno
ou o material utilizado em bimestres anteriores.
Em alguns casos, você deverá consultar um dicionário para certificar-se da grafia e do significado
de palavras. Em outros, que podem dizer respeito a casos especiais de concordância ou uso de
determinadas preposições, é necessário consultar uma gramática.
Anote suas dúvidas para receber apoio do professor.
Ao revisar seu texto, preste especial atenção aos seguintes aspectos:
• grafia das palavras (uso de letras, hífen e acentuação);
• concordância;
• uso de preposições;
• indicação de crase;
• pontuação (vírgula, ponto e vírgula, travessão, dois-pontos, ponto-final);
• redação de frases completas.

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Anotações

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TAREFA 65 Direitos humanos

Nome: Data: ____/____/____ Sala:


Sugere-se recolher o texto para análise detalhada e avaliação pelo professor.

Logotipo dos Direitos Humanos


(Disponível em: <https://www.humanrightslogo.net/>. Acesso em: 9 maio 2018.)

Artigo de opinião sobre direitos humanos

Você deverá fazer uma pesquisa sobre alguma situação que indique desrespeito aos direitos
humanos. Essa situação pode ser específica da sua cidade, da sua região, do Brasil, de outro país ou
pode atingir a humanidade em geral.
Com base na sua pesquisa, irá redigir um artigo de opinião, propondo alternativas de solução para
esse problema.

1. Planejamento
Para reunir informações para estruturar seu texto, você deverá:
• descrever a situação respondendo à pergunta: “O que acontece que não deveria estar ocorrendo?”;

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• indicar quem são as pessoas prejudicadas por esse problema;

• indicar os prejuízos sofridos por essas pessoas;

• indicar qual o artigo da Declaração dos Direitos Humanos que não está sendo obedecido;

• propor alternativas para resolver a situação e indicar quem são os responsáveis por colocá-las em
prática.

2. Redação
Redija seu texto e, se julgar necessário, insira uma ou mais ilustrações que complementem a
informação transmitida.

3. Avaliação
Leia seu texto com atenção e verifique se é preciso corrigir inadequações gramaticais, de estrutura
ou de abordagem do tema. Faça as alterações que julgar necessárias para levar uma versão revisada à
escola.

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Anexos – Quadros com resumos de conteúdos gramaticais

ORTOGRAFIA

Acentuação

PAROXÍTONAS PAROXÍTONAS
não se acentuam acentuam-se
barriga, telefone, apito, apagam, táxi, bônus, álbum, hífen, açúcar,
cedem tórax, bíceps, órfã, túneis

Terminações Outras
A(S), E(S), O(S), AM, EM(ENS) terminações

OXÍTONAS OXÍTONAS
acentuam-se não se acentuam
começará, você, bisavó, também ali, urubu, vender, bombom
(A terminação EM só recebe acento em
palavras com duas ou mais sílabas.)

Acentuam-se as terminadas nos ditongos


abertos ÉI(S), ÉU(S) e ÓI(S)
PROPAROXÍTONAS E PAROXÍTONAS
papéis, beleléu, rouxinóis
APARENTES
acentuam-se todas

MONOSSÍLABOS TÔNICOS Paroxítonas aparentes: palavras em que, após a


acentuam-se como as oxítonas sílaba tônica, a última sílaba é formada por
pá, dê, pó, céu, réis, dói CONSOANTE + DITONGO EA(S), EO(S), IA(S),
A terminação EM só recebe acento nos verbos ter e vir, IE(S), IO(S), AO(S), UA(S) ou UO(S)
na terceira pessoa do plural do presente do indicativo:
têm, vêm. Córnea, páreo, permanência, sábio, tábua, vácuo
Caso especial: verbo pôr

Casos especiais:
Acentua-se a paroxítona pôde – forma verbal da terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do
verbo poder.

Os verbos derivados de ter e vir recebem acento agudo na terceira pessoa do singular e circunflexo na terceira pessoa
do plural do presente do indicativo – ele retém, eles retêm; ele intervém, eles intervêm.

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Acentuação dos hiatos

As palavras que contêm hiato recebem acento no i ou no u tônicos quando:

• ocorrem sozinhos na sílaba ou junto com s;


• não são seguidos de NH, I e U;
• nas paroxítonas, se não são antecedidos por ditongo.

Exemplos:
ra-í-zes, fa-ís-ca, vi-ú-vo, ba-ús

Não se acentuam :

• ju-iz (o I ocorre com o Z);


• ra-i-nha (o I é seguido de NH);
• con-tri-bu-iu (o U é seguido de I e não ocorre sozinho na sílaba);
• a-tra-iu (o I é seguido de U e não ocorre sozinho na sílaba);
• bai-u-ca (o U tônico, na palavra paroxítona, é antecedido pelo ditongo AI).

Usos de por que, porque, por quê e porquê

Por que

Aparece no início de orações interrogativas.


Exemplo: Por que você não veio?

Substitui “por que razão” ou “pelo qual” (pela qual, pelos quais, pelas quais).
Exemplo: Não descobri por que eles chegaram atrasados.

A oração subordinada substantiva pode ser substituída por “por isto”.


Exemplo: Ansiava por que chegasse a hora da partida.

Por quê

Aparece no final de interrogativa e substitui “por que razão”


Exemplo: Ela não telefonou por quê?

Porque

Substitui: “pois”, “visto que” ou “para que”.


Exemplo: Não pôde embarcar porque chegou atrasado.

Porquê

Substitui “motivo”.
Exemplo: Não entenderam o porquê da sua recusa.

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Palavras e expressões semelhantes

Mal e mau

Mal é o antônimo (contrário) de bem.


Exemplo: O bem pode vencer o mal.

Mau é o antônimo de bom.


Exemplo: Não aceite um mau conselho.

Demais e de mais

Usa-se demais com o sentido de:


• excessivamente, muito, além da conta.
Exemplo: Esses operários trabalham demais.
• outros, os restantes.
Exemplo: Os demais funcionários não trabalham tanto.

Usa-se a locução de mais com o sentido de:


• a mais, em oposição a a menos.
Exemplo: Não falou uma palavra de mais nem de menos.
• anormal, estranho.
Exemplo: Não vejo nada de mais em sua vestimenta.

À, a e há
À é a fusão de dois AA.
Exemplo: Fomos à praia.

Nas indicações de tempo, usam-se a (preposição) para tempo futuro e há (verbo) para tempo passado.
Exemplo: Eles se conheceram há dois anos; Daqui a três semanas farão a primeira viagem juntos.

Mas e mais

Mas é conjunção adversativa usada para estabelecer relação entre orações; mais é advérbio de intensidade.
Exemplos:
Assisti ao filme com atenção, mas ainda não compreendo toda a trama.
Ela é mais obstinada do que seus irmãos.

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Crase

Crase é a fusão de dois AA num só.


É indicada pelo acento grave.

Quando ocorre Casos especiais

Fusão da preposição a + o artigo feminino a(s). Na indicação do número de horas.


Exemplo: Exemplo:
Vou à feira. Cheguei às três horas.
Vou a (preposição) a (artigo) feira.
Na expressão à moda que, mesmo que a palavra moda
Fusão da preposição a + a vogal a inicial dos pronomes esteja oculta.
demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Exemplo:
Exemplos: Vestir-se à (moda de) Luís XV.
Irei àquele cinema.
Irei a (preposição) aquele (pronome demonstrativo) Nas expressões adverbiais femininas, exceto as que
cinema. indicam instrumento ou meio.
Referiu-se àquilo. Exemplos:
Referiu-se a (preposição) aquilo (pronome demonstrativo). Voltarei à tarde.
Comprei à prestação.
Fusão da preposição a + o pronome demonstrativo a(s) Vire à direita.
que substitui aquela(s).
Exemplo: Exemplos de expressões adverbiais femininas que indicam
Esta mobília é igual à que comprei. instrumento ou meio em que NÃO ocorre crase:
Esta mobília é igual a (preposição) a (pronome Escrever a máquina. (Compare com o masculino escrever
demonstrativo que pode ser substituído por aquela) que a lápis.)
comprei. Fechamento a pressão. (Compare com o masculino
fechamento a vácuo.)

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Concordância

Sujeito e verbo
Na maioria dos casos, o verbo concorda com o sujeito.
Exemplos:
A natureza responde às ações depredatórias do homem. (A forma verbal “responde” concorda com o sujeito “a
natureza”.)
Os alunos e os professores conversaram sobre o episódio. (A forma verbal “conversaram” concorda com o sujeito
composto. “os alunos e os professores”.)
Seguem, em anexo, os arquivos. (A forma verbal “seguem” concorda com o sujeito “os arquivos”.)

Verbos impessoais nas orações sem sujeito


O verbo haver no sentido de existir é usado sempre na 3.a pessoa do singular.
Exemplo:
Há muitas controvérsias sobre esse caso.

Atenção: o verbo existir não é impessoal; portanto, concorda com o sujeito.


Exemplo:
Existem evidências que nos permitem chegar a tal conclusão.

Os verbos que indicam fenômenos da natureza se conjugam sempre na 3.a pessoa do singular.
Exemplos:
Choveu muito na primavera.
Neva em vários países da Europa.

Os verbos fazer e estar, quando indicam fenômenos da natureza, são usados sempre na 3.a pessoa do singular.
Exemplos:
Faz frio.
Está muito frio!

Os verbos fazer e haver, quando indicam tempo decorrido, são usados sempre na 3.a pessoa do singular.
Exemplos:
Faz dois anos que estudo nesta escola.
Há dias que não recolhem o lixo.

O verbo ser, quando indica tempo, distância e data, é usado na 3.a pessoa do singular ou plural (concorda com
tempo, distância ou data).
Exemplos:
Era meio-dia e meia.
São oito horas.
Da minha casa à escola é um quilômetro.
De minha cidade à sua são cem quilômetros.
Hoje é dia 7 de maio. (O verbo concorda com “dia”.)
Hoje são 7 de maio. (O verbo concorda com “7 de maio”.)

Voz passiva sintética


Só se constroem frases na voz passiva com verbo transitivo direto (ou direto e indireto).
Exemplo:
Casas são alugadas por imobiliárias. (passiva analítica)
Na passiva sintética, o verbo deve concordar com o sujeito (que era o objeto direto da frase na voz ativa).
Exemplos:
Aluga-se casa.
Alugam-se casas.

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Concordância

Indeterminação do sujeito
Usam-se os verbos intransitivos, na 3.a pessoa do singular + se, para indeterminar o sujeito.
Exemplo:
Fala-se muito.

Predicativo do sujeito e predicativo do objeto


O substantivo ou adjetivo que funciona como predicativo do sujeito deve concordar em gênero e número com
o sujeito.
Exemplos:
Os cães caminham alegres. (alegres concorda com o sujeito os cães)
Ela observava o menino preocupada. (preocupada concorda com o sujeito ela)
O substantivo ou adjetivo que funciona como predicativo do objeto deve concordar em gênero e número com
o objeto.
Exemplo:
Ela observava o menino preocupado. (preocupado concorda com o objeto o menino)

Expressões como “é proibido”, “é bom”, “é preciso” “é necessário”


Nos predicados nominais formados pelo verbo ser mais um adjetivo (como “é necessário”, “é proibido, “é bom”, “é
preciso” etc.), há duas construções:
• se o sujeito não vem precedido de artigo ou qualquer modificador (como certos pronomes), a expressão fica
invariável.
Exemplo:
É necessário cautela.

• se o sujeito vem precedido de artigo ou qualquer modificador, a expressão normalmente concorda com o sujeito.
Exemplo:
É necessária a cautela.

Porcentagem
Quando o sujeito é formado apenas por uma expressão que indica porcentagem, o verbo concorda com o
número.

Exemplos:
A pesquisa mostrou que apenas 1% quer mudança na lei.
(quer concorda com 1)

Descobriram que 65% aprovam a proposta.


(aprovam concorda com 65)

Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de um complemento que a
especifica, o verbo concorda com o complemento.

Exemplos:
A pesquisa mostrou que apenas 1% das pessoas querem mudança na lei.
(querem concorda com pessoas)

Descobriram que 65% da população aprova a proposta.


(aprova concorda com população)

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Expressões que encerram a ideia de plural

Expressões Sozinhas ou seguidas de Seguidas de substantivo ou pronome no


substantivo no singular plural

Verbo no singular Verbo no singular ou plural

Coletivos (substantivos no A multidão se aglomerou em A manada de búfalos se dispersou.


singular que indicam pluralidade frente ao palácio.
de seres, como enxame, boiada, A manada de búfalos se dispersaram.
arvoredo, povo, multidão)

Partitivos (maioria, grande A maioria rejeitou o convite. A maioria das pessoas não se manifestou.
número, uma porção, uma A maioria das pessoas não se manifestaram.
parte, metade) Metade da melancia estava
estragada. Uma parte de nós acreditou em notícias falsas.
Uma parte de nós acreditamos em notícias falsas.

Metade dos ovos foi usada.


Metade dos ovos foram usados.

Vírgula e ponto e vírgula

Usos da vírgula

Para separar os elementos de uma enumeração, exceto quando vêm separados pela conjunção e.
Exemplo: João, Maria e Pedro moram na mesma cidade.

Para separar termos que não se ligam sintaticamente a outros da frase:


• vocativo do resto da frase.
Exemplo: Você, Helena, foi bastante prudente.

• aposto explicativo.
Exemplo: João Cabral de Melo Neto, autor de Morte e vida severina, cantou a saga do nordestino que emigra.

• expressões explicativas ou corretivas (isto é, ou seja, por exemplo, ou melhor).


Exemplos:
Eles não querem ceder, isto é, não pretendem abrir mão de seus privilégios. (isto é = expressão explicativa)
Os homens, ou melhor, alguns homens que se julgam superiores às mulheres, não admitem a equidade de
gênero. (ou melhor = expressão corretiva)

Para indicar elipse (supressão) do verbo.


Exemplo:
Nós somos brasileiros e eles, argentinos.
(Na frase, foi suprimida a forma verbal “são”.)

Para indicar intercalação ou inversão dos termos em orações em ordem indireta.


Exemplos:
Os amigos, diariamente, se encontram no parque.
De repente, o céu escureceu.

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Para indicar intercalação ou inversão da oração subordinada adverbial, que funciona como um termo da oração
principal. (Na ordem direta, é colocada depois da principal, em geral sem ser separada por vírgula.)
São orações subordinadas adverbiais as causais (indicam causa); as consecutivas (indicam consequência); as
condicionais (indicam condição); as concessivas (concedem ou admitem uma condição contrária); as conformativas
(estabelecem relação de conformidade); as comparativas (estabelecem comparação); as finais (indicam finalidade); as
temporais (indicam tempo) e as proporcionais (indicam proporção).
Exemplos:
A fim de não serem reconhecidos, todos usaram máscaras.
Pediu, porque não havia outra alternativa, ajuda a desconhecidos.

Para separar orações coordenadas assindéticas (sem conjunção):


Exemplo:
Pediu, implorou, gritou e depois chorou.

Para separar orações coordenadas sindéticas (com conjunção):


• explicativas (relação de explicação: pois, que, visto que, porque)
Exemplo:
Deve estar cansado, pois dormiu cedo.

• adversativas (relação de oposição: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto)


Exemplo:
Ele nos viu, mas não nos cumprimentou.

• alternativas (relação de alternância: ora... ora; já...já; quer... quer; seja... seja)
Exemplo:
Ora ri, ora chora.
Atenção: as orações alternativas introduzidas pela conjunção ou não são separadas por vírgula.
Exemplo: Faça silêncio ou saia da sala.

• conclusivas (relação de conclusão: portanto, logo, por conseguinte, então, pois)


Exemplo:
Eles são ingleses, portanto são europeus.
Atenção: as orações conclusivas, quando muito extensas ou já marcadas por vírgula em seu interior, são separadas
por ponto e vírgula. (Ver quadro sobre ponto e vírgula)

Atenção:
As orações iniciadas por e podem vir separadas por vírgula em dois casos:
• quando as orações ligadas pelo e tiverem sujeitos diferentes.
Exemplo:
Ele a desafiou, e ela o enfrentou.
(Sujeito da 1.a oração: ele; sujeito da 2.a oração: ela.)
• quando a conjunção e vem várias vezes repetida. Essa repetição do e ou de outra conjunção constitui a figura
de linguagem chamada polissíndeto.
Exemplo:
“Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!” (Olavo Bilac)

Nem – pode ou não ser separada por vírgula.


Exemplos:
Não estudou nem obteve bons resultados nos exames. (nem = e não)
Nem veio, nem telefonou. (nem = e não)

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Para separar a oração subordinada adjetiva explicativa.


Exemplo:
A criança, que não tem noção do perigo, deve ser vigiada por um adulto.
(Na frase, declara-se que toda criança não tem noção do perigo – a oração subordinada adjetiva é explicativa, pois
introduz uma explicação sobre crianças em geral.
A criança que não tem noção do perigo deve ser vigiada por um adulto.
(Na frase, sem vírgula, declara-se que algumas crianças não têm noção do perigo – a oração subordinada é restritiva,
pois restringe o termo “criança”, fazendo referência somente àquelas que não têm noção do perigo.)

Atenção:
NÃO se usa vírgula para separar termos que se ligam entre si sintaticamente, como:
• sujeito e verbo
Exemplo: Elas caminham lentamente.

• verbo e seus objetos


Exemplos:
Os autores autografaram os livros depois da palestra. (os livros = objeto direto)
Ele precisa de apoio. (de apoio = objeto indireto)

• entre nome e complemento nominal ou adjunto adnominal


Exemplos:
A reação de medo é normal. (de medo = complemento nominal)
O edifício antigo desmoronou. (antigo = adjunto adnominal)

Usos do ponto e vírgula

Para separar orações coordenadas muito extensas ou que guardam alguma simetria (correspondência) entre si.
Exemplo:
O primeiro capítulo do livro não me despertou qualquer curiosidade ou emoção; o último me surpreendeu de uma
maneira inédita e pôs meus sentimentos em ebulição.

Para separar orações coordenadas que já vêm marcadas por vírgula em seu interior.
Exemplo:
Eram interessadas, curiosas; portanto, tinham condições de engajar-se na pesquisa.

Para separar orações coordenadas que se opõem quanto ao sentido.


Exemplo:
Ela ria; ele chorava.

Para separar elementos de uma enumeração, principalmente se forem extensos e numerosos.


Exemplo:
Vários comportamentos indicavam que iria desistir do curso: não demonstrava interesse pelo estudo e não realizava
as atividades; faltava às aulas; não se relacionava com os colegas, mesmo quando eles iniciavam a interação e
demonstrava não valorizar o estudo.

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Anotações

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