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Mais IDEB 2023

Língua Portuguesa
D02. Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições
HABILIDADE
que contribuem para a continuidade de um texto.
Coerência e Coesão Textual.
CONTEÚDO Coesão Referencial.
Termos anafóricos e catafóricos.

Aula 01 Data: 05/08/2023

Olá, estudante! Serão ministrados 2 (dois) aulões com foco no Descritor 02 e que, durante esses momentos, você
verá de forma prática e sucinta o assunto coesão e coerência textual, pois o mesmo será abordado de forma mais
abrangente em outras aulas, cujos descritores o exigirão, contudo terá também uma explanação sobre o que é e
como se dá a coesão referencial e aprenderá a observar os mecanismos que promovem a retomada de
elementos/conceitos. Isto porque a habilidade esperada é a de que consiga, ao realizar uma leitura, estabelecer
relações entre as ideias de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a sua
continuidade.

Importante ressaltar que nos aulões do Descritor 15 você terá mais informações sobre Coerência e Coesão.

Assim, com a assimilação desses conteúdos, práticas de leitura, compreensão e interpretação de textos variados e
ao término das atividades indicadas nas aulas, você, estudante, será capaz de melhor identificar os recursos que
estabelecem o encadeamento entre partes de um texto – habilidade do Descritor 02 – bem como de aprimorar a
escrita e a expressão oral, valendo-se desses recursos coesivos.

COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS

A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual. Para que um texto seja eficaz
na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso,
e que a mensagem flua de forma segura, natural e agradável aos ouvidos.

COERÊNCIA: é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado
especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem. Um texto contraditório e redundante ou
cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do
discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.

COESÃO: fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos, presentes na superfície textual,
se encontram interligados por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de
sentido. Existem os seguintes tipos de coesão textual: coesão referencial, coesão lexical, coesão por elipse,
coesão sequencial e coesão por substituição. Nesta aula, será abordada a referencial.

COESÃO REFERENCIAL: trata-se de um recurso coesivo que ocorre quando um termo ou expressão já citado
no texto é retomado por meio de outro termo que o substitui. Pronomes e advérbios são uns dos elementos
linguísticos responsáveis pela coesão referencial (Retomadas e Remissões). Esses elementos são chamados de
anáfora (usada para se referir aos termos já citados no texto) e catáfora (usada para se referir aos termos que
serão citados na sequência do texto).
Na coesão referencial, os termos conectivos anunciam ou retomam as frases, sequências e palavras
presentes em um texto. Para fazer essas retomadas, geralmente são utilizados pronomes pessoais, pronomes
possessivos, pronomes demonstrativos ou expressões adverbiais de lugar.

A coesão referencial é uma das mais usadas. Esse tipo de coesão evita o uso de diversas repetições no
mesmo texto usando um termo para fazer referência a outro. Ou seja, é o tipo de coesão que reitera algo que
já foi dito antes, substituindo uma palavra por outra que possui com ela alguma relação semântica.
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/coesao-textual. Acesso em: 14 jun. 2023.

Observe a tirinha abaixo e responda o que se pede a seguir:

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000000065/0000000596.jpg. Acesso em: 14 jun.


2023.
1- A palavra ISSO, no primeiro quadrinho, se refere a que?

2- A frase está localizada antes ou depois da palavra ISSO?

3- E NESTE, refere-se a que palavra no terceiro quadrinho?

4- Essa palavra vem antes ou depois de NESTE?

IMPORTANTE:
Um texto não é apenas a junção de palavras e orações aleatórias. Para que ele tenha um sentido e seja
entendido por quem lê, é necessário que tenha coesão, recurso muito importante que permite interligar e
articular ideias, para que seja possível produzir e interpretar um texto de modo mais adequado.

TERMOS ANAFÓRICOS E CATAFÓRICOS

Os termos anafóricos e catafóricos são fundamentais para garantir a coesão do texto. Isso porque a
utilização correta desses termos é o que garantirá um encadeamento lógico das ideias, permitindo a
compreensão do texto. Além disso, a anáfora e a catáfora impedem a repetição excessiva e muito próxima
de palavras, evitando que a redação se torne cansativa.

A anáfora é uma ferramenta de retomada que ajuda na coesão e coerência textual, na medida em que
estabelece relação entre diferentes partes do texto. Nesse sentido, a anáfora distingue-se da catáfora, pois a
primeira faz um movimento de retorno, e a segunda, um movimento de ida, em relação a outros elementos do
texto.
Disponível em: https://blog.imaginie.com.br/anafora-e-catafora/ Acesso em: 14 jun.2023.

PARA REFORÇAR:

Anáfora e catáfora são retomadas e antecipações de termo presente ou não no texto. A diferença entre
esses mecanismos depende da posição ocupada em relação ao item referido. Anáfora e catáfora são cadeias
de referência.
Observe as frases:
1 – O carro que comprei é automático.
2 – A mãe olhou-o e disse: - Meu filho, estás com um olhar cansado.

É possível notar que os termos destacados nas frases fazem referência a outras expressões que aparecem
antes ou depois deles, não é mesmo? Em 1, o pronome relativo “que” retoma o substantivo “carro” que o
antecede. Já em 2, o pronome oblíquo “o” apresenta o referente que só aparecerá na sequência do enunciado.

Esse tipo de mecanismo linguístico é chamado de coesão referencial e, dependendo da posição do termo
a que faz referência, pode ser classificada em anáfora ou catáfora.

ANÁFORA
É um mecanismo linguístico por meio do qual um termo recupera um outro termo que o antecedeu no
texto. Exemplos:

● Mariana comprou um novo carro. O veículo é o lançamento do ano.


Perceba a retomada do substantivo “carro” por outro substantivo, “veículo”.

● O doutor está de férias. Ele só retornará aos atendimentos no próximo mês.


Nesse exemplo, houve a retomada do substantivo “doutor” pelo pronome “ele”.

CATÁFORA
É um mecanismo linguístico no qual o referente aparece depois do item coesivo. Exemplos:

● Só desejamos isto: férias!


Perceba que o pronome demonstrativo “isto” antecede o referente “férias”, que aparece logo depois.

● Pedro comprou vários ingredientes: açúcar, farinha, ovos, chocolate em pó e leite.


Note que a expressão “vários ingredientes” antecede o referente que apresenta quais itens Pedro
comprou: “açúcar, farinha, ovos, chocolate em pó e leite.”
Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/diferenca-entre-anafora-catafora.html. Acesso em: 14 jun. 2023.

VAMOS PRATICAR

QUESTÃO 1 (SAETO)

Soneto de Fidelidade
(Vinicius de Moraes)
De tudo, ao meu amor serei atento antes E assim quando mais tarde me procure
E com tal zelo, e sempre, e tanto Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Que mesmo em face do maior encanto Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Dele se encante mais meu pensamento
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Quero vivê-lo em cada vão momento Que não seja imortal, posto que é chama
E em seu louvor hei de espalhar meu canto Mas que seja infinito enquanto dure
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento https://www.letras.mus.br/vinicius-de-moraes/86563

Na linha “Dele se encante mais meu pensamento”, o termo em destaque refere-se à palavra
(A) amor. (D) soneto.
(B) encanto. (E) zelo.
(C) pensamento.
QUESTÃO 2. Leia o texto a seguir:
Verdade

A porta da verdade estava aberta, Chegaram ao lugar luminoso


mas só deixava passar onde a verdade esplendia seus fogos.
meia pessoa de cada vez. Era dividida em metades
Assim não era possível atingir toda a verdade, diferentes uma da outra.
porque a meia pessoa que entrava Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
só trazia o perfil de meia verdade. Nenhuma das duas era totalmente bela.
E sua segunda metade E carecia optar. Cada um optou conforme seu
voltava igualmente com meio perfil. capricho,
E os meios perfis não coincidiam. sua ilusão, sua miopia.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.

Disponível em: http://www.analisedetextos.com.br/2010/09/analise-do-poema-verdadede-carlos.html. Acesso em: fev. 2023.

Nos versos: “E sua segunda metade / voltava igualmente com meio perfil” (v.7-8), a palavra destacada refere-se
à
(A) ilusão. (D) porta.
(B) miopia. (E) verdade.
(C) pessoa.

QUESTÃO 3. Leia atentamente o texto abaixo:

O ciclone só se forma sobre mares de água quente. Quando ele acontece no oceano Pacífico, recebe o nome
de tufão e, quando surge no oceano Atlântico, é chamado furacão.
Nessas regiões do planeta, o calor faz com que muita água do mar evapore e se formem nuvens imensas. A
evaporação intensa causa alterações na pressão do ar e ele se desloca das zonas de alta pressão para outras
de pressão menor, provocando chuvas e ventos fortes, com velocidades que ultrapassam os 200 quilômetros
por hora. No meio das nuvens, fica o olho do furacão, uma área bem quente, sem chuvas ou ventos. É por ali
que a água evapora cada vez mais, alimentando o redemoinho que se forma ao redor. Se o ciclone chega à
terra firme, vai perdendo força e se dissipa, mas, antes, pode formar ondas de até 15 metros e causar
destruição.
Recreio. jun. 2006.
Na frase “... e ele se desloca...” (ℓ. 8), o pronome destacado está se referindo a
(A) ar. (D) furacão.
(B) calor. (E) vento.
(C) ciclone.

QUESTÃO 4

Idioma ajuda a criar marcas de identidade

A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado constituído, seja ela a língua
materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De
qualquer modo, a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa [...].
Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas, usadas sempre do
mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável. Aliás,
imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável, para satisfação
dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes; ela é dinâmica, para servir às
necessidades de expressão nas diferentes situações, nos diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só
assim ela revela as identidades individuais que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e
marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa variabilidade e nesse
dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua vez, identificam grupos, e, numa apuração
mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento.

No trecho “... que se constroem no espaço simbólico...” (3° parágrafo), a palavra destacada retoma o termo
(A) diferentes situações. (D) necessidades.
(B) escolhas. (E) propósitos da fala.
(C) identidades individuais.

QUESTÃO 5 (SAEPE). Leia o texto abaixo.

Resiliência
A arte de dar a volta por cima

“Aquilo que não me destrói me fortalece”, ensinava o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche. Este poderia ser o
mote dos resilientes, aquelas pessoas que, além de pacientes, são determinadas, ousadas, flexíveis diante dos
embates da vida e, sobretudo, capazes de aceitar os próprios erros e aprender com eles.
Sob a tirania implacável do relógio, nosso dia a dia exige grande desgaste de energia, muita competência e
um número cada vez maior de habilidades. Sobreviver é tarefa difícil e complexa, sobretudo nos grandes
centros urbanos, onde vivemos correndo de um lado para outro, sobressaltados e estressados. Vivemos como
aqueles malabaristas de circo que, ofegantes, fazem girar vários pratos simultaneamente, correndo de lá para
cá, impulsionando-os mais uma vez para que recuperem o movimento e não caiam ao chão.
O capitalismo, por seu lado, modelo econômico dominante em nossa cultura, sem nenhuma cerimônia
empurra o cidadão para o consumo desnecessário, quer ele queira ou não. A propaganda veiculada em todas
as mídias é um verdadeiro “canto da sereia”; suas melodias repetem continuamente o refrão: “comprar,
comprar, comprar”.
Juntam-se a isso o trânsito caótico, a saraivada cotidiana de más notícias estampadas nas manchetes e as
várias decepções que aparecem no dia a dia, e pronto: como consequência, ficamos frágeis, repetitivos,
desesperançados e perdemos muita energia vital.
Se de um lado a tecnologia parece estar a nosso favor, pois cada vez mais encurta distâncias e agiliza a
informação, de outro ela acelerou o ritmo da vida e nos tornou reféns de seus inúmeros e reluzentes aparatos
que se renovam continuamente. E assim ficamos brigando contra o... tempo!
KAWALL, Tereza. Revista Planeta, Fevereiro de 2010, Ano 38, Edição 449, p. 60-61. Fragmento.

No trecho “Juntam-se a isso...” (4° parágrafo), a palavra destacada refere-se


(A) ao consumismo gerado pelo capitalismo. (D) às necessidades vitais das pessoas.
(B) ao trânsito caótico nas grandes cidades. (E) às várias decepções do dia a dia.
(C) às notícias ruins veiculadas pela mídia.
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Língua Portuguesa
D2. Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
HABILIDADE
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
CONTEÚDO(S) Coesão Lexical: reiteração x substituição.

Aula 02 Data: 12/08/2023

Olá, estudante! Este aulão é uma continuação do anterior, sendo necessário recordar a importância de um texto
ter coesão, a fim de se chegar ao objetivo, que é fazer com que desenvolva com êxito a habilidade do Descritor 02.

A coesão garante o estabelecimento de uma relação de sentido entre as partes de um texto, por meio do uso
adequado de conectivos. Nesta aula será abordado outro tipo de coesão: a lexical.

Assim, com a assimilação desses conteúdos, práticas de leitura, compreensão e interpretação de textos variados e
ao término das atividades indicadas nas aulas, você, estudante será capaz de melhor identificar os recursos que
estabelecem o encadeamento entre partes de um texto – habilidade do Descritor 02 – bem como de aprimorar a
escrita e a expressão oral, valendo-se desses recursos coesivos.

COESÃO LEXICAL

Coesão textual é um tipo de mecanismo linguístico. A coesão de um texto pode se apresentar de várias
formas, sendo uma delas a coesão lexical, que consiste na utilização de palavras que possuem sentido
aproximado ou que pertencem a um mesmo campo lexical – sinônimos, nomes genéricos, entre outros.

Neste tipo de coesão, usamos termos que retomam vocábulos ou expressões que já ocorreram, porque
existem entre eles traços semânticos semelhantes, até mesmo opostos. Dentro da coesão lexical, podemos
distinguir a reiteração e a substituição.

Por reiteração entendemos a repetição de expressões linguísticas; neste caso, existe identidade de traços
semânticos. Este recurso é, em geral, bastante usado nas propagandas, com o objetivo de fazer o ouvinte/leitor
reter o nome e as qualidades do que é anunciado. Observe, nesta propaganda da Ipiranga, quantas vezes é
repetido o nome da refinaria.

Em 1937, quando a Ipiranga foi fundada, muitos afirmavam que seria difícil uma refinaria brasileira dar certo.
Quando a Ipiranga começou a produzir querosene de padrão internacional, muitos afirmavam, também, que
dificilmente isso seria possível.
Quando a Ipiranga comprou as multinacionais Gulf Oil e Atlantic, muitos disseram que isso era incomum.
E, a cada passo que a Ipiranga deu nesses anos todos, nunca faltaram previsões que indicavam outra direção.
Quem poderia imaginar que a partir de uma refinaria como aquela a Ipiranga se transformaria numa das
principais empresas do país, com 5600 postos de abastecimento anual de 5,4 bilhões de dólares?
E, que além de tudo, está preparada para o futuro?
É que, além de ousadia, a Ipiranga teve sorte: a gente estava tão ocupado trabalhando que nunca sobrou muito
tempo para prestar atenção em profecias.
(Revista VEJA, nº 37, setembro/97)
Outro exemplo:

A história de Porto Belo envolve invasão de aventureiros espanhóis, aventureiros ingleses e aventureiros franceses,
que procuraram portos naturais, portos seguros para proteger suas embarcações de tempestades.
(JB, Caderno Viagem, 25/08/93)

A coesão lexical por substituição ocorre quando um termo é substituído por outro dentro do texto. Esse
tipo de coesão estabelece uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia. Dessa forma,
através de sinônimos, pronomes, heterônimos ou hipônimos, se constitui uma corrente de sentido fazendo
remissão às mesmas ideias por meio de diferentes termos.

Assim, a coesão lexical por substituição usa palavras ou expressões análogas para substituir termos já
utilizados e para identificar e nomear elementos textuais que já foram citados.

Esse tipo de coesão textual é essencial para manutenção da unidade temática do texto que necessita de
uma carga de redundância. A coesão lexical por substituição constrói uma cadeia de sentidos fazendo
remissão das mesmas ideias através diferentes expressões.

Dentre os tipos de coesão lexical por substituição, temos:

● a coesão por meio de sinônimos, que é feita quando se utiliza um sinônimo para referir-se a um termo
dito anteriormente.

Exemplo: O medo de amar paralisa o homem. Esse temor nem sempre é positivo. (medo e temor são
sinônimos).

● a coesão por meio de antônimos – é a seleção de expressões linguísticas com traços semânticos
opostos.

Exemplo: Gelada no inverno, a praia de Garopaba oferece no verão uma das mais belas paisagens
catarinenses. (inverno e verão são antônimos).

● a coesão por meio de hiperônimos e hipônimos - essas substituições ocorrem quando um termo mais
geral – o hiperônimo – é substituído por um termo menos geral, específico – o hipônimo, ou vice-versa.
O exemplo ajudará a entender melhor.

Exemplo: Minha mãe adora flores, principalmente, rosas, margaridas e bromélias. (flores - hiperônimo-,
rosas, margaridas, bromélias - hipônimos).
Disponível em: https://www.portalsaofrancisco.com.br/portugues/coesao. Acesso em: 15 jun.2023.

PARA FIXAR NA MENTE

Um texto com coesão textual é um texto que tem uma lógica, de forma que os elementos dele se
complementem de forma harmoniosa. Em outras palavras, esse tipo de mecanismo faz com que as palavras e
as frases de um texto sigam uma ligação, possibilitando a compreensão de todo o contexto da história.

Assim, podemos concluir que o conhecimento sobre os tipos de coesão é de suma importância, pois é
fundamental na construção textual.

Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem, é essencial que faça sentido para o leitor.
Isso é possível quando as partes do texto estão em harmonia e seus conectivos estão dispostos de maneira a
oferecer clareza ao texto.
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/coesao-textual. Acesso em: 15 jun. 2023.
ATIVIDADE
QUESTÃO 1

Linguagem Publicitária
[...]
Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais, a mensagem
publicitária cria e exibe um mundo perfeito e ideal [...] Tudo são luzes, calor e encanto, numa beleza perfeita e
não perecível.
[...]
Como bem definiu certa vez um gerente de uma grande agência francesa, publicidade é “encontrar algo de
extraordinário para falar sobre coisas banais”.
[...]
CARVALHO, Nelly de. A linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 1996.In: CEREJA,William Roberto e MAGALHÃES, Thereza. Português Linguagens.
São Paulo: Atual, 2006.

No trecho “Ao contrário do panorama caótico do mundo apresentado nos noticiários dos jornais [...]”, a palavra
destacada está no mesmo campo de significado de
(A) confuso. (D) ideal.
(B) encanto. (E) perfeito.
(C) extraordinário.

QUESTÃO 2

Cajueiro - planta nativa do Brasil, seu tamanho varia de pequeno arbusto em solos pobres ou seco, a árvore
de altura superior a 10m, em solos férteis e bem supridos de água. Do suco de caju se prepara um refresco, a
cajuada. Aproveita-se também a madeira, a casca com propriedades medicinais e o óleo com propriedades
lubrificantes. Contudo, o produto de maior valor é a amêndoa da semente.
Enciclopédia Barsa

A alternativa em que a palavra seco aparece no mesmo sentido do texto é:


(A) Começaram a procurar galhos secos para acender uma fogueira.
(B) Fazia tanto calor que logo após lavar o chão, ele já estava seco.
(C) O terreno estava tão seco que não crescia nem mato.
(D) Durante a tempestade viu pela janela um clarão de luz e depois um barulho seco.
(E) Depois de tudo, ele agiu tão seco comigo!

QUESTÃO 3

Texto
Ouvir é um sentido e uma das ações humanas mais básicas e elementares na comunicação. Essa ação é
bastante relevante quando se trata de responsividade e prestação de contas no âmbito da gestão pública. Na
discussão sobre o modelo ideal de ouvidoria pública, a transparência, a autonomia e a promoção da
participação e do controle social são centrais. Assim, para que as ouvidorias públicas cumpram seu papel no
fortalecimento da democracia participativa e no aperfeiçoamento da gestão pública, é fundamental que os
ouvidores exerçam suas atribuições com autonomia e independência.
O desenvolvimento das estruturas burocráticas do Estado gerou a necessidade de proteção de direitos dos
cidadãos contra usos e abusos do poder público. A inexistência de controle efetivo e de penalidades aplicáveis
aos serviços públicos enfraquece os ideais democráticos, limitando a influência dos cidadãos no funcionamento
e na fiscalização das instituições do Estado e os expondo aos riscos potenciais da burocracia. Portanto, a
autonomia das ouvidorias públicas está relacionada ao provimento de estruturas que possibilitem a prestação
de contas à sociedade, com o objetivo de expor os erros governamentais e ativar o funcionamento das agências
horizontais. Dessa forma, a ouvidoria tem o papel não de se contrapor ao órgão ou à entidade na defesa do
cidadão, mas de garantir que a demanda da cidadania seja considerada e tratada, à luz das garantias
constitucionais e legais, atuando no sentido de recomendar adequações necessárias ao efetivo funcionamento
da administração pública.
Michelle Vieira Fernandez et alii. Ouvidoria como instrumento de participação, controle e avaliação de políticas públicas de saúde no Brasil.
Physis: Revista de Saúde Coletiva, n.º 31, 2021 (com adaptações).

No segundo período do segundo parágrafo do texto acima, o vocábulo “os”, em “...os expondo”, remete a
(A) “controle” e “penalidades”. (D) “ideais democráticos”.
(B) “funcionamento” e “fiscalização”. (E) “cidadãos”.
(C) “serviços públicos”.

QUESTÃO 4

O mundo inteiro vem sofrendo impactos econômicos por causa da pandemia da Covid-19. E, por conta das
medidas de restrição à circulação de pessoas, muitas lojas tiveram de ser fechadas temporariamente. Nesse
cenário de incertezas, talvez os desafios mais importantes sejam manter o vínculo com o consumidor e
conquistar novos clientes, apesar de tudo.
MUFARREJ, Liane. Como eles mantêm a confiança do consumidor em tempos difíceis. Seleções/Reader’s Digest. Jul., 2021. Rio de Janeiro: Plural
Indústria Gráfica. p. 75. (Fragmento adaptado.)

A expressão “Nesse cenário de incertezas”, no trecho negritado, faz remissão


(A) ao mundo inteiro vem sofrendo.
(B) aos impactos econômicos causados pela pandemia da Covid-19.
(C) a tudo o que foi descrito anteriormente ao uso da expressão.
(D) às medidas de restrição à circulação de pessoas.
(E) ao fechamento temporário de lojas.

QUESTÃO 5. Leia o texto abaixo.

Vida
Quando era criança pura, Tempo passou, tornei-me adulto.
Moleque, danado e travesso. Sempre à procura do lado oculto.
Tudo que tocava levava Mas as viagens malucas
Ao mundo da fantasia. Continuavam presas à magia.

Mas logo me tornei adolescente. Logo chegou a velhice,


A confusão permeava minha mente. Aquela que tudo esclarece.
Por mais que tentasse a magia, Que cochichou bem baixinho:
Estavam fechadas as portas da fantasia. Sabedoria, só para quem a merece.

BELO, João. Disponível em: <www.mundojovem.com.br>p.9, nº 384 - Março/2008.

No verso “Que cochichou bem baixinho”, a expressão destacada refere-se a


(A) adolescente. (D) sabedoria.
(B) adulto. (E) velhice.
(C) criança.
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Língua Portuguesa
HABILIDADE D6. Identificar o tema de um texto.
CONTEÚDO(S) Distinção: assunto x tema x título.

Aula 03 Data: 19/08/2023

Olá, estudante! Observe as palavras na tabela a seguir:

EDUCAÇÃO ESPORTE CULTURA

⮚ Essas palavras têm algo em comum?

⮚ Elas possuem sentido amplo, global ou específico?

DIFERENÇAS ENTRE ASSUNTO, TEMA E TÍTULO

Assunto pode ser entendido como uma matéria, o ponto central de uma conversa, texto, narrativa, obra de
arte etc., tendo como a principal característica o fato da(s) palavra(s) apresentada(s) ter(em) um significado mais
genérico.

Para que seja mais fácil de compreender, vamos exemplificar: terrorismo é um assunto, pois é amplo e não
é delimitado. A partir desse assunto, podemos discutir uma série de temas, como: “Ataques terroristas a
locais específicos” ou “O acirramento religioso gerado por ações terroristas”. Em linhas gerais, o assunto
é mais amplo e genérico, podendo se desdobrar em temas.

O tema é um recorte de um assunto e apresenta um ponto de vista, permitindo que se inicie uma discussão
a respeito.

A principal compreensão que se deve ter é a de que o tema está contido no assunto. O assunto é amplo,
caracteriza-se por sua abordagem global. O tema consiste em uma parte contida dentro do assunto, ou seja,
se trata de um recorte. Portanto, assunto é a generalização e tema é especificação.

Agora, observe os exemplos abaixo, e diga qual deles é o assunto e qual deles é o tema.

● “Educação”. (____________________)
● “A influência da televisão na educação dos filhos”. (____________________)
● “Esporte”. (____________________)
● “A prática esportiva traz grandes benefícios à saúde.” (____________________)
● “Cultura”. (____________________)
● “Nossa cultura maranhense precisa de investimentos.” (____________________)

É muito comum as pessoas acharem que título e tema são algo similar, porém, isso não é verdade. Eles são
elementos distintos de grande importância para a elaboração de um texto.

⮚ Você sabe o que é tema, certo?


⮚ E título, você sabe o que é?
Título e Tema

Título e tema são conceitos similares, mas não iguais. Por serem parecidos, comumente geram dúvidas.

Como podemos perceber, o tema é algo mais abrangente e consiste no assunto que deve ser explorado
ao longo do texto. Já o título é algo mais sintético, é como se fosse afunilando o assunto que será
posteriormente discutido.

Para melhorar a compreensão, tomemos como exemplo a questão da violência. Este assunto engloba vários
tipos de violência, como a física, verbal, violência racial, infantil e outras.

Ao delimitarmos este assunto, falando da violência em um bairro específico da cidade, estamos nos
restringindo somente àquele lugar. Este, portanto, caracteriza o título.

O importante é sabermos que: do tema é que se extrai o título, haja vista que o tema é um elemento-base,
fonte norteadora para os demais passos.

Título: basicamente, chamamos de título a expressão inicial que introduz o texto, mostrando o assunto e o
posicionamento do texto, o aspecto central das ideias desenvolvidas. Podemos melhor visualizar o conceito de
título quando usamos o exemplo de uma redação.

Infelizmente, por não saber diferenciar título de tema, muitos estudantes em suas redações colocam o tema
sendo utilizado como título do texto. Ora, se o tema da redação for, por exemplo, “Os efeitos do garimpo
ilegal no Brasil”, o(a) estudante não pode, de forma alguma, apontar como título do seu texto “Os efeitos do
garimpo ilegal no Brasil”.

O tema é a ideia geral sobre a qual o estudante tem de discorrer. Já o título é o “nome” que ele vai dar à sua
redação.

Relevante deixar claro que o título deve possuir estreita relação com o foco que o estudante decidiu dar à
sua redação. O título é um super resumo do texto produzido. É indicado que ele seja criado depois que o
texto já estiver pronto.

Por fim, o título não deve se distanciar do tema. Ele deve, ao contrário, dar ao leitor uma ideia sobre o tema.
Abaixo, alguns temas e possibilidades de títulos (extraídos de textos de estudantes do Redação Nota Dez):

TEMA: Pelo direito de manifestar


TÍTULO: O Brasil volta às ruas.

TEMA: Por que o Brasil não é um país de leitores?


TÍTULO: O que andas lendo, Brasil?

TEMA: É possível desmilitarizar a polícia brasileira?


TÍTULO: Além da desmilitarização.

Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/titulo-tema.html. Acesso em: 23 jun. 2023.


ATIVIDADE

QUESTÃO 1 (PAEBES). Leia o texto abaixo e responda.

A vila de contêineres
Estudantes de Amsterdã se mudam para apartamentos de Lata.

Em 1937, o americano Malcom McLean inventou grandes caixas de aço para armazenar e transportar fardos
de algodão: os contêineres, hoje essenciais para o comércio na economia globalizada. Mas você aceitaria viver
dentro de um? Na cidade de Amsterdã, capital da Holanda, fica a maior vila de contêineres do mundo: com
aproximadamente 1000 apartamentos de metal. Ela fica a 4 quilômetros do centro e foi construída para atender
à demanda por alojamentos estudantis na cidade. Os contêineres foram comprados na China, onde passaram
por uma reforma e ganharam os equipamentos básicos de um apartamento, como pia, banheiro, aquecedor e
isolamento acústico. Eles foram levados de navio para a Holanda e empilhados com guindastes para formar
um prédio de 5 andares, que foi inaugurado em 2006 e hoje abriga cerca de 1000 estudantes.
Os contêineres são pequenos, e o prédio não tem elevador (é preciso subir de escada).
Mas, como o aluguel custa 320 euros por mês, barato para os padrões de Amsterdã, ninguém reclama. “No
começo fiquei apreensivo, mas hoje acho bem eficiente”, diz o estudante alemão Torsten Müller, que já vive lá
há 6 meses.
O sucesso foi tão grande que a empresa responsável pelo projeto já construiu outra vila num subúrbio de
Amsterdã – e também está erguendo um hotel na cidade de Yenagoa, na Nigéria, para turistas que quiserem
ter a experiência de dormir num contêiner. Mas com acomodações de luxo – lata por fora, quatro-estrelas por
dentro.
Texto Caroline D’essen Revista Superinteressante – Edição 278 – Maio 2010 – p.28.

O tema desse texto é


(A) a criação dos contêineres em 1937. (D) uma inovação na moradia em Amsterdã.
(B) a influência da China no resto do mundo. (E) um problema habitacional grave.
© o valor do aluguel em Amsterdã.

QUESTÃO 2 (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.

Carnaval

O carnaval nos seus folguedos tem muito de pagão, mas seu nome não desmente as origens cristãs,
associado que está à lei da abstinência da carne.
Que carnaval está ligado à carne, qualquer leigo pode ouvir ou ver na palavra. Mas, e abstinência? Vamos à
história.
Por muito tempo interpretou-se a palavra como Carne, vale!, ou seja, Carne, adeus! Ou Adeus, carne! Seria
a definição da festa como a despedida da carne às vésperas da quaresma, tempo em que se impunha a
abstinência da carne... Interpretação visivelmente fantasiosa, onde carne é impossível como vocativo.
Hoje, os etimologistas mais acreditados concordam em apontar a origem italiana do vocábulo. Carnevale,
de carne-vale, alteração de I: carne levare. Levare significando “deixar, pôr de lado, suspender, suprimir.”
Referência clara à abstinência quaresmal que se seguia aos festejos carnavalescos.
LUFT, Celso Pedro. O romance das palavras. São Paulo: Ática, 1996. P. 43.

O assunto desse texto é a


(A) origem do carnaval. (D) referência à abstinência quaresmal.
(B) origem do carnaval na Itália. (E) referência aos festejos carnavalescos.
(C) origem do nome carnaval.
QUESTÃO 3 (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.

A hora de acelerar
A venda de computadores explodiu, mas o acesso à internet de alta velocidade não cresceu no mesmo
ritmo. Falta um modelo.

Nos últimos anos, por conta do crescimento da economia e dos incentivos criados pelo governo federal, o
Brasil conseguiu ampliar o número de computadores instalados e reduzir o fosso que o separava de outros
países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas, no início de 2009,
havia 60 milhões de máquinas, seja nas residências, seja nas empresas. Só em 2008, foram vendidos 12 milhões
de unidades, três vezes mais do que em 2004.
Se a venda de computadores deu um salto, o mesmo não se pode dizer do acesso à internet mais rápida,
por meio da chamada banda larga, que ainda se expande em ritmo bem menor. No fim do ano passado, as
conexões de alta velocidade eram utilizadas por aproximadamente 10 milhões de brasileiros, ante 7,7 milhões
em 2007, conforme números apurados pela pesquisa anual Barômetro da Banda Larga, feita pelo IDC Brasil
em parceria com a Cisco. Um número tímido quando comparado aos dos países que lideram essa corrida. Em
2008, a China contabilizava 81 milhões de conexões em banda larga. Os Estados Unidos, 79 milhões.
Uma das razões para este descompasso na popularização da banda larga no Brasil é justamente a ausência
de um modelo definido de política para a universalização do acesso às conexões rápidas. Ao contrário do
celular, um caso bem-sucedido de massificação e que tem hoje mais de 150 milhões de unidades em operação
no País, nem o mercado nem o Estado ainda encontraram a fórmula capaz de prover de internet rápida a
população de baixa renda e as cidades distantes dos grandes centros urbanos. Para parte dos especialistas,
falta uma intervenção estatal mais clara. Para outros, o problema é a ausência de competição e regras pouco
flexíveis, que, em alguns casos, criam monopólios virtuais. Enquanto a concepção de um modelo não avança,
a União continua sentada sobre os cerca de 7 bilhões de reais do Fundo Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (Fust), criado na época da privatização do Sistema Telebrás.
Carta Capital, 4 de março de 2009. Fragmento.

Nesse texto, o tema desenvolvido é


(A) o aumento do número de vendas de computadores.
(B) o uso do aparelho celular massificou-se.
(C) o número de computadores é inferior ao de celulares.
(D) a China contabiliza o maior número de conexões.
(E) a lenta universalização da banda larga.

QUESTÃO 4 (PAEBES). Leia o texto abaixo e responda.

Minha viagem
Cada um no seu quadrado.

Tenho quatro filhos. De vez em quando penso comigo: não parecem nem um pouco com a mãe. João,
Gregório, Bárbara e Theodora têm estilos bem diferentes e cresceram com a minha maneira de lidar com eles,
não só respeitando, mas valorizando isso.
Gregório nasceu sabendo tudo, leu sozinho, argumentava sobre qualquer assunto como um palestrante
desde criancinha, mas nunca gostou de sair de casa. Os amigos iam e vinham e ele ficava aqui, recebendo. Era
muito tímido quando pequeno, segurava a barra da minha saia, tinha pavor de monstros e palhaços e roía
muito as unhas. Meu pai, que é psicanalista, um dia aconselhou:
– Matricula agorinha no teatro e no futebol, tem que botar um fio terra nesse menino.
BYINGTON, Olívia. In: O Globo. 31 jan. 2010, p. 46.
O assunto desse texto é a
(A) competência de Gregório em aprender sozinho. (D) quantidade de filhos que a família possui.
(B) dependência dos filhos em relação à mãe. (E) valorização das diferenças entre os filhos.
(C) forma de socialização empregada pelos filhos.
QUESTÃO 5 (SPAECE). Leia o texto abaixo.

A TORRE EIFFEL DE UM BRASILEIRO

Inaugurada em 1889 como parte da Exposição Mundial de Paris, a Torre Eiffel, com 324 metros de altura, se
tornou um dos principais símbolos da capital francesa.
A cada ano, ela recebe quase 7 milhões de visitantes. Um deles, o empresário Edson Ferrarin, se apaixonou
pela estrutura a ponto de construir uma réplica. A obra custou R$ 180 mil e reproduz as formas da torre original,
mas com apenas 10% de seu tamanho, o que equivale a um prédio de 11 andares. Foram usadas mais de 2 mil
peças de ferro, que somam 30.000 quilos (contra 10.000 toneladas da verdadeira). A torre de Umuarama já está
aberta para visitação.
ÉPOCA, 14 de agosto de 2008.

O tema desse texto é a


(A) importância da torre. (D) réplica da torre.
(B) inauguração da torre (E) simbologia da torre.
© origem da torre.

QUESTÃO 6 (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.

Sopão nas ruas

Doar comida nas ruas da cidade não é legal. A Vigilância Sanitária não permite a distribuição de alimentos
nas vias públicas sem um laudo. Portanto, as pessoas não podem fazer isso, ainda que de maneira voluntária.
Também precisam entender que essa forma de voluntarismo prejudica as ONGs conveniadas com a
prefeitura, que oferecem serviços de alimentação em locais adequados, limpos e seguros, assim como o
trabalho dos 125 agentes de proteção social que circulam todos os dias pela cidade tentando convencer,
sempre de maneira respeitosa, os que moram nas ruas a fazer uso dos 37 albergues e 9 abrigos que existem
hoje na capital, funcionando 24 horas e atendendo mais de 8 mil pessoas. A distribuição de comida incentiva a
permanência das pessoas nas ruas, comprometendo em muito o acolhimento, a proteção e a reinserção social
e familiar desses cidadãos mais vulneráveis.
O polêmico gesto resulta, ainda, em centenas de reclamações de moradores e comerciantes acerca da
sujeira espalhada nas calçadas da cidade, contribuindo para a proliferação de ratos, com restos de alimentos,
pratos e copos descartáveis e garrafas de pet usadas. As organizações sociais que querem realmente ajudar
devem nos procurar para que possamos, juntos, organizar uma distribuição de alimentos dentro de
equipamentos próprios, de forma digna e humana. A Associação Evangélica Brasileira ou a ONG Rede Rua, por
exemplo, mantêm o restaurante Porto Seguro, na América, e o Penaforte Mendes, na Bela Vista, que servem
refeições gratuitas aos moradores de ruas.
Por que não doar alimentos a esses locais? Vamos trabalhar em rede, com sinergia e em parceria?

Floriano Pesaro, Secretário Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social. Disponível em: http://www.florianopesaro.com.
Br/imprensa/230506JornaldaTarde.jpg>. Acesso em: 14 jun. 2023.

Qual é o assunto desse texto?


(A) A distribuição de sopão para moradores de abrigos.
(B) A legalização da doação de sopas pela Vigilância Sanitária.
(C) As reclamações de comerciantes sobre os restos de comida nas ruas.
(D) O trabalho de doação feito pelas ONGs conveniadas à prefeitura.
(E) Os problemas ligados à distribuição de comida nas ruas.
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Língua Portuguesa
HABILIDADE D04 - Inferir uma informação implícita em um texto.
CONTEÚDO(S) Texto literário e estratégias de leituras.

Aula 04 Data: 26/08/2023

Olá, estudante!

⮚ Você sabe o que é um texto literário?


⮚ Costuma lê-los?
⮚ Acha difícil compreender um poema, por exemplo?

Converse com seus colegas e professor (a) sobre esses questionamentos e na sequência leia o poema
abaixo:

Texto 1
O aeroplano
(Ivan Junqueira)
Quando eu fiz cinco anos,
meu pai deu-me de presente um aeroplano
que ele próprio construíra
com finas hastes de bambu e papel de seda.
Tão leve quanto uma libélula,
o frágil engenho voou até desaparecer
por detrás do muro do quintal
e dos últimos reflexos de um poente de verão.
Ninguém jamais o encontrou.
Eu ia na cabine. Eu e minha infância,
que nunca mais voltou.

JUNQUEIRA, Ivan. "O aeroplano". Essa música. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. Disponível em: https://armazemdotexto.blogspot.com
/2020/09/poema-o-aeroplano-ivan-junqueira-com.html. Acesso em: 26 jun. 2023.

Sobre o poema, responda:


⮚ Qual a temática do poema?
⮚ Que imagem é utilizada para sugerir o final da infância?
⮚ O que o trecho “eu ia na cabine” pode significar?

Você deve ter percebido que o eu lírico fala poeticamente sobre o final de sua infância e escolhe a imagem
do aeroplano se perdendo para representar o fim desse momento de sua vida. Além disso, a frase “eu ia na
cabine” indica que uma versão daquela pessoa (com características relacionadas a essa fase, as quais podemos
supor, como criatividade e inocência) não existia mais, se perdeu com o fim da infância, como o aeroplano.

O poema é um gênero literário e esses textos possuem uma função estética, porque o que importa é como
se dá a organização da expressão. Aqui, você pode perguntar aos (as) estudantes quais as características dos
textos literários e fazer uma breve revisão, se necessário.
A linguagem literária é polissêmica, por essa razão, tais textos abrem-se a diversas interpretações que não
se excluem. Essas múltiplas possibilidades de sentido tornam os textos mais expressivos. No entanto, é
importante evitar certas posturas ao ler textos literários: acreditar em uma interpretação única como legítima
ou aceitar qualquer interpretação como válida. A primeira é uma conduta redutora dos sentidos do texto e
pode diminuir a complexidade da obra, já a segunda não é interessante, pois, para ser válida, uma interpretação
precisa estar sustentada por elementos do texto.

Sendo assim, há dois níveis de leitura para um texto literário: o primeiro nível é mais superficial e refere-se
à compreensão das informações explícitas no texto. No poema, fala-se de um brinquedo confeccionado pelo
pai e perdido. Esse primeiro nível de entendimento é necessário para acessar uma significação mais profunda.
A leitura em profundidade necessita de interpretação, ou seja, a tentativa de compreender aquilo que o texto
quer dizer, mas deixa implícito para o leitor. Voltemos ao poema: dizer que ele “ia na cabine” e “que nunca mais
voltou” mostra que o eu lírico sente falta, saudade da sua versão infantil. O pôr do sol também é uma imagem
que nos remete ao encerramento, o fim de um dia, o fim de uma etapa.

O papel do leitor de um texto literário é muito importante, pois ele não pode ser passivo, mas deve
interpretar o texto percebendo significados potencialmente expressos na obra. Para isso, o leitor precisa estar
atento aos índices, pistas que vão indicar as possibilidades interpretativas. Muitas vezes o autor coloca pistas
ambíguas para criar expectativas que serão frustradas, justamente para surpreender o leitor, esse recurso é
muito utilizado em romances policiais, por exemplo.

Estratégias de leitura

Todo(a) leitor (a) utiliza procedimentos específicos, mesmo inconscientemente, para obter uma
compreensão mais eficiente dos textos. Apresentamos a seguir algumas estratégias para que os (as) estudantes
possam utilizá-las conscientemente nas atividades de leitura e no seu cotidiano. Insista, porém, que o mais
importante é fazer uma leitura atenta e concentrada dos textos.

● Retornar: muitas vezes é necessário recuar a passagens anteriores do texto para compreender um
trecho mais complexo ou encontrar uma informação importante para a continuidade. Por exemplo,
quando uma personagem apresentada no início do texto é citada novamente e você não recorda mais
de quem se trata.

● Sintetizar: não é escrever um resumo, mas relembrar em poucas palavras o que já foi lido, as principais
ideias ou fatos, para retomar a leitura. É um procedimento útil quando há um espaço longo de tempo
entre duas leituras.

● Deduzir: quando nos deparamos com um termo desconhecido, muitas vezes é possível formular uma
hipótese do seu significado (deduzir) pelo próprio contexto. Essa estratégia é importante se não há um
dicionário disponível no momento.

● Preencher elipses: a elipse acontece quando um termo da oração é suprimido (não aparece), mas pode
ser subentendido pelo contexto. Ainda que seja comum, às vezes é necessário fazer uma análise para
compreender que termo preenche adequadamente tal lacuna.

● Interpretar implícitos: é o que chamamos de “ler nas entrelinhas” sendo a compreensão baseada nas
adivinhações e inferências que realizamos e que não está escrito em palavras no texto.

● Antecipações: sempre que lemos, criamos certa expectativa de desfecho ou continuidade, tal
perspectiva decorre dos indícios deixados pelo autor e é importante para a compreensão do texto e
para aproveitar o percurso que o autor cria, muitas vezes com o objetivo de surpreender o leitor.
Leia o texto a seguir:
Texto 2
Fuga do cão
Era uma perseguição implacável. Injusta, poderia dizer. Afinal, como duas pernas podem competir
contra quatro?
Enquanto corria tanto quanto podia, percebia em assustadores relances que o cachorro ia alcança-lo.
[...]
Neste momento, ao perceber o fôlego lhe faltando, Jonas se arrependeu. Maldita hora que decidira
entrar pelo portão deixado aberto pelo vizinho para pegar algumas frutas. Seus pais não haviam lhe ensinado
tão incisivamente que pegar bens alheios é roubo?
Malditas laranjas suculentas, pensou!
Tarde demais para lamentos. Entrara no quintal do vizinho sem autorização, despertara o cão raivoso e
agora fugia do facínora. [...]
Tanto correu que, de repente, descobriu-se em outro bairro. Parou, resfolegando como um cavalo.
Olhou para trás e descobriu que o cachorro desaparecera.
Deu um grito de alegria ao perceber que fora mais rápido do que o cão. Quem poderia imaginar? Enfim,
duas pernas venceram quatro! O feito renderia muitas histórias entre os amigos.
E isto sem contar o fato de que o susto servira para lhe ensinar uma importante lição: da próxima vez,
ouviria os pais e a voz da consciência.
Foi quando um quintal alheio lhe chamou a atenção. Ao lado da casa, Jonas se deparou com uma
cintilante árvore carregada de malditas laranjas suculentas!
MARTINZ, Juliano. Fuga do Cão. Disponível em: https://corrosiva.com.br/cronicas/fuga-do-cao/. Acesso em 26 jan. 2023. Fragmento.
Responda as perguntas:

⮚ Jonas aprendeu ou não sua “lição”?


⮚ Que trecho indica que sua atitude se repetirá?
⮚ Como podemos interpretar o adjetivo “malditas” atribuído às laranjas?

O desenvolvimento da narrativa sugere que o narrador se arrepende da invasão em busca de laranjas,


especialmente pela reflexão feita no penúltimo parágrafo. Entretanto, essa expectativa é quebrada pela
sugestão feita no desfecho do conto. Perceba que o texto não afirma que ele invadiu o outro quintal, essa ideia
fica implícita quando as “malditas laranjas suculentas” chamam sua atenção.

Agora, revise o que estudamos, respondendo os itens a seguir.

ATIVIDADE
QUESTÃO 1 (SAEPE). Leia o poema.

Supertreco
Dos medos todos que eu tenho, Como sofre quem não sabe
o maior é o de ter medo. o que será quando preciso:
se herói ou covarde, [...]
Às vezes eu fico pensando
como é que vou fazer Nessas horas de dilema,
se na hora do aperto, melhor é mudar de assunto
de um perigo de verdade [...] e trocar de pensamento.
a coragem me faltar... Besteira sofrer por conta
do que está pra acontecer.
É tão pequena a distância
entre correr e ficar, Quem sabe até eu não seja
entre fugir e enfrentar, [...] um supertreco qualquer?

TELLES, Carlos Queiroz. Sementes de Sol. 4. ed. São Paulo: Moderna, 1992.
Pode-se inferir desse poema que o eu lírico passa por uma fase de
(A) euforia. (D) impaciência.
(B) fantasia. (E) indecisão.
(C) ilusão.

QUESTÃO 2 (PROEB-MG. Adaptado). Leia o poema abaixo.

Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente; É querer estar preso por vontade;
É um contentamento descontente; É servir a quem vence, o vencedor;
É dor que desatina sem doer; É ter com quem nos mata lealdade.

É um não querer mais que bem querer; Mas como causar pode seu favor
É solitário andar por entre a gente; Nos corações humanos amizade,
É nunca contentar-se de contente; Se tão contrário a si é o mesmo amor?
É cuidar que se ganha em se perder;
CAMÕES, Luis de. Obras Completas. Rio de Janeiro, Aguilar, 1963

No poema de Camões, o amor é determinado como um sentimento


(A) ruim. (D) exaustivo.
(B) triste. (E) contraditório.
(C) confuso.

QUESTÃO 3 (CAEd-2022 – Adapt.). Leia o texto abaixo.

Sagarana
Chega Francolim, de galope, com um recado do Major para Sebastião: — É para esperar um pouco, e não
apertarem o gado na travessia...
— Está feio. Mas isto aqui não se compara com a passagem das boiadas no Jequitinhonha...
— Conheço. Atravessei aquele, com seiscentas cabeças de gado da Bahia... O mais difícil não é pela largura,
mas porque é rio bravo, de correnteza... A gente tinha de tocar adiante um lote de bois mansos, mais
acostumados, que não tivessem medo. Alguns até alugavam uns, ensinados, de um sitiante da beira do rio... E
a gente cruzava no batelão, vigiando a boiada nadar...
Chega o Major, chamando por Sebastião...
— Estou vendo que o vau agora está pior do que o resto. Melhor era destorcer mais para baixo, onde deve
de estar dando mais pé...
— Pé já não dá mesmo, em lugar nenhum, seô Major. E está desbarrancado, lá na outra beirada, e não tem
saidor... Melhor por aqui mesmo, patrão.
— Bem, mas vamos com paciência! [...]
Estacionados na rampa, esperavam que o gado tomasse coragem. A chuvinha agora era um chuvisco
rarefeito; mas três regos de enxurrada desciam também, borbotando e roncando, com brutalidades fluviais. E
a enchente crescia. [...]
Entupindo o declive do morro, a boiada permanecia parada. Muitos mugiam.
— Cou! Cou! Tou! Tou!...
Os primeiros se chegam para a beirada. Zé Grande entra n’água, no Cata-Brasa, que pega a nadar. E, já no
meio da torrente, o guieiro ainda se volta, tocando o berrante. Um junqueira longicórnio estica o pescoço fino,
arrebita o focinho, e pula, de rabo desfraldado. Então, há que os cocorutos estremecem, para a frente e depois
para trás. Despencou-se mais um cacho de reses. Chapinham com estrupido, os mocotós golpeando como
puxavantes. Perderam pé: os corpos desaparecem, ficam de fora somente as beiçamas, as ventas polposas,
palpando ar, e os pares de chifres, como tentáculos de caramujos aquáticos. E aí toda a manada se precipita,
com muita pressa, transpondo a enchente brava do riacho [...].
O Major Saulo, que foi o derradeiro — depois de Sete-de-Ouros com João Manico, e mesmo atrás de
Francolim —, logo os alcança, contudo, pouco para lá da passagem.
— Viva, meu povo, não se perdeu nenhum!... Francolim, vai dizer a Sebastião que toquem pelo caminho de
baixo, no fim da vargem... [...]
ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. Fragmento.

Entende-se desse texto que


(A) a boiada fugiu para o riacho ao ver os boiadeiros.
(B) os boiadeiros tentavam atravessar uma boiada pelo rio.
(C) os boiadeiros compraram seiscentas cabeças de gado.
(D) os boiadeiros estavam praticando nado no riacho.
(E) a boiada se perdeu na travessia no Jequitinhonha.

QUESTÃO 4 (CAEd – 2022). Leia o texto.

A confissão do velho português

— Como o mar se dá bem neste lugar!


Falei assim, naquela tarde. Falava com ninguém? Não, conversava com as ondas lá embaixo. Sou português,
Domingos Mourão, nome de nascença. Aqui me chamam Xidimingo. Ganhei afecto desse rebaptismo: um nome
assim evita canseira de me lembrar de mim. O senhor inspector me pede agora lembranças de curto alcance.
Se quer saber, lhe conto. Tudo sempre se passou aqui, nesta varanda, por baixo desta árvore, a árvore do
frangipani.
Minha vida se embebebeu do perfume de suas flores brancas, de coração amarelo. Agora não cheira a nada,
agora não é tempo das flores. [...] sempre amei essas árvores. É que aqui, na vossa terra, não há outras árvores
que fiquem sem folhas. Só esta fica despida, faz conta está para chegar um Inverno. Quando vim para África,
deixei de sentir o Outono. Era como se o tempo não andasse, como se fosse sempre a mesma estação. Só o
frangipani me devolvia esse sentimento do passar do tempo. Não que eu hoje precise de sentir nenhuma
passagem dos dias. Mas o perfume desta varanda me cura nostalgias dos tempos que vivi em Moçambique. E
que tempos foram esses!
[...] faz agora vinte anos, a minha mulher se retirou. Voltou para Portugal. [...] Na despedida, [...] ainda me
ralhou assim:
— Você fica e eu nunca mais lhe quero ver.
Me sentia como se tivesse entrado num pântano. [...] Sim, eu podia partir de Moçambique. Mas nunca
poderia partir para uma nova vida. Sou o quê, uma réstia de nenhuma coisa?
Lhe conto uma história. Me contaram, é coisa antiga, dos tempos de Vasco da Gama. Dizem que havia, nesse
tempo, um velho [...] que andava pelas praias a apanhar destroços de navios. Recolhia restos de naufrágios e
os enterrava. Acontece que uma dessas tábuas que ele espetou no chão ganhou raízes e reviveu em árvore.
Pois, senhor inspector, eu sou essa árvore. Venho de uma tábua de outro mundo mas o meu chão é este,
minhas raízes renasceram aqui. [...]
COUTO, Mia. A varanda do frangipani. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. Fragmento.

Entende-se desse texto que o narrador


(A) criou vínculo profundo com o novo país para onde se mudou.
(B) mudou de país para trabalhar na indústria naval.
(C) teve dificuldades de se adaptar ao clima do novo país.
(D) prefere o modo de vida rural que tinha no seu país de origem.
(E) planejou se encontrar com a mulher no outono.
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Língua Portuguesa
D5. Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
HABILIDADE
foto, etc).
CONTEÚDO(S) Linguagem verbal, não verbal e mista.

Aula 05 Data: 02/09/2023

Olá, estudante! Vamos conversar?

⮚ O que é a comunicação, pra você?


⮚ De quais formas conseguimos nos comunicar?
⮚ Quais formas de comunicação você mais utiliza em casa?
⮚ E na escola, qual você menos utiliza?
⮚ O que é linguagem?
⮚ E qual a finalidade da linguagem, dos textos?

A LINGUAGEM E SEUS TIPOS

A linguagem, enquanto uma atividade humana, pode ser manifestada de diferentes modos, a depender da
intenção que temos no momento da comunicação. Como é apresentado por Evanildo Bechara na Moderna
Gramática Portuguesa, a linguagem é qualquer sistema de signos simbólicos empregados na
intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos.

Os pesquisadores dessa área do conhecimento, a linguística, costumam dividir a linguagem em três tipos:
verbal, não verbal e mista. Saber reconhecer e utilizar essa importante ferramenta, em qualquer modalidade,
é extremamente importante para que possamos realizar atos comunicativos eficientes.

LINGUAGEM VERBAL

A linguagem verbal é aquela que se estrutura por meio da palavra – oral e escrita. Essa informação é
muito importante, porque muitos ainda pensam que o vocábulo “verbal” está relacionado a “verbalizar” no
sentido da oralidade. Contudo, ao escrevermos, utilizamos uma estrutura configurada em sua relação com um
determinado código, que deve ser compreendido e reconhecido, tanto pelo emissor quanto pelo receptor, para
que ocorra comunicação.

Assim, é correto dizer que, para que façamos uso da linguagem verbal, é essencial que sejamos
falantes/usuários de uma língua, que consiste em um sistema de representação (social e historicamente
construído), formado por signos linguísticos.

Exemplo
Esse tipo de linguagem manifesta-se em nossa fala, nos textos que escrevemos, naqueles que lemos nos
veículos de comunicação, bem como em propagandas, obras literárias e científicas, e em tantas outras
situações. Veja, abaixo, um trecho de uma notícia, gênero textual que se constrói por meio da linguagem verbal.

Passageiros de companhias aéreas querem mais tecnologia na hora da viagem

O uso da biometria para agilizar os processos de embarque e o tempo máximo de 10 minutos para coleta
de bagagens e processos de imigração também foram apontados como prioridades
Acesso à internet com Wi-fi a bordo das aeronaves, mais controle sobre a viagem a partir do próprio
smartphone e o acompanhamento, em tempo real, da localização da bagagem são as prioridades apontadas
por esses passageiros. As informações constam na pesquisa 2019 Global Passenger, publicada pela Associação
Internacional de Transportes Aéreos (Iata) na última semana.
O uso da biometria para agilizar os processos de embarque e o tempo máximo de 10 minutos para coleta
de bagagens e processos de imigração também foram apontados como prioridades.
A maioria dos entrevistados disse que gostaria de utilizar mais os smartphones para controlar os
procedimentos de viagem, desde a reserva até o despacho de bagagens. Esse item foi apontado como
importante por 83% dos entrevistados. [...]"
Disponível em https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-10/passageiros-de-aereas-querem-mais-tecnologia-para-controle-da-viagem.
Acesso em 23 jun. 2023. Adaptado.

LINGUAGEM NÃO VERBAL

O ser humano tem necessidade de comunicar-se. É por meio desse processo que nos construímos
socialmente, que produzimos conhecimentos, que convivemos. Nesse sentido, recorremos a diferentes formas
de estabelecermos esses contatos, que não se limitam ao uso da linguagem verbal.

O nosso corpo, as nossas expressões faciais e o próprio silêncio, às vezes, constroem mais sentido do que
uma fala ou um texto escrito. Basta nos lembrarmos daquele olhar de mãe, ao repreender uma criança sem
sequer pronunciar uma palavra.

E é por isso que também nos valemos da chamada linguagem não verbal em nossos atos comunicativos,
um tipo de linguagem que não se estabelece por meio de palavras, mas, muitas vezes, por meio de
índices, ícones e símbolos, por exemplo.

Essa linguagem é tão importante que, mesmo que estejamos comunicando-nos com alguém que não
compartilha conosco do mesmo código, conseguimos, muitas vezes, efetivar a comunicação por meio de
mímicas, da forma como postamos o nosso corpo, ou até mesmo utilizando-nos de um sorriso.

Exemplos
Mímicas, desenhos, pinturas, esculturas, coreografias, semáforos, placas de trânsito... São incontáveis os
modos de ocorrência da linguagem não verbal. Veja, a seguir, uma charge, gênero que se constrói valendo-se
desse tipo de linguagem.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/charges.htm. Acesso em: 22 jun. 2023.

A LINGUAGEM MISTA

Dizemos que a linguagem é mista, quando há um uso simultâneo da linguagem verbal e da não verbal
paraa construção da mensagem. Conseguimos observar bem essa ocorrência quando lemos histórias em
quadrinhos, por exemplo.
A ideia ao utilizar esse tipo de linguagem é a de ampliar as possibilidades comunicativas, uma vez que, em
determinados atos comunicativos, apenas a verbal ou a não verbal não se fazem suficientes, sendo, dessa
forma, necessário unir as duas.

Exemplo
No texto abaixo, podemos perceber que linguagem verbal e não verbal se complementam.

Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/linguagem-verbal-linguagem-nao-verbal.htm. Acesso em: 22 jun. 2023.

Charges, cartuns e tirinhas são gêneros que podem apresentar linguagem mista.

PARA FIXAR NA MENTE!

Disponível em https://www.passeidireto.com/multiplo-login?returnUrl=%2Farquivo%2F96460175%2Ftipos-de-linguagem. (Adaptado). Acesso


em: 22 jun. 2023.

● A linguagem verbal consiste no uso de palavras escritas ou faladas. Podemos citar as conversas do
cotidiano.

● A linguagem não verbal é quando usamos apenas imagens, gestos, silêncio, barulhos etc. para
efetivarmos um significado. No cotidiano, as placas de trânsito a traduzem bem.
● A linguagem mista é uma junção da linguagem verbal com a não verbal. As histórias em quadrinhos são
seu exemplo mais comum.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/linguagem-verbal-naoverbal.htm. Acesso em: 22 jun. 2023.

ATIVIDADE

QUESTÃO 1 (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.

Disponível em: http://blog.estudeadistancia.com>. Acesso em: 22 jun. 2023.

Esse texto faz uma crítica


(A) à qualidade dos programas televisivos. (D) ao poder de alienação da televisão.
(B) às brincadeiras educativas na televisão. (E) aos limites impostos à televisão pela censura.
(C) ao afastamento social provocado pela televisão.

QUESTÃO 2 (SEDUC-GO). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.

Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/154855. Acesso em: 22 jun. 2023.

Ao associar a linguagem verbal e não verbal, entende-se que o manifestante e o vendedor


(A) lutam pela corrupção. (D) agem contra a corrupção.
(B) são contra a corrupção. (E) contribuem com a corrupção.
(C) praticam atos violentos.
QUESTÃO 3 . Leia o texto a seguir e responda:

MAITENA. Superadas. Folha de S. Paulo, São Paulo, 21 set. 2003.Ilustrada, p. 8.

Sobre as funções desempenhadas pelas mulheres na sociedade e de acordo com o expresso nas linguagens
verbal e não verbal da charge, afirma-se que
(A) a moça está reclamando de ter de consertar tomadas.
(B) a vovó acha que não valeu a pena ter sido boneca, quando mais jovem.
(C) as moças, hoje em dia, opinam, trabalham, fazem terapias e não querem ter celulites.
(D) as mulheres de hoje ainda preferem fazer doces e visitar as amigas a viver no paraíso.
(E) a atribuição de não ser boneca implica também fazer tarefas tradicionalmente associadas ao sexo
masculino.

QUESTÃO 4. Leia o texto abaixo.

Disponível em: https://profwarles.blogspot.com/2017/03/quiz-06-port-3-serie-ens-medio.html. Acesso em: 22 jun. 2023.

Considerando-se o contexto apresentado na charge, é correto afirmar que


(A) se define o avanço tecnológico do país levando em consideração, principalmente, a política pública para o
acesso a esse tipo de bem.
(B) se estabelece uma relação paradoxal entre os avanços obtidos na área tecnológica e as condições de vida a
que está sujeita expressiva parcela da população.
(C) se mostra a tecnologia estendida a todos os grupos da sociedade, que a utilizam bem, já que os usuários
não subestimam seu potencial.
(D) se pode entender como positiva a nova relação do homem com as máquinas, já que elas tiram expressiva
parcela da população de condições aviltantes de vida.
(E) se veem a criticidade e o bom senso de grande parte da população menos favorecida para o uso adequado
das novas tecnologias no cotidiano.

QUESTÃO 5. (ENEM)

Disponível em: http://www.ccsp.com.br. Acesso em: 22 jun. 2023 (adaptado).

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia
que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e
não verbais, com vistas a
(A) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo
adoçante.
(B) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução
desse consumo.
(C) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal
postura.
(D) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas,
incentivando a prática esportiva.
(E) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de
mudanças estéticas.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
HABILIDADE
advérbios, etc.
CONTEÚDO(S) Advérbios, locuções adverbiais e adjuntos adverbiais.

Aula 06 Data: 09/09/2023

Olá, estudante!

Leia a tirinha abaixo:

Willtirando. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CsJqV9sLKFG/. Acesso em: 15 jun. 2023

No primeiro quadrinho, qual a importância do trecho “até às 8h10” para a construção do sentido do
texto?
Você deve ter observado que a expressão é usada para indicar o momento exato em que a personagem
muda de humor. Sendo assim, as palavras destacadas acrescentam uma circunstância de tempo às
informações dadas na oração. Além disso, há também a palavra “não” que modifica o sentido do verbo estar,
pois inclui o sentido de negação.
As palavras ou expressões que acrescentam circunstâncias variadas às ações verbais são chamadas de
advérbios e locuções adverbiais. Elas podem relacionar-se tanto ao verbo, quanto a um adjetivo ou, até mesmo,
a outro advérbio. Observe esta outra tira.

Navegação

BRUM, Rogério. Disponível em: http://www.marcianeurotica.com.br/2010/12/tirinha-diaria-062-navegacao.html. Acesso em: 15 jun. 2023.

⮚ Que circunstância a palavra “longe” indica?


⮚ Que palavras acompanham esse termo?
⮚ Que sentido acrescentam?
O quadro a seguir exemplifica as principais circunstâncias indicadas por advérbios e locuções adverbiais.

Ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, jamais,
Tempo ontem, brevemente, atualmente, à noite, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em
dia, de vez em quando, etc.
Assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente,
Modo apressadamente, felizmente, às pressas, às ocultas, às claras, à toa, de cor, com calma, em
silêncio, etc.
Aí, aqui, acima, abaixo, ali, lá, acolá, além, perto, longe, dentro, fora, adiante, atrás, defronte,
Lugar
de cima, em cima, à direita, à esquerda, por dentro, por fora, etc.
Sim, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza,
Afirmação
por certo, etc.
Não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma,
Negação
etc.
Muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase,
Intensidade
apenas, de pouco, de todo, etc.
Dúvida Talvez, quiçá, acaso, possivelmente, provavelmente, eventualmente, porventura, etc.

Agora, leia o texto abaixo, do escritor Mário Quintana, e identifique os advérbios e locuções adverbiais
presentes, bem como a circunstância que cada um exprime.

A Arte de Ler

O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a
leitura e está continuando a viagem por conta própria.

QUINTANA, Mário. Disponível em: https://kdfrases.com/frase/165460. Acesso em: 17 jun. 2023.

Podemos identificar no contexto apresentado os seguintes advérbios/locuções adverbiais: não: indica


negação; neste momento e já: indicam tempo; por conta própria: indica modo.

Os advérbios e locuções adverbiais são muito importantes para a construção do sentido do texto. Sem eles
o texto teria um significado completamente diferente. Você pode inclusive propor a leitura do texto sem esses
elementos, para que os (as) estudantes compreendam sua função.

É importante ressaltar que, dentro da organização sintática das orações, os advérbios e locuções adverbiais
exercem a função de adjunto adverbial.

O adjunto adverbial se refere à expressão ou palavra que atua na oração como modificador dos verbos e
dos adjetivos, principalmente. [...] Os adjuntos adverbiais são considerados termos acessórios em uma
sentença. Isso significa que eles não são essenciais para a construção do sentido, mas são úteis para a
intensificação da mensagem e podem facilitar a compreensão do leitor.
ELIAS, Kauane. Advérbios e adjuntos adverbiais: o que são, tipos e exemplos. Estratégia Vestibulares.
Disponível em: https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/portugues/adverbios-e-adjuntos-adverbiais/. Acesso em: 17 jun.
2023

Veja alguns exemplos de adjuntos adverbiais exprimindo outras circunstâncias, além das vistas
anteriormente.

● Causa
O alpinista morreu de frio.
● Instrumento
Trabalhava com solda elétrica.

● Assunto
O palestrante falou sobre saúde preventiva.

● Companhia
A garota foi à festa com seus amigos.

● Finalidade
Comprou as peças para o conserto do carro.

Analise o título e linha fina de uma notícia (abaixo), identifique os adjuntos adverbiais e explique como
eles contribuem para a construção dos sentidos do texto.
'Elementos' e 'Que horas eu te pego' estreiam nos cinemas de São Luís

'The Flash' e 'Homem-Aranha: Através do Aranhaverso' também estão disponíveis. Confira a programação
completa.
G1 MA. 'Elementos' e 'Que horas eu te pego?' estreiam nos cinemas de São Luís.
Disponível em: https://g1.globo.com/ma/maranhao/cultura/noticia/2023/06/22/elementos-e-que-horas-eu-te-pego-estreia-nos-
cinemas-de-sao-luis.ghtml. Acesso em: 17 jun. 2023.

Note que “Nos cinemas” e “de São Luís” indicam lugar (por tratar-se de uma divulgação de filmes, a
circunstância de lugar é essencial no texto); Já o termo “também” indica semelhança, equivalência.

Agora, responda os itens a seguir para revisar o que estudamos.

ATIVIDADE

QUESTÃO 1 (ENEM 2012. Adaptada). Leia o texto.

O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no
meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com
mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa de
bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga
alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima
do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que
em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Texto adaptado. Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com

O trecho “Após cruzamento da direita de Ibson” (2º parágrafo) indica, sobre a jogada:
(A) Causa. (D) Lugar.
(B) Consequência. (E) Tempo.
(C) Finalidade.

QUESTÃO 2 (SEDUC-MA). Leia o texto.


A namorada
Manoel de Barros

Havia um muro alto entre nossas casas.


Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão.
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2018/12/poema-namorada-manoel-de-barros-com. Acesso em: 16 abr. 2021.

Nesse texto, no verso “No tempo do onça era assim...”, o termo em destaque expressa sentido de
(A) modo. (D) conclusão.
(B) causa. (E) intensidade.
(C) afirmação.

QUESTÃO 3 (SEDUC-MA). Leia.

Como o pastel foi inventado?

Embora tenha ganhado forma, textura e os ingredientes locais (mussarela, frango e carne moída, por
exemplo), o pastel foi inserido na nossa cultura por imigrantes do Extremo Oriente. Ou essa é a hipótese mais
aceita. A origem exata da receita não foi registrada, nem foi muito pesquisada, segundo afirma o historiador e
especialista em gastronomia Ricardo Maranhão.
A ideia é que o pastel teria se originado do chun juan, o rolinho primavera. [...] Por volta de 1890, imigrantes
chineses já vendiam os rolinhos no Brasil, por vezes com os recheios adaptados ao paladar local, como a carne
moída. E simplificando a massa folhada para uma camada só.
Esse pré-pastel ainda não era popular. A ascensão veio com a perseguição aos japoneses na Segunda
Guerra. Com vergonha e medo de serem escorraçados, já que o Brasil fez parte dos Aliados, os japoneses
aproveitaram a ignorância ocidental em relação à diferença entre sua cultura e a dos chineses e se camuflaram
nos hábitos dos outros. Eles, assim, assumiram a batuta do preparo e venda de pasteis.
[...]
De São Paulo, o pastel chegaria ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e, enfim, ao país inteiro, com variações
locais. E assim deixou de ser uma especialidade exótica para ganhar o status de genuína criação brasileira.
Disponível em: https://recreio.uol.com.br/ciencia/como-surgiu-o-pastel.phtml. Acesso em: 12 abr. 2021.

Nesse texto, no trecho “A ascensão veio com a perseguição aos japoneses na Segunda Guerra.”, a expressão
destacada expressa ideia de
(A) companhia. (D) causa.
(B) concessão. (E) modo.
(C) matéria.

QUESTÃO 4. Leia a tirinha.

Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/159501896304/tirinha-original. Acesso em: 18 jun. 2023.


No segundo quadrinho desse texto, a palavra “tão” estabelece uma ideia de
A) modo. D) intensidade.
B) tempo. E) comparação.
C) negação.

QUESTÃO 5 (SPAECE). Leia o texto abaixo.

O cavalo e o burro

Cavalo e burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo, contente da vida, folgando com uma carga de quatro
arrobas apenas, e o burro — coitado! Gemendo sob o peso de oito.
Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmanamente, seis
arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso bem continuar com as quatro? Tenho
cara de tolo?
O burro gemeu:
— Egoísta! Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga das quatro arrobas mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e
rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem da sorte e sem demora arrumam as oito arrobas do burro sobre as quatro
do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
— Bem feito! — exclamou um papagaio. Quem o mandou ser mais burro que o pobre burro e não
compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome! Gema dobrado agora...
LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo: Brasiliense, 1994.

O trecho que apresenta a mesma relação estabelecida pela expressão destacada em “Em certo ponto, o
burro parou...” (2° parágrafo) é:
(A) “... o remédio é repartirmos o peso irmanamente...”. (2° parágrafo)
(B) “O cavalo pilheriou de novo...”. (8° parágrafo)
(C) “Logo adiante, porém, o burro tropica...”.(8° parágrafo)
(D) “... sem demora arrumam as oito arrobas...”. (9° parágrafo)
(E) “...dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.”. (9° parágrafo)
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D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
HABILIDADE
advérbios, etc.
CONTEÚDO(S) Preposições e conjunções.

Aula 07 Data: 16/09/2023

Olá estudante!

⮚ Você sabe/lembra o que são preposições?


⮚ E conjunções?
⮚ Sabe para que elas servem?
⮚ Consegue lembrar de exemplos?

Leia a tirinha abaixo:

BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: http://brna269.blogspot.com/2015/02/armandinho.html. Acesso em: 13 jun. 2023.

O sentido da preposição “de” é interpretado de maneiras distintas pelo pai e pelo filho. Discuta com o
professor e os (as) colegas esses significados.

Vocês devem ter concluído que a criança usa a preposição para indicar a composição do suco, ou seja,
de que fruta ele é feito; enquanto o adulto refere-se ao continente, o objeto no qual o suco seria servido. Assim,
a mesma palavra pode possuir sentidos diferentes.

As preposições são palavras que usamos para relacionar termos da oração, ou seja, palavras que ligam
outras. É importante destacar que, ao fazer essa ligação, as preposições estabelecem uma relação de sentido
entre os vocábulos selecionados.

Sendo assim, a mudança da preposição em uma oração pode alterar seu sentido. Veja o exemplo:
Carlos falou com Paulo.
Carlos falou sobre Paulo.
Carlos falou após Paulo.
Carlos falou contra Paulo.
Carlos falou de Paulo.
Carlos falou por Paulo.

Analise os exemplos e responda:


⮚ qual sentido cada preposição usada acrescenta à oração?
⮚ há preposições que possuem o mesmo significado?
Preposição é a palavra que estabelece uma relação de sentido entre outras duas palavras. São
preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Observe o quadro abaixo com exemplos de sentidos estabelecidos pelas preposições.

SENTIDO EXEMPLO
Causa Ela passou mal de calor.
Companhia Passeamos com o bebê.
Todos foram para a escola.
Destino
Vocês vão ao show.
Instrumento A menina pintou com giz.
Lugar Passei o feriado em São Luís.
Matéria Comprei uma estante de madeira.
A notícia foi divulgada pelos jornais.
Meio
Viajamos de carro.
Tratou o animal com cuidado.
Modo
Acordou todos aos gritos.
Movimento Correu até a padaria.
Oposição Protestaram contra os políticos.
Origem Minha família é da Paraíba.
Conversaremos após a aula.
Tempo Recebo o trabalho até amanhã.
Teremos um prazo de quinze dias.

É importante lembrar que as preposições podem aparecer contraídas nas orações. Observe o quadro.

TERROR, Décio. A preposição é um dos conectivos que cairão na sua prova. Disponível em: https://www.professordecioterror.com.br/a-
preposicao-e-um-dos-conectivos-que-cairao-na-sua-prova/. Acesso em: 14 jun. 2023.

Assim como as preposições relacionam palavras dentro de uma oração, existe uma classe de palavras
que é utilizada para ligar orações e estes vocábulos, ao fazerem essa ligação, estabelecem também uma relação
de sentido entre as orações relacionadas. Trata-se das conjunções. Nesta aula, estudaremos as conjunções
coordenativas (que ligam as orações coordenadas) e as conjunções subordinativas adverbiais (que relacionam
as orações subordinadas adverbiais). Entretanto, focalizaremos as relações de sentido que estas conjunções
denotam e não sua classificação.
As conjunções coordenativas conectam duas orações independentes sintática e semanticamente.
Entretanto, ao relacioná-las, a conjunção estabelece uma relação de sentido entre as orações, que pode ser de
adição, explicação, oposição, conclusão ou alternância.

PRINCIPAIS
CLASSIFICAÇÃO/ SENTIDO EXEMPLO
CONJUNÇÕES
E, nem, também, não só... Não foi à escola, nem
Aditivas: passam ideia de acréscimo. mas também. avisou o motivo da
ausência.
Mas, porém, entretanto, Não era dedicado, porém
Adversativas: têm o sentido de oposição.
contudo, todavia. conseguia boas notas.
Porque, pois (antes do Não conseguiu boas
Explicativas: introduzem uma explicação sobre a
verbo), que, isto é, ou notas, porque não se
oração anterior.
seja, dedicou.
Conclusivas: expressa uma dedução ou a conclusão Logo, portanto, pois (após Dedica-se muito, por isso
de um pensamento em relação a um fato expresso o verbo), por isso, assim. conseguirá bons
na oração precedente. resultados.
Ou... ou, ora...ora, quer... Ou você viaja ou compra
Alternativas: indicam alternância, escolha, exclusão.
quer. uma bicicleta.

Já as conjunções subordinativas adverbiais ligam orações subordinadas a orações principais,


introduzindo uma ideia de circunstância entre elas. Sua classificação relaciona-se, assim como nas
coordenativas, ao sentido que elas estabelecem entre as orações.

● Finais: estabelecem uma relação de finalidade em relação à oração principal.


Conjunções: para que, a fim de que, com a finalidade de.
Exemplo: Estudo muito, para que consiga bons resultados.

● Causais: indicam a causa, o motivo para o fato expresso na outra oração.


Conjunções: porque, como, visto que, já que.
Exemplo: Como não estávamos preparados, desistimos da prova.

● Comparativas: estabelecem uma comparação.


Conjunções: como, tal qual, mais... que, menos... que, assim como.
Exemplo: A garota estava perfumada, como uma flor.

● Concessivas: indicam uma concessão.


Conjunções: embora, ainda que, mesmo que, por mais que.
Exemplo: Embora estivesse cansada, terminou todas as tarefas.

● Condicionais: expressam uma condição.


Conjunções: caso, se, contanto que, desde que, salvo se, a menos que.
Exemplo: Receberá o pagamento, desde que cumpra o combinado.

● Conformativas: transmitem ideia de conformidade.


Conjunções: como, conforme, segundo, consoante.
Exemplo: Segundo combinamos, teremos folga domingo.

● Consecutivas: indica a ideia de consequência.


Conjunções: tal que, tanto que, tão que, de modo que.
Exemplo: Apresentou-se bem, de modo que foi contratado.
● Proporcionais: passam a ideia de proporcionalidade.
Conjunções: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos.
Exemplo: à medida que estudava, sentia-se mais confiante.

● Temporais: exprimem a circunstância de tempo.


Conjunções: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que.
Exemplo: Trabalhe, enquanto eles se divertem.

Além de compreender melhor os textos, conhecer o sentido que esses conectivos trazem ajudará você a
escrever textos melhor articulados.

Agora, responda os itens a seguir para revisar o que estudamos.

ATIVIDADE

QUESTÃO 1 (CAEd - Adaptada). Leia o texto.

O balanço

Todo jardim tem um balanço, e toda criança gosta de voar como se tivesse asas de passarinhos, é como
se alcançasse as nuvens, ela voa além das flores e na sua visão alcança lá do alto o mundo colorido daquele
jardim cheio de aventuras. E, quanto mais se balança, ela vai subindo como se o vento lhe empurrasse e ela se
encanta no meio de milhões de borboletas, encantada ela vê as águas do riachinho que corre no meio da
vegetação com tanta pressa para chegar a algum lugar. Vê a rua do outro lado, outras crianças correndo no
parque, gente subindo e descendo nas ruas estreitas, e, quando passa um cãozinho correndo, se encanta com
tanta estripulia.
E pensa feliz:
— Se as árvores fossem bem mais altas, eu poderia ver até o castelo das fadas lá nas terras onde tudo é
feito de magia.
RODRIGUES, Irá. Disponível em: https://bit.ly/3xtDmap. Acesso em: 7 jun. 2022. Fragmento.

Nesse texto, no trecho “— Se as árvores fossem bem mais altas...” (3º parágrafo), o termo destacado foi usado
para
(A) apontar finalidade. (D) marcar condição.
(B) expressar causa. (E) sugerir conformidade.
(C) indicar comparação.

QUESTÃO 2 (CAEd - Adaptada). Leia o texto.

Vovó de 103 anos bate recorde mundial! Mais velha a saltar de paraquedas

Aos 103 anos, uma vovó sueca entrou para o livro dos recordes por ser a pessoa mais velha a completar um
salto duplo de paraquedas.
Assim, Rut Larsson se tornou a paraquedista mais velha de todos os tempos. Larsson bateu o recorde
anterior de 103 anos e 129 dias porque saltou com idade de 103 anos e 259 dias!
“Houve uma mulher americana que bateu o recorde, então eu tive que bater o dela”, comemorou Rut
Larsson. “Foi maravilhoso fazer isso, estou pensando nisso há muito tempo”. [...]
O mais incrível de tudo é que essa aventura de paraquedismo começou quando Rut Larsson estava na casa
dos 90 anos.
Ela queria aprender mais sobre voo e começou a experimentar parapente e balonismo.
Em 2019, ela fez seu primeiro salto de paraquedas aos 101 anos. Mas não foi um recorde mundial. [...]
Na semana passada, Rut Larsson completou seu salto recorde mundial atrelado (salto duplo) ao
paraquedista Joackim Johansson, em Motala, na Suécia.
Família e amigos estavam lá para comemorar sua conquista, junto com um juiz do Guinness Book of World
Records, o livro dos recordes.
Disponível em: https://bit.ly/3NCsjBg. Acesso em: 9 jun. 2022. Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento.

Nesse texto, no trecho “Mas não foi um recorde mundial.”, o termo destacado foi usado para indicar uma
(A) adição. (D) explicação.
(B) causa. (E) oposição.
(C) conclusão.

QUESTÃO 3 (CAEd). Leia o texto.

Helena
CAPÍTULO XVII

Aquele dia foi marcado no calendário de Mendonça com letras de ouro e cetim; a noite desceu coroada
de murta e rosas. Ele viveu essas horas todas num estado de sonambulismo e êxtase. Tencionava referir tudo
à mãe, logo que entrou em casa ao meio-dia; mas não se atreveu, porque ele mesmo não estava certo se vivia
a realidade ou se voava nas asas de uma quimera. De noite voltou a Andaraí; achou em Helena o mesmo modo
afetuoso, a mesma solicitude e carinho; nenhuma ternura expansiva, nenhuma contemplação namorada; um
meio-termo que o continha a ele próprio, e não era menos aprazível ao coração. A nova situação era,
entretanto, sensível, porque os vigilantes de fora trocaram entre si olhares cheios de graves descobertas; um
deles, o coronel-major, chegou a proferir uma alusão, que os interessados fingiram não perceber.
ASSIS, Machado. Helena. In: Domínio Público. Disponível em: https://bityli.com/7DanH. Acesso em: 23 mar. 2022. Mantida ortografia original do
texto. Fragmento.

No trecho “A nova situação era, entretanto, sensível,...”, o termo em destaque foi utilizado para
(A) apontar causa. (D) marcar conclusão.
(B) expressar adversidade. (E) mostrar adição.
(C) indicar tempo.

QUESTÃO 4 (CAEd). Leia o texto.

Ser otimista melhora a saúde e reduz estresse, revela novo estudo

Ser otimista não é apenas um estado de espírito e uma filosofia de vida. É também a causa de
permanecermos saudáveis e termos um envelhecimento bem-sucedido.
É o que mostra um novo estudo de pesquisadores norte-americanos [...]. De acordo com os cientistas, o
otimismo pode promover o bem-estar emocional limitando a frequência com que a pessoa otimista sente as
situações estressantes. [...]
“Este estudo testou uma explicação possível, avaliando se pessoas mais otimistas lidam com o estresse
diário de forma mais construtiva e, portanto, desfrutam de melhor bem-estar emocional,” explicou a professora
Lewina Lee, da Universidade de Boston (EUA).
Os pesquisadores acompanharam 233 voluntários mais velhos, que primeiro preencheram um
questionário de otimismo, para servir como linha de base da personalidade desses voluntários. [...]
Então, 14 anos depois, eles passaram por uma longa e detalhada etapa de avaliação — oito noites
consecutivas, até três vezes ao longo de um período de oito anos —, quando relatavam estressores diários,
juntamente com humores positivos e negativos.
Embora os estudos confirmem cada vez mais a ideia do otimismo como um recurso que pode promover
boa saúde e a longevidade, a ciência ainda sabe muito pouco sobre os mecanismos fisiológicos que fazem essa
ponte, diferentemente do que acontece com o estresse, cujo impacto negativo em nossa saúde já foi bastante
pesquisado.
FASSINA, Andréa. In: Só Notícia Boa. 2022. Disponível em: https://bit.ly/3Ngn4ra. Acesso em: 23 mar. 2022. Fragmento.
No trecho “Embora os estudos confirmem cada vez mais a ideia...” (6º parágrafo), a palavra em destaque
estabelece uma relação de
(A) adição. (D) concessão.
(B) alternância. (E) conclusão.
(C) comparação.

QUESTÃO 5 (CAEd). Leia o texto.


O Sertanejo
Capítulo V

[...] E buscou no recôndito da floresta a sua malhada1 favorita. Era esta um jacarandá colossal, cuja copa
majestosa bojava2 sôbre a cúpula da selva [...].
Alí costumava o sertanejo passar a noite ao relento, conversando com as estrêlas, e a alma a correr por
êsses sertões das nuvens, como durante o dia vagava êle pelos sertões da terra. [...]
Aí, no meio da natureza, sem muros ou tetos que se interponham entre êle e o infinito, é como se
repousasse no puro regaço da mãe pátria [...].
Arnaldo desaparelhara o animal que também tratou de buscar a sua guarida. Os arreios e a maca de
pelego foram guardados na bifurcação dos galhos do jacarandá, enquanto o viajante encostado ao tronco fazia
uma tão rápida como sóbria refeição.
Compunha-se esta de uma naca de carne de vento e alguns punhados de farinha, que trazia no
alforge. De postres3 um pedaço de rapadura, regado com água da borracha. Era noite cerrada. [...]

*Vocabulário:
1 malhada: lugar sombreado.
2 bojava: dar a forma de bojo (curvada).
3 postres: sobremesa.
ALENCAR, José de. O sertanejo. In: Obras Completas. São Paulo: Montecristo. 2012. Mantida a ortografia original do texto. Fragmento.

No trecho “... enquanto o viajante encostado ao tronco...” (4º parágrafo), a palavra em destaque foi utilizada
para
(A) expressar oposição. (D) mostrar tempo.
(B) indicar causa. (E) sugerir conclusão.
(C) marcar conformidade.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
D19. Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos
HABILIDADE
e/ou morfossintáticos.
CONTEÚDO(S) Diminutivo. Processos de formação de palavras.

Aula 08 Data: 23/09/2023

Olá, estudante!

Leia a crônica “Delicinhas da língua”, de Gregório Duvivier.

Gregorio Duvivier
É ator e escritor. Também é um dos criadores do portal de humor Porta dos Fundos.

HUMOR
Delicinhas da língua; veja um breve compêndio do diminutivo no português
Da contagem do tempo à culinária, passando pelos advérbios de modo, conclui-se que nada é mais gostoso
que o gostosinho
28.dez.2021 às 17h00

O ano já está no finalzinho, disse. E pensei: finalzinho é quando termina o final. Comecinho, não. Comecinho é
quando começa o começo. Finalzinho é quando o final tá mais perto do final. Onde eu quero chegar com isso?
Não faço ideia. Mas sei que vou devagarinho.

Enquanto quem está pertinho está mais perto, quem está longinho está menos longe. Enquanto a tardinha é
no final da tarde, a noitinha fica no começo da noite.

Um minutinho dura mais do que um minuto, talvez uns três ou quatro. Um segundinho pode durar até 30
segundos regulamentares. Devagarinho é mais devagar. Rapidinho é mais rápido. Igualzinho é mais igual.

Pouquinho é mais pouco. Agorinha não é mais agora. Agorinha já foi agora, até que passou. "Ele chegou
agorinha" significa que não chegou agora, mas há dois minutinhos.

Moço é o jovem, mocinho é o contrário do vilão. Mocinha só existe na frase "já virou mocinha", eufemismo pra
um aumentativo: menstruação.

Todo o mundo gosta do engraçado, todo o mundo odeia o engraçadinho. O bonito dá inveja, o bonitinho dá
pena. Todo o mundo quer ser bom, ninguém quer ser bonzinho. Quem está só pode estar feliz. Quem está
sozinho, nunca. A voz só se torna vozinha quando irrita. Ninguém diz: "adoro sua vozinha", mas "para de fazer
vozinha".

Na contramão: um pássaro pode incomodar. Um passarinho, nunca. Ricardo Araújo Pereira foi quem me
alertou: o quente incomoda ou machuca. Diz-se: "cuidado, está quente." Não se diz: "cuidado, está quentinho."
Diz-se "vou ficar no quentinho". Não há delícia maior que a delicinha. Nada é mais gostoso que o gostosinho.
A melhor culinária brasileira é toda diminutiva: escondidinho, empadinha, queijadinha. Não gosto muito de
caldo, mas adoro um caldinho. Não gosto tanto de caju quanto de cajuzinho. Nunca comi um picado, mas não
resisto a um picadinho. Gosto de coxa, mas prefiro a coxinha. Bolo tem sua graça, mas bom mesmo é um
bolinho. Um é assado e doce, o outro é salgado e frito. Um serve na festinha, o outro, no barzinho.

Chamamos de soneca um sono curto, mas de soninho um sono gostoso. Sonequinha é um sono ao mesmo
tempo curto e gostoso. "Quero estarzinho com ela", diz Raul Bopp em "Cobra Norato", e continua: "querzinho
de ficar junto".

A língua portuguesa tem uma palavra pros buraquinhos que surgem no rosto quando se ri, e essa palavra
também designa o lugar onde enterramos os mortos. Quando morrer, me enterrem numa covinha.
DUVIVIER, Gregorio. Delicinhas da língua; veja um breve compêndio do diminutivo no português.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2021/12/delicinhas-da-lingua-veja-um-breve-compendio-do-diminutivo-
no-portugues.shtml. Acesso em: 05 jun. 2023.

Após a leitura do texto, responda as seguintes perguntas:

⮚ Que mensagem o texto transmite?

⮚ O que os diminutivos da nossa língua podem representar? E os utilizados pelo autor? Conhecem outros
usos/exemplos além dos citados por ele? Vocês concordam com as declarações feitas por Duvivier?

⮚ Que contradição existe entre alguns diminutivos apresentados? Peça que comentem, por exemplo, o
seguinte parágrafo: Todo o mundo gosta do engraçado, todo o mundo odeia o engraçadinho. O bonito dá
inveja, o bonitinho dá pena. Todo o mundo quer ser bom, ninguém quer ser bonzinho. Quem está só pode
estar feliz. Quem está sozinho, nunca. A voz só se torna vozinha quando irrita. Ninguém diz: “adoro sua
vozinha”, mas “para de fazer vozinha”.

⮚ Como podemos justificar o título dado ao texto?

A crônica é um gênero textual narrativo muito comum em jornais, revistas e outros meios midiáticos.
Situada entre o campo jornalístico e o literário, sua temática é voltada a acontecimentos da vida urbana,
expostos sob a ótica do cronista – que, às vezes, mostra detalhes do cotidiano que a maioria não percebeu.
O cronista tende a falar dos fatos de uma maneira mais leve e próxima ao leitor, em uma linguagem mais
acessível, tecendo reflexões e/ou, ainda, de forma humorada.
Existem diversos tipos de crônica: narrativa, jornalística, argumentativa, esportiva, filosófica, poética – a
depender das características do texto e sua finalidade – sendo comum a todos o objetivo de chamar atenção,
provocar uma reflexão quanto ao assunto abordado.

Tradicionalmente, sufixos como -inho e -inha são usados para construir o diminutivo dos substantivos. A
flexão serve para transmitir um menor grau do significado original dessa classe gramatical. Porém, na prática,
esses sufixos significam mais do que a pequenez, podendo indicar carinho, afeto, desprezo e ironia (como em
“engraçadinho”, “vozinha”), dentre outros efeitos de sentido.

A crônica brinca com o emprego dos diminutivos desde o título. O termo “Delicinhas” denota algo querido,
apreciado, e nos lembra das minúcias da Língua Portuguesa, que tem coisas fascinantes, prazerosas, que às
vezes nem observamos. Com singeleza, “Delicinhas da língua” expressa o carinho do autor pelas preciosidades
do nosso idioma.
Na língua inúmeros mecanismos podem ser usados para expressar efeitos de sentido diversos. Você se
lembra de algum? Já notou a utilização da repetição enquanto recurso expressivo, as inversões sintáticas em
frases de jogos de futebol (“agarra o goleiro”, “apita o juiz”), o uso de estrangeirismo e neologismo no cotidiano,
e falas como megacansada (em vez de muito cansada ou super cansada) para expressar a intensidade, o extremo
da fadiga? Pois bem, esses são alguns exemplos (dentre outros) de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

Observe os exemplos e reflita sobre o efeito gerado por alguns processos de formação de palavras.

Exemplo 1 Exemplo 2

Disponível em:
Disponível em:
https:www.promosdodia.com.br/ofertas/tira-manchas-em-
https://www.amazon.com.br/Desinfetante-Sanitario-
po-vanish-multi-power-oxi-action-25kg-refil-economico-
500Ml-Power-Harpic/dp/B07GMHQRNH?th=1. Acesso
para-roupas-coloridas/. Acesso em: 05 jun. 2023. em: 05 jun. 2023.

Em publicidades de produtos de limpeza o uso de expressões como “oxi-action” e “multi power” passam a
ideia de eficácia e força. Além disso, é importante salientar o emprego dos termos em inglês, o qual pode
transmitir a ideia de uma superioridade, qualidade do produto. Instigue:

⮚ Se na embalagem do produto 2, fosse usada a expressão “Mais poder” em vez de “power plus”, o efeito/impacto
seria o mesmo?

Ao longo do tempo, tomamos emprestado palavras de vários idiomas. A esse fenômeno linguístico damos
o nome de estrangeirismo. O estrangeirismo faz parte de um processo natural de assimilação de cultura,
advindo ainda da necessidade de denominar uma realidade nova a qual não temos termos para mencionar (ou
quando a substituição por expressão na língua vernácula acarretaria perda de significação e expressividade) e
também da proximidade geográfica com regiões cujos idiomas oficiais sejam outros. Entretanto, para alguns
estudiosos, além de reiterar poderes simbólicos, em excesso, os estrangeirismos podem descaracterizar uma
língua e dificultar a comunicação.

Estrangeirismo é o emprego de palavras, expressões e construções alheias ao idioma tomadas por


empréstimos de outra língua.

⮚ Você conhece Luva de Pedreiro?


⮚ Veja a frase abaixo, proferida por ele no programa Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, e discuta
com seus colegas e professor(a) o efeito de sentido da fala.
Exemplo 3
“Se eu não chutar no gol ou na trave, pra fora eu não chuto: eu sou inforável”

Disponível em: https://www.instagram.com/p/CcTg_iavGeW/. Acesso em: 05 jun. 2023.

Com base nas informações apresentadas no exemplo 3, responda os seguintes questionamentos:

⮚ Perceberam algo diferente/estranho/inusitado?


⮚ Qual palavra parece ter sido criada?
⮚ Que sentido ela quer expressar?
⮚ Já ouviram falar em neologismo? De que se trata?
⮚ Conhecem outros exemplos de neologismo? Cite-os.
⮚ Onde geralmente os encontramos?

Na fala do Luva de Pedreiro, nome mais conhecido do habilidoso jovem Iran Ferreira, famoso na internet
após fazer vídeos jogando futebol e pelo bordão “receba!”, percebe-se um novo vocábulo: “inforável”, criado
por ele através da junção do prefixo “in-”, que denota negação, e do sufixo “-ável”, que significa “possível de”,
para expressar sua qualidade de chutar acertadamente ao gol (ou na trave), impossibilidade de chutar para
fora. Trata-se, pois, de um neologismo.

Neologismo é o processo de criação de novas palavras na língua. Neo (prefixo grego) significa "novo", logos
exprime a ideia de palavra e ismo (sufixo grego) que forma substantivos.

São exemplos de neologismos os termos "instagramável" e "gourmetizar".

➢ ‘Titanic’ reestreia após 25 anos e ganha espaço instagramável em Betim.


Disponível em: https://www.otempo.com.br/o-tempo-betim/titanic-reestreia-apos-25-anos-e-ganha-espaco-
instagramavel-em-betim-1.2811786

➢ Apartamento de 10m² em SP com valor de R$ 200 mil viraliza nas redes sociais: 'Gourmetizaram o
cativeiro'.
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/07/06/apartamento-de-10m-em-sp-com-valor-
de-r-200-mil-viraliza-nas-redes-sociais-gourmetizaram-o-cativeiro.ghtml

Instagramável foi formado a partir do substantivo Instagram – rede social de fotos e vídeos – e do sufixo
“ável”, que forma adjetivos exprimindo o sentido de possibilidade. Assim, um espaço (ou qualquer outra) )
instagramável é visivelmente bonito, bem decorado para que o usuário tire uma foto e publique na rede.

Gourmet é uma palavra francesa que designa um conhecedor e entendedor de boas bebidas e iguarias.
Entretanto, no Brasil, seu sentido foi ampliado, indicando não só algo de elevada qualidade na culinária,
alimentos gourmet, mas também o uso da palavra foi associado à sofisticação de uma maneira geral. Dessa
maneira, o verbo gourmetizar indica a ação de tornar sofisticado, portanto, mais caro.
Sempre que necessário, palavras podem nascer. As necessidades culturais, científicas e da comunicação
fazem com que os falantes inventem palavras ou deem novos sentidos às já existentes no idioma.

Com o tempo, alguns neologismos deixam de ser sentidos como novos, pois os vocábulos se incorporam ao
nosso vocabulário e/ou porque a realidade não é mais novidade. A língua é viva e se modifica, porque a
sociedade muda.

Agora, responda:
⮚ Você preferiria comprar um picolé em um (super) mercado do bairro, com um vendedor que passa
na rua ou em uma picoleteria? E chinelo, compraria em uma chineleria? Por quê?

Exemplo 4

Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=511228617672425&set=pb.100063558747038.-2207520000.&type=3. Acesso em: 05


jun.2023.

Nos últimos anos percebe-se um aumento no número de estabelecimentos com as terminações “-aria” e “-
eria”, alguns nomes bem criativos, oriundos do processo de derivação: dindinteria, hotdogueria, picoleteria,
esmalteria, tapiocaria, açaiteria, videogameria, etc. Em “chineleria” o sufixo “eria”, muito usado em línguas
românicas para indicar lugares, une-se à palavra “chinel(o)” denotando estabelecimento que
faz/vende/trabalha com este produto. A terminação enfatiza uma especialização e muitas vezes marca a
singularidade do local, seu diferencial, e inclusive uma gourmetização.

Para consolidar seus conhecimentos, tente resolver as questões a seguir. Todos os itens possuem apenas
uma alternativa correta e, diante de qualquer dúvida durante a resolução, procure o seu (sua) professor (a).

Lembre-se que o Descritor 19 tem como objetivo fazer com que você desenvolva a habilidade de reconhecer
o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

ATIVIDADE
Questão 1. (SEDUC MA, 2023)

A PRAIA AMANHECEU LIMPA? VEJA O TRABALHO FEITO ENQUANTO VOCÊ DESCANSA!


Imagine a cena: você aproveitou um sábado lindo de sol na beira da praia da capital pernambucana e,
quando estava indo embora, reparou que o lixo havia se acumulado em algumas lixeiras ou que alguns
banhistas deixaram ele ali mesmo, na areia. Aí você volta no domingo de manhã para mais um dia de praia e
se surpreende com ela toda limpinha. Parece até um milagre de tão linda!
Essa transformação, na verdade, ocorre graças a um esforço diário de profissionais da limpeza e de
equipamentos que a Prefeitura do Recife mobiliza para manter impecáveis os 8 km das praias de Boa Viagem,
Pina e Brasília Teimosa, na Zona Sul da cidade.
Quando anoitece e o movimento de pessoas na faixa de areia diminui, os funcionários varrem e lavam o
calçadão e limpam toda areia. Equipamentos como as limpadoras de praia puxadas por tratores e rastelos
(ciscadores grandes) são usados para auxiliar o trabalho humano.
[...]
Então, que tal ganhar uma ajuda para também fazer sua parte e ser uma das pessoas que vai contribuir para
manter as praias sem lixo?
É esse o objetivo do projeto Praia Limpa, que há mais de 20 anos conscientiza a população sobre o descarte
de resíduos presentes na orla e distribui saquinhos para o lixo, copos e canudos biodegradáveis e pulseiras de
identificação para as crianças. Realizado pela Globo em parceria com a Prefeitura do Recife e apoio da Klabin,
o Praia Limpa começou em 20 de novembro e vai até abril de 2023.
Neste período, todos os domingos, quem visitar as praias do Pina, Boa Viagem e Brasília Teimosa, vai receber
uma sacolinha para o lixo comum e outra para o material reciclável. Assim, os moradores e turistas podem não
só recolher seu lixo, mas também separá-lo corretamente e colocá-los nas lixeiras disponíveis na saída da praia.
Bom demais, não é? Agora você já sabe como fazer sua parte e contribuir para deixar a orla mais limpa:
pegue suas sacolas de papel com os monitores do Praia Limpa e recolha todo lixo produzido durante um belo
dia de diversão nas areias de Boa Viagem.
PRAIA LIMPA. A praia amanheceu limpa? Veja o trabalho feito enquanto você descansa!. Disponível em: http://glo.bo/3Y0YwqE . Acesso em: 24 jan.
2023. Fragmento.

Nesse texto, no trecho “Aí você volta no domingo de manhã para mais um dia de praia e se surpreende com
ela toda limpinha.” (1º parágrafo), o termo destacado foi utilizado para
(A) revelar desprezo pela limpeza feita. (D) indicar a excelência da limpeza feita.
(B) expressar carinho pela limpeza feita. (E) indicar a ironia na fala da autora.
(C) marcar a infantilidade na fala da autora.

Questão 2 (SEDUC MA, 2023). Leia o texto e responda.

As Estrelas
Numa das noites daquele mês de abril estava Dona Benta na sua cadeira de balanço, lá na
varanda, com olhos no céu cheio de estrelas. A criançada também se reunira ali.
Súbito, Narizinho, que estava em outro degrau da escada fazendo tricô, deu um berro.
— Vovó, Emília está botando a língua para mim!
5 Mas Dona Benta não ouviu. Não tirava os olhos das estrelas. Estranhando aquilo, os meninos
foram se aproximando. E ficaram também a olhar para o céu, em procura do que estava
prendendo a atenção da boa velha.
— Que é vovó, que a senhora está vendo lá em cima? Eu não estou enxergando nada. - disse
Pedrinho. Dona Benta não pôde deixar de rir-se. Pôs nele os óculos e puxou-o para o seu colo e
10 falou:
— Não está vendo nada, meu filho? Então olha para o céu estrelado e não vê nada?
— Só vejo estrelinhas. - murmurou o menino.
— E acha pouco, meu filho?
LOBATO, Monteiro. As estrelas. In: Viagem ao céu. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1971. Fragmento.

No trecho “Só vejo estrelinhas.” (𝓁. 11), a palavra usada no diminutivo indica
(A) admiração. (D) nervosismo.
(B) descaso. (E) surpresa.
(C) felicidade.

Questão 3. (SRE-CURVELO 2012).

Leite
Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteira da
esquina?(...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite.
Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em pacote, imagina, Teresa! – na
porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela
embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: ―líquido branco, contendo água,
proteína, açúcar e sais minerais‖. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de
5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta,
o ovo serve pra fazer outra galinha (...) o leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem
sacanagem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!

Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999. Disponível em: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/750/


AcaoDeFortalecimento_DaAprendizagem_CADERNO_DE_ORIENTACOES_ENSINO_MEDIO_Portugues.pdf . Acesso em: 22 mar. 2021.

Ao criar a palavra “embromatologia” (l 6.), o autor pretende ser:


(A) Conciso. (D) Cordial.
(B) Sério. (E) Irônico.
(C) Formal.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
D19. Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou
HABILIDADE
morfossintáticos.
CONTEÚDO(S) Repetição. Verbo.

Aula 09 Data: 30/09/2023

Olá, estudante!

Reflita a partir dos questionamentos abaixo:

⮚ Pode algo tão criticado, como a repetição, tida como empobrecimento vocabular, desvio, vício de
linguagem, ser cometida de propósito? Mas o que isso significaria?
⮚ Como uma pontuação ou a escolha de uma determinada palavra ou classe gramatical podem
influenciar na compreensão do texto?
⮚ Qual seria a intencionalidade discursiva de um autor ao fazer determinadas opções?
⮚ Você já leu um texto construído unicamente com verbos?

Leia o texto a seguir e responda as perguntas na sequência.

Como se conjuga um empresário

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou.


Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou.
Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu.
Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou.
Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se.
Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou.
Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu (...)
Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou.
Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Temeu. Levantou. Apanhou.
Rasgou. Engoliu. Bebeu. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-
se...

MINO. Como se conjuga um empresário. In:Luiz Marques de Souza e Sérgio Waldeck de Carvalho. Compreensão e produção de textos.
Petrópolis.Vozes,1995, p. 461.

⮚ O que você achou do texto?


⮚ A visão exposta pelo autor sobre o “empresário” é positiva ou negativa? Você concorda com esta
percepção?
⮚ Por que o texto de Mino foi construído apenas com verbos e verbos no passado (pretérito perfeito)?
⮚ O texto apresenta a repetição, em sequência, de alguns verbos. Identifique essas repetições e indique
o efeito de sentido produzido por este recurso.
⮚ Releia os três primeiros e os três últimos verbos do texto. O que sugere a repetição desses verbos
associada ao uso de reticências?

Troque ideias sobre o texto com seus colegas e professor.


Agora, leia a crônica Eu sei, mas não devia, da escritora Marina Colasanti.

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se
acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais
cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo
porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche
porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A
deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que
haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não
acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas
sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro
com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas
valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter
com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e
assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na
infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de
ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da
água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer
a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai
afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na
primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só́ os pés e sua no resto
do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não
há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas,
sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a
vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
Disponível em: https://www.marinacolasanti.com/2012/10/eu-sei-mas-nao-devia-conto-de-marina.html. Acesso em: 07 fev. 2023.

⮚ Você se identificou com o texto? Já vivenciou/vivencia algo do que foi descrito? Qual mensagem a autora
quis passar? Quais experiências você gostaria de viver, mas não vive devido às circunstâncias, rotina?

A crônica Eu sei, mas não devia foi publicada no Jornal do Brasil, em 1972. Nela, a autora critica o modo de
agir da sociedade contemporânea que, deixando-se levar pela correria da vida moderna e capitalista (em
especial, a urbana) passou a se acostumar com a rotina atribulada, a não se atentar aos detalhes e ao que
realmente importa, a aceitar aquilo que não é justo, não é saudável, perdendo a criticidade e sensibilidade, sem
questionar os fatos para não sofrer (e porque fazer diferente requer um esforço a mais e um tempo que já
quase não se tem). O ser humano, engolido pela sociedade do consumo, vive para produzir, vender sua força
de trabalho e consumir, sem de fato viver a vida, sentir, agir, experimentá-la e apreciá-la. Assim, perde-se o
sentido de viver, aproveitá-la, e, com isso, a essência do ser humano também se esvai.

O texto fala sobre o comodismo do ser humano que, atualmente, se deixa levar pela rotina, vivendo/ fazendo
as coisas de maneira mecânica e até se acostumando com isso.
Você concorda que o fato de agirmos como uma máquina que não para – pois não se pode perder tempo –
cheios de obrigações, faz com que, de alguma maneira, “deixemos de viver”, só existamos? Qual o reflexo disso
em nossas vidas?

Outro aspecto a ser observado no texto é que ele apresenta várias repetições. Será que elas são sinal de
pobreza vocabular da escritora?

Repetição nem sempre é sinônimo de empobrecimento textual. Ela também pode ser utilizada
como recurso expressivo e/ou mecanismo de coesão referencial, visando atingir um objetivo
de quem fala/escreve.

No 2º e 4º parágrafo da crônica, por exemplo, o encadeamento das ideias se dá através da repetição dos
elementos finais de cada período.

Qual seria a intencionalidade da autora ao repetir em todos os parágrafos “A gente se acostuma”? Que efeito
de sentido a repetição produz?

Se você respondeu que a repetitividade do excerto, além de fazer com que lembremos do tema, sugere
rotina, está certíssimo.

Aponte outros elementos usados repetidamente no texto e converse com seus colegas e professor sobre o
efeito de sentido que produzem.

A repetição de conectivos, a fim de ampliar a expressividade da mensagem, configura a figura de


linguagem chamada polissíndeto.

A repetição de uma ou mais palavras no início de um verso, oração ou período é chamada de


anáfora.

Ambas, figuras de construção (ou sintaxe).

Para reforçar a habilidade do descritor 19, resolva os itens abaixo.

ATIVIDADE

Questão 1 (BPW). Leia o texto a seguir e responda.

VOCÊ NÃO ENTENDE NADA


Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Com lágrimas nos olhos de cortar cebola
Você é tão bonita

Você traz coca-cola


Eu tomo
Você bota a mesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Não tá entendendo quase nada do que eu digo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Eu me sento
Eu fumo
Eu como
Eu não agüento
Você está tão curtida
Eu quero é tocar fogo nesse apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta
Eu tomo
Bota a sobremesa
Eu como eu como eu como eu como eu como
Você
Tem que saber que eu quero é correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora

Eu quero dar o fora


E quero que você venha comigo.

(VELOSO, Caetano. Literatura Comentada: Você Não Entende Nada. 2 Ed. Nova Cultura. 1998)

A repetição da expressão “eu quero”, em diversos versos, tem por objetivo


(A) fazer associações de sentido. (D) apresentar explicações novas.
(B) refutar argumentos anteriores. (E) reforçar a expressão dos desejos.
(C) detalhar sonhos e pretensões.

Questão 2 (P.D - SEDUC-GO, adaptada). Leia o texto e, a seguir, responda.

PRIMEIROS ERROS
(Kiko Zambianchi)
Meu caminho é cada manhã E fizesse parar chover
Não procure saber onde vou Nos primeiros erros
Meu destino não é de ninguém O meu corpo viraria sol
Eu não deixo os meus passos no chão Minha mente viraria
[...] Mas só chove e chove
Se um dia eu pudesse ver Chove e chove.
Meu passado inteiro
Disponível em: https://www.letras.mus.br/ kiko-zambianchi/46827/ Acesso em: 20 maio 2016.

A repetição do verbo “chove” no texto sugere


(A) a intensificação dos sentimentos do eu lírico.
(B) o contentamento do eu lírico com o seu passado.
(C) o distanciamento do eu lírico em relação as pessoas.
(D) a modificação da visão do eu lírico em relação a sua vida.
(E) a força do temporal enquanto o eu lírico refletia sobre a vida.

Questão 3 (1ª P.D – SEDUC-GO, adaptada). Leia o texto abaixo e, a seguir, responda.
O ÚLTIMO POEMA
Manuel Bandeira

Assim eu quereria o meu último poema.


Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Disponível em http://www.celipoesias.net/manuel-bandeira/poesia1.htm, acessado em 07 de novembro de 2012.

A repetição do termo "que" no 2º, 3º e 4º versos do poema, produz o efeito de


(A) continuidade. (D) dúvida.
(B) contraste. (E) exagero.
(C) delicadeza.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
HABILIDADE D17. Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
CONTEÚDO(S) Pontuação.

Aula 10 Data: 07/10/2023

Olá estudante, esta é a primeira aula com foco no descritor 17. Neste primeiro momento você observará o valor
da pontuação (ou ausência dela) em vários enunciados, fará comparações entre diversas formas de pontuar e
avaliará os efeitos de significado que as diferentes maneiras podem conferir aos textos.

Assim, ao término das atividades indicadas nestas sequências didáticas, espera-se que você seja capaz de melhor
identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações, bem como de aprimorar a escrita
e a expressão oral, aperfeiçoando sua competência linguística.

⮚ Você costuma utilizar sinais de pontuação em mensagens que escreve em aplicativos e redes sociais?
⮚ E os demais textos que escreve, você os pontua?
⮚ Costuma pontuá-los ao redigir ou deixa para o final? Faz revisão?
⮚ Você lembra os nomes dos sinais de pontuação e qual (is) a (s) função (ões) de cada um?
⮚ Já passou por alguma situação na qual a compreensão ficou prejudicada por conta da pontuação do
texto?

Observe a conversa abaixo.

TEIXEIRA, Randolfo. Informática Educativa. Disponível em: http://randolfoteixeira.blogspot.com/2020/09/19-atividade-empregar-


adequadamente.html. Acesso em: 07 jun. 2023

Agora, responda:

⮚ Onde Paola e Pedro realmente estão?


⮚ Qual o motivo da dificuldade na compreensão da conversa?
⮚ Como as frases de Paola poderiam ser reescritas de forma a deixar claro o seu sentido?
Como você percebeu, é muito importante pontuar os textos adequadamente, bem como fazer uma revisão,
pois o não uso ou utilização inadequada de uma pontuação pode impactar na mensagem, de modo a
comprometê-la. No texto lido, a ausência da pontuação gera uma confusão – não há uma certeza sobre onde
Paola e Pedro estão – e dá margem para que o interlocutor pontue e entenda a informação da maneira que lhe
for mais conveniente.

Diferente da oralidade, em que gestos, entonações de voz e pausas marcam nossas intenções, na linguagem
escrita é a pontuação que marca o ritmo do texto e é responsável por representar pausas, destaques e
transmitir sentimentos e intenções comunicativas do emissor, daí o cuidado que devemos ter na sua utilização.

Revise as principais funções de cada sinal de pontuação.

Uso da pontuação
Sinal Emprego Exemplo
Separar elementos de uma Gosto de ler jornais, revistas, livros e até bula de
enumeração. remédio.
, Vírgula Luna, a irmã mais velha, levou o menino ao
Isolar uma explicação.
hospital.
Isolar um vocativo. Esse, juiz, é corrupto.
. Encerrar períodos não Não quero ler.
Ponto
interrogativos ou exclamativos.
Xuxa — a rainha dos baixinhos — comemorou 60
Intercalar explicações.
anos.
Tivemos nossa primeira impressão – e que
– Travessão Enfatizar um trecho.
impressão! – do Carnaval brasileiro.
- Doutor, o que tenho é grave?
Introduzir uma fala.
- Não se preocupe, é algo simples.
Transmitir sensações como Que pena!
! Exclamação
espanto, admiração, alegria, etc.
? Interrogação Fazer uma pergunta direta. Como você se chama?
Indicar enumeração. Meus amigos são poucos: João, Arthur e Francisco.
Introduzir uma explicação. Não aceitei aquilo: o livro estava destruído.
: Dois-pontos
Então o padre respondeu:
Introduzir uma fala.
- Parta agora.
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas,
Indicar citação. bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
“” Aspas Destacar palavras estrangeiras, Conversando com meu superior, dei a ele um
neologismos, ironias. “feedback” do serviço a mim requerido.
Estava lendo “Dom Casmurro” de Machado de
Indicar o nome de uma obra.
Assis.
Indicar interrupção, Sabe... eu queria te dizer que... esquece.
... Reticências
incompletude, hesitação.
Indicar um termo ou expressão "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como
intercalada, acrescentando uma se fora na véspera), acordara depois duma grande
() Parênteses informação acessória, tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas
explicação, comentário ou no Nordeste- Graça Aranha)
reflexão.
Atenção!

Em alguns textos, sinais de pontuação, como ponto de exclamação e interrogação, são usados juntos ou
repetidos várias vezes para reforçar a ideia presente no texto. Veja o exemplo a seguir.

BECK, Alexandre. Disponível em: https://imagohistoria.blogspot.com/2017/03/charges-historicas-descobrimento-do.html. Acesso em: 07 jun.


2023.
Vale ressaltar que além das regras de pontuação comumente estudadas, práticas de leitura são a melhor
forma de perceber os efeitos de sentido que uma pontuação pode provocar no texto, já que há uma intenção
comunicativa no uso de tais recursos.

Analise as frases abaixo, pensando nos possíveis contextos em que podem ser proferidas. Escreva no
caderno os sentidos expressos por cada uma delas.

Não, espere.
Não espere.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Onde você vai passar a semana santa?
Onde você vai passar a semana, santa?
Na cidade maravilhosa.
Na cidade, maravilhosa.
Os sinais de pontuação podem mudar completamente o sentido de uma frase e, ao ler ou escrever um texto,
precisamos considerar a pontuação para atingir o significado pretendido. Dessa forma, a pontuação é uma
ferramenta importante para a compreensão dos textos com os quais nos deparamos.

A pontuação fornece uma maior organização ao texto, dando-lhe clareza, coesão e coerência; além disso,
atribui diversos significados ao escrito, promovendo uma melhor expressividade do enunciado, o que facilita
nossa compreensão do dito.

Leia o poema Seiscentos e Sessenta e Seis, de Mario Quintana.

Seiscentos e Sessenta e Seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…


Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

QUINTANA, Mario. Nova Antologia Poética. 9. ed. São Paulo: Globo, 2003. Disponível em: https://www.ufrgs.br/enunciarcotidiano
s/2017/04/19/seiscentos-e-sessenta-e-seis-quintana/. Acesso em: 20 jun. 2023.
Após a leitura do texto, responda:

⮚ O que você achou do texto? Sobre o que fala o poema?


⮚ O que as reticências utilizadas pelo poeta podem sugerir?
⮚ E a exclamação usada em “Quando se vê, passaram 60 anos!”?
⮚ Por que a expressão “– um dia –” aparece entre travessões?

Troque ideias com seus colegas e professor (a).

Sobre o autor...
Mario Quintana, conhecido como o “poeta das coisas simples”, foi um escritor modernista, jornalista e
tradutor brasileiro. Ele é considerado um dos maiores poetas do século XX.
[...]
A linguagem que Quintana utiliza em seus textos é simples, fluida, introspectiva e, muitas vezes, irônica.
Temas como o amor, o tempo, a natureza são os preferidos do poeta.
DIANA, Daniela. Mario Quintana. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/mario-quintana/. Acesso em: 29 jun. 2023.

Ao recitar poemas, a pontuação deve ser enfatizada, pois ela é a tônica na leitura desse gênero textual.

Cada poeta tem sua própria intenção ao utilizar uma determinada pontuação.

Em textos poéticos, a pontuação é de extrema relevância para a expressividade do texto, ao sugerir


emoções, sensações, sentimentos etc.

O poema Seiscentos e Sessenta e Seis, publicado na obra Esconderijos do Tempo, em 1980, reflete sobre a
passagem do tempo e nossa existência. Nele, o eu lírico principia comentando que o viver é uma tarefa.

Na estrofe seguinte, aludindo a uma atividade que se tem que fazer e ao comportamento que temos diante
da obrigação, os dois-pontos anunciam um dizer: “há tempo”, que, seguido pelas reticências, sugere uma ideia
de relaxamento e até seguimento das horas, pois “Quando se vê, já é 6ª-feira…”. Aqui, mais uma vez, a
pontuação deixa implícita a continuidade do tempo, até que o terceiro verso aponta a agilidade com que ele
transcorreu, já que “Quando se vê, passaram 60 anos!” – a exclamação ao final sinaliza o susto com a velocidade
do tempo. Em seguida, o eu lírico tece mais algumas reflexões e manifesta o seu desejo de fazer diferente, sem
desconcentrar-se ou parar: “eu nem olhava o relógio/seguia sempre em frente…”.

É importante notar que, na expressão “um dia”, a intercalação pode indicar uma ideia pensada no momento
da fala ou uma interrupção sintática intencional na própria fala do sujeito poético, momento em que ele
evidencia que tendo outra oportunidade, ainda que 24h, já aproveitaria. O “um dia” pode sugerir também a
inexatidão, hipótese.

Na última estrofe, o eu lírico segue falando o que faria e resume a lição extraída: há que se viver o momento,
sem vigiar o tempo, distrair-se ou adiar as coisas, pois ele é fugaz. Reforça a lição que aproveitar cada momento
é uma obrigação. Aproveita-se, então, a existência, passagem do tempo e joga-se fora a casca (o “dourada”
pode representar a beleza, o brilho, e o “inútil” nos lembra a frivolidade da contagem das horas). Ainda assim,
o tempo só é tão belo pela sua efemeridade, isso é o que o torna mais precioso.

Por fim, para reforçar a habilidade trabalhada nesta aula, resolva os itens abaixo.
ATIVIDADE

Questão 1. Leia o texto abaixo.

Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.

5 Não cabem
no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
10 da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
15 com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
20 que esmerila
seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

– porque o poema,
25 senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
30 a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

GULLAR, Ferreira. Não há vagas. Disponível em: https://www.revistabula.com/12068-os-10-melhores-poemas-de-


ferreira-gullar/. Acesso em: 01 jan.2020.

Nesse texto, no trecho “não há vagas” (ℓ.27), as aspas foram usadas para
(A) Exprimir uma ironia. (D) Transcrever um fragmento de outro texto.
(B) Destacar um neologismo. (E) Enfatizar a citação de uma frase típica do mundo
(C) Delimitar o título de uma obra. laboral.
Questão 2. (ENEM 2016)

L.J.C.

― 5 tiros?
― É.
― Brincando de pegador?
― É. O PM pensou que...
― Hoje?
― Cedinho.
COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto,
as reticências foram utilizadas para indicar
(A) uma fala hesitante. (D) a eliminação de uma ideia.
(B) uma informação implícita. (E) a interrupção de uma ação.
(C) uma situação incoerente.

Questão 3. (sisAPTO/ SALTO)

Chega de torcidas violentas


O Estado de S. Paulo

O Ministério do Esporte resolveu agir para acabar com a violência em estádios e arenas tendo em vista a
Copa do Mundo de 2014: anunciou que pretende coordenar os órgãos ligados à segurança pública nos Estados
para pôr em prática os dispositivos do Estatuto do Torcedor que ficam apenas no papel, mercê de uma
corrente de negligência que paralisa a polícia, o Ministério Público (MP) e a Justiça. Isso tem deixado impunes
delinquentes que se fantasiam com camisetas de “torcidas organizadas”, barbarizam nas praças esportivas e
não são compelidos, como a lei vigente prevê, a se apresentarem em delegacias de polícia nos dias da partida
de seu time e até com sua prisão em flagrante.
A autoridade teve boas razões para se indignar. No domingo a Torcida Independente, do São Paulo Futebol
Clube, enfrentou com óbvia violência os policiais que faziam a segurança do clássico contra o Corinthians,
tentando ultrapassar a área desocupada que a separava dos torcedores rivais com o objetivo de provocá-los e
agredi-los. A transmissão do jogo pela televisão permitiu que a cena fosse acompanhada ao vivo e os vândalos
pudessem ser identificados com facilidade. Um desses, apesar de sangrar abundantemente, foi
descontroladamente para cima dos policiais. Outra cena marcante foi a de um pai tentando proteger o filho
das agressões dos membros da Independente e das bordoadas da Polícia Militar (PM).
[...]
Disponível em: https://central3.to.gov.br/arquivo/357206/. Acesso em: 07 jun. 2023. Fragmento.

No primeiro parágrafo desse texto, as aspas colocadas em “torcidas organizadas” significam literalmente que
(A) as torcidas estão em desacordo com o previsto no Estatuto do Torcedor.
(B) as torcidas são organizadas como prevê o Estatuto do Torcedor.
(C) os torcedores são organizados com suas torcidas em dias de futebol.
(D) os torcedores são compelidos ao transgredirem as regras do Estatuto.
(E) os torcedores usam as camisas e ficam com as torcidas organizadas.

Questão 4 (SPAECE). Leia o texto abaixo.


Sinal fechado Nos vejamos, quem sabe?
Quanto tempo...
Olá, como vai? Pois é, quanto tempo...
Eu vou indo e você, tudo bem? Tanta coisa que eu tinha a dizer
Pegar meu lugar no futuro, e você? Mas eu sumi na poeira das ruas
Tudo bem, eu vou indo em busca Eu também tenho algo a dizer
De um sono tranquilo, quem sabe? Mas me foge à lembrança
Quanto tempo... Por favor, telefone, eu preciso beber
Pois é, quanto tempo... Alguma coisa rapidamente
Me perdoe a pressa Pra semana...
É a alma dos nossos negócios...
Qual, não tem de quê O sinal...
Eu também só ando a cem Eu procuro você...
Quando é que você telefona? Vai abrir!!! Vai abrir!!!
Precisamos nos ver por aí Prometo, não esqueço
Pra semana, prometo, talvez Por favor, não esqueça
Não esqueço, não esqueço
Adeus... Adeus...

VIOLA, Paulinho da. “Sinal fechado”. Foi um rio que passou em minha vida. EMI, CD 852404. 1970. Adaptado: Reforma Ortográfica.

No verso “Vai abrir!!! Vai abrir!!!”, a repetição do ponto de exclamação enfatiza a ideia de
(A) admiração. (D) surpresa.
(B) indignação. (E) susto.
(C) pressa.

Questão 5. (BPW, adaptada). Leia o texto abaixo e responda.

É bom dormir depois do almoço?

Depende. Pessoas que têm problemas de estômago ou sofrem de insônia e apneia do sono (interrupção da
respiração por mais de 10 segundos enquanto dormem) não devem cochilar depois do almoço, pois esse
descanso pode, respectivamente, prejudicar a digestão e comprometer o sono da noite. Fora isso, a sesta,
comum em países como Espanha e Itália, não tem qualquer contraindicação e pode ser uma forma eficiente
de recarregar as baterias. “Sem ela, o organismo de muita gente não funciona bem”, afirma a neurologista Dalva
Poyares, coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo os
especialistas, além de tornar a pessoa mais ativa e produtiva, a sesta pode melhorar a digestão, pois deixa o
organismo livre para concentrar suas energias no funcionamento do sistema digestor. Pesquisa realizada pela
Nasa, a agência espacial norte-americana, revelou que 40 minutos de sono depois de uma refeição, no meio de
uma jornada de trabalho, aumentam em 34% a capacidade produtiva. A única ressalva é quanto ao tempo de
duração e ao horário do cochilo. “Para não perturbar o sono noturno, ele não pode ser superior a uma hora e
deve ocorrer preferencialmente entre 13 e 17 horas, conforme o relógio biológico de cada um”, explica Dalva.
Disponível em: http://vidasimples.abril.com.br/100respostas/ conteudo_258554.shtml>. Acesso em: 08 set. 2010.

No trecho “... (interrupção da respiração por mais de 10 segundos enquanto dormem) ...”, os parênteses foram
usados com a finalidade de
(A) comentar um acontecimento. (D) corrigir uma informação.
(B) introduzir um exemplo. (E) apresentar uma explicação.
(C) destacar uma reflexão.
Questão 6. (SAEPE)
Quanta pressa!

Como vc é apressada! Não lembra que eu disse antes de vc viajar que eu ia pra fazenda do meu avô? Quem
mandou não dar notícias antes d’eu ir pra lá?!?!?! :-O
Vc sabia. Eu avisei. Vc não presta atenção no que eu falo?
Quando ficar mais calma eu tc mais, tá legal?
:-*
Mônica
PINA, Sandra. Entre e-mails e acontecimentos. São Paulo: Salesiana, 2006. Fragmento.

No trecho “Quem mandou não dar notícias antes d’eu ir pra lá?!?!?!”, a pontuação empregada sugere
(A) aceitação. (D) entusiasmo.
(B) compreensão. (E) indignação.
(C) dúvida.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
HABILIDADE D17. Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
CONTEÚDO(S) Notações.

Aula 11 Data: 14/10/2023

Olá, estudante!

⮚ Você já reparou que, além da pontuação, nossa língua possui outros recursos para produzir efeitos
específicos de sentido?

⮚ Ao conversar por aplicativos de mensagens instantâneas, postar algo em redes sociais ou escrever
bilhetes, por exemplo, quais recursos você usa quando quer chamar atenção do leitor para
determinadas palavras ou sentenças?

Além dos sinais de pontuação, quando se escreve um texto, outros mecanismos, tais como o uso de
@menções para chamar a atenção de uma pessoa, do itálico, do negrito, da CAIXA ALTA e do tamanho da
fonte podem ser utilizados para cumprir determinados propósitos comunicativos.

A Apple disponibilizou na App Store um


novo aplicativo chamado Apple Music
Usado para destacar palavras, expressões, títulos
Negrito Classical, com a intenção de lançar um
de textos.
serviço focado em música clássica em
2022.
Utilizado em: Com humor, músico rebate ataques de
- títulos de livros, músicas, periódicos, etc.; haters por aparência e namoro com atriz.
Itálico
- palavras estrangeiras; (Folha de S.Paulo)
- nomes científicos.
Usado para destacar palavras. INSS faz novo pedido ao STF para
Abreviaturas. suspender ações da revisão da vida toda.
Títulos. (Folha de S. Paulo)
CAIXA ALTA
Em alguns textos como tirinhas, conversas em
chat online, o uso de maiúsculas sugere que o
enunciador esteja “gritando”.
Destaca palavras, expressões, títulos. Em textos Em 14 de março, a OpenAI lançou a nova
digitais indica um link. (elemento de hipermídia versão de seu modelo de linguagem
formado por um trecho de texto em destaque ou natural, batizado de GPT-4. Trata-se de
Sublinhado por um elemento gráfico que, ao ser acionado - um dos mais esperados, e
geralmente mediante um clique de mouse -, impressionantes, avanços na história
provoca a exibição de novo hiperdocumento, recente da tecnologia. (Folha de S. Paulo)
segundo Dicionário Oxford).

Após a explicação sobre as notações acima, enfatize que, ao ler um texto, devemos considerar a
intencionalidade do enunciador ao utilizá-las.

Leiam a tirinha de Mafalda.


Texto 1

QUINO. Disponível em: https://www.facebook.com/tirinhasinteligentess/photos/mafalda-quino-tirinhas-quadrinhos-humorinteligente-


tirinhasinteligentes-humor-co/3414967151905979/. Acesso em: 08 jun.2023. (Adaptado)

Converse com sua turma e professor (a) sobre o quadrinho e o questionamento da personagem, expondo
sua opinião sobre o tema.

Agora, observe as palavras destacadas e responda:

⮚ Que recursos foram utilizados para colocar as palavras em destaque?


⮚ Por que especificamente essas palavras foram colocadas em destaque? Que efeito o destaque delas
causa?

Ao ler um texto, devemos considerar a intencionalidade do enunciador ao utilizá-las. Tente perceber porque
foram usadas as seguintes notações nos referidos textos:

⮚ negrito, fonte de tamanho maior e palavra em caixa alta no texto 1;


⮚ tachado na palavra “torta”, no texto 2;
⮚ negrito e itálico no texto 3;
⮚ negrito, caixa alta e sublinhado no texto 4.

SUGESTÃO DE TEXTOS

Texto 1

Como funciona?
Como falei para vocês, a linha Be(M)dita Ghee traz uma misturinha bem gostosa de frutas. No caso da máscara
de reconstrução, a Lola apostou na combinação de mamão papaya e queratina vegetal. O mais doido de
tudo é que eu detesto o cheiro do mamão papaya como fruta, mas AMO o cheiro em produtos para o cabelo
e para a pele (coisas de geminiana, né? Quem me entende?).
FIKDIK. Testei: Manteiga Vegetal Be(M)dita Ghee Reconstrução – Lola Cosmetics. Disponível em: http://fikdikblog.com/index.php/
2018/02/01/testei-manteiga-vegetal-bemdita-ghee-reconstrucao-lola-cosmetics/. Acesso em 08 jun. 2023. Fragmento.

Texto 2

INCRÍVEL.CLUB. 11 Truques do WhatsApp que você deveria testar. Disponível em: https://wl-incrivel.cf.tsp.li/resize/728x/jpg/c10/
ce5/eff02e5fb5827fad110865068c.jpg. Acesso em 08 jun. 2023. Fragmento.
Texto 3

Coldplay e a história emocionante de como “Yellow” foi usada no filme “Podres de Ricos”

Em 2018, Jon M. Chu lançou a comédia romântica Podres de Ricos mas, antes da chegada do filme nos
cinemas, o diretor teve uma interessante troca com o Coldplay.
Isso porque Chu quis incluir o hit “Yellow”, presente no álbum Parachutes (2000), na trilha sonora da
produção cinematográfica e escreveu uma linda carta para o grupo explicando os motivos pelos quais gostaria
de ter a autorização do Coldplay para usar a canção em seu filme.
No texto, recuperado por um usuário do Twitter recentemente em meio aos shows dos britânicos pelo Brasil,
Chu destacou como a forma de descrever o “amarelo” foi colocada positivamente pela banda e como isso
mexeu com ele.
BORELL, Gabriel von. Coldplay e a história emocionante de como “Yellow” foi usada no filme “Podres de Ricos”. TMDQA. Disponível em:
https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2023/03/28/coldplay-yellow-podres-de-ricos/. Acesso em: 08 jun. 2023.
Texto 4

SOUSA, Mariéllen Ivo de. 10 Dicas de Netiqueta na EAD. Disponível em: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/206088. Acesso em Acesso em
08 jun. 2023.

Para finalizar, tente resolver as questões a seguir. Todos os itens possuem apenas uma alternativa correta
e, diante de qualquer dúvida durante a resolução, procure o seu (sua) professor (a).

Lembre-se que o Descritor 17 tem como objetivo fazer com que você desenvolva a habilidade de reconhecer
o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

Ao responder os itens, você mostrará que é capaz de reconhecer os efeitos provocados pelo emprego das
mais variadas notações, entendendo o papel desses recursos na expressão de uma intencionalidade discursiva
e a importância deles para a construção de sentidos no texto.

ATIVIDADE

QUESTÃO 1 (SEDUC MA, 2021)

https://blogdoxandro.blogspot.com/2021/03/tiras-n15244-toda-mafalda-quino.html. Disponível em: https://www.instagram.com


/p/CL7rxkvDYX0/. Acesso em: 15 mai. 2021.
No último quadro dessa tirinha, o uso da fonte em tamanho maior na palavra “AMOR” serve para:
(A) Indicar que a personagem está com raiva, falando em voz alta a palavra.
(B) Chamar atenção para a necessidade desse sentimento no meio político.
(C) Ressaltar a tristeza pela falta de amor entre os dirigentes políticos.
(D) Enfatizar a ironia existente no comportamento dos políticos.
(E) Destacar o quão grande é o sentimento dos políticos.

QUESTÃO 2 (PROVA BRASIL 2017). Leia o texto abaixo.

Múltipla escolha

Velhice é apenas outra fase: mas, como se ela fosse algo estanque, um setor final, procuramos esquecer-nos
dela no nosso baú de enganos, a chave guardada por algum duende que ri de nós (a gente finge não ver). Nem
parece que hoje vivemos mais com melhor qualidade, podendo ter saúde, interesse e afetos até os oitenta ou
noventa anos (logo serão mais), desde que levando em conta as limitações normais: parecemos um carro em
disparada, com faróis voltados para trás.
Ignoramos que velhos também viajam, estudam, passeiam, namoram, trabalham quando podem, curtem
amizades e família – sem se pendurar nelas como vítimas chorosas. Não importam as décadas acumuladas,
eles são mais que velhos: são pessoas.
LUFT, Lya. Múltipla escolha. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 47.

Nesse texto, o trecho “Velhice é apenas outra fase”, escrito em itálico, indica:
(A) argumento. (D) crítica à sociedade.
(B) citação. (E) ênfase a um tema.
(C) crítica à velhice.

QUESTÃO 3 (SEDUC MA, 2021). Leia o texto abaixo.

O fenômeno das modelos grisalhas


Sucesso nas redes sociais, na publicidade e nas ruas, os fios naturais são uma tendência sem volta

As primeiras a desafiarem o padrão “alta, magra e jovem” de beleza foram as plus size. As gordinhas entraram
em cena no final da década passada, invadindo os anúncios e os editoriais, provando que existe, sim, beleza
acima dos 50 quilos e abaixo do 1,80 metro. Agora, é a vez das mulheres grisalhas mostrarem seu valor.
Assumidamente mais velhas, absolutamente lindas, com rugas e madeixas de infinitos tons de cinza e branco,
elas fervem nas redes sociais e na publicidade. Aparecem chiquérrimas em páginas do Facebook, Pinterest e
Instagram e são referência para uma geração de mulheres que quer envelhecer de uma maneira mais natural.
São as top silver.
[...]
CARELLI, Gabriela. O fenômeno das modelos grisalhas. Disponível em: https://bityli.com/6QJY8. Acesso em: 15 mai. 2021.

O uso do itálico nos termos “plus size” e “silver” servem para


(A) destacar o nome de obras. (D) destacar o uso irônico dos termos.
(B) marcar a utilização de gírias. (E) indicar termos em língua estrangeira.
(C) realçar novas palavras criadas.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
D18. Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou
HABILIDADE
expressão.
CONTEÚDO(S) Figuras de linguagem: comparação, metáfora, metonímia, eufemismo, ironia e hipérbole.

Aula 12 Data: 21/10/2023

Olá, estudante!

Veja o vídeo COMPILADOS DE VÍDEOS DAS PROFISSÕES! - Tiago Dionisio, disponível em


https://www.youtube.com/watch?v=YZ91ntV1hBA&ab_channel=TiagoDionisio, no qual o humorista comenta
ofícios de uma maneira um tanto inusitada.

⮚ Você conhece o humorista Tiago Dionisio? Já havia visto vídeos dele?


⮚ A maneira como os personagens respondem sobre quais eram suas profissões, trabalhos, causa que
sensação em quem ouve?
⮚ Já observou o quanto a escolha que fazemos de palavras e expressões transmitem efeitos de sentido
variados?

Quantas vezes já dissemos: “Tô morrendo de sede” (só para dar aquela exagerada) ou “Comi o prato todo”
(citando o objeto quando queria falar da comida) e ainda “Tirou a xerox?” (substituindo o nome do produto -
que às vezes nem lembra/ sabe - pelo nome da marca).

Quem nunca fez uma comparação (ainda que subentendida) ou falou de modo irônico? O que o levou a fazer
isso?

Nossa língua possui inúmeros recursos para tornar mais expressivas as mensagens – fazendo com que elas
passem um determinado efeito. Muitos desses recursos dão ao texto um novo significado, um sentido
conotativo, que é aquele que vai além do sentido literal, original, real (denotação). Alguns desses recursos são
as figuras de linguagem.

Vamos revisar algumas figuras de linguagem? Discuta com seus colegas e professor (a) os sentidos dos textos
a seguir e a motivação para determinadas escolhas linguísticas.

Texto 1 – Comparação

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/. Acesso em: 25 de jun. 2023.


Texto 2 – Metáfora Texto 3 – Metonímia

Disponível em: https://super.abril.com.br/ Disponível em https://redator.digital/conteudo/principais-figuras-


superarquivo/408. Acesso em: 25 jun. 2023. linguagem/Acesso em: 20 de jun. 2023.

Texto 4 - Eufemismo

Disponível em: https: www.facebook.com/ portuguesvirtual.com.br/posts/1409826632684416/. Acesso em: 20 de jun. 2023

Texto 5 - Hipérbole; ironia

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/. Acesso em: 25 de jun. 2023.

Metáfora: é uma figura de linguagem em que, para designar um objeto, nós nos referimos a outro com o
qual o primeiro tenha uma possível semelhança. Nela, o conectivo de comparação (como, tal qual, semelhante
a...) fica subentendido na frase. Ou seja, a metáfora faz uma comparação implícita entre os elementos citados.

Comparação: ao contrário da metáfora, os conectivos comparativos estão explícitos.


Metonímia: é a substituição de um termo pelo outro havendo entre eles algum tipo de relação lógica. É uma
transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra, produto pela marca etc.

Eufemismo: recurso estilístico utilizado para suavizar um discurso, algo desagradável.

Hipérbole: exagero intencional de uma ideia.

Ironia: é uma figura de linguagem que tem a intenção de sugerir o contrário do que se quer dizer. A
compreensão da ironia depende muito do contexto (da situação) e do conhecimento do interlocutor. Na
linguagem oral, os gestos do enunciador também são importantes para o seu entendimento.

Agora, analisem trechos de canções. Explique o efeito de sentido dos versos em destaque.

SUGESTÃO DE TEXTOS
Texto 1

Fogo e Paixão
Wando

Você é luz
É raio estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô...
Wando. Disponível em: https://www.letras.mus.br/wando/49324/. Acesso em: 20 de jun. 2023.

Texto 2

50 Reais
Naiara Azevedo
Bonito!
Que bonito, hein!
Que cena mais linda
Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?

Que lixo!
Cê tá de brincadeira
Então é aqui o seu futebol toda quarta-feira
... Disponível em: https://www.letras.mus.br/naiara-azevedo/50-reais/. Acesso em: 22 de jun. 2023.

Texto 3

Dona de Mim
Iza

Já me perdi tentando me encontrar


Já fui embora querendo nem voltar
Penso duas vezes antes de falar
Porque a vida é louca, mano
A vida é louca

Sempre fiquei quieta, agora vou falar


Se você tem boca, aprenda a usar
Sei do meu valor e a cotação é dólar
Porque a vida é louca, mano
A vida é louca

Me perdi pelo caminho


Mas não paro não
Já chorei mares e rios
Mas não afogo não

Sempre dou o meu jeitin


É bruto, mas é com carin
Porque Deus me fez assim
Dona de mim

Deixo a minha fé guiar


Sei que um dia chego lá
Porque Deus me fez assim
Dona de mim
Disponível em: https://www.vagalume.com.br/iza/dona-de-mim.html. Acesso em: 22 de jun. 2023
.

Texto 4

Aquele 1%
Wesley Safadão
Eu abro a porta e puxo a cadeira do jantar Deu saudade do seu beijo
À luz de velas pra ela se apaixonar Trato todas iguais
Eu mando flores, chocolates e cartão Esse é meu defeito
O meu problema sempre foi ter grande coração
Tô namorando todo mundo
Eu ligo no outro dia no estilo Don Juan 99% anjo, perfeito
Dormiu bem, meu amor? Mas aquele 1% é vagabundo
É domingo de manhã [...]
Vamos pegar uma praia
Disponível em: https://www.letras.mus.br/wesley-safadao/aquele-1 /. Acesso em: 22 de jun. 2023.

Texto 5

Trocando Em Miúdos
Chico Buarque

[...]
Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Disponível em: https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45182/. Acesso em: 20 de jun. 2023.
Texto 6

Pais e Filhos
Legião Urbana
[...]
Estátuas e cofres, e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu Sou uma gota d'água
Ela se jogou da janela do quinto andar Sou um grão de areia
Nada é fácil de entender Você me diz que seus pais não o entendem
Mas você não entende seus pais
Dorme agora [...]
É só o vento lá fora
Disponível em: https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22488/. Acesso em: 20 de jun. 2023.

Você já havia notado que músicas geralmente valem-se de palavras e frases que fogem do sentido real e
utilizam inúmeros recursos estilísticos para produzir determinados efeitos?

O texto 1 apresenta uma metáfora. Uma pessoa, no sentido real, pode ser de fato uma luz, raio, estrela, luar
ou uma manhã de sol? O que o eu lírico visa transmitir? O que sugerem os versos?

No texto 2 os versos “Que bonito” e “que cena mais linda” revelam a ironia da fala de uma pessoa ao ver que
estava sendo traída.

No texto 3, os versos sugerem o quanto o eu lírico já chorou, a quantidade de água é tanta que se compara
a “rios” e “mares”.

No texto 4 vemos a expressão “ter grande coração” como uma forma de justificar e atenuar o
comportamento do eu lírico, que revela: “tô namorando todo mundo”.

O texto 5 usa a palavra Neruda para falar das obras do poeta. O dizer “Devolva o Neruda que você me tomou”
refere-se às produções do chileno e não a ele propriamente dito. A substituição constitui uma metonímia.

No texto 6, há um eufemismo, pois o termo “dorme” suaviza a palavra morre e as metáforas “Sou uma gota
d'água” e “Sou um grão de areia” revelam a pequenez do eu lírico perante as coisas do mundo.

Para reforçar seus conhecimentos, resolva os itens abaixo.

ATIVIDADE
Questão 1 (AREAL). Leia o texto abaixo.

Prioridades

Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente
mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do
ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra [...].
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans,
camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida.
Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura
interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários
da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e
muito mais alegria.
Cada um que examine o baú de suas prioridades, e faça a arrumação que quiser ou puder.
Que seja para aliviar a vida, o coração e o pensamento – não para inventar de acumular ali mais alguns
compromissos estéreis e mortais.
LUFT, Lya. Disponível em: <http://cris57.blogspot.com/2008/04/prioridades-uma-crônica-de-lya-luft.html>. Acesso em: 22 jun. 2023.

Nesse texto, no trecho “Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma...”, (3°
parágrafo), a expressão destacada ressalta a necessidade de
(A) consumir menos. (D) revisar os conceitos.
(B) limpar os móveis. (E) ser mais otimista.
(C) procurar amadurecer.

Questão 2. (SEDUC MA, 2021). Leia o texto abaixo.

MOÇA LINDA BEM TRATADA

Moça linda bem tratada,


Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor!
[ ... ]
ANDRADE. Mário de. Disponível em: http://leaoramos.blogspot.com.br/ 2007/07/ mrio-de andrade-moa-linda-trs-sculos-de.html.

No texto, ao utilizar a expressão em destaque, o autor pretende


(A) criticar a família da moça. (D) ironizar a educação da moça.
(B) zombar da beleza da moça. (E) recriminar a bondade da moça.
(C) debochar do amor da moça.

Questão 3. (SEDUC MA, 2021). Leia o texto abaixo.

PAISAGEM URBANA

São cinco horas da manhã e a garoa fina cai branca como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água
brilham em trilhos de ferro.
“Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem. “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o Um.
Um Homem quieto e parado é um poste, que espera o trem na estação quase vazia. [...]
A máquina aparece na curva e vem lenta, grave, forte, grande, imensa.
Para a máquina, desce um branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos maluquinhos. Chegada de
uns, partida de outros. No meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o Outro Homem entra no trem.
Um homem continua um poste. Rígido. Concreto. E é só quando uma moça desce a escada do vagão
carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os
olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O mundo é assim... Outro Homem se foi. Um Homem está
feliz.
FERNANDES, Maria ; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise, Linguagem e Pensamento. V. 4. São Paulo: FTD, 2000. p. 152.

A expressão em destaque sugere que o homem está


(A) observando o movimento da estação de trem. (D) preocupado com a vida dele.
(B) desligado da realidade que o circunda. (E) cansado de esperar o trem.
(C) desnorteado com a beleza da moça.

Questão 4 (SEDUC-GO). Leia o texto a seguir.


ENTRE SILÊNCIOS E DIÁLOGOS

Havia uma desconfiança: o mundo não terminava onde os céus e a terra se encontravam. A extensão do
meu olhar não podia determinar a exata dimensão das coisas. Havia o depois. Havia o lugar do sol se aninhar
enquanto a noite se fazia.
Havia um abrigo para a lua enquanto era dia. E o meu coração de menino se afogava em desesperança. Eu
que não era marinheiro nem pássaro — sem barco e asa.
Um dia aprendi com Lili a decifrar as letras e suas somas. E a palavra se mostrou como caminho poderoso
para encurtar distância, para alcançar onde só a fantasia suspeitava, para permitir silêncio e diálogo.
Com as palavras eu ultrapassava a linha do horizonte. E o meu coração de menino se afagava em esperança.
Ao virar uma página do livro, eu dobrava uma esquina, escalava uma montanha, transpunha uma maré.
Ao passar uma folha, eu frequentava o fundo dos oceanos, transpirava em desertos para, em seguida, me
fazer hóspede de outros corações.
Pela leitura temperei a minha pátria, chorei sua miséria, provei de minha família, bebi de minha cidade,
enquanto, pacientemente, degustei dos meus desejos e limites.
Assim, o livro passou a ser o meu porto, a minha porta, o meu cais, a minha rota. Pelo livro soube da história
e criei os avessos, soube do homem e seus disfarces, soube das várias faces e dos tantos lugares de se olhar.
(...) Ler é aventurar-se pelo universo inteiro.
Bartolomeu Campos de Queirós, sobre ler, escrever e outros diálogos. Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p. 63.

No trecho, “Assim, o livro passou a ser o meu porto, a minha porta, o meu cais, a minha rota”., o autor quis
enfatizar
(A) o quanto o imaginário é despertado pela leitura de um livro.
(B) a distância encurtada pela leitura de um livro.
(C) a viagem permitida pela leitura de um livro.
(D) o quanto o livro é importante em sua vida.
(E) o quanto o livro o deixava desconfiado.

Questão 5 (CAEd). Leia o texto abaixo.

A MAÇÃ

De repente abriu-se uma gaveta da minha memória e dentro dela havia uma maçã. Em Dores não cresciam
maçãs. Havia mangas, jabuticabas, bananas, laranjas, mexericas, pitangas. E também os marolos, frutas
grosseiras dos cerrados, de cheiro forte [...]. Véspera de Natal. Meu pai estava viajando. Voltaria a tempo?
Voltou. Trouxe-me presentes. Não me lembro de nenhum deles. Mas me lembro da maçã, embrulhada em
papel de seda amarelo. Naquele tempo, em Dores, uma maçã era uma fruta encantada, que crescia muito
longe, em outros países. Atravessara mares para chegar até as minhas mãos. Eu era o único menino em Dores
a ter uma maçã. Se eu comesse a maçã deixaria de ser o menino que tinha uma maçã. Eu ficaria igual a todos
os meninos que haviam ganhado bolas e caminhõezinhos. Por isso eu não a mordia. Não queria machucá-la
para que ela continuasse minha. Segurava-a. Olhava para ela. Polia-a, para que ficasse mais brilhante. Comi a
maçã com tristeza. Aquela maçã não era para ser comida. Era para ser contada.
ALVES, Rubem. A maçã. In: O velho que acordou menino. São Paulo: Planeta, 2005. Fragmento.

Nesse texto, no trecho “De repente abriu-se uma gaveta da minha memória...”, a expressão em destaque foi
escrita para
(A) apontar que o narrador encontrou objetos antigos.
(B) comparar a história contada pelo narrador com o ato de comer uma fruta.
(C) ironizar o tipo de frutas consumidas pelo narrador.
(D) revelar que o narrador se lembrou de um acontecimento de seu passado.
(E) sugerir que o narrador recebeu uma notícia inesperada.
Mais IDEB 2023
Língua Portuguesa
HABILIDADE D13. Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
CONTEÚDO(S) Variações linguísticas (geográficas, históricas, sociológicas e de contexto social).

Aula 13 Data: 28/10/2023

Olá, estudante!

Observe a tirinha e a charge abaixo.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/variacoes-linguisticas/. Acesso em: 20 jun. 2023.

Disponível em: https://enem.estuda.com/questoes/?id=1265171/. Acesso em: 20 jun. 2023.

Agora, responda:

⮚ Você já passou por situações semelhantes a essas ou conhece alguém que tenha vivenciado?
⮚ Já percebeu o quanto a língua é diversa? Ninguém fala igual ao outro, mesmo estando em uma
mesma casa, sala de aula, cidade, estado ou país. Que diferenças você costuma notar? Por quais
motivos elas ocorrem?
⮚ Como você interpretaria os textos acima? O que as marcas linguísticas podem nos revelar acerca dos
interlocutores?

Troque ideias com seus colegas e professor (a) quanto aos textos e aos questionamentos feitos.

Uma língua apresenta diferentes modos de falar e escrever e essas distintas realizações podem estar
relacionadas às situações de uso, à idade do falante, à sua classe social, nível de escolaridade, ao espaço em
que ele se encontra ou nasceu e, ainda, ao objetivo que se visa alcançar, dentre outros fatores que influenciam
as modificações na língua.
Na tira vemos um médico utilizando uma linguagem formal e técnica para informar o diagnóstico do
paciente. A fala do profissional (particular a sua formação acadêmica) gera então uma preocupação no homem
que, por não entender do que se tratava (possivelmente por não ter o mesmo nível de escolaridade ou não ser
deste campo de atuação), crê estar com algo grave. Entretanto, o mal-entendido logo é desfeito pelo médico,
que adequa seu discurso à situação, ao interlocutor e, valendo-se de um registro mais coloquial, comunica que
“é só um furúnculo”.

Já na charge, é o médico que tem dificuldade em compreender o dito, pois não (re)conhece a variação
linguística utilizada pelo paciente (provavelmente atrelada a questões sociais e/ou regionais). Percebe-se a
dificuldade do profissional pelas interrogações sobre sua cabeça e pelo seu olhar para o dicionário que portava
em mãos.

Vale lembrar!

A associação entre imagem e palavras é fundamental para a compreensão de textos com linguagem mista
(verbal e não verbal), como tiras cômicas e charges.

Leia a letra da canção “No tempo de Don-Don”

Tempo de Don-don
Zeca Pagodinho
Rock se chamava Fox,
Ai no tempo! E tiete era moça fanática,
No tempo que Don-don jogava no Andaraí O que hoje se diz que é xerox
Nossa vida era mais simples de viver Se chamava então de cópia fotostática
Motorista era sempre chofer
Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti Cachaça era Parati
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Propaganda era reclame
Ambulância era dona assistência Vinte e dois era demente,
Mancada era um baita vexame Pinha casa era o meu bangalô
E pornografia era só saliência Patamo era socorro urgente
Sutiã chamava porta-seio E todo cana dura era investigador
Revista pequena, gibi Malandro esticava o cabelo
Mulher fazia misampli
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
TEMPO DE DON-DON. Intérprete: Zeca Pagodinho. Compositor: Nei Lopes. Disponível em: https://www.letras.mus.br/zeca-pagodinho/707879/.
Acesso em: 20 jun. 2023.
⮚ Qual o assunto abordado na canção?
⮚ Você e/ou seus colegas conhecem ou utilizam termos como reclame, mancada, porta-seio, gibi, tiete e
cópia fotostática?
⮚ Você consegue identificar o tipo de variação linguística apresentado na canção?
⮚ Você concorda com a opinião de que “No tempo que Don-don jogava no Andaraí/Nossa vida era mais
simples de viver”?
⮚ Já tinha ouvido falar de Don-don? E Andaraí? Sabe que época era essa retratada no texto?

O jogador Dondon, que ficou famoso no samba, foi um zagueiro que atuou na década de 1930 no Andarahy
Athletico Club, time de futebol carioca extinto no fim da década de 70.
A canção, além de apresentar as diferenças existentes na língua com o passar do tempo (variação
diacrônica), também sugere que antigamente as coisas eram melhores, a vida era mais simples.

A variação que leva em consideração as mudanças ocorridas na língua, com o decorrer do tempo, é chamada
de histórica ou diacrônica.

Veja a tirinha:

Disponível em: http://www.willtirando.com.br/entendedor-anonimo-26/. Acesso em: 20 jun. 2023.

⮚ O que está por trás dessa discussão?


⮚ Por que “nada a ver” discussões como essas?
⮚ Qual palavra você utiliza para fazer referência a este lanche?
Apesar de muitas pessoas discutirem o nome desse alimento, motivadas pela maneira como ele é
denominado na localidade onde vivem, ambos os termos estão corretos na língua portuguesa e são inclusive
considerados sinônimos pela legislação brasileira (a Agência Nacional de Vigilância Sanitária é quem regula o
produto).

A variação relacionada à diferença geográfica entre os falantes é chamada de diatópica; ela pode acontecer
tanto entre regiões de uma mesma nação, quanto entre países que compartilham a mesma língua, como Brasil
e Portugal. As variedades regionais são marcadas, principalmente, pelas diferenças com relação ao vocabulário
e à pronúncia.

Quais palavras ou expressões você conhece de outros estados que não são utilizadas no Maranhão (ou vice-
versa)? E quanto ao português brasileiro e o português europeu, quais são as diferenças existentes? Leia o
poema abaixo e analise o ocorrido e as marcas linguísticas que identificam o eu lírico do texto

Lisboa: aventuras

tomei um expresso
cheguei de foguete
subi num bonde
desci de um elétrico
pedi um cafezinho
serviram-me uma bica
quis comprar meias
só vendiam peúgas
fui dar a descarga
disparei um autoclisma
gritei “ó cara!”
responderam-me “ó pá”
positivamente

as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam


como lá.
PAES, J. P. A poesia está morta mas juro que não fui eu. São Paulo: Duas Cidades, 1988. Disponível em: https://www.kuadro.com.br
/gabarito/enem%20ppl/2016/portugues/enem-ppl-2016-lisboa-aventuras-tomei-um-expresso-c/50184. Acesso em 14 fev. 2023.
Como notou, o eu lírico do poema é provavelmente um falante do português brasileiro que, na Europa, entra
em contato com o português lusitano.

Observe a seguir mais exemplos de variação regional:

Modelo de tabela 1- Variação regional

MARANHÊS EM OUTROS LOCAIS


PÃO FRANCÊS Pão massa grossa Cacetinho (Bahia), carioquinha (Ceará), pão careca (Pará)...

SINDIPAN RS. Disponível em: https://www.facebook.com/sindipanrs/photos/a.1535535156750912/2319426531695100/?type=3. Acesso em: 20


jun. 2023.

ARMANDINHO. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/163269393434/tirinha-original. Acesso em: 18 jun. 2023.

⮚ Você viu a polêmica surgida quanto à legendagem da série The Last of Us (portugueses reclamando da
variante utilizada)? E ao fato de que crianças lusitanas estariam usando expressões e falando com o sotaque
do português brasileiro? O que você pensa a respeito?

Esses debates só revelam o quanto é necessário refletir e conscientizar-nos sobre preconceito linguístico e
a importância de se respeitar o outro.

Sugestão de notícias e páginas sobre os tópicos acima:

https://www.legiaodosherois.com.br/2023/the-last-of-us-portugueses-reclamam-exibicao-serie-hbo-legendas-
portugues-brasil.html

https://olhardigital.com.br/2021/11/11/internet-e-redes-sociais/criancas-portuguesas-estao-falando-como-
brasileiros-e-a-culpa-e-do-youtube/
https://exame.com/casual/criancas-portuguesas-estao-falando-como-brasileiros-entenda-por-que/
https://www.terra.com.br/byte/youtubers-fazem-criancas-de-portugal-falarem-brasileiro-e-irritam-
adultos,9b3c493accb1a66454d81553af839b8dt9rehqq3.html

O preconceito linguístico também é muito comum nas variações atreladas às questões socioeconômicas ou
culturais do falante (idade, sexo, classe social, profissão, nível de instrução, grupo social no qual está inserido)
– variação diastrática.

Você já sabe que todo ato comunicativo pressupõe uma escolha linguística.

A escolha de uma variedade leva em consideração o grau de formalidade da situação comunicativa em que
nos encontramos, o gênero textual que está sendo empregado, a quem é direcionada a mensagem e com que
finalidade. Daí decorrem os níveis de fala/registro: formal e informal, sendo que ainda nestes níveis podemos
encontrar variações. Por exemplo: um executivo pode falar de uma determinada maneira numa palestra da
sua empresa; ao chegar em casa e conversar com sua filha de 6 anos pode falar de um outro modo e, ao
dialogar com um amigo em uma rede social, de outra forma.

A adequação às situações de uso da língua caracteriza a variação diafásica.

Vale ressaltar que há variedades de maior prestígio na sociedade (normalmente chamada norma culta –
utilizada em livros, revistas, jornais, produções acadêmicas, entrevistas de emprego, geralmente empregada
por pessoas com maior escolaridade e escolhida como a mais adequada para determinados situações) e outras
menos prestigiadas, mais distantes da norma-padrão. Por isso, é de suma importância ampliarmos nossos
conhecimentos linguísticos, a fim de conseguirmos dar continuidade aos estudos, acessar a alguns bens
culturais e estar preparado para diversas situações sociais e laborais que vivenciaremos. Contudo, saiba que a
variedade culta não deve ser vista como a “correta” ou única realização possível dentro do idioma, pois isso
configura preconceito linguístico e demonstra desconhecimento quanto à compreensão do funcionamento de
uma língua.

Para finalizar, que tal fazer o teste/autoavaliação do preconceito linguístico? Depois, tente resolver os itens
seguintes.

Disponível em: https://www.facebook.com/FaleiErradoOProbremaNaoEMeuESeu/photos/a.163335490495075/90355973313931


0/?type=3&locale=pt_BR. Acesso em: Acesso em: 20 jun. 2023.

ATIVIDADE
Questão 1. (SEBMEC 2022, adaptado).

ALDREYSENHANDO. Disponível em: https://bit.ly/3ItTIBR. Acesso em: 22 mar. 2022.


Nesse texto, no trecho “Celebre-se, porque isso por si só já é uma grande vitória” (4º quadrinho), foi utilizada a
linguagem
(A) arcaica (D) formal
(B) científica (E) regional
(C) coloquial

Questão 2. (SEBMEC 2022)

UM NOVO PEIXE É DESCOBERTO NAS ÁGUAS DO RIO MAMANGUAPE, NA CAATINGA PARAIBANA

Pesquisadores descobriram uma nova espécie de peixe no interior da Paraíba. O batismo da espécie foi feito
ao som de forró e samba, com uma homenagem a Jackson do Pandeiro [...], compositor brasileiro natural do
município de Alagoa Grande, situada na bacia do rio Mamanguape, uma das localidades onde o Parotocinclus
jacksoni foi encontrado.
O pequeno peixe pertence ao grupo dos cascudos, também chamados de limpa-vidros, devido a sua bocarra
em formato de ventosa. Um indivíduo adulto pode medir até 4,1 centímetros, menor que a palma da mão
humana. O peixe, de coloração acinzentada, possui características singulares, como a ausência de manchas
arredondadas, típicas em outras espécies da região, e a presença das pontas da nadadeira caudal
transparentes.
Além da coleta feita em Alagoa Grande que rendeu o batismo científico-musical, o P. jacksoni também foi
coletado em outros seis municípios paraibanos na bacia do rio Mamanguape, com uma área de ocorrência que
os pesquisadores calculam em 118 km2. [...]
O gênero Parotocinclus, ao qual pertence o jacksoni, é o mais diverso da família dos cascudos (Loricariidae),
com 14 espécies descritas apenas na última década. Apenas nos cursos de água doce da região nordeste há 21
espécies do gênero reconhecidas pela ciência.
MENEGASSI, Duda. Um novo peixe é descoberto nas águas do rio Mamanguape, na Caatinga paraibana. In: O Eco. 2021. Disponível em:
https://bit.ly/3tppSdF. Acesso em: 21 mar. 2022. Fragmento.

No primeiro parágrafo do texto, a expressão “Parotocinclus jacksoni” é um exemplo de linguagem


(A) arcaica. (D) regional.
(B) científica. (E) virtual.
(C) coloquial.

Questão 3 (ENEM PPL 2012).

Disponível em: http://blog.educacional.com.br. Acesso em: 30 set. 2011.


As variações e as mudanças nas línguas estão correlacionadas a fatores sociais. Na tira, a dedução do pai da
garota é confirmada e gera o efeito de humor, pois seu interlocutor apresenta um vocabulário
(A) urbano, típico de quem nasce nas grandes metrópoles brasileiras.
(B) formal, relativo a quem frequenta a escola por muitos anos.
(C) elitizado, encontrado entre falantes de classe socioeconômica alta.
(D) especial, restrito a quem frequenta os espaços da juventude.
(E) conservador, representado por uma fala arcaica para a geração atual.

Questão 4. (ENEM 2014)

Óia eu aqui de novo xaxando Como se deve xaxar


Óia eu aqui de novo para xaxar Vem cá morena linda
Vou mostrar pr’esses cabras Vestida de chita
Que eu ainda dou no couro Você é a mais bonita
Isso é um desaforo Desse meu lugar
Que eu não posso levar Vai, chama Maria, chama Luzia
Que eu aqui de novo cantando Vai, chama Zabé, chama Raque
Que eu aqui de novo xaxando Diz que eu tou aqui com alegria
Óia eu aqui de novo mostrando
BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em: www.luizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013 (fragmento).

A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso
que singulariza uma forma característica do falar popular regional é:
(A) “Isso é um desaforo”. (D) “Vai, chama Maria, chama Luzia”.
(B) “Diz que eu tou aqui com alegria”. (E) “Vem cá morena linda, vestida de chita”.
(C) “Vou mostrar pr’esses cabras”.

Questão 5 (ENEM PPL 2020).

BANDEIRA, G. Disponível em: www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon. Acesso em: 23 jun. 2023.

No texto, o trecho “Cê tá muito louco, véio” caracteriza um uso social da linguagem mais comum a
(A) jovens em situação de conversa informal. (D) idosos numa roda de bate-papo.
(B) pessoas conversando num cinema. (E) crianças brincando de viajar
(C) homens com problemas de visão.
Questão 6 (FUVEST 2023, Adaptada)

Disponível em https://tirasarmandinho.tumblr.com/. Adaptado.

Os verbos “detonar” e “avariar”, no texto, são exemplos de


(A) usos linguísticos próprios de gêneros da área jurídica.
(B) vocábulos empregados informalmente.
(C) variedades linguísticas regionais.
(D) registros típicos de um vocabulário arcaico.
(E) escolhas associadas ao contexto de cada personagem.

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