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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Turma: G

Tema: A Emergência do Filosofar

Nome de estudante: Lúcia Norberto Fernando Cipriano


Código Estudante: 708212371

Curso: Licenciatura em ensino de História


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de Frequência: 2º ano

O tutor: Ivan Felisberto Ernesto Moutinho

Quelimane, Agosto de 2022


Classificação
Nota
Categoria Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Aspetos  Capa 0.5
organizacionais  Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualização
 Indicação clara do 1.0
problema
 Discrição do
1.0
objectivo
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
de trabalho
Análise e  Articulação e
discussão domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo expressão escrita
cuidada, coerente,
coesão textual.
 Revisão
bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
Formatação  Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspetos
paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6Ed, em das citações
4
bibliográficas citações e referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................... 4

1.2. Metodologia usada ............................................................................................................... 4

2. A Emergência do Filosofar .................................................................................................. 5

2.1. As condições sociopolíticas que contribuíram para o surgimento da Filosofia ................... 5

2.2. Tentativas da definição da Filosofia..................................................................................... 6

2.3. Universalidade e Particularidade da Filosofia ...................................................................... 9

2.4. Funções da Filosofia............................................................................................................. 9

2.5. Métodos da Filosofia .......................................................................................................... 10

2.6. Objecto de estudo da Filosofia ........................................................................................... 10

2.7. A atitude Filosófica ............................................................................................................ 11

2.8. A natureza das questões filosóficas .................................................................................... 12

2.9. Contextualização histórica da Filosofia ............................................................................. 12

3. Conclusão........................................................................................................................... 14

4. Bibliografia ........................................................................................................................ 15
1. Introdução
O presente trabalho da disciplina de Introdução à Filosofia tem Tema “A Emergência do
Filosofar”.

Se é tão fácil começar o estudo duma disciplina dizendo o que ela é, qual é o seu objecto de estudo
e que método usa nas suas investigações, o mesmo não acontece com a filosofia. Pois, a filosofia
não tem objecto no mesmo sentido em que as outras ciências têm um objecto específico, isto é, um
objecto determinado.

Neste sentido, a filosofia parece esquivar-se a toda e qualquer definição de tipo disciplinar que a
perspective, à semelhança de outros saberes constituídos, isto é, por referência à delimitação de
um objecto de estudo pois não há consenso, entre os filósofos, sobre a noção ou o conceito de

Filosofia. Por isso, muitos preferem falar de Filosofias e não de Filosofia. Por outras palavras, a
definição da Filosofia constitui o primeiro dos seus problemas para todos os sistemas filosóficos.

O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem de
pensamento, complementar ao mito, que era a forma de pensar dos gregos. O mito enquanto
explicação possível sobre os acontecimentos da natureza e da existência humana, isto é, para a
chuva, o vento, guerra, trovoada, tempestade, para a saúde e a doença, para o nascimento e a morte
foi uma “representação fantasiosa” da realidade.

O objectivo da presente pesquisa compreender A Emergência do Filosofar.

Em termos metodológicos, a pesquisa quanto à abordagem é qualitativa e quanto aos


procedimentos metodológicos é uma pesquisa bibliográfica.

Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa,
obedecendo as normas da UCM.

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1.1. Objectivos

Para o presente trabalho foram traçados os seguintes objectivos:

1.1.1. Objectivo geral

Compreender A Emergência do Filosofar

1.1.2. Objectivos específicos


 Explicar as condições sociopolíticas que contribuíram para o surgimento da Filosofia;
 Descrever as tentativas da definição da Filosofia;
 Mencionar Universalidade e Particularidade da Filosofia;
 Listar as funções, métodos e objecto de estudo da Filosofia;
 Caracterizar a atitude Filosófica e a natureza das questões filosóficas;
 Contextualizar a histórica da Filosofia.
1.2. Metodologia usada
Para Gil (2014) “metodologias da pesquisa são caminhos que levam a efeituar-se um certo estudo,
são as metodologias que vão ditar como fazer o mesmo, o que deve fazer” (p.186).

Este estudo foi desenvolvido fundamentando-se na abordagem qualitativa, com a compreensão de


que é a melhor maneira de se aproximar dos objetivos desse estudo, uma vez que a abordagem
qualitativa que segundo Vergara (2013) “se preocupa com um nível de realidade não quantificado,
aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e
não captável em equações, médias e estatísticas” (p. 46).

O procedimento metodológico que orientou esta pesquisa fundamentou-se numa abordagem


pesquisa bibliográfica.
Para Marconi e Lakatos (2013), a pesquisa bibliográfica:
[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...] (p. 57).
Nesta óptica, a autora baseou se em artigos, manuais que abordam acerca do tema do presente
trabalho

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2. A Emergência do Filosofar

2.1. As condições sociopolíticas que contribuíram para o surgimento da Filosofia

Para Chaui (2007) a “Grécia (Hélade) nada mais foi do que um conjunto de cidades-Estados (Pólis)
que se desenvolveram na Península Balcânica no sul da Europa. Por ser seu relevo montanhoso,
permitiu que grupos de pessoas (Demos) fossem formados isoladamente no interior do qual cada
Pólis desenvolveu sua autonomia” (p. 15).

A sociedade grega era organizada segundo o modelo tradicional aristocrático, baseado nos mitos
(narrativas fabulosas sobre a origem e ordem do universo), em que a filiação à terra natal
(proprietários) determinava o poder (rei) Chaui 2011, p. 188).

Esse modo de estruturar a sociedade e pensar o mundo é comumente classificado como período
Homérico (devido a Homero, poeta que narra o surgimento da Grécia a partir da guerra de Troia).
Mas com o tempo, algumas contradições foram sendo percebidas e exigiram novas explicações.
Surge, então, a Filosofia. Segundo Mondin (2008, p. 4) os principais factores que contribuíram
para o seu aparecimento:

 As viagens marítimas, pois o impulso expansionista obrigou os comerciantes a enfrentarem


as lendas e daí constatarem a fantasia do discurso mítico, proporcionando a desmitificação
do mundo (como exemplo, os monstros que os poetas contavam existir em determinados
lugares onde, visitados pelos navegadores, nada ali encontravam);

 A construção do calendário que permitiu a medição do tempo segundo as estações do ano


e da alternância entre dia e noite. Isso favoreceu a capacidade dos gregos de abstrair o
tempo naturalmente e não como potência divina;

 A invenção do alfabeto e o uso da palavra é também um acontecimento peculiar. Numa


sociedade acostumada à oralidade dos poetas, aos poucos cai em desuso o recurso às
imagens para representar o real e surge, como substituto, a escrita alfabética/fonética,
propiciando, como os itens acima, um maior poder de abstração. A palavra não mais é
usada como nos rituais esotéricos (fechados para os iniciados nos mistérios sagrados e que
desvendavam os oráculos dos deuses), nem pelos poetas inspirados pelos deuses, mas na
praça pública (Ágora), no confronto cotidiano entre os cidadãos;

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 O crescimento urbano é também registrado em virtude de todo esse movimento, assim
como o fomento das técnicas artesanais e o comércio interno, as artes e outros serviços,
características típicas das cidades;

 A criação da Política que faz uso da palavra para as deliberações do povo (Demo) em cada
Pólis (por isso, Democracia ou o governo do povo), bem como exige que sejam publicadas
as leis para o conhecimento de todos, para que reflitam, critiquem e a modifiquem segundo
os seus interesses. As discussões em assembleias (que era onde o povo se reunia para votar)
estimulava o pensamento crítico-reflexivo, a expressão da vontade coletiva e evidencia a
capacidade do homem em se reconhecer capaz de vislumbrar a ordem e a organização do
mundo a partir da sua própria racionalidade e não mais nas palavras mágico-religiosas
baseadas na autoridade dos poeta inspirados. Com isso, foi possível, a partir da
investigação sistemática, das contradições, da exigência de rigor lógico, surgir a Filosofia.

De acordo com Mondin (2008, p. 5) é em Mileto, situado na Jônia (atual Turquia), litoral ocidental
da Ásia Menor que as perguntas a respeito da natureza exterior do mundo se desvincularam da
mitologia. Os dados da experiência sensível (frio, quente, pesado, leve, por exemplo) passaram a
ser explicados de uma forma racional. Eram entendidos também como realidades em si – por isso
se falava em “O quente”, “o frio”, “o pesado”, “o leve”.

Chaui (2011, p. 200) diz que, os principais pensadores da escola de Mileto (ou também “escola
jônica” ou “milesiana”) são Tales, considerado o pai da filosofia, Anaximandro e Anaxímenes. Os
pensadores dessa escola se caracterizam pela preocupação com a physis, palavra grega que pode
ter o sentido de “natureza ou fonte originária”, mas também de “processo de surgimento e de
desenvolvimento”.

Neste sentido, importante notar que nessa época não havia uma clara distinção entre as áreas do
saber como temos hoje ciência, religião, filosofia e matemática, por exemplo. Por esse motivo,
muitos dos filósofos pré-socráticos podiam ser também líderes religiosos, cientistas, médicos ou
matemáticos.

2.2. Tentativas da definição da Filosofia

Quando começamos a estudar Filosofia, somos logo levados a buscar o que ela é. Nossa primeira
surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da Filosofia, mas várias. A

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segunda surpresa vem ao percebermos que, além de várias, as definições parecem contradizer-se.
Eis porque muitos, cheios de perplexidade, indagam: afinal, o que é a Filosofia que sequer
consegue dizer o que ela é?

Mondin (2008) afirma que:

Etimologicamente a palavra filosofia é de origem grega: philo (amizade, amor) e sophia


(sabedoria) que significa “amigo da sabedoria”. Portanto, Filosofia significa também,
amizade pela sabedoria, amor pelo saber; e Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade
pelo saber, deseja saber.Narra-se que o termo foi inventado por Pitágoras de Samos,
filósofo e matemático grego do século VI a.C. que certa vez, ouvindo alguém chamá-lo de
“sábio” e considerando este nome muito elevado para si mesmo, pediu que o chamassem
simplesmente de filósofo, isto é, amigo da sabedoria, visto que, a sabedoria plena pertence
a Deus (p.7).

De acordo com Rosa (s/d, p. 12-13) eram chamados de “filósofos” os homens que buscavam a

“sabedoria suprema”, quer dizer, “a sabedoria última e radical da vida e das coisas”, ou seja, o
saber que busca a dimensão última e radical da vida e das coisas.

Segundo Chaui (2002) afirma que;

Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos (a festa mais
importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali estando apenas para
servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as disputas e os torneios; as que
iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois, durante os jogos também havia
competições artísticas: dança, poesia, música, teatro); e as que iam para contemplar os
jogos e torneios, para avaliar o desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam.
Esse terceiro tipo de pessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo (p. 19).

Com isso, Pitágoras queria dizer que o filósofo não é movido por interesses comerciais não coloca
o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser comprada e vendida no mercado; também
não é movido pelo desejo de competir não faz das ideias e dos conhecimentos uma habilidade para
vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar, contemplar,
julgar e avaliar as coisas, as acções, a vida: em resumo, pelo desejo de saber. “A verdade não
pertence a ninguém, ela é o que buscamos e que está diante de nós para ser contemplada e vista,
se tivermos olhos (do espírito) para vê-la” (Chaui, 2002, p.20).

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De acordo Chaui (2002) com os diversos pensadores tem perspectivas diferentes acerca da filosofia
como:

No entender dos filósofos, “estuda todas as coisas”. Aristóteles, que foi o primeiro a fazer
uma pesquisa rigorosa e sistemática em torno desta disciplina, diz que a filosofia estuda
“as causas ultimas de todas as coisas”; Cícero define a filosofia como “o estudo das causas
humanas e divinas das coisas”; Descartes afirma que a filosofia “ensina a raciocinar bem”;
Hegel entende a como “o saber absoluto”; Whitehead, o papel da filosofia “é o de fornecer
uma explicação orgânica do universo”. Para Karl Jasper filosofar significa “estar a
caminho”. No entender do filosofo alemão “as interrogações são mais importantes que as
respostas e, cada uma das destas respostas, transforma-se em nova interrogação”. Platão
definia a Filosofia como “um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres
humanos”. Descartes dizia que a Filosofia é “o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito
de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação da
saúde e a invenção das técnicas e das artes”. Kant afirmou que a Filosofia é “o
conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que
pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana”. Espinosa afirmou que a Filosofia
é “um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a
liberdade e a felicidade” (p.17).

Para o filosofo Moçambicano Ngoenha filosofia ajuda a resolver os problemas da humanidade, e


é um instrumento de emancipação. Para este filósofo, o Homem tem que tomar filosofia como
arma de libertação que resolve os problemas que acontecem no nosso dia a dia.

Neste óptica de ideias dos filósofos acima, intendo que a filosofia é um modo de problematizar o
mundo de maneira crítica e conceitual.

Entretanto, há dificuldade em definir a Filosofia e essa dificuldade existe no facto de não haver
Filosofia, mas sim, filosofias. De acordo com Sartre essa dificuldade está no facto de “cada filósofo
tem a sua concepção filosófica e a sua própria concepção sobre o que é a Filosofia” (Chambisse &
Cossa, 2013, p.18), porque nem todos os filósofos vivem na mesma época, razão pela qual têm
motivações particulares diferentes e têm problemas diferentes por resolver, ou seja, cada época
tem os seus problemas e a Filosofia procura responder as perguntas do seu tempo. Portanto, “não
existe uma definição universal, aceite por todos os filósofos”.

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Para Rosa (s/d) diz que dentre as várias definições acima apresentadas, podemos concluir que a
“filosofia não estuda uma única realidade, mas várias” (p. 13).

Na minha visão refere se tentativa pois cada um define mediante as circunstâncias histórica,
cultural, política, espácio-temporal e o problema do seu tempo. Cada filósofo tem a sua própria
concepção filosófica e compreensão do que é a filosofia. Daqui pode-se inferir que a dificuldade
de definir a filosofia de uma maneira unívoca está precisamente no facto de não haver uma
filosofia, mas sim filosofias. Outro factor que contribui para a dificuldade da definição da filosofia
é que ela procura responder aos problemas de cada época e lugar que são diferentes. Portanto
filosofia depende também do contexto sócio-histórico e espacial, isto é, das circunstâncias.

2.3. Universalidade e Particularidade da Filosofia

Para Chaui (2011, p. 16) três principais razões revelam a universalidade e particularidade da
Filosofia:

 Ela abrange todos os homens: todos os homens são filósofos na medida em que todos se
deparam com a realidade material e ou imaterial que lhes exija filosofar (ainda que
tenhamos que distinguir o filosofar espontâneo do filosofar sistemático);
 Há questões que, de um modo ou de outro, preocupam todos os homens embora situados
em diferentes espaços e tempo; Essas questões são impreterivelmente abordadas de
maneira filosófica;
 A particularidade da Filosofia reside no facto do que cada filósofo aborda uma realidade
dada baseando-se na sua própria razão: tantos filósofos, tantas maneiras de abordar uma
realidade, isto é, tantos filósofos, tantas filosofias.
2.4. Funções da Filosofia

De acordo com Mondin (2008, p. 8) afirma que quanto a função da filosofia que:

a) Função teórica da filosofia


Como uma forma de saber e de existência humana, a filosofia tem a função de iluminar o nosso
intelecto em busca da verdade. A filosofia amplia as nossas concepções acerca daquilo que é
possível, como também, ela enaltece a imaginação intelectual do Homem, fazendo com que este
diminua a arrogância dogmática que cerra à especulação racional. A função teórica da filosofia
ajuda o Homem analisar o mundo e a reflectir sobre todas as coisas.

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b) Função Prática da filosofia
De certo que a filosofia se identifica particularmente com a realidade abstracta, mas a sua
finalidade pode ter um alcance prático, como o adestramento de toda a actividade humana e da
própria condição existencial (realidade social, política, económica) do Homem. A filosofia
conduz-nos a uma autonomia no agir e a um viver de forma autêntica.

2.5. Métodos da Filosofia

Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A


reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo.
A reflexão filosófica é radical porque é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo
para conhecer-se a si mesmo, para indagar como é possível o próprio pensamento (Chaui, 2002,
p. 12).

Igualmente, o método da filosofia consiste em enunciar os problemas com clareza e examinar com
espirito crítico as diversas soluções. É importante frisar que o metido envolve a “discussão
racional” e “com espirito crítico”, cujos são acompanhados com a “atitude racional e atitude
crítica”. O método da filosofia, diz Mondin (2008, p.8) é o da “justificação lógico-racional, pois a
filosofia deseja oferecer explicação conclusiva e, para conseguir, serve-se da razão”.

2.6. Objecto de estudo da Filosofia

A primeira característica que distingue a filosofia de outras ciências ou formas de saber é porque
ela “estuda toda a realidade ou pelos menos, procura oferecer explicação completa e exaustiva de
esfera particular da realidade”, isto é, “a filosofia estuda a todo, a totalidade do real” (Mondin,
2008, p. 8).

Os autores Chambisse e Cossa (2013) afirmam acerca de objecto de estudo que;

Enquanto as ciências têm como objecto de estudo uma parte, uma determinada área
da realidade material ou imaterial, a Filosofia procura compreender “a totalidade
do real” material e imaterial; ela procura compreender “o universo no seu todo, ou
seja, a totalidade do universo”. Esse todo, que é o objecto da Filosofia, não é uma
mera soma das partes, mas antes algo integralmente organizado, estruturado (p.18).

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Analisando as palavras dos autores acima, pode filosofar a partir de qualquer objecto, fenómeno
ou facto, uma vez que, qualquer que seja, é no todo que se encontra o seu lugar e o seu fundamento
último, que no final das contas é o fundamento primeiro.

Portanto, filosofia engloba todas as coisas como seu objecto de estudo (o Homem, os animais, o
mundo, o universo, a arte, a religião, Deus, etc., objectos esses que constituem temáticas de estudo
das outras ciências particulares), num sentido mais profundo, radical e crítico.

2.7. A atitude Filosófica

Para Platão (427-347 a.C), a primeira atitude do filósofo é admirar-se. A admiração é a condição
de onde deriva a capacidade de problematizar, o que marca a Filosofia não como posse da verdade,
mas como sua busca e Kant, “não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a
filosofar”. Isto significa que a filosofia é, sobretudo, uma atitude, um pensar permanente. É um
conhecimento instituinte, no sentido de que questiona o saber instituído. (Rosa, s/d, p. 16).

De acordo com Rosa (s/d, p. 17) a atitude filosófica possui algumas características que são as
mesmas, independentemente do conteúdo investigado, que são:

 Perguntar o que a coisa, ou o valor, a idéia, é. A Filosofia pergunta qual é a realidade ou a


natureza e qual é o significado de alguma coisa, não importa qual;
 Perguntar como a coisa, a idéia ou o valor, é. A filosofia pergunta qual é a estrutura e quais
são as relações que constituem uma coisa, uma idéia ou um valor;
 Perguntar por que a coisa, a idéia ou o valor, existe e é como é.
A filosofia pergunta pela origem ou pela causa de uma coisa, de uma idéia, de um valor.

Ainda a mesma refere que a atitude filosófica inicia-se dirigindo essas perguntas ao mundo que
nos rodeia e as relações que mantemos com ele. Aos poucos, porém, descobre que essas questões
se referem, afinal, a nossa capacidade de conhecer e de pensar.

Por isso as perguntas de Filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é pensar, como é
pensar, por que há o pensar? A Filosofia torna-se então, o pensamento interrogando-se a si mesmo.
Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a Filosofia se realiza como reflexão
(Chaui, 2007, p. 223).

11
2.8. A natureza das questões filosóficas

De acordo com Mondin (2008, p. 13) das perguntas mais essenciais dessa área é, justamente,
aquela que pergunta pela essência das coisas, ou seja, “o que é?”.

Chaui (2002, 13) diz que a pergunta primordial no trabalho filosófico pode desembocar em outros
problemas, como “por que é?” e “como é?”. Assim, isso cria uma espécie de teia de conceitos e de
problemas que dão movimento ao trabalho do filósofo, criando, recriando e estabelecendo
um plano de conceitos que apresentam os significados do e sobre o mundo.

Borges, Paiva e Tavares (2017) a “pergunta que permanece em todas as épocas, que todos os
filósofos se propuseram a responder, de uma forma diferente, nós aqui iremos trazer as respostas
de dois filósofos gregos, Platão e Aristóteles”. Estes na medida em que respondia a esta questão
foram unânime ao responder esta pergunta, concluíram que a filosofia nasce do espanto e da
admiração , isto é, os espirito filosófico nasce na medida em que, nos espantamos ou nos
admiramos de tudo o que acontecem na natureza.

Neste contexto, aaspectos que caracterizam atitude filosófica o espanto, a dúvida e o rigor e pôr
fim a insatisfação.

2.9. Contextualização histórica da Filosofia

Rosa (s/d, p. 20 ) a filosofia surge como um acontecimento histórico é considerada como “milagre
grego”. Ora, foi na Grécia onde pela primeira vez na história da humanidade que os homens
tomaram uma atitude crítica da realidade, daquilo que era explicada na base dos mitos1.

De acordo com Mondin (2008) diz que;

Os mitos eram contados pelos sábios, velhos, sacerdotes ou por todos aqueles que gozava
de uma autoridade. Com a viagens marítimas nos lagos, os homens descobriram que nos
lugares onde os mitos diziam que eram habitados por deuses ou por seres sobrenaturais,
eram habitados pelos outros seres humanos. Ora, doravante o homem propôs-se a buscar a
verdade das coisas, não se limitando nos mitos mas sim no uso do logos que é a razão, isto
é, explicar a realidade na base da sua racionalidade (p. 14).

1
É o conjunto de narrativas e doutrinas tradicionais que procuraram explicar a origem do mundo, do homem, etc.,
recorrendo a seres sobrenaturais, isto é, a a entidades tidas como dividas, mas com defeitos e as virtudes próprios do
ser humano.

12
O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem de
pensamento, complementar ao mito, que era a forma de pensar dos gregos. O mito enquanto
explicação possível sobre os acontecimentos da natureza e da existência humana, isto é, para a
chuva, o vento, guerra, trovoada, tempestade, para a saúde e a doença, para o nascimento e a morte
foi uma “representação fantasiosa”da realidade (Mondin, 2008, p.10). Uma visão do mundo que
se formou de um conjunto de narrativas contadas de geração a geração por séculos.

Segundo Rosa s/d, p. 21) a história da Grécia costuma ser dividida pelos historiadores em quatro
fases ou épocas:

a) a da Grécia Homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em seus dois
grandes poemas, Ilíada e Odisséia;

b) a da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao século V a. C, quando os gregos criam
cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Samos, etc., e predomina a economia urbana,
baseada no artesanato e no comércio;

c) a da Grécia clássica, nos séculos V e IV a. C, quando a democracia se desenvolve, a vida


intelectual e artística no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar;

d) a helenística, a partir do final do século IV a. C., quando a Grécia passa para o poderio do
império de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império Romano, terminando a
história.

As narrativas míticas tentavam responder as questões fundamentais, tais como: a origem de todas
as coisas, a condição do homem e suas relações com a natureza, com o outro e com o mundo,
enfim, com a vida e a morte, questões que a filosofia desenvolveu no decorrer de sua historia
(Chaui, 2011, p. 20).

Analisando a concepção de mitos como sendo o primórdio para a concepção de filosofia como
ciência da reflexão crítica, a mesma torna uma ciência vaga sem uma metodologia ou história
sustentável que lhe permita se consagrar universal pelo facto das demais ciências possuírem
definição e objectivos com clareza naquilo que irá estudar, assim a filosofia é vista como a questão
relacionada a religião sendo essa subjectiva, acredita quem quiser bem como qualquer mitologia
existente nos dias de hoje e não antiguidade acredito eu que só aceita quem quiser embora haja
respeito a quem desenvolve o mito.

13
3. Conclusão
Para terminar concluí-se que;

A Filosofia não tem uma definição disciplinar, consensual, acabada e definitiva, universalmente
válida para todos os filósofos. Por isso, a filosofia admite uma multiplicidade de definições ou
ideias sobre o seu significado;

Existe uma filosofia espontânea, que pode ser praticada por todos os homens e uma filosofia
sistemática, que é ensinada nas escolas, através das teorias, paradigmas que foram estabelecidas
por filósofos e, nós nos empenharemos em estudar a filosofia sistemática;

Na Reflexão Filosófica se indaga: Por que? O que? Para que? Dirigindo-se ao pensamento, aos
seres humanos no acto da reflexão. São perguntas sobre a capacidade e a finalidade humanas para
conhecer e agir.

No entender de Platão e Aristóteles, filósofos gregos, consideraram que o espanto e admiração são
os dois elementos, cujos nasce a filosofia.

O objecto de estudo da Filosofia consiste em tudo aquilo que pode ser questionado pelo ser
humano. Nesse sentido, o homem pode fazer questionamentos sobre a própria existência, a
realidade em que vive e os demais fenômenos naturais;

Assim, o método da Filosofia é baseado no uso da razão para a construção de novos


conhecimentos.

Considerados há muito tempo como antagônicos, mito e filosofia protagonizam actualmente uma
(re) conciliação. Desde os primórdios, a Filosofia, busca do saber, é entendida como um discurso
racional que surgiu para se contrapor ao modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu
como base de sua Paideia (educação). A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para
alguém que reconhece o proferidor do discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito.

Foi somente a partir de determinadas condições (navegações, uso e invenção do calendário e da


moeda, a criação da democracia que preconizava o uso da palavra, bem como a publicidade das
leis etc.) que o modelo mítico foi sendo questionado e substituído por uma forma de pensar que
exigia outros critérios para a confecção de argumentos. Surge a Filosofia como busca de um
conhecimento racional, sistemático e com validade universal

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4. Bibliografia
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