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Universidade Católica de Moçambique

O pensamento histórico durante a Idade Média

Nome de estudante: Lúcia Norberto Fernando Cipriano


Código Estudante: 708212371

Quelimane, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Centro de Recursos de Quelimane

Departamento de Ensino a Distância

O pensamento histórico durante a Idade Média

O presente trabalho de campo 1


enquadra-se na disciplina de Evolução
de Pensamento Histórico, pertencente ao
curso de Licenciatura de ensino de
História, disciplina do 2º ano a ser
apresentado ao IED como requisito para
avaliação sub orientação do;
O Tutor: Msc: Manuel Ossifo A. Mopiua

Quelimane, Agosto de 2022


Índice

1. Introdução ............................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 4

1.1.1. Objectivo geral .................................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................... 4

1.2. Metodologia usada ............................................................................................................... 4

2. O pensamento histórico durante a Idade Média. .................................................................. 5

2.1. Historiografia medieval ........................................................................................................ 5

2.1.1. Características da Idade Média ......................................................................................... 5

2.2. A idade média e o pensamento histórico: O Providencialismo & teocentrismo .................. 7

2.2.1. Características do teocentrismo ......................................................................................... 8

2.3. Principais pensadores da época medieval ............................................................................ 8

3. Conclusão........................................................................................................................... 10

4. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 11


1. Introdução
O presente trabalho da disciplina de Evolução de Pensamento Histórico tem como tema: O
pensamento histórico durante a Idade Média.

A Historiografia, cujos sentidos são múltiplos, neste trabalho será entendida como o resultado da
trajetória percorrida pelos estudos históricos, pois elas anunciam certas intervenções que envolvem
o historiador, a reflexão histórica, o trabalho com os documentos, a forma de construção das
narrativas e o próprio passado. Este trabalho pretende mostrar a trajetória do pensamento
geográfico, com fins a compreender o pensamento histórico durante a Idade Média.

O objecto de estudo da Historiografia medieval começou antes deste período cronológico da


história. Afinal, após a morte de Jesus Cristo, os primeiros cristãos tiveram que conciliar a filosofia

A característica principal do período Medieval é a experiência humana fundamentada na existência


do sagrado. Essa perspectiva ficou conhecida como Quaestio Dei (Questão de Deus), que é a busca
racional pela verdade que não se contradiz pela fé, mas, pelo contrário, lhe dá um novo sentido
grega com os ensinamentos cristãos.

Os fundamentos do pensamento medieval é também conhecer as bases do nosso mundo


ocidental. A perspectiva cristã, o poderio da Igreja, o confronto com a religiosidade “pagã”
antiga e a presença do islamismo e do judaísmo formam o mosaico da identidade cultural do
ocidente.

Grande parte da má fama da idade média deve se aos humanistas/iluministas que cunharam o termo
Idade das Trevas uma crítica ao poderio absoluto da Igreja e sua interferência em um mundo que
já havia adentrado na Era Moderna.

Em termos metodológicos, a pesquisa quanto à abordagem é qualitativa e quanto aos


procedimentos metodológicos é uma pesquisa bibliográfica.

Estruturalmente, o trabalho tem três partes a saber: primeira de introdução constituído por;
objectivos e metodologia, segunda parte da revisão da literatura (marco teórico) discussão das
questões relacionadas ao estudo da arte da área da pesquisa e última parte que traz conclusão da
pesquisa bem com as referências bibliográficas dos autores citados ao longo da pesquisa,
obedecendo as normas da UCM.

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1.1. Objectivos

Para o presente trabalho foram traçados os seguintes objectivos:

1.1.1. Objectivo geral

Compreender o pensamento histórico durante a Idade Média.

1.1.2. Objectivos específicos


 Descrever a historiografia medieval;
 Caracterizar a idade media;
 Descrever o providencialismo e o Teocentrismo;
 Listar os principais pensadores da época medieval.
1.2. Metodologia usada
Para Gil (2014) “metodologias da pesquisa são caminhos que levam a efeituar-se um certo estudo,
são as metodologias que vão ditar como fazer o mesmo, o que deve fazer” (p.186).

Este estudo foi desenvolvido fundamentando-se na abordagem qualitativa, com a compreensão de


que é a melhor maneira de se aproximar dos objetivos desse estudo, uma vez que a abordagem
qualitativa que segundo Vergara (2013) “se preocupa com um nível de realidade não quantificado,
aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e
não captável em equações, médias e estatísticas” (p. 46).

O procedimento metodológico que orientou esta pesquisa fundamentou-se numa abordagem


pesquisa bibliográfica.
Para Marconi e Lakatos (2013), a pesquisa bibliográfica:
[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...] (p. 57).
Nesta óptica, a autora baseou se em artigos, manuais que abordam acerca do tema do presente
trabalho

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2. O pensamento histórico durante a Idade Média.
2.1. Historiografia medieval

A palavra historiografia possui múltiplos sentidos, desde “a arte de escrever a história” até a um
campo específico destinado à análise de textos históricos, isto é, aquilo que chamamos de história
da historiografia (Schmitt, 2014, p. 11-12).

Portanto, quando fala se de uma historiografia medieval, mim leva a pensar as obras voltadas à
produção e representação do passado gestadas em um determinado período histórico, ou a um
conjunto de escritos contemporâneos acerca da Idade Média.

Na minha visão, Idade Média, para o homem moderno, significa aquilo que está entre a
Antiguidade e a Modernidade; ela faz transmissão da tradição ocidental e prepara a atmosfera em
que surge a modernidade.

Barros (2004, p. 115) a “Idade Média foi um longo período da história que se estendeu do século
V ao século XV. Seu início foi marcado pela queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e o
fim, pela tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453”.

“Os humanistas do século XV e XVI chamavam a Idade Média de Idade das Trevas. Afirmavam
que havia ocorrido na Europa, um retrocesso artístico, intelectual, filosófico e institucional, em
relação à produção da Antiguidade Clássica” (Avila, Nicolazzi & Turin, 2019, p. 69).

Na minha visão, tenho que concordar com os humanistas pois, homem é livre de crer o que bem
quiser, a ciência não se adequa a questão de sorte ou algo invisível como Deus, assim para mim
não é o centro do universo, e sim, o Homem, porque é visível as acções e bem sustentadas as ideias
dos homens, no meu intender a questão Deus envolve mitologia, uma forma de fazer com que as
pessoas acreditem numa crença e a apeguem, isso ajuda a moldar o homem no meio social, fazendo
com que o mesmo não roube, mate ou cometa algo que põem em causa o meio social.

2.1.1. Características da Idade Média

Segundo Barros (2013, p. 10) o período medieval foi dividido em duas partes: a Alta Idade Média e
a Baixa Idade Média e as principais características de cada período são:

a) Alta Idade Média


A Alta Idade Média foi um período de instabilidade e insegurança generalizada, que se estendeu
do século V ao século IX. Neste período destacam-se:
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 Os Reinos Germânicos – os germânicos eram povos árias estabelecidos ao longo das
fronteiras do Império Romano. Os romanos os chamavam de ”bárbaros”, por serem
estrangeiros e não falarem o latim. Os germanos formaram vários Reinos Germânicos
dentro do território romano;

 O Reino Cristão dos Francos – o reino dos francos constituíram o reino mais poderoso da
Europa Ocidental;

 A Igreja e o Sacro Império – A Igreja Medieval teve importante papel na sociedade. Foi
nessa época que começou a organizar-se, com o objetivo de zelar pela homogeneidade dos
princípios da religião cristã e promover a conversão dos pagãos.

 O Sistema Feudal – o feudalismo começou a se formar no século V, na Europa Ocidental,


com a crise do Império Romano.

 O Império Bizantino – estabelecido em Constantinopla, o Império Bizantino sobreviveu à


invasões bárbaras e perdurou por todo o período medieval.

 Os Árabes e o Islamismo – no Oriente Médio, na península arábica, nasceu em 630 o Islão,


como resultado das Guerras Santas empreendidas por Maomé. Aos poucos, o Islamismo se
expandiu por um extenso território, conquistando terras da Ásia, África e Europa.

b) Baixa Idade Média


A Baixa Idade Média é o período que vai do século X ao século XV. Destacam-se nessa época:

 Crise do feudalismo

 As cruzadas e a expansão das sociedades cristãs;

 O ressurgimento urbano na Europa;

 O renascimento comercial europeu;

 A formação das monarquias nacionais europeias;

 A cultura medieval.

Durante a Baixa Idade Média, com a expansão dos turcos-otomanos no século XIV, tomando os
Bálcãs e a Ásia Menor, o Império Bizantino acabou reduzido à cidade de Constantinopla.

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Segundo os autores Avila, Nicolazzi e Turin, (2019), aqueda em 1453, foi um facto histórico que
marcou o fim da Idade Média na Europa. A conquista da capital bizantina pelo Império
Otomano sob o comando do sultão Maomé II, marcou o fim do Império Romano no Ocidente”
(p.78).

Do ponto de vista historiográfico, esse período é visto como um retrocesso para evolução da
ciência, a falta de liberdade de pensar além sem colocar o divino troce consigo pensadores menos
visionários comparativamente a antiguidade.

2.2. A idade média e o pensamento histórico: O Providencialismo & teocentrismo

De acordo com Meno (s/d, p. 29), na Idade Média a historiografia apresenta relações teológicas
que lhe imprimem um carácter providencialista, apocalíptico e pessimista. Deus está no centro das
preocupações humanas. É o Teocentrismo.

Para Meno (s/d) no “contexto ideológico era sustentado pelo facto de se pensar que Deus estava
no centro das atenções. Deus era o ser que dominava a história. A evolução do pensamento
histórico dependia única e simplesmente de Deus” (p.29)

De acordo com Schmitt (2014) o teocentrismo “é a doutrina onde Deus e seus ensinamentos estão
no fundamento da sociedade. Esse pensamento vigorou durante a Idade Média” (p.14).

A palavra vem do grego e significa: theos “Deus” e kentron “centro”. Literalmente "Deus como
centro do mundo" (Barros, 2004, p. 121).

Portanto, teocentrismo representou a relação entre o divino (religião) e os seres humanos medievo,
onde haveria a existência de uma única verdade, inspirada em Cristo e nos preceitos da Bíblia.

O Teocentrismo Medieval representou a relação entre o divino (religião) e os seres humanos


medievo, onde haveria a existência de uma única verdade, inspirada em Cristo e nos preceitos da
Bíblia.

Neste contexto o teocentrismo, o ser humano, para se realizar, deve se submeter à vontade divina,
mesmo que isso vá contra os seus desejos. Um exemplo seria a guerra que foi submetida a uma
série de regras, como a proibição de lutar aos domingos e dias santos.

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De acordo com Barros (2004, p. 127), também a “economia se vê afetada pelo pensamento
teocêntrico na medida que o trabalho é organizado de acordo com os preceitos católicos. A usura
(lucro excessivo), por exemplo, era condenada, assim como o empréstimo a juros”.

2.2.1. Características do teocentrismo

Segundo Barros (2013, p. 12) filosofia teocêntrica apresenta as seguintes características:

 Poder total e absoluto exercido pela religião;


 Deus considerado como centro do universo, criador e responsável por todas as coisas
existentes;
 Negação dos pensamentos científicos e da filosofia racional.
Diante do comentário acima, percebe se que neste período medieval todo pensador devia colocar
deus na sua teoria para ser aceite no meio, portanto este foi um período em que a ciência não
evoluiu estando estagnada a concepções de que todo é divino.

Segundo Meno (s/d) além, disso, neste período a “Igreja Católica tinha o controle de todo a
sociedade. Note-se por exemplo, que se defendia a ideia de que extra ecclesia, nulla salius, ou
seja, fora da igreja não há salvação. A preocupação do historiador devia ser a justificação da
vinda do filho de Deus ao Mundo, e depois desse evento, analisar as suas repercussões” (p.30).

2.3. Principais pensadores da época medieval

De acordo com Schmitt (2014, p. 16) os principais pensadores da idade média são: Maimônides,
Nahmanides, Yeudah ben Levi (judeus), Avicena, Averróis, Alfarabi e Algazáli (árabes),
Abelardo, Duns Scoto, Escoto Erígena, Santo Anselmo, Santo Tomás de Aquino, Santo Alberto
Magno, Guilherme de Ockham, Roger Bacon e São Boaventura são considerados
os principais nomes da Filosofia medieval. No presente trabalho destaca-se Santo Agostinho e São
Tomás de Aquino.

Meno (s/d) afirma acerca dos pensadores acima que:

Foram eles que escreveram genealogias, áridos anais, listas cronológicas de


acontecimentos ocorridos nos reinados dos seus soberanos (anais reais) ou da sucessão de
abades (anais monásticos); “vidas” (biografias) de carácter edificante, como as dos santos
Merovíngios, ou, mais tarde, dos reis da França), e “histórias” que contam o nascimento
de uma nação cristã, exaltam uma dinastia ou, inversamente, fustigam os ignóbeis de uma

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perspectiva religiosa. Esta história, de que são exemplos Beda, o venerável (“História
Ecclesiástica Gentis Anglorum”, século VIII) ou Isidoro de Sevilha (“Etimologias” e
“História Gothorum”), é providencialista, de inspiração agostiniana, e circunscreve as
acções dos homens nos desígnios de Deus. É preciso esperar até ao século XIV para que
os cronistas se interessem pelo povo, o grande ausente da produção deste período, como
por exemplo, a do francês Jean Froissart ou do florentino Matteo Villani (p. 30).

Para Barros (2013), Santo Agostinho com A Cidade de Deus foi quem preconizou e popularizou
a chamada história providencialista, dando um sentido novo e revolucionário à concepção
histórica” (p.12). Segundo Philippe Ariès, Santo Agostinho inova porque se compromete com o
tempo, com a duração das coisas, diferente do que havia até então na literatura histórica grega,
indiferente às cronologias. O pensamento agostiniano “abrange todo o conjunto do devir humano,
para explicar por meio de algumas concepções filosóficas gerais sobre a acção de Deus no mundo
através da sua Providência” (Ariès, 1992, p. 79).

Por outro lado, houve considerável avanço na historiografia islâmica e hebraica tendo a primeira
como grande expoente Ibn Khaldun, que estabeleceu um rigor metodológico que só atingiria o
ocidente tempos depois.

Analisando as ideias de Santo Agostinho e São Tomas de Aquino percebo que esses pensadores
foram menos racionais, como diz actualmente quadrados nas suas abordagens divinas, pois erra só
seguir a maior que sua ideia estava ser apoiada neste período, mostrando assim serem pensador
com uma única forma de ver, sem benefício de dúvida, assim qualquer um outro pensador se
quisesse ser mais famoso neste período tinha apenas de tudo que pensasse colocar deus, em tempos
actuais isso é só visto na religião por aqueles que são mais fiéis que acreditam no invisível.

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3. Conclusão
A chegada da Idade Média, a historiografia sofreu um retrocesso em relação do que se havia
avançado, sobretudo ao que se refere ao espírito de exaltação nacional que se construiu no mundo
romano, uma vez que essa ideia havia se rompido com o fim desse Império, e passou a mostrar
relações teológicas que lhe transmitiram uma característica apocalíptica, e de providencialismo
divino, carregado de um relativo pessimismo. Deus passou a ser o centro das reflexões do homem.

A idade média é caracterizada por um recuo a nível cientifico e avanço do teocentrismo;

As principais características do período medieval são:

 Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana);


 União da fé cristã e da razão;
 Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo;
 Busca da verdade divina.
Dos pensadores que se destacaram na idade média os nomes de Santo Agostinho e São Tomás de
Aquino figuram como sendo os expoentes deste período eles tinham mais poderes de aceitação do
que os grandes filósofos com Aristóteles ou mesmo Platão por serem cristão os tais ditos “Santos”.

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4. Referências Bibliográficas
Aries, P. (1992). O Tempo da História. Tradução de Miguel Serras Pereira. Lisboa: Antropos.

Avila, A. L.; Nicolazzi, F. & Turin, R. (2019). A História (in). Disciplinada. Vitória: Editora

Milfontes.

Barros, J. A. (2004). O Campo da história: especialidades e abordagens. Petrópolis: Vozes.

Barros, J. A. (2013). O Tempo dos Historiadores. Petrópolis: Vozes

Gil, A. C. (2014). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª.ed.). São Paulo: Atlas

Marconi, M. & Lakatos, E. M. (2013). Metodológica do trabalho cientifico. (7ª ed.). São Paulo:
Atlas

Meno, L. (s/d). Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de História: Evolução do Pensamento


Histórico: Beira: UCM

Schmitt, J. C. (2014). O corpo, os ritos, os sonhos, o tempo: ensaios de antropologia medieval.


Petrópolis: Vozes.

Vergara, S. C. (2013). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. (5ª ed.). Rio de Janeiro:
Atlas.

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