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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTANCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas

Ilda João Amade – 91220274

Pemba, Setembro de 2022


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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTANCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas

Trabalho de campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de História da UnSCED, na
Cadeira de Epistemologia da
Historia.

Tutor:

Ilda João Amade – 91220274

Pemba, Setembro de 2022


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Índice

Introdução ................................................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral ..................................................................................................................................3

1.1.1. Objectivos específicos....................................................................................................................3

1.2. Metodologia ......................................................................................................................................3

2. Conceitos Básicos ................................................................................................................................4

2.1. Evolução............................................................................................................................................4

2.2. História..............................................................................................................................................4

2.3. As Designações da Historia nos Tempos antigos..............................................................................4

2.3.1. A História Humanista.....................................................................................................................4

2.3.1.1. A História “mestra da vida” ........................................................................................................4

2.3.1.2. A História como género retórico.................................................................................................5

2.3.2. A História Erudita ..........................................................................................................................5

2.3.3. A História filosófica .......................................................................................................................6

3. A Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas ...............................................................6

Conclusão.................................................................................................................................................8

Bibliografia ..............................................................................................................................................9
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Introdução

Este estudo tem como abordagem: A Evolução da História como Ciência: Métodos e
Técnicas.

Durante séculos, com o advento da crítica racional no Renascimento e, mais particularmente,


com o surgimento e a consolidação das Luzes no século XVIII, a História passou por uma
espécie de repaginação teórica e metódica que culminou em sua cientificização. Esse processo
atravessa o século XIX e culmina na consolidação e no êxito social da historiografia nesse
século e no século XX.

O uso indistinto do termo "história" aconselha que se busque, a guisa de prémio, esclarecer os
sentidos que possui. A Polissemia da "história" é um truísmo. Justamente por isso é razoável
convencionar com que sentido se está lidando aqui.

1.1. Objectivo geral

 Explicar a Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas.

1.1.1. Objectivos específicos

 Identificar a Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas.


 Caracterizar a Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas.

1.2. Metodologia

Para a efectivação deste trabalho, foi necessário o uso do método de estudo documental. Neste
contexto, recorreu-se a várias obras já produzidas que relacionam-se com o tema “A Evolução
da História como Ciência: Métodos e Técnicas”.
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2. Conceitos Básicos

2.1. Evolução

Etimologicamente, a palavra evolução vem do Latim “Evolutio” que é o acto de desenrolar de


alguma coisa, isto é, evolução revela progresso, crescimento, desenvolvimento, etc.

2.2. História

Etimologicamente, história vem da antiga Grécia “historie” que significa testemunha ou


conhecimento através da investigação, neste contexto, é um termo genérico geralmente
aplicado em referência a ocorrências passadas.

2.3. As Designações da Historia nos Tempos antigos

2.3.1. A História Humanista

A primeira a tomar forma, desde a redescoberta da literatura antiga, foi a história humanista,
essencialmente, de inspiração ciceroniana.

As obras completas de Cícero foram editadas, a partir de 1465, na Itália, pouco depois do
aparecimento da tipografia (1436). Cícero foi o autor antigo mais lido, mais estudado e mais
editado até a Revolução Francesa. A história humanista, que ele inspirou, abrangia dois
aspectos, estreitamente, ligados.

2.3.1.1. A História “mestra da vida”

A história era, antes de mais nada, percebida como provedora de modelos de comportamentos.
Ela deveria servir à instrução do leitor: era magistra vitae, “mestra da vida”, de acordo com a
célebre máxima do De Oratore.

A Historia antiga era então considerada como uma reserva de exempla destinada à instrução e à
edificação dos leitores. O modelo humanista conciliou-se com a perspectiva moral, cristã,
segundo a qual só existe verdade no bem.

O ROLLIN, autor de Histoire ancienne, uma vasta obra publicada em treze volumes, entre
1731 e 1738, citou e glosou, simultaneamente, a célebre máxima de Cícero, na introdução à
secção do livro 27, que ele reservou aos “historiadores”: Com razão, a história foi chamada de
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testemunha dos tempos, de tocha da verdade, de escola da virtude, de guardiã dos


acontecimentos e, se fosse permitido falar assim, de fiel mensageira da Antiguidade.

2.3.1.2. A História como género retórico

Foi ainda, através dos tratados de Cícero, que se impôs, sempre dentro da tradição humanista,
uma concepção da história considerada como um género retórico, do duplo ponto de vista da
narração (narrare) e do estilo (ornare, exornare).

A história dominava então a busca da perfeição de uma arte oratória que repousava sobre um
ideal de simplicidade. Tratava-se de um ideal cultural proveniente da Antiguidade e, para a
história, essencialmente, de Cícero (esse ideal exprimia-se também – com nuances que não
vamos analisar aqui – em Dionísio de Halicarnasso e em Quintiliano).

Cada um desses, designava então, como faziam os próprios Antigos, um historiador que lhe
parecia melhor corresponder a esse ideal (Heródoto, na obra de Dionísio, por exemplo;
numerosos foram os debates acerca do estilo de Tucídides no século I a. C.). Assim, Tucídides
apareceu como um mestre de eloquência, no prefácio à tradução de sua obra, feito por
NICOLAS PERROT D’ABLANCOURT em 1662:

Para conhecer a fundo essa simplicidade tão necessária ao grande estilo, é preciso notar que
existem três tipos delas: uma simplicidade nas palavras, como a de César; uma simplicidade
nos sentimentos, como a de Salústio e uma simplicidade na meta e na organização, como a de
Tucídides.

2.3.2. A História Erudita

A segunda grande concepção da história – a história erudita –, que se desenvolveu a partir do


século XV, também era inseparável da redescoberta dos Antigos. Ler suas obras implicava um
conhecimento erudito da língua e dos textos.

Desde a primeira metade do século XV, Leonardo Bruni e Lorenzo Valla estavam entre os
primeiros a insistir sobre esse aspecto e a testar os seus limites (Valla traduziu Heródoto e
Tucídides para o latim).

Sem os instrumentos de trabalho, os dicionários, as gramáticas, como avançar? Esses aspectos


da história da erudição são bem conhecidos, mas lembremos que Amyot traduziu o conjunto
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das Vidas paralelas, de Plutarco – após diversas tentativas infrutíferas por parte de outros
helenistas –, sem dispor do Thesaurus linguae graecae, publicado por Henri Estienne em 1572
(seu pai, o grande editor Robert Estienne, publicara o Thesaurus linguae latinae em 1531).

2.3.3. A História filosófica

O estudo da história profana não mereceria que se lhe devotasse uma atenção cuidadosa e um
tempo considerável, caso se limitasse ao estéril conhecimento dos fatos da Antiguidade e à
sombria busca das datas e dos anos em que cada acontecimento ocorreu. Importa-nos pouco
saber que existiu no mundo um Alexandre, um César, um Aristides, um Catão e que eles
viveram neste ou naquele tempo; que o império dos assírios foi sucedido pelo dos babilónios e,
este último, pelo império dos medos e dos persas, que foram, por sua vez, subjugados pelos
macedónicos, e estes pelos romanos.

É de grande importância, porém, conhecer como esses impérios estabeleceram-se, por quais
etapas e por quais meios eles chegaram a esse ponto de grandeza que admiramos, o que fez sua
sólida glória e sua verdadeira ventura e quais foram as causas de sua decadência e de sua
queda, (HARTOG, F. 2003).

3. A Evolução da História como Ciência: Métodos e Técnicas

Costuma-se dizer que Heródoto é o “pai da História”, e esta é uma das mais poderosas frases
de efeito que costumam ser evocadas como epígrafes nos manuais historiográficos. A idéia de
que a história tem “um pai”, seja este o antigo historiador grego Heródoto (485-429 a.C) ou
qualquer outro, extrai sua força do fato de que nos obriga a formular um pensamento que é
ainda mais importante para a formação dos historiadores nos dias de hoje: a ideia de que “a
História tem uma história”, (HARTOG, F. 1986).

A História no século XIX passa a se irmanar às demais ciências sociais e humanas, a maioria
delas campos disciplinares nascentes, e, por isso, podemos contrastá-la em relação aos géneros
históricos que existiam antes deste novo período na história da historiografia.

É esta razão do título deste artigo: “a História antes da História”. Seja a História uma Filosofia
que desce à Terra e se volta para o vivido, ou seja ela uma Poesia que se deixa aprisionar pela
necessidade e pelo compromisso de relatar rigorosamente o “já acontecido”, podemos extrair
importantes implicações do fato de que a História, entre os gregos, deixa de ser uma imposição
ou uma tarefa que vinha sendo atribuída de fora, por vezes posta a cargo de escribas
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subalternos e de talentosos escravos, para, a partir daí, passar a ser uma escolha exercida
criativamente por um homem livre, (ARENDT, 2009, p.74).

Ser historiador constitui uma decisão pessoal e implica no ato de se entregar a uma prática que
se estabelece a partir de um sujeito, tal como ocorre com a decisão de alguém se tornar
filósofo, poeta ou músico. Desde HERÓDOTO, e parodiando um famoso dito de JEAN-PAUL
SARTRE (1978, p.9), “o historiador está condenado a ser livre”.
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Conclusão

Para concluir, tornou-se corrente admitir que a reflexão histórica tem suas raízes na
Antiguidade clássica, mais especialmente em HERÓDOTO e em TUCÍDIDES. Esses autores
de língua grega marcaram o ponto de partida de FRANÇOIS CHÂTELET, que em um texto
clássico publicado em 1962 definiu a Grécia como o berço do pensamento histórico ocidental.
CHÂTELET, desde a perspectiva filosófica, utiliza em seu título um termo próprio: historienne,
cunhado pela língua francesa para designar o sentido do pensamento histórico enquanto
produzido por uma reflexão intencionalmente voltada para a organização crítica da memória
como fundamento do sentido da sociedade, da política e da cultura respectiva. Esse termo é
empregado distintamente do adjectivo habitual, histórico (historique), aplicável para
CHÂTELET a qualquer pensamento racional que lide com a acção humana no tempo.
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Bibliografia

ARENDT, H. “O Conceito de História – antigo e moderno” in: Entre o Passado e o Futuro.


São Paulo: Perspectiva, 2009.

CÍCERO, M. T. Das Leis. São Paulo: Cultrix, 1967.

HARTOG, F. Os Antigos, o Passado e o Presente. Brasília: UNB, 2003.

HARTOG, F. “Les Historiens Grecques” in BURGUIÈRE, Andrés. Dictionnaire des Sciences


Historiques. Paris: PUF, 1986.

HERODOTO. História. Brasília: editora Universidade de Brasília, 1988.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora Universidade de Brasília,


1982.

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