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Beira
Maio de 2023
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Charles Chico Gimo
Docente:
Bernardinho Manuel
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Índice
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Formalmente, foi estabelecido que o ponto inicial da Era Clássica encontra-se no primeiro
registro da poesia do Grego Homero, nos séculos VII-VIII a.C. Já o seu final localiza-se no fim
da chamada Antiguidade Tardia (300 a 600), momento em que se inicia a Idade Média
1.2. Objectivos
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CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Contextualização
No entanto, em Roma, as ideias gregas só foram adotadas depois da Segunda Guerra Púnica. E
após o período de implementação do currículo grego, há um esforço romano em fundar uma
educação e literatura romana, pois antes disso, toda a educação romana era ministrada por
educadores gregos e em língua grega. Durante algumas gerações, esse processo de
nacionalização romana das escolas, mas que ainda se encontravam parcialmente helenizadas,
conservou sua eficiência e praticidade até o século III, quando deu início ao declínio pedagógico
na sociedade romana, ao manter-se numa corrente de pensamento em que dava-se prioridade as
necessidades práticas do cotidiano, instaurando de modo geral o espírito de superficialidade
(ABELSON, 2019).
Nesse breve caminhar pelas veredas da educação, chegamos em nosso destino, o que podemos
chamar de lar da civilização ocidental, o seu berço, da qual nós herdamos um legado
pedagógico, que parte da concepção de Paideia, que passou por sucessivas vicissitudes pelo
milênios que se seguiram, mas que ela não cessa de acenar para nós convidando a um retorno,
que não possui em nada de anacrônico, mas diz sobre uma educação que mesmo na
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contemporaneidade o homem não desenvolveu totalmente, na plenitude do ser, o fato de ser de
fato homem, humano, não apenas no sentido semântico, mas na verdade que a Paideia guarda
em si.
Há cinco a seis séculos antes da nossa era, que da educação de todo o Ocidente tem seu início
na Grécia Antiga. Nossa noção de que esta terra é o berço de nossa civilização, logo se justifica
ao considerarmos a monumental contribuição dos gregos na área da Educação, mais
especificamente, no âmbito dos ideais de formação humana. Como comenta Bortolini e Nunes
(2018), as estruturas fundadoras da civilização grega atravessaram o tempo e, ainda hoje,
organiza e orienta nossa vida social, cultural e civilizatória; e para estudarmos uma determinada
dimensão da vida devemos ir às origens, ao fundamento primeiro, às condições de nascimento
de uma determinada prática ou de um conceito. É preciso tal como o arqueólogo, vasculhar os
registros a procura dos fatos.
O mundo grego foi pródigo no aparecimento de diversas tendências educacionais, porém forma
os ensinamentos de nomes como Sócrates, Platão e Aristóteles que prevaleceram sobre os
demais pensadores daquela época. As duas correntes da época, que eram antagônicas, estavam
situadas cada uma em cidades-estados: Esparta e Atenas. Elas representavam dois paradigmas
da ordem social e consequentemente duas concepções de educação distintas. Esparta era
basicamente uma sociedade bélica, que encontrava na guerra a glória e a excelência, exaltando
a figura dos heróis guerreiros; sua educação era militar e cívica rígida, em que todos os
interesses eram sacrificados à razão do Estado. Enquanto que Atenas, era uma cidade-estado
democrática, e que o seu processo educativo formava o indivíduo para que ele alcançasse o
conhecimento da verdade, do belo e do bem (FILHO, 2010).
Para os gregos Paideia, constituía a educação plena e integral do homem; ou seja, um processo
de desenvolvimento da alma, de cuidado e de sua ação enquanto animal político, fundamenta
na ideia uma natureza ética e de sua identidade política. Mas Paideia, aponta também para a
dimensão estética, isto é, o sentido e desejo de conseguir o máximo do bem e do belo da vida,
o que Aristóteles chama de sumo bom (o máximo da bondade, o ideal ético de bondade, de ser
bom) identificando-se com o sumo bem (o máximo da perfeição formal, o ideal de ser
plenamente realizado) e ambos se revelando no sumo belo (o máximo da beleza estética, da
realização perfeita do ser da cada coisa ou pessoa). Somente pela educação era possível
desenvolver a natureza humana, ética, estética e política. Educar, portanto, seria humanizar o
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humano, criar e formar para a cidadania, a politeia, a educação necessária para bem viver na
polis (BORTOLINI; NUNES, 2018).
Está aí a razão pela qual a Antiguidade Greco-Romana é considerada a época clássica por
excelência, já que as grandes questões que envolvem a identidade do ser humano foram ali
formuladas com alto grau de elaboração, o que faz com que essa época permaneça como
referência constante para os períodos posteriores. Mas isso não significa que as outras épocas
não tenham também os seus clássicos. (Boto, 2019)
Em verdade, se a ideia de clássico se reporta aos grandes autores e às grandes obras que
souberam captar magistralmente a problemática da época em que foram produzidas alçando
suas especificidades ao plano da universalidade, podemos concluir que todas as épocas, de
modo especial aquelas que se situam em planos ascensionais do desenvolvimento histórico,
geram seus próprios clássicos. Estes, por sua vez, podem ser localizados no âmbito dos povos
ou dos países, assim como nas áreas do conhecimento. (Boto, 2019)
Assim, se Grécia e Roma tiveram, por exemplo, no campo da literatura, os seus clássicos como
Homero e Virgílio; a Itália teve Dante; a Inglaterra, Shakespeare; a Espanha, Cervantes; a
Alemanha, Goethe; a Rússia, Dostoievski; e Portugal, Camões.
Igualmente nós podemos identificar os clássicos tendo por referência as áreas do conhecimento.
Assim, desde a Antiguidade, identificam-se os clássicos da filosofia como Platão e Aristóteles
na Grécia; e Sêneca e Marco Aurélio em Roma; Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino na
Idade Média; e, na época moderna, Descartes, Malebranche, Espinosa e Leibniz pela linha
racionalista; e pela linha empirista, Bacon, Berkeley, Locke e Hume, ambas desembocando em
Kant e Hegel. Entre os mais recentes, podemos citar Bergson, Dilthey, Husserl, Merleau-Ponty,
Heidegger e Sartre; Frege, Carnap, Bertrand Russell, Moore e Wittgenstein; Marx, Engels,
Lênin, Lukács e Gramsci. Nas ciências físico-matemáticas: Pitágoras, Euclides, Arquimedes,
Ptolomeu, Copérnico, Kepler, Newton, Boole, Lobatschewski, Riemann, Cantor, Einstein. E
poderíamos prosseguir mencionando clássicos em outras áreas do conhecimento, como a
química, a biologia, a antropologia, a linguística etc. (Boto, 2019)
Enfim, a educação também tem seus grandes autores, o que nos permite falar nos clássicos da
pedagogia. Na Grécia pode-se destacar Homero, considerado o educador da Grécia, e Isócrates;
em Roma, Quintiliano; na Idade Média, Agostinho, Alcuíno, Abelardo e Tomás de Aquino; e
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na época moderna, Erasmo, Lutero, Melanchton, Montaigne, Ratke, Comenius, Fenelon, La
Salle, Rousseau, Condorcet, Pestalozzi, Lancaster, Herbart, Froebel, Jules Ferry,
Kerschensteiner, Binet, Dewey, Montessori, Decroly, Claparède, Ferrière, Pistrak, Makarenko,
Wallon, Freinet.
são diversas as formas que ressaltam a importância da noção de clássico para a pedagogia.
Sumariamente assinalo algumas. (Boto, 2019)
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Terceira: o clássico fornece um critério para se distinguir, na educação, o que é principal do que
é secundário; o essencial, do acessório; o que é duradouro, do efêmero; o que indica tendências
estruturais, daquilo que se reduz à esfera conjuntural. Por esse caminho, nós podemos libertar
a pedagogia e os pedagogos da quase irresistível atração pelas novidades, o que os torna presas
fáceis de modismos e de propostas enganosas que surgem e se difundem com a aparência de
grandes achados, mas que logo se desfazem como cortinas de fumaça, sendo substituídas por
novas ondas onde os pedagogos passarão a flutuar.
Piletti & Piletti (1990) afirmam que os gregos foram os responsáveis por idéias e conceitos que
se transformaram em ideais. Foram elas:
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• a idéia do amor ao saber pelo saber – a Filosofia;
Esses foram apenas alguns dos muitos conceitos levantados pelos gregos. Um dos mais
importantes legados deixados pelos gregos foi o conceito de Paidéia. O surgimento dessa
palavra se dá por volta do século V a.C., que de início significa apenas criação dos meninos
(pais, paidós, criança). Com o tempo, adquire nuanças que a tornam intraduzível. Não se pode
evitar o emprego de expressões modernas como civilização, cultura, tradição, literatura ou
educação, porém nenhumadelas coincide realmente com o que os gregos entendiam por Paidéia.
Cada um daqueles termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global e, para
abranger o campo total do conceito grego, teríamosque empregá-los todos de uma só vez.
Os ideais de educação grega foram os resultados de uma lenta evolução. Para fins didáticos, a
educação helena pode ser dividida em etapas. As principais delas foram: o período homérico, a
educação espartana, a educação ateniense, além das influências dos sofistas e de grandes
filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles.
O período homérico que abrange de 900 a 750 a.C. teve um carátereminentemente prático.
Homero teve grande importância para a cultura e educação gregas. Através dos poemas Ilíada
e Odisséia, ele desenvolveu um conceito de educação baseado num duplo ideal de homem: um
homem de ação e de sabedoria.
Duas cidades se destacaram no que tange ao pensamento pedagógico grego: Esparta e Atenas.
A rivalidade dessas cidades se dava pelo fato de os espartanos conceberem o homem como o
resultado de seu culto ao corpo, devendo ser forte, desenvolvido em todos os sentidos, além de
eficaz em todas as suas ações. Já os atenienses consideravam que a luta pela liberdade deveria
ser um dos principais valores humanos, aliada a racionalidade e a retórica.
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A educação espartana que compreende de 750 a 600 a. C., aproximadamente, tinha como
principal objetivo dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de
obediência às leis que o tornasse um soldado ideal. O homem espartano deveria ser um modelo
de bravura, vigor e tenacidade. Piletti & Piletti (1990) observam que, até os sete anos de idade,
o menino ficava sob os cuidados diretos de sua mãe, de quem recebia um treino rigoroso. Depois
era tirado do lar e colocado em casernas públicas custeadas pelo Estado, onde comiam em mesas
comuns, ajudavam no fornecimento do alimento necessário, caçavam os animais selvagens e
participavam de danças corais. Todo o resto do tempo era gasto com a ginástica, que
constituíam o elemento principal de sua educação. A partir dos dezoito anos, o jovem dedicava-
se ao estudo das armas e das manobras militares.
Dos vinte aos trinta anos, seu treino era na guerra. Devido a toda essa preparação, Esparta
passou a acumular um grande número de triunfos militares.
Já a educação grega em Atenas tinha pouco em comum com aeducação de Esparta. Enquanto
Esparta enfatizava a educação físicaa serviço da guerra para manter o Estado, em Atenas surgia
o idealda formação completa do homem, sendo colocadas no mesmo nível tanto o culto do
corpo quanto do intelecto. A criança ateniense, durante os primeiros sete anos, estava
inteiramente a cargo da família, sobretudo aos cuidados de amas e escravos. O menino
ateniense, mal deixava os cuidados da ama, era entregue a um pedagogo, escravo encarregado
de guiar as crianças à escola.
Conforme se pode observar, a educação não era considerada como um mero processo de
crescimento que o educador alimenta, favorece e guia deliberadamente. A educação, segundo
Protágoras pode ser considerada como a formação da alma e os meios que utiliza, como forças
formativas.
De acordo com Cambi (1999), a complexa aventura da Educação na Grécia assinalou uma fase
de maturação e de decantação da tradição ocidental. Para o autor, esse momento foi de
reviravolta e de aquisição de características que permanecerão indeléveis, revelando como a
experiência grega talvez constitua a matriz fundamental de uma identidade cultural complexa
relativa aos problemas de educação/formação. O Kalos Kagathos, grego dos tempos clássicos,
revela a origem do ideal de perfectibilidade humana. O ideal de homem bom e belo.
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2.4. O nascimento da pedagogia no espírito da cultura grega antiga
Foi na Grécia que teve início a chamada História da Educação como sentido que a nossa
realidade educativa atual apresenta. Foram os Gregos quem, pela primeira vez, colocaram a
educação como problema, fato este que se deve a sua visão universal. Mas foi no século V a.
C., com os Sofistas e depois com Sócrates, Platão, Isócrates e Aristóteles que o conceito de
educação alcançou o estatuto de uma questão filosófica.
Os sofistas surgiram como sendo a nova classe de professores que a sociedade exigia. Sua
influência foi considerável na cultura e na educação do tempo. Como principal finalidade, os
sofistas tinham a educação para a vida pública, a formação do político e do orador.
Se Sócrates foi o primeiro grande educador da história, Platão foi o fundador da teoria da
educação e da pedagogia. Enquanto em Sócrates predominou a atividade educativa, em Platão
sobressaiu a reflexão pedagógica associada à política. No movimento educacional e pedagógico
da Grécia, Isócrates teve papel singular na retórica em face à filosofia. Aristóteles, como
Sócrates e Platão, une à reflexão pedagógica grande atividade educativa.
No mundo Oriental a visão religiosa era muito forte (religiões como o budismo, hinduísmo e
judaísmo) e havia uma grande preocupação com os valores a serem ensinados. No mundo antigo
a família era patriarcal e uma organização social onde todos se responsabilizavam pela
educação, ou seja, uma comunidade que é responsável pela narrativa, pela prática e normas a
serem ensinadas.
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2.6. Educação no mundo grego
O mundo grego era dicotômico entre as cidades de ESPARTA e ATENAS, as principais cidades
gregas que constituíram as antíteses da Grécia Antiga. É curioso notar que no mundo grego já
havia uma sistematização da educação que a dividia em: primária, secundária, física, artística,
literária, científica, superior.
Nesse período surge o termo de “paideia”, que significa criação dos meninos e tinha como
intenção uma educação integral, para formar cidadãos completos, com um processo de
educação no qual os estudantes eram submetidos a um programa que procurava atender a todos
os aspectos da vida do homem tanto na formação corporal, quanto na intelectual. É na Grecia
antiga que se tem o inicio da pedagogia.
Sendo assim, o modelo de educação que era baseada na ginástica e na gramática deixa de ser
suficiente é necessário que matérias como: geografia, história natural, gramática, matemática,
retórica, filosofia, música e ginástica, para formar então os chamados cidadãos. Havia uma
grande preocupação com valores a serem ensinados e eles tinham uma visão universal do
mundo.
2.6.1. ESPARTA
Esparta era uma cidade grega tradicional, que foi fundada pelos chamados dórios, sendo assim,
os atenienses são seus descendentes.
Em Esparta a educação contemplava o físico do homem, voltada mais para o militarismo. Eles
deveriam ter um corpo forte para assim formar soldados fortes para as guerras. Para as
mulheres, ter um filho homem, saudável, era sinal de honra, pois a educação começava quando
os meninos completavam 7 anos e terminava aos 30 quando já era considerado um subcidadão
e também serem de maiores. Recebiam uma educação bem rigorosa, disciplinada, pública e
obrigatória que ficava a cargo do Estado. Para os soldados não havia maior honra do que morrer
em defesa do exercito orgulhoso de Esparta.
As meninas também recebiam uma educação com caráter militar, porém era para que gerassem
filhos saudáveis por isso não era tão importante como a dos meninos.
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Um pensador e filósofo que fala sobre a educação espartana como referência é Aristóteles, que
pensa na educação como um meio para que o homem possa desenvolver-se no sentido político
do termo.
Em seu livro intitulado como “Politica” ele se refere em um pequeno trecho sobre a educação
espartana:
“Todo o sistema da legislação dos lacedemônios visa a uma parte das qualidades do
homem – o valor militar, por este ser útil nas conquistas; consequentemente, a força dos
lacedemônios foi preservada enquanto eles estiveram em guerra, mas começou a
declinar quando eles construíram um império, porque não sabiam como viver em paz, e
não foram preparados para qualquer forma de atividade mais importante para eles do
que a militar”. Aristóteles (Política, 1271 b)
2.6.2. ATENAS
Como já citado no trecho acima os atenienses presavam por sua liberdade, por isso suas ideias
eram restritas somente aos chamados homens livres.
Assim como em Esparta era com a idade de 7 anos que os meninos eram orientados por um
pedagogo. Eles aprendiam música, gramática, educação-física, poesia e eram preparados para
o serviço militar. Já ás meninas ficavam em casa aprendendo a cuidar dos afazeres domésticos.
O modelo de ensino ateniense mudou muito, pois diferentemente de Esparta, eles tiveram varias
mudanças em seu sistema organizacional politico e consequentemente o sistema educacional
mudou.
Péricles, um importante orador, que viveu durante a Era de Ouro de Atenas, trata sobre isso no
trecho abaixo:
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“Vivemos sob uma forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos
vizinhos; ao contrário. Servimos de modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu
nome, como tudo, depende não de poucos, mas da maioria. É democracia. (…) Somos
amantes da beleza sem extravagância e amantes da filosofia sem indolência. Entre nós
não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la.
Olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas dos
seus próprios interesses, mas como um inútil”. Péricles (Discurso Fúnebre).
É em Atenas que nasce o importante filósofo Sócrates, que tinha como questionamento
descobrir a essência do homem e ir além da aparência. Sócrates desenvolve o conceito
de Maiêutica que quer dizer dar luz ás ideias. A ironia, um método criado por Sócrates, era
antes de tudo, o método de perguntar sobre uma coisa em discussão, de delimitar um conceito
e, contradizendo-o, refutá-lo. Esse exercício era o que ficou conhecido como maiêutica.
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A educação era muito voltada a prática e tudo que aprendiam tinham que realizar durante a
vida. O ensino romano privilegia uma aprendizagem sobretudo literária, em detrimento da
Ciência, da Educação Musical e do Atletismo com uma formação literária e retórica.
A educação era somente para a elite, ou seja, a grande minoria do povo. A dos meninos
começavam aos 7 anos e era da responsabilidade da família levar a criança para viver em
sociedade, esperando que ela ao ver pudesse aprender a como se comportar. Quando eles
completavam 16 anos eram enviados ao exército para ter inicio a vida militar. Já as meninas
tinham uma educação voltada para a realização dos afazeres domésticos.
É na Roma que surge as primeiras escolas latinas onde o ensino é dividido em três períodos: a
instrução primária, o ensino secundário e o ensino superior, aos quais correspondem três tipos
de escolas, confiadas a três tipos de Mestres especializados. Essas escolas não surgem em uma
sequência cronológica de tempo.
Um teórico muito importante da época foi Marco Fábio Quintiliano, reconhecido também
como Professor de Eloquência, tornando-se o primeiro professor pago pelo estado, no Império
de Vespasiano.
É contrário aos castigos físicos e recomenda a imitação como incentivo para o estudo e sugere
que o tempo escolar seja interrompido por recreios, já que o descanso é, na sua opinião,
favorável à aprendizagem.
Ele defende que a educação deve iniciar o mais cedo possível e que o Mestre deve ser um
homem de carácter, pois seus atos influenciarão de forma determinante o desenvolvimento do
aluno. Sugere também que os alunos sejam distribuídos em classes. Outra inovação proposta
por Quintiliano é a instrução simultânea de diversos conteúdos. Assim a escola de gramática
deveria familiarizar o aluno com toda a literatura, e a escola de retórica, de modo idêntico,
deveria conferir-lhe conhecimentos de música, de aritmética, de geometria e de filosofia.
Podemos notar que os ideias de Quintiliano, são revolucionários para a época e que fogem do
padrão da época de um modelo de ensino onde o aluno não tem um papel muito ativo no
processo de ensino – aprendizagem.
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CAPITULO III: CONCLUSÃO
Findado o trabalho ora apresentado, conclui-se que na era clássica estão os gregos e romanos.
O inicio desse período encontra-se no primeiro registro da poesia do Grego Homero, nos
séculos VII-VIII a.C. Já o seu final localiza-se no fim da chamada Antiguidade Tardia (300 a
600), momento em que se inicia a Idade Média.
Em um espaço de tempo tão dilatado, a sociedade grega passou de uma coleção de cidades-
estados pouco coordenadas a metrópole de um imenso império legado por Alexandre o Grande,
que por sua vez acaba conquistado por Roma e finalmente se torna o centro do Império
Bizantino. A língua grega representava o que a língua inglesa é atualmente, um idioma
amplamente conhecido pelos mais diversos povos, servindo para a difusão e troca de
informações. Jesus teria algum conhecimento de grego; os livros do Novo Testamento (de
acordo com a maioria dos pesquisadores) foram originalmente escritos em grego; decretos,
avisos, sinais, livros, mesmo moedas das mais diferentes terras carregavam inscrições em grego,
do Afeganistão ao Sudão, da península arábica às atuais Geórgia e Armênia.
Não bastasse isso tudo, as polis gregas produziram uma quantidade absurda de intelectuais das
mais diversas áreas do conhecimento, e que em muitos casos, foram os iniciadores de
determinado seguimento. São grandes exemplos Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito e
vários outros na filosofia; Heródoto na história; Anaximandro na geografia; Hipócrates na
medicina; Ésquilo, Sófocles e Eurípedes no teatro; Apeles na pintura; Fídias na escultura;
Arquimedes na matemática; Aristarco, Eratóstenes e Hiparco na astronomia, e a lista se
prolonga em centenas de nomes de destaque em vários setores do conhecimento humano.
Roma, por sua vez, absorveu muito do legado intelectual da civilização grega, e soube difundir
tal cultura entre os diferentes povos que conquistou. Ao contrário dos gregos, o espírito romano
era mais pragmático, concentrado no domínio de territórios e no poder, e apesar de não ter
produzido tanto quanto os gregos, soube legar muitos de seus valores, com destaque para a
língua latina, que com o tempo originou dezenas de novas línguas ao longo da Europa ocidental.
O próprio alfabeto utilizado para escrever tal língua é hoje utilizado por 2/3 da humanidade
para registrar idiomas em todos os continentes; merece destaque ainda o direito romano, cujas
raízes ainda influenciam o sistema normativo de vários países, entre eles o Portugal.
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Referências bibliográficas
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