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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

SALA ANEXAS DE NAMAPA

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

Cadeira: LÓGICA E TEORIA DE CONHECIMENTO

Tema: VALOR DE CONHECIMENTO

NOME: HELENA DA CONCEIÇÃO CARVALHO

NAMAPA, NOVEMBRO, 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

SALA ANEXAS DE NAMAPA

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR

Cadeira: LÓGICA E TEORIA DE CONHECIMENTO

Tema: VALOR DE CONHECIMENTO

Trabalho para fins avaliativo a ser entregue


no âmbito da Cadeira de lógica e teoria de
conhecimento, 2º ano do 2º semestre. Sob
orientação do

Dr. Samuel Maleja

NOME: HELENA DA CONCEIÇÃO CARVALHO

NAMAPA, NOVEMBRO, 2023


Índice

Introdução..........................................................................................................................4

1.Contextualização............................................................................................................5

1.1.Noção do valor............................................................................................................5

1.1.1.A evolução do conceito de valor..............................................................................6

1.2.Noção de conhecimento..............................................................................................7

2.O Valor Do Conhecimento.............................................................................................8

2.1.O valor do conhecimento na área pedagógica.............................................................9

Conclusão........................................................................................................................10

Referencias Bibliográficas...............................................................................................11
Introdução

O trabalho que esta diante de si, faz menção sobre valor do conhecimento. De salientar
que na Antiguidade, o conhecimento era compreendido como bem precioso, valendo em
grande medida por si mesmo. A ascensão do cristianismo durante a Idade Média, levou,
com efeito, a que o conhecimento assentasse em fundamentos de índole teológica e
filosófica, com inerentes implicações educativas. A Modernidade, desligando-se
progressivamente do conhecimento teológico como única forma de conhecimento e
voltando-se para os ideais e modelos clássicos, postula a razão como bem precioso,
capaz de guiar o homem e de levar a sociedade a um progresso e bem-estar desmedidos.

Assim sendo, o trabalho apresenta os seguintes objectivos

Objectivo Geral

 Compreender a questão de valor de conhecimento;

Objectivos Específicos

 Definir as noções de valor e do conhecimento;


 Mostrar os moldes de valor de conhecimento;
 Explicar o valor de conhecimento dentro da pedagogia.

Metodologia

O trabalho foi feito com auxílio de obras que disputam do assunto em destaque, sendo
elas de origens electrónicas, e com algumas pesquisas feitas na internet, está estruturado
de acordo com as orientações da instituição, sendo ela segue-se da seguinte maneira:
Capa e folha de rosto (contracapa), índice e introdução, desenvolvimento teórico e
conclusão e a sua respectiva referência bibliográfica.
1. Contextualização

De ante mão nos torna imperioso ressaltarmos que o valor do conhecimento na época
onde nos estamos tem sido algo subjectivo e particular. Isso porque as universidades
tem apostado no conhecimento práticos ou seja o saber fazer.

Já para as áreas que flinge apenas nos aspectos teóricos como é o caso da filosofia, tem
perdido as visibilidades nos dias de hoje.

No entanto, independentemente deste défice, o conhecimento no seu todo tem o valor


significativo, pesa embora que esta afirmação não categórico. Mas para chegarmos lá é
preciso primeiramente definirmos a questão do valor e do conhecimento, para
posteriormente agruparmos esses dois termos com a finalidade de sistematiza-las.

1.1. Noção do valor

Em linhas gerais, o conceito de valor tem diferentes interpretações, sofrendo também


mudanças evolutivas de percepção e/ou recaracterização, influenciadas muitas vezes
pelo ambiente externo e cultural, além do aumento da complexidade e instabilidade da
sociedade moderna.

De acordo com Hartmann (1932) Apud Alves (2013), define o valor como aquilo pelo
qual as coisas possuem o cunho de bens, pelo qual são valiosas. Para este autor é o valor
que nos permite decifrar o mundo e dar significado aos acontecimentos e à existência,
constituindo um modelo ideal que realizará o ser humano quando este o integra na sua
conduta.

E na visão de Vidal (1990 p. 416), fala do valor como qualidade estrutural que requer
interpretação e, nessa medida, o valor só o é por referência ao ser humano e a partir do
ser humano.

O valor é uma qualidade estrutural que tem existência e sentido em situações


concretas. Apoia-se duplamente na realidade, pois a estrutura valiosa surge de
qualidades empíricas e o bem ao qual se incorpora dá-se em situações concretas:
mas o valor não se reduz às qualidades empíricas nem se esgota nas suas
realizações concretas, pois deixa aberta uma estrada larga para a actividade
criadora do homem. (1990 p. 416).

Depois da ilustração de dois autores, argumentar que valor nos dias actuais é
investigado e conceituado em diferentes áreas do conhecimento, sendo objecto de
estudo da filosofia, sociologia, economia, psicologia, antropologia e política, possuindo
nas ciências económicas uma interpretação predominantemente material e em
contrapartida a sociologia reconhece os valores como fatos sociais.

Isso mostra claramente a heterogeneidade do tema em questão. E para certificarmos


essa heterogeneidade, é imperioso invocarmos Reboul (2000.p.122), quando ele afirma
que:

O tema “valor” não é fácil. E não é fácil em nenhum sector, incluindo o da


educação. Apesar de muito discutidos, os valores tendem a não gerar consensos,
não sendo também igualmente reconhecidos e aceites por todos. Por vezes são
entendidos como contraditórios, havendo quem encontre valor nesta
contraditoriedade. Não obstante, não podemos deixar de apresentar e discutir a
noção de valor, (Reboul 2000.p.122).

Entretanto, percebe-se que por causa da heterogeneidade, não existe valore apenas, mas
sim valores. E nem são sempre desejados, não sendo necessário querer algo para se
valorizar. O valor distingue-se pela sua valia, pelo seu mérito, enquanto o desejo é
estimulado por outros componentes, que não apenas pelo reconhecimento do valor.

1.1.1. A evolução do conceito de valor

Geralmente dentro da literatura, acredita-se que a primeira investigação académica


sobre o conceito de valor foi realizada por sábios da Grécia antiga. Axiologia, do grego
‘axios’ (valor) e ’lógia’ (estudo) é a disciplina que estuda os valores de uma maneira
sistemática.

De acordo com Silva, Lima & Costa (2015.p. 1328), citam que duas origens importantes
da teoria de valores prevaleceram:

A “Teoria de formas (ou Teoria das Ideias), formulada por Platão e o


“hedonismo”, que teve origem no pensamento de Epicuro. A Teoria das Formas
de Platão afirma que os valores existem como realidades absolutas que são
independentes do mundo material e das limitações da sensação humana. Em
contrapartida, Epicuro enfatizou o prazer como o objetivo mais importante dos
seres humanos. As pessoas devem se esforçar para maximizar o prazer e
minimizar a dor. Em um sentido limitado, valor reside na natural busca humana
de prazer, (2015.p. 1328).

Entretanto, apesar de duas atitudes diferentes relacionados aos valores existentes, a


principal questão abordada pelos filósofos da Grécia antiga era como as pessoas
poderiam viver bem. Por conta disso, é necessário considerar o que são valores
correctos para as pessoas. Por isso, é importante examinar por que as pessoas
começaram a estudar os problemas de valor em diferentes períodos da história.
No século XVII a retomada da noção de valor começou com o ressurgimento da
noção subjectiva de bem, No século XVIII, por outro lado, os filósofos
começaram a estudar a subjectividade dos valores, Valor subjectivo, por sua
vez, ganhou destaque como uma das principais preocupações no final do século
XIX. Já em 1960, os valores não são explorados activamente porque são difíceis
de investigar de um ponto de vista de processamento de informação. Isso pode
ser verdade, não só na psicologia, mas também em outras ciências cognitivas. É
difícil definir conceitos abstractos como valores mantidos por seres humanos
usando manipulação simbólica, (Silva, Lima & Costa, 2015.p. 1330).

Aqui percebe-se que por causa das diversidades das abordagens, os estudos de valor em
muitas áreas académicas apresentam períodos em branco nas últimas décadas.

1.2. Noção de conhecimento

Geralmente, o que hoje chamamos de “mentalidade científica” foi desenvolvida durante


o Renascimento e apoia-se na capacidade imputada aos sujeitos humanos, designada por
razão: a “racionalidade encontrou no Iluminismo o seu apogeu como projecto humano,
filosófico e científico, neste caso estamos nas ilações do conhecimento.

Por isso, Murteira (2004, p. 78), no seu aforismo apresenta o conhecimento como a:

“Organização da informação para responder a uma questão ou resolver um


problema”. Trata-se de uma definição discutível na medida em que o
conhecimento não tem necessariamente de responder a uma questão ou resolver
um problema concreto. O conhecimento pode ser considerado uma informação
com utilidade, porque contém descrições, teorias, princípios, procedimentos,
hipóteses… mas não se esgota nela, (2004, p. 78).

O referido autor vai mais longe ainda, sistematizando duas grandes áreas de
conhecimento: o conhecimento próprio que o sujeito tem de si, que é pessoal, resultado
de interiorizações, e que é denominado de tácito; e o conhecimento global, codificado,
sendo que este se consegue apreender através da transmissão de um indivíduo para
outro. O conhecimento tácito é retirado da “experiência única” de alguém, resulta da sua
prática, enquanto o codificado resulta da construção da humanidade, que não sendo
transmitido extinguir-se-á (ibidem.2004.p.79).

E a Enciclopédia Luso-brasileira de Cultura (1988, p. 1391) Apud Alves (2013.p.32),


define-o como:

Objecto de uma experiencia universal e constante, (que) permanece intraduzível


na sua misteriosa complexidade. (…) O conhecimento aparece como ato
imanente pelo qual a consciência abrindo-se ao mundo circundante o torna
intencionalmente presente a si mesma (ELBC (1988.p.1391) Apud Alves
(2013.p.32).
Ou seja, o ato de conhecer aparece como algo inato, em que o sujeito aprende de forma
intencional, necessitando de despoletar mecanismos internos para que uma nova
aprendizagem (novo conhecimento) seja interiorizado.

Na óptica de Alves (2013.p.33), deixa-nos a ideia de que:

O conhecimento é objetivo, tal como a verdade e que não deixa de o ser por ser
trazido ao mundo por “uma pessoa racista, sexista, etc., é pura e simplesmente
irrelevante”. O que é conhecido é sempre verdade, porque “a verdade é em geral
uma questão de representação precisa de uma realidade cuja existência é
independente”, ou seja, o conhecimento e a verdade estão intimamente ligados,
pois não existe conhecimento se não existir verdade (2013.p.33).

Portanto, como forma de fortificar a citação acima ilustrada, é imperioso salientarmos


que de entre os diversos conhecimentos que a escola trabalha, optámos por incidir no
científico, aquele que constitui “um esforço de racionalização do real”.

Entretanto, depois de termos desenvolvidos as noções de valor e conhecimento, em


seguida iremos sistematizar o epílogo primordial que é valor de conhecimento.

2. O Valor Do Conhecimento

Definir o conhecimento é saber qual é o valor do conhecimento, e, o problema de saber


por que o conhecimento teria mais valor do que aquilo que não é conhecimento. A
discussão de ambos os problemas se remontam a Platão ate nos dias actuais.
Mas antes de tudo Sócrates Apud Gracher (2016.p.4):

“Logo, a opinião correcta [crença verdadeira] não será nada inferior à ciência
[conhecimento] nem menos proveitosa em vista das <nossas> acções, e
tampouco um homem que tem opinião correcta, inferior ao que tem ciência ou
menos proveitoso que ele.” (2016.p.4).

Assim, o valor do conhecimento não é superior ao valor da crença verdadeira caso o que
se visa é um guia para agir correctamente. Contrariamente à opinião de grande parte dos
comentadores dos diálogos platónicos, podemos afirmar que Sócrates não defende que o
conhecimento é, por si só, mais valioso do que a crença verdadeira. Aparentemente,
Sócrates defenderia a tese de que o valor do conhecimento e da crença verdadeira é
relativo a aquilo que se procura.
Caso queiramos agir correctamente, tanto a crença verdadeira como o conhecimento são
valorosos. Se visamos agir virtuosamente, segundo a tese de Sócrates, o conhecimento
será menos valoroso de a mera crença verdadeira (visto que a virtude não é ensinável e
deste modo não é algo que se conhece). Já se o que procurarmos é termos crenças
estáveis, o conhecimento seria mais valoroso que uma crença verdadeira, (cf: Ibidem).

2.1. O valor do conhecimento na área pedagógica

A questão do valor não pode deixar de se pôr em relação ao conhecimento que a escola,
no seu sentido mais lato, se propõe ensinar. Essa é, aliás, uma questão que deve ocupar
um lugar de destaque na pedagogia e isso tem acontecido pela mão de alguns autores.

De acordo com Alves (2013.p.30), diz que um dos que dedicou atenção à questão do
valor do conhecimento na pedagogia foi John Dewey que, reconhecendo a
universalidade de valores, considerava que estes não eram hierarquizáveis: “É inútil
tentar dispô-los numa ordem que começasse com o de menor valor e findasse com os de
maior valor. Quer isto dizer que:

Cada qualidade, cada coisa, tem o seu valor, e segundo este autor, alguém que
gosta, por exemplo, de comer e gosta de ouvir música, se já comeu logicamente
não vai querer comer de novo, preferirá antes ouvir música. Mas se estiver com
fome, preferirá tomar a sua refeição ao invés de ouvir música, salientando,
ainda, que “não existem graus ou categorias de valores, (2013.p.30).

Em Dewey, a hierarquização não padece de uma ordem universal: cada indivíduo,


mediante condicionantes internas e externas, valoriza mais ou menos uma situação ou
objecto (ibidem).
Conclusão

Chegando no final deste epílogo, percebe-se que o tema em causa faz menção sobre
educação. Neste caso é imperioso salientar que o valor da educação reside, no fundo,
em ser reconhecido como valor, um valor que possibilita a aprendizagem, porque só há
aprendizagem se o conhecimento for construído pelo próprio sujeito, ou seja, se o
conhecimento, por via do professor, for proporcionado ao aprendiz e trabalhado por ele.
Tem de existir um correlato cognitivo que conceda significado ao aprendiz. Nesta
relação de ensino-aprendizagem cumpre ao professor introduzir o aluno na senda dessa
dinâmica de procurar respostas à sua incompletude, desenvolvendo-lhe as competências
para produzir sentido para a sua existência, ou seja, saídas para a sua inesgotável ânsia
de ser. Para isso, torna-se necessário promover junto dos futuros professores e
professores em exercício o conhecimento aprofundado do conteúdo e o conhecimento
funcional de como o ensinar.
Referencias Bibliográficas

Alves, M. A. S. (2013). Conhecimento científico: Sua valorização nas orientações


curriculares e percepções de futuros professores do 1.º CEB. Universidade de Coimbra.

Gracher, K. (2016). Sócrates e o Valor do Conhecimento. Universidade Federal de Ouro


Preto

Murteira, M. (2004). Economia e gestão do conhecimento: um ensaio introdutório.


Economia Global e Gestão.

Reboul, O. (2000). Filosofia da educação. Lisboa: Edições 70.

Silva, E.H. D. R.; Lima, E.P. & Costa, S. E. G. (2015). Qual o significado de valor?
Uma abordagem baseada em diferentes perspectivas. (PUCPR), Curitiba.

Vidal, M. (1990). Moral de atitudes, I. Moral Fundamental. Madrid: P.S.Editorial.

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