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Capítulo 4 - Axiologia ou
teoria dos valores

4.1. Definição de valor

Embora o termo valor esteja presente na linguagem desde há séculos,


foi apenas no século XIX que o seu significado adquiriu um carácter
específico no domínio da ética, com o aparecimento da axiologia ou
ciência dos valores.
Tentar uma definição do termo valor é um problema difícil, pois o
significado deste conceito tem significados diferentes para os
filósofos. A axiologia desenvolveu várias correntes teóricas que
investigaram o significado de valor e a sua natureza. O termo,
segundo o Diccionario de la Lengua Española (2000):

[...] vem do latim valor -oris, grau de utilidade ou aptidão das coisas,
para satisfazer necessidades ou proporcionar bem-estar ou prazer.
Qualidade do espírito, que leva a pessoa a empreender com
determinação grandes empreendimentos e a enfrentar perigos.
Filosoficamente, qualidade que possuem certas realidades, chamadas
bens, pela qual são estimáveis (p. 724).

A definição de valor dada por Nicolás Abbagnano (1989)

[...] vem do latim aestimabile; em inglês: value; em francês: valeur; em


alemão: wert; em italiano: valore. Em geral, qualquer objeto de
preferência ou de escolha. Desde a Antiguidade que a palavra é
utilizada para designar a utilidade ou o preço dos bens materiais e a
dignidade ou o mérito das pessoas (p. 425).

De um ponto de vista ético, não tem sido fácil chegar a uma


definição deste conceito; para Raths et al. (1998) "é difícil encontrar
uma definição de- do conceito.
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definição clara e aceitável para todas as disciplinas, pois cada uma


define de uma maneira diferente e, portanto, não há uma definição
clara" (p. 33). No mesmo sentido, Pereira (1987) afirma:

Definir a palavra valor é difícil [...] quase impossível [...] a falta de


clareza na determinação dos valores e atitudes a promover são, na
maioria dos casos, a causa da confusão, desorientação e inconsistência
da educação proposta pelas instituições educativas (p. 64).

Alguns filósofos que se dedicaram à investigação sobre os valores


caracterizam-nos sem dar uma definição do termo. O proeminente
filósofo Immanuel Kant encontra-se neste caso ao omitir a definição
do conceito na sua obra Fundamentação de uma metafísica dos
costumes, na qual caracteriza os valores absolutos, os valores
relativos, os valores próprios, os valores morais, os valores íntimos,
entre outros, sem definir o conceito (citado em Ortega y Gasset,
1978, p. 324).
Entre os conceitos que mais se aproximam de uma definição de
valor estão os de Lotzse e Hartmann, como entidades absolutas
independentes do homem; Scheler, como qualidade; Frondizi, como
relação entre sujeito e objeto; Escames, como ideias profundamente
enraizadas; Schwartz, como objectivos desejáveis; e Rokeach, como
crenças duradouras.
Os conceitos descritos foram desenvolvidos pelos autores nas
definições que se seguem. Lotzse (citado por Hartmann, 1979)
defende que "os valores constituem uma região de objectos
completamente diferente da estabelecida pela ontologia tradicional,
os valores não são, mas valem".
Para Hartmann (1979) "os valores são entidades que existem
idealmente, como objectos supra-empíricos, intemporais, imutáveis e
absolutos, são independentes do homem, uma esfera ética ideal que
existe realmente e é apreensível no fenómeno do sentimento
axiológico" (p. 179).
Max Scheler (1942), um dos principais representantes da
axiologia, ao criticar o formalismo kantiano, afirma:
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Há comportamentos humanos que, independentemente da intenção do


sujeito, merecem uma classificação positiva ou negativa [...] a essência
do valor está na preferibilidade de um objeto, como uma qualidade que
consegue atrair a atenção e a inclinação das pessoas que o
percepcionam, como uma espécie de íman ou atração especial que
algumas entidades possuem, graças à qual uma pessoa prefere esse
objeto (p. 23).

Para Frondizi (2001), "o valor nasce de uma relação entre o


sujeito e o objeto e esta relação produz uma estrutura empírica,
humana e concreta" (p. 64). A teoria de Frondizi é identificada como
um ponto eclético entre as teorias objectivistas e subjectivistas.
De um outro ponto de vista, existem duas abordagens: a
abordagem realista e a abordagem fenomenológica. Para a perspetiva
realista, os valores são eles próprios, e alguns pensadores afirmam
que são qualidades. O termo valor para a metafísica realista implica a
analogia do valor. O valor é antes de mais a realidade e em função
dela é atribuído aos objectivos a realizar. Para a axiologia
fenomenológica, por outro lado, o valor é uma propriedade do ser;
nesta perspetiva, afirma-se que o ser e o valor são realmente
identificados e coexistentes; assim, tudo o que é, pelo facto de ser,
tem valor, e tudo o que tem valor, é. Esta identificação entre ser e
valor é o fundamento dos valores segundo a axiologia
fenomenológica. Neste sentido, o valor é um modelo paradigmático
de conduta: a ética ordena que o ato humano se conforme a um
modelo em que se realiza a plenitude do ser moral.
De acordo com o Dr. Juan Escames (1994), "os valores são ideias
ou crenças fortemente enraizadas, baseadas em experiências
significativas, relacionadas com o que é bom fazer" (p. 14); esta
definição é aceite por um bom número de académicos na Ibero-
América. Shalom Schwartz (1994) define valor como "uma meta-
transituação desejável, variável em importância, que serve de guia ou
princípio na vida de uma pessoa ou outra entidade social" (p. 27).
Para concluir a lista de definições doutrinárias, Milton Rokeach
(1973) apresenta a definição de valor como a "crença duradoura de
que um modo específico de conduta ou estado final de existência é
pessoal ou socialmente preferível a um modo oposto ou contrário de
conduta ou estado final de existência" (p. 163).
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A partir das definições apresentadas, devido à sua diversidade,


pode-se afirmar que não há um acordo pleno para uma melhor
compreensão deste tema tão importante para a humanidade. Neste
sentido, Arturo Cardona Sánchez (2000) afirma que "o homem
chegou praticamente ao terceiro milénio sem chegar sequer a um
acordo sobre a definição do que se deve entender por valor num
sentido ético e humanista" (p. 43). A partir do século XIX, a filosofia
tem dado especial ênfase ao conceito de valor, e verificamos que não
existe um acordo unânime sobre o que se entende por este termo. É
certo que os filósofos propõem as suas próprias definições, com a
dificuldade de partirem de concepções diferentes. No entanto,
podemos resumir que a essência dos valores é o seu valor como guia
para orientar a conduta humana para o que é bom para o homem.
Este valor não depende de apreciações subjectivas individuais: os
valores existem fora do tempo e do espaço. Os principais são: o
amor, a justiça, a paz, a generosidade, a honestidade e a prudência,
entre outros.

4.2. Os valores como objeto de conhecimento

A Axiologia é a disciplina que se ocupa do estudo dos valores. Esta


disciplina tem enfrentado grandes obstáculos na sua investigação
sobre os valores, entre os quais se destacam: a ambiguidade e
generalidade com que o conceito de valor tem sido aplicado, os
preconceitos e dúvidas sobre a possibilidade da sua investigação, as
dificuldades em quantificar e medir o fenómeno, a falta de tradição de
investigação sobre o tema, bem como o início tardio da investigação
formal.
Segundo Cardona Sánchez (2000):

[...] durante muito tempo pensou-se que o estudo dos valores pertencia
ao domínio das ciências formais, uma vez que, de acordo com esta
forma de pensar, a natureza dos valores estava mais relacionada com as
"essências" das coisas, bem como com os intangíveis da natureza
humana, e portanto inacessível ao método científico (p. 80).

Enquanto disciplina fundamental da filosofia, a axiologia é


confrontada com seis grandes problemas: o problema da essência do
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valor: o que é que


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os valores em geral; o problema do conhecimento dos valores:


como são conhecidos os valores; o problema da classificação dos
valores: quantos tipos de valores existem; o problema da avaliação:
O que é a positividade e o que é a negatividade de um valor; o
problema da hierarquia dos valores: que valores valem mais; e, por
fim, o problema da realização dos valores: quais são as relações
internas entre os valores e os bens?
Os domínios em que a axiologia alcançou os seus melhores
resultados são os da ética e da estética. No que diz respeito à ética,
cujo objetivo é o bem ou a bondade, tenta-se substituir este último
termo pela ideia de valor, ou seja, a ciência dos valores morais.
O estudo do valor como problema filosófico começou a interessar
os investigadores na segunda metade do século XIX. Os primeiros
trabalhos sistemáticos sobre os valores foram efectuados na
Alemanha no final do século XIX. Um dos trabalhos mais antigos é o
de Windelband, publicado em 1884. Pouco tempo depois, surgiram
os trabalhos de Ehrenfels e Meinong. A obra fundamental sobre o
assunto surgiu no século XX, um ano antes do início da Primeira
Guerra Mundial: a Ética de Max Scheler. Seguiram-se livros de
Lessing, Müller Freienfels, Stern e Johanes Erich Hiede. Em 1926, foi
publicada a Ética de Nicolai Hartmann. Para Eduardo Gar- cía
Máynes (1982), a obra de Hartmann é "o melhor tratado sobre
questões axiológicas escrito neste século" (p. 205).
Os valores são um tema novo na filosofia; a axiologia, enquanto
disciplina que os estuda, deu os seus primeiros passos na segunda
metade do século XIX. É verdade que alguns valores inspiraram
páginas profundas de filósofos, desde Platão, e que a beleza, a justiça,
a bondade e a santidade foram objeto de preocupação dos
pensadores de todas as épocas.
As tentativas da axiologia foram orientadas, sem exceção, para a
compreensão dos valores isolados e, em particular, para o bem e o
mal. Hoje em dia, o estudo destes valores isolados adquire um novo
significado quando nos apercebemos do fio subtil que os une e da luz
que é lançada sobre cada um destes sectores por uma investigação
global sobre a própria natureza do valor. É por isso que a ética, que
tem uma longa tradição filosófica, deu um grande passo em frente
nos últimos anos, aperfeiçoando a sua capacidade de examinar os
valores.
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A descoberta de um novo princípio do mundo não pode ser


subestimada. Se a filosofia tende, pela sua própria essência, a dar uma
explicação da totalidade do que existe, qualquer descoberta que
melhore a nossa visão será uma verdadeira descoberta filosófica. Tão
ou mais importante do que uma nova explicação do mundo é a
descoberta de uma área até então inexplorada, pois um esquema
interpretativo dificilmente nos poderá satisfazer se tiver deixado de
fora, por ignorá-la, toda uma região da realidade. A quem se
acrescenta esta nova área, que regiões já tinham sido exploradas
quando os valores foram des- cobertos?
Desde os seus primórdios, a filosofia procurou dar uma visão
abrangente da totalidade do mundo, mas, ao fazê-lo, confundiu a
totalidade com um dos seus aspectos. A filosofia ocidental começou
há 26 séculos com uma preocupação sobre o ser do mundo externo.
Quando os Jónios, no século VI a.C., se interrogavam sobre o que é a
totalidade do mundo? Quando os jónios, no século VI a.C., se
perguntaram qual é o princípio, ou arché, da realidade, entendiam
por realidade a natureza, o mundo exterior. Por isso, escolheram
como resposta as substâncias materiais, chamadas água, apeiron ou
ar. O mundo exterior é assim o primeiro objeto de investigação
filosófica e as "coisas", no sentido habitual do termo, a primeira forma
de realidade. Mas um povo com a capacidade racional do grego - já
se disse mais do que uma vez, exageradamente, que o grego
"descobre" a razão - não se podia contentar com a contemplação do
mundo físico, e cedo se apercebeu de que ao lado desse mundo havia
um outro, de muito maior significado do que o primeiro, um mundo
ideal, digamos, o mundo das ciências, das ciências, das ciências, das
ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das
ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das
ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das ciências, das
ciências. É o mundo das ciências, dos conceitos, das relações, ou seja,
daquilo a que hoje chamamos objectos ideais. Os filósofos
pitagóricos, Sócrates e Platão, são os descobridores deste mundo das
essências. À realidade física e aos objectos ideais juntou-se mais
tarde o mundo psíquico-espiritual. Para além das pedras, dos
animais, dos rios e das montanhas, dos números, dos conceitos e das
relações, existem as nossas próprias experiências: a nossa dor e a
nossa alegria, a nossa esperança e a nossa preocupação, a minha
perceção e a minha memória. Esta realidade é inegável; embora
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estivesse tão perto do homem, demorou muito tempo a tomar
consciência dela. Tal como o olho que vê as coisas exteriores e só
anos mais tarde se descobre a si próprio - segundo a analogia de
Locke -, o espírito virou-se primeiro para o exterior e depois, uma
vez amadurecido, tomou consciência de si próprio.
retirou-se para si próprio.
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Quando se descobre um novo domínio, há normalmente dois


movimentos opostos. Um, a que já aludimos, e que é liderado pelos
mais entusiastas da descoberta, propõe a análise a partir de uma
nova perspetiva e tenta reduzir a realidade anterior a essa nova
realidade. Em oposição a este movimento, surge um outro que tenta
reduzir o novo ao antigo. Assim, enquanto uns defendem que toda a
filosofia não passa de axiologia, outros insistem que os valores não
são nada de novo, que se descobriu um homem novo para designar
velhas formas de ser.
Segundo a corrente psicologista, existiam três grandes sectores
da realidade: as coisas, as essências e os estados psicológicos. A
primeira tentativa foi a de reduzir os valores a estados psicológicos; o
valor, para estes filósofos, reduz-se a meras experiências.
Em oposição aberta a esta interpretação psicologista,
desenvolveu-se uma doutrina que rapidamente adquiriu grande
significado e prestígio, e que acabou por sustentar, com Nicolai
Hartmann, que os valores são essências, de acordo com as ideias
platónicas.
Para evitar confusões, é necessário fazer uma distinção entre
valores e bens. Os bens são equivalentes a coisas valiosas, ou seja,
coisas mais o valor que lhes é atribuído. Assim, um pedaço de
mármore é uma simples coisa; a mão do escultor acrescenta-lhe
beleza, "retirando-lhe tudo o que é supérfluo", e a coisa de mármore
transforma-se numa estátua, num bem; a estátua conserva todas as
características do mármore comum, o seu peso, a sua constituição
química, a sua dureza; no entanto, foi-lhe acrescentado algo que a
transformou numa estátua: esse acréscimo é o valor estético. Os
valores, do ponto de vista filosófico, não são, portanto, nem coisas,
nem experiências, nem essências: são valores.

4.3. Natureza dos valores

Esta secção procura explicar a natureza dos valores éticos, as suas


características, bem como as suas diferenças em relação a outros
tipos de valores e a outros conceitos.
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4.3.1. Objetividade dos valores

A análise dos problemas axiológicos centra-se na própria existência


dos valores, ou seja, se o valor que lhes é atribuído está ou não neles.
As duas posições igualmente fortes desenvolvidas sobre o assunto
são a teoria subjetivista e a teoria objetivista.
A primeira teoria do subjetivismo axiológico foi exposta por
Alexius Meinong na sua obra Psychological and Ethical Researches on
the Theory of Values (1854); nela, o autor explica que "uma coisa tem
valor positivo quando nos agrada e na medida em que nos agrada;
valor negativo, quando nos desagrada e na medida em que nos
desagrada" (citado em García Máynez, 1997, p. 240). De acordo com
esta teoria, a valoração positiva ou negativa de um objeto não se
encontra nele, mas na nossa sensibilidade e, por isso, os valores
morais não têm objetividade, ou seja, não têm valor em si mesmos,
mas o seu valor é subjetivo porque depende do sujeito que o
interioriza e orienta a sua conduta de acordo com esse valor.
Outro teórico da teoria subjetivista é Christian von Ehrenfels
(1859-1932), filósofo austríaco que desenvolveu estudos em
psicologia e moral, pertencente à escola fenomenológica e um dos
principais representantes da psicologia gestaltista. Na sua obra
Conceitos fundamentais da ética, publicada em 1907, este autor
explica que um objeto é valioso quando o desejamos e que a única
coisa real no seu valor é o facto de o desejarmos. Esta teoria, de
acordo com García Máynez (1997),

levanta um problema análogo ao da teoria de Meinong, pois em todo o


caso [...] as nossas reacções avaliativas são simplesmente uma criação
da nossa subjetividade, ou existe no objeto avaliado positiva ou
negativamente um valor ou um desvalor que condiciona essas reacções?
(pp. 420-421).

Há ainda que considerar que a palavra objeto, a que se referem as


teorias positivistas, não pode referir-se apenas a coisas, mas deve
incluir tudo o que é suscetível de uma qualidade, ou seja, de ser
estimado, como sentimentos, actos, intenções, manifestações, entre
outros. Para os teóricos subjectivistas, no entanto,
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o valor dos valores ou das suas qualidades, por outras palavras, não
depende deles próprios, mas exclusivamente das avaliações que o
sujeito faz de algo que está em nós e não no que é valorizado.
Na corrente subjetivista existem diferenças, a teoria de Meinong
e Ehrenfels é identificada como subjetivismo axiológico porque
defende que os juízos de valor são determinações individuais do
sujeito que age, decide ou orienta a sua conduta em função de
determinados valores aos quais está a atribuir uma ponderação. Para
García Máynez (1997), o subjetivismo pode também assumir um
carácter axiológico social que consiste em defender que "é valioso o
que é socialmente valioso, ou seja, o que cada sociedade considera
como tal" (p. 422). É certo que para alguns actores há valorações
socialmente dominantes que existem entre os membros de um
determinado grupo cujos juízos são aceites pelos componentes de
uma sociedade. O facto de um valor ser socialmente dominante não
prova a sua objetividade, é apenas a prova de uma aceitação mais
generalizada, é apenas um conjunto de juízos individuais
coincidentes.
Em oposição à doutrina subjetivista está a doutrina objetivista,
representada por dois expoentes máximos da teoria dos valores: Max
Scheler (1874-1928), filósofo alemão que deu à humanidade fortes
contributos para o desenvolvimento da ética, da antropo-logia
filosófica e da filosofia da religião, e Nicolai Hartmann (1882-1950),
filósofo alemão considerado um dos maiores expoentes da teoria dos
valores, com base nas suas obras de história da filosofia, ética e
estética. Segundo estes teóricos, os valores existem em si mesmos,
independentemente de qualquer ato de estimação ou conhecimento.
Estes autores não negam a relação entre o sujeito avaliador e o objeto
valorizado, mas o valor não é apenas uma função desta relação; isto
é, a força qualitativa dos valores não é uma função da determinação
do sujeito, mas do próprio valor, que tem a sua própria existência.
Na sua obra Ética (1926), Nicolai Hartmann caracteriza os
valores morais como:

a) As essências, o seu conhecimento é apriorístico e aparece ao sujeito da


avaliação como absoluto; b) Existem em si e por si, isto é,
independentemente umas das outras; c) Existem em si e por si, isto é, em
si e por si; d) Existem em si e por si, isto é, independentemente do sujeito
da avaliação.
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(c) Têm também o carácter de princípios: como tal, não dependem da


sua realização ou não, mesmo que não sejam indiferentes quanto à sua
realidade ou irrealidade (p. 109).

De acordo com a teoria objetivista, os valores têm uma


existência em si mesmos, são essências que não dependem do sujeito
que os valoriza, nem são formas sem conteúdo. As doutrinas de
Scheler e Hartmann coincidem na afirmação de que os valores,
mesmo que sejam objeto de um conhecimento apriorístico e mesmo
que tenham uma estimativa subjectiva e arbitrária, conservam a sua
validade. Para atribuir à realidade ética um ser em si, esta teoria
explica que o valor em si da ética é aplicável a todas as acções,
condutas, determinações e juízos do ser humano; que neste mesmo
conceito está incluído tudo o que na ordem real possui um
significado para o moralista.
Para concluir esta secção, pode afirmar-se que a objetividade dos
valores se baseia no facto de os valores serem e terem valor em si
mesmos, independentemente de o sujeito ser ou não capaz de os
apreender. Todo o bem autêntico é valioso, mesmo que não seja
considerado como tal. Não é o indivíduo que determina o valor dos
bens; a coisa é valiosa para a pessoa mesmo que ela não a conheça
ou, conhecendo-a, não a valorize. Os valores valem pela sua própria
virtude; eles impõem-se ao homem e este tem de se submeter a eles.
O objetivismo realça a importância de diferenciar entre valoração e
valor. Confundir valoração com valor é o mesmo que confundir
perceção com o objeto percebido. A perceção não cria o objeto,
apenas o capta.
Por outras palavras, as coisas não têm valor porque são
agradáveis, desejáveis ou úteis para nós; pelo contrário, são tudo isso
precisamente porque têm valor. Os valores requerem um substrato
material, sensível, que não tem sentido se for separado da pessoa. A
esfera social dos valores também deve ser sublinhada, uma vez que
os valores existem para uma pessoa, não num sentido puramente
individual, mas como um ser social.
Os valores, embora se exprimam nas coisas, não são, em
primeiro lugar, estruturas ou propriedades das coisas, ou seja, são
inerentes a elas, independentemente da forma como o homem, no
decurso da sua realização
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como tal, ele percebe-os. Os valores existem porque com eles o


homem é capaz de dar sentido à sua própria existência. O centro ou o
lugar dos valores é o ser humano concreto que existe com os outros
no mundo para realizar a sua própria existência. As coisas adquirem
valor na medida em que se tornam parte deste processo de
humanização do homem.
Finalmente, considera-se que nem o objetivismo nem o
subjetivismo podem explicar satisfatoriamente a natureza dos valores.
Os valores não se reduzem às experiências da pessoa que valoriza,
nem existem em si mesmos como um mundo de objectos
independentes cujo valor é determinado exclusivamente pelas suas
propriedades naturais objectivas. É o homem, enquanto ser histórico-
social e através da sua atividade prática, que cria os valores e os bens
em que estes se c o n s u b s t a n c i a m , e fora dos quais existem
apenas como projectos ou objectos ideais. As coisas não criadas pelo
homem (seres naturais) só adquirem valor quando entram numa
relação especial com ele, quando são integradas no seu mundo como
coisas humanas ou humanizadas. As suas propriedades naturais e
objectivas só adquirem valor quando servem fins ou necessidades
humanas, adquirindo assim o modo de ser peculiar de um objeto
natural humano.
Assim, os valores possuem uma objetividade particular que se
distingue da objetividade meramente natural ou física dos objectos,
que existem ou podem existir fora do homem, antes do homem ou
fora da sociedade. A objetividade dos valores não é nem a das ideias
platónicas (seres ideais) nem a dos objectos físicos (seres reais,
sensíveis). É uma objetividade particular, humana, social, que não
pode ser reduzida ao ato psíquico de uma pessoa individual, nem às
propriedades naturais de um objeto real.
A objetividade dos valores transcende o quadro de uma
determinada pessoa ou grupo social, mas não ultrapassa a esfera do
homem enquanto ser histórico-social. Os valores, em suma, não
existem em si mesmos, para além dos objectos reais cujas
propriedades objectivas são dadas como propriedades valiosas,
humanas, sociais, nem existem no contexto da relação com uma
pessoa; existem tanto objetivamente como com uma objetividade
social. Por conseguinte, os valores só existem no mundo social, ou
seja, por e para os seres humanos.
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4.3.2. Bondade dos valores

Os valores éticos visam fazer o bem; orientam a ação humana de


forma responsável para o que é bom, o que é correto, o que
representa o bem-estar na família, na comunidade, na esfera social e
pessoal.
Ao revermos a doutrina ética, verificamos que os filósofos
concordam que os valores tenderão sempre para a realização de
acções que proporcionem o bem-estar humano. A título de exemplo,
verificamos que, no tempo da filosofia grega, se afirmava que as boas
acções eram aquelas que estavam relacionadas com o cumprimento
das leis naturais, pois só assim se poderia alcançar a felicidade. A
ética deontológica, representada principalmente pelo filósofo Kant,
razão pela qual esta conceção é também conhecida como "ética do
dever", afirma que a conduta moral é regida pela razão, procurando
assim promover pessoas autónomas e autogeridas. Da mesma forma,
na ética dialógica, cujo principal representante é Habermas, afirma-
se que, embora seja correto basear a conduta ética no raciocínio
pessoal, que em princípio adopta o pensamento kantiano, é ainda
melhor basear-se em acordos sociais baseados no diálogo; por outras
palavras, se o raciocínio para a conduta ética é válido para uma
pessoa, também deve ser válido para os outros, porque o que é bom
para um é bom para todos.

4.3.3. Os valores como guia

Os valores são ideias, crenças, princípios interiorizados e convicções.


Milton Rokeach (1979) afirma que "há pelo menos quatro categorias
de crenças: existenciais, avaliativas, causais e prescritivas e que os
valores pertencentes à quarta categoria são prescritivos" (p. 93).
Devido à sua natureza prescritiva, os valores exercem uma
influência muito importante nas nossas acções, servindo de guia.
Juan Escames (1973) afirma neste sentido que "uma das funções mais
importantes dos valores é servir de padrões para guiar a vida dos
homens, bem como para regular o seu comportamento" (p. 46).
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Além disso, o carácter orientador dos valores é o facto de


constituírem um parâmetro, pois servem de quadro de referência
para avaliar o comportamento próprio e alheio.

4.3.4. Polaridade dos valores

Afirma-se que os valores "se movem dentro de dois pólos: positivo-


negativo ou valor-antivalor" (Cajamarca, 1994, p. 12). Os elementos
que se encontram no pólo positivo são chamados "valores" e os que
se encontram no pólo negativo são chamados "anti-valores".
Esta caraterística dos valores apresenta-os divididos num valor
positivo e num valor negativo correspondente. Assim, a beleza opõe-
se à fealdade; o mal ao bem; o injusto ao justo. Na sua realidade, o
desvalor, ou valor negativo, não implica a mera ausência de valor
positivo: o valor negativo existe por si mesmo e não como
consequência do valor positivo. A fealdade tem tanta presença
efectiva como a beleza. O mesmo se pode dizer de outros valores
negativos, como a injustiça, o desagrado ou a deslealdade.
Tem-se argumentado que a polaridade implica a rutura da
indiferença. Podemos ser indiferentes aos objectos do mundo físico.
Por outro lado, assim que lhes é incorporado um valor, a indiferença
deixa de ser possível; a nossa reação - e o valor correspondente - será
positiva ou negativa, de aceitação ou rejeição. Não existe nenhuma
obra de arte que seja neutra, nenhuma pessoa que permaneça
indiferente ao ouvir uma sinfonia, ao ler um poema ou ao ver um
quadro.

4.3.5. Hierarquia de valores

Os valores podem ser ordenados hierarquicamente, ou seja, existem


valores mais baixos e valores mais altos. A ordenação hierárquica dos
valores não deve ser confundida com a sua classificação. Uma
classificação não implica necessariamente uma ordem hierárquica. Os
valores, por outro lado, são apresentados na sua ordem hierárquica
ou o que alguns autores designam por "tabela de valores"; porque
embora todos os valores tenham valor, o seu valor não é dado no
mesmo grau, alguns são mais relevantes do que outros.
Do ponto de vista filosófico, tem-se refletido muito sobre a razão
pela qual alguns valores são mais relevantes do que outros, mas, mesmo
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assim, continua a haver um grande debate sobre a razão pela qual
alguns valores são mais relevantes do que outros.
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Não existe uma hierarquia definitiva que sirva de referência para


ordenar todas as avaliações. Um dos primeiros investigadores a
estudar formalmente este fenómeno foi Milton Rokeach (1973) que
constatou, entre outras coisas, que "quando existem diferenças entre
uma cultura e outra, estas tendem a variar o grau de preferência por
alguns valores, sequenciando-os de forma diferente de uma cultura
para outra" (p. 146).
Por outro lado, se é fácil afirmar a existência de uma ordem
hierárquica, a dificuldade da hierarquia de valores reside em
identificar concretamente qual é essa ordem, ou em determinar
critérios válidos que nos permitam estabelecê-la. No entanto, a
existência de uma ordem hierárquica é um incitamento permanente
à ação criativa e à elevação moral. O sentido criativo e ascendente da
vida assenta fundamentalmente na afirmação do valor positivo sobre
o negativo e do valor superior sobre o inferior.
Os seres humanos individuais, bem como as comunidades
específicas e os grupos culturais, baseiam-se num conjunto de
valores. É verdade que estas tabelas de valores não são fixas, mas
flutuantes e, portanto, nem sempre coerentes; mas não há dúvida de
que o nosso comportamento em relação aos outros, as suas acções,
criações estéticas, etc., são julgados e preferidos de acordo com uma
tabela de valores que influenciam o nosso comportamento e as
nossas preferências. No entanto, não será possível determinar
criticamente uma tabela de valores sem primeiro examinar a
validade dos critérios que podem ser utilizados para a des- cobrir.
Esta é uma das questões que o capítulo seguinte explora.

4.4. Categorização dos valores jurídicos

No desenvolvimento doutrinário da investigação científica sobre a


teoria dos valores, há um esforço de ordenação e sistematização dos
mesmos. Nesta secção apresentamos a estruturação dos valores,
elaborada pelos autores que consideramos mais representativos, com
destaque para os valores jurídicos.
A classificação e, nalguns casos, a sistematização dos valores
jurídicos, tem sido profusamente tratada pela filosofia do direito.
Uma das classificações mais aceites é a que integra os
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Os valores jurídicos são divididos em três grandes categorias: valores


jurídicos fundamentais, valores jurídicos consequenciais e valores
jurídicos instrumentais.
Os valores jurídicos fundamentais compreendem todos os
fundamentos ou princípios estruturais que sustentam a existência de
toda a ordem jurídica; entre esses valores encontram-se a justiça, a
segurança jurídica e o bem comum. De acordo com García Máynez
(1997), quando estes valores não são respeitados pelos "detentores
do poder [...] os destinatários desses mandatos acabam por se
convencer de que estão sujeitos à força e não ao direito" (p. 439). De
facto, os valores fundamentais constituem a base de toda a ordem
jurídica que permite a cada membro de um Estado realizar um
programa de vida digno enquanto indivíduo e, enquanto grupo, um
melhor desenvolvimento humano.
Os valores jurídicos consecutivos, por outro lado, são aqueles que
têm como consequência imediata a realização harmoniosa dos valores
jurídicos fundamentais. Ou seja, através de valores jurídicos
fundamentais como a justiça, a segurança jurídica e o bem comum,
quando estes são respeitados, surgem como consequência valores
consequentes como a liberdade, a igualdade e a paz social. Num
Estado em que as relações entre governantes e governados e
governados entre si respeitam, aplicam e vivem os valores
fundamentais, haverá necessariamente valores consequentes como
consequência. Finalmente, para esta classificação, os valores jurídicos
instrumentais são constituídos pelos procedimentos ou meios para a
realização dos valores fundamentais e consequenciais. Para García
Máynez (1997) "as garantias constitucionais e, em geral, todas as
garantias processuais, são instrumentalmente válidas na medida em
que funcionam como meios para a realização de valores de qualquer
das outras duas espécies" (p. 439). Estes valores são constituídos por
todos os procedimentos, formas e meios que o ordenamento jurídico
de um Estado cria para o respeito e defesa ou, conforme o caso,
restauração de valores jurídicos fundamentais e consequentes. Entre
estes valores contam-se os direitos humanos, sistematizados na
secção dogmática dos textos constitucionais dos Estados-Membros.
Estados contemporâneos.
O estudo dos valores jurídicos é analisado pela filosofia do
direito. O mestre mexicano Eduardo García Máynez analisa esta
questão
AX I O LO G I A O T E O R I A D O S V A L O R E S 105

Na sua Filosofia do Direito (1997), publicada na sua primeira edição em


1974, aborda o assunto em pormenor.

4.5. Categorização dos valores na doutrina


ética

Hierarquia de valores segundo Max Scheler


Valores sensíveis (os mais elementares): Valores legais
Agradável-desagradável Justo-injusto

Valores vitais Valores do conhecimento puro


Nobre-vulgar
Saudável- Valores religiosos
saudável- Divino e sagrado -
saudável profano Culto e
Juventude- sacramento Beatitude -
envelheciment desespero Fé -
o Coragem- incredulidade
medo Piedade-impiria
Generosidade Veneração
Honra Adoração

Valores estéticos
Bello-feo
Fonte: Gutiérrez Saenz, 2000, pp. 183-184.

Tabela de valores de Milton Rokeach

Valores terminais Valores


Uma vida Ambicioso
confortável Uma Tolerante
vida interessante Competente
Realização pessoal Competente
Um mundo de paz Alegre
Um mundo de Corajoso
beleza Igualdade Perdoar Perdoar
Segurança Útil
familiar Liberdade Honesto
Felicidade Imaginativo
Harmonia Intelectual
interior Lógico
Maturidade no Lógico
amor Segurança Capaz de amar
nacional Prazer Obediente
Respeito por si próprio Cortês Educado
Reconhecimento social Responsável
Amizade verdadeira Independente
Sabedoria Auto-
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disciplinado

Fonte: Escámez & Ortega, 1996, p. 118.


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Tipologia motivacional dos valores segundo Shalom Schwartz


Realiz Estatuto social e prestígio, controlo ou domínio sobre pessoas e
recursos.
ação Sucesso pessoal, demonstrando competência de acordo com as
normas sociais.
de Prazer e gratificação sensual para si próprio.
Excitação, novidade e desafios na vida.
energ
Pensamento independente e comportamento autónomo:
escolher, criar ou explorar.
ia
Compreensão, apreço, tolerância e proteção do bem-estar de
todas as pessoas e da natureza.
Hedonismo
Preservação e melhoria do bem-estar das pessoas com q u e m
Estimulação tem contactos frequentes.
Auto-direção Respeito, empenhamento e aceitação dos costumes
e ideias que a cultura tradicional ou a religião
proporcionam.
Universalidad
Restrição de acções, tendências e impulsos que possam
perturbar ou prejudicar os outros ou violar as expectativas ou
e
normas sociais.
Segurança, harmonia e estabilidade na
Benevolência
sociedade, nas relações e em si próprio.

Cumprim

ento da

tradição

Segurança
Fonte: Schwartz, 1994, pp. 19-45.

Valores positivos e negativos propostos por Ortega y Gasset


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Deficientes físicos Bom-mal Bom-mal
Útil: abundante-escasso Espiritual e moral: justo-injusto
caro-barato, etc. Escrupuloso-relaxado
Leal-injusto, etc.
Saudável-doente Bello-feo
Sinais vitais: selecionado-vulgar, Estética: gracioso-fofo
energético-inerte, forte-fraco, etc. Harmonioso-
inharmonioso
Conhecimento-erro Intelectual:
exato-aproximado Evidente- Santo ou sagrado-profano
provável, etc. Religioso: divino-demónio
Derivado do supremo
Miraculoso-mecânico, etc.

Fonte: Ortega y Gasset, 1978, p. 184.


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Valores espirituais propostos pelo cristianismo

O cristianismo afirma que a vida moral do ser humano é sustentada pelos dons do Espírito
Santo. Estes formam as virtudes de quem os recebe e tornam-no fiel na obediência às
inspirações divinas. Estes dons correspondem a:

Sabedoria
Inteligência
Conselho
Fortaleza
Ciência
Piedade
Piedade
Temor de
Deus

Fonte: Estepa Llaurens, 1992, p. 414.

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