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Ética Social
Charles Augusto A. V. Santos
16/11/2021
A base para este trabalho é a visão axiológica que Miguel Reale tem da ética, essa ética
tem como princípio o valor, diferentemente da tradição que considerava o bem como ação ética.
Há a necessidade de estudar como se dá esse valor para Reale, muitos estudiosos percebem
uma teoria dos objetos, que é o estudo da natureza de algo que é passível de ser colocado como
objeto do conhecimento.
Além disso, tem que se observar as características que Reale coloca como sendo do valor,
portanto o estudo a seguir se trata na questão do valor, daí se dá a ética no mundo culturalista do
acadêmico Miguel Reale.
Como visto na frase “desse modo, na raiz de toda instauração de um bem de cultura há
uma relação ‘inter homines’, com base numa relação “intersubjetividade” com o outro, para isso é
necessário que uma norma que diga a cada um o que é seu.
Segundo Reale, a ética é a parte da filosofia que tem por objeto os valores que presidem o
comportamento humano em todas as suas expressões existenciais. E o estudo desses valores é a
axiologia.
Reale compreende o valor da seguinte maneira:
Segundo essa premissa de Reale, o valor é entendido como algo que deveria ser, numa
visão baseada em Hans Kelsen.
Há para Reale um valor fundante, que vira uma invariante axiológica, que são valores-
fonte que não se alteram conforme o tempo e não desaparecem do cenário cultural. Desses valores,
podemos pontuar o valor da pessoa humana, o valor à vida, e um mais recente, o valor a
propriedade privada.
A ética poderia parecer uma expressão de ideias dominantes, porém, segundo Reale, ela
está em uma instância superior, como se fosse uma manta que cobrisse todo o nosso mundo social,
como a moral, a própria norma, os costumes, a política e o governo, tudo está sob a manta da ética.
Mas há um problema, onde se encontra o valor? E como observa-lo?
Reale inova na chamada “teoria dos objetos”, que tem base na categoria do ser e dever.
Essa inovação se dá pelo motivo de que ele não vê o valor como “objeto ideal”, como via Max
Scheler e Hartmann, é essa sua síntese superadora, que supera a posição bidimensional e vê o valor
dentro de um novo “setor” na teoria dos objetos.
O valor para Reale, é indescritível, o que pode se dizer sobre é que “ser é o que é” e que
“valor é o que vale”.
Para melhor explanação, a teoria dos objetos distingue aquilo que pode ser conhecido em
“setores”, os primeiros setores são de objetos físicos juntamente aos objetos psíquicos, os objetos
físicos englobam tudo aquilo que faz referência ao espaço e ao tempo, enquanto os psíquicos fazem
referência somente ao tempo, esses objetos correspondem aos denominados bens naturais.
Diferente desses, tem o “setor” dos objetos ideias – na qual, o valor estava contido antes de
Miguel Reale – que não fazem referência nem ao espaço nem ao tempo, são entidades abstratas, que
existem enquanto pensadas pelo homem.
O valor, mesmo ausente de temporalidade e espacialidade, ele tem uma peculiaridade, por
isso a necessidade de ser observado em um novo “setor”, ele só pode ser considerado a partir de
alguma coisa existente.
Com essa síntese, Reale afirma uma autonomia do valor, que não é englobado pelos outros
objetos ideais, podendo com essa síntese de que o valor é algo autônomo e objeto da ética,
compreender uma nova concepção de cultura como um “reino intercalado para unir mundos (o da
natureza e o do valor) ”. Essa comunicação era vista como impossível de acontecer.
Concluindo, o valor é objeto da ética, e Reale vê o valor como dever-ser, um ideial, a luz
da teoria dos objetos, mas sempre em correlação ao fato e a norma, garantindo assim sua
dinamicidade e concretude. Por isso, Reale diz que os termos “ontognoseologia” e
“tridimensionalidade” firmaram em seu espirito.
Referencias