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Fundamentos da Ética e da
Objetivos da unidade
Plano da unidade
Bons Estudos!
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Ética, Valores Humanos e Transdisciplinaridade
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IMPORTANTE:
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entender o modo confuso e equivocado com que as duas palavras são usadas: os
homens modernos não gostam de dizer que suas ações são morais, pois isto
equivaleria a dizer que elas são corretas apenas porque são conformes ao costume
e à tradição. Preferem dizer que agem segundo uma ética para denotar um
suposto caráter independente, reflexivo e filosófico de sua posição existencial e
política.
Diante disso, o apelo por mais ética na política nada mais é do que um apelo
por mais fidelidade aos antigos valores morais do mundo ocidental. Desta forma, lá
onde se alardeia uma novidade, produto de uma reflexão "filosófico-ética" original,
nada mais há do que valores antigos sob novos nomes ou "novas fachadas". Por
outro lado, há níveis de complexidade dos problemas humanos reais e concretos
que já não são tão facilmente resolvidos com base nos costumes tradicionais.
Veja-se que ninguém precisa fazer apelo à reflexão ética para dizer que "é
imoral um vizinho roubar o cachorro do outro e dá-lo de presente a um amigo". Em
geral, poder-se-ia dizer que a lei moral "não roubarás" surgiu neste mesmo
contexto elucidativo, ou seja, problemas humanos antigos continuam sendo
suficientemente bem resolvidos pela moral tradicional. Logo, um dos grandes
dilemas dos estudos da moral na atualidade pode ser resumido nas seguintes
questões: existem ou não valores morais válidos para todos os homens? Como
justificar a classificação das ações em moralmente corretas ou incorretas, boas ou
más?
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Portanto, não cabe à ética formular juízos de valor sobre a prática moral de
outras sociedades ou épocas, mas sim explicar a razão de ser destas mudanças de
moral, esclarecendo o fato de o homem ter recorrido a práticas morais diferentes e
até opostas. É importante notar que a ética não deve ser confundida com moral,
como podem induzir expressões correntes como “ética católica” ou “ética do
capitalismo”.
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Neste regime, o trabalho era garantido pelos servos, possibilitando aos nobres uma
vida dedicada ao ócio e à guerra. A moral cavalheiresca deriva e baseia-se no
pressuposto da superioridade da nobreza, exaltando a virtude da lealdade e da
fidelidade — suporte do “sistema de suserania”. Em contraposição, o trabalho é
desvalorizado e restrito aos servos. Esta situação foi alterada substantivamente com o
aparecimento da burguesia, a qual, formada pelos antigos servos libertos, tendeu a
valorizar o trabalho e criticar a ociosidade (Cf. ARANHA, 2003).
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Contudo, ainda que a moral mude historicamente, e uma mesma norma moral
possa apresentar um conteúdo diferente em diferentes contextos sociais, a função
social da moral em seu conjunto ou de uma norma particular é a mesma, isto é,
regular as ações dos indivíduos nas suas relações mútuas ou as do indivíduo com a
comunidade, objetivando preservar a sociedade no seu conjunto ou a integridade
do grupo social.
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A ética é a ciência da moral, ou seja, de uma Embora a moral possua um caráter social, o
esfera do comportamento humano. Neste individuo tem um papel fundamental, pois a
sentido, a ética não é moral nem a moral é moral exige a interiorização das normas e
científica. deveres.
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Mesmo considerando a origem divina das ideias morais, por intermédio das
quais os indivíduos teriam adquirido a consciência dos meios adequados à sua
elevação ao plano espiritual dos valores perenes, a investigação do problema da
moral não pode desprezar os processos históricos responsáveis pelos mecanismos
de criação, funcionamento e aplicação dos padrões e das regras morais. Todas as
sociedades humanas possuem valores padrões, normas de conduta e sistemas que
garantem a aplicação e o funcionamento das mesmas.
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Mas o que é imoral e amoral? No sentido geral, o termo imoral significa algo
que é contrário à moral. Especificamente, diz respeito a uma conduta ou regra que
contraria a moral prescrita pela sociedade. Em outras palavras, entende-se por
imoral tudo aquilo que uma sociedade (em um determinado espaço e tempo)
consensualmente não admite ou julga ser correto ou justo em relação à conduta
ou ao comportamento social de um indivíduo e um grupo de indivíduos que
pertencem a ela.
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Cabe notar que a partir desta consideração, Vázquez entra em uma calorosa
discussão entre as teses metafísicas e historicistas sobre a origem da moral, o que
nos conduz a uma reflexão sobre os seus fundamentos, ou seja, uma discussão a
respeito da legitimidade com que a moral se impõe aos indivíduos. Se a moral
possui uma origem metafísica, não está ao alcance do
homem modificar seus postulados fundamentais, tais Barbárie: estado ou
como, o princípio "faça o bem e evite o mal". Um princípio condição de bárbaro.
metafísico como este garante por si mesmo uma forte
fundamentação teórica para o ordenamento moral da
sociedade. Se concepções historicistas da origem da moral estiverem certas, a
moral a que estamos submetidos relativiza-se os nossos próprios atos, o que torna
um desafio repensar os seus fundamentos.
Com efeito, torna-se possível não apenas reformá-la, mas fazê-la com a
consciência de que ela é apenas um produto humano. Isto retira boa parte de sua
força de imposição e legitimidade proveniente da ideia de sua origem metafísica,
transcendente e sagrada. O que acontece com o indivíduo e com a sociedade que
dessacraliza sua moral? Surge o risco da desordem e da desestruturação da
sociedade? Desestruturar a sociedade é correr risco de voltarmos para a
animalidade, para a barbárie.
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Por conta disso, o âmbito da moral passar a existir como um traço de formação
que todo homem recebe do processo de interação. Essa formação é inteiramente
não-religiosa na sua própria justificação: por isso se diz que a moral do homem
moderno é laicizada. Os valores morais não são reconhecidos como revelados por
uma um origem divina, ou seja, trata de valores que não são sagrados. Ao
contrário, estes valores são resultantes do processo histórico de sua
dessacralização. A eles recusa-se qualquer transcendência, qualquer caráter
sagrado. Mas existem objetivamente e sua existência pode até ser estatisticamente
verificada, ou seja, justificada através de critérios científicos.
Não é somente o critério científico que a moral justifica-se. Ela pode ainda ser
justificada pelos seguintes critérios:
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Por essa razão, existe uma estreita vinculação entre os conceitos morais e as
realidades humana e social, sujeitas historicamente à mudança. Com efeito, as
doutrinas éticas não podem ser consideradas isoladamente, mas dentro de um
processo de mudança e de sucessão que constitui propriamente a história. Ética e
história, portanto, relacionam-se duplamente: com a vida social e com a sua
própria história, uma vez que cada doutrina ética está em conexão com as
anteriores.
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A ética surgiu na Grécia, no século V a.C., com o surgimento dos sofistas e com
a atitude de reação aos sofistas por parte de Sócrates. A sofística aparece num
momento cultural e político muito específico da história e cultura grega. No
período clássico grécia, os sofistas rejeitam a tradição mítica ao considerar que os
princípios morais resultam de convenções humanas. Embora na mesma linha de
oposição aos fundamentos religiosos, Sócrates se contrapõe aos sofistas ao buscar
explicar os princípios morais não nas convenções, mas na natureza humana.
Um sofista era um professor e, por este motivo, a palavra sophistés era utilizada
para se referir aos poetas, que foram os primeiros educadores na Grécia. Em
princípio, a palavra sofista não possui um sentido pejorativo que veio adquirir mais
tarde, em Atenas, quando os seus inimigos os acusavam de charlatães e
mentirosos. O que ensinavam os sofistas? Os sofistas ensinavam a arte de
argumentar e persuadir, arte decisiva para quem exerce a cidadania em uma
democracia direta.
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Para Kant, esse ato de autonomia e de poder agir publicamente, sem ser
acusado por ninguém, é a fonte da satisfação moral. Essa atitude moralmente
válida decorre unicamente do uso de nossa capacidade racional, da liberdade da
nossa vontade e, sobretudo, da orientação que, por educação, imprimimos à nossa
vontade para que se torne boa ou para que seja absolutamente boa.
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Nessa perspectiva, o inimigo não é mau: "Em Homero, tanto o grego quanto o
troiano são bons. Não passa por mau aquele que nos inflige algum dano, mas
aquele que é desprezível". Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche
preconiza a "transvaloração de todos os valores" e denuncia a falsa moral,
"decadente", "de rebanho", "de escravos", cujos valores seriam a bondade, a
humildade, a piedade e o amor ao próximo. Também, contrapõe a ela a moral "de
senhores", uma moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos
fundamentais. A “moral de senhores” é positiva, porque baseada no sim à vida e se
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Estes modos dos valores são possibilidades de realização dessa vida para
Nietzsche. Estes, por estarem articulados com o próprio modo de dar-se da vida,
isto é, com o movimento da vontade, são sempre passíveis de apreensão através
de duas disposições fundamentais: as disposições afirmativas e reativas.
Respectivamente, aquelas que indicam sintonia e dissintonia com a compreensão
de vida como valor. No primeiro caso, a disposição afirmativa surge na sintonia
com uma perspectiva que se constrói a partir do “aquecimento” do modo de ser
sempre eterno da gênese de realidade, celebrando a vida enquanto experiência de
criação (Cf. MACHADO, 1999, p. 78).
O que Nietzsche revela com isso é que os escravos negam os valores vitais e
resulta na passividade, na procura da paz e do repouso. Nesta perspectiva, o
homem se torna enfraquecido e diminuído em sua potência.
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SUGESTÃO DE FILME
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