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FACULDADE PRESBITERIANA MACKENZIE RIO

Graciele da S. Cruz
Josiane R. Pessôa Costa
Luiz Gabriel C. de Azevedo
Márcio André Lopes Brito

ÉTICA, MORAL, AXIOLOGIA E VALORES:


RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS E CONVERGÊNTES

Rio de Janeiro
2019
Graciele da S. Cruz
Josiane R. Pessôa Costa
Luiz Gabriel C. de Azevedo
Márcio André Lopes Brito

ÉTICA, MORAL, AXIOLOGIA E VALORES:


RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS E CONVERGÊNTES

Trabalho apresentado para a disciplina Ética


e Cidadania, da Faculdade Presbiteriana
Mackenzie Rio.

ORIENTADOR: Prof.º Jouberto Heringer da Silva

Rio de Janeiro

2019
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................5

2 ÉTICA E MORAL ..................................................................................................... 6

3 RELAÇÃO INTRÍSECA ENTRE ÉTICA, MORAL E VALOR .................................... 7

4 VALOR: NATUREZA E DEFINIÇÃO.........................................................................8

5 CONFUSÃO ENTRE VALOR E BENS......................................................................9

6 CONCLUSÃO..........................................................................................................12

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO

Para desenvolver os temas que serão abordados, iniciaremos com o seguinte


exemplo: Alguém lhe pede alguma ajuda financeira na rua, ou simplesmente uma
pessoa com deficiência visual lhe pede ajuda para atravessar, você tem a opção de
ajudar ou não, certo? Nesse exemplo podemos dizer que pela ética você não seria
obrigado a ajudar em nenhuma das situações. Entretanto, a moral, poderia permitir
com que reflita sobre seus valores, e conseguinte reflita sobre aquela situação e
ofereça a ajuda necessária.

Portanto, por apenas um exemplo podemos perceber os conceitos de ética e


a moral atuante. Essas pequenas palavras chaves e retóricas fazem parte da rotina
do indivíduo social, elas nos acompanham seja no ambiente familiar, escolar ou
profissional. Contudo, apesar dessas definições e regras já “pré-estabelecidas” pela
sociedade, existe uma confusão ao denotar as definições conceituais que às
distinguem e também a relação de completude entre elas, além dos equívocos que
há entre as definições como valores e axiologia que também compõem essa
conjuntura. Com isso, o trabalho em questão tem como objetivo desmistificar e
elucidar tais conceitos, a partir da investigação etimológica e análises comparativas.
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2. ÉTICA E MORAL

Partindo do estudo etimológico a palavra “ética” é oriunda do grego “ethos”,


que significa, textualmente, “morada”, “habitat”, “refúgio”. Ao voltamos aos
primórdios das primeiras construções envolvendo o tema, podemos destacar o
filósofo Aristóteles que acreditava que a ética é caracterizada pela finalidade e pelo
objetivo a ser atingido, que seria viver bem, ter uma boa vida, juntamente e para os
outros.

Neste seguimento, podemos considerar a ética como uma forma referida ao


um modo de ser, à natureza da ação humana, isto é, de uma maneira de proceder
sobre as situações da vida e também das relações com outra pessoa. A palavra
“ética” também pode ser pensada como um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar de esclarecer as regras morais de
forma racional e fundamentada. Assim, levando uma reflexão sobre a moral.

Já a palavra “moral” é oriunda do termo latino “Morales”, que significa “relativo


aos costumes”, ou seja, o que se consolidou como sendo verdadeiro do ponto de
vista da ação. Logo, a moral pode ser pensada como o conjunto de regras aplicados
no cotidiano e que são utilizadas regularmente por cada cidadão. E estas mesmas
regras norteiam cada um, em relação aos seus julgamentos sobre o que é certo ou
errado, moral ou imoral, e as suas ações.

2.1 RELAÇÃO DE COMPLETUDE

A Moral provoca a ética para repensar e a ética tem como objeto de estudo a
própria moral, não havendo rompimento uma da outra, mas sendo independente
entre si. Desta forma, a moral é resultado do padrão cultural vigente e que engloba
as regras tidas como necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem
parte de determinada sociedade.
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3. RELAÇÃO INTRÍNSECA ENTRE ÉTICA, MORAL E VALOR

Ainda que intimamente ligados, valores moral e ética possuem significados


distintos, ainda que, o dicionário entregue um ou outro como significados, sendo certo
que estão ligados às ideias de valores, princípios e regras, respectivamente.

Sobretudo, o uso de valores sob a perspectiva do sujeito que leva a construção


de outros valores, ou seja, valores morais e valores éticos, de acordo com a
consciência de cada indivíduo. Assim a ideia de valor é anterior aquelas ideias, com
permissões e proibições próprias de acordo com suas características.

Logo podemos perceber que há uma relação tridimensionalidade de valor,


moral e ética, onde moral e ética nunca reduzem a esfera de pensamento e ações,
decerto que a universalidade do mundo de valores é infinita, ressaltando ainda a
habitual confusão acerca dos valores morais, em desprezo a outros importantes
valores.

Outrossim, ressalta a proximidade de valores com a cultura a história, a religião,


o meio social e a religião, e que atualmente vem assumido, cada vez mais feições
laicas.

3.1 AXIOLOGIA E VALORES

O termo Axiológico trata-se daquilo que tem uma condição de um valor ou


que constitui uma axiologia, ou seja, os valores preponderantes em uma sociedade.

A configuração do axiológico ou a dimensão axiológica de determinado


assunto implica na ideia de discernimento de escolha do próprio ser humano por
valores morais, éticos, estéticos e espirituais. A axiologia é a teoria filosófica
encarregada por esmiuçar esses valores, com foco especificamente nos valores
morais. Já etimologicamente, a palavra "axiologia" significa "teoria do valor", sendo
formada a partir dos termos gregos "axios" (valor) + "logos" (estudo, teoria).

Portanto, nesse sentindo, o valor, ou aquilo que é valorizado pelas pessoas, é


uma decisão individual, abstrata e consequência da cultura onde o indivíduo está
adentrado. Logo, podemos perceber que existe características inconfundíveis entre
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axiologia e valores, pois ambas são acepções distintas, ao passo que, uma é próprio
objeto de estudo, e outra estuda valores.

4. VALOR: NATUREZA E DEFINIÇÃO

A importância de valores, sejam eles em todas as espécies, alcançado de forma


intuitiva, emotiva ou racional são indispensáveis ao convívio social e as relações
humanas complexas.

Em constante evolução, o valor tem natureza histórica com o surgimento na


civilização romana e com os pensadores, sob a ideia da consciência pessoal e
individual, arraigado por formalismo moral de acordo com a consciência e não pelo
real significado, e assim os valores podem ser relativos aos absolutos de acordo com
a posição que o sujeito ocupa e ainda subjetiva e objetiva marcante na discussão da
natureza.

4.1 PARA UMA DEFINIÇÃO DE VALOR:

Antes de continuarmos nesse tema, devemos analisar e elucidar as


seguintes perguntas:

O que é valor? E como defini-lo?

A axiologia palavra do grego também traduzida como valor, é tudo aquilo que
se refere a um conceito de valor ou que constitui uma axiologia, isto é, os valores
predominantes em uma determinada sociedade, ou seja, de modo simples, podemos
dizer que o valor é o que dá dignidade ao ser.

O termo valor nos traz a ideia de algo precioso, de grande estima, algo
valioso. O valor é algo a nós imposto como uma consciência, um conjunto de
qualidades que a medida em que desenvolvemos nossa habilidade de pensamento
e ação se aprimora, nos tornando mais críticos quanto a nossas atitudes tanto
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individuais, quanto coletivas. Podemos afirmar que o caráter é moldado a medida em


que somos expostos aos valores a nossa volta.

5. CONFUSÃO ENTRE VALOR E BENS

“As coisas são chamadas "valores" (valiosas) não porque participem


vagamente de um universal valorativo abstrato, ou de um qualquer ideal de
valor inventado ex nihilo pelo homem, mas porque respondem objetivamente
aos interesses e problemas profundos do sujeito. Deste modo, é pela relação
que o sujeito mantém com as coisas que adquire a natureza de valor “ (Silva,
2010; Pontarolo, 2005; Gonçalo, 2008; Cabanas, 1998).

Quando falamos em valor não estamos nos referindo ao contexto de mais valia
sim e aos valores individuais a nós transmitidos que nos moldam desde então no
âmbito individual e coletivo.

Algo que acontece frequentemente é o uso do “bem” como se fosse um valor


quando de fato não é. Há uma distinção entre bem e valor, porém, não podemos negar
que o bem pode se transformar em valor em algumas circunstancias. Um exemplo
claro da diferença entre ambos, é nos referirmos há virtude como sendo um valor,
quando na verdade se trata de um bem, tendo em consideração sua característica
valiosa.

De fato, o bem não possui valor em si mesmo, ele possui determinadas


qualidades mais reais que podem nos satisfazer de maneira mais eficaz. O bem se
transforma em valor a medida da nossa necessidade e consciência individual.

Em resumo podemos dizer que há valor nas seguintes circunstancias: I o


sujeito se interessa pelo objeto e este não lhe é indiferente; II. O objeto (bem) tem
interesse (ou é útil) em si mesmo; III. Há uma apreciação parcial, que o sujeito adota
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face ao objeto. Porém, é a combinação de cada um destes fatores que forma o valor
e não um deles tomado isoladamente.

A educação recebida por cada ser humano tem um papel fundamental para o
desenvolvimento desses valores, de acordo com o ganho da consciência reflexiva que
vai de encontro direto a formação do caráter. Porém, é preciso ter em mente que os
valores não são uma entidade autônoma. Ou seja, de um lado existe o bem que existe
independente de qualquer apreciação subjetiva e de outra o valor que é a qualidade
abstrata preferencial atribuída pelo sujeito suscitada pelas características inerentes de
determinado objeto que satisfazem as necessidades e interesses daquele

5.1 VALOR: SUAS CARACTERÍSTICAS

Os valores humanos são as características que nos diferenciam do restante


dos seres vivos e estão relacionados, principalmente, à dignidade e à moral. Alguns
exemplos incluem, honestidade, respeito, responsabilidade, tolerância e humildade.

Dentre as suas características, as de maior importância e destaque são:

- Ideais, pois está contido no mundo dos pensamentos de que os pensa, não são
absolutos ou transcendentais, mas nos remetem para uma crença ou uma dimensão
que nos ultrapassa.

- Irrealidade, na medida em que os valores não são materiais, palpáveis, no sentido


de se poderem tocar ou manusear, não têm existência objetiva. É, nesse sentido,
que ouvimos dizer a expressão: "os valores não são; os valores valem”.

- Apreços: os valores são apreciáveis, estimáveis e admiráveis. Por isso,


indignamo-nos quando os vemos destruídos, por exemplo obras de artes e
patrimônios culturais.

- Inexauríveis, no sentido em que o seu valor não se esgota em nenhuma das suas
realizações.

- Intemporais, pois os valores estão para além do devir temporal; caso contrário,
não seriam valores;
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- Objetividade axiológica: os valores são objetivos como as figuras geométricas,


quando temos uma base de sua representação, conseguimos intuí-la como sendo
algo objetivo (ex: quando dizemos que um ato foi justo ou injusto, dizemo-lo por
referência ou por comparação com a ideia objetiva de Justiça que todos possuímos);

- Hierarquia, nem todos os valores valem do mesmo modo, ou da mesma maneira,


na escala vertical (há valores que são mais elevados do que outros), segundo o grau
de importância ou de preferência (critério) que o sujeito decidir atribuir-lhes.
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6. CONCLUSÃO

Neste trabalho, procura-se uma diferenciação quanto ao entendimento dos


termos ética e moral; com base na leitura do texto, podemos considerar uma
prevalência da ética relativamente à moral, contudo não podemos separá-las devido
a importância que existe entre as mesmas, dado que ambas são absolutamente
necessárias e complementares.

Pode-se fazer a mesma alusão para os valores, pois se opõem às normas e


às regras, num primeiro momento, muito embora delas possam vir a necessitar, num
segundo momento, para se expressarem e manifestarem.

Contudo, é axiomático a importância que cada um destes conceitos se


reveste quer para o dizer quer para o fazer ético humano nos diversos contextos em
que o sujeito se insere.
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BIBLIOGRAFIA

PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em


torno de um conceito comum. Kriterion, Belo Horizonte , v. 55, n. 130, p. 483-
498, Dec. 2014 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
512X2014000200002&lng=en&nrm=iso>. access
on 11 Oct. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2014000200002.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 3ª ed. [Trad. Mário da Gama Cury.] Brasília:


Universidade de Brasília, 1992.

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