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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

AULA 2 – TEMPO
HISTÓRICO
NA EDUCAÇÃO

Olá,

Sócrates, Platão e Aristóteles tem grande influência nos pensadores da


história da educação e nos métodos de ensino dos dias de hoje.
O método de Sócrates consistia em perguntas e respostas. O
pensamento socrático se confunde com a própria obra de Platão, pois
apresenta Sócrates ora como um mestre cujos ensinamentos são anunciados,
ora como uma figura mestra que promove e concretiza a filosofia platônica.
Aristóteles defende a educação que começa na infância, quando a
criança recebe as primeiras lições de sua família, estendendo aos jovens que
devem receber educação pública, inclusive na pólis (Cidade-Estado), essa
educação percorre toda a vida de um cidadão adulto. Dessa forma, as
atividades mais comuns podem contribuir para o desenvolvimento do homem
e todas as etapas do aprendizado devem apoiar a eudaimonía (felicidade).

Bons estudos!
Nessa aula, você vai estudar sobre algumas influências e acontecimentos
relevantes que contribuíram para a educação que conhecemos. Ao final dessa
aula, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir as características da cultura da educação romana.


• Examinar a influência do Cristianismo na educação atual.
• Compreender sobre a importância da primeira revolução burguesa no campo
educacional.
• Conhecer as características da pedagogia realista.
• Apreender a importância do idealismo educacional dos iluministas.
2 A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE

A origem da nossa civilização remonta é a Grécia, o que justifica o início desta


aula, levaremos em conta o papel desempenhado pelos gregos no campo da
educação, particularmente no que diz respeito aos ideais de desenvolvimento
humano. O mundo grego havia perdido suas tendências educacionais, mas os
ensinamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles inquestionavelmente prevalecem
sobre outros pensadores da época. Esparta e Atena eram rivais, mas eram exemplos
de organização social, duas concepções de educação. (LUZURIAGA, 1983)
Esparta era uma sociedade de guerreiros que valorizava, particularmente, o
exército espartano. Eles defendiam a educação totalitária, militar opressiva e cívica,
onde todos os benefícios eram sacrificados pelo bem do Estado. Atenas, cidade-
estado democrática, segundo o modelo da época, utilizava o processo educacional
como meio pelo qual as pessoas adquiriam conhecimento sobre o que é certo, belo e
bom.
Sócrates (Figura 1) criou um método de diálogo pedagógico que incorpora
ironia e maiêutica. Dessa forma, ele se distanciou tanto dos sofistas, cuja educação
se concentrava apenas no sucesso individual, quanto de Esparta, onde o sistema
educacional servia aos interesses do Estado e não do indivíduo. Sócrates foi um
pioneiro que, ao concluir sua educação, compreendeu o valor da personalidade
humana, não do indivíduo subjetivo, mas da essência de todas as pessoas.
(LUZURIAGA, 1983).

Figura 1 - Sócrates

Fonte: https://bityli.com/lzInC
Roma têm diversos pontos de convergência e divergência com o ideal grego
de educação. Segundo Lorenzo Luzuriaga (1983), a cultura e a educação romanas se
distinguiam pelos seguintes princípios:

• A exigência do estudo individual e psicológico do aluno.


• Considerar da vida familiar, especialmente, do pai nas atividades educativas.
• Humanos: valorização da ação, da vontade, sobre a reflexão e a contemplação.
• Políticos: ênfase no poder, do afã de domínio, de império.
• Sociais: proteção da vida individual e familiar perante o Estado ou em conjunto
com o Estado.
• Culturais: falta de filosofia, de investigação desinteressada, mas por outro lado
criação das normas jurídicas, do direito.
• Educacionais: enfatizar a força de vontade do hábito e da prática como atitude
realista em relação ao intelectual e idealista grego.

Apesar da existência desses princípios, o estabelecimento do primeiro sistema


nacional de educação em tempos mais avançados estendeu a educação de Roma até
as fronteiras do império.

Marco Fábio Quintiliano foi o maior pedagogo romano. A sua pedagogia


reconhecia a importância do estudo psicológico do aluno, por isso enfatizava
o valor humanístico e espiritual da educação, atribuindo requinte ao ensino
das letras e reconhecendo o valor do educador. De acordo com Luzuriaga
(1983, p.68), Quintiliano fez o primeiro estudo de caráter psicológico, de que
se tem notícia, sobre a figura do educador. Até hoje, muitos dos princípios
educativos defendidos por Quintiliano permanecem válidos.
(VASCONCELOS, 2002).

2.1 A Educação na Idade Média

Os rumores da cultura ocidental mudaram com a entrada do cristianismo, e com


ele, a compreensão do processo educacional. Mas relatos históricos nos dizem que o
Cristianismo coexistiu com o Império Romano por cinco séculos. Jesus foi o primeiro
mestre no cristianismo, seguido pelos apóstolos, os evangelistas e por seus
discípulos. O ambiente no qual se fortalece o processo educativo é a comunidade
cristã primitiva, então gradualmente essa comunidade se transforma em organização
eclesial, por um lado, e familiar, por outro. Estes são os dois pilares principais do
processo educativo quando o cristianismo se institucionaliza na igreja; assim se forma
fundamentalmente um catequista, mas lentamente começaram a surgir os primeiros
educadores cristãos (MORIN, 2001).
Inicialmente, os professores eram os Padres da Igreja Católica, que formavam
os chamados PATRÍSTICA, do qual fazia parte Santo Agostinho (Fig. 2) esse que foi
educado na tradição helênica, na escola retórica de Cartago e era um ávido leitor de
Cícero; deve - se notar que ele também foi um escritor prolífico. Santo Agostinho foi
um dos maiores pensadores da igreja e nos propiciou diversas obras que ainda hoje
são lidas e publicadas, destacando-se "Confissões" e "Cidade de Deus".

Imagem 2 – Santo Agostinho

Fonte: https://bityli.com/Yqbup

É dividido em duas fases o sistema educacional de Santo Agostinho: primeiro


prioriza o valor do desenvolvimento humano, depois a busca do ascetismo é o
segundo objetivo, mas em ambos os casos o desenvolvimento moral é essencial, “a
profundeza espiritual, que nos ilumina a inteligência e faz reconhecer a lei divina
eterna” (LUZURIAGA, 1983, p. 76). Mas sua filosofia de educação não diminui a
importância da educação física, do exercício, da oratória ou do conhecimento
histórico.
Segundo Gadotti, os sacerdotes alcançaram pleno êxito no cumprimento de
sua tarefa educativa e “Criaram ao mesmo tempo uma educação para o povo, que
consistia numa educação catequética, dogmática, e uma educação para o clérigo,
humanista e filosóficoteológica” (GADOTTI,1996, p.52).
Em suma, os estudos do período Medieval eram o Quadrivium (aritmética,
geometria, astronomia e música) e Trivium (gramática, dialética e retórica). O sistema
educacional, inspirado em Carlos Magno, foi dividido em três níveis a partir do século
XVIII:

I- Educação Elementar, ministrada por padres nas escolas paroquiais. O foco


principal aqui era a doutrinação de camponeses, e não o ensino real.
II- Educação Secundária, ministrada em conventos; e
III- Educação Superior, ministrada nas Escolas Imperiais, onde eram formados os
funcionários do Império.

O advento da ESCOLÁSTICA no final do primeiro milênio da era cristã tentou


conciliar a mente filosófica gregoriana com a fé cristã. São Tomás de Aquino era o
representante mais proeminente dessa nova abordagem intelectual ele acreditava que
a revelação divina era suprarracional, mas não antirracional, essa mudança de ponto
de vista foi causada, especialmente, pelo conflito com os seguidores de Maomé. Para
criar uma educação integral que favoreça o desenvolvimento das potencialidades de
cada pessoa, São Tomás de Aquino procura unir a educação cristã e a educação
Greco-Romana. Ou seja, a educação era a atividade em que os potenciais dons se
tornavam reais aos olhos de São Tomás de Aquino. (MORIN, 2001)
Embora nunca tenha abordado diretamente o tema da educação, a escolástica
teve um efeito significativo em na pedagogia católica como um todo, e também foi
trazida para o Brasil pelos jesuítas que chegaram com o primeiro governador do Brasil,
Tomé de Souza, em. Ainda hoje é uma estratégia de ensino aplicada em salas de aula
tradicionais.

2.2 A Reviravolta Educacional Provocada pelo Renascimento

O começo do século XVI é marcado por uma nova etapa na trajetória intelectual
percorrida no mundo greco-romano desde a antiguidade. O homem renascentista
acreditava na razão e nas realizações culturais da antiguidade. Essa mudança na
forma como o ser humano vivencia o mundo e a si mesmo esteve intimamente
relacionada ao desenvolvimento da ciência e das recentes descobertas tecnológicas.
Desta forma, as grandes explorações, a invenção da bússola e, acima de tudo, a
invenção da tipografia por Gutenberg, expandiram a fé no potencial humano enquanto
encorajavam a individualidade, o pioneirismo e a aventura que agora dizemos serem
bons para a humanidade. Assim, foi inevitável que surgissem novas concepções de
educação e de ensino. (DURKHEIM, 1973).
Portanto, o humanismo está se desenvolvendo, mas também tem um elemento
meramente laico. Destacam-se, nesse cenário, os ensaios sobre “Pedantismo” e “Da
educação das crianças” de Michel de Montaigne. Fundamentalmente, o que se discute
é uma educação voltada para o desenvolvimento de uma personalidade burguesa que
condiz, principalmente, aos clérigos, a nobreza e a burguesia. Desde o Renascimento,
um novo grupo social surgiu como uma nova classe social que competirá com a igreja
e a nobreza pelo poder político, conquistado pela Revolução Francesa no século XVIII.
O monge agostiniano Martinho Lutero realmente iniciou a primeira revolução
burguesa (1483-15 6). O efeito mais notável da reforma foi a substituição do controle
do sistema educacional para os países protestantes. A saída de Lutero do catolicismo
foi uma clara consequência de sua aceitação das ideias renascentistas. Entretanto,
Gadotti (1996, p. 6) afirma que a escola pública defendida por Lutero não é laica, e
sim religiosa e preserva seu elitismo, pois em sua opinião a educação deveria ser
acessível a todos. Conforme o autor a educação pública destinava-se primeiro, à
classe alta da burguesia e, em segundo lugar, às classes comuns, às quais deveriam
ser ensinadas o essencial, incluindo a doutrina cristã reformada. É sabido que a Igreja
Católica atualizou o guia de estudos "Ratio atque Institutio Studiorum" para orientar
suas práticas no campo educacional como resposta à Contra - Reforma realizada pela
Companhia de Jesus nas áreas de cultura e educação.
Desde 1599, este guia forneceu planos, programas e métodos educacionais
católicos aos professores sacerdotais. Após a morte do fundador, Manuel da Nóbrega,
no Brasil, os jesuítas começaram a defender fielmente os ensinamentos da
Companhia de Jesus explícito na "Ratio Studiorum" em 1600. Como resultado, eles
desenvolveram um sistema educacional que servia em duas frentes: a formação das
lideranças da elite e a educação catequética das populações indígenas.
(DURKHEIM,1973).
2.3 O Pensamento Pedagógico Moderno - A Educação No Século XVIII

O advento da educação realista no século XVII marcou um ponto de inflexão


entre a pedagogia renascentista e iluminista do século XVIII. A pedagogia realista é
profundamente influenciada pelo racionalismo de Descartes e pelo empirismo de
Francis Bacon. Sem contar a profunda revolução provocada pela teoria heliocêntrica
de Nicolau Copérnico desenvolvida no século XVI, ela também foi influenciada pelo
movimento científico da época, liderado por Galileu e Kepler.
Os principais autores da educação realista são Ratke, Comenius e Locke. Essa
educação objetiva substituir o conhecimento verbal prévio pelo conhecimento das
coisas, dessa maneira almeja desenvolver uma nova didática e ainda fortalece mais
a individualidade do aluno e defende o princípio da tolerância em relação às suas
personalidades únicas e ao seu inerente valor moral e social. Muitos dos princípios
pedagógicos articulados por Ratke, Locke e, principalmente Comenius ainda hoje são
aplicáveis e foram fortemente integrados ao movimento Escola Nova ao final do séc.
XIX e início do séc. XX. As preocupações dos governantes, pensadores e políticos do
século XVIII eram voltadas para as questões educacionais, com destaque para
Rousseau e Heinrich (LUZURIAGA, 1983, p. 149).
O mesmo procedimento é realizado com a representação dos revolucionários
de 1789, Condorcet e Lepelletier. Eles apresentaram planos para a organização do
sistema educacional nacional durante a Revolução Francesa. A partir daí a educação
nacional começou a se desenvolver, assim como a educação pública. As reformas
iniciadas no Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759, no Brasil representam uma
tentativa fracassada na mesma direção. Com base na perspectiva pedagógica, os
princípios da educação sensor alista e racionalista, naturalismo e idealismo na
educação, assim como da educação individual e nacional.
O sistema educacional ideal dos iluministas é reconhecido no mais alto nível
da razão humana. Desta forma, Luzuriaga sintetiza os princípios orientadores do
iluminista ideal do século XVIII:

a) desenvolvimento da educação estatal, da educação do Estado, com maior


participação das autoridades oficiais no ensino;
b) começo da educação nacional, da educação do povo pelo povo ou por
seus representantes políticos;
c) princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau da escola
primária, que fica estabelecida em linhas gerais;
d) iniciação do laicismo no ensino, com a substituição do ensino religioso pela
instrução moral e cívica;
e) organização da instrução pública em unidade orgânica, da escola primária
à universidade;
f) acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une pensadores e
educadores de todos os países;
g) primazia da razão, crença no poder racional e na vida dos indivíduos e dos
povos; e
h) reconhecimento da natureza e da intuição na educação (LUZURIAGA,
1983, p. 150-151).

A justo título, Rousseau pode ser considerado um dos fundadores da escola


ativa na educação. Ele foi o primeiro a reconhecer que a mente de uma criança difere
da de um adulto e, mais tarde, tornou -se uma figura padrão para o individualismo na
educação.

Não mostreis nunca à criança nada que ela não possa ver. Enquanto a
humanidade quase lhe é estranha, não podendo elevá-la ao estado adulto,
abaixai para ela o homem à condição de criança (ROUSSEAU, 1979, p. 197)

Rousseau estende o conceito de infância para seu próprio tempo e o modifica


ao fazê-lo. Cada fase da vida tem seu próprio ritmo, e o desenvolvimento precoce da
fala ou mesmo do conhecimento do mundo é prejudicial. Tal previsão fere a natureza
e cria o efeito oposto pretendido. Portanto, para erros verbais Rousseau (1979) diz:

(...) é um pedantismo insuportável e um cuidado dos mais supérfluos insistir


em corrigir nas crianças todos esses pequenos erros contra os usos, erros de
que não deixam de se corrigir elas próprias com o tempo (ROUSSEAU, 1979,
p. 53)

Duas ideias opostas sobre organização social e educação surgiram do


iluminismo no século XIX. Por um lado, existe o positivismo, que tem como objetivo
fortalecer o paradigma educacional burguês e, por outro, existe o movimento popular
e socialista. O representante mais proeminente do primeiro é Augusto Comte (1798-
1857) que ao final do século XIX, influenciou o reformador da educação brasileira
Caetano de Campos, o segundo é Karl Marx (1818-1883). Os dois representam
correntes de pensamento que, em conjunto com ideias católicas e liberais, inspiraram
o pensamento pedagógico do Brasil no século XX.
Como resultado, entre os 26 educadores brasileiros que assinaram o Manifesto
dos Pioneiros pela Educação Nova em 1932, nos deparamos com mestres
educacionais influenciados por essas correntes de pensamento. O sociólogo francês
E. Durkheim (1858-1917), que tem um proponente no Brasil chamado Fernando de
Azevedo, é uma figura proeminente no positivismo. O sociólogo Durkheim enfatiza:

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que


não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo
suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos,
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e
pelo meio especial que a criança, particularmente, se destine (DURKHEIM,
1978, p. 41)

A educação deve ser útil, de acordo com o filósofo britânico Alfred North
Whitehead (1861-1947): “A educação é a aquisição da arte de utilizar os
conhecimentos. É uma arte muito difícil de se transmitir”. De outra forma, a ideia
socialista de educação contrapõe com a concepção britânica. Segundo Gadotti (1996,
p. 119), “ela propõe uma educação igual para todos”.
Um dos objetivos do movimento socialista, como o discurso liberal dos
princípios fundamentais de laicidade e educação do manifesto dos fundadores, já
havia sido defendido por Thomas Morus (1478-1535) em seu livro " Utopia “. O
movimento socialista na educação retrata uma extensa diversidade de ideias
pedagógicas, várias culminaram em uma série projetos de educação gratuita que
integraram princípios educacionais e direcionaram práticas pedagógicas em
numerosas economias de mercado (GADOTTI, 1996).
Contudo, o grande movimento educacional do século XX está,
inquestionavelmente, ligado à filosofia pedagógica da Escola Nova educacional, como
Ferrière, um professor, autor e conferencista da Suécia, e John Dewey, um filósofo
americano liberal que serviu de principal inspiração para o movimento da Escola Nova
no Brasil, tendo como inspiração Anísio Teixeira.
Dewey acreditava que educação era ação (aprender fazendo) e, como
resultado, o lado pedagógico da educação caiu em segundo plano. Ele via a educação
como um processo contínuo no qual a experiência real, ativa e produtiva de cada um
era continuamente reconstruída. Segundo ele, a escola não necessitaria preparar os
alunos para a vida, mas que a escola deveria ser a própria vida. No seu livro chamado
"Como Pensamos", de 1979, ele descreve cinco estágios do processo de pensamento
que sempre vêm à mente ao enfrentar um desafio. As etapas são as seguintes:

a) Necessidade sentida;
b) Análise da dificuldade;
c) As alternativas de solução do problema;
d) A experimentação de várias soluções, até que o teste mental aprove uma delas;
e) Ação como prova final para a solução proposta que deve ser verificada de modo
científico.

É possível chegar à conclusão de que a educação é um processo para Dewey


e não um produto, sendo que ensinar os alunos a pensar é, provavelmente, o aspecto
mais crucial. Este é o famoso princípio de "aprender fazendo “, que foi esquecido por
um tempo, mas voltou a ser valorizado no início deste milênio.
Outros intelectuais da educação também se destacam no movimento, como:

• Ovide Decroly, que desenvolveu a metodologia dos centros de


interesse;
• Maria Montessori, nome consagrado da educação infantil, ela fez uma
revolução nos ambientes de aprendizagem com novas maneiras de
trabalho;
• Édouard Claparède, para quem a educação foi definida como a
satisfação das necessidades humanas, desde então o termo " educação
funcional";
• Jean Piaget, cuja pesquisa se concentrou na natureza do
desenvolvimento da inteligência infantil e, juntamente com Vygotsky e
Wallon, estabeleceu as bases para uma filosofia educacional
construtivista

2.4 Os quatro pilares

Os estudos de Piaget influenciaram outros pesquisadores, com destaque para


a psicóloga argentina Emília Ferreiro, que, a partir de suas pesquisas sobre processos
de alfabetização infantil, influenciou educadores brasileiros com estudos e práticas de
sala de aula voltadas para essa área.
As ideias pedagógicas da Escola Nova também foram influenciadas pelo
educador brasileiro Paulo Freire, cujo pensamento educacional é, hoje, mundialmente
conhecido, embora discordasse do conservadorismo político de alguns integrantes
desse movimento (VASCONCELOS, 2002).
Concluindo esse rápido panorama, consideramos ser necessário comentar a
educação no terceiro milénio. As mudanças que vemos hoje com o desenvolvimento
das tecnologias de comunicação e informação nos fazem repensar as práticas
pedagógicas, que enquanto práticas sociais não estão imunes a esse conjunto de
mudanças.
As consequências da terceira revolução industrial (informática, microeletrônica
e engenharia genética) são ainda mais profundas do que as causadas pelas duas
primeiras. Com as duas primeiras, observamos o surgimento de uma preocupação
com a educação de massas, que levou principalmente à construção de grandes
sistemas de educação de massa a partir do século XIX, principalmente devido aos
novos modos industriais de produção e urbanização.
No início do século, condicionada pelas consequências da globalização, a
construção de uma educação planetária torna-se uma preocupação. Sua fundação
está sobre os quatro pilares no Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 - Quatro Pilares

Fonte: UNESCO, 1998

Segundo o filósofo francês Edgar Morin, os educadores devem considerar a


natureza do conhecimento que é ensinado nas escolas, enfatizando o ensino da
condição humana, da identidade terrena e das incertezas que afetam cada vez mais
a espécie humana. Isso ajudará a desenvolver uma educação que está vocacionada
para a compreensão em todos os níveis educativos e para todas as idades, o que
exige uma mudança de pensamento e tendo em conta a natureza tripartida da
condição humana, que é ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/espécie. Para criar
"controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a
Humanidade como comunidade planetária", Morin afirma que a educação em
humanidades é essencial (MORIN, p. 2001).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEWEY, J. Como pensamos. Tradução de Godofredo Rangel. São Paulo: Nacional,
1ª ed. 1933.
DEWEY, J., 1859-1952 Vida e educação/ John Dewey; tradução e estudo preliminar
por Anísio S. Teixeira.
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 9. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1996.
LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da Pedagogia. São Paulo: Cia
Editora Nacional, 1983.
MORIN, E. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Livraria
Bertrand Brasil, 2001.
ROUSSEAU, J.-J. Carta a Christophe de Beaumont e outros escritos sobre a
religião e a moral Organização e tradução de José Oscar de Almeida Marques.
São Paulo: Estação Liberdade, 2005a.
UNESCO. Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o século
XXI. São Paulo: Cortez, 1998.
VASCONCELOS, B. A. “Quatro princípios de educação oratória segundo Quintiliano”,
in: Phaos - Revista de Estudos Clássicos, vol. 2, 2002.
WHITEHEAD, Alfred North, A Ciência e o mundo moderno. Trad. Hermann Herbert
Watzlawskied. Ed. Paulus, São Paulo, 2006, col. Philosophica, 264p.

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