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Unidade II
5 MODELOS PEDAGÓGICOS NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
O pensamento pedagógico surge a partir da reflexão sobre a prática da educação, ou seja, a prática
educativa é anterior ao pensamento pedagógico, este surge a fim de sistematizar e organizar a prática
em função de determinados fins e objetivos (GADOTTI, 2001).
A doutrina pedagógica mais antiga é o taoísmo que prega pela vida tranquila e pacífica. Confúcio
(551–479 a.C.), sob doutrina taoísta, pregava o ensino dogmático e memorizado.
Para os egípcios, houve destaque no uso de bibliotecas e criação das casas de instrução, nas quais
eram promovidos ensinamentos de leitura, escrita, história dos cultos, astronomia, música, medicina,
dentre outros.
Para o povo hebreu, a educação deveria ser rígida e minuciosa com técnicas de repetição, a partir do
cristianismo seus métodos influenciaram a cultura ocidental.
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Unidade II
Com a queda do Império Romano e a partir das invasões bárbaras, a influência greco‑romana é
limitada e impõe‑se o crivo ideológico da Igreja Cristã.
Destaca‑se que Cristo havia sido um grande educador utilizando‑se de parábolas, estabelecendo
diálogo com os humildes a partir de uma linguagem popular e erudita.
O Império Árabe, com predomínio islâmico, não queria mutilar a cultura grega em função dos seus
interesses. Assim, foram eles que a levaram ao ocidente.
Nesse período da Idade Média há destaque para a criação das universidades. Alguns historiadores
afirmam que as universidades medievais eram menos elitistas que as renascentistas.
Nesse período da história há uma revalorização da cultura greco‑romana, tornando a educação mais
prática, incluindo a educação do corpo e a substituição dos métodos mecânicos por procedimentos mais
agradáveis.
Em reação à Reforma Protestante, a Igreja Católica criou o índice de livros proibidos e organizou a
Inquisição, também criou a Companhia de Jesus com ação dos jesuítas. A educação jesuítica privilegiava
os dogmas, a conservação das tradições em uma educação científica e moral em detrimento de uma
abordagem humanística.
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE
Nesse período há uma nova forma de produção econômica, o sistema de cooperação, opondo‑se ao
modo feudal.
Tudo o que fora ensinado até então era considerado suspeito. Há um questionamento do que é a
verdade, com predomínio da razão e do método.
João Amos Comênio afirmava que a educação do homem nunca termina, pois estamos sempre em
formação.
Ao lado da luta popular pelo acesso à escola tem‑se a popularização da educação religiosa a partir
dos metodistas, com as escolas dominicais e ordens religiosas católicas dedicando‑se à educação popular.
Jean Jacques Rousseau inaugura uma nova era na educação com o resgate da relação entre educação
e política. Outro grande avanço foi o de não vislumbrar mais a criança como um adulto em miniatura.
Ressalta‑se nesse período o estado natural do homem, com isso, tem‑se uma educação que permite
o desabrochar da natureza humana. Ocorre um movimento de libertação da repressão dos monarcas e
do despotismo do clero.
Immanuel Kant supera a contradição de conhecimento inato x conhecimento pela experiência. Para
Kant, o homem é o que a educação faz dele através da disciplina, didática, formação moral e da cultura.
Manteve‑se nesse período a diferenciação de educação popular (para trabalhar) da educação para
classe dirigente (para governar)
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Refere‑se à concepção burguesa de educação. Destaque para Augusto Comte, que se pautava no
pensamento positivista.
Cabe explicitar que o positivismo nasce como filosofia e segue como ideologia e que
a contribuição positivista na educação refere‑se ao valor dado à ciência, ao que é passível de
comprovação concreta e quantificação.
Surge do movimento popular pela democratização do ensino. Gramsci critica a divisão de ensino
clássico e profissional e apontava o trabalho como um princípio antropológico e educativo.
Para Karl Marx a transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução social.
A teoria da Escola Nova propunha que a educação fosse instigadora da mudança social e, ao mesmo
tempo, se transformasse, já que a sociedade também estava em mudança.
Há destaque para Montessori que desenvolveu em seus trabalhos o foco nas experiências sensoriais
e para Piaget que teve como foco o desenvolvimento da inteligência na criança.
Embora esse movimento “escolanovista” não tenha relação direta com o tecnicismo pedagógico,
teve grande preocupação com os meios e técnicas educacionais.
Na segunda metade do século XX surgem críticas à educação e a afirmação do quanto essa educação
reproduz a sociedade. Algumas teorias que abordam o sistema de ensino como função ideológica:
O pensamento pedagógico com autonomia nacional teve início a partir da Escola Nova e, até então,
havia uma reprodução do pensamento religioso medieval.
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE
Católicos e liberais representavam grupos diferentes, porém o denominador comum entre esses
grupos era a configuração de facções de grupos dominantes.
Com o pensamento pedagógico progressista é que se coloca o papel da educação na transformação social.
O destaque é dado ao educador e pensador Paulo Freire, considerado um dos maiores educadores do
século XX. Sua ideia central é pautada na concepção dialética: educador e educando aprendem juntos
em uma relação dinâmica, na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, tornando‑se
um processo de constante aperfeiçoamento.
Para Paulo Freire, através da educação, é possível alcançar a autonomia intelectual do cidadão para
intervir sobre a realidade. A educação é compreendida como ato político
O pensamento pedagógico brasileiro é rico e está em movimento, não é possível reduzi‑lo a esquemas.
A perspectiva atual é de discussão sobre a educação pós‑moderna e multicultural.
Nesse sentido, a atuação do profissional de saúde está em focalizar o potencial da pessoa para o
bem‑estar e encorajá‑la a modificar hábitos pessoais, estilo de vida e ambiente, de modo a reduzir os
riscos e aumentar a saúde e o bem‑estar. Para isso, o princípio de corresponsabilização nas práticas
terapêuticas torna‑se fundamental.
As direções propostas pela OMS para a promoção da saúde incluem a necessidade da redução das
desigualdades sociais e construção de uma comunidade ativa (SANTOS; WESTPHAL, 1999).
Pela complexidade dos fatores envolvidos no fenômeno saúde, a promoção da saúde passa a
ser compreendida como um investimento na articulação de todos esses fatores, visando maximizar
as possibilidades de saúde e evitar a doença. Remetendo ao referencial do processo saúde‑doença
previamente apresentado, acrescentamos que o foco está em maximizar os fatores de fortalecimento à
saúde e minimizar os fatores de desgaste.
Considerado esse contexto, a promoção da saúde vem ao encontro da necessidade de uma nova
ética social, estruturada pelo compartilhamento de possibilidades e potenciais (AKERMAN; MENDES;
BÓGUS, 2004).
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Observação
Com o que apresentamos até aqui, conseguimos retomar as discussões da unidade I deste livro‑texto,
pois a partir das bases conceituais apresentadas acerca do processo saúde‑doença e do processo
ensino‑aprendizagem, bem como a evolução e organização política da atenção à saúde, percebemos
que cada vez mais a complexidade do que compreendemos como saúde exige uma atitude de liberdade
para o alcance desta.
Com isso, a nova ética social mencionada acima envolve, obrigatoriamente, novas formas de relações,
e, nessas novas relações, inferimos a necessidade de uma nova relação de educação em saúde, pautada
não mais em normas e regras a serem cumpridas, mas em uma dinâmica de diálogo capaz de emancipar
o indivíduo na sua livre busca pela saúde, subsidiado, necessariamente, com as estruturas políticas,
econômicas e sociais pertinentes.
Retomando o foco desta unidade III, temos como elementos de discussão o que Oliveira (2005)
chama de modelo preventivo e modelo radical de educação em saúde. Cabe dizer que a nomenclatura
para os modelos pedagógicos, em especial os modelos de educação em saúde, apresentam variações
conforme os autores estudados, porém, a base teórico‑filosófica desses modelos pode clarificar os
pressupostos de cada um.
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE
O modelo preventivo de educação em saúde, que pode ser denominado como educação em saúde
tradicional, é permeado pelas tradições da biomedicina. O objetivo central desse modelo é a prevenção de
doenças. A abordagem preventiva da educação em saúde trabalha com a ideia de que os modos de vida
dos indivíduos, tais como alimentação com pobre equilíbrio nutricional, exercícios físicos insuficientes
ou ausentes, tabagismo, dentre outros, são as principais causas da falta de saúde. Com isso, os hábitos
insalubres são vistos como consequência de decisões individuais equivocadas. Essa forma de conceber
as causas do adoecimento compreende como uma falha moral da pessoa, o que a leva à posição de
culpada e vítima pelo seu próprio infortúnio (OLIVEIRA, 2005).
O objetivo da prevenção de doenças deve ser alcançado por meio da persuasão dos indivíduos, para
que esses adotem modos de vida saudáveis ou comportamentos considerados pelos profissionais do
campo da biomedicina como compatíveis com a saúde (TORRES; ENDERS, 1999).
Essa forma de compreender a educação em saúde considera o adoecer um ato de escolha individual.
Nesse contexto, o profissional de saúde deve conhecer os hábitos saudáveis de vida, informar a população
e esta escolher entre seguir ou não essas regras de saúde.
A nova abordagem de educação em saúde que responde às premissas da promoção à saúde é aqui
denominada modelo radical de educação em saúde. Na perspectiva educativa, esse modelo está pautado
na consciência crítica das pessoas para que a saúde se configure em um recurso para uma vida com
qualidade (OLIVEIRA, 2005).
Para considerar efetivamente a autonomia como meta, há que se respeitar a possibilidade das
pessoas educadas optarem por agir de uma forma não saudável e, uma vez que não se coloque em risco
a liberdade dos outros, esse deve ser visto como resultado final aceitável de um processo educacional
(WEARE, 1995).
Essa informação é real, porém complexa de ser vivida, devido ao estabelecimento de relações de
poder, conscientes ou não, em nossas relações sociais. Portanto, enquanto profissional da saúde, em
geral a pessoa se percebe em um patamar superior de poder em relação ao usuário do serviço de
saúde, ao menos pelo mérito do conhecimento. Assim, desenvolver a humildade para uma relação
na qual o resultado pode ser diferente do que se espera é um grande desafio. Desafio necessário no
estabelecimento da nova ética nas relações para a promoção da saúde, uma ética pautada na liberdade
que requer autonomia.
A ideia apresentada no parágrafo anterior é reforçada por Oliveira (2005); este contribui afirmando
que um ponto problemático na metas do processo de empowerment (palavra sem tradução literal no
português que significa algo como “empoderamento”) no campo da promoção da saúde e educação em
saúde é o que se refere à aceitação acrítica da proposição de uma relação igualitária entre educadores
e educandos.
Em geral, os educadores em saúde são profissionais com formação em saúde e, assim, são considerados
como experts, status que pode dificultar a promoção da livre escolha. Desse modo, com respeito à
natural pressão do conhecimento dos profissionais da saúde sobre as escolhas das pessoas é relevante
saber que a promoção de decisões autônomas é ainda mais complexa por envolver relações de classe,
gênero, idade e raça (OLIVEIRA, 2005).
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE
Saiba mais
Leia o trecho a seguir extraído do jornal de debates de 1º de setembro de 2007 – Educação Egípcia,
por Nelson Valente:
Um dos traços marcantes da cultura egípcia foi o seu realismo. Esse aspecto se
evidencia quando analisamos o espírito e a organização da educação dos egípcios.
Como todos os sistemas pedagógicos orientais, a educação egípcia visou à transmissão
às novas gerações de uma tradição revelada, de um tesouro cultural, considerado como
de origem divina.
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Unidade II
Exemplo de aplicação
1. Considerando o seu conhecimento sobre a evolução histórica da educação, cite uma crítica ao
modelo educacional egípcio.
2. Cite uma semelhança entre o acesso à educação na educação egípcia e na atual realidade da
educação no Brasil citada por Severino (2000).
De acordo com Silva et al. (2010), a tríade educação, saúde e suas práticas eram e continuam sendo
orientadas pelas concepções de saúde vigentes em cada momento histórico e pelos modelos de atenção
implantados nos serviços, sendo a educação em saúde influenciada diretamente pelos acontecimentos
políticos.
Desta forma, a crítica às fases da educação em saúde deve considerar seus respectivos tempos e
espaços, uma vez que cada época sofrerá suas influências, refletirá suas tendências e reproduzirá suas
concepções (PELICIONI; PELICIONI, 2007).
Um dos paradigmas educacionais discutidos na atualidade refere‑se à escola tradicional que, além
de servir como referencial aos modelos que a sucederam, encontra‑se em vigência até os dias de hoje
(LEÃO, 1999). Chagas et al. (2009) acreditam que a “pedagogia tradicional” ainda é predominante e
caracterizada como prática que desconsidera o saber dos aprendizes e coloca o educador como único
detentor do saber válido, não permitindo que o indivíduo procure por melhores condições de vida e
saúde a partir de suas experiências.
Santos et al. (2011) complementa, referindo‑se ao emprego desse modelo como prática na qual
o conhecimento científico do profissional deve ser incorporado pelo usuário. Afirmam ainda que
este modelo caracteriza‑se pela dominação do profissional de saúde sobre os usuários, os quais são
responsabilizados pela redução dos riscos à sua saúde.
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PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE
Segundo Freire (2005), este modelo apresenta‑se como a concepção “bancária” da educação, em
uma relação predominantemente narradora de conteúdos muitas vezes desconectados da realidade dos
indivíduos. Isto, por sua vez, faz da educação um ato de depositar, sendo o educador o depositante e os
educandos o depósito. Nesse processo, o educador torna‑se o único e real sujeito, sendo que, ao invés
de comunicar‑se, apenas faz “comunicados” aos educandos, meros objetos que recebem pacientemente,
memorizam e repetem. O autor resume o modelo nos seguintes itens:
• o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos, os que seguem a prescrição;
• o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe
antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar‑se às determinações daquele;
• o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos (FREIRE, 2005, p. 68).
Acredita‑se que o vislumbre de um rompimento com essa prática teve início a partir do contato
dos profissionais de saúde com a educação popular. O movimento começou a partir da insatisfação
de muitos intelectuais latino‑americanos que, desde a década de 1950, aproximavam‑se das camadas
populares buscando uma metodologia alternativa à autoritária praticada pelas elites quando abordavam
a população. Descobriram que as classes populares não constituíam uma massa carente, passiva e
resistente a mudanças, uniam‑se em grandes movimentos em busca do enfrentamento de seus problemas
e compartilhavam muitas iniciativas de solidariedade. Na verdade, perceberam que essa classe abarcava
um saber riquíssimo que os permitia viver com alegria até mesmo em meio a adversidades. Com isso,
os intelectuais descobriram que se colocassem o seu saber e trabalho à disposição dessas iniciativas
populares alcançavam resultados surpreendentes (SANTOS et al. 2011).
O educador Paulo Freire não foi o inventor da educação popular, porém, foi quem primeiro
sistematizou teoricamente a experiência acumulada através deste movimento. Por esse motivo, em
muitos países a educação popular costuma ser chamada de pedagogia freiriana (VASCONCELOS, 2007).
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Nesta perspectiva, a Fundação Nacional de Saúde (2007) acredita que a educação em saúde é
uma prática social, contínua, sistemática e permanente que envolve a capacitação do indivíduo na
aquisição de uma consciência crítica a respeito de seus problemas de saúde. Parte da reflexão acerca
das dificuldades vivenciadas no dia a dia, buscando‑se soluções coletivas ou individuais com vistas à
transformação da realidade em estudo.
Utilizando‑se o termo “participação” no sentido de “tomar parte; assumir o que é seu de direito;
ser sujeito e ator; assumir o controle social”, podemos dizer que o estímulo à busca de soluções pelos
próprios sujeitos envolvidos no processo promove a sua ação real no exercício do controle social,
reafirmando‑se assim a educação como um sistema baseado na participação de pessoas visando à
modificação de determinadas situações (FUNASA, 2007).
Por conseguinte, podemos dizer que a finalidade da educação em saúde é a transformação, o que
contribui firmemente à consolidação dos princípios e diretrizes do SUS: universalidade, integralidade,
equidade, descentralização, participação e controle social. Os agentes desse processo compõem‑se não
apenas de profissionais de saúde, mas também de grupos sociais e da população em geral que, uma
vez concentrados sobre a realidade, buscam conhecê‑la, compreendê‑la, desvendá‑la e atuar sobre no
intuito de transformá‑la. À medida que ocorre a transformação, os próprios sujeitos se transformam
durante o processo, respeitando‑se ambos os saberes, científico e popular, que permanentemente se
reconstroem (FUNASA, 2007).
Esta visão educativa, conforme afirmado por Santos e Penna (2009), é incompatível ao modelo
normativo e autoritário que visa à transmissão de informações, o qual, segundo as autoras, é insuficiente
para promover o aprendizado.
Santos; Penna (2009) ainda complementam dizendo que a educação em saúde representa um dos
principais pilares da promoção da saúde e uma maneira de cuidado que leva ao desenvolvimento da
consciência crítica e reflexiva para a emancipação dos sujeitos ao possibilitar a produção de uma saber
que leva as pessoas a cuidarem melhor de si e de seus familiares. Ainda neste modelo educacional,
Chagas et al. (2009) concordam com o pensamento do educador Paulo Freire (2005) ao afirmarem
que a educação tem o papel de conscientizar objetivando a modificação de uma realidade indesejada,
utilizando‑se da liberdade e do diálogo para se passar de uma visão ingênua a uma consciência crítica.
Tanto Leão (1999) quanto Pellicioni; Pellicioni (2007) e Chagas et al. (2009) consideram que ambos os
modelos educacionais acima descritos coexistem na atualidade. Silva (2007) também acredita que após
a implantação do SUS, diferentes movimentos articulam‑se simultaneamente. Ainda que permaneça a
educação tradicional com o seu poder centrado nas mãos do profissional de saúde, a educação popular,
inicialmente tomada como método alternativo de prática educativa, vem saindo das margens da
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sociedade para ocupar lugar na incorporação de outras práticas e espaços educativos, buscando assim o
empoderamento comunitário e o encorajamento e apoio para que os sujeitos e grupos sociais assumam
maior controle sobre suas vidas e saúde.
Para Paulo Freire (2006), educar exige condições básicas que são apresentadas em seu livro intitulado
Pedagogia da autonomia: saberes necessários para a prática educativa, nesta obra, ele consegue sintetizar
suas ideias e produções anteriores e contribui com os seguintes ensinamentos:
• rigorosidade metódica;
• pesquisa;
• criticidade;
• estética e ética;
• consciência do inacabamento;
• bom senso;
• curiosidade;
• apreensão da realidade;
• alegria e esperança;
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• comprometimento;
• liberdade e autoridade;
• saber escutar;
Resumo
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Exercícios
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Unidade II
I – Na perspectiva atual do ensino brasileiro destaca‑se a discussão sobre o ensino pós‑moderno e multicultural.
III – O pensamento pedagógico brasileiro é considerado pobre em relação ao de outros países e está
estagnado, sendo possível reduzi‑lo a esquemas.
Análise da questão
Apenas as afirmativas I e II estão, de fato, corretas. A afirmativa III está incorreta porque o pensamento
pedagógico brasileiro é rico e está em desenvolvimento contínuo.
A) O modelo de educação em saúde tradicional enfoca os aspectos sociais que envolvem as escolhas
por hábitos saudáveis.
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