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História da Educação

A Educação na Antiguidade

A Grécia Antiga foi o berço de diversas tendências


educacionais, tendo Sócrates, Platão e Aristóteles como seus
maiores pensadores. Esparta e Atenas são as cidades-estado
gregas mais conhecidas, tendo duas concepções de educação
diferentes.

1) Esparta: educação totalitária, militar e cívica repressiva;


2) Atenas: educação para o indivíduo alcançar o conhecimento
da verdade, do belo e do bem.

Método pedagógico do diálogo: criado por Sócrates, envolvia


a ironia e a maiêutica - valor da personalidade humana em caráter
universal.

Em Roma, existiam muitos pontos de convergência e de


divergência com o ideal dos gregos. A cultura e a educação
romanas seguiam os seguintes princípios:

1) Estudo individual (psicológico) do aluno;


2) Pai no exercício da educação;
3) Humanos: valorização da ação, da vontade, sobre a reflexão e
a contemplação;
4) Políticos: acentuação do poder;
5) Sociais: afirmação do individuo e da vida familial;
6) Culturais: falta de filosofia, investigação desinteressada,
porém, criação das normas jurídicas, do direito;
7) Educacionais: acentuação do poder volitivo do hábito e do
exercício.
Em uma época mais avançada, ocorreu a criação do primeiro
sistema de educação estatal, estendia a educação para fora de
Roma aos confins do Império. Marco Fábio Quintiliano foi o maior
pedagogo romano, enfatizava o valor humanístico e espiritual da
educação, atribuindo o ensino das letras e reconhecendo o valor
do educador. Quintiliano fez o primeiro estudo de caráter
psicológico que se tem notícia. Até hoje, muitos dos principios
educativos defendidos pelo pedagogo permanecem válidos.

A Educação na Idade Média

A cultura ocidental sofreu mudanças com o surgimento do


cristianismo, e com isso, consequentemente as ideias sobre o
processo educacional também mudaram. A comunidade cristã
primitiva é o meio pelo qual se desenvolve o processo educacional.
Os dois núcleos básicos fundantes do processo educacional, são a
organização da igreja de um lado e a família de outro. Aos poucos
vão surgindo os primeiros educadores cristãos, que no início eram
os padres da igreja - patrística.

A partir do século IX, o sistema educacional começou a ser


organizado em três níveis:

1) Educação Elementar: ministrada pelos sacerdotes em escolas


paroquiais - doutrinar as massas camponesas;
2) Educação Secundária: ministrada em conventos;
3) Educação Superior: ministrada nas escolas imperiais -
funcionários do império.
A Reviravolta Educacional provocada pelo Renascimento

Com a chegada do renascimento, uma nova fase é iniciada a


partir do século XV, onde o homem confia na razão e nas
aquisições culturais da antiguidade. Essa mudança teve uma
relação com os avanços da ciência na época e com as descobertas
tecnológicas - grandes navegações, invenção da bússola, invenção
da tipografia.

Ocorre um aprofundamento do humanismo com feição laica.


Essa educação é voltada para a formação do homem do clero, da
nobreza e da burguesia, dessa forma, não atinge toda a população
que continuou analfabeta e inculta.

A primeira grande revolução burguesa foi iniciada por


Martinho Lutero. Com a Reforma Protestante, a educação foi
transferida para o Estado, entretanto, a escola defendida por
Lutero é religiosa e elitista. Lutero considerava que a educação
destinava-se primeiro às classes superiores burguesas e depois às
classes populares.

O Pensamento pedagógico Moderno

No século XVII, surge a pedagogia realista que marca a


transição entre a pedagogia do renascimento e a pedagogia
iluminista. A pedagogia realista é influenciada pelo empirismo de
Francis Bacon e pelo racionalismo de Descartes. Também sofre
influência do movimento científico da época e da revolução
causada pela teoria heliocêntrica de Copérnico.

Ratke, Comenius e Locke são os principais expoentes da


pedagogia realista. Eles buscavam criar uma nova didática, com
mais ênfase na individualidade e na ordem moral e social.
Ratke introduziu na educação as ideias de Bacon. Locke e
Comenius mostraram a atualidade, tendo sido incorporados pelo
movimento da Escola Nova.

A Educação no século XVIII - O Século Pedagógico por


Excelência

Nesse momento as preocupações de reis, pensadores e


políticos estão voltadas para as questões educacionais. Durante a
Revolução Francesa, Condorcet e Lepelletier apresentaram planos
para a organização de um sistema nacional de educação. Assim,
foi desenvolvido a educação pública estatal e iniciado a educação
nacional. No Brasil, ocorreu uma mesma tentativa pelo Marquês de
Pombal, mas acabou sendo frustrada. A pedagogia destaca os
princípios da educação sensorialista e racionalista, do naturalismo
e do idealismo, a educação individual e a educação nacional.

Para os iluministas o ideal educacional está no


reconhecimento em grau máximo da razão humana.

1) Educação estatal - educação do povo pelo pelo ou por


representantes políticos;
2) Educação nacional - educação do povo pelo pelo ou por
representantes políticos;
3) Educação universal - gratuita e obrigatória, no grau primário;
4) Laicismo no ensino - substituição do ensino religioso pelo
moral e cívico;
5) Instrução pública em unidade orgânica - da escola primária à
universidade;
6) Espírito cosmopolita, universalista - une pensadores e
educadores;
7) Primazia da razão da razão;
8) Reconhecimento da natureza e da intuição na educação.
Rousseau, foi um dos precursores da escola ativa moderna.
Reconheceu que a mente de uma criança é diferente de um adulto.
Representante do individualismo na educação.

A Educação nos Dois Últimos Séculos

O positivismo com Auguste Comte como maior expoente,


busca consolidar o modelo burguês de educação. Em
contrapartida, existia movimento popular e socialista de Karl
Marx. Ambos juntamente com o ideário católico e do liberalismo,
influenciaram o pensamento pedagógico brasileiro no século XX.

Em 1932, foi assinado por 26 educadores brasileiros, o


Manifesto dos Pioneiros pela Educação Nova.

No positivismo, destaca-se o sociólogo francês E. Durkheim,


que afirmava que “a educação é a ação exercida pelas gerações
adultas sobre as gerações que não se encontram ainda
preparadas para a vida social”. Para o filósofo britânico A.N.
Whitehead, “a educação é a aquisição da arte de utilizar os
conhecimentos”.

Na concepção socialista, Gadotti afirma uma educação igual


para todos. Algumas ideias do movimento socialista foram
incorporadas no discurso liberal do manifesto dos pioneiros, como
princípio da educação laica e coeducação.

O grande movimento educacional do século XX relaciona-se


com o pensamento pedagógico da Escola Nova. Destacam-se os
educadores Ferrière, John Dewey, Anísio Teixeira.
Para Dewey, o processo educacional era algo contínuo, onde a
escola não deveria preparar para a vida, pois a escola deveria ser
a própria vida. Ele apresenta cinco estágios do ato de pensar que
sempre ocorre diante de um problema:

1) Necessidade sentida;
2) Análise da dificuldade;
3) Alternativas de solução do problema;
4) Experimentação de várias soluções até uma ser aprovada;
5) Ação como prova final para solução proposta deve ser
verificada de modo científico.

Ovide Decroly formulou a metodologia dos centros de


interesse; Maria Montessori revolucionou a pedagogia do
pré-escolar; Édouard Claparède com a educação funcional; Jean
Piaget pesquisou sobre o desenvolvimento da inteligência na
criança.

O educador brasileiro Paulo Freire, é mundialmente conhecido


pelo seu pensamento educacional que sofreu influência da Escola
Nova, porém, discordava do conservadorismo político de alguns
membros desse movimento

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