O Potemkin era um encouraçado - navio de guerra pesadamente
blindado e altamente armado - da Marinha de Guerra russa, que fazia parte da frota estacionada no Mar Negro. Em 27 de junho de 1905, o navio estava em funções ao largo da costa da Ucrânia quando parte da tripulação recusou a comer, alegando que a carne estaria podre. O médico do navio foi alertado e após inspecionar, negou tal acusação sobre o alimento. A insistente recusa dos marinheiros, levou o segundo oficial do navio a considerar insubordinação e ameaçou fuzilar quem se recusasse a comer.
A grave crise social vivida na Rússia nos primeiros anos do século XX e o
clima de pré-inssureição do exército e marinha do Czar, é um indicador do porquê os protestos contra as más condições de higiene e de alimentação, rapidamente geraram um motim e uma revolta contra as autoridades militares. Nesse mesmo período, já ocorriam revoltadas pela Rússia, que foram brutalmente reprimidas, as quais a tripulação do Potemkin tinha conhecimento. Com o aumento das tensões no navio, vários marinheiros revoltaram-se gerando conflitos que resultaram em várias mortes, assim, tomaram o controle do navio.
Os amotinados partiram para a cidade de Odessa, onde acontecia uma
greve geral e a população estava revoltada contra o Czar. As autoridades tentaram conter os rebeldes, mas eles bombardearam a própria cidade. Ninguém conseguiu apoderar-se do Potemkin e alguns tripulantes se juntaram aos rebeldes. Após diversos momentos, o navio rumou para o porto de Constança, na Romênia, onde pediram asilo e ficaram retidos pelas autoridades romenas até serem devolvidos à Rússia. Assim, chegou ao fim o mais célebre motim ocorrido na Marinha Imperial Russa.