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1. Definição dos conceitos

1.1. Filosofia
De origem grega, a palavra filosofia deriva dos termos “filos” (amor ou amigo) e “sofia”
(sabedoria, conhecimento). Essa área do saber surgiu com a missão de buscar explicações
diferentes daquelas apresentadas pela mitologia para fatos quotidianos e fenómenos da natureza.
Basicamente, a filosofia visa provocar a capacidade de pensar a respeito dos vários campos do
conhecimento, inclusive sobre o sector educacional (BRITO, 2017)

A filosofia se mostra imprescindível na formação do educador, pois oferece a ele métodos para
analisar profundamente a complexidade dos problemas educacionais e a contribuição das
diferentes disciplinas pedagógicas para o desenvolvimento intelectual dos alunos. A partir dessa
constatação, pode-se dizer também que ela exerce enorme influência no processo de ensino-
aprendizagem promovido nas escolas, estimulando a curiosidade, a reflexão e o pensamento
crítico dos estudantes (FONSECA, 2014).

1.2. Definição de imagem


O termo imagem deriva do latim imago, significa a reprodução/representação visual de uma
determinada coisa ou objecto, no grego antigo corresponde ao termo eikon , que por sua vez já é
raiz etimológica do termo eideia ou ideia, conceito criado por Platão (SANTOS, 2013).

Platão considerava que a ideia não era projectada na mente mas antes a imagem uma projecção
da mente. Segundo o mesmo, a ideia não pode ser imaginável, porque quando a tentamos
idealizar na nossa mente, criamos uma imagem que nos vai enganar. Um opositor à sua tese é o
seu discípulo Aristóteles, que ao contrário de Platão, considerava a imagem como uma obtenção
dos sentidos, sendo esta somente a representação mental dos objectos reais, criando assim uma
teoria mais voltada para o realismo (SANTOS, 2013).
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2. A educação na antiguidade

2.1. Antiguidade Oriental: a educação tradicionalista


De acordo com ABREU (2010), nas sociedades orientais, ao se criarem segmentos privilegiados,
a população, composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tem direitos políticos nem
acesso ao saber da classe dominante. A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito,
devido ao seu carácter sagrado e esotérico. Tem início, então, o dualismo escolar, que destina um
tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários. A grande massa é excluída da
escola e restringida à educação familiar informal.

2.2. Antiguidade Grega: a paidéia


Uma das primeiras civilizações com contribuições significativas na área da Educação é a grega.
Marrou (1975) citado por FILHO (2012), defende que a tradição pedagógica tem sua origem na
Grécia Antiga, nesta época o ideal educativo a ser alcançado é a imagem de homem herói, o
melhor, o superior aos demais. Para isso, a forma de educação deveria ser condizente com a
organização social daquele período, que era dividida em reinos governados por reis guerreiros,
expressão de uma casta de dominadores militares, onde se vive de agricultura e pastoreio, mas
também de comércio, e onde se organiza uma sociedade hierárquica, na qual o poder está nas
mãos da aristocracia.

2.3. Antiguidade romana: as humanistas


De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de
natureza patriarcal, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição por fim,
dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida
supremacia dos valores gregos (FILHO, 2012).

2.4. Idade Média: a formação do homem de fé


Segundo OLIVEIRA (2016), na idade média os parâmetros da educação na idade média se
fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve
cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis
contradições entre fé e razão, recomenda-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige
humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela igreja, sobre a leitura
dos clássicos e dos textos sagrados. Evita-se, assim, a pluralidade de interpretações e se mantém
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a coesão da igreja. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a acção
pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de
pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho escolar.

2.5. Renascimento: humanismo e reforma


Nesta fase da história, de acordo com OLIVEIRA (2016), educar torna-se questão de moda e
uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O aparecimento dos colégios, do século
XVI até o XVIII, é fenómeno correlato ao surgimento de uma nova imagem da infância e da
família. A meta da escola não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas a formação
moral. Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval,
mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa
popular, com excepção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos.

2.6. Idade Moderna: a pedagogia realista

De maneira geral, na idade moderna as escolas continuam ministrando um ensino conservador,


predominantemente nas mãos dos jesuítas e dá-se origem a escola tradicional, como passaremos
a conhecê-la a partir do século XIX. Uma das grandes figuras na história da filosofia da
educação e que, igualmente, exerceu enorme influência, foi Rousseau (FILHO, 2012).

Jean-Jacques Rousseau nascido em Genebra no ano de 1712 é considerado um grande estudioso


dentro das áreas da política e da educação. Na sua obra Emílio ou da Educação, Rousseau
estabelece o seu projecto educacional de forma inovadora, Rousseau critica as escolas e a
educação doméstica daquela época, pois pouco se via sobre a estimulação das crianças a partir de
sua própria natureza, ele considerava os fenómenos do estado original, primitivo e puro, ou seja,
a criança não era responsável nem culpada por nada, pois nasceu pura para ser desenvolvida
(FILHO, 2012).

OLIVEIRA (2016) afirma que Rousseau estima que é preciso partir dos instintos naturais da
criança para desenvolvê-los. A educação negativa defendida por ele, na qual o papel do preceptor
(professor ou mestre) é, sobretudo, o de preservar a criança, deveria substituir a educação
positiva que forma a inteligência prematuramente e impensadamente. O ciclo completo desta
nova educação, que propõe na sua obra, comporta quatro períodos:
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 O primeiro período vai (0 a 5 anos): correspondendo a uma vida puramente física, apta
a fortificar o corpo sem forçá-lo; período espontâneo e orientado graças, notadamente, ao
aleitamento materno. Equivale esta etapa ao que hoje denominamos educação infantil.
 O segundo período (5 aos 12 anos): e é aquele no qual a criança desenvolve seu corpo e
seu carácter no contacto com as realidades naturais, sem intervenção activa de seu
preceptor. Equivale esta etapa ao que agora entendemos por educação primária.
 O terceiro período (12 a 15 anos): período no qual o jovem se inicia, essencialmente
pela experiência, à geografia e à física, ao mesmo tempo em que aprende uma profissão
manual ou ofício. No sistema actual seria a primeira etapa da educação secundária
obrigatória, o preceptor intervém mais directamente neste período.
 O quarto período (15 aos 20 anos): compreende-se o quarto período em que o homem
floresce para a vida moral, religiosa e social. Abrange hoje o segundo período da
educação secundária obrigatória e o bacharelato.

Segundo o autor acima referenciado este é o modelo básico de educação proposto por Rousseau
para substituir a educação tradicional que, em nome da civilização e do progresso, obriga os
homens a desenvolverem na criança a formação apenas do intelecto em detrimento da educação
física, do carácter moral e da natureza própria de cada indivíduo.
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3. Considerações finais

Findo o trabalho chega-se a conclusão de que no decorrer da história, a filosofia se reconstruiu


em sintonia com o pensamento científico e conforme o homem realizava suas pesquisas,
reformas, alterações e reconstruções, a ciência transformava o mundo e assim eram alcançadas as
virtudes mais sensíveis da existência humana, a experiência de cada um tornava-se sua filosofia.
Conforme surgiam os problemas comuns, tornava-se cada vez maior a necessidade de uma
filosofia que orientasse, de forma harmónica, as perplexidades da vida.

A educação sempre buscou a compreensão dos fenómenos sociais e a formação de uma imagem
de homem que melhor se adaptasse as necessidades da sociedade em questão. A educação actual
carrega em si um pouco dos pressupostos do passado inseridos no processo de ensino e
aprendizagem, abrangendo os aspectos também organizacionais e institucionais que permeiam o
desenvolvimento da educação, bem como as relações sociais que compreendem os indivíduos
inseridos neste meio e nestes processos.
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4. Referências bibliográficas

ABREU, M. A. &JUNIOR, C. H. Reflexão histórica sobre a importância da educação no


Pensamento de Aristóteles. Ponta Grossa, 18 (1): 67-75, jan./jun. 2010. Obtido aos 19
de Junho de 2020 em: https://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/download/2910/
2202/.

BRITO, C. Filosofia da educação: a importância dessa área no processo de ensino-


aprendizagem. 2017. Obtido aos 19 de Junho de 2020
em:https://www.primecursos.com.br/blog/filosofia-educacao-processo-ensino-aprendizagem/

FILHO, J. C. P. A Educação através dos tempos. 2012. Obtido aos 19


de Junho de 2020 em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/173/1/01d06t01.pdf

FONSECA, M. J. Ciências da educação e filosofia da educação. 2014. Obtido aos 19


de Junho de 2020 em: http://www.ipv.pt/millenium/pce6_mjf.htm

OLIVEIRA, J. G. M. & ALMEIDA, I. M. Educação: entre o ideal de conduzir e controlar - um


mal-estar nas relações pedagógico. 2016. Obtido aos 19 de Junho de 2020 em:
http://www.proceedings.scielo.br/pdf/lepsi/n9/a44n9.pdf

SANTOS, J. T. C. A Imagem História, análise e aplicação ao ensino da Filosofia. Covilhã. 2013.


Obtido aos 19 de Junho de 2020 em:
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/1586/1/Relat%c3%b3rio_Oficial_Mestrado_M4643_
REVISTO%20%281%29.pdf

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