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FABIANO NEVES
RIO DE JANEIRO/RJ
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
RIO DE JANEIRO/RJ
2022
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA FILOSOFIA: PERSPECTIVAS ENTRE
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO HUMANA
Fabiano Neves1
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O presente trabalho apresenta como objetivo principal demonstrar a relação necessária entre
filosofia e educação, levando em consideração os significados que cada uma delas carrega em suas
perspectivas, desdobramentos, e importância para o ensino. Proporcionar conhecimentos teóricos e
metodológicos das principais teorias sociológicas que se empenham em explicar as estruturas, os
processos e os fenômenos sociais. A filosofia abrange a realidade em sua totalidade, a fim de entender
os problemas como um todo, não apenas fazendo recortes, mas sim lançando seu olhar. Sobre todas as
possibilidades de ótica e problematização. Com base em suas contribuições e opiniões acerca da
sociologia, é possível ampliar e proporcionar um olhar crítico em relação aos benefícios que o estudo da
sociologia gera nas pessoas, e em suas ações no meio social. A metodologia utilizada é a revisão
bibliográfica. Através da utilização das bases de dados: Revista Eletrônica, Scielo e Google acadêmico,
serão pesquisados artigos científicos, livros, teses e dissertações. O texto final fundamentado nas ideias
e concepções de autores como: Freire (1979; 1983; 1996), Morente (1980), Morin (2005), Savater (1998)
e vários outros autores que relatam a importância da filosofia para a educação e para a formação
humana, o estudo alcançou os resultados almejados sobre a importância da sociologia para as ações dos
indivíduos no meio social.
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Graduação em Formação Pedagógica em Filosofia – pelo Centro Universitário – FAVENI.
E-mail: fnsterapia@gmail.com.
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1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
sobre o valor de cada opinião e pertencimento social por meio da filosofia e suas
vertentes.
2.2 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS E NOVAS PERSPECTIVAS
“Nascemos humanos, mas isso não basta: temos também que chegar a sê-lo”,
diz um autor do nosso tempo. (SAVATER, 1998, p. 29). E diz mais: “A condição humana
é em parte espontaneidade natural, mas também deliberação artificial: chegar a ser
totalmente humano – seja humano bom ou humano mau – é sempre uma arte”.
(SAVATER, 1998, p. 31). Assemelha-se a ideias de Kant. No início de Sobre a
Pedagogia lê-se: “O homem é a única criatura que precisa ser educada. Por educação
entende-se o cuidado de sua infância (a conservação, o trato), a disciplina e a instrução
com a formação”. (KANT, 1996, p. 11). Mais à frente diz: “O homem não pode tornar-se
um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz”.
(KANT, 1996, p. 15).
Nessa perspectiva o ser humano precisa da educação, pois é ela que o faz
humano: a educação o forma; ela o constitui como humano. Kant insiste na ideia de se
dar uma forma conveniente ao humano: “É entusiasmante pensar que a natureza
humana será sempre melhor desenvolvida e aprimorada pela educação e que é
possível chegar a dar aquela forma que em verdade convém à humanidade”. (KANT,
1996, p. 17).
Consideremos o que diz sobre formação. “O homem tem necessidade de
cuidados e de formação. A formação compreende a disciplina e a instrução”. (1996, p.
14) e ela, a formação, é:
1) negativa, isto é, disciplina, a qual impede os defeitos; 2) positiva, isto é,
instrução e direcionamento e, sob este aspecto, pertence à cultura. O
direcionamento é a condução na prática daquilo que foi ensinado. Daqui nasce
a diferença entre o professor, o qual é simplesmente um mestre, e o
governante, o qual é um guia. O primeiro ministro a educação da escola; o
segundo, a da vida. (KANT, 1996, p. 30-31).
A formação humana, para Kant, inclui a disciplina que é negativa porque “impede
ao homem de desviar-se do seu destino, de desviar-se de sua humanidade” (KANT,
1996, p. 12); e inclui a instrução ou a cultura – “pois que assim pode ser chamada a
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instrução” (KANT, 1996, p. 16). “Quem não tem cultura de nenhuma espécie é um bruto;
quem não tem disciplina ou educação é um selvagem”. (KANT, 1996, p. 16). Para ele a
cultura abrange a instrução e vários conhecimentos e talvez, por essa razão, ela
envolve um trabalho professoral de informação, que ele denomina também de
escolástico e de direção, de governança ou de guia para a vida. Tudo isto é formação
humana, ou educação, para Kant. A formação humana torna o homem humano. A
formação é constituidora da humanidade no humano. Há germes de humanidade que é
necessário desenvolver de certa maneira: cultivar na direção da realização da
humanidade. “A espécie humana é obrigada a extrair de si mesma pouco a pouco, com
suas próprias forças, todas as qualidades naturais que pertencem à humanidade”.
(KANT, 1996, p. 12).
Saviani e Duarte (2010) compreendem a filosofia como sendo a forma mais
elaborada e elevada de compreensão do ser humano conquistada pela humanidade.
Enquanto Luckesi e Passos (2012) destacam a importância da filosofia para a formação
humana afirmando que ela, “tem por objeto de reflexão os sentidos, os significados e os
valores que dimensionam e norteiam a vida e a prática histórica humana” (p. 80).
Confiamos que o ensino de filosofia torna a pessoa mais independente, mais
apta a escolher e achar seu próprio caminho. Consoante a isso, a filosofia fornece à
educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, manifestada como
forma de entendimento propiciando ao ser humano a compreensão de sua existência
(LUCKESI, 2011).
Por esta senda, devemos considerar a relação intrínseca entre a filosofia e a
educação, e compreender, conforme Anísio Teixeira (1959), que as filosofias são, em
essência, teorias gerais de educação.
Sobre a relação entre filosofia e educação, Cipriano Luckesi (2011), nos ensina
que elas são fenômenos existentes nas sociedades. A filosofia sendo a interpretação
teórica das realizações de um grupo social, enquanto a educação é instrumento que
compõe essa interpretação.
Ora, a educação sempre esteve presente na vida dos indivíduos, desde os
primórdios da humanidade. Esta, por sua vez, foi se transformando conforme a
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indivíduos” que, “embora sendo em parte modificada pela nova geração, prescreve a
estas suas próprias condições de vida e lhe imprime um determinado desenvolvimento,
um caráter especial. Mostra que, portanto, as circunstâncias fazem os homens assim
como os homens fazem as circunstâncias”. (MARX e ENGELS, 1979, p. 56).
No campo temático da Filosofia da Educação a principal pergunta é a que diz
respeito ao ser humano e ao significado de sua existência.
(...) de um ponto de vista mais fundante, pode-se dizer que cabe à filosofia da
educação a construção de uma imagem do homem. (...) Trata-se do esforço
com vista ao delineamento do sentido mais concreto da existência humana. (...)
Como tal, a filosofia da educação constitui-se como antropologia filosófica.
(SEVERINO, 1990, p. 21).
185). Essa tomada de consciência é o que ele denomina de dimensão subjetiva que
exige o desenvolvimento de sensibilidades que a constituem: a sensibilidade
epistêmica, a sensibilidade aos valores morais (consciência ética), a sensibilidade aos
valores estéticos (consciência estética) e a sensibilidade aos valores políticos
(consciência social).
É toda esta esfera do exercício da dimensão subjetiva da pessoa que nos torna
efetivamente humanos. Não bastam a integridade física, biológica, o bom
funcionamento orgânico, as forças instintivas para uma adequada condução da
vida humana. Sem a vivência subjetiva continuamos como qualquer outro ser
vivo puramente natural, regido por leis pré-determinadas, vale dizer, sem
possibilidades de escolhas, sem flexibilidade no comportamento. (SEVERINO,
2002, p. 185).
Esta vivência subjetiva não se dá, porém, descolada das circunstâncias histórico
sociais, como também destaca Morin (2005a, p.78): o “sujeito surge para o mundo
integrando-se na intersubjetividade, no seu meio de existência, sem o qual perece”. Ele
não fala de formação, neste momento de seus estudos (Método 5), mas de
estruturação do sujeito mediada por outros sujeitos, entendendo que a constituição do
indivíduo/sujeito só ocorre na relação pessoa/pessoa: “cada vida autônoma é possuída
no interior e no exterior por outras vidas” (MORIN, 2005b, p. 442). E nesse movimento a
cultura permeia o contato e o convívio, inserindo a tradição e também constituindo o
indivíduo/sujeito, por intermédio, principalmente da linguagem.
A filosofia é permeada por diversos pioneiros que são filósofos de renome e que
apresentam a sua seriedade para a vida de qualquer indivíduo, assim como, para o
bem social e a busca por uma sociedade democrática onde seu intuito principal é a
valorização da participação de todos.
encontrar educador que privilegia filósofos, cujo estudo é mais simples, excluindo temas
mais complexos. Há educador que ensina a filosofia apenas de maneira explicativa,
descartando a aproximação dos temas explicitados em sala com a realidade, as
discussões transversais e inerentes à vida.
Primeiramente, o educador deve pensar em ensinar, além, do conteúdo em sala,
como nos relata Freire (1996, p. 141), o ensinar a filosofar, o ler e o pensar para “a
construção da consciência coletiva para a formação cidadã e humanizadora”. Nessa
perspectiva, o Ensino de Filosofia deveria ser obrigatório desde os primeiros anos da
Educação Básica e não apenas no Ensino Médio como atualmente está preconizado na
Lei de Diretrizes-LDBEN (BRASIL, 1996) e na Base Nacional Comum Curricular-BNCC
(BRASIL, 2015), constituindo-se em momentos de aprendizagem, autonomia e
habilidade na construção do pensamento, resultados da interação social.
No Ensino de Filosofia, é preciso respeitar as transformações no uso do método
e novas maneiras de ensinar, respeitando as formas de comunicação e a possibilidade
de aprofundamento. É preciso que o educador “[...] se convença definitivamente de que
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 22). A evidência da própria existência – o
"penso, logo existo" – traz uma primeira certeza. A razão seria a única coisa verdadeira
para alcançar o conhecimento. Descartes (1968 apud SILVA, 1978, p. 184) afirma que
"Eu sou uma coisa que pensa, e só do meu pensamento posso ter certeza ou intuição
imediata".
Diante disso, objetivou-se com esta pesquisa sobre o Ensino de Filosofia na
Educação Básica constatar se há ou não no processo de ensino e aprendizagem a
utilização de métodos adequados ao recomendado pela BNCC (BRASIL, 2015), que
adota a concepção de objetivos de aprendizagem como forma de interação social e
construção do conhecimento a partir das vivências dos estudantes, para a promoção a
apropriação do questionamento e dos discursos filosóficos.
Nesse âmbito, pode-se entender que a filosofia e a vida cotidiana estão e são
intimamente ligadas, ambas giram em torno das pessoas e suas vidas sociais,
buscando sempre atingir os objetivos e garantir o sucesso no espaço social. É
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3. CONCLUSÃO
Conclui-se ao final deste estudo o qual servirá como despertamento para que se
abram os olhos dos professores de filosofia, sendo uma experiência fundamental para
os professores sobre a realidade e os benefícios que a disciplina proporciona aos
estudantes, aprimorando suas capacitações e formando de acordo com as
necessidades atuais.
Concluindo, estamos vivendo numa sociedade democrática, onde é importante a
participação de todas as classes sociais e categorias profissionais, visando uma
organização social mais igualitária e justa. O campo da filosofia é amplo e com
transformações significativas para os indivíduos, despertando sobre as questões
referente a valores e ações sociais que giram em torno de todos.
A filosofia é fundamental em tempos atuais, em que os indivíduos parecem não
perceber os perigos do tecnicismo, da mecanização da vida e da alienação, sufocando
as possibilidades de se emancipar e emancipar a outros. A filosofia vem contribuir no
meio educacional a partir de suas especificidades, colaborando com o melhor
desenvolvimento e riqueza no que diz respeito às práticas educacionais, juntamente
com outras áreas que não são menos importantes que a filosofia, mas que podem
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REFERÊNCIAS
CIAVATTA, Maria; RAMOS, Marise. Ensino médio integrado. In: CALDART, Roseli
Salete et al. (Org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro: EPSJV; São
Paulo: Expressão Popular, 2012.
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 3 ed. Rio de janeiro: Paz e
Terra, 1979.
KANT, I. Sobre a pedagogia. Trad. Francisco Cock Fontanella. Piracicaba, SP: Editora
Unimep, 1996.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. 3. ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
MARÍAS, J. História da Filosofia. 13. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MARK, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. 1º Capítulo seguido das Teses
sobre Feuerbach. São Paulo: Centauro Editora, 1984.
MORIN, Edgar. O Método 5. 3ª. ed. Trad. Juremir Machado da Silva. Porto Alegre:
Sulinas, 2005a.
SAVATER, F. O valor de educar. Trad. Mônica Stahel. São Paulo: Martins Fontes,
1998.