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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

UNIRIO CENTRO DE LETRAS E ARTES


ESCOLA DE LETRAS

Aspectos da educação dentro dos povos indígenas como alternativa para os modelos
educacionais ocidentais

Maria Clara Alves Gonçalves

Rio de Janeiro
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
UNIRIO CENTRO DE LETRAS E ARTES
ESCOLA DE LETRAS

Aspectos da educação dentro dos povos indígenas como alternativa para os modelos
educacionais ocidentais

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade


Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) como requisito parcial à
obtenção de grau de licenciatura em Letras. Orientador: Prof
Marcelo Santos

Maria Clara Alves Gonçalves

Rio de Janeiro
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................4

2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................5

3. OBJETIVOS........................................................................................................5

3.1 GERAL.................................................................................................5

3.2 ESPECÍFICOS.....................................................................................5

4. METODOLOGIA DA PESQUISA.......................................................................6

5. CRONOGRAMA.................................................................................................6

6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO

Qual a diferença entre educador e professor? Rubem Alves, em seu livro Conversas
com quem gosta de ensinar nos traz essa reflexão, e por que, afinal, é importante que
discutamos sobre isso? Primeiramente, essas duas categorias não andam sozinhas, é preciso
olhar para aquele que se correlaciona com elas: o aluno. Mais especificamente, a criança.
Entende-se que um educador ensina através do exemplo, contribuindo para a formação de
valores daquele indivíduo e valorizando sua essência. Já o professor, ensina com o propósito
de preencher um possível vazio no corpo desse aluno e tem por finalidade a capacitação desse
indivíduo em alguma profissão específica. E quais são as consequências que refletem na
construção desse sujeito quando ele é reduzido a um simples cargo dentro do mercado de
trabalho?

Ao analisarmos a organização das escolas, como conhecemos hoje, percebemos como


os jovens são tratados como meros produtos a serem moldados, enfileirados dentro de uma
sala, uma verdadeira fábrica de corpos profissionalizantes. A individualidade não é
valorizada, as diversas formas de se expressar também não. Na maioria dos casos, uma
relação extremamente autoritária é estabelecida entre o professor, aquele cujo poder de voz e
razão sobressai sobre a classe, e o aluno, aquele que deve absorver tudo que lhe é imposto. O
poder dessa voz traz marcas de uma comunicação violenta, caracterizada pela humilhação do
outro, gerando diversos problemas psicológicos e sociais. O ensino acaba por se dar de forma
agressiva, punitiva e chantagista.

É preciso, portanto, compreender as origens dessa cultura violenta que vemos se


propagar nas diversas camadas sociais, nas relações familiares e, principalmente, dentro das
escolas. A nossa história está marcada por uma constante luta de poder desde 1500, quando
as caravelas portuguesas encontraram as terras desconhecidas da América. A tentativa de
dizimação dos povos originários prova como os portugueses não souberam lidar com o
diferente e, ao colocar sua cultura num altar, se viram no direito de ensinar tudo aquilo que
julgavam correto sobre aquilo que julgaram primitivo e selvagem.

Atualmente, observa-se um crescente movimento de resgate da cultura indígena,


trazendo a superfície, através da literatura escrita por eles, algumas características da
educação de crianças dentro das sociedades originárias. Como diz o líder indígena Davi
Kopenawa, “nossa escola é aberta, não tem banco pra sentar, nem papel pra escrever”,
diferentemente das escolas ocidentais nas quais queremos que os alunos aprendam sobre o
mundo sem estar de fato ocupando esse mundo. A educação indígena se baseia no
conhecimento da própria cultura, histórias passadas oralmente de geração em geração, um
saber ancestral sobre a terra em que vivem e uma relação de cuidado e respeito com o mundo
ao nosso redor. Por isso, é possível encontrar caminhos para novas organizações na educação
tradicional que se baseiem nos conhecimentos dos povos originários, contribuindo
enormemente para a construção de adultos alinhados com seus sonhos e que não reproduzam
mais nenhum ciclo de violência.

2. JUSTIFICATIVA

O modelo educacional vigente já há tantas décadas necessita urgentemente de uma


mudança. Por isso, discutir as relações construídas dentro desse ambiente e como elas se
reverberam sobre a individualidade do aluno, sobre a relação deste com o mundo e com si
mesmo é de suma importância. Além de restaurar essa individualidade que vem sendo
massivamente soterrada e, também, resgatar a importância do senso de pertencimento ao que
nos é externo e interno também.

3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

3.1.1 Analisar a organização das escolas ocidentais (no brasil?)

3.2 ESPECÍFICOS

3.2.1 O papel do professor/educador como determinante para a formação de um indivíduo


com valores e sonhos validados

3.2.2 As consequências da comunicação violenta estabelecida dentro das relações familiares,


escolares e sua direta ligação com a perpetuação do bullying

3.2.3 O conceito do que é ser criança

3.2.4 História da educação na sociedade ocidental


3.2.5 A educação nos povos originários como solução para problemas enfrentados por alunos
dentro das salas de aula

4. METODOLOGIA DE PESQUISA

Pretendo analisar a construção das relações de poder ao longo da história e como elas
afetam a construção psicológica das crianças ocasionando fortes consequências em como se
relacionam com os outros, com o mundo e com si próprias no futuro. Estudar fatores que
fazem da escola um instrumento de controle e propagação de violências psicológicas e físicas
através de relações autoritárias. Investigar o conceito de criança em outras culturas,
juntamente ao conceito do que é educação e como ela se dá dentro do contexto de relações
entre os mais velhos e os mais novos.

5. CRONOGRAMA

6. REFERÊNCIAS

ALVES, R. Conversas com quem gosta de ensinar. 25 ed. Săo Paulo: Cortez, 1991.
BORUCHOVITCH,

SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010.

THIÉL, Janice. “A literatura dos povos indígenas e a formação do leitor multicultural”.


Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, out./dez. 2013.
Disponível em: https://www.ufrgs.br/edu_realidade/.

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