Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA................................................................................ 4
2 O QUE É FILOSOFIA? ....................................................................................... 4
3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA .......................................................... 7
4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA .................................................. 8
5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO ............................................... 10
6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE .............................. 12
7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS ........ 14
8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL ..................................... 16
9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS ........................................ 17
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO. ...................................................................... 19
11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU ................. 25
12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU.... 26
13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO ............................................... 28
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA .............................................................................. 29
15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA .............................................................. 31
16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA ................................................................................ 32
17 ESCOLAS MONACAIS ..................................................................................... 33
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO ...................................................................... 34
19 PERFIL DE CARLOS MAGNO ......................................................................... 35
20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES ..................... 36
21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA? .............................................. 43
22 AS UNIVERSIDADES ....................................................................................... 44
23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES ..................................................................... 45
24 PAGANISMO E CRISTIANISMO ...................................................................... 46
25 PATRÍSTICA ..................................................................................................... 48
26 ESCOLÁSTICA ................................................................................................. 49
27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO ......................... 51
28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO .................................................. 54
29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA ....................... 55
30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA .......................................................................... 57
31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO ............................................................................... 62
32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO ................................................... 63
33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS .................................................... 66
34 EXISTENCIALISMO ......................................................................................... 67
35 ESSENCIALISMO ............................................................................................. 69
36 A EDUCAÇÃO DIFUSA .................................................................................... 70
37 QUATRO IMPORTANTES FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO ............................... 72
38 A CONDUTA HUMANA E A EDUCAÇÃO ........................................................ 76
39 MORAL CIENTÍFICA E MORAL TRADICIONAL .............................................. 77
40 MORALIDADE ÉTICA ....................................................................................... 79
41 UMA NOVA FORMA DE CONHECIMENTO SEGUNDO A FILOSOFIA E SEUS
PENSADORES ......................................................................................................... 82
42 O EMPIRISMO DE JOHN LOCKE .................................................................... 84
43 O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA .............................................................. 85
44 IDEIAS METAFÍSICAS ..................................................................................... 86
45 MORAL E POLÍTICA ........................................................................................ 87
46 IDEIAS PEDAGÓGICAS ................................................................................... 88
47 DESCARTES E AS CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO VERDADEIRO ....... 94
48 LOCKE: A CONSCIÊNCIA – O EU, A PESSOA, O CIDADÃO E O SUJEITO.. 95
49 NA EDUCAÇÃO ................................................................................................ 97
50 O MÉTODO CIENTÍFICO E AS CIÊNCIAS HUMANAS ................................... 99
51 O PENSAMENTO GREGO: PLATÃO ............................................................. 100
52 ARISTÓTELES ............................................................................................... 103
53 O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO ...................................................... 104
54 OS SOFISTAS ................................................................................................ 105
55 TEORIA DOS DOIS MUNDOS DEFENDIDA POR PLATÃO .......................... 106
56 O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR: UMA CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA DA
EDUCAÇÃO ...................................................................................................... 108
57 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ................................................................................. 115
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA
2 O QUE É FILOSOFIA?
Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal;
Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos sentimentos;
Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples.
.
A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável ceticismo
que evita a “agitação” e promove a “consciência” crítica. História que nasce nos problemas do
presente e que surge pontos de vista ancorados num estudo rigoroso do passado. Uma das
funções principais do historiador da educação é compreender esta lógica de “múltiplas
identidades”, por meio da qual se definem memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças e
solidariedades.
As palavras do cineasta Manuel de Oliveira na apresentação do seu último filme merecem
ser recordadas: “O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar o passado todos os
dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que sabemos quem fomos e como
somos”. Com base nessas duas funções da história da educação devem exercer fecunda influência
na política educacional, sobretudo nas situações críticas em que são gestadas as reformas
educativas, depois transformadas em leis, a fim de que se possa defender a implantação de uma
educação pública democrática e de qualidade.
No entanto, da mesma forma que a Escola formal não pode, sozinha, promover o progresso
social e eliminar as desigualdades, sua eliminação tampouco poderia produzir estes efeitos, e o
mais provável é que aumentasse, ainda mais, os problemas com que hoje nos defrontamos.
A realidade é que o Brasil de hoje precisa, mais do que nunca, de um sistema educacional
moderno, adequado, que possa preparar nossa população para um mundo onde o manejo
adequado da língua falada e escrita, do raciocínio formal e abstrato e da informação são cada vez
mais importantes.
Mas esta necessidade, para se transformar em realidade, não pode ser atingida com a
ingenuidade dos que achavam, trinta ou quarenta anos atrás, que educar era, simplesmente,
construir escolas.
O ensino primário está praticamente estacionado em seu crescimento. Ele atende pouco mais de
80% da população, principalmente nos centros urbanos de centro-sul; a qualidade tende a ser
baixa.
O ensino secundário tem crescido mais, mas atende a uma parcela pequena da população, não
proporciona formação profissional, dado o fracasso da lei 7044 de 1970; as melhores escolas são
as particulares, e são as que selecionam para o vestibular.
Existe ainda um pequeno ensino técnico de qualidade, englobando os sistemas SESI-SENAI e
algumas escolas técnicas e agrícolas.
Todo o ensino brasileiro está marcado por grandes discriminações sociais. A pré-escola, e
principalmente o ensino superior, são quase privativos dos grupos de renda mais alta; os que
ganham até um salário mínimo dificilmente terminam o primeiro grau; os de 2 a 5, dificilmente
chegam ao segundo.
O ensino superior é altamente estratificado, com divisões entre:
Pós graduação e graduação
Centro sul e Nordeste
Profissões tradicionais e novas profissões setor público e setor privado.
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO.
O que é socialização afinal? A
socialização pressupõe a interação social, a
capacidade de integrar-se a um grupo,
assimilando padrões sociais. O que interfere
na maneira como o sujeito percebe o
mundo, o outro e a si mesmo. O processo
de interação, a socialização, inicia-se no
nascimento do sujeito e só se encerra com
a morte, fazendo uso da linguagem para
interagir e integrar os indivíduos. O ato de
educar acontece no processo
histórico/filosófico de cada grupo social no
qual são repassadas as tradições, mas
também, os valores e normas no sentido de
contribuir com a personalidade do jovem
estudante. Notadamente, educar vai além
de transmissão de conhecimentos. É a
forma de fornecer a alguém os cuidados
necessários ao pleno desenvolvimento
físico, intelectual e moral. É promover o processo de formação do outro como ser humano integral.
Destacamos que a educação escolarizada não é o único espaço na sociedade que promove
processos educativos e que orienta a vivência dos estudantes. Ao contrário, o estudante quando
chega à universidade traz experiências e concepções construídas na família e na comunidade e
em outros espaços. Tais experiências e concepções construídas, muitas vezes, entram em choque
com os valores e normas estabelecidas pela educação escolarizada. O debate sobre papel de ser
educador e como este necessita pensar sobre a realidade em que estamos inseridos é fundante
para que nossos estudantes compreendam que vamos precisar de pessoas éticas e responsáveis
para construir outra nação. Daí a necessidade de professores/as e estudantes discutirem no
mundo contemporâneo as suas práticas e lutarem decididamente por relações em que todos e
todas se sintam sujeitos históricos.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
Questão 01
Questão 2
Texto I
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade através
da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está presente em todos
os redutos — seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na política ou no futebol. O
brasileiro não é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exercício e do
reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios do país se impõem
como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas raízes. Entrevista com
Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010.
Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um
controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível sem que
as pessoas anteponham limitações umas às outras, e todas as limitações são convertidas, na
pessoa a quem são impostas, em medo de um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do
Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa a:
a) Incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença de aparatos de
controle policial.
b) Manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e atos
administrativos.
c) Inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas
grandes cidades brasileiras.
d) Dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social
compatíveis com valores democráticos.
e) Incapacidade das instituições político legislativas em formular mecanismos de controle social
específicos à realidade social brasileira.
Questão 3
Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que
há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um
cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING
Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963 (adaptado). O cenário vivenciado pela população
negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social. Nessa época,
surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam:
a) A conquista de direitos civis para a população negra.
b) O apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano.
c) A supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista.
d) A incorporação dos negros no mercado de trabalho.
e) A aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano.
Questão 4
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não
consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade.
A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o
que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A
característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito:
a) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
b) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
c) À possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das
consequências.
e) Ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
Questão 5
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um
objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto sensível ou
material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a
Doutrina das ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um
aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto,
como Platão se situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
Questão 6
Texto I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá,
e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo,
ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por filtragem e,
ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-
se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A
aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
Texto II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no
princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta
concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de
algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na
verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha. ” GILSON, E.:
BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos
diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de
uma explicação racional.
As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na
sua fundamentação teorias que:
a) Eram baseadas nas ciências da natureza.
b) Refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) Postulavam um princípio originário para o mundo.
e) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas.
Friedrich Froebel:
Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou órfão de mãe em
tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madrasta, dos 10 aos 14 anos foi morar com
seu tio materno, também pastor, anos que considerou feliz. Resultado de seu temperamento
introspectivo passou a observar e interpretar as atividades das crianças, despertando nele um
grande interesse pelas experiências de natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma
profissão de acordo com sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua
aptidão que correspondia aos seus anseios. Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária,
depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a matemática,
ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida, professor da escola de Grüner,
discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun.
Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, inclusive
cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo universo criado por Deus
e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e defendido pela educação. A
identificação da educação com o desenvolvimento, a subordinação da ação educativa atividade
interessada da criança, a utilização do jogo e do trabalho manual como instrumentos da
aprendizagem, são caracteres do sistema froebeliano que o tornam precursor das teorias
educacionais contemporâneas. Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas
geométricas de Froebel, por abstrato e artificial.
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA
O Império Bizantino foi
herdeiro do Império Romano do
Oriente tendo sua capital em
Constantinopla ou Nova Roma.
Durante o seu período de
existência, o grande governante
que teve em sua região foi
Justiniano, um legislador que
mandou compilar as leis
romanas desde a República até
o Império; combateu as
heresias, procurando dar
unidade ao cristianismo, o que
facilitaria na monarquia.
Internamente enfrentou a
Revolta de Nika (fruto da
insatisfação popular contra a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no
aspecto externo realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império
Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados
mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar que o Império Bizantino
ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do Oriente. No entanto, este não foi capaz
de resistir à migração ocorrida por germanos e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos
independentes.
Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-
se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio
(dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governo atingiu o apogeu da
civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos
do antigo Direito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a
construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico.
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com
intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período
denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no
comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla
até o século XI.
15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA
16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA
Por volta do século VII, a Arábia era ocupada por tribos de origem semita, hostis entre si,
politeístas, místicas e supersticiosas. Eram cerca de trezentas tribos, distribuídas no litoral da
península Arábica (tribos urbanas) e no deserto (beduínos). As tribos urbanas tinham boas
condições de sobrevivência, vivendo da agricultura e do comércio; já a vida no deserto era muito
difícil e os beduínos não conseguiam sobreviver só como pastores e, por isso, praticavam o butim
(saques a caravanas).
A cidade de Meca era o centro comercial e religioso mais importante da Arábia pré-islâmica;
ali eram realizadas as feiras, e ali ficava o santuário da Caaba, com a Pedra Negra e as diversas
imagens cultuadas pelas tribos de então. Foi nesse cenário que nasceu Maomé, na tribo dos
coraixitas, guardiã da Caaba. Ele era de uma família pobre e ficou órfão aos seis anos de idade;
aos quinze, passou a trabalhar como guia de caravanas, que percorriam os desertos do Oriente
Médio. Nessas viagens, fez contato com povos e religiões diferentes, que muito iriam influenciar o
seu futuro. Conheceu o judaísmo e o cristianismo, assimilou os ensinamentos dessas religiões e
integrou-as num sincretismo, isto é, somou elementos das duas religiões e alguns costumes e
tradições árabes, surgindo assim, o Islamismo.
Isso só foi possível graças ao seu casamento com Cadidja, uma viúva rica, que possibilitou
a Maomé a tranquilidade econômica para que ele pudesse dedicar-se à meditação. Maomé, então,
iniciou a propagação do Islamismo (abandono à vontade de Alá). Se sentido seguro começou a
pregação pública aos coraixitas, de quem viria a maior oposição, visto que estavam ligados ao
politeísmo que dominava a Arábia. A perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que
Maomé fugisse de Meca para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do
calendário muçulmano.
Em Medina, Maomé conseguiu adeptos e começou a atacar caravanas, cujos hábitos ele
conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram transformados em prova da existência de Alá. Seu
prestígio cresceu na mesma proporção que aumentaram os problemas de Meca. Em 630, com o
apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os ídolos da Caaba, menos a Pedra Negra. Estava
implantado o monoteísmo e com ele surgia o Islão, o mundo dos submissos de coração a Alá e
obedientes ao seu representante, o Profeta Maomé. Dessa forma, a Arábia foi unificada como um
Estado teocrático.
17 ESCOLAS MONACAIS
Com a queda do
Império, escolas leigas e pagãs
continuaram funcionando
precariamente em algumas
cidades e com a decadência da
sociedade merovíngia as
escolas entraram também em
desagregação, então surgiram
as escolas cristas, ao lado dos
mosteiros e catedrais, e com
isso os funcionários leigos do
Estado passaram a ser
substituídos por religiosos, que
eram os únicos que sabiam
escrever e ler.
O monarquismo é um
movimento religioso que
começou lentamente com a vida solitária dos monges e com o tempo exerceu influência na cultura
da Alta Idade Média. Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, porém as
atividades pedagógicas tornaram-se inevitável à medida que era preciso instruir os novos irmãos,
então começaram a surgir novas escolas monacais em que se aprendiam o latim e as
humanidades, os melhores alunos coroavam a aprendizagem com o estudo da filosofia e a
teologia.
Os Mosteiros foram assumindo o monopólio da ciência, tornando-se principal reduto da
cultura medieval, guardavam nas bibliotecas grandes tesouros da cultura greco-latina e traduziam
obras para o latim adaptando algumas e reinterpretavam outras à luz do cristianismo.
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
Logo após a coroação de Carlos
Magno como imperador dos Francos, o
mesmo introduziu uma moeda, uma
escrita e um sistema de pesos e medidas
comuns no império. Carlos Magno,
consagrado como eficiente comandante
que, junto aos seus dozes pares,
cristianizou e modernizou a Europa,
também impulsionou as artes e as
ciências. Em torno de si ele reuniu os
mais importantes pensadores da época e
os incumbiu de compilar todo o saber
conhecido até o período, o que
estabeleceu um florescimento cultural,
conhecido como renascimento carolíngio.
Carlos Magno criou escolas nos mosteiros, nas catedrais e nos palácios, conhecidas como
Escolas Palacianas. A principal escola palaciana foi criada em Aachen, capital do Império Franco.
Esse "Renascimento carolíngio" é de fenomenal importância, pois foi através dele que os francos
se tornaram um elo entre a Antiguidade e a Europa da Idade Média. Com isso o medievo ficou
definitivamente influenciado pelas ideias dos mestres da Antiguidade. As primeiras universidades
Europeia, como foram os casos de Bolonha e Oxford, surgiram dessa tradição criada por Carlos
Magno, principalmente dos conhecimentos produzidos nos mosteiros.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
Questão 01
A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários fatores, na
possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito isto, é CORRETO
afirmar que:
a) O ensino de Filosofia, no atual contexto pós-moderno, se apresenta como superado e
descartável.
b) A Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de indagação e
investigação para os estudantes secundaristas.
c) A Filosofia, como uma forma encontrada pelo homem para compreender a realidade que o
cerca, não se enquadra na proposta pedagógica do Ensino Médio.
d) Os estudos referentes à Filosofia podem ser abarcados por outras disciplinas, como a História, o
que tornaria o ensino de Filosofia, no nível médio, algo supérfluo.
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento não deve ser uma
preocupação na formação dos alunos secundaristas.
Questão 02
O ensino de Filosofia deve propiciar aos alunos a possibilidade da reflexão. Sobre o conceito de
reflexão, é CORRETO afirmar que se trata da (do):
a) Operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente juízos e deles tirar
uma conclusão.
b) Operação lógica em que, de dados singulares suficientemente enumerados, inferimos uma
verdade universal.
c) Ato do conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando como objetivo seu próprio ato.
d) Ato de influenciar as pessoas por meio da comunicação de massa.
e) Relação estabelecida entre as pessoas, entre os sujeitos.
Questão 03
Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; porém, para a
Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo desta constatação, estaria
CORRETA a afirmação que se completa na alternativa:
a) A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das
normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas, qualificando-as de
boas ou más.
b) A Ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles.
c) A questão da moral não se enquadra nos estudos sobre Ética.
d) No século XVII, Spinosa negou a importância dos estudos sobre Ética.
e) Os estudos sobre Ética só tomaram fôlego no século XX com a obra de filósofos, como Michel
Foucault e Jean Paul Sartre.
Questão 04
Quando os filósofos se referem à Teoria do Conhecimento, eles estão se remetendo a uma área da
Filosofia que tem por meta:
a) Se opor à chamada Epistemologia.
b) A crítica da Gnoseologia, negando sua importância nos estudos sobre o conhecimento humano.
c) A reestruturação do conceito de racionalidade, substituindo-o pelo de subjetividade.
d) Ao estudo exclusivo das atitudes subjetivas, negando a importância das atitudes lógico-
racionais.
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento.
Questão 05
Considerando-se o conhecimento metafísico, no que concerne ao conhecimento humano, é
CORRETO afirmar que este:
a) Ocorre, porque a razão humana é capaz de apreender, muito naturalmente, a essência das
coisas.
b) Foge da esfera de atuação da iluminação divina.
c) Partindo da abstração, nega as experiências sensíveis.
d) Não está ligado às noções de verdade e de ação boa.
e) Não se consubstancia a partir de modelos prototípicos, como pensava Platão.
Questão 06
A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o mundo, a natureza, dialogando com a parte da
metafísica, que se ocupa da essência da matéria. Acerca deste conhecimento, podemos associá-
lo:
a) À chamada Epistemologia pós-moderna.
b) À atuação filosófica dos pré-socráticos.
c) Ao mito da caverna de Platão.
d) Aos estudos de Foucault sobre a sexualidade ocidental.
e) Ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a metafísica.
Questão 07
A Lógica investiga a validade dos argumentos e dá as regras do pensamento correto. Acerca desta
área da Filosofia, é CORRETO afirmar que:
a) Se trata do estudo normativo das condições da verdade, ou seja, da consequência e da verdade
da argumentação.
b) Só teve reflexo na obra dos pensadores pré-socráticos.
c) Se limita ao estudo da chamada lógica formal.
d) Encontra em Karl Marx um dos seus mais notórios teóricos.
e) É o principal objeto das indagações filosóficas de Simone de Beauvoir.
Questão 08
Sobre Pitágoras de Samos (século VI a. C.), filósofo, matemático e místico, que atuou em Atenas e
lá fundou uma escola filosófica dedicada à investigação dos mistérios do universo. Sobre o
pensamento de Pitágoras, é CORRETO afirmar que:
a) Renovou ideias herdadas de Aristóteles.
b) Acreditava que o conhecimento deveria modificar as pessoas, e estas deveriam merecer o
conhecimento.
c) Pregava uma relação de total liberdade entre o mestre e seus discípulos.
d) Encontrou eco na obra de filósofos posteriores, como Marco Aurélio.
e) Limitou-se ao estudo dos fenômenos da natureza.
Questão 09
O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas de pensadores, como Hegel,
Engels e Marx. Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO afirmar que se trata da:
a) Ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do pensamento humano.
b) Marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três fases - tese, antítese e
síntese -, reproduzindo o próprio movimento do ser absoluto ou ideia.
c) Sistematização do chamado materialismo histórico.
d) Organização política e econômica que torna comuns os bens de produção.
e) Situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a situação social e política
vivida.
Questão 10
Sócrates teve um papel importantíssimo na configuração da Filosofia em Atenas, no século V a. C.
Sobre este fato, é CORRRETO afirmar que a preocupação maior da filosofia socrática era a de:
a) Interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado, segundo uma moral fundamentada em
verdadeiros conceitos imutáveis.
b) Compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas.
c) Que o autoconhecimento poderia ser obtido por meio da ironia e da maiêutica.
d) Fazer um estudo crítico da história, comparando a história grega com a dos povos orientais, a
fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se imaginava.
e) Mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos humanos e que, por
esses serem falhos, era relativo e limitado.
22 AS UNIVERSIDADES
As universidades
surgidas na Idade Média
representaram um modelo novo
e original de educação superior
que exerce até hoje um
importante papel de
desenvolvimento da cultura. No
século XII, procurava-se
ampliar os estudos de filosofia,
teologia, leis e medicina, a fim
de atender as solicitações de
uma sociedade mais complexa,
surgindo a necessidade de
certos mestres.
A atividade docente na
universidade era desenvolvida
conforme o método da
Escolástica, baseado na literatura e nas discussões, pelas quais os estudantes exercitavam as
artes da dialética. A universidade tornou-se centro de fermentação intelectual, a Igreja que
mantivera a hegemonia da cultura e espiritualidade no Ocidente passou a ser afrontada, o temor
provocado pelas heresias teve a difusão do ressurgimento da cidade. A Igreja conservadora
resolveu instalar a Inquisição ou Santo Ofício, para apontar o “desvio da fé”.
As universidades entraram em decadência no século XIV, pelo dogmatismo decorrente da
ausência de debate, resistindo às mudanças, tentavam manter a influência escolástica de recusa à
observação e experimentação, das tendências que prenunciavam o nascimento da ciência
moderna.
Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, a mulher pobre
trabalhava muito ao lado do marido e permaneciam analfabeta, as meninas nobres só aprendiam
algumas coisas quando recebiam aulas em seu próprio castelo, estudavam músicas, religião, artes
liberais. As meninas da burguesia começaram a ter acesso à educação apenas quando surgiram
as escolas seculares.
No século VI os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos a fim de serem educadas a
consagradas servas de Deus, aprendiam a ler, escrever, ocupavam-se com as artes da miniatura e
com cópia de manuscritos.
24 PAGANISMO E CRISTIANISMO
Não há propriamente uma história da
filosofia cristã, assim como há uma
história da filosofia grega ou da filosofia
moderna, pois no pensamento cristão, o
máximo valor, o interesse central, não é a
filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o
cristianismo não se apresenta, de fato,
como uma filosofia, uma doutrina, mas
como uma religião, uma sabedoria,
pressupõe uma específica concepção do
mundo e da vida, pressupõe uma precisa
solução do problema filosófico. É o teísmo
e o cristianismo. O cristianismo fornece
ainda uma? Imprescindível? Integração à
filosofia, no tocante à solução do problema
do mal, mediante os dogmas do pecado original e da redenção pela cruz.
E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-cristã em geral,
o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo
sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina específica, que será a teologia dogmática.
Pelo que diz respeito ao teísmo, salientamos que o cristianismo o deve, historicamente, a Israel.
Mas entre os hebreus o teísmo não tem uma justificação, uma demonstração racional, como, por
exemplo, em Aristóteles, de sorte que, em definitivo, o pensamento cristão tomará na grande
tradição especulativa grega esta justificação e a filosofia em geral. Isto se realizará graças
especialmente à Escolástica e, sobretudo, a Tomás de Aquino. Pelo que diz respeito à solução do
problema do mal, solução que constitui a integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao
pensamento antigo? Que sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder
solucionar? Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e
moral, do cristianismo. Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas
fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação
em geral, e a determinação, dilucidarão, sistematização racional do conteúdo da mesma, têm uma
importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre numa intervenção da
razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, de Agostinho.
A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e social do
Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome
e as grandes epidemias. O cristianismo propaga- se por diversos povos. A diminuição da atividade
cultural transforma o homem comum em um ser dominado por crenças e superstições.
O período medieval não foi, porém, a “Idade das Trevas”, como se acreditava. A filosofia
clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. O aristotelismo dissemina-se pelo Oriente
bizantino, fazendo florescer os estudos filosóficos e as realizações científicas. No Ocidente,
fundam-se as primeiras universidades, ocorre a fusão de elementos culturais greco-romanos,
cristãos e germânicos, e as obras de Aristóteles são traduzidas para o latim.
25 PATRÍSTICA
26 ESCOLÁSTICA
No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império e fundar
escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada nos mosteiros até
então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais marcante nas reflexões da
época.
Primeira fase – (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança na perfeita
harmonia entre fé e razão.
Segunda fase – (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela elaboração de
grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras de Tomás de Aquino. Nesta fase,
considera-se que a harmonização entre fé e razão pôde ser parcialmente obtida.
Terceira fase – (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica, caracterizada pela
afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.
27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma história da filosofia
grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o máximo valor, o interesse central,
não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o cristianismo não se apresenta, de fato, como
uma filosofia, uma doutrina, mas como uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica
concepção do mundo e da vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo
e o cristianismo.
Não há propriamente
uma história da filosofia cristã,
assim como há uma história
da filosofia grega ou da
filosofia moderna, pois no
pensamento cristão, o máximo
valor, o interesse central, não
é a filosofia, e sim a religião.
Entretanto, se o cristianismo
não se apresenta, de fato,
como uma filosofia, uma
doutrina, mas como uma
religião, uma sabedoria,
pressupõe uma específica
concepção do mundo e da
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o cristianismo.
O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, no tocante à solução do
problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da redenção pela cruz. E, enfim, além
de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-cristã em geral, o cristianismo implica
uma determinação, elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da
Revelação, mediante uma disciplina específica, que será a teologia dogmática.
Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica
proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que sentiu profundamente,
dramaticamente, este problema sem o poder solucionar?
Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do
cristianismo.
Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais do pecado
original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação em geral, e a
determinação, dilucidação, sistematização racional do conteúdo da mesma, têm uma importância
indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta,
especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, de Agostinho.
Foi conquistada a cidade que conquistou o universo. Assim definiu São Jerônimo o
momento que marcaria a virada de uma época. Era a invasão de Roma pelos germanos e a queda
do Império Romano. A avalancha dos bárbaros arrasou também grande parte das conquistas
culturais do mundo antigo.
A Idade Média inicia- se com a desorganização da vida política, econômica e social do
Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros.
Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga-se por
diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum em um ser
dominado por crenças e superstições. Sob a influência da Igreja, as especulações se concentram
em questões filosófico-teológicas, tentando conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo
Agostinho e Santo Tomás de Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do
pensamento cristão.
Ao longo do século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu ataques constantes dos
povos bárbaros. Do confronto desses povos invasores com a civilização romana decadente
desenvolveu-se uma nova estruturação europeia de vida social, política e econômica, que
corresponde ao período medieval. Em meio ao esfacelamento do Império Romano, decorrente, em
grande parte, das invasões germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição
social mais organizada. Ela consolidou sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os
povos bárbaros, preservando muitos elementos da cultura pagã greco- romana.
Os aristocratas patrícios
(proprietários e guerreiros) recebem
uma educação que visa perpetuar os
valores da nobreza de sangue e
cultuar os ancestrais. Na Antiguidade,
a família não era nuclear como a
nossa, mas extensa (composta por
pais, filhos solteiros e casados,
escravos e clientes dos quais o
paterfamilias é proprietário, juiz e
chefe religioso). Até os sete anos as
crianças permanecem sob os
cuidados da mãe ou de outra
matrona, “mulher especial”.
Depois dos sete anos, as meninas
continuam no lar aprendendo os
serviços domésticos, enquanto o pai
se encarrega pessoalmente do filho. O menino acompanha o pai às festas e aos acontecimentos
mais importantes, ouve o relato as histórias dos heróis e dos antepassados, decora a Lei das Doze
Tábuas, desenvolvendo a sua consciência histórica e o patriotismo. O menino aprende a cuidar da
terra, trabalho que coloca lado a lado o senhor e o escravo. Aprende a ler, escrever e contar.
Torna-se hábil no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação.
Aos 15 anos, o menino acompanha o pai ao foro, praça central onde se faz o comércio e são
tratados os assuntos públicos e privados, e em torno do qual se erguem os principais monumentos
da cidade, inclusive o tribunal, onde aprende o civismo. Aos 16 anos, o jovem é encaminhado para
a função militar ou política. (Educação voltado mais para a formação moral, que intelectual) à
Aprendizagem baseada na vivência cotidiana, entremeada de exemplos que reforçam a
importância da imitação de modelos representados pelo pai e pelos antepassados.
30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
Questão 01
Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa pública no
processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão que nos apresenta a essa
situação é:
a) Diálogos.
b) O Banquete.
c) Ética.
d) Apologia de Sócrates.
e) A Política.
Questão 02
Uma das obras de Aristóteles essenciais aos estudos da sociedade é A Política; escrita no século
III a. C., que influenciou bastante o pensamento de gerações seguintes. Sobre A Política de
Aristóteles, é INCORRETO afirmar que:
a) Os sistemas de governos são estudados.
b) A sociedade doméstica ou familiar é analisada.
c) Não se importa em tematizar os modos de se gerir a coisa pública.
d) A formação do cidadão e a educação dos jovens aparecem como uma das temáticas.
e) A situação das mulheres e dos escravos na sociedade é nela abordada.
Questão 03
A Estética, uma das áreas da Filosofia, pode ser identificada como uma das preocupações
filosóficas de Aristóteles:
a) A principal preocupação da filosofia medieval.
b) A manifestação maior do espírito crítico, segundo os humanistas.
c) O tema excluído dos estudos de adorno e walter benjamin.
d) A área na qual se inaugurou o discurso da pós-modernidade.
Questão 04
Dentre os nomes que se destacaram na Filosofia na Roma Antiga, podemos destacar:
a) Marco Aurélio e suas Meditações.
b) Júlio César e sua Guerra da Gália.
c) Tito Lívio e sua História de Roma.
d) Heródoto e sua História.
e) Petrônio e seu Satiricon.
Questão 05
Acerca da filosofia patrística, é CORRETO afirmar que:
a) Dialogava constantemente com os pressupostos filosóficos de Aristóteles.
b) Negou a influência do pensamento de Platão.
c) Surge no contexto histórico de transição da Idade Antiga para a Idade Média.
d) Renegou temas, como a natureza de Deus e da alma e a vida moral.
e) Encontrou em Santo Agostinho o seu maior contestador e crítico.
Questão 06
Sobre a Escolástica, surgida na Idade Média e tida como uma das manifestações da filosofia
medieval, é CORRETO afirmar que:
a) É o único movimento filosófico originado da sociedade normanda.
b) Consiste no conteúdo formado pela síntese das doutrinas platônico-aristotélicas com as
doutrinas cristãs.
c) Não tinha ligações com a prática pedagógica.
d) Sofreu duras críticas por parte do pensamento de são tomás de aquino.
e) Resistiu a um caráter formalista, repetitivo, verbalista e dogmático.
Questão 07
Sobre a obra de Erasmo de Rotterdam (1466-1536), grande humanista holandês dos primórdios do
século XVI, é CORRETO afirmar que:
a) Não manteve diálogos nem reflexos na reforma luterana.
b) Adotou uma postura de neutralidade em relação às críticas feitas, na época, às posturas da
igreja católica.
c) Evitou envolvimento em polêmicas religiosas comuns à época.
d) Adotou um conceito de loucura retomado posteriormente, por Michel Foucault, no século XX.
e) Sua obra mais conhecida, elogio da loucura (1509), foi escrita na Inglaterra, na casa de Thomas
More.
Questão 08
"O silêncio desses espaços infinitos me apavora..." (Pascal). Esta frase do grande filósofo do
século XVII revela muito dos impulsos da chamada revolução científica deste período. Sobre este
período da História da Filosofia Ocidental, podemos constatar a afirmação de que:
a) Ele não teve nenhuma ligação com o chamado Renascimento.
b) Tinha em Copérnico um dos seus críticos mais argutos, dado a suas ligações com a Inquisição
Católica.
c) Nomes, como Galileu Galilei, tiveram um destaque inconteste no movimento.
d) As ideias de Newton não tiveram tanto impacto na comunidade científica da época.
e) Na Matemática, as contribuições de Fermat ofuscaram as de nomes, como Leibniz, Pascal,
Newton e Descartes.
Questão 09
A obra de René Descartes (1596-1650) foi uma das bases da filosofia moderna, constituindo-se
como referência indiscutível na formação do pensamento pós-medieval. Sobre a obra cartesiana, é
CORRETO afirmar que:
a) Rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar um sistema de
pensamento próprio.
b) Sua produção se resume à publicação do discurso do método.
c) Nega veementemente a existência de deus em franco ataque à filosofia medieval.
d) Não se ocupou da matemática no seu processo de construção do conhecimento.
e) Sua influência no devir da história da filosofia pode ser caracterizado como limitada ao trabalho
dos autores pós-estruturalistas.
Questão 10
Sobre o chamado Racionalismo Empiricista de tendência anglo-saxônica, que marcou a filosofia
produzida na Europa do século XVII, podemos considerar a:
a) Negação das ideias herdadas do pensamento aristotélico.
b) Recusa na crença da atuação das impressões sensoriais na produção do conhecimento.
c) Reestruturação do pensamento escolástico medieval.
d) Continuidade de algumas ideias de Platão.
e) Produção de nomes, como bacon, Locke, Berkeley e Hume.
31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO
Aumenta a intervenção do Estado nos assuntos educacionais: uma bem montada máquina
burocrática para a administração do império requeria funcionários com instrução elementar, pelo
menos. Notável procura por cursos de estenografia (taquigrafia) – sistema de notação rápida.
Recurso exigido cada vez mais na atividade dos notários (hoje conhecidos como tabeliões, mas
inicialmente eram apenas secretários incumbidos de fazer anotações, ao acompanhar os
magistrados e altos funcionários).
Século I a.C: o Estado estimulou a criação de escolas municipais em todo o Império. O
próprio César concedeu o direito de cidadania aos mestres de arte liberais. Século I d.C:
Vespasiano libera de impostos os professores de ensino médio e superior e institui o pagamento a
alguns cursos de retórica, de que beneficia o mestre Quintiliano. Trajano manda alimentar os
estudantes pobres. Outros importantes imperadores legislam sobre a exigência de as escolas
particulares pagarem com pontualidade os professores, definindo o montante a lhes ser pago.
Juliano, no ano 362, oficializou toda a nomeação de professor pelo Estado. Opunha-se à expansão
do cristianismo e pretendia, impedir a contratação de professores cristãos, com essa medida. Outro
destaque da época do Império é o desenvolvimento do ensino terciário, com os cursos de filosofia
e retórica e a criação de cátedras de medicina, matemática, mecânica e escolas de direito.
TOMÁS DE AQUINO -
(1225-1274) Teve uma vida
inteiramente dedicada a Igreja
Católica, com muita meditação e
estudo. Mas a sua filosofia parte
da pergunta: Deus existe?
Contribuiu muito com a
Filosofia e a Teologia, mas ao
contrário de Agostinho ele via a
filosofia e a teologia como ciências
distintas. Escreveu valiosos
tratados, como a “Suma Teológica,
” onde relata as cinco vias para a
prova da existência de Deus.
Tomás de Aquino foi totalmente
Aristotélico, e como atribuem a
Agostinho a cristianização do pensamento de Platão, a ele é atribuída a cristianização da Filosofia
de Aristóteles.
Leitura complementar
A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos gregos, em busca da
virtude humana, foram os que deram início às discussões sobre a filosofia da educação e seu sentido
no mundo. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a
pedagogia estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do
conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que
busca a perfeição.
Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da educação da segunda metade
do séc. XX tematiza o contraste entre cultura científica e cultura humanística. A diversificação,
bastante clara nos últimos anos, permeia de um lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a
filosofia de tipo histórico e ontológico.
A filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas dúvidas, contribuindo para
transformações qualitativas na sociedade. Torna-se importante retomar e discutir o sentido do filosofar
nos cursos de formação de professores, para que os futuros profissionais da educação possam
atribuir novos significados às práticas docentes. Na medida em que há uma racionalidade que não
podem mais simplesmente explicitar o modelo de ensino idealizado ou lógico de filosofia, introduz-se a
possibilidade de reconduzir as propostas pedagógicas a partir do reconhecimento intersubjetivo e
hermenêutico de conjugação entre a filosofia e a prática educativa.
Acredita-se que a Filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e, assim, despertar o senso
crítico e, consequentemente, auxiliar a construir uma nova visão de sociedade, onde, pressupõe-se
que a educação é a principal responsável pelas transformações da mesma.
Historicamente, pode-se ver que a educação vem sofrendo modificações, as quais, por sua vez, visam
torná-la mais adequada à realidade. Entretanto, a Filosofia afirma que é a partir do convívio e da ação
do homem com e sobre a realidade, que ele se forma e se estrutura. Assim sendo, constata-se que o
senso comum a respeito da educação é o de uma formação fragmentária, incoerente, desarticulada,
enfim, totalmente desprovida de certeza. Enquanto na consciência filosófica acontece o contrário,
pois, é uma concepção com total coerência, unidade e articulação. E ainda fornece à educação uma
reflexão sobre a sociedade na qual está situada. Entretanto, compreende-se que a educação está
aberta a questionamentos.
Por isso, acredita-se que a Filosofia é uma das muitas alternativas para se tentar pensar a educação
como instrumento de transformação social. Dessa forma, concorda-se com LUCKESI (1990, p.33)
quando afirma que, "a reflexão filosófica sobre a educação é que dá o tom a pedagogia, garantindo-
lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão
orientá-la para o futuro". Então, se constata que a Pedagogia nada mais é do que uma concepção
filosófica da Educação, a qual deve ser exercida nas práxis, para obter seus melhores resultados.
33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS
Podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois,
a influência do heletismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a
cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos
valores gregos.
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada e formar
em particular o civis romanus, superior aos outros povos pela consciência do direito como
fundamento da própria “romanidade”.
Os civis romanusera,
porém, formado antes de tudo
em família pelo papel central do
pai, mas também da mãe, por
sua vez menos submissa e
menos marginal na vida da
família em comparação com a
Grécia. A mulher em Roma era
valorizada como mater famílias,
portanto reconhecida como
sujeito educativo, que
controlava a educação dos
filhos, confiando-os a
pedagogos e mestres.
Diferente, entretanto, é o papel
do pai, cuja auctoritas,
destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com
dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida
social). Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e
mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na
sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar
e educativo.
Os romanos tinham uma mentalidade prática; procuravam alcançar resultados concretos
adaptando os meios aos fins. Enquanto os gregos julgavam e mediam todas as coisas pelo padrão
da racionalidade, da harmonia ou da proporção, os romanos julgavam tudo pelo critério da utilidade
ou da eficácia. Por isso os romanos sempre consideraram os gregos como um povo visionário e
ineficiente, enquanto os gregos consideravam os romanos como bárbaros sórdidos, com força de
caráter e valor militar, mas incapazes de apreciar os aspectos superiores da vida.
34 EXISTENCIALISMO
35 ESSENCIALISMO
Nesta perspectiva existe uma natureza humana, desde sempre dada, sendo que a ação
humana é resultado desta necessidade intrínseca, ou seja, desde sempre estabelecida e dada. Em
outras palavras, já nascemos com certa potencialidade que deve passar por um trabalho em
direção a um fim que seria a perfeição.
O homem, nessa perspectiva é um ser educável. Sua essência é a racionalidade. Trata-se,
portanto, de uma educação dirigida ao espírito. Podemos destacar como principais representantes
desta filosofia educacional os filósofos Platão (428-347 a.C.), Aristóteles (384-324 a.C.), Santo
Agostinho, (354-430 d.C.) e Santo Tomás de Aquino (1227-1274 d.C.). Na perspectiva
essencialista O real constitui uma ordem ontológica: tanto o mundo como o homem são vistos
como entes/substâncias que realizam uma essência. A essência de cada ente contém e define as
características específicas de cada um, que são universais e comuns a todos os indivíduos da
mesma espécie. A perfeição de cada ente se avalia pela plenitude de realização dessas
potencialidades intrínsecas.
36 A EDUCAÇÃO DIFUSA
Nas sociedades tribais, a educação das crianças se dava de forma difusa. Elas aprendiam
imitando os ofícios dos adultos, tendo assim já a certeza do papel que deviam desempenhar
quando fossem adultos. Ainda hoje, na sociedade contemporânea a educação difusa permanece,
embora sob um diferente aspecto.
O conhecimento técnico, científico, não é passível de ser transmitido por imitação, requer
metodologia e um processo sistematizado de transmissão e avaliação. Este conhecimento
tecnicista visa formar profissionais para o mercado de trabalho e as exigências do mundo
capitalista.
Porém, não é só nos bancos escolares que se dá a educação. Visto que educação não é só
um saber técnico, é uma maneira de ver o mundo, de entender a sociedade, de exercer o papel de
cidadão dentro dela, com direitos e deveres conscientes. Não basta se inserir no mercado de
trabalho é preciso aprender para a vida também.
A criança se auto educa em todos os ambientes que ela frequenta. Os comportamentos de
todos os adultos com que ela convive, formam a base da sua educação. Constituem os seus
valores e complementam a formação da pessoa como um todo.
O educando imita o adulto, principalmente quando tem com ele laços afetivos bem estabelecidos e
seguros. Por isso a melhor maneira de se ter uma criança bem-educada e compreendê-la
enquanto criança. Se ela se sentir amada, valorizada e respeitada, a educação difusa que se dá
em casa, soma-se, para complementar seu desempenho escolar.
Método Pedagógico
Seu método de educação era o de retardar o crescimento intelectual, permitindo à criança
demonstrar seus próprios interesses em um assunto e fazer suas próprias perguntas. No estágio
da puberdade a sensibilidade do jovem deveria ser educada sem que houvesse qualquer restrição
moral em seu ambiente, até os 15 anos. O objetivo é que o aluno desenvolva plenamente seu Eu
natural. Obviamente, uma tal educação só seria possível se o aluno fosse totalmente isolado da
sociedade e não tivesse contato social, senão com seu mestre. O aluno somente entraria na
sociedade quando a tendência para a socialização surgisse como uma de suas necessidades
naturais.
Herbart: (1776-1841)
Há uma ciência da moral e da conduta humana. E também ela está a passar por uma
transformação sensível, baseada no estudo objetivo da natureza humana. Essa transformação
deve impregnar toda a vida da escola, se é que lhe cabe, conforme vimos, o papel predominante
na formação do homem. Até os dias de hoje a conduta humana não se pôde guiar por conceitos
positivos e experimentais similares aos que caracterizam as demais ciências. E isso por quê?
Porque, como em relação às ciências naturais quando eram tratadas pelo método da magia, o
problema tem sido fundado em pressupostos falsos.
Que era a magia? A sua concepção básica era a mesma da ciência - causalidade dos
fenômenos. Reputavam-se, porém, misteriosas as causas que governavam esses fenômenos e
misteriosos os meios de controlá-las. Ainda encontramos, nas religiões, vestígios dessa
concepção. Para o indiano, a malária que lhe mina o organismo, não é causada pelos germes com
que o infetam os mosquitos, mas pela necessidade, em que se acha, de purgar nesta vida os
pecados de vidas pregressas. Não há, pois, outro meio de tratar-se, senão pela oração e
penitência.
A essência da magia está aí: o tratamento dos fenômenos naturais como efeitos originários
de causas misteriosas. Está claro que, enquanto assim pensar, não poderão progredir, com aquele
indiano, a biologia ou a patologia. Para todo o sempre, ele continuará a rezar, a fazer penitência e
a ter malária.
Tem sucedido com a Moral uma coisa semelhante.
40 MORALIDADE ÉTICA
Aqueles românticos, vencidos no que desejam, o que, bem possivelmente, seria o mesmo
que os burgueses, refugiam-se num amor tolo e indiscriminado à natureza e aos seus impulsos.
Há, porém, um terceiro grupo. É o dos que tomam a sério a moral como qualquer coisa estranha às
atualidades da vida e à natureza do organismo humano. Esses se preocupam com o progresso
espiritual de suas almas. Com a perfeição interior. Com a análise inquieta dos seus motivos de
ação. Vivem a perscrutar a natureza íntima de suas ações.
‘A "vida quotidiana" é para esses homens uma coisa atroz. A vida de ação, de negócios, de
política - a inconsciência organizada. A vida daqueles apaixonados da "natureza", uma degradação
sem limites. Vivem fora do mundo. Mas, pelo menos, dir-se-ia, esses são perfeitos e felizes, esses
vingam a maldade e a corrupção dos outros. Não é verdade.
Primeiro, esse grupo confirma os outros dois. É uma razão, às avessas, em favor dos outros. Se a
vida moral exige que desprezemos a própria vida, exige que a renunciemos - de que mais se
precisa para provar que ela está errada, está afastada de seu objetivo? Segundo, estão longe da
pureza imaginada os componentes desse terceiro grupo.
O isolamento mental em que se comprazem, o desprezo que alimentam pela vida material, a
convicção em que se mantêm de que são os últimos homens de espírito em um mundo sórdido de
materialistas, fazem brotar em seus corações uma qualidade de orgulho de que não têm sequer
conhecimento os homens comuns, os que viajam na planície. Esse orgulho gera uma inumanidade
característica. As fórmulas doces do amor dos homens não são percebidas por esses cavalheiros
do espírito. Foi tal inumanidade que, em outros tempos, permitiu todos os suplícios e que hoje
continua a permiti-los sob formas mais sutis e mais encobertas.
Analisemos as premissas em que se funda essa moral que faz da vida de cada um a
tragédia ou a comédia que todos conhecemos e, do mesmo passo, indiquemos o que nos
pareceria a correção dos seus erros. São três as premissas fundamentais da moral tradicional,
como foi entendida até os começos deste século.
1. Considerar a natureza humana como qualquer coisa impura e corrompida ou bárbara, incapaz
de chegar naturalmente a um desenvolvimento feliz.
2. Considerar a atividade humana em si, não como o bem, mas como simples meio de atingir o
bem, que era estranho ou superior a essa atividade.
3. Considerar que as regras da conduta humana fluem de princípios morais preconcebidos e
estranhos à experiência racional ou positiva. Esses princípios se prendem a uma ordem espiritual
sagrada, que se não pode modificar sem graves prejuízos para os homens.
Essas três premissas fizeram da vida humana a trama obscura e contraditória onde não há
lugar para a felicidade, entendida como resultado de um desenvolvimento normal e progressivo da
individualidade. A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos
séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos”
que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando
costumes.
Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é
um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas
são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava moral como a
“ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.
Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo,
outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu
meio social.
A Moral sempre existiu, pois, todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a
distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a
fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética
teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por
convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral
é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas,
pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.
Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações
como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por
normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas
como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou
daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo,
então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática
entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do
comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental é a mesma de toda teoria: explorar,
esclarecer ou investigar uma determinada realidade.
43 O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA
Locke julga, como Bacon, que o fim da filosofia é prático. Entretanto - diversamente de
Bacon, que julgava fim da filosofia o conhecimento da natureza para dominá-la (fim econômico) -
Locke pensa que o fim da filosofia é essencialmente moral; quer dizer: a filosofia deve proporcionar
uma norma racional para a vida do homem. E, como os seus predecessores empiristas, ele sente,
antes de mais nada, a necessidade de instituir uma investigação sobre o conhecimento humano,
elaborar uma gnosiologia, para achar um critério de verdade. Podemos dizer que a sua filosofia se
limita a este problema gnosiológico, para logo passar a uma filosofia moral (e política, pedagógica,
religiosa), sem uma adequada e intermédia metafísica.
Locke não parte, realisticamente, do ser, e sim, fenomenisticamente, do pensamento. No
nosso pensamento acham-se apenas ideias (no sentido genérico das representações): qual é a
sua origem e o seu valor? Locke exclui absolutamente as ideias e os princípios que deles se
formam, derivam da experiência; antes da experiência o espírito é como uma folha em branco, uma
tabula rasa.
No entanto, a experiência é dúplice: externa e interna. A primeira realiza-se através da
sensação, e nos proporciona a representação dos objetos (chamados) externos: cores, sons,
odores, sabores, extensão, forma, movimento, etc. A segunda realiza-se através da reflexão, que
nos proporciona a representação das próprias operações exercidas pelo espírito sobre os objetos
da sensação, como: conhecer, crer, lembrar, duvidar, querer, etc. Nas ideias proporcionadas pela
sensibilidade externa, Locke distingue as qualidades primárias, absolutamente objetivas, e as
qualidades secundárias, subjetivas (objetivas apenas em sua causa).
O nominalismo de Locke, compreende-se como, para ele, é impossível a ciência verdadeira
da natureza, considerada como conhecimento das leis universais e necessárias. Locke julga
também inaplicável à natureza a matemática - reconhecendo-lhe embora o caráter de verdadeira
ciência - isto é, não acredita na físico-matemática, à maneira de Galileu. Entretanto, mesmo que a
ciência da natureza não nos desse senão a probabilidade, a opinião, seria útil enquanto prática.
Até aqui foram analisados e descritos os conteúdos de consciência. É mister agora propor a
questão do seu valor lógico. Costuma-se dizer que as ideias são "verdadeiras ou falsas"; melhor
seria chamá-las "justas ou erradas", porque, propriamente, "a verdade e a falsidade pertencem às
proposições", em que se afirma ou se nega uma relação entre duas ideias. E esta relação,
afirmada ou negada, pode ser precisamente falsa ou verdadeira. O conhecimento da relação
positiva ou negativa entre as ideias é, segundo Locke, de dois tipos: intuitivo e demonstrativo. No
primeiro caso a relação é colhida intuitiva, imediata e evidentemente. Por exemplo: 3 = 2 + 1. No
segundo caso a relação é colhida mediatamente, recorrendo às ideias intermediárias, ao raciocínio.
Por exemplo: a existência de Deus demonstrada pela nossa existência e pelo princípio de
causalidade. Naturalmente, a demonstração é inferior à intuição.
44 IDEIAS METAFÍSICAS
Estamos, porém, ainda fechados no mundo subjetivo, fenomênico; de fato, tratou-se, até
agora, de relações positivas ou negativas, concordes ou desacordes com as ideias. Podemos nós
sair desse mundo subjetivo e atingir o mundo objetivo, isto é, podemos conhecê-lo imediatamente
ou mediatamente na sua existência e na sua natureza? Locke afirma-o, sem mostrar, entretanto,
como este conhecimento do mundo externo possa concordar com a sua geral (fenomenista)
concepção e definição do conhecimento. É a sólita posição de um fenomenismo ainda não
plenamente consciente de si mesmo. Corta as relações com o ser e vai para o fenomenismo
absoluto, mas tem ainda saudade desse ser do qual se isolou.
Em todo caso, Locke acredita poder atingir, antes de tudo, o nosso ser, depois o de Deus, e,
finalmente, o das coisas. O nosso ser seria intuitivamente percebido através da reflexão. A
existência de Deus seria racionalmente demonstrada mediante o princípio de causa, partindo do
conhecimento imediato de uma outra existência (a nossa). A existência das coisas seria sentida
invencivelmente, porque nos sentimos passivos em nossas sensações, que deveriam ser causadas
por seres externos a nós.
Entretanto, pelo que diz respeito ao nosso ser, é mister ter presente que nós não
conhecemos intuitivamente a substância da alma, e sim as suas atividades. Pelo que diz respeito a
Deus, a prova da sua existência vale, se vale absolutamente o princípio de causa - o que Locke
não demonstrou. Enfim, pelo que diz respeito às coisas externas, mesmo admitida a prova aduzida
por Locke - segundo a confissão do próprio filósofo - tal prova vale apenas pelo que concerne à
existência das coisas, e não pelo que concerne à natureza delas. De fato, segundo a filosofia de
Locke, não sabemos se as ideias da natureza das coisas correspondem à realidade das coisas.
45 MORAL E POLÍTICA
Locke não admite, naturalmente, ideias e princípios inatos nem sequer no campo da moral.
A sua moral, todavia, é muito mais intelectualista do que empirista, pois ele lhe reconhece o caráter
de verdadeira ciência, universal e necessária. Entretanto, não basta ter construído uma moral em
abstrato, embora racional. É preciso torná-la praticamente eficaz, isto é, faz-se mister uma
obrigação moral, que se imponha à nossa vontade. Ora, visto que é natural, no homem, a
tendência para o próprio bem-estar, é natural que ele seja atingido pelas penas, pelas sanções,
que precisamente lhe impedem tal realização. Que parte tem a liberdade da vontade em tudo isto?
Locke nega, propriamente, o livre arbítrio, porquanto nós nos inclinamos necessariamente para um
bem determinado e devemos desejar o bem maior.
Quanto à política, Locke deriva a lei civil da lei natural, racional, moral, em virtude da qual
todos os homens - como seres racionais - são livre iguais, têm direito vida e à propriedade; e,
entretanto na vida política, não podem renunciar a estes direitos, sem renunciar à própria
dignidade, à natureza humana. Locke admite um originário estado de natureza antes do estado
civilizado. Não, porém, no sentido brutal e egoísta de inimizade universal; mas em um sentido
moral, em virtude do qual cada um sente o dever racional de respeitar nos outros a mesma
personalidade que nele se encontra.
Também Locke admite a passagem do estado de natureza ao estado civilizado, porquanto,
no primeiro, falta a certeza e a regularidade da defesa e da punição, que existe no segundo, graças
à autoridade do superior. Entretanto, estipulando este contrato social, os indivíduos não renunciam
a todos os direitos, porquanto os direitos que constituem a natureza humana (vida, liberdade,
bens), são inalienáveis; mas renunciam unicamente ao direito de defesa e de fazer justiça, para
conseguir que os direitos inalienáveis sejam melhor garantidos. Antes, se o estado violasse esses
direitos inalienáveis, os indivíduos teriam o direito e o dever de a ele resistir e de se revoltar contra
o poder usurpador. A doutrina política de Locke, contida no seu Tratado sobre o Governo Civil, é a
expressão teórica do constitucionalismo liberal inglês, em contraste com a doutrina do absolutismo
naturalista de Hobbes.
46 IDEIAS PEDAGÓGICAS
Com respeito à religião,
Locke toma uma atitude
racionalista moderada. Admite
uma religião natural, exigível
também politicamente, porquanto
fundamentada na razão. E
professa a tolerância a respeito
das religiões particulares,
históricas, positivas. Locke
interessou-se especialmente
pelos problemas pedagógicos,
escrevendo os Pensamentos
sobre a Educação. Aí afirma a
nossa passividade, pois
nascemos todos ignorantes e
recebemos tudo da experiência; mas, ao mesmo tempo, afirma a nossa parte ativa, enquanto o
intelecto constrói a experiência, elaborando as ideias simples.
Afirma-se que todos nascemos iguais, dotados de razão; mas, ao mesmo tempo, todos
temos temperamentos diferentes, que devem ser desenvolvidos de conformidade com o
temperamento de cada um. Esta educação individual não exclui, mas implica a educação, a
formação social, para ampliar, enriquecer a própria personalidade. Tem muita importância a obra
do educador, mas é fundamental a colaboração do discípulo, pois trata-se da formação do
intelecto, da razão, que é, necessariamente, autônoma. A formação educacional consiste, portanto,
fundamentalmente, no desenvolvimento do intelecto mediante a moral, precisamente pelo fato de
que se trata de formar seres conscientes, livres, senhores de si mesmos. Por conseguinte, a
educação deve ser formativa, desenvolvendo o intelecto, e não informativa, erudita, mnemônica.
Igualmente Locke é fautor de educação física, mas como o meio para o domínio de si mesmo.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
Questão 01
A chamada Escola de Frankfurt marcou a Filosofia da primeira metade do século XX, tendo como
temática chave a(o) desestruturação das ideias herdadas do materialismo histórico.
a) Crítica da indústria cultural e do capitalismo.
b) Reestruturação do socialismo francês do século xix.
c) Dilema entre a ética e as políticas públicas liberais.
d) Crítica da razão em moldes pós-estruturalistas.
Questão 02
Nos estudos sobre Fenomenologia, a obra de Martin Heidegger se destaca como referência
indiscutível. Sobre este grande pensador do século XX, é CORRETO afirmar que:
a) Se opôs ao Nazismo alemão, sendo uma das figuras emblemáticas da resistência ao
totalitarismo e ao antissemitismo.
b) Desenvolveu uma filosofia da existência totalmente pautada nas contribuições de seu mestre
Husserl.
c) Defendeu a reestruturação do conceito de subjetividade, apresentando-o como substituto do
conceito de racionalidade.
d) Dentre suas obras, destaca-se a publicação de Ser e Tempo.
e) Não se interessou pelo estudo das relações entre ciência e tecnologia.
Questão 03
"O homem é condenado a ser livre". Esta frase de Jean Paul Sartre sintetiza o movimento
filosófico, que marcou a Europa no pós-Segunda Guerra Mundial, a saber o (a):
a) Estruturalismo.
b) Pós-modernidade.
c) Pós-estruturalismo.
d) Dodecafonismo.
e) Existencialismo.
Questão 04
O estruturalismo, surgido na França da primeira metade do século XX, exerceu uma forte influência
em relação ao modo de pensar de vários intelectuais, nas mais distintas áreas com abrangências
na Antropologia, na Filosofia, na História. Essa forma de pensar as estruturas sociais encontra
respaldo, principalmente, na obra de:
a) Jürgen Habermas.
b) Marti Heidegger.
c) Antonio Gramsci.
d) Gilles Deleuze.
e) Claude Levi-Strauss.
Questão 05
A perspectiva neopositivista da filosofia do século XX encontra repercussão na obra dos autores
citados abaixo, com EXCEÇÃO de:
a) Ludwig Wittgenstein.
b) Jacques Lacan.
c) Karl Popper.
d) Bertrand Russell.
e) Rudolf Carnap.
Questão 06
Nascido em Viena, Áustria, em 1859, este filósofo, lógico e matemático, que faleceu em 1951,
concentrou suas investigações filosóficas na análise da lógica da linguagem e nos seus diversos
usos, tendo suas idéias influenciado diversas áreas do pensamento contemporâneo. Dentre seus
trabalhos, podemos destacar o Tractatus Logico - Hilosophicus e a Investigação Filosáfica.
Estamos nos referindo a:
a) Cornelius Castoriadis.
b) Sören Kierkegaard.
c) Matthew Lipman.
d) Karl Jaspers.
e) Ludwig Wittgenstein.
Questão 07
O pensamento de Michel Foucault exerce influência atualmente em várias áreas do conhecimento
humano e da produção científica. Foucault produziu sua obra na segunda metade do século XX, e
sobre ela é CORRETO afirmar que:
a) Sofreu forte influência do positivismo.
b) Abordou, de forma praticamente pioneira, temas, como a loucura e a sexualidade.
c) Refutou ideias defendidas por Nietzsche no século XIX.
d) Desenvolveu propostas levantadas anteriormente por Habermas.
e) Encontrou no pragmatismo sua melhor classificação.
Questão 08
As obras de Gilles Deleuze e de Michel Foucault estão ligadas à chamada:
a) Arqueogenealogia.
b) Psicanálise.
c) Fenomenologia.
d) Hermenêutica.
e) Linguística.
John Locke (1632-1704), também filósofo inglês, expõe em sua obra Ensaio acerca do
entendimento humano, os fundamentos do empirismo. Tem como finalidade principal “investigar a
origem, certeza e extensão do conhecimento humano”. Para Locke, a mente humana é uma folha
de papel em branco (tabula rasa) e todas as ideias têm origem em duas fontes, a sensação e a
reflexão.
Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovido de
todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto
estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase
infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo,
numa palavra, da experiência.
Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio
conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de
nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos
entendimentos com todos os materiais do pensamento. Dessas duas fontes jorram todas as
nossas ideias, ou as que possivelmente teremos.
Em primeiro lugar, os sentidos percebem os objetos sensíveis e imprimem na mente as
imagens desses objetos. Nisso consiste a sensação, uma experiência externa, primeira fonte das
ideias para efetivar o conhecimento humano. Em segundo lugar, as operações da própria mente
sobre as ideias que já possui constituem a segunda fonte de ideias, denominada reflexão, uma
experiência interna, que consiste na percepção das operações que a própria mente realiza – a
percepção, o pensamento, o duvidar, o crer, o raciocinar, o conhecer, o querer e todos os
diferentes atos de nossas próprias mentes.
Quanto à política, Locke deriva a lei civil da lei natural, racional, moral, em virtude da qual
todos os homens – como seres racionais – são livres iguais, têm direito vida e à propriedade; e,
entretanto, na vida política, não podem renunciar a estes direitos, sem renunciar à própria
dignidade, à natureza humana. Locke admite um originário estado de natureza antes do estado
civilizado. Não, porém, no sentido brutal e egoísta de inimizade universal; mas em um sentido
moral, em virtude do qual cada um sente o dever racional de respeitar nos outros a mesma
personalidade que nele se encontra.
49 NA EDUCAÇÃO
A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos gregos, em
busca da Arete humana, foram os que deram início às discussões sobre a filosofia da educação e
seu sentido no mundo. Viam na educação um meio necessário para o alcance de uma cultura ideal
e de uma alma purificada, capaz de elevar o homem ao conhecimento inteligível, apostando na
busca de um ideal artístico de cultura. A busca pela educação ideal é representada por Platão na
metáfora da “alegoria da caverna”, no momento em que um dos homens presos no fundo de uma
caverna consegue se libertar do conhecimento da roxa, enxergando a luz da verdadeira realidade.
“O caminho da Filosofia, para Platão, era o de conhecer a realidade por conceitos, até perceber
que a própria realidade é ela mesma, o mundo das ideias, dos conceitos puros, ou mais
exatamente, das formas puras” (Ghiraldelli, 2001, p.32-33).
Na visão platônica, a filosofia deveria transcender a contingência histórica, contribuindo para
o processo de esclarecimento da verdadeira sabedoria, na superação das falsas crenças, lançando
a ideia de uma educação para a virtude, uma educação perfeita, com a qual o homem se torna
culto e erudito. A epistemologia, enquanto teoria do conhecimento, é o campo da filosofia que se
debruça sobre uma série de questões representadas pelo seguinte esquema:
Assim, a nossa “missão” nesta aula é acompanhar as diferentes respostas dadas pelos filósofos a
esses questionamentos e, se possível, criamos, nós mesmos, novas e intrigantes perguntas. Mas,
antes, precisamos refletir sobre algumas questões preliminares. Objetivos de aprendizagem:
Relacionar os diversos tipos de conhecimento;
Identificar e compreender as condições de possibilidade do conhecimento;
Diferenciar e articular os principais argumentos das epistemologias abordadas.
52 ARISTÓTELES
54 OS SOFISTAS
Os mitos gregos eram recolhidos pela tradição e transmitidos oralmente pelos medos e
lapsodos, cantores ambulantes que davam forma poética a esses relatos e os recitavam de cor em
praça pública. A grande aventura intelectual não começa propriamente na Grécia Continental, mas
nas colônias gregas: na Jônia e na Magna, foi lá que se originou o pensar filosófico. Neste trabalho
mostraremos quem eram os sofistas, o pensamento político de Platão (suas obras e legado para a
Filosofia), mostraremos também que foi Aristóteles e suas formas de governo.
Um tanto difícil
discorrer sobre tudo, mas
tentaremos expor através
de pesquisas (em livros
didáticos e também livros
de autoria de Platão e
Aristóteles) o pensamento
político grego e sua política
normativa. Os sofistas
sempre foram mal
interpretados devido às
críticas que deles faziam
Sócrates e Platão. A
história da filosofia nos dá
nem faz referência a eles.
A palavra sofista,
etimologicamente, vem de
sophos, que significa “sábio”, ou melhor, “professor de sabedoria”. Mas no sentido pejorativo,
significa “homem que emprega sofismas”, ou seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, de má
fé, com intenção de enganar.
Bem verdade que este momento não se dirige ao povo em geral, mas a uma elite, àqueles
bons oradores que poderiam, nas assembleias públicas, fazer uso da palavra livre e pronunciar
discursos convincentes e oportunos. A retórica será o instrumento desse processo e os sofistas, os
mestres, da nova arte política.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
Questão 01
Leia o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus
interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o
poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às
pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas,
inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17). Os
argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) Oligarquia
b) República
c) Democracia
d) Monarquia
e) Plutocracia
Questão 02
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três
razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em
segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela
embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE. F.
Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades
racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
Questão 03
Leia a letra da canção a seguir.
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo […]
Fonte: SANTOS, Lulu; MOTTA, Nelson. Como uma onda. In: Álbum MTV ao vivo. Rio de Janeiro:
Sony-BMG, 2004.
Da mesma forma como canta o poeta contemporâneo, que vê a realidade passando como uma
onda, assim também pensaram os primeiros filósofos conhecidos como Pré-socráticos que
denominavam a realidade de physis. A característica dessa realidade representada, também, na
música de Lulu Santos é o(a):
a) Fluxo
b) Estática.
c) Infinitude
d) Desordem
e) Multiplicidade
Questão 04
Leia o texto a seguir.
Pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos
cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em
quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê”
reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a
matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe
à precedente, é o “fim para que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e
movimento).
Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A.
Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica,
corretamente, a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras:
a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal.
b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente.
c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.
d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final.
e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente.
Questão 05
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo
real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no
errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto,
essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que
a correlação entre justiça e ética é resultado de:
a) Determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) Verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) Mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) Convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) Sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
Questão 06
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale a alternativa
correta:
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as transformações da natureza e
porque a vida é como é, tendo como limitador e princípio de verdade irrefutável as histórias
contadas acerca do mundo dos deuses.
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convicção de que havia alguma substância básica,
uma causa oculta, que estava por trás de todas as transformações na natureza e, a partir da
observação, buscavam descobrir leis naturais que fossem eternas.
c) Os teóricos da natureza que desenvolveram seus sistemas de pensamento por volta do século
VI a.C. partiram da ideia unânime de que a água era o princípio original do mundo por sua enorme
capacidade de transformação.
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem homérica do mundo e reforçou o
antropomorfismo do mundo dos deuses em detrimento de uma explicação natural e regular acerca
dos primeiros princípios que originam todas as coisas.
e) Para os pensadores jônicos da natureza, Tales, Anaxímenes e Heráclito, há um princípio
originário único denominado o ilimitado, que é a reprodução da aparência sensível que os olhos
humanos podem observar no nascimento e na degeneração das coisas.
Questão 07
O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros
personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele
gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa
longa exposição ou empregar o método interrogativo? Estrangeiro: – Com um parceiro assim
agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário,
valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo. (Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar:
a) A maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) A dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) O empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) O apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de deus.
e) O dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.
57 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2006.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.
GHIRALDELLI Jr., Paulo(Org.). Estilos em filosofia da educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
COELHO, Wilson Ferreira. Psicologia da Educação. 1ª Ed. Pearson. São Paulo, 2015.
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2004.
GALLO, Silvio. Ética e cidadania: caminhos da filosofia. 6. ed. São Paulo: Papirus, 2000.
GHIRALDELLI Jr., Paulo(Org.). O que é filosofia da educação. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A,
2000.
MORIN, Edgar.Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2.ed. São Paulo: Cortez;
Brasília: UNESCO, 2000.