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01

OBJETO
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS HUMANAS

CULTURA MATERIAL E IMATERIAL,


PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL
CIÊNCIA
MÉTODO

Observação sistemática Hipóteses testáveis e


e controlada
Fatos verificáveis verificáveis

Observação
do evento
CIÊNCIA
OBJETO

CIÊNCIAS NATURAIS CIÊNCIAS SOCIAIS

QUÍMICA, FÍSICA, ECONOMIA, GEOGRAFIA,


BIOLOGIA.... HISTÓRIA....

JÁ QUE É DIFÍCIL APLICAR OS PRINCÍPIOS DA REFUTABILIDADE


E DA EXPERIMENTABILIDADE CONTROLADA, ALGUNS
PREFEREM CONSIDERAR QUE AS CHAMADAS “CIÊNCIAS
HUMANAS”, NÃO SERIAM CIÊNCIAS, MAS DISCIPLINAS DO
CONHECIMENTO HUMANO, ESCOLHENDO FAZER USO DA
EXPRESSÃO “HUMANIDADES”, É O QUE OCORRE NA EUROPA E
NA AMÉRICA DO NORTE
(UNESP)
Ao cunhar a frase “natureza atormentada,” no início do século XVII, numa
referência ao objeto do conhecimento científico, Francis Bacon não imaginou que
esse ideal iria, no século XXI, atormentar filósofos e cientistas. O “tormento” do
mundo natural, para ele, significava conhecê-lo, não pelo saber desinteressado, mas
para dominar, transformar e, então, utilizar esse universo da maneira mais eficiente.
O berço da ciência moderna trazia a estrutura para que o ideal de controle da
natureza pudesse ser realizado. A partir de então, essa relação entre ciência e técnica
foi naturalmente se estreitando.

(Carlos Haag. “Natureza atormentada”. https://revistapesquisa.fapesp.br, agosto de 2005. Adaptado.)

De acordo com o tema abordado pelo excerto, o “tormento” gerado em filósofos e


cientistas contemporâneos se dá devido à problematização da

A) Eficácia de teorias.
B) Natureza do conhecimento.
C) Noção de progresso.
D) Confiança nos resultados.
E) Verificação dos experimentos.
Enquanto todas as outras ciências têm como objeto algo que se encontra fora
do sujeito cognoscente, as ciências humanas têm como objeto o próprio ser que
conhece. Daí ser possível imaginar as dificuldades da economia, da sociologia, da
psicologia, da geografia humana, da história para estudar com objetividade aquilo que
diz respeito ao próprio homem tão diretamente.
ARANHA/ MARTINS. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2ª. Ed., São Paulo, Moderna: 1993 – p. 167. (ASS.C1H2 – Introdução
ao estudo das Ciências Humanas e suas tecnologias)

Levando-se em consideração o ponto de vista apresentado pelo texto, uma das


grandes dificuldades das ciências humanas é

A) definir o seu objeto de pesquisa.


B) atenuar o problema da parcialidade.
C) demarcar a metodologia de trabalho.
D) eliminar a influência subjetiva do pesquisador.
E) delimitar o seu campo de ação em relação às outras ciências.
FATO FONTES PROCESSO
INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO HISTÓRICAS HISTÓRICO
PASSADO

MEMÓRIA
EM TEMPOS DE REDES SOCIAS COMO
HISTÓRIA NARRATIVA FICA A CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS?

É O ESTUDO DE COMO A HISTÓRIAÉ ESCRITA, CONTADA, E COMO A


HISTORIOGRAFIA
NOSSA COMPREENSÃO HISTÓRICAMUDA COM O TEMPO

NA ANTIGUIDADE A PASSAGEM DO TEMPO ERA INTERPRETADA DE


FORMA CÍCLICAE SOB FORTE INTERVENÇÃO SOBRENATURAL
NO MEDIEVO O TEMPO TRANSCORRIA DE MODO LINEAR, GUIADO
PELA LÓGICA DA PROVIDÊNCIA DIVINA
SOB A INFLUÊNCIA DO HUMANISMO E DO ILUMINISMO OUVE A
RACIONALIZAÇÃO DO TEMPO, COM A VALORIZAÇÃO DO HUMANO E TENDO
POR OBJETIVO O PROGRESSO

NO SÉCULO XIX,A ESCOLA SOCIALISTA,LIDERADAPOR KARL MARX, INOVAAO


INTERPRETAR A HISTÓRIAA PARTIRDO FUNDAMENTO ECONÔMICO, ATRAVÉS DO
CONCEITO DE MATERIALISMOHISTÓRICO,E DA LUTA DE CLASSES
DIFERENÇAS ENTRE AS ESCOLAS POSITIVISTAE DOS ANNALES

ESCOLA POSITIVISTA ESCOLA DOS ANNALES


Trabalha com temporalidades diversas,
ENFOQUE Predominantemente linear, focada em incluindo a análise de temas por longa
TEMPORAL determinado evento histórico duração

Enfatiza a pesquisa de documentos Vale-se de diferentes fontes e


METODOLOGIA escritos oficiais e sua análise crítica disciplinas do conhecimento

OBJETO DE Estruturas sociais, mentalidades e


Ações e eventos protagonizados por indivíduos ou grupos, notórios ou
ESTUDO indivíduos notáveis anônimos

Explicação causal centrada em Busca por causas profundas, estruturais


CAUSALIDADE indivíduos e eventos de grande relevo e complexas

Incorporação de diversas disciplinas do


Pouca ênfase na interdisciplinariedade,
INTERDISCIPLINARIEDADE conhecimento, com diferentes
apesar da forte ligação com a sociologia
abordagens
(VUNESP)
“O que é preciso sobretudo lembrar a propósito desta nova concepção da história, e que mais contribuiu
para que fosse amplamente aceita, é que não procurava impor um novo dogma, nem uma nova filosofia da
história, mas sim convidava os historiadores a que mudassem seus modos de trabalhar e seus métodos; ela
não os amarrava a uma teoria rígida, mas sim abria-lhes novos horizontes.”
(Ciro Flamarion Cardoso, História e paradigmas rivais. Em: Ciro Flamarion Cardoso e Ronaldo Vainfas (org), Domínios da História: ensaios de teoria
e metodologia. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresente um ponto básico dessa tendência, segundo o artigo citado.
A) A busca de uma narrativa histórica que tenha como cerne as estruturas político-institucionais e que
apresente como base documental textos oficiais ou não, mas preferencialmente escrito, com veracidade
comprovada.
B) A historiografia deve recusar qualquer pretensão de uma representação total do passado, porque este deve
ser tratado como imutável, mesmo que as condições do presente sofram transformações profundas.
C) O fenômeno histórico deve ser derivado por uma pesquisa que se equilibre entre elementos concretos e os
elementos abstratos, assim a produção historiográfica é essencialmente uma obra de arte.
D) A ambição de formular uma síntese histórica global do social, explicando a vinculação existente entre
técnicas, economia, poder e mentalidades, mas também as oposições e as diferenças de ritmo e fase entre os
diferentes níveis do social.
E) O conhecimento científico deve ser a única forma de conhecimento válido, razão pela qual os documentos
escritos devem ser considerados como portadores de comprovações factuais, quando confirmadas pelo
trabalho do historiador.
(ENEM – 2016)
A história não corresponde exatamente ao que foi realmente conservado na
memória popular, mas àquilo que foi selecionado, escrito, descrito, popularizado e
institucionalizado por quem estava encarregado de fazê-lo. Os historiadores, sejam
quais forem seus objetivos, estão envolvidos nesse processo, uma vez que eles
contribuem, conscientemente ou não, para a criação, demolição e reestruturação de
imagens do passado que pertencem não só ao mundo da investigação especializada,
mas também à esfera pública na qual o homem atua como ser político.
HOBSBAWN, E.; RANGER, T. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984 (adaptado).

Uma vez que a neutralidade é inalcançável na atividade mencionada, é tarefa de


profissional envolvido

A) criticar as ideias dominantes.


B) respeitar os interesses sociais.
C) defender os direitos das minorias.
D) explicitar as escolhas realizadas.
E) satisfazer os financiadores de pesquisas.
Há três grandes problemas na historiografia positivista. O
primeiro é supor que imparcialidade é possível e que a narrativa
histórica contida nos documentos oficiais é verdadeira. O
segundo é acreditar que exista uma evolução histórica das
civilizações e que elas possam ser classificadas
hierarquicamente. Finalmente, por se basear sempre em
documentação oficial, a historiografia positivista vem sendo
usada por grupos interessados em evitar que a ordem vigente
seja questionada. Ela usa o passado para justificar o presente e,
portanto, mudanças realmente significativas dificilmente
acontecerão. A história positivista é, portanto, um poderoso
instrumento político a serviço de quem está no poder.

Disponível em: https://filiprof.wordpress.com/1-2/i-introducao-a-historia/2-historiografia-positivista/


PATRIMÔNIO
BIODIVERSIDADE SUSTENTABILIDADE
NATURAL

NATUREZA

CULTURA
PATRIMÔNIO MATERIAL
MATERIAIS TOMBAMENTO
HUMANIDADE
AQUILO QUE RESULTA PRODUÇÃO OU PATRIMÔNIO (UNESCO)
BENS CULTURAIS
DA AÇÃO HUMANA ATIVIDADE CULTURAL CULTURAL NACIONAL
(IPHAN)
IMATERIAIS REGISTRO
PATRIMÔNIO IMATERIAL
PATRIMÔNIO MATERIAL

DA HUMANIDADE
PATRIMÔNIO IMATERIAL

NACIONAL
(EMEM – 2012)
O Ofício das Baianas de Acarajé constitui um bem cultural de natureza imaterial,
inscrito no Livro dos Saberes em 2005, que consiste em uma prática tradicional de
produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de
dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador,
Bahia.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

O texto contém a descrição de um bem cultural que foi reconhecido pelo IPHAN
(Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) como patrimônio imaterial, pois
representa

A) uma técnica culinária com valor comercial e atratividade turística.


B) um símbolo da vitalidade dessas mulheres e de suas comunidades.
C) uma manifestação artística antiga e de abrangência nacional.
D) um modo de fazer e viver ligado a uma identidade étnica e regional.
E) uma fusão de ritos das diferentes heranças e tradições religiosas do país.
(EMEM – 2016) TEXTO II
A eleição dos novos bens, ou melhor, de
TEXTO I novas formas de se conceber a condição do
patrimônio cultural nacional, também permite que
diferentes grupos sociais, utilizando as leis do
Estado e o apoio de especialistas, revejam as
imagens e alegorias do seu passado, do que querem
guardar e definir como próprio e identitário.
ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (Org.). Cultura política e leituras
do passado: historiografia e ensino de história, Rio de Janeiro Civilização
Brasileira, 2007
O texto chama a atenção para a importância da proteção
de bens que, como aquele apresentado na imagem, se
identificam como:

A) Artefatos sagrados.
B) Heranças materiais.
C) Objetos arqueológicos.
D) Peças comercializáveis.
E) Conhecimentos tradicionais.
PAISAGEM CULTURAL

PAISAGEM NATURAL
(ENEM – 2013)
No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira
do mundo a receber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem
Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do
Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é
a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com
sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora,
os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações
integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.
Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).

O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da

A) presença do corpo artístico local.


B) imagem internacional da metrópole.
C) herança de prédios da ex-capital do país.
D) diversidade de culturas presente na cidade.
E) relação sociedade-natureza de caráter singular.
A DIVERSIDADE É O
ELEMENTO FUNDAMENTAL
DE NOSSA IDENTIDADE
(Enem 2017)
Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas.
Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras
sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado
de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e
imperiais.
GIDDENS,A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado)

Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o


modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente,

A) Defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.


B) Universalização de direitos e respeito à diversidade.
C) Segregação do território e estímulo ao autogoverno.
D) Políticas de compensação e homogeneização do idioma
e) Padronização da cultura e repressão aos particularismos.
A QUESTÃO DA APROPRIAÇÃO CULTURAL
A APROPRIAÇÃOCULTURAL DE NOSSOS DIASÉ O RESULTADO DA PRESERVAÇÃO
DO SENTIDO COLONIALISTA /IMPERIALISTA DA CULTURA OCIDENTAL SOBRE AS
CULTURAS TOMADAS COMO PERIFÉRICAS

DETERMINADOS ELEMENTOS CULTURAIS SÃO EXPRESSÃO


IDENTITÁRIA DE GRUPOS QUE TEM ODIREITODE EXIGIR
RESPEITO À SUA EXISTÊNCIA AUTÔNOMA
NÃO É PORQUE A TECNOLOGIA DE DADOS TORNOU ACESSÍVEL ELEMENTOS
CULTRAIS DE POVOS DISTANTES QUE ESSES ELEMENTOS TORNARAM-SE
“USÁVEIS”, DE MODO DESCONECTADO E DESRESPEITOSO DE SUAS
ANTIGAS TRADIÇÕES, POR QUALQUER UM.

USAR ELEMENTOS CULTURAIS, DESCONHECENDO SUAS ORIGENS E SIGNIFICADOS,


PROCURANDO APRESENTAR-SE COM “DESCOLADO”, “ALTERNATIVO”,OU MESMO,
PARA LANÇAR MODA, NÃO É PRESTAR HOMENAGEM, MAS É SER DESRESPEITOSO
AO POVO QUE TEM NESSE ELEMENTO UM FUNDAMENTO DE SUA IDENTIDADE
PROGRESSISTAS CONSERVADORES

ENTENDEM QUE A APROPRIAÇÃO É RESULTADO DE DINÂMICAS ALGUNS REJEITAM A ANÁLISE DE PODER E DEFENDEM
DE PODER, COM GRUPOS DOMINATES APROPRIANDO-SE DE A NOÇÃO DE LIBERDADE INDIVIDUAL DE EXPRESSÃO
ELEMENTOS CULTURAIS DE GRUPOS MARGINALIZADOS E DE ADOÇÃO CULTURAL

CRITICAM A COMERCIALIZAÇÃO EXCESSIVA E A EXPLORAÇÃO ARGUMENTAM QUE A MERCANTILIZAÇÃO PODE SER


DE ELEMENTOS CULTURAIS, DESTACANDO A MERCANTILIZAÇÃO
PRODUZIDA PELAS INDÚSTRIAS DA MODA, DA MÚSICA E DO
UMA FORMA DE PRESERVAR E DIFUNDIR ELEMENTOS
ENTRETENIMENTO CULTURAIS EM ESCALA GLOBAL

DEFENDEM MEDIDAS CONTRA A APROPRIAÇÃO SOB A JUSTIFICATIVA DE SE OPOREM À CENSURA, E


CULTURAL , COMO DIRETRIZ DE RESPEITO E ENFATIZANDO A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, SÃO
CONSCIENTIZAÇÃO CONTRÁRIOS A MECANISMOS DE INTERVENÇÃO.

ARGUMENTAM SER LEGÍTIMAS MEDIDAS


ARGUMENTAM QUE A CULTURA É DE TODOS E QUE
INTERVENTIVAS SOB A JUSTICATIVA DE PROTEGER AS
DEVE ESTAR ABERTA A FUSÕES, INCORPORAÇÕES,
IDENTIDADES CULTURAIS DE DETERMINADOS
SIGNIFICANDO PARTE DE UM PROCESSO EVOLUTIVO
GRUPOS
O QUE FAZER COM MONUMENTOS QUE PASSAM A SER INTERPRETADOS
COMO SÍMBOLOS DE VIOLÊNCIA, EXCLUSÃO OU SEGREGAÇÃO?

DESTRUIÇÃO PRESERVAÇÃO

OS MONUMENTOS OS MONUMENTOS
DEVEM SER DEVEM SER
ELIMINADOS COMO
MANTIDOS PARA
FORMA SIMBÓLICA
DE SE COMBATER A
QUE SE PRESERVE
VIOLÊNCIA QUE A HISTÓRIA QUE
ELES REPRESENTAM ELES SIMBOLIZAM

HÁ VÁRIAS MANEIRAS DE SE PRESERVAR A MEMÓRIA HISTÓRICA DE UMA SOCIEDADE,


MUITO ALÉM DE MONUMENTOS. A VIOLÊNCIA, JUSTIFICADA EM ALGUNS CASOS, NÃO ME
PARECE SER A MELHOR SAÍDA. O DIÁLOGO ABERTO E RESPEITOSO, ENTRE OS VÁRIOS
ATORES SOCIAIS ENVOLVIDOS, PODE CHEGAR A CONCLUSÃO QUE OS MONUMENTOS,
IMPORTANTES NO PASSADO, JÁ NÃO EXPRESSAM OS IDEAIS PROCURADOS PELA
SOCIEDADE PRESENTE E, ASSIM, A SUA RETIRADA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS TORNA-SE
LEGÍTIMA.

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