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TÓPICOS ESPECIAIS EM Textos Básicos:

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA I I

O que é racional, é efetivo; e o que é


efetivo, é racional. Nesta convicção está da
consciência desprevenida, bem como a
filosofia, e é daqui que esta parte para a
consideração tanto do universo espiritual
quanto do natural. [...] O que importa,
então, é reconhecer na aparência do
temporal e do transitório a substância que
Hegel – Idealismo Alemão
é imanente, e o eterno que é presente.
Foi um filósofo germânico. Sua obra Com efeito, o racional, que é sinônimo da
Fenomenologia do Espírito (1807) é tida ideia, quando ele entra em sua efetividade
como um marco na filosofia mundial e na simultaneamente na existência externa,
filosofia alemã, nela Hegel expõe sua emerge uma riqueza infinita de formas,
perspectiva epistemológica. Objetiva fenômenos e configurações, e reveste o
superar dialeticamente a dicotomia sujeito seu núcleo com uma casca multicolor, na
e objeto (não há separação entre aquele qual a consciência inicialmente se instala, e
que visa conhecer [sujeito] e aquilo que só o conceito transpassa, para
[objeto] a ser conhecido), resolvendo encontrar o pulso interno e sentir
aparentes contradições desse conceito. igualmente o seu batimento nas
configurações externas.
O que seria, contudo, esse espírito (geist,
em alemão)? Certamente não se trata de HEGEL, G. F. Excertos e parágrafos traduzidos. In MARÇAL,
J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: Seed, 2009, p.
algo sobrenatural, mas evoca o não 313 e 314.
material. Trata-se, em sentido geral, de
denotar o aspecto intelectual, seja de um Em toda essa reflexão, percebe-se a
indivíduo ou de um grupo de indivíduos. abordagem dialética. O que se identifica
como contrário é resultado de análises
Pode-se falar, assim, do espírito subjetivo, insuficientes que ainda não alcançaram
que seria a vida mental de alguém, ou do uma compreensão superior que resolva a
espírito objetivo, que seria a manifestação oposição. Isso indicaria a realidade como
das produções intelectuais de uma um processo, o movimento geralmente
coletividade, por exemplo, a moralidade ou caracterizado como tese, antítese e
o direito. O termo espírito deve ser síntese.
entendido como uma atividade e não como
um objeto ou coisa. Mesmo com essas A investigação inicia-se, em linhas gerais,
qualificações, o filósofo usa-o em um com conceitos distintos cujas contradições
sentido apenas, sendo essas diferenças emergem ao serem investigados. O
fases ou desenvolvimentos de um único resultado é a incorporação dos opostos,
espírito. O último desenvolvimento é o conduzindo a uma elevação, uma
chamado espírito absoluto, um momento compreensão nova dos momentos
de plenitude, no qual a ideia manifesta-se anteriores. Não se trata apenas de um
como ser em e para si. movimento no âmbito do pensamento,
mas igualmente no do ser. Teríamos, por
exemplo, a relação entre Família, Assim, quando Hegel diz que “o real é
Sociedade Civil, Estado, como apresentado racional, e o racional é o real” - máxima do
em Filosofia do direito (1821): idealismo racional do filósofo – ele quer
nos dizer que todo real é somente real
II porque é conhecido por um sujeito que lhe
“A sociedade civil-burguesa supera identifica como real, e, portanto, tudo o
dialeticamente a família, negando seus que já foi conhecido, já se tornou racional.
princípios, esvaziando-a, diminuindo seu IV
papel, sem, no entanto, fazê-la
desaparecer. O Estado supera “A história da filosofia mostra nas filosofias
dialeticamente a sociedade civil-burguesa, diversamente emergentes que, de um lado,
negando sua pulverização estrutural, mas somente aparece uma filosofia em diversos
precisa conservar, em sua síntese superior, graus de desenvolvimento, e de outro lado
as exigências ligadas à conquista da que os princípios particulares — cada um
autonomia por parte dos indivíduos [...] O dos quais está na base de um sistema —
Estado é o nível superior da realização são apenas ramos de um só e mesmo todo.
desse movimento; é a ‘efetividade da ideia A filosofia última no tempo é o resultado de
ética’, a unidade da consciência subjetiva e todas as filosofias precedentes, e deve por
da ordem objetiva.” isso conter os princípios de todas. Por este
motivo, se ela é filosofia de outra maneira,
Filosofia do direito (1821)
é a mais desenvolvida, a mais rica e a mais
Para Hegel tudo aquilo que pode ser concreta.”
pensado é real e tudo que é real pode ser
Enciclopédia das ciências filosóficas
pensado. Não existiria, a priori, limite para
o conhecimento, na medida em que a Na medida em que o texto ilustra que a
racionalização pode ser realizada através filosofia última no tempo é o resultado
do sistema dialético. de todas as filosofias precedentes
III então, sob essa perspectiva, a ideia é
caracterizada por Hegel como o
“A certeza sensível experimenta, assim, conceito do Espírito, que tem
que sua essência nem está no objeto nem efetividade. O Espírito é resultado do
no Eu, e que a imediatez nem é imediatez
desenvolvimento da ideia lógica, que se
de um nem de outro, pois o que 'viso' em
pôs livremente em seu outro, a
ambos é, antes, um inessencial [...] Com
natureza, retornando a si mesma
isso chegamos a [esse resultado de] pôr
como essência da própria certeza sensível enquanto Espírito.
o seu todo, e não mais apenas um
No desenvolvimento de seu
momento seu — como ocorria nos dois
pensamento, Hegel reconheceu que a
casos em que sua realidade tinha de ser
verdadeira liberdade não pode ser
primeiro o objeto oposto ao Eu, e depois o
Eu.” imposta, mas efetivada, a partir de uma
concepção ontológica fundada na
Fenomenologia do espírito
realização da ideia que é Espírito
(idealismo histórico). Tudo que se
realizou no tempo é obra do Espirito humana, o sofrimento e do tédio. Dessa
(Zeitgeist). Zeitgeist é uma palavra em forma, segundo o filósofo, a vida oscilaria
alemão que significa “O espírito do do sofrimento ao tédio e a felicidade seria
tempo.” De forma simples, podemos algo momentâneo. Maior que a razão é o
fluxo constante da vontade.
dizer que é uma série de elementos
que formam o ambiente cultural e No homem, a Vontade é o fundamento do
intelectual mundial em um período querer viver, do sentimento de posse, do
específico da história. Para Hegel, a dominar, do afirmar-se: “A vida humana,
liberdade está na política, no Estado, pois, passa-se toda em querer e em
sociedade política consubstanciada adquirir”. Trata-se do um “ímpeto cego da
como a Síntese da Dialética do vida”.

movimento do Espirito no Tempo, Textos Básicos:


visto que o Estado se configura como a
melhor manifestação do Espírito I
absoluto, entidade essencialmente “A vontade é, não somente livre, mas
ontológica. onipotente.”

(SCHOPENHAUER, ARTHUR in Do mundo como vontade e


representação, p. 27 – Saraiva, 2012).

II

“A vida humana transcorre, portanto, toda


inteira entre o querer e o conquistar. O
desejo, por sua natureza, é dor: a
satisfação bem cedo traz a saciedade. O
fim não era mais que miragem: a posse lhe
tolhe o prestígio; o desejo ou a
Da razão para a vontade necessidade novamente se apresentam
sob outra forma, que do contrário bem o
Arthur Schopenhauer foi um filósofo nada, o vazio, o tédio (…)”.
alemão do século XIX. Ele é mais conhecido
SCHOPENHAUER, ARTHUR in Do mundo como vontade e
pela sua obra principal "O Mundo como representação, p. 27 – Saraiva, 2012).
Vontade e Representação", em que ele
caracteriza o mundo fenomenal como o III
produto de uma cega, insaciável e maligna
“Ainda que essencialmente fenômeno da
vontade metafísica. Na obra “O mundo
vontade, cessa de querer o que quer que
como vontade e representação”, com uma
seja, foge a qualquer apego da vontade a
afirmação que adota como verdadeira: “o
não importa o que, e procura fortificar
mundo é minha representação”. Embora
continuamente no seu coração a mais
essa verdade valha para qualquer ser, só o
perfeita indiferença por tudo.”
ser humano pode tornar-se consciente dela
SCHOPENHAUER, ARTHUR in Do mundo como vontade e
Sua teoria filosófica abordou diversos representação, p. 27 – Saraiva, 2012).

temas relacionados com a existência


A proposta, no entanto, de superação do
sofrimento que Schopenhauer nos
apresenta aproximando-se das filosofias
orientais, em especial do budismo (com o
qual o autor de fato teve contato), a
solução aparece-nos como a negação (ou
superação) da vontade, do “querer-viver”.
Em outras palavras, trata-se do ascetismo,
que deve se concretizar, por exemplo,
através da castidade, pobreza e jejum Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um
voluntários e intencionais. filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e
compositor prussiano do século XIX,
Sobre o Amor nascido na atual Alemanha. Escreveu vários
textos criticando a religião, a moral, a
Schopenhauer acreditava que o amor era
cultura contemporânea, filosofia e ciência,
um mal necessário. O erro estaria em
exibindo uma predileção por metáfora,
esperar demais dele e acreditar que só
ironia e aforismo.
amamos uma vez na vida. Para ele
Schopenhauer o amor era terrível, instável, Nietzsche defendia a inexistência em vários
dilacerante, mas fundamental posto que é sentidos: de Deus, da alma e do sentido da
por meio de seu impulso que a vida se vida. Para ele, o ser humano deveria
perpetua. Recomendava que não abandonar as muletas metafísicas, a
devêssemos sofrer tanto por ele quando o chamada morte dos ídolos. O filósofo se
perdêssemos. Afirma o filósofo: “O amor é opunha aos dogmas da sociedade,
o objetivo último de quase toda principalmente ao defender que a verdade
preocupação humana; é por isso que ele era uma ilusão.
influencia nos assuntos mais relevantes,
interrompe as tarefas mais sérias e por Textos Básicos
vezes desorienta as cabeças mais geniais”. I
Sobre a Arte Minha fórmula para o que há de grande no
Segundo Schopenhauer a obra de arte indivíduo é amor fati: nada desejar além
permite a contemplação da Ideia do belo daquilo que é, nem diante de si, nem atrás
em si, sendo interrompida a noção de de si, nem nos séculos dos séculos. Não se
tempo e espaço. Essa contemplação para contentar em suportar o inelutável, e ainda
Schopenhauer significa, pois, a negação da menos dissimulá-lo, mas amá-lo.
Vontade. Logo, destituído dos desejos NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para
insatisfeitos, o que torna o sujeito infeliz, o os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010
(adaptado).
novo sujeito da contemplação estética é
agora feliz. Dentre as linguagens artísticas II
o filósofo elogiava efusivamente a música.
Para o filósofo, a música paira acima de O homem é corda estendida entre o animal
todas as artes. Isto porque se trata da e o Super-homem: uma corda sobre um
manifestação máxima da Vontade no abismo; perigosa travessia, perigoso
campo artístico. caminhar; perigoso olhar para trás,
perigoso tremer e parar. O que é de grande
valor no homem é ele ser uma ponte e não Nietzsche, Assim Falou Zaratustra.

um fim; o que se pode amar no homem é


ele ser uma passagem e um acabamento.
Eu só amo aqueles que sabem viver como
que se extinguindo, porque são esses os
que atravessam de um para outro lado.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falou Zaratustra. São Paulo,


1999, p. 27.

III

Não há fatos eternos, como não há


verdades absolutas.

Friedrich Nietzsche Humano, Demasiado Humano. São


Paulo: Companhia das Letras, 2000.

O termo Super-Homem (Übermensch) foi


Nietzsche defendia a ideia de que a vida usado por Nietzsche para designar um ser
deveria ser o critério a ser levado em conta superior aos demais que, segundo ele era o
quando refletimos acerca de nossas ações modelo ideal para elevar a humanidade.
e ponderamos sobre nossos julgamentos. Para o filósofo, a meta do esforço humano
De maneira mais objetiva, essa ideia diz não deveria ser a elevação de todos, mas o
algo a respeito de criarmos o nosso próprio desenvolvimento de indivíduos mais
caminho e não vivermos a sombra dos dotados e mais fortes.
caminhos dados a nós. A Morte de Deus
A moral, para o filósofo é uma criação A sentença "Deus está morto" significa: o
humana, que não existe por si mesma, mas mundo suprassensível está sem força de
que corresponde a um conjunto de atuação. Ele não fomenta mais vida
costumes e valores que fazem parte de um alguma. A metafísica, isso significa para
momento e um período específico, que são Nietzsche a filosofia ocidental entendida
mantidos por uma série de pessoas que como Platonismo, está no fim. É nesse
aderem a esta e a reproduzem mais pelo momento que o filósofo apresenta sua
hábito e pela submissão, do que pelo valor. critica ferina a toda uma tradição greco-
O Super-Homem clássica tendo Sócrates como um dos seus
principais alvos. No aforismo 125 da Gaia
O super-homem é aquele que vence o ciência ele diz:
niilismo, supera a forma homem, velha e
desgastada, supera todos os humanismos, V
toda a cultura que o prende em si mesmo, Não ouviram falar daquele homem louco
é ele quem: que em plena manhã acendeu uma
IV lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a
gritar incessantemente: “Procuro Deus!
“*O super homem+ lança a flecha do seu Procuro Deus!”? – E como lá se
anseio por cima do homem” encontrassem muitos daqueles que não
criam em Deus, ele despertou com isso uma Vontade de poder ou de potência (alemão:
grande gargalhada. Então ele está "Der Wille zur Macht") é um conceito da
perdido? Perguntou um deles. Ele se perdeu filosofia de Friedrich Nietzsche. A vontade
como uma criança? Disse outro. Está se de poder descrita por Nietzsche é a
escondendo? Ele tem medo de nós? principal força motriz em seres humanos —
Embarcou num navio? Emigrou? – realização, ambição e esforço para alcançar
Gritavam e riam uns para os outros. O a posição mais alta possível na vida.
homem louco se lançou para o meio deles e Nietzsche realiza um contraponto entre
trespassou-os com seu olhar. “Para onde essa vontade e a moral de escravos
foi Deus?”, gritou ele, “já lhes direi!" Nós o imposta pela cultura judaica e cristã. A
matamos – vocês e eu. Somos todos seus moral de escravos é negativa, reativa,
assassinos! Mas como fizemos isso? Como repressora da vontade de potência,
conseguimos beber inteiramente o mar? resultante do ressentimento.
Quem nos deu a esponja para apagar o
horizonte? (…) Não ouvimos o barulho dos A “vontade de potência” pode ser
coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o entendida como um movimento de auto-
superação da própria vida e sua dinâmica
cheiro da putrefação divina? – também os
deuses apodressem! Deus está morto! Deus corriqueira. Ela é, assim, a tendência de
continua morto! E nós o matamos! Como subir, a vitória sobre si mesma, o domínio
nos consolar, a nós, assassinos entre os de si mesmo ou o esforço de sempre
assassinos? O mais forte e mais sagrado alcançar mais potência.
que o mundo até então possuíra sangrou
inteiro sob nossos punhais – quem nos
limpará este sangue? As três fases do espírito humano segundo
Nietzsche?
(NIETZSCHE, A Gaia ciência, fragmento 125, p.147-8)

No livro Assim falou Zaratustra Nietzsche


nos mostra as transmutações pelas quais
Em suma, a expressão “morte de Deus” é a um espírito precisa passar para deixar os
constatação da ruptura que a modernidade antigos valores para trás e criar novos.
e praticamente toda a filosofia
contemporânea introduz na história da O filósofo afirma que há três fases para o
cultura com o desaparecimento dos espírito: “como o espírito se torna camelo
valores absolutos, das essências, do e o camelo, leão e o leão, por fim,
fundamento divino. Significa, portanto, a criança”.
substituição da autoridade de Deus e da
As três metamorfoses representam as
igreja pela autoridade do homem
fases da vida que podem ser entendidas da
considerado como consciência ou razão; a
seguinte forma: O Camelo é a criança, e o
substituição do desejo de eternidade pelos
peso que ele recebe são as instruções para
projetos de futuro, de progresso histórico;
ter uma vida decente. O Leão é a
substituição de uma beatitude celeste por
adolescência, a rebeldia, o dizer não aos
um bem-estar terrestre.
ensinamentos e morais sociais.
A vontade de Potência

Textos Básicos:
O CAMELO novos limites. Sua agressividade está em
desvencilhar-se dos pesos antigos e das
VI
pseudoalegrias. Mas este segundo estágio
Há muitas coisas pesadas para o espírito, não pode perder-se na sede de destruição,
para o forte, resistente espírito em que seu modo de viver ainda não é capaz de
habita a reverência: sua força requer o criar valores, pois está pautado pelos
pesado, o mais pesado”. [...] O que é mais antigos.
pesado, ó heróis?, pergunta o espírito A Criança é a terceira metamorfose, ela
resistente, para que eu o tome sobre mim aprende a ouvir seu corpo, torna-se uma
e me alegre de minha força” roda que gira por si mesma! Por quê? Ela é
Nietzsche, Assim Falou Zaratustra. capaz de gerar e colocar no mundo aquilo
que possui de mais íntimo! Sua força não é
O LEÃO a de carregar valores, seu vigor não está
VII em destruir; a criança entra em relação
com o devir puro, sua independência é
No mais solitário deserto acontece a voltada para a criação! Corpo e terra
segunda metamorfose:" o espírito se torna reunidos! Razão e emoção! O apolíneo e o
leão, quer capturar a liberdade e ser dionisíaco.
senhor em seu próprio deserto”
Para Nietzsche o Apolíneo representa a
Nietzsche, Assim Falou Zaratustra. contemplação, harmonia, a medida e o
A CRIANÇA equilíbrio entre as formas, especialmente
através do uso da racionalidade; enquanto
VIII o Dionisíaco é a imagem da força instintiva
e da saúde, uma embriaguez criativa, uma
Inocência é a criança, e esquecimento; um
paixão sensual, é o símbolo de uma
novo recomeço, um jogo, uma roda a girar
humanidade em harmonia com a natureza.
por si mesma, um primeiro movimento, um
sagrado dizer-sim“. Os conceitos nietzschianos sobre o
dionisíaco e apolíneo são usados em
Nietzsche, Assim Falou Zaratustra.
discussões sobre arte, especialmente sobre
a Tragédia Grega. Nietzsche admira a
combinação entre apolíneo e dionisíaco. O
A grande emancipação almejada pelo
ideal é a fusão dessas duas forças, que
Camelo é apenas um reflexo de sua
permite utilizar a energia dionisíaca de
pequena autonomia no mundo, recheado
forma construtiva dentro de uma estrutura
de encargos, pesos, dificuldades; sua
apolínea.
liberdade restringe-se às pequenas alegrias
que conquista a duras penas, seu modo de
viver é conservando-se, e, nada além disso.

A liberdade do Leão é mais interessante,


pois aprende a dizer não, revolta-se,
aprende a destruir; sua força encontra-se
na oposição e na energia que utiliza para
derrubar ídolos com pés de barro. Ele traça

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