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Apresentação
Há alguns aspectos específicos sobre a tradição filosófica elaborada e desenvolvida pelo filósofo
Georg Wilhelm Friedrich Hegel, um dos precursores do idealismo alemão, caracterizado pela
dialética hegeliana. O filósofo elaborou um sistema chamado de dialética, que nada mais é que um
processo contínuo do conhecimento. A dialética parte de uma ideia base (tese), é contrariada por
outra ideia (antítese) e chega a uma conclusão (síntese). A partir disso, essa síntese se torna uma
nova tese; por isso, o conhecimento é contínuo, pois é uma evolução das ideias.
Para Hegel, a realidade é idealizada pela nossa mente, e a consciência não é imutável, ou seja, ela
está sempre se modificando e desenvolvendo novos conceitos. Isso determina como enxergamos
as situações no cotidiano e vivemos no mundo. Assim, o conhecimento sempre terá um contexto.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os conceitos desenvolvidos por Hegel e
aprender a reconhecer e compreender o pensamento dialético, inerente à filosofia hegeliana. Além
disso, vai conhecer uma das mais importantes contribuições de Hegel para a metodologia científica:
a relação entre sujeito e objeto na construção do conhecimento.
Bons estudos.
Para Hegel, o conhecimento alcançado se articula em torno da razão. Ou seja, tudo o que criamos
no mundo advém de ideias, transformadas por meio do processo dialético. O que entendemos
como certeza é resultado de contradições superadas. Considerando a dialeticidade, o pensar e o ser
são a mesma coisa, por representarem a síntese do que somos.
A partir disso, veja quanto o conhecimento filosófico pode ser importante para estabelecer o
fundamento de uma campanha publicitária.
Elabore o argumento central (com no mínimo um parágrafo de extensão) e indique um condão
narrativo de roteiro com base no pedido de Márcio.
Infográfico
Para Hegel, as mudanças e transformações ao longo da história resultam da razão humana, advinda
de um fato: as pessoas se constroem sob a marcha da dialeticidade. Nesse sentido, conceitos
relacionados à razão histórica e à dialética são fundamentais para estudos implementados sob a
ótica hegeliana.
Neste Infográfico, você vai conhecer alguns aspectos e conceitos importantes sobre o tema.
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Conteúdo do Livro
Kant defende que os objetos materiais de senso comum da nossa experiência (como mesas, árvores
e montanhas) realmente não são nada mais que padrões sistemáticos da experiência sensória atual
e possível.
No capítulo A dialética hegeliana, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai entrar em
contato com essa perspectiva idealista, na qual outro filósofo, chamado Berkeley, defende uma
concepção próxima à de Hegel.
Boa leitura.
FILOSOFIA
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar a dialética desenvolvida pelo filósofo
alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Para tal, é necessário compre-
ender o contexto em que Hegel estava inserido e alguns fatos sobre a
sua biografia.
O termo dialética deriva do grego dialektiké, que originalmente sig-
nificava a arte da conversação. Esse termo foi usado pelo filósofo grego
Platão para designar o método filosófico correto (INWOOD, 1997). Hegel,
por sua vez, transformou a dialética numa razão (KONDER, 1991).
Na filosofia da história, Hegel entende a Modernidade como um
tempo de cisão, em que o espírito percebe que perdeu a imediatez da
sua vida substancial. Nesse sentido, Hegel afirma que a reflexão filosófica
da Modernidade deve definir esse tempo a partir de si mesma. Portanto,
a realidade não é algo estático, mas está em movimento. A dialética é
justamente a maneira de pensar que Hegel reformula para refletir sobre
o presente e que permite a ele dizer que tudo está em relação.
A filosofia de Hegel
O filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em Stuttgart, em 27 de
agosto de 1770, e morreu em Berlim, em 14 de novembro de 1831. Hegel é
um dos pensadores que mais se destacam na Modernidade pelo fôlego do
pensamento encontrado em seu sistema filosófico. Ele viveu no contexto
2 A dialética hegeliana
[...] o espírito dos povos, representado pelo Estado; os indivíduos são apenas
meios para o desenvolvimento da vida dos povos: de fato, procurando perseguir
seus interesses, seus fins particulares, eles realizam um fim mais universal,
que escapa à sua consciência.
Em suma, Hegel “[...] quis mostrar como a razão poderia superar as dicoto-
mias que afligem a vida e o pensamento moderno unificando dialeticamente
sujeito e objeto, particularidade e universalidade, liberdade e natureza” (SIN-
NERBRINK, 2017, p. 18). Corroborando essa ideia, Marcondes (1997) destaca
que a obra de Hegel é sistemática e busca incluir em um sistema integrado
todos os grandes temas e questões da tradição filosófica, da ética à metafísica,
da filosofia da natureza à filosofia do direito e da lógica à estética.
6 A dialética hegeliana
Os termos “tese”, “antítese” e “síntese” não foram utilizados por Hegel, e sim pelos seus
estudiosos e comentadores. Como afirmam Silva e Oliveira (2013, documento on-line),
tais termos foram introduzidos “em 1837 por um comentador, Heinrich Chalybaus”.
A construção do conhecimento
na filosofia hegeliana
Na primeira parte de seu Discurso do Método, publicado em 1637, o filósofo
René Descartes afirma que a razão é o poder de julgar corretamente o ver-
dadeiro e o falso. A razão, continua Descartes (2004), é o que caracteriza
os homens e os diferencia dos animais. Em sua trajetória interior, o filósofo
francês buscou alcançar a verdade sobre si mesmo e a verdade das coisas do
mundo. Por meio de seu método, Descartes lançou as regras com as quais ele
mesmo progredia para conhecer a verdade:
Logo, ao pensar que tudo era falso, “[...] fazia-se necessário que eu, que pensava,
fosse alguma coisa. E ao notar essa verdade: eu penso, logo existo” (DESCARTES,
2004, p. 62). Desse modo, Descartes acentuava o dualismo entre o eu, que penso,
e os objetos do mundo, que são conhecidos por essa razão, solipsista.
Assim, o conhecimento é um processo em que está em jogo o modo correto
de usar a razão, ou seja, tem-se um sentido instrumental da razão que retira
a sua verdade da realidade. Nota-se que nesse processo há uma razão que
conhece a realidade; o seu esforço para alcançar a verdade do mundo é ser
bem utilizada por meio do método. Portanto, não há uma subjetividade, um
sujeito que possui uma história, que vive num contexto e que pensa a partir de
suas circunstâncias. É justamente nesse contraponto que Hegel atravessa-se
diante do dualismo inaugurado na Modernidade por Descartes.
Não só Descartes mas outros filósofos pensavam o processo do conheci-
mento por meio da relação sujeito–objeto. Nessa relação, o objeto se mostrava
em sua aparência, ou seja, era aquilo que se poderia captar por meio dos
sentidos. Nesse viés do pensamento empírico, Descartes desenvolve a sua
filosofia do conhecimento. Para os racionalistas, o objeto que se mostrava em
sua aparência tinha uma realidade, uma essência, que não se mostrava, mas que
precisava ser descoberta, por meio da razão, para se captar a verdade do objeto.
A dialética hegeliana 11
Hegel foi um importante filósofo alemão do final do século XVIII e começo do século XIX. Foi o
fundador da tradição que considera que a filosofia é responsável por estabelecer um sistema de
saberes que dão conta da realidade em suas inúmeras dimensões, sem, contudo, interferir sobre
ela.
Nesta Dica do Professor, acompanhe mais sobre como o sistema filosófico se baseia em dois
pontos: a fenomenologia do espírito e a ciência da lógica.
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Exercícios
Considerando os seus conhecimentos prévios e o que você estudou nesta Unidade, assinale
a alternativa correta.
2) Ao discorrer sobre o espírito objetivo, Hegel aponta que, nas concretizações operadas pela
sociedade, é possível distinguir três graus dialéticos: o direito, a amoralidade e a eticidade.
Esta representa a concretização da ação moral.
Nesse contexto, qual é a entidade social capaz de regular, legitimamente, a conduta externa
dos homens?
A) A família.
B) A Igreja.
C) O Estado.
D) A escola.
E) O Exército.
Dessa forma, Hegel pode ser considerado idealista por qual dos motivos a seguir?
A) Entender pela evidente preponderância da noção empírica da realidade.
B) Entender pela oposição contínua entre ideia e matéria, que resulta em síntese.
A) à sociedade.
B) ao indivíduo.
C) ao Estado.
D) ao Direito.
E) à arte.
Na prática
Neste Na Prática, confira as conclusões de João, que entendeu algumas nuances subjetivas do
processo dialético.
Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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