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Semana 12
seilosóficas da Psicologia - Semana 12
Apresentação
Vídeo 1 – Introdução ao pensamento de Hegel
Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=tN58Q6gYw1s&ab_channel=DoxaeEpisteme Acesso em:
14 de novembro de 2021.
Vídeo 2 – Karl Marx e Friedrich Engels
Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=w4SX6m3jq6g&ab_channel=DoxaeEpisteme Acesso em:
14 de novembro de de 2021.
Como você pôde perceber nos vídeos, abordamos alguns conceitos que nos
remetem à filosofia de Hegel e às críticas de Marx e Engels. Assim, nessa
semana, vamos aprender sobre o desenvolvimento da filosofia hegeliana e
o seu idealismo absoluto, bem como a filosofia de Marx e Engels e o
materialismo histórico-dialético.
Objetivos:
• Compreender a obra de Hegel.
Conteúdo
Hegel, Marx e Engels
3. Friedrich Engels
Friedrich Engels (1820-1895) foi um filósofo social, político alemão e um dos
criadores do socialismo científico. Nasceu em Barmen, cidade renana da
Prússia, na Alemanha, e foi filho de um rico industrial alemão. Entrou em
contato com os Jovens Alemães, um grupo de escritores liberais e
revolucionários. Foi também atraído pelo movimento “Hegelianos de
Esquerda”, assim como Marx. Em 1842, assume, por um tempo, a direção
da fábrica de linhas de costura. Ao mesmo tempo que entra em contato
com os líderes radicais, estuda a situação social do país. Suas observações
dessa época formaram a base para escrever “A Situação da Classe
Trabalhadora na Inglaterra”, publicada posteriormente, em 1845. Em 1878,
Engels decidiu abandonar definitivamente suas atividades nas empresas da
família para se dedicar à difusão da doutrina comunista em jornais e
revistas e no contato direto com os dirigentes socialistas dos principais
países europeus. Participou também da criação e da organização da
“Associação Internacional dos Trabalhadores”. Após a morte de Marx, em
1883, Engels se encarregou de completar e publicar o II e o III volumes de
“O Capital”, obra que causaria, nas décadas seguintes, uma revolução na
Economia e nas Ciências Sociais.
Você Sabia?
O filósofo marxista István Mészáros é um autor referencial para tantos que
lutam contra a lógica destrutiva que preside o mundo contemporâneo.
Nascido em 19 de dezembro de 1930, em Budapeste, István Mészáros era
professor emérito na Universidade de Sussex, Reino Unido, onde ocupou a
cátedra de filosofia. Mészáros iniciou sua vida como operário na Hungria.
Quando chegou à Universidade, destacou-se pelo brilhantismo,
competência e radicalidade. Sempre calibrando a atuação na Universidade
com as necessidades vitais da humanidade e a busca de sua transformação,
tornou-se, desde logo, um espírito anticapitalista excepcional. Foi um autor
fortemente inspirado por Karl Marx e tem uma vasta obra reconhecida
internacionalmente.
Para saber mais, leia o artigo: “István Mészáros e sua ardorosa defesa da
humanidade” de Ruy Braga e Ricardo Antunes. Disponível
em: https://revistacult.uol.com.br/home/istvan-meszaros-e-sua-ardorosa-
defesa-da-humanidade/ Acesso em: 13 de novembro de 2021.
Sintetizando
Georg Wilhelm Friedrich Hegel, nasceu em Stuttgart em 1770. Algumas de
suas obras foram: Vida de Jesus, O espírito do cristianismo e seu destino,
Fenomenologia do espírito, Ciência da lógica e a Enciclopédia das ciências
filosóficas. Hegel desenvolveu um idealismo absoluto, isto é, há a ideia de
uma inteligência, ou espírito que se manifesta e se concretiza no mundo, e
esse espírito se realiza no tempo ou na história. Desse modo, Hegel
identificava a ideia ou espírito com toda a realidade. Para Hegel, a realidade
é como um processo análogo ao pensamento. Outro aspecto importante da
filosofia de Hegel é o movimento dialético. Ao conceber a realidade como
espírito, Hegel descreveu que a realidade não é uma substância rígida e
estática, mas um sujeito com vida própria que pode atuar. Neste sentido,
entender a realidade como espírito, significa compreendê-la em constante
atuação, isto é, como movimento. Esse movimento dialético do real se
processa em três momentos: tese, antítese e síntese. Esses momentos
sucederiam com um movimento em espiral, isto é, um movimento circular
que não se fecha. Para Hegel, os conflitos, as guerras, as injustiças, as
dominações de um povo sobre outro são compreendidos como
contradições ou momentos negativos que funcionam como mola dialética
que move a história. No plano da dialética hegeliana, esses momentos
corresponderiam à antítese, que se contrapõe à tese, fazendo surgir uma
etapa superior, que seria a síntese. Entre os seguidores de Hegel, houve
uma divisão em dois grupos: os hegelianos de direita e os hegelianos de
esquerda, que fizeram ajustes em aspectos de sua filosofia de modo a
adequá-la a seus projetos políticos. Mas a profundidade de seu
pensamento e a radicalidade de seus conceitos despertaram reações
extremas e diversas, algumas delas tão revolucionárias que levaram a
novas maneiras de fazer e pensar a filosofia, como no caso de Marx.
Karl Heinrich Marx (1818-1883) foi um filósofo e revolucionário socialista
alemão, nasceu em Trier, Renânia, província ao sul da Prússia. Marx se
alinha com os “hegelianos de esquerda”, que procuram analisar as
questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na
burguesia da Alemanha, e depois, rompeu com eles e os criticou. Entre
1845-1846, Marx escreve a Ideologia Alemã, com Engels. Essa obra
representa a primeira exposição estruturada da concepção materialista da
história.
Friedrich Engels (1820-1895) foi um filósofo social e político alemão e um
dos criadores do socialismo científico. Foi também atraído pelo movimento
“Hegelianos de Esquerda”, assim como Marx. Engels decidiu abandonar
definitivamente as suas atividades nas empresas da família para se dedicar
à difusão da doutrina comunista. Após a morte de Marx, em 1883, Engels se
encarregou de completar e publicar o II e o III volumes de O Capital, obra
que causaria, nas décadas seguintes, uma revolução na Economia e nas
Ciências Sociais. A obra Ideologia Alemã (1845-1846) foi escrita por Marx e
Engels, e é considerada como um marco do método materialismo histórico.
Marx e Engels denunciam a propriedade privada e os modos de divisão do
trabalho (que separa os humanos, aliena-os e gera todo um sistema de
opressão). Fala sobre a sociedade ser o resultado da organização dos meios
de produção e de sua distribuição entre os indivíduos. Marx e Engels
criticam a forma como os hegelianos superdimensionam as ideias, usam a
crítica pela crítica, ou a crítica vazia, como sendo a resolução dos problemas
e conflitos, sem levar em consideração a ação humana ou as determinações
da história vivida. Segundo eles, as ideias só podem transformar a realidade
se impulsionarem a força prática, se moverem ações transformadoras.
Assim, Marx procurou compreender a história real dos seres humanos em
sociedade a partir das condições materiais nas quais eles vivem. Essa visão
da história foi chamada, posteriormente, por Engels, de materialismo
histórico. De acordo com essa visão, Marx compreende que os seres
humanos não podem ser pensados de forma abstrata, como na filosofia de
Hegel, nem de forma isolada, como na filosofia de Feuerbach. Para Marx,
não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. O modo como os
indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam está associado,
portanto, à maneira como se dão as relações sociais. As relações sociais são
determinadas pelo modo de produção de vida material, e o que os
indivíduos são depende das condições materiais da sua produção. Marx
também entende o desenvolvimento histórico-social como resultado das
transformações ocorridas no modo de produção. Para analisar esse
cenário, ele se utiliza dos princípios da dialética. Essa dialética é diferente
da que foi postulada por Hegel. Para Marx, a dialética permite compreender
a história em seu movimento, em que cada etapa é vista não como algo
estático, mas sim transitório, e que pode ser transformado pela ação
humana. Por exemplo: tivemos modos de produção dominante em cada
época, como o comunismo primitivo, o escravismo na Antiguidade, o
feudalismo na Idade Média e o capitalismo na Idade Moderna; a passagem
de um modo de produção a outro acontece no momento em que o nível de
desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as
relações sociais de produção. Surgem daí as possibilidades objetivas de
transformação desse modo de produção, a partir de um sufocamento da
produção em decorrência da inadequação das relações de trabalho nas
quais ela se dá.
Atividade
A partir da leitura do artigo “Marxismo: uma teoria indispensável à luta
feminista” de Mirla Cisne (Disponível
em: https://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica
%E7%F5es/GT4/gt4m3c6.PDF . Acesso em: 13 de novembro 2021), construa
um handout, conforme as instruções abaixo:
• Após a leitura do material, realize um breve resumo esquematizando o
resultado dos conhecimentos obtido;
Referências
ALVES, Alvaro Marcel. O método materialista histórico dialético: alguns
apontamentos sobre a subjetividade. Revista de Psicologia da UNESP, v. 9,
n. 1, p. 1-13, 2010.
BRAGA, Ruy; ANTUNES, Braga. István Mészáros e sua ardorosa defesa da
humanidade. Cult, 2 de outubro de 2017. Disponível
em: https://revistacult.uol.com.br/home/istvan-meszaros-e-sua-ardorosa-
defesa-da-humanidade/ Acesso em: 13 de novembro de 2021
CISNE, Maria. MARXISMO: uma teoria indispensável à luta feminista. In:
4° Colóquio Marx e Engels, 2005, Campinas - SP. 2005
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Fundamentos de filosofia. 4ª
edição. São Paulo: Saraiva, 2016.
MARX, Karl. A Ideologia Alemã. Lisboa/São Paulo: Presença/Martins fontes,
1976.