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Isabela Almeida
Lanna Ramos
Pedro Lima
Stephanie Gaspar
Thais Linhares
1. A Ideologia Alemã
1.1 Apresentação
A Ideologia Alemã, redigida por Karl Marx e Friedrich Engels nos anos de 1845 e
1846 é uma obra de maturação do pensamento marxista no processo de construção de uma
teoria social da realidade. Objetivando ser um acerto de contas com suas formulações
anteriores e com o ideário revolucionário de Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Estabelece
diálogos com os ditos hegelianos de esquerda, e em especial com Ludwig von Feuerbach,
tido como único avanço posterior à figura de Hegel.
O pensamento hegeliano se diferencia de toda a história do pensamento clássico à
partir de três elementos: contradição, totalidade e movimento. Em oposição à lógica formal
aristotélica, a contradição passa a ser vista como momento essencial na apreensão das
dinâmicas do fenômeno, e não mais como indicação insofismável de falseamento. Isso se
deve à noção de totalidade: para Hegel, buscar a unidade entre a cisão do sujeito e do objeto
é fundante na apreensão da verdade e a ideia de movimento se une à estes dois conceitos,
formando o que nos é conhecido por dialética.
Além dessa apropriação, Marx amplia a categoria trabalho, já existente em Hegel
enquanto atividade ontológica (entaüsserung) ao plano material. Entendido o mundo como
produto do trabalho humano, e engendradas as características da dialética hegeliana, é
criada a ferramenta marxista do materialismo dialético.
A crítica alemã não abandonou o terreno da filosofia – plano da pura abstração. Não
existem críticas abrangentes, e, os que assim fazem, isolam apenas um aspecto do sistema
sem abarcar sua totalidade. Determinando o homem como religioso, subjugando os demais
aspectos. Era a pretensão dos jovens hegelianos modificar a consciência dominante mas,
com o mundo real permanecendo inalterado. Assim, Marx e Engels terminam por
considerar que estas ideias não se passavam de “floreios” pretensiosos, “insignificantes” e
“fraseologias”.
Marx coloca a luta de classes como motor da História. A sociedade burguesa acirra
o conflito em duas classes de confronto direto: burgueses e proletários. A manufatura teve
como marco a superação feudal, posteriormente o vapor e a maquinaria revolucionaram a
produção industrial. As mudanças de plano político acompanharam o setor econômico até a
forma mais acabada que é o Estado representativo.
Bibliografia
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. “A Ideologia Alemã”, Editora Boitempo, 2009 p. 9-15;
p. 83-88.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich; “Manifesto Comunista”, Editora Boitempo, 2010 p. 39-
59.