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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

FABIELY BEATRIZ B. SOARES


FABÍOLA BAHIA RIBEIRO
JÉSSICA M. DO NASCIMENTO
KAANDRA DE AMORIM FURTADO
NATALIA COSTA SILVA

ANÁLISE TEXTUAL DO LIVRO A IDEOLOGIA ALEMÃ

UFPA
Belém-PA
2022
FABIELY BEATRIZ B. SOARES
FABÍOLA BAHIA RIBEIRO
JÉSSICA M. DO NASCIMENTO
KAANDRA DE AMORIM FURTADO
NATALIA COSTA SILVA

ANÁLISE TEXTUAL DO LIVRO A IDEOLOGIA ALEMÃ

Trabalho entregue como exigência parcial


para a obtenção dos créditos da disciplina
Filosofia da educação ministrada pela
Professora Doutora Rosi Giordano da
Graduação na Universidade Federal do
Pará.

UFPA
Belém-PA
2022
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ANÁLISE CAPÍTULO I: DO LIVRO A IDEOLOGIA ALEMÃ (KARL MARX, F.


ENGELS), 1991.

Análise Textual e Temática.


Segundo Severino (2007; 2009), . a análise textual é a primeira abordagem do
texto com vistas à preparação da leitura. Esta é uma fase preparatória à leitura
propriamente dita, mas é imprescindível, para nos ajudar a superar as múltiplas
interferências que podem ocorrer na decodificação e na apropriação da mensagem
contida no texto. Seu objetivo é identificar os elementos que permitem a adequada
decodificação do texto, bem como o contexto de sua produção. Inclui-se aqui o
levantamento de vários esclarecimentos prévios.
Delimitação da unidade de estudo do capítulo do livro.
Para essa análise, faremos um estudo de parte do primeiro capítulo – A Ideologia
Alemã, da página 17 a 35.
Sobre o autor.
Karl Marx nasceu em Tréves, capital da província alemã, no dia 05 de maio
no ano de 1818 e morreu no dia 14 de março no ano de 1883, em Londres no Reino
Unido. Filho de Hirschel, Hirschel era seu nome de batismo, pois, após abandonar o
judaísmo batizou-se com um novo nome Heinrich, acredita-se que foi por conta que
nessa época os cargos públicos eram proibidos para judeus da Romênia, e
Enriqueta Pressburg, ela era descendente de rabinos, porém não teve influência
intelectualmente na formação de Marx, como era comum das famílias israelitas.
Marx casou-se com sua amiga de infância a jovem Jenny von Westphalen, onde
com ela teve seis filhos, de modo que somente três chegaram à maturidade.
Marx foi um filósofo crítico, um filósofo que buscou negar algumas ideias
correntes de sua época, como a esquerda hegeliana o socialismo utópico entre
outros e a partir disso criar sua respectiva filosofia.
Hegel foi o filósofo com o qual Karl Marx teve mais afinidade quando começou
a se interessar pela filosofia, ainda assim, tiveram uma distinção rigorosa com
relação ao pensamento de Hegel. Enquanto Hegel postulava o idealismo, concepção
segundo a qual são as ideias que movem o mundo, seguindo uma ideologia da
dialética onde se tem uma ideia, a tese, e se tem outra ideia contrária à tese
chamada de antítese e após o debate das ideias, tese e antítese havia um resultado
das ideias debatidas surgindo uma síntese, que se tornaria uma tese novamente e o
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debate continuaria e assim por diante. Diante disso, Hegel acreditava que o mundo
era feito de ideias melhoradas. Já Marx postulava o materialismo, concepção que
defende o pressuposto de que são os fatos empíricos e as condições materiais da
vida que movem o mundo. Tendo primeiro uma ação natural do corpo e
posteriormente surgiria a ideia, por exemplo: nós trabalhamos para sobreviver,
houve primeiro uma ação natural do corpo para depois surgir a ideia que precisamos
trabalhar para a subsistência

Deste modo, Hegel exerceu uma influência em Marx, e não só em Marx, mas
em toda a política de seu tempo. Na época existiam dois grupos políticos relevantes,
a direita hegeliana que empregava o pensamento de Hegel para defender o
cristianismo e o estado, e a oposição da esquerda hegeliana. Marx escreveu contra
essa esquerda, porque eles eram idealistas e Marx era materialista, enquanto Marx
via o Estado como um resultado dos fatos históricos a esquerda hegeliana tentava
justificá-lo como sendo o resultado das melhores ideias, com esse raciocínio Marx
surge com sua popular frase “não é a consciência que determina a vida e sim a vida
que determina a consciência e, a libertação do ser humano é um ato histórico não
uma libertação da mente e uma mudança de ideias é uma mudança nas cabeças
das pessoas”.

A prncipal obra prima de Karl Marx, O capital é uma obra de filosofia


econômica, onde ele faz suas críticas aos economistas clássicos que vieram antes
dele, mas sem ignorar seus trabalhos, pois a partir de Adam Smith e Ricardo, ele
cria a teoria do valor que diz que os preços das mercadorias são determinados pelo
trabalho socialmente necessário para criar essa mercadoria. E que a propriedade
privada é na verdade um ato histórico e não uma lei, como os economistas clássicos
dão a entender, ou seja, a propriedade privada pode deixar de existir.

Karl Marx também faz crítica sobre socialismo utópico, porque os autores que
falavam sobre isso apesar de terem germinado a semente do comunismo
analisavam a situação de forma utópica.

Karl Marx, junto com Friedrich Engels (filósofo alemão), que foi seu principal
aliado, com uma série de simultaneidades de apurações conduziu-os a um trabalho
comum. Sendo o primeiro desses trabalhos, a sagrada família, tendo como subtítulo
a crítica de uma crítica crítica, verifica as implicações políticas do Neo-hegelianismo.
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É uma contestação ferrenha contra Bruno Bauer e seus irmãos, Edgard e Egbert,
porque eles eram editores da Gazeta Geral Literária, publicada em Charlottemburgo,
e pregavam uma política liberal “elitista” como se diria na contemporaneidade. Em
lugar da solitude do espírito defronte das massas, já Marx e Engels pregavam um
extenso entrosamento da teoria com os proletários, desse modo, falavam “nada é
mais ridículo do que uma ideia apartada de interesses palpáveis.”

Além da obra sagrada família, Engels junto com Marx produziram várias obras
importantíssimas, dentre elas, O Manifesto Comunista e a Ideologia Alemã, com
uma parceria inseparável Marx e Engels pretendiam criar o socialismo científico e
descobrir de fato como capitalismo se desenvolve.

A religião é outro tema de crítica para Marx, já que ele via que era o humano
que fazia a religião, mas na verdade a religião é um reflexo do mundo capitalista em
que vivemos, e que a religião tem o papel de entorpecer as pessoas para a
realidade. A eliminação da religião só viria com a eliminação do capitalismo, essas
foram as principais críticas que Marx fez em sua obra. Os principais conceitos da
filosofia de Marx São alienação que bebendo da fonte de Feuerbach que se baseia
nos aspectos da filosofia materialista e na teoria da alienação para trazer uma
moderna inspiração filosófica chamada de materialismo histórico, Marx analisou
conciliar o materialismo de Feuerbach com o idealismo de Hegel em sua concepção
dialética.

Visão geral do capítulo: A Ideologia Alemã.

Analisando o capítulo estudado verificamos que Karl Marx tece críticas ferozes ao
sistema filosófico hegeliano por afirmar que o mundo real é determinado por ideias e
aos chamados neo-hegelianos por se apoderarem unicamente da filosofia de Hegel
para fundamentar suas produções filosóficas. No primeiro capítulo intitulado a
oposição entre a concepção materialista e a idealista fundamenta sua crítica aos
idealistas, de uma maneira muito irônica, dizendo que a revolução que fizeram os
neo-hegelianos não passa do mundo das ideias e que na verdade nada aconteceu
no mundo real [...] Tudo isso teria ocorrido nos domínios do pensamento puro.
Critica também a falta e originalidade da filosofia alemã por se basear apenas em
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Hegel e por filósofo não romper as fronteiras do pensamento hegeliano, chamando-


os de filósofos-comerciantes e sua filosofia de espetáculo.
Discorre a respeito da dependência que a filosofia Alemã possuía de Hegel e que
alguns filósofos autoproclamaram terem ultrapassado Hegel quando, na verdade,
apenas se utilizaram de parte do sistema hegeliano para fundamentarem suas
críticas. Para além das críticas a Hegel, Karl Marx demonstra os fundamentos do
materialismo pautado na realidade e não nas abstrações.

Vocabulário.

Trabalho: Um dos fatores de produção, é toda a atividade humana voltada para a


transformação da natureza, com o objetivo de satisfazer uma necessidade. O
trabalho é uma condição especifica do homem, e desde suas formas mais
elementares, está associado a certo nível de desenvolvimento dos instrumentos de
trabalho (grau de aperfeiçoamento das forças produtivas) e da divisão da atividade
produtiva entre os diversos membros de um agrupamento social. Assim, o trabalho
assumiu formas particulares nos diversos modos de produção que surgiram ao
longo da história da humanidade.

Trabalho alienado: trabalho cujo seu produtor não é seu proprietário, nem dos
produtos por ele criados, pois estes são apropriados pelo capitalista, senhor dos
meios de produção e, momentaneamente, proprietário da própria força de trabalho
do operário. Nessas condições, o produto do trabalho aparece ao sujeito da criação-
o trabalhador- como algo que lhe é estranho, uma força independente dele, na qual
não se reconhece. Por isso, o trabalho assume o caráter de algo forçado, que
constitui apenas um meio de o assalariado ganhar sua sobrevivência.

Divisão do trabalho: Distribuição de tarefas entre os indivíduos ou agrupamentos


sociais, de acordo com a posição que cada um deles ocupa na estrutura social e nas
relações de propriedade. A divisão do trabalho ocorre em relação a tarefas
econômicas, políticas e culturais. Algumas pessoas trabalham nas linhas de
montagem das fabricas, outras na construção civil, outras ainda são médicos,
escritores, professores ou empresários. Nesse processo, as pessoas desempenham
funções especializadas e complementares.
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Capital: é um dos fatores de produção, formado pela riqueza e que gera renda. É
representado pelo dinheiro. O capital pode também ser definido como todos os
meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a
produção de outros bens.

Capitalismo: Sistema econômico e social predominante na maioria dos paises


industrializados ou em faz de industrialização. Neles, a economia baseia-se entre
trabalhadores juridicamente livres, que dispõem somente da força de trabalho e a
vendem em troca de salário, e capitalista, os quais são proprietários dos meios de
produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos
para o mercado) visando a obtenção de lucros.

Mais-Valia: conceito fundamental da economia política marxista, que consiste no


valor do trabalho não pago ao trabalhador, isto é, na exploração exercida pelos
capitalistas sobre seus assalariados.

Força de trabalho: número de pessoas com capacidade para participar do processo


de divisão social do trabalho em determinada sociedade. A forma e o grau de
aproveitamento desse potencial humano dependem de como a sociedade está
organizada, do regime de propriedade e do nível de desenvolvimento das forças
produtivas.

Forças produtivas: forças naturais (inclusive o próprio homem) apropriadas pelo


homem para a produção e reprodução da sua vida social.

Autores
Karl Marx (1818-1883): foi um filósofo e revolucionário socialista alemão que criou
as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Sua filosofia exerceu
influência em várias áreas do conhecimento, tais como Sociologia, Política, Direito e
Economia.
Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872): foi um filósofo alemão, reconhecido pelo
ateísmo humanista antropológico e pela influência que o seu pensamento exerce
sobre Karl Marx e Friedrich Engels.
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Friedrich Engels (1820-1895): foi um filosofo e escritor alemão. Escreveu, em


parceria com Marx, várias obras, dentre elas: o Manifesto comunista e a ideologia
alemã, e desenvolveu o materialismo histórico dialético. Foi de grande importância
paraa teoria do comunismo do século XIX, e teve como grande motivação para o
estudo e contribuição para essa área a observação da condição dos operários da
fábrica de sua família.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831): foi um filosofo alemão idealista que
abriu novos campos de estudo na história, Direito, Arte, entre outros, através dos
seus postulados e da lógica dialética.

Fato Histórico
O período da Revolução Industrial que gerou consequências para a produção
de mercadorias e no processo de trabalho transformando o processo produtivo de
uma manufatura, onde a produção era artesanal, para maquinofatura, com a
presença da máquina na produção. Nesse contexto foram produzidos os
manuscritos da obra A Ideologia Alemã de Karl Marx e F. Engels.
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Esquema

Resumo
A filosofia hegeliana defendia que era por meio da dialética que se poderia
pensar a realidade. Contudo, para Marx era o meio material que determinava a
realidade de cada indivíduo. Sob essa ótica, Marx confronta, com seu materialismo
histórico, a filosofia de Hegel. Diante disso, levando em consideração o período da
Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo como modelo econômico, Marx
e Engels elaboram vários conceitos para representar essa filosofia e compreender a
sociedade da época, como por exemplo, o de divisão da sociedade em classes, que
seria a classe burguesa, dona dos meios de produção, e a classe operária,
proprietária somente da sua força de trabalho.
A partir da realidade dessas classes antagônicas, Marx pensa no proletariado
como explorado excessivamente pelo burguês, essa exploração apresentava-se de
várias formas como a mais valia, conceito que Marx e Engels citam no livro O
capital, explica que tudo que o trabalhador produz não fica em suas mãos, parte vai
para o patrão, ou seja, seria a diferença entre o valor que o trabalhador produz e o
que ele recebeu por isso. Ademais, a alienação é outra forma de exploração, já que
o trabalhador dentro de um processo produtivo ele não tem acesso ao que produz,
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ou seja, participa apenas de uma etapa do processo de produção. Nesse sentido,


Marx compreendia dois conceitos que são importantes para a compreensão da
sociedade capitalista, que são a infraestrutura e a superestrutura: A infraestrutura é
toda a força produtiva que forma a sociedade, que seriam as indústrias, força de
trabalho do proletariado e as relações de produção, já a superestrutura seria todo o
aparato legal que o estado fornece como, por exemplo, no âmbito jurídico,
econômico e ideológico para a burguesia, a fim de manter e perpetuar esse
pensamento capitalista na sociedade, ou seja, é por meio desse pensamento
ideológico que o proletário acredita que essa exploração que ele sofre pela
burguesia é normal. Portanto, para Marx e Engels só haveria a libertação do
proletariado por meio da luta de classe (onde os trabalhadores tomariam os meios
de produção) e, também, com a extinção da propriedade privada, dessa forma o
sistema econômico passaria do capitalismo para o socialismo o que suscitaria no
comunismo tão desejado, onde todos trabalham e todos gozam do resultado e vivem
sem desigualdade social.

Referências

ATAIDE, Glauber. Biografia de Ludwig Feuerbach, filósofo da libertação, 2019.


Disponível em: <https://www.filosofiaepsicanalise.org/2019/07/biografia-de-ludwig-
feuerbach-filosofo.html>. Acesso em: 09 set. 2022.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5° Ed. São Paulo: Martins Fontes,


2007. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1LAxaRqmbS3Hy_93FHFwdNmYmBwL9Gw3s/view?
usp=drivesdk>. Acesso em: 07 out. 2022.

BEZERRA, juliana. Hegel. Toda a matéria. Disponível em:


https:https://www.todamateria.com.br/george-wilhelm-friedrich-hegel/. Acesso em: 08
set. 2022.

Hegel (resumo) | Filosofia. Produção de Conceito ilustrado, 17 de jun. 2022. Vídeo


(07:51min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c3yCQzyarks. Acesso
em 08 set.2022.

Karl Marx- Toda Matéria. Produção de Julia Bezerra de Menezes, 09 de out. 2020.
Vídeo (10 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mZbgdo2JQho.
Acesso em: 08 set.2022
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Karl Marx: vida e obra| prof. Cristiano. Produção de saber em foco, 26 de nov.2018.
Vídeo (10 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XGc2oYL3g6o.
Acesso em: 08 set.2022

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia alemã. 8°. Ed. São Paulo: Hucitec,
1991.p. 17-19, 23-28.

SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário De Economia. 1° Ed. São Paulo: Editora


Best Seller, 1999. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1LAyOTXfBo9MBANZNl_aCzDcntxCgFsfw/view?usp
=drivesdk. Acesso em: 07 de out. 2022.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Como ler um texto de filosofia. 1°. ed. São Paulo:
Paulus, 2008. p.14-19.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23°. ed. São


Paulo: Cortez, 2007.p.47-51.

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