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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

HADRYA MAYLLA MUNIZ DA SILVA


IRLANA DE FATIMA DA SILVA CRUZ
MYLENA ARÁUJO MOREIRA

AS PRÁTICAS CULTURAIS MEDICINAIS NA INFÂNCIA DO SÉCULO XIX


AO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA

BELÉM/ PA
2022
AS PRÁTICAS CULTURAIS MEDICINAIS NA INFÂNCIA DO SÉCULO XIX
AO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA
INTRODUÇÃO
O presente estudo nos remete a compreender o conceito de infância, as práticas
culturais da medicina, fazendo uma análise de ponto de vista histórico sobre como as
crianças viviam e como eram tratadas, sendo capaz de revelar muito sobre a situação
dos dias atuais infância. Nosso foco é centra-se na análise das práticas culturais
medicinais na infância a partir do século XIX à XX a partir de formulações da tese de
Jacqueline Guimarães que é Doutora em Educação, Mestre em Serviço Social e
assistente social pela Universidade Federal do Pará.

As práticas culturais de acordo com Bodley 1994, são diversos paradigmas de


comportamento e pensamentos que são instruídos no meio da sociedade passando de
geração à geração. As práticas culturais dentro do contexto antes do século XIX nos faz
entender que relativamente a vida era iguais para todas as idades.

Até meados do século XII a taxa de mortalidade era muito alta pois as condições de
higienes e saúde eram precárias, as crianças que conseguiam sobreviver a esse descaso
eram consideradas homens de tamanho reduzidos ou páginas preenchidas com
preparações para a vida adulta (só conseguiam ter uma identidade quando conseguiam
fazer coisas que se assemelhavam ao adulto).

As crianças naquela época passavam por condições muito precárias por conta do local
que vivia que era úmido e frio e acabavam sendo alvos de diversas doenças, por esse
fator os batismos em crianças eram feitos às pressas, logo nos primeiros dias, pois já
imaginava que não teria muito de vida. A alimentação desses pequenos era outra prática
que prejudicava a saúde dos mesmos, os bebês dispunham das amas de leite que
portavam diversas doenças, quando seus dentinhos começavam a surgir era oferecido
alimentos inadequados pois as mães presumiam que iria fortificar seus filhos.

O leite de cabra era também considerado um


poderoso fortificante infantil para as crianças com uma
saúde mental. Iniciando a dentição o cardápio das
crianças geralmente sofria significativas alterações. As
crianças ainda muito pequenas comiam de tudo: pirões
de farinha, carne desfiada, peixe cozido, caldos de
panela engrossados com farinha[...] ( GUIMARÕES,
2015, 8)
A tese de Jackeline Guimarões retrata sobre como a medicina foi um meio importante para as
doenças que afetavam as crianças por conta das práticas usadas que não era de acordo com a
idade dos mesmos, a “cura” dessas enfermidades descendiam da religião feitos por curandeiros
ou homens que curavam. Na tese de Jackeline faz citações importantes a respeito das práticas
medicinais portuguesas, africana e indígenas que eram utilizadas na forma de ”combater” as
doenças que eram considerados como castigo divino; as parteiras ou rezadeiras que realizavam
partos também usando métodos voltado para a religião. A partir do século XIX que vamos
observar o surgimento da medicina experimental que buscaram estudar o corpo humano e assim
passaram a compreender as cautelas e cuidados com as crianças.

A partir da obra as questões que conduz este estudo é: Quais as práticas culturais
medicinais utilizadas do período imperial ao início do período republicano? O que
mudou desse período para os dias atuais? E no que e como interferiu na educação? Os
objetivos desse estudo são: (1) identificar as práticas culturais na infância da Medicina
do império ao início da república; (2) apontar as características que diferenciam as
práticas culturais medicinais na infância para os dias atuais; (3) explicar a interferência
das práticas culturais medicinais na infância na Educação.

A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA, SOCIAL E CULTURAL DA INFANCIA

O conceito que temos hoje sobre infância fora construído recentemente e de acordo
com o tempo histórico, social e econômico, pensar em infância nos remota a atualmente
em designar essa fase como um ser que está em construção, em desenvolvimento que
não tem uma completa autonomia, seja ela psicológica, corporal ainda é um ser
inacabado até um certo período de sua idade que atualmente os órgãos educacionais
definem que a infância vai até os 12 anos de idade. Atualmente a nossa sociedade
reconhece a infância como uma fase em que todos os seres humanos devem passar, um
período que requer cuidados específicos e apropriados para o desenvolvimento de cada
faixa etária em que a criança alcançar.
No entanto a história da criança só começou a ser contada recentemente, em um período
da história em que ocorreram inúmeras revoluções tanto sociais quanto culturais,
somente a partir da idade moderna outrora o conceito e sentimento sobre a infância
inexistia. No período colonial brasileiro, um período marcado pelas grandes
navegações, momento de povoação nas colônias, momento em que a presença da
religião católica cristã tinha muito poder sobre os indivíduos o quadro sobre a
sensibilidade infantil não era observável principalmente entre o seio familiar, pois fora
um período marcado por muitas mortes prematuras ou poucas expectativas de vida.

Como afirma Priori ( 1997):

[...] “ cerca da metade dos nascidos vivos morria antes


de completar 7 anos”, isto fazia com que principalmente
entre os estamentos mais baixos, as crianças fossem
consideradas como pouco mais que animais, cuja força
de trabalho deveria ser aproveitada ao máximo
enquanto durassem suas curtas vidas. ( PRIORI, 1997,
p.20).

Por este fato é percebível uma desvalorização do conceito de criança frente a sua
realidade e o presente período histórico, onde eram vistas como um adulto em forma de
miniatura e devido a isso eram feitas como escravas nos navios piratas, sofriam abusos
sexuais dentro das embarcações, eram mais expostas a violência, um período em que as
primeiras crianças da narrativa brasileira fora marcada pelo pleno abandono moral de
sua faixa etária e de repletos abusos sejam eles físicos, morais e sexuais além do mais
fora neste momento que surgiram as crianças denominadas de grumetes. Assim, a partir
do momento em que a criança conseguisse viver sem a ajuda da mãe a todo o momento
ela já era introduzida ao mundo dos adultos, mesmo com uma idade nova.

Outrossim, a presença da catequização ministradas pela Companhia de jesus fora muito


forte para essas crianças pois o objetivo da igreja era a formação de futuros súditos que
consequentemente ensinaria novos aprendizes dentro da nova colônia, junto ao Estado
que aos poucos desenvolviam um olhar diferenciado para a criança e não mais somente
como um homem em forma de miniatura, mas um papel em branco, que precisava
seguir condutas específicas.
Com o desenvolvimento de novas políticas públicas que atendessem aos anseios de uma
nova sociedade mais moderna deveriam se estabelecer novas diretrizes, quebrar antigos
paradigmas antigos, renovar a cultura vigente e foi a partir do séc. XX no continente
europeu por intermédio das políticas públicas médico-higienistas em que repensaram o
homem do futuro, a contenção da mortalidade infantil, que tipo de sociedade queremos
ou almejamos no quesito saúde pública e por meio dessa visão a criança deixou de ser
um mero objeto da caridade dentro das Santas Casas de Misericórdia para ser um objeto
de política pública. O adulto passou, pouco a pouco a ter uma preocupação com a
criança frente a atual realidade sanitária.

Como afirma Alves e Guimarães (2014):

[...] É nesse cenário que surge a preocupação com a infância,


que passava a ser considerada importante para o progresso do
país, ou seja, descobre- se a infância, e a necessidade de se
constituir uma sociedade sadia, moral e fisicamente, que
pudesse dar continuidade aos processos de modernização do
país.( ALVES E GUIMARÃES, 2014,p. 25)

Os primeiros sentimentos da infância só foram se desenvolvendo aos poucos por meio


dos moralistas, homens estes que defendiam uma moral conservadora, mas eram críticos
dos costumes e moral de sua época e notadamente tinham uma preocupação com a
disciplina dos costumes e nas crianças as viam como seres frágeis e que necessitavam
de cuidado para poder serem disciplinados. Depois foram se desenvolvendo o
sentimento de infância dentro dos ambientes familiares onde os adultos começavam a se
preocupar com a saúde física da criança, principalmente daqueles que necessitavam de
cuidados especiais e por conseguinte a sociedade não somente se preocupava somente
com sua saúde, mas que tipo de ser humano eu irei formar, que tipo de indivíduo aquela
determinada sociedade, nação, cultura quer formar e portanto seria necessário educar
esse ser que ainda está em desenvolvimento.

2 A PRÁTICA DA MEDICINA NA INFÂNCIA DO SÉCULO XIX (PERÍODO


IMPERIAL) AO SÉCULO XX (REPÚBLICA): UMA ANÁLISE
BIBLIOGRÁFICA
De acordo com o que foi apresentado até aqui, partiremos para a análise da
prática cultural da medicina na infância a partir da leitura e análise da tese de doutorado
de Jacqueline Guimarães que apresenta um pouco das teses de medicina durante os
séculos, retratando cenários diferentes e hábitos e costumes distintos dentro destas
práticas, os impactos que foram ocorrendo, como a religiosidade colaborou para
algumas delas, o modelo proposto para que chegasse até as escolas, os cuidados que
pais e profissionais tinham e começaram a ter para com a criança e sua infância.
No século XIX, a medicina como uma construção social e cultural, foi vista
como um meio de salvação para um mal atingido, ou seja, para a doença, e como essa
compreensão perdurou durante esse século e as crianças eram vistas como pequenos
adultos, elas acabaram sendo expostas a tipos de tratamentos inadequados para sua faixa
etária. Nesse período, a medicina tinha uma posição de controlar o espírito e, com a
inserção dos curandeiros, seus conhecimentos eram voltados para o natural, religioso e
dogmático. (GUIMARÃES, 2016)
Outrora, as práticas da medicina eram inadequadas para as crianças, porque não
havia conhecimento científico sobre estas práticas, então se apegavam para os “homens
que curavam”. De acordo com Guimarães (2016), as práticas como: enfaixamento,
alimentação sólida e pesada para os bebês, as amas de leite não regulamentadas e a roda
dos expostos, eram algumas das práticas que aconteceram durante o século XIX,
precisamente no Império e sua grande maioria foi extinta no século seguinte.
Com a colonização, no início do século XIX, a prática cultural da medicina
portuguesa, indígena e africana tinha suas particularidades e suas semelhanças no trato
da criança. As enfermidades se alastraram quando as caravelas chegaram em nosso
território e assim a medicina indígena praticada, acabou sendo incorporada pela
medicina utilizada pelos jesuítas e, na ausência de uma medicina científica, prevalecia e
se fortalecia os dogmas religiosos nas ações de cura dos povos, o que podemos observar
ao longo da história a forte influência das concepções religiosas nas práticas medicinais.
(GUIMARÃES, 2016)
Para Viotti (2012) a preocupação das pessoas em conservar ou restabelecer a
saúde partiu, a priori, dos religiosos.
[...] notadamente dos franciscanos e jesuítas, que desembarcavam no
país. A princípio responsáveis pela “cura das almas”, os jesuítas que
aqui se fixaram procuraram, paralelamente ao trabalho de catequese
do gentio, resguardar também sua saúde – tão fragilizada pela
incidência de enfermidades até então desconhecidas por seus
organismos – e expurgar aqueles rituais mágicos que até então se
mostravam tão eficientes entre os nativos. (VIOTTI, 2012, p. 17)
Dessa forma, tendo em vista a medicina como a salvação para um castigo
(doença) e a falta de médicos especializados (que até então ainda não haviam chegado
em território brasileiro), as crianças eram levadas para “aqueles que curavam” e faziam
o tratamento com especiarias, rezas, etc. para que que elas ficassem bem. Os
curandeiros indígenas e africanos por um longo tempo na história das práticas culturais
da medicina na infância exerceram a função do “médico”.
Como afirma Santos (2009):
[...] Para executar esta prática, elas acionam conhecimentos do
catolicismo popular, como “súplicas” e “rezas”, com o objetivo de
restabelecer o equilíbrio material ou físico e espiritual das pessoas que
buscam a sua ajuda. Para compor este ritual de cura, as rezadeiras
podem utilizar vários elementos acessórios, dentre eles: ramos verdes,
gestos em cruz feitos com a mão direita, agulha, linha e pano, além do
conjunto de rezas. Estas podem ser executadas na presença do cliente,
ou à distância. Em seu ofício, de amplo reconhecimento, essas
mulheres “rezam” os males de pessoas, animais ou objetos, bastando
apenas que alguém diga os seus nomes e onde moram. (SANTOS,
2009, p. 12-13)

Atualmente, ainda há na cultura tradicional popular de práticas medicinais a ação


de levar as crianças para as benzedeiras tirarem o “quebranto” da criança, o mal olhado
de uma pessoa, curar um machucado no pé, dentre outras coisas que as pessoas da
cultura e fé popular acreditam que elas são capazes.
Como relata Silva (2009) que na sua infância a mãe costumava a levá-la na
rezadeira:
Mãe Lina, além de parteira era rezadeira e muitas das minhas
vizinhas, já falecidas, também eram rezadeiras. Como dona Cecília,
dona Xandu, dona Eremita... Todas sabiam algum tipo de reza, de
cura. Inclusive minha mãe, que, quando necessário rezava de mau
olhado. Lembro-me de uma vez que machuquei meu dedo do pé
direito e ficou uma grande inflamação. Dona Cecília rezou e costurou
meu dedo com uma linha tirada de um cachimbo e depois de alguns
dias aquela inflamação murchou e meu dedo sarou. (SILVA, 2009, p.
10)

Da Idade Média à Moderna, a maioria dos partos eram feitos nas casas das
parteiras/rezadeiras e no momento do parto havia amuletos e símbolos religiosos que
tinham o poder de “afastar bruxas e os maus espíritos” (GUIMARÃES, 2016, p. 81),
além de orações feitas no mesmo instante. Ao nascer, os bebês logo em seguida eram
preparados com “óleos, café, manteiga e cachaça, para então enfaixar a criança de modo
que as deixassem com os braços e pernas bem apertados.” (GUIMARÃES, 2016, p. 81).
Assim, a crença de que a sujeira fazia a criança mais forte e conseguia fortalecer seu
organismo era um pensamento forte nesse período e com isso, a mortalidade de crianças
tinha um número elevado. Após isso, vem uma fase importante, a amamentação e quem
era responsável por essa função eram as amas de leite
No período que foi analisado por Jacqueline, as escravas amas de leite eram
responsáveis por amamentar os filhos e filhas das Senhoras. Todavia, como as
prescrições médicas eram voltadas também para os dogmas católicos para serem aceitas
– pois nesse período acreditava-se mais nas orientações da Igreja do que na ciência –
houve a compreensão de que as crianças deveriam ser amamentadas pelas mães e não
pelas amas de leite, pois as escravas amas de leite muitas vezes se encontravam
“doentes de sífilis e boubas” (GUIMARÃES, 2016, p. 82).
No século XIX, não havia estudos sobre o corpo humano, principalmente
quando se tratava de corpos pequenos, visto que o corpo era visto como sagrado e foi
apenas a partir do surgimento da medicina experimental que começaram a ser estudados
e perceberam os cuidados que deveriam ser tomados com os seres menores, as crianças.
Ao passar das décadas, a Higiene foi o ponto principal para a medicina, pois
com ela descobriram a manutenção/prevenção das doenças, tanto físicas e espirituais
(pois ainda se tinham o pensamento da “cura” e “salvação”, pensamentos voltados para
a percepção religiosa). Sendo assim, o conhecimento com base na ciência ao final do
século XIX para o início do século XX tomou força, do mesmo modo que o cuidado
com a criança.
[...] Se antes os cuidados com as crianças eram passados de geração
para geração, sem resistência, com o advento da ciência, os pais
passam a ter cada vez mais orientações de médicos e de outros
especialistas da ciência, que estariam ávidos para intervir nos modos
de “criação” das crianças. (GUIMARÃES, 2016, p. 77)

Nesse sentido, com ao passar dos anos, em meados do século XX, já com a
medicina sendo aperfeiçoada e andando lado a lado (não totalmente) com a ciência e os
estudos sendo avançados, percebe-se a mudança de hábitos e costumes no que se refere
ao cuidado com a criança. Com o entendimento de que a Higiene era o fator importante
e necessário para manter a saúde ou preservá-la, foi então que entrou em vigor a
Medicina Sanitarista, que tinham como base uma política Higienista e Eugenista.
Então, começaram a planejar as ações que visariam a construção de uma infância
mais saudável e duradoura, e introduziram na educação. Viam na criança como um
meio mais fácil para se introduzir hábitos e costumes, logo a higiene seria tão
importante quando a instrução de português e aritmética. A criança, assim, cresceria não
só moral e intelectualmente saudável, mas com o corpo e espírito também, o que seguia
a compreensão da política Higienista e Eugenista, criança que seriam fortes e robustas,
todavia, é válido ressaltar que se negava a miscigenação nesse período, pois
acreditavam que assim elas não seriam tão saudáveis.
Guimarães (2016) diz:
O Higienismo associado ao Eugenismo revelava outra faceta do Brasil
Republicano, que munido das teorias científicas surgidas no século
XIX, compreendia e pretendia realizar o “melhoramento da raça” da
população brasileira. Ao se tratar da infância, tinham a pretensão de
“conceber uma criança eugenizada”: forte, saudável, robusta somados
a um apelo negativo à miscigenação do povo brasileiro.
(GUIMARÃES, 2016, p. 93)

O século XX trouxe mudanças relevantes para se pensar o cuidado com a criança


e o sentimento de infância junto com os estudos acerca da medicina colaboraram no
processo das práticas culturais medicinais (sejam elas feitas pelos curandeiros ou
médicos especializados) na infância para o que conhecemos hoje. Todavia, ainda havia
muitas mazelas a serem combatidas ao passar das décadas, isso foi apenas o começo de
uma nova fase para as práticas medicinais na infância.

CONCLUSÃO

Nota-se que durante o século XIX, o cuidado com a criança não era adequado,
visto que ainda se prevalecia o pensamento de que esse ser era um adulto em miniatura
e o sentimento pela infância não existia, o que de fato já sabemos que esse sentimento é
contemporâneo. Nesse sentido, a história nos mostra como a medicina também foi
influenciada por essas percepções, utilizando-se, consequentemente de práticas
inadequadas para o cuidado com a saúde e bem estar de recém-nascidos e de crianças
pequenas.
É relevante ressaltar que durante todo o século XIX e XX, a medicina voltada
para a ideologia religiosa prevaleceu nos ensinamentos de geração para geração, visto
que hodiernamente as ações da cultura popular de levar crianças ao ou à benzedeira,
curandeiro (e tantos outras nomenclaturas para senhores e senhoras que se apossam do
conhecimento espiritual e da fé), ainda prevalecem.
As práticas culturais medicinais na infância, como uma construção sociocultural,
se faz imprescindível para o conhecimento que temos atualmente, estudos feitos e
análises dos séculos XIX e XX faz com que possamos nos apropriar de conhecimentos
válidos para a sociedade, trazendo à tona a importância que “os homens que curam” tem
para as pessoas e como os estudos em Medicina foram sendo desenvolvidos com o
tempo. É indubitável que as práticas culturais medicinais inadequadas foram um marco
na infância, que muito contribuiu, infelizmente, para o grande crescimento da
mortalidade infantil, entretanto ainda não tinha o estudo e conhecimento de outras
práticas, como a de Higiene.
A Higiene, como um costume que brasileiros possuem em sua cultura, de
extrema importância, de fato proporcionou um avanço para uma vida duradoura e
saudável o que foi inserido na Educação nas escolas e instituições, que até em tempos
atuais é mostrado para a criança a importância de se manterem limpos e longe de
doenças.
Portanto, nossas questões norteadoras, bem como o problema central desse
artigo foram alcançados juntamente com os objetivos que tivemos com essa análise
bibliográfica da tese de Jacqueline Guimarães e outros autores de grande relevância para
a compreensão desse tema.

REFERÊNCIAS

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