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G. V. Plekhanov
Introdução
XVI
"Entre nós, aliás não apenas entre nós", diz M. Tikhomírov, "enraizou-se
profundamente a idéia de que vivemos num período de destruição que, acredita-
se, terminará por uma terrível catástrofe, com torrentes de sangue, detonações
de dinamite e assim por diante. Após o que - supõe-se - abrir-se-á um "período
de construção". Esta concepção social é totalmente errada e não é mais que o
reflexo político das velhas idéias de Cuvier e da escola das bruscas catástrofes
geológicas. Mas, na realidade, a destruição e a construção vão ao par, e são
mesmo inconcebíveis uma sem a outra. Que um fenômeno caminhe para sua
destruição, resulta, na verdade, do fato que nele mesmo tem lugar algo de novo
constituindo-se e, inversamente, a formação de nova ordem de coisas não é nada
além da destruição da antiga".
Estas palavras não permitem uma compreensão muito clara; em todo caso, delas
podemos destacar duas teses:
1. "Entre nós, aliás não apenas entre nós", os revolucionários não têm
nenhuma idéia da evolução, da gradual "transformação do tipo dos fenômenos",
segundo expressão empregada por M. Tikhomírov;
2. Se eles tivessem uma idéia da evolução, da gradual "transformação dos
fenômenos", eles não pretenderiam que "vivemos num período de destruição".
Vejamos inicialmente como são as coisas não apenas entre nós, ou seja, no
Ocidente.
Como se sabe, existe atualmente no Ocidente um movimento revolucionário da
classe operária, que aspira à emancipação econômica. Ora, apresenta-se a
questão: os representantes teóricos deste movimento, ou seja, os socialistas,
teriam conseguido combinar suas tendências revolucionárias com uma teoria tão
pouco satisfatória do desenvolvimento social?
A esta questão, quem quer que tenha uma idéia, por fraca que seja, do socialismo
contemporâneo, responderá sem hesitação pela afirmativa. Todos os socialistas
sérios da Europa e da América se atêm à doutrina de Marx; mas então quem
ignora que esta doutrina é antes de mais nada a doutrina da evolução das
sociedades humanas? Marx era um defensor ardente da "atividade
revolucionária". Ele simpatizava profundamente com todo movimento
revolucionário dirigido contra a ordem social e política existente. Podem, se
quiserem, não partilhar de simpatias tão "destrutivas". Mas, em todo caso, só o
fato de elas terem existido não autoriza a concluir que a imaginação de Marx
estivesse exclusivamente "fixada nas transformações pela violência", que ele
esquecia a evolução social, o desenvolvimento lento e progressivo. Não apenas
Marx não esquecia a evolução, como descobriu grande número de suas leis mais
importantes. Em seu espírito, a história da humanidade se desenrolou pela
primeira vez num quadro harmonioso, não fantástico. Ele foi o primeiro a mostrar
que a evolução econômica leva às revoluções políticas. Graças a ele o movimento
revolucionário contemporâneo possui um objetivo claramente fixado e uma base
teórica vigorosamente formulada. Mas se é assim, por que então M. Tikhomírov
imagina poder, com algumas frases descosidas sobre a "construção" social,
demonstrar a inconsistência das tendências revolucionárias existentes "entre nós,
aliás não apenas entre nós"? Não será porque ele não se deu ao trabalho de
compreender a doutrina dos socialistas?
Agora M. Tikhomírov experimenta repugnância pelas "catástrofes súbitas" e
pelas "transformações pela violência". E seu problema: ele não é o primeiro, nem
o último. Mas ele está enganado ao pensar que as "catástrofes súbitas" não são
possíveis nem na natureza, nem nas sociedades humanas. Inicialmente a
"subitaneidade" de semelhantes catástrofes é uma idéia relativa. O que é súbito
para um, não o é para outro: os eclipses do Sol se produzem subitamente para o
ignorante, mas não são absolutamente súbitos para um astrônomo. Exatamente o
mesmo acontece com as revoluções. Estas "catástrofes" políticas se produzem
"subitamente" para os ignorantes e a multidão de filisteus pretensiosos, mas não
são absolutamente súbitas para um homem que esta a par dos fenômenos que se
passam no meio social que o cerca. Em seguida, se M. Tikhomírov
experimentasse volver os olhos para a natureza e a história, colocando-se do
ponto de vista da teoria que agora faz sua, ele se exporia a toda uma série de
surpresas espantosas. Ele tem bem fixado na memória que a natureza não dá
saltos e que se abandonamos o mundo das miragens revolucionárias para descer
ao terreno da realidade. "só se pode falar cientificamente da lenta transformação
de um dado tipo de fenômeno". Mas, no entanto, a natureza dá saltos, sem se
preocupar com todas as filípicas contra a "subitaneidade". M. Tikhomírov sabe
muito bem que as "velhas idéias de Cuvier" são erradas e que as bruscas
catástrofes geológicas e chega mais são que o produto de uma imaginação sábia.
Ele leva uma existência sem preocupações, digamos, no sul da França, sem
entrever nem alarmes, nem perigos. Mas eis, de repente, um tremor de terra,
semelhante ao que se produzira há dois anos. O solo oscila, as casas desabam, os
habitantes fogem terrificados, em poucas palavras, é uma verdadeira "catástrofe",
indicando um incrível desleixo na mãe natureza. Instruído por esta amarga
experiência, M. Tikhomírov verifica atentamente suas idéias geológicos e chega à
conclusão de que a lenta "transformação de um tipo de fenômeno" (no caso, o
estado da crosta terrestre) não exclui a possibilidade de transformações que
possam parecer, sob certo ponto de vista "súbitos" e produzidas pela "violência".
M. Tikhomírov aquece água, e esta, permanecendo água enquanto ele a aquece de
0º a 80º, não o inquieta nenhuma "subitaneidade". Mas eis que a temperatura se
eleva até o limite fatal, e de repente - oh terror! - a "catástrofe súbita" lá está: a
água se transforma em vapor, como se sua imaginação se houvesse "fixado nas
transformações pela violência".
M. Tikhomírov deixa resfriar a água e eis que a mesma estranha história se
repete. Pouco a pouco a temperatura da água se modifica sem que a água deixe de
ser água. Mas eis então que o resfriamento atinge 0º e a água se transforma em
gelo, sem absolutamente cogitar que as "transformações súbitas" representam
uma concepção errada.
M. Tikhomírov observa a evolução de um dos insetos que sofrem metamorfose. O
processo de evolução da crisálida efetua-se lentamente e, até nova ordem, a
crisálida permanece crisálida. Nosso pensador esfrega as mãos de contente.
"Aqui, tudo vai bem", diz de si para si, "nem o organismo social nem o organismo
animal experimentam estas transformações súbitas que fui obrigado a constatar
no mundo inorgânico. Ascendendo à criação dos seres vivos a natureza se torna
pausada". Mas rapidamente sua alegria dá lugar ao desgosto. Um belo dia, a
crisálida efetua uma "transformação pela violência" e entra no mundo sob a
forma de uma borboleta. Assim, pois, M. Tikhomírov é forçado a se convencer
que mesmo a natureza orgânica não está assegurada contra as "subitaneidades".
Exatamente o mesmo se dará com M. Tikhomírov, por pouco que ele "volte sua
atenção" para sua própria "evolução". É certo que aí também ele encontrará um
semelhante ponto de reviravolta ou "transformação violenta". Ele se lembrará
qual foi precisamente a gota que fez transbordar o copo de suas impressões e o
transformou, de defensor mais ou menos hesitante da "revolução", em seu
adversário mais ou menos sincero.
M. Tikhomírov e eu nos exercitamos em fazer adições aritméticas. Tomamos a
cifra cinco e, como pessoas sérias, a ela somamos "gradualmente", uma unidade
de cada vez: seis, sete, oito. Até nove, tudo vai bem. Mas logo que tentamos
aumentar esta cifra de uma unidade, uma infelicidade nos atinge: bruscamente, e
sem razão plausível, nossas unidades se transformam em uma dezena.
Experimentamos a mesma aflição, quando passamos das dezenas às centenas.
M. Tikhomírov e eu não nos ocuparemos de música: ai existem demasiadas
passagens "súbitas" de toda espécie, o que poderia colocar em desordem todas as
nossas "concepções".
A todos os confusos raciocínios de M. Tikhomírov sobre as "transformações pela
violência" os revolucionários contemporâneos podem retrucar com esta simples
questão: que é necessário fazer, em sua opinião, das "transformações violentas"
que já se produziram na "realidade da vida" e que, em todos os casos,
representam "períodos de destruição"? Iremos declará-las nulas e não acontecidas
ou considerá-las obra de pessoas frívolas e nulas cujos atos não merecem a
atenção de um "sociólogo" sério? Mas qualquer que seja a importância que se dê
a estes fenômenos, é necessário, apesar de tudo, reconhecer que houve na história
transformações pela violência e "catástrofes" políticas. Por que M. Tikhomírov
pensa que admitir a possibilidade futura de semelhantes fenômenos, é ter
"concepções sociais erradas?"
A história não dá "saltos"! É perfeitamente verdade. Mas, por outro lado, é
também verdade que a história já cometeu numerosos saltos, efetuou uma
multidão de "transformações pela violência". Os exemplos de semelhantes
transformações são inumeráveis. Que significa então esta contradição? Ela
significa unicamente que a primeira dessas teses não foi formulada muito
rigorosamente, o que faz com que muitos a compreendam mal. Deveríamos dizer
que a história não dá "saltos" sem que eles tenham sido preparados. Nenhum salto
pode acontecer sem uma causa suficiente, que reside na marcha anterior da
evolução social. Mas dado que esta evolução jamais se detém nas sociedades em
vias de desenvolvimento, pode-se dizer que a história está constantemente
ocupada com a preparação de saltos ou transformações violentas. Ela faz esta
obra assídua e imperturbavelmente, ela trabalha lentamente, mas os resultados de
seus esforços (os saltos e as catástrofes políticas) são inelutáveis e inevitáveis.
Lentamente se consuma a "transformação do tipo" da burguesia francesa. O
habitante da cidade da época da Regência não se assemelha ao da época de Luís
XI, mas, em suma, ainda assim não nega o tipo de burguês do antigo regime. Ele
se tornou mais rico, mais instruído, mais exigente, mas não deixou de ser o
plebeu que deve, sempre e em todas as ocasiões, ceder o passo à aristocracia. Mas
eis que chega o ano de 1789, o burguês levanta orgulhosamente a cabeça. Ainda
alguns anos se passam e ele se torna o senhor da situação, e de que maneira!
"com torrentes de sangue", no rufar dos tambores, acompanhado das "detonações
de pólvora", não de dinamite, porque ainda não fora inventada. Ele obriga a
França a atravessar um verdadeiro "período de destruição" sem se preocupar o
mínimo, que, com o tempo, existirá talvez um pedante que proclamará que as
transformações pela violência são uma "concepção errada".
Lentamente se transforma o "tipo" das relações sociais na Rússia: os ducados de
apanágio, cujos possuidores tinham desmembrado o país com suas lutas
intestinas, desaparecem, os boiardos descontentes se submetem definitivamente
ao poder do czar e se tornam simples nobres, submetidos, como toda a sua classe,
ao serviço da coroa. Moscou submete os ramos tártaros, adquire a Sibéria, anexa
a metade da Rússia Meridional; mas ainda assim permanece Mascou, a Asiática.
Pedro, o Grande faz sua aparição e efetua uma "transformação pela violência" na
vida da Rússia. Um período novo, europeu, da história russa se inicia. Os
eslavófilos intitulam Pedro, o Grande de Anticristo, precisamente por causa da
"subitaneidade" da transformação efetuada por ele. Eles afirmam que, em seu
zelo reformador, ele esquecera a necessidade da evolução, a lenta "transformação
do tipo" do regime social. Mas todo homem capaz de pensar, compreenderá
facilmente que a própria transformação efetuada por Pedro, o Grande era imposta
pela evolução histórica da Rússia, que a havia preparado.
As transformações quantitativas, acumulando-se pouco a pouco, tornam-se,
finalmente, transformações qualitativas. Estas transições se efetuam por saltos e
não podem efetuar-se de outra forma.
Os "gradualistas" de todos os matizes, os Moltchaline, que fazem da moderação
um dogma e da ordem minúcia, não podem compreender este fato há muito
tempo elucidado pela filosofia alemã. Neste caso como em muito outros, é útil
relembrar a concepção de Hegel, o qual certamente seria difícil de acusar de
apaixonado pela "atividade revolucionária". ''Quando queremos conceber o
advento ou o desaparecimento de qualquer coisa'', diz ele, imaginamos
comumente compreender a questão ao representar este advento e este
desaparecimento como se produzindo gradualmente. Está portanto confirmado
que as transformações do ser se consumam não apenas pela passagem de uma
quantidade a outra, mas também pela transformação das diferenças quantitativas
em diferenças qualitativas e inversamente, transformação que é uma interrupção
do "devir gradual" e uma maneira de ser qualitativamente diferente da
precedente. E cada vez que há interrupção do "devir gradual", produz-se no curso
da evolução um salto, em seguida ao qual o lugar de um fenômeno é ocupado por
outro. Na base da doutrina da gradualidade se encontra a idéia de que aquilo que
está cm vias de tornar-se, já existe de fato, mas ainda permanece imperceptível
em razão de suas pequenas dimensões. Da mesma forma, quando do
desaparecimento gradual de um fenômeno, representa-se a inexistência deste ou a
existência daquele que ocupa seu lugar como fatos que não são ainda
perceptíveis. Mas, desta forma, suprime-se todo advento e desaparecimento.
Explicar o advento ou o desaparecimento de qualquer coisa pela gradualidade da
transformação é reduzir tudo a uma tautologia fastidiosa, pois é considerar o
fenômeno pronto previamente (ou seja, já advindo ou já desaparecido) o que está
em vias de aparecer ou de desaparecer. O que quer dizer que, se houver
necessidade de explicar o nascimento de um Estado, há que imaginar, com
simplismo, uma microscópica organização de Estado que, modificando pouco a
pouco suas dimensões, faria enfim as "pessoas" se aperceberem de sua existência.
Da mesma forma, se for necessário explicar o desaparecimento das relações
primordiais de clã, há que dar-se ao trabalho de imaginar uma minúscula
inexistência destas relações - e o negócio estará feito. É evidente que com tais
procedimentos de pensamento não se irá muito longe nas ciências. É um dos
maiores méritos de Hegel ter depurado a doutrina da evolução de semelhantes
absurdos. Mas que importam a M. Tikhomírov, Hegel e seus méritos! Ele disse de
uma vez por todas que as teorias ocidentais não nos são aplicáveis.
A despeito da opinião de nosso homem sobre as transformações violentas e as
catástrofes políticas, diremos com segurança que, na época atual, a história
prepara, nos países avançados, uma transformação de importância excepcional, a
qual se está fundamentado a presumir que se produzirá pela violência. Ela
consistirá na transformação do modo de repartição dos produtos. A evolução
econômica criou forças de produção colossais que, para serem ativadas, exigem
uma organização determinada da produção. Estas forças só podem ser aplicadas
em grandes estabelecimentos industriais baseados no trabalho coletivo, na
produção social.
Mas a apropriação individual dos produtos, originando-se em condições
econômicas totalmente diferentes, numa época onde dominava a pequena
indústria e a pequena exploração agrícola, está em contradição flagrante com este
modo social de produção. Em virtude desse modo de apropriação, os produtos
criados pelo trabalho social dos operários se tornam propriedade privada dos
empresários. Esta contradição econômica inicial condiciona todas as outras
contradições sociais e políticas existentes no seio da sociedade atual. E ela se
torna cada vez mais grave. Os empresários não podem renunciar à organização
social da produção, pois ela é a fonte de sua riqueza. Por outro lado, a
concorrência os obriga a estender esta organização a outros ramos da indústria,
onde ela ainda não existe. As grandes empresas industriais eliminam os pequenos
produtores e determinam assim o crescimento em número, e portanto em força, da
classe operária. O desenlace fatal se aproxima. Para suprimir a contradição entre
o modo de produção dos produtos e o modo de sua repartição, contradição
prejudicial aos operários, estes devem tomar o poder político que se encontra
atualmente nas mãos da burguesia. Se quiserem, pode-se dizer que os operários
provocarão uma "catástrofe política". A evolução econômica leva
necessariamente à revolução política, e esta última será, por sua vez, a fonte de
transformações importantes no regime econômico da sociedade. O modo de
produção adquire lenta e gradualmente caráter social. A transformação do modo
de produção será o resultado de uma transformação efetuada pela violência.
É assim que o movimento histórico se desenrola, não entre nós, mas no Ocidente.
M. Tikhomírov não tem nenhuma "concepção" da vida social deste Ocidente, se
bem que se tenha ocupado com a "observação da poderosa civilização francesa".
Transformações pela violência, "torrentes de sangue machados e patíbulos,
pólvora e dinamite, são "tristes fenômenos". Mas que fazer, já que são
inevitáveis? A força sempre desempenhou o papel de parteira, cada vez que uma
nova sociedade vem ao mundo. Assim falava Marx, e ele não era o único a pensar
desta maneira. O historiador Schlosser estava convencido de que é unicamente "a
ferro e fogo" que se efetuam as grandes transformações nos destinos da
humanidade. Donde vem esta triste necessidade? De quem é a culpa?
Pois então o poder da verdade. Não pode tudo abarcar sobre esta terra?
Não, no momento ainda não tudo! E a razão está na diferença existente entre os
interesses das diferentes classes da sociedade. Para uma destas classes é útil, e
mesmo indispensável, refazer de certa forma a estrutura das relações sociais. Para
outra é proveitoso, e mesmo indispensável, opor-se a tal refazer. A uns ele
promete felicidade e liberdade; a outros o presságio da abolição de sua situação
privilegiada e mesmo sua supressão enquanto classe privilegiada. E qual é a
classe que não luta por sua existência, que não tem instinto de conservação. O
regime social proveitoso a uma dada classe lhe parece não apenas justo, mas
também o único possível. Essa classe considera que tentar mudar de regime é
destruir os fundamentos de toda comunidade humana. Ela se considera chamada a
defender estes fundamentos, mesmo que seja pela força das armas. Donde as
"torrentes de sangue", donde a luta e as violências.
Por outro lado, os socialistas, meditando sobre a transformação social a vir,
podem consolar-se com a idéia de que quanto mais as doutrinas "subversivas" se
difundem, mais a classe operária será desenvolvida, organizada e disciplinada,
menos a inevitável "catástrofe" necessitará de vítimas.
Ao mesmo tempo, o triunfo do proletariado, colocando fim à exploração do
homem pelo homem e portanto à divisão da sociedade em classe de exploradores
e classe de explorados, tornará as guerras civis não apenas inúteis mas também
diretamente impossíveis. A humanidade progredirá então unicamente pelo "poder
da verdade" e não terá mais necessidade do argumento das armas.