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Universidade Licungo

Departamento de Letras e Humanidades

Licenciatura em Filosofia Social e Política

Wilson Abdul Rachide

Reacção a Filosofia Hegeliana (Direita e Esquerda Hegeliana)

Quelimane, 2023
Universidade Licungo

Departamento de Letras e Humanidades

Licenciatura em Filosofia Social e Política

Wilson Abdul Rachide

Índic
Reacção a Filosofia Hegeliana (Direita e Esquerda Hegeliana)

Trabalho Científico de carácter avaliativo a ser


apresentada ao Departamento de Letras e
Humanidades, a ser entregue a docente da
cadeira de História da Filosofia Moderna e
Contemporânea \

Docente Phd: Alexandre Oliveira

Quelimane, 2023
e
1. Introdução..................................................................................................................3

1.1. Objectivos...........................................................................................................3

1.1.1. Geral............................................................................................................3

1.1.2. Específicos...................................................................................................3

2. Metodologia...............................................................................................................3

3. Reacção a filosofia hegeliana.....................................................................................4

3.1. Direita e esquerda hegeliana...............................................................................4

3.2. Direita hegeliana.................................................................................................4

3.3. A esquerda hegeliana..........................................................................................6

3.4. A influência de Kojève em Fukuyama...............................................................7

3.5. Classificação da direita e esquerda hegeliana.....................................................8

4. Conclusão...................................................................................................................9

5. Referencia Bibliografia............................................................................................10
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de História da filosofia moderna e


contemporânea aborda a cerca de direita hegeliana e esquerda hegeliana de
princípio salientar que após a morte de Hegel, em 1831, os discípulos do filósofo
dividiram se em dois grupos, a direita hegeliana e a esquerda hegeliana cujo
motivo da oposição resumia se na defesa do sistema ou do método de Hegel.
Esses dois grupos, de certa forma antagónicos, também denominados de os
“jovens” e os velhos hegelianos, viam se diante de um paradoxo em relação à
contribuição de Hegel: a partir da tese o que é racional é real e o que é real é
racional, explícita na Filosofia do Direito, a direita hegeliana tratava de sustentar
“o sistema como uma realidade consumada” a esquerda hegeliana recorria ao
carácter negativo da dialéctica para argumentar que o movimento ininterrupto da
Ideia nunca cessa.

1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Saber sobre Reacção a filosofia hegeliana.

1.1.2. Específicos
Descrever a direita e esquerda hegeliana;
 Classificação da direita e esquerda hegeliana.

2. Metodologia
Para a realização do trabalho foi a partir da consulta bibliográfica, que consistiu
na leitura e análise das informações de diversas obras, e com auxilio da internet.
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3. Reacção a filosofia hegeliana


3.1. Direita e esquerda hegeliana

Para Sinnerbrink, (2007) A divisão entre hegelianos de direita e hegelianos


de esquerda surgiu pela primeira vez na obra de David Strauss, A Vida de Jesus
Criticamente Examinada (1835-36), onde o autor desenvolve críticas à religião
ortodoxa de um ponto de vista historicista. Foi exactamente sobre o tema da
religião que a obra de Hegel deu margem para diferentes interpretações de seu
pensamento. Se os hegelianos de direita defendiam o mestre após sua morte,
como coloca Robert Sinnerbrink, isso não era tão simples, porque a relação entre
filosofia e religião aparecia de forma ambígua em Hegel;dizia que a religião era
a forma do espírito absoluto cuja verdade é revelada por representações
simbólicas, mas que na Modernidade só poderia ser revelada pelo pensamento
especulativo; também afirmava que a filosofia e religião expressam a mesma
verdade, ainda que nos tempos modernos afirmasse a superioridade da primeira.

Então, dependendo de como alguém interpretou Hegel, a religião ou manteve


um papel subordinado em relação à filosofia; ou então forneceu o núcleo interno
do imponente sistema filosófico de Hegel, que em última análise permanece uma
expressão filosófica da verdade religiosa revelada (Sinnerbrink, 2007).

Dessa ambiguidade de saber se filosofia representava uma reconciliação ou


uma superação da religião, que se iniciou uma série de divergências entre os
hegelianos.

Depois da morte de Hegel, o grande número dos seus discípulos dividiu-se


em dois troncos: a concepção política e a concepção religiosa. Em 1837, David
Straus chama essas duas correntes Hegelianas de direita e esquerda.

3.2. Direita hegeliana

Segundo Engels, (2012), os hegelianos de direita eram os que tinham uma


visão mais conservadora de Hegel, isso implicava não só uma tomada de posição
conciliadora com a religião como também com ostatus quopolítico da época,
afirmando por exemplo a plena simetria entre o estado prussiano e a razão.
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Na política, vista como a direita Hegeliana que sustentava o grosso modo que o estado
prussiano com suas instituições e suas realizações económicas e sociais devia ser visto
como o ponto de chegada da dialéctica, com a realização máxima da racionalidade do
espírito a direita propunha a filosofia hegeliana como justificação do seu estado
existentes.

A direita procurava, assim, reduzir o hegelianismo ao espiritualismo, à


afirmação do Deus pessoal e da imortalidade da alma.
A esquerda, representada pelos jovens hegelianos, o interpretava no
sentido do panteísmo e do ateísmo. O centro, por sua vez, procurava manter as
posições próprias do idealismo, repelindo tanto o espiritualismo da direita
quanto o materialismo da extrema-esquerda.
A direita hegeliana tratava de sustentar o sistema como uma realidade
consumada, isto é, a noção de que o real devia ser identificado imediatamente
com a realidade. Esta interpretação, segundo a qual seria possível justificar a
racionalidade do real e, portanto, da miséria alemã e da própria monarquia,
encontrava forte resistência entre os jovens hegelianos. Isso porque, a rigor, ao
compreender com racionais e necessários os fenómenos sensíveis da realidade,
Hegel abre caminho para aquilo que Engels (2012), mais tarde, denominaria
canonização de todo o existente (Engels, 2012).
A direita interpretou a de Hegel como seguidamente compatível com os dogmas do
cristianismo a qualquer elemento que mais adequado tornaria a fé crista aceitável para o
pensamento moderno.

A esquerda já substitui a religião pela filosofia sustentando a filosofia


hegeliana e cristianismo, negando o cristianismo qualquer elemento de
transforma e defender e reduzido a religião da mensagem divina sobre o próprio
homem, suas aspirações profundas e sua história.

Idem A direita hegeliana já foi difundida e definida como a escolástica


que usara a razão aristotélica para justificação e defesa dos mesmos dogmas
centrais do cristianismo, como os da encarnação e da liberdade da alma.

Frederich Gospel, no escrito sobre as provas da imortalidade da alma humana a luz da


filosofia especulativa propõe três provas da imortalidade que são:
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 O sobrenatural;
 Não saber e
 Saber absoluto.

3.3. A esquerda hegeliana


Segundo Frederico, (2009) Os hegelianos de esquerda queriam uma
mudança radical da realidade social, e não acreditavam que a religião pudesse
prover a verdade da filosofia, pois esta seria muito superior, além de conter um
potencial para o agir social (Marx). Portanto, os velhos hegelianos (direita) se
vinculavam de modo conservador e integral a Hegel e os jovens hegelianos
(esquerda) faziam uma apropriação parcial do sistema do mestre, apreciando
mais o individual, o futuro e a crítica da ordem vigente.
Idem A esquerda hegeliana se deu até Marx, em torno da questão religiosa,
Hegel sustentara que tanto a religião assim como a filosofia tem o mesmo
conteúdo mais que a religião expressa esse conteúdo na forma de representação,
ao passo que a filosofia expressa a forma do conceito. Em política que pode se
ver como justamente em base a irrefreável e a revolucionária da dialéctica e
ateus, porque para Hegel, a religião é a representação; mito e não a razão.
David Frederich Strauss, autor de uma obra da vida de Jesus, o evangelho
não é história mas sim é mito, o evangelho nos representa o Cristo da fé no qual
é uma transformação dos factos que brotou pera de messias por parte do povo,
substimulo dos fenícios poderosos. A verdade é a união do finito e do infinito,
ela não ocorre em um homem particular, mais é a característica da humanidade.

De todo modo, segundo Frederico (2009)


A esquerda hegeliana recorria ao carácter negativo da
dialéctica para argumentar que o movimento ininterrupto
da Ideia nunca cessa e, portanto, em sua marcha
ascendente, superaria o presente, negaria o Estado
prussiano monárquico, anunciaria os novos tempos.
A esquerda, finalmente, David Strauss, Ludwig Feuerbach, que prepara a
transição do hegelianismo ao marxismo, Max Stirner, Bruno Bauer, Karl Marx e
Friedrich Engels. Contestando o idealismo hegeliano, que estabelece a
prioridade da ideia em relação ao real, ou da consciência em relação ao ser,
Marx e Engels reconhecem, mesmo assim, seu débito em relação à filosofia de
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Hegel, sem a qual, como diz Engels, o socialismo científico jamais teria existido,
e salientam, denunciando a contradição entre o sistema e o método, o carácter
revolucionário da dialéctica, em face da qual nada subsiste de definitivo,
absoluto e sagrado, pois nos revela a caducidade de todas as coisas.
Segundo Löwith, todos os jovens hegelianos tinham uma obscuridade
mística, no entanto, se ativeram ao princípio hegeliano da negatividade
dialéctica e da contradição que move o mundo. Eram irmãos inimigos,
discutindo entre si e cada um tomando seu rumo particular, livres pela
circunstância de suas vidas, não estavam ligadas intimamente ao Estado e,
também, em certo sentido, à universidade. Todos eles se subtraíram aos vínculos
com o mundo existente ou, mediante uma crítica revolucionária, quiseram
subverter a condição actual do existente (Lowith, 2008). Neste cenário,
vislumbra-se pelo menos três fases da quedada filosofia hegeliana.

3.4. A influência de Kojève em Fukuyama


Mais importantes então que os hegelianos de direita, a subversão e leitura
parcial dos hegelianos de esquerda do sistema de Hegel fizeram a história da
recepção deste mais complexo, variada e numerosa. Dentre tantos temas
hegelianos, a dialéctica do senhor e do escravo e, de modo causal, o fim da
história forneceu inspiração tanto para o jovem Marx, como para leituras do
século XX, como a de Alexandre Kojève. Por isso Sinnerbrink diz que Hegel.

Forneceu o ímpeto para o modelo marxista de realização da


liberdade através do estabelecimento revolucionário do
comunismo. Ele forneceu a inspiração para a influente leitura
marxista-heideggeriana de Alexandre Kojève de Hegel, que
antecipou alguns dos temas da condição pós-histórica do pós-
modernismo. Também foi recentemente retomado por Francis
Fukuyama (1992), que citou (Kojève) Hegel a fim de afirmar que
a tese de Hegel sobre o fim da história poderia ser aplicada à
expansão pós-1989 do capitalismo de livre mercado e ao
crescente domínio das democracias liberais ocidentais em todo o
mundo (Sinnerbrink, 2007).
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O sistema hegeliano, em sua estrutura ternária, reflecte a concepção trinitária


do DEUS cristão, a Lógica correspondendo ao Pai (Criador), a Filosofia da
Natureza ao Filho (Criado) e a Filosofia do Espírito Santo, síntese de ambos. Os
cursos de Hegel, porém, não eram suficientemente claros, a ponto de evitar as
diversas interpretações de que foram objecto, embora não haja dúvida em
reconhecer que o hegelianismo não admite qualquer espécie de transcendência
divina.

3.5. Classificação da direita e esquerda hegeliana

Segundo Lowith a direita hegeliana representada entre outros por Karl


Frederich Goscher (1771-1861); Kasimir Conrad (1784-1849) e George, dos
quais sustentam os seguintes pontos:

A política: o estado prussiano com suas instituições e suas realizações económicas e


sociais que deveria ser visto como o ponto de chegada da dialéctica, como a realização
máxima do espírito.

A religião: a filosofia de Hegel é seguramente compatível com os dogmas do


cristianismo e representa o esforço mais adequado para o tornar a fé cristã aceitável ao
pensamento moderno e justifica-lo da razão.
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4. Conclusão

Chegando esse ponto, conclui-se que na lógica hegeliana, os objectos do


pensar não são diferentes da essência do pensar. O pensar está aqui numa
unidade ininterrupta consigo mesmo. Os seus objectos são apenas determinações
do pensar, mergulham puramente no pensamento, nada têm para si que
permaneça fora do pensar. A direita hegeliana procurava, assim, reduzir o
hegelianismo ao espiritualismo, à afirmação do Deus pessoal e da imortalidade
da alma enquanto a esquerda hegeliana substitui a religião pela filosofia
sustentando a filosofia hegeliana e cristianismo, negando o cristianismo qualquer
elemento de transforma e defender e reduzido a religião da mensagem divina
sobre o próprio homem.
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5. Referencia Bibliografia
1. Lowith, Karl. (2008). De Hegel a Nietzsche: La quiebra revolucionaria del
pensamento el siglo XIX. Buenos Aires, Katz.
2. Sinnerbrink, Robert. (2007). Understanding Hegelianism.Chesham: Acumen
Press.
3. Frederico, Celso. (2009). O jovem Marx (184344): as origens da ontologia do
ser social. São Paulo: Cortez
4. Engels, Friedrick. (2012). Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã.
Germinal: Marxismo e Educação em Debate.

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