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1 Introdução
*
Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná
E-mail: chriseana@gmail.com
2
em filosofia da religião e epistemologia; Daniel F. M. Strauss, em filosofia da ci-
ência e da sociologia, e James Skillen, em ciência política (CARVALHO, 2010,
p.12-3).
2 Contexto intelectual
1
Vollenhoven publicou sua tese de doutorado, A Filosofia Matemática de um Ponto de Vista Teísta (De
wijsbegeerte der wiskunde van teïstich standpunt), na mesma época em que os filósofos Bertrand Russel
e Alfred North Whitehead apresentaram a obra Principia Mathematica, cuja argumentação apresentava a
natureza da lógica matemática e sua neutralidade com relação a crenças religiosas (BRILL, 2005, p.8),
tese oposta a de Vollenhoven.
2
Weber cita Kuyper diversas vezes em seu artigo As Seitas Protestantes e o Espírito do Capitalismo
(1974), mas parece ter considerado apenas alguns aspectos de sua obra teológica em detrimento da
filosófica.
3
Prinsterer publicou em 1847 a obra Descrença e Revolução (PRINSTERER, 2000), em que defendeu a
tese de que a abolição do cristianismo da vida pública poderia apenas levar o país a uma violenta revolu-
ção. Isto ocorreu um ano antes do lançamento da primeira edição de O Manifesto Comunista (1848) de
Marx e Engels, cujo objetivo era o de chamar o proletariado à revolução socialista. Em sua obra mais
conhecida, A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo, Max Weber lança mão de obras de Prinste-
rer (Handerboek der Geschiedenis van het Vanderland; La Hollande et l’influence de Calvin; Le Parti anti-
révolutionnaire et confessionnel dans l’église de Pays-Bas) incluindo-as prioritariamente entre os clássi-
cos da historiografia neerlandesa (WEBER, 2004, p.202, 264, 269).
4
rentes escolas de pensamento. Por exemplo, para Tomás de Aquino, a filosofia era au-
tônoma, mas não independente de Deus. Em contrapartida, no período moderno, mui-
tos alegaram a necessidade de total autonomia da filosofia com relação a Deus. Muitos
pensadores chegaram a defender até mesmo uma postura de total autonomia da ciên-
cia com relação à filosofia, como no caso do positivismo radical.
Esta questão sugeriu a ele a existência de alguma coisa mais fundamental
presente na elaboração das teorias filosóficas e científicas, algo mais que simples con-
flitos na interpretação dos fatos e, em última instância, diretamente relacionado à reli-
gião. Preocupado com diálogo entre filosofia, ciência e teologia, já na década de 1930,
observou ser imprescindível para a comunicação efetiva uma tentativa cavalheiresca de
se “penetrar à raiz” (DOOYEWEERD, 2003, p.5, grifo nosso) de pontos de vista distin-
tos. Na sequência, expôs o que chamou de dogma da autonomia religiosa do pensa-
mento cuja argumentação elucida o papel da religião como elemento fundamental para
a construção de uma perspectiva de mundo e de vida, condicionando a priori paradig-
mas filosóficos e a posteriori disciplinas acadêmicas4. Então, elaborou sua crítica
transcendental do pensamento teórico, método pelo qual procurou investigar as con-
dições estruturais deste5 (GEERTSEMA, 2005), bem como seu funcionamento e limita-
ções, através de três perguntas elementares: a) Qual a diferença entre experiência
ingênua e pensamento teórico? b) Qual o ponto de partida da síntese teórica? c)
Como o autoconhecimento é possível e qual sua natureza? Estas questões formam
o que ele chamou de Ideia-Base Transcendental, devendo ser respondidas de maneira
explícita ou não por “todo sistema filosófico” (DOOYEWEERD, 1984ª, p.94). A maneira
como Dooyeweerd responde a elas compõe o que ele chama de Ideia Cosmonômica.
Percebendo também a necessidade de um Ponto de Partida necessário à re-
flexão filosófica, ele chamou de imanente todas as teorias que tentam encontrar sua
origem dentro da realidade empírica, dentro da própria filosofia. Estas perspectivas tem
por característica a absolutização de algo, conceito ou ideia dentro do próprio cosmo
4
A consideração, por exemplo, da existência ou não de Deus bem como sua relação, ou não, com o ser
humano pode fundamentar perspectivas filosóficas e científicas totalmente distintas (DE RAADT, 202).
5
Método semelhante foi utilizado por Kant em sua obra Crítica da Razão Pura, com o intuito de compre-
ender as condições que possibilitam o conhecimento teórico.
5
que sirva como “um ponto fixo e seguro” (DESCARTES, 2005, p.91), através do qual o
sentido de tudo o mais possa ser compreendido ou correlacionado. Em contrapartida,
partiu de uma perspectiva transcendental que reconhece Deus como o criador, que sus-
tenta e possibilita a existência de tudo. Ciente de suas convicções cristãs explica:
Eu estou totalmente consciente de que qualquer método crítico que tente pene-
trar nos motivos religiosos de um pensador corre o risco de causar uma reação
emocional ou soar como ofensa. Ao escrutinar uma linha de pensamento filosó-
fico até seus fundamentos religiosos mais profundos não estou, de maneira ne-
nhuma, atacando meus adversários pessoalmente, nem estou me exaltando de
maneira ex cathedra. Tal equívoco quanto à minha intenção é muito angustiante
para mim. Um ato de julgamento quanto à condição religiosa de um adversário
seria um tipo de orgulho humano que pressupõe poder este ocupar o próprio lu-
gar de julgamento de Deus (DOOYEWEERD, 1984, p. viii-ix, tradução nossa).
4 In principio
“No princípio Deus criou os céus e a terra”6 - sem este fundamento não há
como compreender o pensamento elaborado pelo autor. Esta concepção de ordem cri-
acional compreende que tudo é governado através das leis de Deus, constituindo uma
cosmonomia; daí seu sistema filosófico ser chamado Filosofia da Ideia de Lei (Wijsbe-
geerte der Wetsidee) ou, ainda, Filosofia Cosmonômica. Assim, fica estabelecida uma
distinção qualitativa entre Criador e criatura através da fronteira demarcada pela lei que
sujeita factualmente toda a criação. Aqui, o termo fronteira pretende indicar apenas uma
“distinção entre Deus e criatura com respeito à sua relação com a lei” (DOOYEWEERD,
1984, p.99, NC I). Neste contexto, lei não possui caráter restritivo ou punitivo, mas viabi-
lizador, formando uma estrutura que a tudo possibilita existência e desenvolvimento.
O cosmo é temporal, ou seja, a totalidade da criação com seus aspectos físi-
cos e normativos estão inseridos no tempo, e seu Criador é supratemporal. O conceito
de tempo utilizado aqui possui caráter mais abrangente que o usual porque diz respeito
6
Cf. Gênesis 1,1.
6
tanto à ordem quanto à duração das coisas. Deste modo, toda a estrutura cosmonômica
imprime sua ordem dentro da temporalidade e toda e qualquer entidade possui uma
duração dentro do tempo. Para ele, a própria formulação do conceito de tempo cósmico
per si é impossível porque pressupõe tempo (DOOYEWEERD, 2006, p.33). O que pode
ser formado, portanto, é apenas uma ideia teórica de conceito limítrofe (limiting con-
cept), aplicada num sentido restritivo.
Dentro da realidade temporal, o autor distingue entre: a) Lado Factual7, tam-
bém chamado Lado da Entidade, que compreende a ocorrência de tudo que existe ou
pode surgir e desenvolver cuja duração é variável, cronológica8, incluindo coisas, atos,
eventos, a própria existência humana, bem como animais, vegetais, átomos, bactérias,
galáxias; b) Lado-da-Lei, que é a estrutura que estabelece a ordem das coisas, possui
duração constante, é imutável, universal e viabilizador da ocorrência de entidades no
Lado Factual. A correlação entre estes lados é harmonicamente indissociável, não de-
vendo ser compreendida como uma dicotomia presente na realidade. Isto porque não
há lei sem sujeito que se sujeite, nem sujeito sem lei que o limite e o estabeleça através
de uma ordem. Nesta estrutura se encontram leis físicas que regem os corpos, bióticas
que possibilitam vida aos organismos, econômicas que permitem a frugalidade, dentre
outras que podem ser agrupadas formando esferas de leis, que por sua vez caracteri-
zam modalidades, ou aspectos, da realidade. Estes aspectos são a priori ônticos
(DOOYEWEERD, 2006, p. 95), porque possibilitam todo o fenômeno transitório da rea-
lidade temporal e não estão presentes somente na consciência subjetiva, mas também
nas coisas.
As diversas leis presentes de maneira estrutural no Lado-da-Lei podem ser
percebidas no Lado Factual, pelo agrupamento de propriedades distintas apresentadas
pelas entidades, assim, durante toda a sua história, a filosofia ocidental sempre reco-
nheceu a riqueza de diversidade da realidade, tal percepção indica indiretamente a
7
Primeiramente Dooyeweerd utilizou o termo Lado-do-Sujeito, subject-side, mas reconheceu numa fase
mais madura de seu pensamento que o termo Lado Factual seria mais apropriado para evitar possíveis
ambiguidades, conforme explica o responsável pela tradução de várias obras do autor para o inglês Da-
nie Strauss (DOOYEWEERD, 2006, p. 96-7, nota 2). Há também autores que utilizam o termo Lado-da-
Entidade (BASDEN, 2007).
8
Para uma discussão mais profunda acerca do tempo conferir (DOOYEWEERD, 2006, p.29-33).
7
existência de aspectos distintos. A especialização das ciências e os “ismos” na filosofia
refletem também esta característica da realidade empírica (STRAUSS, 2009). Com ba-
se em seus estudos, Dooyeweerd sugere a distinção de 15 aspectos irredutíveis e inse-
paráveis: quantitativo, espacial, cinemático, físico, biótico, sensitivo, analítico, formativo,
linguístico, social, econômico, estético, jurídico, ético e pístico. Contudo, o autor salienta
que estes aspectos são por ele sugeridos, não sendo, portanto, uma imposição dog-
mática de sua parte9.
A realidade é compreendida por Dooyeweerd como significado e encontra
seu sentido em Deus e não em si mesma ao apontar para uma referência que está
além de si mesma; ela não é uma coisa em si, portanto, não tem sentido, ela é sentido.
Sua referência está no Arqué, na sua Origem de sentido, em Deus seu criador, e seu
sentido verdadeiro só pode ser interpretado corretamente na sua relação com Ele. Se
esta relação apontar para uma origem falsa surgem antinomias, os conflitos de leis, que
podem ser percebidas através das contradições lógicas originadas da não consideração
dos diferentes tipos de leis presentes nos diversos aspectos da realidade, ou da tentati-
va de se reduzir o significado de um ou mais aspectos a outros. Assim, as antinomias
sempre revelam a existência de reducionismos ontológicos (Principium Exclusae Anti-
nomiae), já que leis ônticas não conflitam entre si (DOOYEWEERD, 2003, p.225). A
noção de realidade como significado permite a percepção da nossa experiência da ver-
dade como possivelmente relativa e falível, ao mesmo tempo em que não desconsidera
a existência de verdade absoluta, da existência de significado verdadeiramente Real e
concreto das coisas. Há concomitantemente a Verdade e o que é tomado como verda-
de, com efeito, o significado das coisas é relativo, mas é apenas encontrado verdadei-
ramente na sua referência com o Criador (BASDEN, 2005). Isto possibilita a existência
simultânea de Verdade absoluta e relativa em um único sistema filosófico.
9
Outros filósofos sugeriram diferentes aspectos que poderiam compor e enriquecer os já oferecidos (DE
RAADT, 2000; 2002).
8
5 Experiência ingênua e pensamento teórico
10
Igualmente, Strauss afirma que “seres humanos não podem ser totalmente caracterizados meramente
em termos de um aspecto da realidade. Tal ideia é encontrada em afirmações de que o ser humano é um
ser moral-racional, um ser social, um ser econômico (Homo economicus), um ser simbólico (Homo sym-
bolicus), e assim por diante. Seres humanos funcionam em todos estes aspectos sem serem completa-
mente absorvidos por apenas um deles. Além disso, cada ser humano, individualmente, pode assumir
uma multiplicidade de papéis sociais dentro de uma sociedade diferenciada sem, contudo, ser esgotado
por nenhum destes papéis sociais” (STRAUSS, 2009b, p.127, nota 22, tradução nossa).
12
permanecem inconscientes à sua própria motivação religiosa. O absoluto tem o
direito de existir apenas na religião. Consequentemente, um ponto de partida re-
ligioso clama ou por sua absolutização, ou por sua própria abolição. Nunca
sendo meramente teórico, uma vez que a teoria sempre é relativa. O ponto de
partida religioso penetra para além dos fundamentos da própria teoria, sendo
base absoluta de toda a existência temporal que, por sua vez, portanto, é relati-
va (DOOYEWEERD, 2003, p.8, tradução nossa).
Deste Modo, o homem é dotado de uma raiz religiosa que não pode ser su-
primida, mas deve ser explicitada. Aqui o conceito de religião aplicado pelo autor não
diz respeito a um fenômeno temporal da fé e nem se trata de linguagem religiosa ou de
sentimentos religiosos, valores, crenças, que podem ser descritos fenomenologicamen-
te, mas:
A Religião não é uma área ou esfera da vida, mas tudo engloba e direciona,
proporcionando sua raiz. Está a serviço de Deus (ou de um substituto não-
Deus) em todos os domínios do empreendimento humano. Como tal deve ser
acuradamente distinguida da fé religiosa, que nada mais é que um dos muitos
atos e atitudes da existência humana. Religião é negócio do Coração e, como
tal, direciona todas as funções humanas (DOOYEWEERD, 2003, p.230, tradu-
ção nossa).
Assim, a religião não representa somente uma das esferas da vida humana,
mas a raiz, cuja orientação se constitui chave hermenêutica para a compreensão do
sentido do cosmo.
11
Sobre a inabilidade do coração humano, per si, de apontar para Deus, parece concordar o filósofo e
matemático Blaise Pascal (1623-1662), que diz: “Nunca se crerá com uma crença útil e de fé, se Deus a
tanto não inclina o coração; crer-se-á desde que ele o incline” (PASCAL, 1979, p.108, pensamento 284).
12
Princípio presente no pensamento de Calvino (CALVINO, 2008, p.37ss).
13
Neste sentido, Dooyeweerd explica que para Aristóteles deus seria o pensamento puro e absoluto, não
mais restrito aos sentidos, por consequência sua perspectiva antropológica se fundamentava na habilida-
de teórica de pensar que distinguia o Homem dos animais. Para Leibniz, deus seria o grande geômetra
(intellectus archetypus), assim o centro da natureza humana seria o pensamento matemático. Para Kant,
deus seria essencialmente moral, portanto o centro da natureza humana seria a função moral autônoma
e supra sensorial. Nos chamados povos primitivos, onde se encontra a cultura do mana, que envolve a
submissão do grupo a forças naturais impessoais, e do totemismo, onde o grupo local se identifica com o
totem familiar. O que se averígua em ambos os casos é a não percepção da personalidade humana que
se confunde com animais, plantas e coisas inorgânicas.
15
“Assim sempre volta a confirmar-se que o homem só apreende e reconhece seu próprio
ser quando pode tornar-se visível na imagem de seus deuses” (CASSIRER, 2004,
p.366).
A realidade é uma estrutura composta por conjuntos distintos de leis em que ca-
da agrupamento é chamado de Esferas-de-lei (Law Spheres), que caracterizam modali-
dades ou "formas gerais" (DOOYEWEERD, 1986, p.61) através das quais são apresen-
tados diversos aspectos. Estas modalidades são modos transcendentais, a prioris ônti-
cos, modos distintos de ser que conferem ordem e constância ao cosmo, cabendo às
ciências especiais percebê-las e positivá-las. Elas exibem uma ordem hierárquica cres-
cente formando uma sequência sucessiva, de maneira que as posteriores se fundamen-
tem nas anteriores. Assim, a posição de cada esfera se deve ao aumento de complica-
ção por ela apresentada e se mantém através da harmônica relação intermodal14. Ao se
partir de uma determinada modalidade, é possível se falar em substrato e superestrato
modal para se referir ao conjunto de modalidades anteriores ou posteriores (DOOYE-
WEERD, 1984b, p.52).
Segundo Dooyeweerd, essa sucessão de esferas, cada uma com sua sobe-
rania irredutível e interdependente, não foi percebida pelo paradigma científico huma-
nista que, desde Descartes, assumiu que tal ordem correspondia simplesmente a uma
continuidade lógica decorrente da complicação observada nos fenômenos empíricos
sem, em nenhum momento, ponderar a possibilidade de tais complicações apontarem
para a existência de esferas distintas de lei (DOOYEWEERD, 1984b, p.49). Por sua
composição, a ordem das modalidades forma uma coerência de significado inquebrável
(DOOYEWEERD, 1984b, p.49), em que a soberania de uma esfera modal é garantida
por um núcleo de sentido exclusivo que é envolvido por vários momentos modais ana-
lógicos que estabelecem referência a núcleos de outras modalidades. Deste modo, é
14
Lembrando que a ideia de posição aqui não se refere a nenhuma relação espacial - que só é possível
através de leis específicas próprias da modalidade espacial - mas à ordem cósmica do tempo (DOOYE-
WEERD, 1984b, p.50).
16
preciso tomar o devido cuidado para que um núcleo de sentido modal não seja confun-
dido com os momentos analógicos que o envolvem (DOOYEWEERD, 1984b, p.92). Es-
tas analogias ocorrem tanto no Lado-da-Lei quanto no Lado-Factual (DOOYEWEERD,
1984b, p.75) e, partindo de uma modalidade específica, podem se referir a outras por
antecipação ou retrospecção (Figura 1), ao apontar para momentos analógicos de mo-
dalidades posteriores ou anteriores, respectivamente 15 (DOOYEWEERD, 1984b, p.49),
por exemplo:
15
É interessante notar que a própria característica analógica da realidade empírica sugere a existência de
uma coerência intermodal (DOOYEWEERD, 1984b, p.55).
17
Passemos a uma breve explanação dos aspectos e seus núcleos de sentido de acordo
com a ordem da escala modal:
a) Numérico (quantidade): aspecto terminal (DOOYEWEERD, 1984b, p.83),
sem substratos modais, que possibilita o sentido quantitativo da realidade e a ordem
numérica do tempo cósmico em suas direções positivas e negativas. Neste sentido se
compreende que um número per si é uma abstração teórica, uma função modal, e não
uma coisa16;
b) Espacial (extensão contínua): não existe sem seu substrato modal
(DOOYEWEERD, 1984b, p.85); tem por núcleo de sentido a extensão contínua, que
não pode ser reduzida à percepção sensorial de espaço (DOOYEWEERD, 1984b,
p.86), nem pela noção de magnitude, que é uma analogia retrospectiva da modalidade
numérica (DOOYEWEERD, 1984b, p.87);
c) Cinemático (movimento); a intuição pura de movimento se apresenta
como fluxo contínuo a partir da percepção de sucessão de momentos temporais (DOO-
YEWEERD, 1984b, p.93); seu núcleo de sentido é captado pelo estudo da cinemática
no campo da matemática pura (DOOYEWEERD, 1984b, p.97) e não pode ser reduzido
exaustivamente como parte apenas do aspecto sensorial, espacial ou numérico. Um
dos exemplos apontados por Dooyeweerd é o do paradoxo de Zenão 17, que ilustra a
impossibilidade de se reduzir o movimento ao aspecto espacial (DOOYEWEERD,
1984b, p.103)18;
d) Físico (energia), tem por núcleo de sentido a energia, seja esta atualiza-
da ou em potência, e implica relações de causalidade (DOOYEWEERD, 1984b, p.99).
Uma analogia retrospectiva entre o aspecto físico e o do movimento é percebida no es-
tudo da mecânica (DOOYEWEERD, 1984b, p.99). Mas, da mesma forma que a cinemá-
16
Um exemplo de que a coerência modal é inquebrável está no fato de que a própria contagem numérica
só é possível através da distinção analítica (DOOYEWEERD, 1984b, p.80), ou seja, a própria compreen-
são da esfera modal numérica não é possível sem a modalidade lógica.
17
O filósofo grego Zenão apresenta um problema que se baseia na estória de um corredor que, para per-
correr uma determinada distância, deve passar sempre pela metade do caminho que lhe resta para a
chegada parando sucessivas vezes até o final do percurso. Sua conclusão é que o atleta nunca chegaria
ao seu destino, uma vez que inúmeros pontos delimitariam tal percurso permitindo infinitas divisões.
18
Segundo Dooyeweerd, Kant já havia percebido a distinção entre espaço e movimento, chegando a pro-
por a noção de foronomia como estudo do movimento puro das coisas “onde nenhuma outra propriedade
se atribuirá ao sujeito da mesma, a saber, à matéria excepto a mobilidade” (DE MENEZES, 2006, p. 62).
18
tica pode definir o conceito de movimento uniforme sem nenhuma referência à força
causal, o conceito físico de aceleração não pertence à cinemática, mas à física apenas
(DOOYEWEERD, 1984b, p.99), apontando assim para uma distinção modal;
e) Biótico (vida): seu núcleo de sentido é a vida ou o que possibilita as fun-
ções vitais. A vida não pode ser percebida sensorialmente como algo per si19, embora
se manifeste em fenômenos sensíveis (DOOYEWEERD, 1984b, p.108-110). A tentativa
de reduzir a vida a algo puramente mecânico ou químico é confrontada com a experiên-
cia empírica que nos mostra sua transcendência a estes aspectos. É por isso que não
se podem gerar organismos vivos exclusivamente por combinações químicas, embora
lhes sejam fundamentais;
f) Psíquico (sensações): seu núcleo de sentido não deve ser confundido
com a concepção metafísica grega de psychè, nem com a ideia de alma como coletivo
de diversas funções modais (DOOYEWEERD, 1984b, p.111). As sensações (sensation
/ Empfindungen) são elementos subjetivos do sentir que se apresentam como fenôme-
nos pela referência às qualidades sensoriais objetivas das coisas ou eventos (DOO-
YEWEERD, 1984b, p.116-7);
g) Lógico (distinção analítica): por distinção analítica se compreende o ato
de separar teoricamente o que está unido (DOOYEWEERD, 1984a, p.39). Analogias
com o aspecto numérico são encontradas na consideração de conceitos como unidade
analítica e análise múltipla. Cada conceito, visto logicamente, resulta de uma unificação
lógica de vários momentos num processo que se desenvolve de acordo com normas
analíticas do pensamento que permitem a identificação de qualquer contradição. Com
efeito, toda relação analítica, mesmo a de identificação, implica numa analogia numéri-
ca, uma vez que a própria análise é uma forma de distinção e requer a identificação de,
pelo menos, dois termos: um e outro, ou, igualmente, este e aquele;
h) Histórico-Cultural (poder formativo): tanto a noção de cultura como
complexo de aspectos normativos e a ideia de história como composta simplesmente
por eventos específicos associados à noção de tempo não são utilizadas por Dooye-
weerd. Em contrapartida, a história se dá pelo desenvolvimento da modelagem cultural
19
O biólogo Ernst Mayr concorda que não há como definir vida, não havendo, portanto, substância, obje-
to, ou força especial que se possa chamar vida (EL-HANI e VIDEIRA, 2000).
19
possibilitada pela ação da mente humana através das suas relações sociais atualizadas
em atos concretos (DOOYEWEERD, 1984b, p.228). A ideia de poder formativo está
relacionada à possibilidade de livre planejamento, que, ao dar forma a algum material,
físico ou não, anteriormente dado, abre possibilidades que excedem aos padrões pré-
vios, podendo assumir inúmeras variações (DOOYEWEERD, 1984b, p.196-8);
i) Linguístico (significação simbólica): aspecto que possibilita a compre-
ensão linguística dos símbolos através de leis específicas para princípios fonológicos,
sintáticos e outros. Tem como substrato modal a modalidade formativa sendo sua coe-
rência modal inseparável do desenvolvimento histórico. Contudo, ainda que a lingua-
gem seja responsável por dar significado ao sentido da história, não pode com esta ser
confundida porque o sentido designativo permanece na modalidade linguística (DOO-
YEWEERD, 1984b, p.223);
j) Social (intercurso social): o núcleo de sentido da esfera social não deve
ser compreendido como vida social ou com a ideia de sociedade no sentido em que
envolve todos os aspectos da realidade (DOOYEWEERD, 1984b, p.141). Fundamenta-
da na esfera da significação simbólica, engloba "toda forma de intercurso e toda instân-
cia subjetiva de comportamento social que a dá expressão" (DOOYEWEERD, 1984b,
p.228). Mas, embora não se manifeste sem significação simbólica, encontra-se fora do
sentido próprio da linguagem. (DOOYEWEERD, 1984b, p.228). Assim, quem historiciza
o sentido do intercurso social primariamente historiciza o sentido da linguagem;
k) Econômico (frugalidade, eficácia administrativa): possibilita a adminis-
tração de bens escassos com frugalidade, sendo esta a evasão de meios excessivos de
se alcançar um objetivo (DOOYEWEERD, 1984b, p.67). Assim, a aplicação técnica da
ciência econômica se pauta pela busca de controle de recursos com grau máximo de
eficiência. A economia demanda balanceamento de necessidades e distribuição de re-
cursos de maneira bem planejada e é fundamental que o termo economia é utilizado na
ciência econômica;
l) Estético (harmonia): modalidade composta por diversas normas estéticas;
tem como momento nuclear a harmonia em seu sentido original (DOOYEWEERD,
1984b, p.128), que permite unidade na multiplicidade, não devendo ser confundida com
20
o conceito de beleza que pode assumir formas de expressão histórica distintas. Por es-
tar fundamentada na modalidade econômica, permite a noção de economia estética no
sentido de permitir o abandono de exageros esteticamente supérfluos. Da mesma for-
ma, ao possuir um modus histórico, as normas que possibilita são positivadas de ma-
neiras diferentes no decorrer da história (DOOYEWEERD, 1984b, p.240);
m) Jurídico (retribuição): a retribuição, que define o núcleo de sentido des-
ta modalidade, é compreendida aqui no sentido técnico de conservação daquilo que é
devido, função que possibilita o julgamento. Fundamentando-se no aspecto estético,
permite a noção de harmonização de múltiplos interesses de maneira proporcional que,
por sua vez, positivados historicamente a partir de princípios pautados no balancea-
mento de normas retributivas. As normas jurídicas, presentes no Lado-da-Lei, são su-
prarbitrárias e adquirem significado particular, área e termo de validade ao serem positi-
vadas no Lado-Factual (DOOYEWEERD, 1984b, p.406);
n) Ético (ágape): o momento nuclear da modalidade ética é o amor no pleno
sentido normativo do termo grego ágape, que diz respeito ao amor divino, em contraste
ao filial e erótico. Deve ser compreendido como compromisso sacrificial com relação a
Deus e ao próximo, incluindo Sua Criação, não devendo ser reduzido a um sentimento
de afeto apenas, embora esta seja uma de suas dimensões. (DOOYEWEERD, 1984b,
p.153-4). De fato, explica Dooyeweerd, não há virtude moral verdadeira que em última
instância não seja uma manifestação do amor ágape;
o) Pístico (comprometimento, crenças): aspecto limítrofe do tempo cuja
característica escatológica lhe permite apontar para o que está além deste (DOOYE-
WEERD, 1984b, p.33). Possibilita a fé, que não está acima da vida temporal, mas tam-
bém não é mera função particular da existência humana. Não deve ser confundida co-
mo função da psyqué através da qual se obtém certeza direta e imediata de algo sem
qualquer razão discursiva (DOOYEWEERD, 1984b, p.299), também não é um ato inte-
lectual oferecido pelo dom supranatural da graça, uma vez que a regeneração em Cris-
to Jesus não cria um novo órgão da crença (DOOYEWEERD, 1984b, p.300). A fé é ine-
rente à existência humana independente das convicções e comprometimentos que via-
biliza. Num sentido material, está presente no fundamento de toda forma imediata de
21
convicção. Não deve ser confundida com religião, que é supramodal e compõe a pró-
pria raiz da existência humana englobando todos os aspectos, e não deve ser reduzida
a um conjunto de normas religiosas orientadas pela ética, direito e regras sociais de
conduta.
20
Segundo o autor, os Upanishads, por exemplo, separam Brâman-Atman de Maya. No pensamento oci-
dental tal dicotomia pode ser traduzida na noção de realidade Numenal e Fenomenal. Em última análise,
22
A inclinação ao Arché, ao que o ser humano identifica como Origem de signi-
ficado do cosmo, determina o Motivo-Base, uma motivação fundamental, basilar, que
age como uma força comunitária impulsionadora e que, no sentido mais profundo pos-
sível, fornece o tema central do pensamento, da vida social e a cosmovisão (weltans-
chauung) de uma sociedade marcando a cultura, a ciência e a estrutura social de um
dado período histórico, podendo se apresentar de diversas formas particulares, ao
mesmo tempo em que as transcende (DOOYEWEERD, 1984a, p. 61). Com efeito, o
conteúdo do aspecto pístico é direcionado em última instância pelo Motivo-Base, que
inclina o processo de abertura modal tanto para o bem quanto para o mal (DOOYE-
WEERD, 1984b, p.293), já que é ativado pelo espírito da Civitate Dei ou pela Civitate
Terrena (DOOYEWEERD, 1984b, p.297)21.A partir da relação entre a Unidade-
Originária, proporcionada pelo Ponto Arquimediano, e a comunidade-originária religiosa
duas comunidades espirituais são distinguidas e, desta forma, dão origem a comunida-
des epistêmicas distintas. O Motivo-Base fornece a dunamis que move estas duas co-
munidades espirituais distintas (DOOYEWEERD, 2006, p.48): a) redimida em Cristo
Jesus; b) apóstata, que se fundamenta na negação da primeira e se manifesta de di-
versas formas. Destas comunidades espirituais nascem comunidades epistêmicas dis-
tintas. O primeiro Motivo-Base apenas se manifesta de forma única e integral porque
não comporta nada além do significado fundamental da realidade fornecido pela Pala-
vra-Revelação de Deus ao homem através das Sagradas Escrituras. Contudo, se no
decorrer da história humana esta revelação integral é percebida diversamente em nível
pessoal, político ou institucional, é porque há no coração humano uma tendência a bus-
car sínteses religiosas impossíveis entre o Motivo-Base da Palavra-Revelação e os mo-
tivos religiosamente idólatras. Como tal relação é radicalmente antitética surgem ten-
todas estas visões dualistas da realidade se originam na consciência mítica (DOOYEWEERD, 1984b,
p.327).
21
Dooyeweerd faz aqui uma clara alusão à obra agostiniana Cidade de Deus, que diz: “a gloriosíssima
Cidade de Deus – que no presente decurso do tempo, vivendo da fé, faz sua peregrinação no meio dos
ímpios, que agora espera a estabilidade da eterna morada com paciência até o dia em que será julgada
com justiça, e que, graças à sua santidade, possuirá então, por uma suprema vitória, a paz perfeita [...]
também é preciso falar da Cidade da Terra, na sua ânsia de domínio, que, embora os povos se lhe sub-
metam, se torna escrava da sua própria ambição de domínio” (AGOSTINHO, 1996, p.97-8). Há, portanto,
uma ética de obediência a Deus e seus princípios em contraposição à ética da ambição egoísta humana;
os reflexos do embate destes princípios antagônicos manifesta e determina o caráter do desenvolvimento
histórico da humanidade.
23
sões irreconciliáveis (DOOYEWEERD, 2006, p.49). O segundo Motivo-Base pode se
expressar de várias formas porque a direção espiritual da comunidade religiosa se ori-
enta pela absolutização de algum aspecto da realidade em detrimento da diversidade
irredutível presente no cosmo criado. Outra característica é a tentativa de conciliação de
dois Pontos Arquimedianos distintos, e é aqui que nascem as perspectivas epistemoló-
gicas dicotômicas que, por não serem capazes de fornecer um ponto integral como Ori-
gem de sentido, não consegue solucionar a tensão dialética religiosa instaurando com-
preensões reducionistas.
22
Esta consideração da autonomia da razão, ainda que subsidiária do reino da graça, pelo menos na
visão de Aquino e de uma forma geral da própria Igreja Católica Romana, pode, de certa maneira, ter
preparado o caminho para as propostas de rompimento entre ciência e fé nos períodos do renascimento
e subsequentes. Isto pode apontar para o importante papel exercido por interesses políticos e não ape-
nas científicos no processo de separação entre razão e fé que, ao exceder a argumentação científica,
ganha importância sociológica ao ser analisada juntamente com o movimento de laicização do Estado.
27
renascimento da humanidade (DOOYEWEERD, 2003, p.150). A característica comum
destes movimentos é a anti-síntese. Do renascimento surge o humanismo, cuja revalo-
rização da cultura greco-romana em detrimento do cristianismo buscou como religião o
ideal de personalidade humana autônoma em que o homem passa a ser uma lei em si
mesmo (DOOYEWEERD, 2003, 150), devendo agir independente de "poderes sobrena-
turais" (DOOYEWEERD, 2003, p.152). A natureza passa a ser vista como um campo
aberto a ser explorado pela livre personalidade humana oferecendo infinitas possibilida-
des a serem reveladas pela ciência (DOOYEWEERD, 2003, 151). Este grande movi-
mento espiritual humanista do período moderno introduziu no desenvolvimento histórico
ocidental o Motivo-Base Natureza-Liberdade (DOOYEWEERD, 2003, p.140), um novo
motivo, embrionariamente dualista e contraditório. Afinal, se tudo o que existe é real-
mente fruto de uma relação de causa e efeito, então, consequentemente, não há espa-
ço para a liberdade humana, ou seja, se a natureza é exclusivamente determinada por
leis do movimento mecânico então o homem não é verdadeiramente autônomo.
Surge neste contexto, o novo ideal de ciência que, livre dos dogmas da Igre-
ja, trazia a promessa de liberdade verdadeira para a humanidade, devendo tudo ser
compreendido à luz da aplicação sistemática da ciência, pautada por conceitos mate-
máticos que seriam realidades em si mesmo (DOOYEWEERD, 2003, p.155). Na tenta-
tiva de resolver a nova tensão dialética, Descartes propõe a percepção da alma huma-
na como entidade autossuficiente "livre do corpo natural" (DOOYEWEERD, 2003,
p.154), em que o cogito, assento do livre arbítrio humano, seria a própria base autôno-
ma fundamental da ciência que, por sua vez, reinaria suprema na compreensão da na-
tureza. Numa outra tentativa, Kant propõe que os fenômenos percebidos sensorialmen-
te dizem respeito ao domínio da natureza (realidade numenal), enquanto a realidade
supra sensorial seria o domínio da liberdade moral, por sua vez, não governada por leis
naturais, mas normas e regras de conduta (realidade fenomenal) que pressupõem a
autonomia da personalidade humana (DOOYEWEERD, 2003, p.171). 23Sob a influência
da dicotomia kantiana, os filósofos Heinrich Rickert e Wilhelm Windelband desenvolvem
23
Segundo Dooyeweerd, aqui nasce a crença moderna da separação entre fé e razão, promovendo a
falsa ideia de que qualquer tentativa de reforma da ciência por princípios Bíblicos se constitui em um
ataque à própria ciência (DOOYEWEERD, 2003, p.172).
28
suas investigações epistemológicas que acabam por influenciar Max Weber em sua
proposta metodológica científico-cultural voltada ao estudo das ações sociais. Já para o
sociólogo Georg Simmel, os fenômenos sociais seriam de cunho apenas psicológico
(DOOYEWEERD, 1984, p.71) ao passo que, para Durkheim, deveriam ser estudados
da mesma forma que fenômenos naturais, como coisas. De maneira geral, o que se
percebe nestas perspectivas sociológicas é a tentativa de acomodação a um polo ou
outro deste Motivo-Base.
10 Conclusão
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