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O ESTATUTO DA “CONSCIÊNCIA DE SI”, SEGUNDO HEGEL


THE STATUTE OF “SELF-AWARENESS”, ACCORDING TO HEGEL

Alexandre Tuma Junior1

RESUMO
Buscar-se-á, neste artigo, a fim de depreender o significado do conceito de “consciência de
si”, analisar a subseção “A consciência de si” da seção “Fenomenologia do Espírito" da
“Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1830): A Filosofia do Espírito”, em especial, do §424
ao §437. Além do que, explicitar sucintamente como a noção hegeliana de consciência de si
nos permite entender e explicar este momento vivenciado nos âmbitos político (bolsonarismo)
e pandêmico (Covid-19) no Brasil. Neste sentido, na perspectiva de Hegel, a consciência de si
é expressa pela fórmula “EU=EU" que explicita a identidade entre a consciência e seu objeto
e, portanto, desemboca numa determinada idealidade, na medida em que tal formulação
possibilita expor os princípios da razão, bem como os princípios da liberdade. Portanto,
apreende-se através deste conceito três desdobramentos, a saber: idealidade; razão; e,
liberdade - na qual se faz de grande valia para a compreensão dos estados político e
pandêmico vivenciados pelos brasileiros da camada mais baixa da estratificação social,
indistintamente. Não obstante, o presente artigo está estruturado em: “Considerações
iniciais”; segundo, “O estatuto da “consciência de si”, segundo Hegel”; e, por fim,
“Considerações finais”.

Palavras-Chave: Consciência. Enciclopédia. Hegel.

ABSTRACT
In this article, to understand the meaning of the concept of “self-consciousness”, we will
analyze the subsection “Self-consciousness” of the “Phenomenology of the Spirit” section of
the “Encyclopedia of Philosophical Sciences (1830): The Philosophy of the Spirit” from §424
to §437. In addition, briefly explaining how the Hegelian notion of self-awareness allows us
to understand and explain this moment experienced in the political (bolsonarism) and
pandemic (Covid-19) spheres in Brazil. In this sense, in Hegel's perspective, self-
consciousness is expressed by the formula "I=I" that explains the identity between
consciousness and its object and, therefore, leads to a certain ideality, insofar as such a
formulation makes it possible to expose the principles of reason, as well as the principles of
1 Graduando em Filosofia pela UNESP/FFC. Bolsista PIBIC/CNPq/REITORIA. e-mail:
alexandre.tuma@unesp.br
4

freedom. Therefore, through this concept three developments are apprehended, namely:
ideality; reason; and freedom - in which it is of great value to understand the political and
pandemic states experienced by Brazilians from the lowest strata of social stratification,
without distinction. Nevertheless, this article is structured in: “Initial considerations”; second,
“The statute of “self-consciousness”, according to Hegel”; and, finally, “Final
considerations”.
Keywords: Consciousness. Encyclopedia. Hegel.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O presente artigo tem por objetivo explicitar o significado do conceito hegeliano de
“consciência de si”, a partir da subseção “A consciência de si” da seção “Fenomenologia do
Espírito”, da obra Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1830): A Filosofia do Espírito, em
especial, do §424 ao §437. Não obstante, explicitaremos sucintamente como o significado do
conceito hegeliano de consciência de si nos permite entender e explicar o momento
vivenciado nos âmbitos político (bolsonarismo) e pandêmico (Covid-19) no Brasil.

Com isso, para Hegel, a consciência de si é expressa pela fórmula “EU=EU", que
explicita a identidade entre a consciência e o seu objeto e, portanto, desemboca numa
determinada idealidade, na medida em que tal formulação possibilita expor os princípios da
razão, bem como os princípios da liberdade. Deste modo, apreende-se através do conceito de
consciência de si, três desdobramentos, a saber: idealidade; razão; e, liberdade (na qual se faz
de grande valia para a compreensão dos estados político e pandêmico, vivenciados pelos
brasileiros, indistintamente).

Georg W.F. Hegel (1770-1831) nasceu em Stuttgart, em Württemberg, sudoeste da


Alemanha. Filho de pais da pequena-burguesia luterana, logo cedo, Hegel se destacou em
seus estudos, possibilitando, posteriormente, cursar o seminário na qualidade de Stift
(seminarista), em Tübingen, no ímpeto de se tornar pastor. Neste seminário, Hegel viera a
conhecer os seus futuros colegas: Schelling e Hölderlin 2. Terminado os estudos, entretanto,
Hegel não seguiu o caminho de pastor, mas o de preceptor, servindo, em Berna, as famílias
aristocráticas, em especial, a família von Steiger. Ainda neste período como preceptor, Hegel

2 Cf. KONDER, L. Hegel: a razão quase enlouquecida. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
5

redige A Vida de Jesus. Nesta obra, em específico, Hegel concebia um Jesus bem mais
próximo de Kant; do Kant da segunda crítica, da Crítica da Razão Prática. A título de
observação, nos escritos juvenis de Hegel, percebe-se a apropriação e preocupação com a
religião - na qual nunca abandonara em vida3.

Ademais, passado o período de Berna, Hegel se volta para a cidadezinha de Iena,


reencontrando o seu colega de seminário Schelling. No entanto, conforme Kervégan (2008), a
possibilidade do reencontro se deu, entretanto, com Fichte, após ser afastado da cátedra no
ano de 1799, em razão da acusação de ateísmo. Consequentemente, é ainda em Iena que
Hegel se estabelece como privatdozent (professor particular custeado pelo número de seus
alunos). A título de curiosidade, em 1819, em Berlim, Hegel teria o seu embate intelectual
com ninguém menos que o idealista fisiológico 4 Arthur Schopenhauer (1788-1860).
Concluído esta pequena anedota acerca do período em Berlim, já mais maduro, Hegel tem
pretensões na aquisição de uma cátedra universitária na Universidade de Erlangen. No
entanto, foi em Heidelberg que obteve tal notoriedade. Segundo Kervégan (2008), a este
respeito:

Hegel busca uma posição acadêmica conforme à sua notoriedade. Aguarda


uma cátedra na Universidade de Erlangen, mas é finalmente a de
Heidelberg que o recruta; ele tem quarenta e seis anos. Passa aí dois anos,
durante os quais publica a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817),
compêndio do sistema finalmente exposto em sua totalidade. Doravante, é
baseado nesse manual (do qual duas outras edições são publicadas em 1827
e 1830) que ensina, desenvolvendo em aula tal ou qual segmento do
conjunto. Publica também seu escrito político mais liberal, um estudo dos
Atos dos Estados do reino de Wurtemberg em 1815-1816, em que analisa o
conflito entre o novo rei, que deseja outorgar uma Constituição ao seu
povo, e os Estados convocados para ratificar esse projeto, os quais, em
nome do “bom velho direito”, na prática o arruínam. Nessa oportunidade
desenvolve uma convicção: no contexto da Europa pós-revolucionária, o
momento não é o da Restauração daquilo que não tem mais lugar para ser –
acreditam nisso somente os reacionários que “nada esqueceram e nada
aprenderam” -, mas o de uma política de reformas impulsionadas do alto e
postas em prática por uma burocracia competente e dedicada ao bem
público (KERVÉGAN, 2008, p.13).
3 A respeito dos escritos religiosos de Hegel, ver também Ferrara (2018).
4 A respeito do idealismo fisiológico de Arthur Schopenhauer, ver Barbosa (1997).
6

A importância de tal passagem, enunciada por Kervégan, em seu livro, Hegel e o


Hegelianismo, configura-se no contexto da formulação da filosofia sistemática de Hegel.
Dito isto, Hegel só deu o seu toque de mestre, no que tange a sua sistematicidade filosófica,
quando pôde adentrar no contexto universitário, e, portanto, no contexto cultural de sua
época. Posto isto, a vida de Hegel fora - conforme os intérpretes e comentadores de seu
pensamento - uma vida entre a religião 5, a filosofia e a política6. Por conseguinte, muitas
qualificações foram atribuídas ao seu pensamento: uma delas, por exemplo, refere-se ao
obscurantismo de seus escritos. Sendo assim, o obscurantismo dos escritos de Hegel se
constitui na tentativa de abarcar a totalidade em sua mais alta significação (verdade): Deus
ou Espírito Absoluto7.

Destarte, por “estatuto”, entenda-se algum tipo de texto contendo regras, no ímpeto
de regulamentar e funcionar algo (seja organização, empresa, coletividade, sociedade etc.).
Isto posto, o título deste artigo finda-se no regulamento, elaborado, explicitado e
demonstrado por Hegel do conceito de “consciência de si”. Outrossim, por “regra”, entenda-
se o desenvolvimento sistemático do referido conceito. Doravante, a título de

5 Conforme Konder (1991), no livro, Hegel: a razão quase enlouquecida (publicada pela editora
Campus) afirma: “Uma questão teórica delicada que se apresentava a Hegel, na época, consistia em
combinar adequadamente a fé cristã em que fora criado (e que jamais abandonaria, ao longo de sua
vida) com aquilo que havia de válido no Iluminismo, no movimento das “luzes” intelectuais que
haviam preparado o processo da Revolução Francesa”.
6 Acerca do aspecto político do pensamento de Hegel, ver Novelli (2006).
7 Conforme Hegel (1995, §1, p.39): “A filosofia não tem a vantagem, de que gozam as outras
ciências, de poder pressupor seus objetos como imediatamente dados pela representação; e também
como já admitido o método do conhecer – para começar e para ir adiante. Em primeiro lugar, a
filosofia tem, de fato, seus objetos em comum com a religião. As duas têm a verdade por seu objeto,
decerto no sentido mais alto: no sentido de que Deus é a verdade, e só ele é a verdade. Além disso,
ambas tratam do âmbito do finito, da natureza e do espírito humano; de sua relação recíproca, e de sua
relação com Deus, enquanto sua verdade. Por isso a filosofia bem pode, e mesmo deve, pressupor uma
familiaridade com seus objetos, como aliás um interesse por eles; já pelo motivo de que a consciência
faz para si no tempo representações dos objetos, antes de (fazer) conceitos deles, o espírito pensante
só por meio do representar e voltando-se para ele [é que] avança até o conhecer e o conceber
pensantes” (HEGEL, 1995, §1, p.39).
7

sistematicidade, algumas obras do pensamento de Hegel são: A Vida de Jesus8;


Fenomenologia do Espírito (1807); A Ciência da Lógica (1812 e 1816); Enciclopédia das
Ciências Filosóficas (1817, 1827 e 1830); e, Filosofia do direito.

Não obstante, dentro do desenvolvimento enciclopédico da filosofia do espírito, os


§§424-437 nos permite explicitar, explicar, demonstrar e compreender não somente o que se
entende por “consciência de si”, mas nossas vidas e realidades, vide o âmbito político
(bolsonarismo) e o âmbito pandêmico (Covid-19), vivenciados pelos brasileiros, sem
distinção.

Adentrando nos pormenores deste escrito, no Prefácio da Enciclopédia das Ciências


Filosóficas (1830): A Filosofia do Espírito, Hegel se volta para um conteúdo muito mais
científico da exposição, explicitação e demonstração da vida, do mundo e da totalidade, na
finalidade de rebater os seus críticos, aos quais “mostraram pouca vocação para essa tarefa 9.”
Com efeito, a finalidade da exposição enciclopédica, segundo Hegel (1995, p.38), configura-
se no fio condutor para a sua filosofia sistemática10.

De acordo com Nicolai Hartmann (1983) os dois grandes pensadores da filosofia


alemã se encontram nas figuras de Kant e Hegel, aonde “todos” os conteúdos e problemas
que estão envoltos no idealismo alemão toma em maior ou menor grau nestes pensadores.
Desta forma, segundo Hartmann (1983), a “Fenomenologia do Espírito”, assim como a
“Fenomenologia do Espírito”, da exposição enciclopédica, pode ser interpretada de três

8 Conforme Paulo Roberto Konzen (2010) no “Contexto Histórico e Sistemático da Filosofia do


Direito de Hegel”, os primeiros escritos [Frühe Schrfiten] são datados entre 1793 e 1796, quando
Hegel residia em Berna. Logo, “A Vida de Jesus”, um dos escritos da fase juvenil de Hegel, advém
entre essas datas; portanto, tal obra enquadra-se como uma das obras importantes do pensamento
hegeliano.
9 Conforme Hegel (1995, p.33): “Desde a 2 a edição apareceram muitas críticas ao meu filosofar, as
quais na sua maioria mostraram pouca vocação para essa tarefa”.
10 Conforme Hegel (1995): “[...] O fato de que vai esgotar-se em breve a 2 a edição desse fio condutor
enciclopédico – que não torna fácil o estudo da filosofia, conforme sua destinação acima apresentada
– deu-me a satisfação de ver que, fora do barulho da superficialidade e da vaidade, havia lugar para
uma participação mais calma, e mais gratificante, que agora desejo também para esta nova edição”
(HEGEL, 1995, p.38, grifo nosso).
8

modos, a saber: primeiro, fenomenologia da consciência; segundo, fenomenologia da razão;


e terceiro, fenomenologia do verdadeiro espírito.

Na obra Fenomenologia do Espírito, Hegel (2002) explicita, explica e demonstra o


conceito de “consciência de si” em seu quarto capítulo, seguido das subseções:
“Independência e dependência da consciência de si: Dominação e Escravidão” e “Liberdade
da consciência de si: Estoicismo, Cepticismo e a Consciência infeliz”. Aqui, abordaremos
apenas a concepção geral que Hegel realiza do conceito de consciência de si, haja vista que
tal conceito será descrito em outro momento.

Dito isto, na obra já referida, Hegel enuncia que o verdadeiro se faz para a
consciência como algo outro nela mesma (HEGEL, 2002, §166, p.135). Posto isto, a
consciência só pode ser consciência e, por conseguinte, verdadeira, quando se basta a si
mesma. Adiante, o “em-si” deste desenvolvimento, conforme Hegel (2002), faz com que o
objeto se revele somente para um outro. Além do que, a consciência e a consciência de si
são o mesmo. É com a consciência de si que se entra na “terra prática da verdade” (HEGEL,
2002, §167, p.135). Mais do que isso: “Mas de fato, porém, a consciência-de-si é a reflexão,
a partir do ser do mundo sensível e percebido; é essencialmente o retorno a partir do ser-
Outro” (HEGEL, 2002, §167, p.136). A consciência de si, portanto, exprime-se pelo fato de
ser a unidade infinita das diferenças no âmbito da reflexão, do mundo sensível e percebido,
do próprio retorno e do retorno ao ser-outro. Neste sentido, a consciência de si assume dois
momentos: primeiro, o momento do imediato; e segundo, o momento do universal. Em
linhas gerais, o primeiro momento assume a figura do imediato, do ser; o segundo momento,
por sua vez, assume todos os momentos como já suprassumidos.

Logo, quando este primeiro “Eu” – nós -, nos defrontamos com situações dos tipos
político, com o bolsonarismo, e, pandêmico, com a Covid-19, reconhecemo-nos nestes
objetos, no sentido de que o bolsonarismo e a pandemia constituem este outro. Além do
mais, a partir da compreensão deste outro, a certeza (determinação imediata dos momentos
político e pandêmico) torna-se verdade, no sentido de trazer à tona todas as mediações que
9

estão subjacentes a estes dois âmbitos. A verdade (Wahre), deste modo, aparece, agora,
como reflexão redobrada, na qual confluem-se duas consciências-de-si11. Particularmente,
“[...] quando a consciência-de-si é o objeto, é tanto Eu quanto objeto” (HEGEL, 2002, §177,
p.142). Posto isto, a consciência-de-si explicita-se por ser o conceito de espírito 12, isto é:
“[...] Eu que é Nós, Nós que é Eu13”. A consciência, bem como a consciência-de-si afasta
todo o tipo de sensibilidade, fazendo adentrar o aparecer no dia o espiritual da presença 14
(Verdade). Na Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1830): A Filosofia do Espírito, o
conceito de espírito é desenvolvido através de três momentos, a saber: primeiro, consciência;
segundo, consciência de si; e terceiro, unidade da consciência com a consciência de si.

De acordo com François Châtelet (1995), Hegel tracejou o percurso da consciência


ao espírito. Nota-se que é a partir desta compreensão, de que somos consciência, e, deste
modo, de que estamos a caminho do Espírito, que os seres humanos saberão “o quê”,
“como” e “por que” vivem da maneira que vivem15. Desta forma, o percurso da consciência
ao espírito culmina no todo, sendo este todo, o verdadeiro.

A título de observação, no âmbito da consciência não há o sujeito do conhecimento


ou substância; o que existe é o sujeito de seu próprio desenvolvimento, uma consciência no
interior de uma autoconsciência maior 16. Portanto, quando Hegel descreve o percurso da
consciência até o espírito, descreve uma “fenomenologia”, no sentido de que a consciência
percorre de maneira ordenada o seu próprio reconhecimento como espírito - ou seja: “[...]

11 Conforme Hegel, (2002. §176, p.141): “[...] A consciência-de-si é um objeto para a consciência,
objeto que põe em si mesmo seu ser-outro, ou a diferença de-nada, e nisso é independente”.
12 Cf. HEGEL, 2002, §177, p.142, grifo do autor.
13 No original: “[...] Ich, das Wir, und Wir, das Ich ist” (HEGEL, 1970, p.145).
14 Concebo que o aparecer no dia o espiritual da presença seja a Verdade. Sendo assim, a Verdade
para Hegel é o Espírito Absoluto, na qual as autoconsciências se encontram no interior dela.
15 Conforme François Châtelet (1995, p.69): “[...] Ele saberá o que é, compreenderá como e por que
veio a ser isso que ele vive e pratica cotidianamente; e, em vez de se lamentar dessa ou daquele
compromisso empírico, terá o poder de decidir o que deve fazer empiricamente para que cesse sua
discordância”.
16 Conforme François Châtelet (1995, p.74): “[...] Sem dúvida acontece de as transições dialéticas
serem um pouco forçadas: ainda assim, o discurso hegeliano nos obriga a compreender como a
consciência, transforma em consciência de si, se faz Razão assim que percebe que nela se realiza essa
universalidade que torna iguais, pelo menos em direito, a visão do sujeito e a posição do objeto”.
10

quando aceita viver, como consciência, os momentos de sua constituição” (CHÂTELET,


1995, p.72).

Outrossim, de acordo com Nicola Abbagnano (2007), fenomenologia significa a


descrição do aparente ou descrição da ciência que tem por objetivo a essência desta
descrição. Em contrapartida, André Lalande (1993) entende por fenomenologia, o estudo,
também descritivo, dos conjuntos dos fenômenos, tal como se constituem no espaço e no
tempo.
Em relação à Hegel, André Lalande (1993) enuncia: “[...] Por Hegel, se chama
fenomenologia do espírito à história das etapas sucessivas, das aproximações e das
oposições pelos quais o Espírito se eleva da sensação individual até a Razão Universal”
(LALANDE, 1993, p.397). Logo, a fenomenologia se configura no trajeto da consciência, da
razão e do espírito imediato (do “aqui” e “agora”) até a consciência, a razão e o espírito
universal

2. O ESTATUTO DA “CONSCIÊNCIA DE SI”, SEGUNDO HEGEL

Realizado as “considerações iniciais”, buscar-se-á, neste tópico, explicitar, explicar e


demonstrar o significado do conceito hegeliano de “consciência de si”. Como já foi dito, este
termo se encontra no terceiro tomo da Enciclopédia das Ciências Filosóficas (1830): A
Filosofia do Espírito, especificamente, nos §§4-2437. Não obstante, explicitaremos
sucintamente como este conceito nos permite entender e explicar os momentos político
(bolsonarismo) e pandêmico (Covid-19), vivenciados pelos brasileiros, sem distinção.

Brevemente, a consciência de si configurar-se-á pela identidade da representação do


Eu com o seu objeto, na medida em que este objeto representa, na mesma proporção, este Eu.
Além do que, Hegel explicita que a representação do Eu com o seu objeto está posta na
fórmula: “EU=EU”. Pois bem, tal formulação produz o que se chama de liberdade abstrata.
Por sua vez, a liberdade abstrata é um objeto que não tem diferença consigo mesma.
Conforme Hegel (1995): [...] a expressão da consciência de si é: EU=EU; [é] liberdade
11

abstrata, pura idealidade. Assim a consciência de si é sem realidade; pois ela mesma, que é
objeto de si, não é tal objeto, já que não há diferença alguma dela consigo mesma” (HEGEL,
1995, §424, p.195, grifo nosso).

Em Adendo, a consciência de si pode ser compreendida como abarcando os princípios


da razão e da liberdade. Doravante, a liberdade e a razão se elevam na formulação do
EU=EU. Em específico, no reconhecimento de tudo o meu, como Eu. Tal reconhecimento faz
com que se apreenda todos os objetos, assim como, o próprio objeto do sistema interno. Além
do mais, a unidade do eu e do objeto constitui o princípio do espírito. Contudo, tal apreensão
está posta de maneira abstrata, na consciência de si imediata. A consciência de si imediata
abarca em si a base da liberdade, mas não a liberdade verdadeiramente efetiva.

No §425, a consciência de si abstrata é a primeira negação da consciência. Em outro


viés, a consciência constitui a negação da consciência de si, e, a consciência de si constitui a
negação da consciência. Desta forma, a consciência de si abstrata é posta, também, como
diferente da consciência, ou seja, “em que as duas ainda não foram reciprocamente igualadas”
(HEGEL, 1995, §425, p.196). Resumidamente, a consciência se enxerga na diferença entre o
Eu e a infinita multiformidade do mundo. Tal diferença se encontra pelo termo “oposição”,
compreendido por Hegel como finitude da consciência. A finitude da consciência se encontra
na identidade consigo mesma. Ainda, para que a consciência de si penetre na consciência,
necessita-se que a consciência de si percorra três graus de desenvolvimento, a saber: primeiro,
consciência de si singular; segundo, reconhecimento; e terceiro, consciência de si universal.

A consciência de si singular é a consciência de si em sua imediatez, singularidade (por


ser simples e única) e desejo. O desejo abarca em si as contradições da subjetividade e
objetividade. Na subjetividade, a contradição se encontra na figura do objeto externo; na
objetividade, a contradição se encontra em sua própria objetividade. Com isso, a consciência
de si, primeiramente, aparece na forma do desejo. Ademais, a determinação mais ampla deste
desejo é o impulso (“enquanto esse, sem ser determinado pelo pensar, é dirigido para o objeto
exterior em que se busca satisfazer-se”) (HEGEL, 1995, §426, p.197).
12

O reconhecimento, conforme Hegel (§430), é uma consciência de si para uma outra


consciência de si: primeiramente, de maneira imediata, enquanto um Outro é para um Outro.
Na consciência de si deslinda-se a intuição de mim enquanto eu, mas também de um outro
objeto imediatamente aí-essente, como um [eu] absolutamente autônomo em relação a mim.
O reconhecimento da consciência de si engendra uma luta, na medida em que não se pode
saber no Outro como a mim mesmo, enquanto o Outro aparece como um outro ser-aí
imediato. No conceito, ambas as consciências devem ser livres. Deste modo, a luta pelo
reconhecimento tem o seu fim na vida e na morte: cada uma das consciências de si colocam a
vida em risco. Pormenorizadamente, ambas as consciências, em perigo, estão igualmente
dirigidas à conservação de suas vidas. Na morte, encontra-se o lado essencial do ser-aí do
reconhecimento; criando, ao mesmo tempo, uma nova contradição; e maior que a primeira.

Para Hegel, a morte constitui a prova absoluta da liberdade. Nesta perspectiva, a


morte, a exclusão do ser natural, encerra sua dívida com a natureza, bem como, com o
espírito. Idem, a luta pelo reconhecimento se encontra somente em estado de natureza, donde
os indivíduos aparecem como singulares. Por sua vez, no Estado 17, o homem é reconhecido e
tratado como ser racional, como livre, como pessoa; sendo que, no Estado, o lado singular é
reconhecido, superando a naturalidade de sua consciência de si; fazendo, neste sentido, a
obedecer a um universal. Dentro do Estado, as honras estão revestidas na profissão, no cargo
que ocupa e em outro trabalho qualquer. Ao contrário, no estado de natureza, “querem
extorquir-se reconhecimento” (HEGEL, 1995, §432, p.203).

Na relação dialética (Dialektik) do senhor e escravo (Vermieter und Sklave), a


vontade-própria do escravo renuncia a si mesma na vontade do senhor. A única preocupação
do senhor, é, conforme Hegel, a conservação da vitalidade do escravo, “[...] de tal modo que
nessa relação a identidade posta da consciência de si dos sujeitos, relacionados um com o

17 Conforme Hegel (2010, §257, p.229): “O Estado é a efetividade da ideia ética, - o espírito ético
enquanto vontade substancial manifesta, nítida a si mesma, que se pensa e se sabe e realiza o que sabe
e na medida em que sabe. No costume, ele [o Estado] tem sua existência imediata e, na
autoconsciência do singular, no saber e na atividade do mesmo, a sua existência mediada, assim como
essa, mediante a disposição de espírito nele [no Estado], como sua essência, seu fim e seu produto de
sua atividade, tem sua liberdade substancial”.
13

outro, só se realiza de maneira unilateral” (HEGEL, 1995, v.3, §433, p.204). À vista disso, a
liberdade não está envolta no nascimento (como os gregos e romanos pensavam), mas na
consciência de si racional.

Por fim, a consciência de si universal é o saber afirmativo de si mesmo no outro si. A


unidade da consciência e da consciência de si contém, antes de tudo, os singulares como
aparecendo uns para os outros. No entanto, na diferença, a diversidade é totalmente nula. Não
obstante, a sua verdade é a universalidade e a objetividade essentes em si e para si da
consciência de si, isto é, a razão. A razão, nesse sentido, é a verdade em si e para si, a
identidade simples da subjetividade e da universalidade.

Conforme Hyppolite (1999), no livro, Gênese e Estrutura da Fenomenologia do


Espírito, a consciência de si refere-se, em princípio, ao idealismo kantiano. No idealismo
kantiano, conforme Hyppolite (1999), a consciência de si aparece como a verdade da
consciência, no sentido de uma consciência prática, ou seja, no sentido da negação de toda a
finitude, assim como, da negação de toda consciência de um objeto. Deste modo, a
consciência prática não irá se regulamentar pela experiência, como na analítica dos
princípios, conforme Kant preconizava, mas pela Ideia. Dessa maneira, a Ideia tornar-se-ia a
“tarefa prática infinita, em relação à qual todo conhecimento, todo saber se organiza”
(HYPPOLITE, 1999, p.159).

Logo, a importância do pensamento hegeliano, no que tange a conceitualização da


“consciência de si” desvela-se pelo “saber do Outro como o saber de si” (HYPPOLITE, 1999,
p.160). Em especial:

[...] A consciência de si é essencialmente consciência prática, consciência


de uma superação do saber do Outro. Do mesmo modo que, na crítica da
razão prática, a consciência de si, a autonomia, é concebida como a
negação da natureza; do mesmo modo que, na doutrina da ciência, o Eu
prático é concebido como o esforço infinito para alcançar a identidade
primeira, o Eu=Eu, o princípio tético de toda a Wissenchaftslehre; assim
também, na Fenomenologia, a consciência de si aparecerá, em oposição à
consciência, como consciência ativa. A positividade da consciência se
tornará negatividade na consciência de si. É verdade que essa atividade será
14

inicialmente encarada sob sua forma a mais modesta, como desejo, mas o
seu desenvolvimento mostrará o que tal desejo implica e como ele nos
conduz às formas superiores da consciência prática, que se opõe ao mundo
e a si mesmo enquanto ser do mundo (HYPPOLITE, 1999, p.160).

Portanto, a relação que a noção hegeliana de consciência de si desempenha na vida


prática dos brasileiros, indistintamente, constitui-se pelo olhar de si no outro. Ou seja, na
medida que olhamos, a partir de nossa representação um objeto qualquer, conhecemo-nos a
nós mesmos neste outro. Contudo, para tal empreitada, necessita-se percorrer três caminhos, a
saber: primeiro, consciência de si singular; segundo, reconhecimento; e terceiro, consciência
de si universal. Não obstante, na medida em que enxergamos atualmente, no Brasil, na figura
do presidente da República, todas as mazelas de uma administração ineficiente, de uma
vontade substancial egoísta e singular, conhecemo-nos a nós enquanto ciência (razão) de
nossos próprios atos e escolhas. Em paralelo, a positividade, de acordo com Hyppolite (1999),
desnuda-se na tentativa de demonstrar o papel do desejo na tomada da própria percepção.

Inegavelmente, o atual governo não é administrado de maneira eficiente. Desta forma,


no que se refere ao enfrentamento da Covid-19, também não o é. Assim sendo, os brasileiros,
indistintamente, encontram na figura do presidente da República o seu algoz: genocida,
tirano, conservador, reacionário e, principalmente, totalitário. Percebe-se, assim, que o atual
governo permanece na tentativa de manter o status quo de uma classe e seu segmento, a dos
“privilegiados”, do que puramente garantir uma vida justa e igualitária para os seus cidadãos.
Além do que, para o enfrentamento deste momento tão conturbado (tanto político quanto
sanitário), a apropriação do conceito de consciência de si (descrito neste artigo) é de grande
valia. Com efeito, Hegel, através da interpretação de Hyppolite (1999, p.160), acaba
realizando uma espécie de ontologia da vida quando conceitualiza a consciência de si no
âmbito de seu próprio desenvolvimento especulativo. Isto posto, conforme Hyppolite (1999):

[...] Em termos modernos, Hegel se esforça em pensar o ser mesmo da vida


e o ser da consciência de si. Quando fala do conceito absoluto ou da vida
universal, ele não parte de tal existente particular ou de tal consideração
biológica, mas do ser da vida em geral; igualmente, a consciência de si
(humana), que emerge da vida, é caracterizada em seu próprio ser. O
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desenvolvimento da consciência de si no seio da vida universal nos


mostrará, em seguida, como a verdade, ou a razão universal, tem por
condição tal certeza de si que a consciência humana alcança e que, para ela,
se torna uma verdade. Quando essa certeza (subjetiva) tomar a forma de uma
verdade (objetiva), e quando essa verdade (objetiva) torna-se certeza de si,
somente então se poderá falar de razão ou consciência de si universal
(HYPPOLITE, 1999, p.161, grifos do autor).

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se viu, a consciência de si desenvolve o seu trajeto partindo do “aqui” e
“agora”, culminando no final de seu desenvolvimento a universalidade, a Razão. Dito isto,
Hegel pretendeu explicitar, explicar e demonstrar a trajetória da experiência da consciência de
si imediata até a consciência de si universal. Desta forma, pretendeu- se expor, mesmo que de
modo breve, a exposição conceitual-enciclopédica de consciência de si. Além do que,
delineado alguns pontos da vida de Hegel, no ímpeto de situar o leitor, viu-se necessário
exprimir o que se entende por fenomenologia, em particular, o que se entende por
fenomenologia dentro do escopo da exposição enciclopédica de Hegel. Por conseguinte,
urgiu-se a necessidade de trazer como amparo crítico à esta investigação os filósofos Nicolai
Hartmann (1983), Jean Hyppolite (1999), Jean-François Kervégan (2008), entre outros.

Posto isto, percebemos que a fenomenologia pode ser compreendida através de três
segmentos: primeiro, consciência; segundo, razão; e terceiro, espírito. Neste sentido, Hegel se
mostrou como uma das peças fundamentais para a dissolução dos nossos problemas em geral.
Não é à toa que Jean-François Kervégan (2008) endossa: “[...] Sua obra é, em todo caso,
dessas que desenharam a paisagem do pensamento contemporâneo” (KERVÉGAN, 2008,
p.15). Consequentemente, o pensamento hegeliano pode auxiliar, especificamente, no
enfrentamento dos atuais estados vivenciados pelos brasileiros: o bolsonarismo (no âmbito
político) e a Covid-19 (no âmbito pandêmico).

Dessarte, à vista do abalo pelos quais a população enfrenta cotidianamente no decurso


histórico e, neste sentido, no decurso capitalista de suas vidas, Marx e Engels (2018)
argumentam: “O proletário vivencia diferentes estágios de desenvolvimento. Sua luta contra a
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burguesia começa com sua existência” (MARX; ENGELS, 2018, p.51). Referente a este
argumento, a luta dos proletários brasileiros fundamenta-se na sobrevivência (conservação da
vida) perante a este cenário caótico (político e sanitário), bem como, fundamenta-se na luta
pelo reconhecimento e na superação da relação dialética do senhor e escravo, isto é, da
superação da qualidade de servos perante as vontades de um presidente genocida e totalitário
– onde tais vontades estão subsidiadas na perpetuação dos privilégios e/ou privilegiados.
Vale-se, deste modo, que os proletários brasileiros consigam, através de seu próprio
conhecimento (e resistência), alcançar não uma liberdade abstrata (vazia de conteúdo), mas
uma liberdade efetiva, donde todos possam usufruir de uma vida igualitária e justa.

Por fim, na medida que não há um regime que assegure a vontade geral, isto é, a
vontade substancial manifesta (HEGEL, 2010, §257, p.229), a política e seus desdobramentos
demonstra ser, portanto, um regime genocida e totalitário. Deste modo, Hegel, através do
conceito de “consciência de si” demonstra afirmar a vida, no sentido de enfrentar e superar os
antagonismos da vontade singular e egoísta, buscando, em seus contrários, a superação de
todo e qualquer tipo de imediaticidade.

A este respeito, Hegel, no primeiro parágrafo da Filosofia do direito, argumenta:

A ciência filosófica do direito tem por objeto a ideia do direito, o conceito


do direito e sua efetivação. A filosofia trata de ideias e, por causa disso,
não do que se costuma chamar de meros conceitos, antes ela mostra sua
unilateralidade e não-verdade, assim como é somente o conceito (não o que
frequentemente assim se entende, mas apenas é uma determinação do
entendimento abstrata), o que tem efetividade e, de modo tal, que ele se dá
essa efetividade a si mesmo. Tudo o que não é essa efetividade posto pelo
conceito mesmo é ser aí passageiro, contingência exterior, opinião,
fenômeno desprovido de essência, não-verdade, ilusão etc. A configuração
que assume em sua efetivação é, além do conhecimento do próprio
conceito, o outro momento essencial da ideia, diferente da forma, de ser
apenas como conceito. (HEGEL, 2021, §1, p.29, grifo do autor).

Como se vê, o desenvolvimento da liberdade, de acordo com Hegel, necessita da


consciência (de si e do outro) do direito e de sua efetivação. Neste sentido, a filosofia cumpre
o papel de trazer à tona a unilateralidade e não verdade da liberdade. É a partir desta negativa
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que a liberdade se efetiva, efetivando-se a si mesma no decurso de seu próprio momento.


Logo, quando reconhecemos, a partir de nossas consciências (de si e do outro), a
inefetividade da liberdade dentro dos âmbitos político e sanitário, reside-se aí, portanto, e
conforme Hegel, a própria efetivação da liberdade, isto é, em sua própria negação, a liberdade
das consciências se efetiva.

REFERÊNCIAS
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