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ESCOLA ESTADUAL INDÍGENA RIACHUELO

SÉRIE: 3°
TURNO: VESPERTINO
PROFESSOR: SEVERINO SANTOS DA SILVA
Data___/___/____

Idealismo Alemão
Idealismo
O idealismo não é uma simples teoria, mas um conjunto de teorias filosóficas metafísicas
complexas que entendem a realidade como uma complexidade existente em, pelo menos, dois
planos: um plano material (da realidade material, sensorial e perceptível) e um plano ideal, de
uma existência ideal, onde se estabelecem apenas conceitos, significados e formas
perfeitamente estabelecidas. Podemos remontar o idealismo a Platão, e temos um
desenvolvimento maior da corrente com os idealistas alemães do século XVIII.

Conceito de idealismo
Idealismo parte do princípio de que há a existência metafísica de uma realidade complexa e
ideal. O que é ideal é aquilo que existe enquanto ideia, enquanto conceito, como algo descolado
da matéria. O idealismo é justamente a afirmação dessas ideais como ponto central do
conhecimento. Características do idealismo

A realidade material é o que existe como matéria e é apreendido pelos órgãos do sentido, ou
seja, aquilo que é visto, tocado, ouvido, aquilo que provoca experiências sensoriais. A realidade
ideal somente pode ser compreendida por meio do intelecto, da racionalidade. O idealismo é a
corrente teórica que coloca nas ideais a centralidade para qualquer entendimento da realidade.

Para compreendermos as características do idealismo, é necessário compreender que existem


posições diferentes entre os pensadores considerados idealistas. Platão afirmou a existência de
duas realidades distintas: a realidade material ou sensorial e a realidade ideal. A realidade ideal
seria um todo complexo contendo todas as ideais, conceitos e formas de maneira perfeita,
eterna e imutável. A realidade material seria apenas a cópia imperfeita daquela realidade ideal. O
que Platão chamou de mundo das ideias seria a dimensão em que o idealismo estaria
estabelecido e o único conhecimento verdadeiro e confiável seria o conhecimento intelectual
das ideias e formas.
O idealismo platônico foi resgatado na Modernidade por pensadores racionalistas, como René
Descartes e Baruch de Espinoza. Os racionalistas travaram um embate intelectual com os
empiristas, e esse embate marcou a epistemologia moderna: o conhecimento advém da
racionalidade pura ou das experiências práticas?

Para os racionalistas, é a racionalidade que nos proporciona o conhecimento verdadeiro, pois ela
nos permite o entendimento das ideias e dos conceitos, que são a base racional do mundo. Os
empiristas, obviamente, discordavam e colocavam na experiência prática vivenciada no mundo
toda a fonte original do conhecimento. O desenrolar dessa querela epistemológica foi
importante para o idealismo, pois culminou no que chamamos de idealismo alemão.

Idealismo alemão
O idealismo alemão é um conjunto de teorias idealistas que surgiram num contexto bem
específico de produção de filósofos alemães, sendo que seu início preciso deu-se pelo pensador
do século XVIII Immanuel Kant. O idealismo alemão é comumente chamado de pós-kantismo
justamente por estar em Kant o início de tudo.

Os filósofos do idealismo alemão são:

Immanuel Kant

Johan Gottlieb Fichte

Friedrich Wilhelm Joseph Schelling

George Wilhelm Friedrich Hegel

Kant iniciou a discussão acerca do que seria a resolução para a querela, a saber, o que ficou
conhecido como idealismo transcendental. O idealismo transcendental de Kant enxergava, entre
outras coisas, a coexistência das ideias, da razão e da realidade prática na gênese do
conhecimento, ou seja, o conhecimento advinha, duplamente, dessas duas origens que não
deveriam ser vistas apenas como entes separados.

Para Kant, os conceitos (as ideias) norteiam aquilo que recebemos como dados da experiência
prática (intuições). Dessa maneira, temos uma realidade ambivalente que precisa duplamente
dos dois elementos formadores. Outro ponto que ganha destaque na discussão de Kant e ecoa
pela produção dos filósofos posteriores é a relação entre sujeito cognoscente e objeto
conhecido, relação que resulta no conhecimento. Descartes já havia enunciado essa relação e a
separação de sujeito e objeto, mas a inovação de Kant, a sua “revolução copernicana”, foi o
reconhecimento de que nós, enquanto psicologicamente subjetivos, podemos “conhecer” o
mundo de diferentes maneiras, pois a experiência perceptível pode mudar de uma pessoa para
outra.

Assim seria necessário não só reconhecer a base ambivalente em que o conhecimento


assenta-se: ideias e matéria, mas também entender que é necessário discutir a possibilidade de
uma percepção mutável. Dessa maneira, a única possibilidade de correção seria a utilização da
razão, colocando certo predomínio das ideias sobre a matéria para afirmar-se um conhecimento
mais sólido, porém sem desprezar-se a realidade material, pois há uma relação mútua entre
intuição e conceitos.

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