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br/conapr-
p01894-2021-02-pos-ead/)
Introdução
O material didático trará conteúdos relevantes pa-
ra sua formação e atuação pro�ssional. Para tanto, durante o estudo do Ciclo 1, você
irá diferenciar o conhecimento cientí�co das demais formas de conhecimento, co-
nhecerá as características do exercício da atitude cientí�ca, os principais aspectos
que podem interferir negativamente no exercício dessa atitude e de quais estraté-
gias pode fazer uso para evitar que isso ocorra.
2. Informações da Disciplina
Ementa
Nesta disciplina serão abordados os seguintes temas: as fontes de conhecimento e
as especi�cidades do conhecimento cientí�co; a atitude cientí�ca frente às atuais
exigências da sociedade e do mundo do trabalho, os obstáculos para sua efetivação
e as estratégias para remoção desses obstáculos; a ciência cognitiva, o pensamento
crítico e as evidências cientí�cas; o processo de aprender na perspectiva da
Neurociência, neuroaprendizagem e neuroplasticidade, metacognição e autodeter-
minação; a aprendizagem das pessoas adultas, pela ótica da Andragogia; a apren-
dizagem da teoria à prática, considerando suas principais abordagens e estratégias
ativas; a gestão do conhecimento e da informação nas organizações e os desa�os
de aprender a aprender na era digital.
Objetivo Geral
Os alunos da disciplina , na modalidade EaD do
Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, se-
rão capazes de adotar a atitude cientí�ca em seu cotidiano pro�ssional e pessoal,
reconhecer os principais elementos que podem impactar negativamente o exercí-
cio dessa atitude e os mecanismos de remoção desses elementos. Conhecerá, tam-
bém, aspectos importantes do funcionamento mente-cérebro, referentes aos pro-
cessos mentais, como a atenção e a motivação, entre outros. Compreenderá, ainda,
que a Andragogia possibilita obter bons resultados na aprendizagem, e estudará al-
gumas abordagens pedagógicas. Além disso, identi�cará a relação das tecnologias
com a Educação a Distância. Para isso, contarão não só com as obras de referência,
mas também com outras referências bibliográ�cas, eletrônicas, links de navegação
e vídeos.
Ao �nal desta disciplina, de acordo com a proposta orientada pelo professor res-
ponsável e pelo tutor a distância, terão condições de tomar decisões cientí�cas; de-
senvolver o domínio das habilidades necessárias à aprendizagem; re�etir sobre as
abordagens pedagógicas, tendo em vista escolher a que melhor se adaptao ao pro-
cesso de ensino e aprendizagem; contextualizar os princípios da Tecnologia da
Informação no âmbito da Educação a Distância, evidenciando o aprendizado de
máquina e o per�l do aluno na era digital. Para esse �m, levarão em consideração
as ideias debatidas na Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, bem co-
mo o que produziram durante o estudo.
Objetivos Especí�cos
• Diferenciar conhecimento cientí�co de outras formas de conhecimento.
• Conhecer os aspectos que compõem o exercício da atitude cientí�ca.
• Distinguir os fatores que interferem no exercício da atitude cientí�ca.
• Apropriar-se de técnicas e conhecimentos que favorecem a atitude investiga-
tiva.
• Conhecer teorias da Neurociência.
• Re�etir sobre os processos mentais relacionados ao funcionamento da mente
e do cérebro.
• Compreender as habilidades necessárias para a aprendizagem.
• Compreender a motivação e a atenção para aprender.
• Conceituar Andragogia.
• Compreender as principais abordagens de ensino.
• Re�etir sobre a ação pedagógica.
• Conceituar metodologias ativas.
• Diferenciar as metodologias ativas e aplicá-las.
• Identi�car a relação das tecnologias com a EaD.
• Conceituar a importância das pessoas e a gestão do conhecimento nas organi-
zações.
• Elucidar as tendências tecnológicas de comunicação que se destacaram no
isolamento social.
• Apresentar as vertentes da aprendizagem de máquina por meio da inteligên-
cia arti�cial.
3. Trilha de Aprendizagem
A Trilha de Aprendizagem a seguir apresenta todo o conteúdo que será abordado
nesta disciplina. Veja:
4. Vídeo Inicial da Disciplina
É muito importante que você assista também ao vídeo que esclarece a sistemática
desta disciplina:
5. Mapa Conceitual
Agora, observe o Mapa Conceitual da disciplina, em que você poderá perceber a re-
lação entre os conceitos que serão estudados:
(https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-
p01894-2021-02-pos-ead/)
Objetivos
• Distinguir o método cientí�co de outras formas de conhecimento.
• Delimitar as especi�cidades de opinião e fato, e qual a relação existente
entre esses elementos e a evidência cientí�ca.
• Apontar as características que diferenciam a pseudociência, a má ciên-
cia e a fraude cientí�ca.
• Demonstrar como algumas das descobertas da ciência cognitiva podem
impactar negativamente a nossa atitude cientí�ca.
• Investigar o que são as teorias conspiratórias e como elas in�uenciam
nossa captação de conhecimento a respeito da realidade.
• Distinguir causalidade de correlação e exempli�car alguns erros que
ocorrem quando essa distinção não é realizada adequadamente.
• Apontar algumas técnicas e métodos que, se utilizados cotidianamente,
podem nos ajudar a enfrentar os obstáculos à atitude cientí�ca.
Conteúdos
• Ciência, método cientí�co, atitude cientí�ca e outras formas de conheci-
mento.
• Opinião, fato e evidência.
• Ciência cognitiva: vieses, esquemas e heurísticas.
• Pseudociência, má ciência e fraude cientí�ca.
• Teorias conspiratórias.
• Causalidade versus correlação.
• Falácias.
• A pirâmide de Graham.
• O método Six Thinking Hats de Edward de Bono.
• A técnica de ensaio em cinco parágrafos.
Problematização
Quais são as particularidades que distinguem o conhecimento cientí�co do
religioso e do �losó�co? Quais características compõem a opinião e o fato?
Quais limites devem existir entre ambos? O que é evidência cientí�ca e como
ela é utilizada em nossas vidas cotidianamente e na ciência? Como distin-
guir ciência de pseudociência, má ciência e fraude cientí�ca? O que são vie-
ses cognitivos, esquemas e heurísticas? Como eles interferem na captação
adequada do conhecimento? O que é correlação e causalidade? O que é espe-
cí�co a cada um? Como a confusão de ambos pode gerar erros em nossa aná-
lise a respeito das coisas e do mundo? O que caracteriza as teorias conspira-
tórias e como identi�cá-las?
1. Introdução
Neste primeiro ciclo, buscaremos demarcar algumas das características fun-
damentais da ciência, seu método e da atitude cientí�ca. Logo depois, aborda-
remos alguns dos principais obstáculos ao desenvolvimento e exercício ade-
quado da ciência. E, por �m, apresentaremos a você uma série de sugestões e
técnicas que podem ajudar no exercício da ciência.
Para começar seus estudos, assista, a seguir, ao vídeo inicial deste ciclo:
2. Fato versus opinião – a�rmação objetiva e
subjetiva
Começaremos agora nosso “passeio epistemológico”, que tem como objetivo
principal que você desenvolva ou relembre as habilidades e competências ci-
entí�cas, que podem e devem ser utilizadas em todas as esferas de sua vida.
Inicialmente, antes de adentrarmos nas especi�cidades que, de modo geral,
caracterizam a atitude cientí�ca, convém fazermos uma distinção básica en-
tre fato e opinião, informação subjetiva e objetiva.
Fato e opinião.
Fatos se referem a algu- Opinião se refere a um
ma coisa que pode ser julgamento ou crença
veri�cada ou provada sobre alguma coisa.
como verdadeira.
Não. Sim.
Do que foi visto até agora, você pode notar que há uma profunda relação entre
fato e objetividade e opinião e subjetividade, contudo, há algumas nuances que
os diferenciam e, para isso, apresentamos a você a particularidade existente
em a�rmações objetivas e subjetivas: Objetiva - as informações objetivas re�e-
tem uma descoberta de pesquisa ou múltiplas perspectivas que não são ten-
denciosas. Exemplos: "Vários estudos mostram que um estilo de vida ativo re-
duz o risco de doenças cardíacas e diabetes". "Estudos da Brown University
Medical School mostram que os jovens de vinte e poucos anos comem 25%
mais refeições fast-food nesta idade do que quando eram adolescentes".
Subjetiva - as informações subjetivas apresentam a perspectiva ou interpreta-
ção de uma pessoa ou organização. A informação subjetiva pode distorcer ou
pode re�etir o pensamento educado e informado. Todas as opiniões são subje-
tivas, mas algumas são baseadas em fatos mais do que outras. Exemplos: "A
simples verdade é esta: como seres humanos, fomos feitos para nos mover."
"Na casa dos trinta, as mulheres devem estocar cálcio para garantir ossos for-
tes e densos e para evitar a osteoporose mais tarde na vida." * * Nesta citação,
é principalmente o "deveria" que o torna subjetivo. A versão objetiva da última
citação seria: "Estudos têm mostrado que mulheres que começam a tomar cál-
cio aos 30 anos apresentam densidade óssea mais forte e menos repercussões
da osteoporose do que mulheres que não tomaram cálcio." Mas talvez existam
outros dados mostrando complicações decorrentes da ingestão de cálcio. É
por isso que tirar a conclusão que requer um "deveria" torna a declaração sub-
jetiva. (OHIO STATE UNIVERSITY)
Para que você possa re�etir mais sobre o tema, leia o texto Não, você não
tem direito à sua opinião (https://drive.google.com/�le/d
/1KLrMhjhqUhQpFbWMqMIeWTxcknW1PVJJ/view), produzido pelo pro-
fessor Patrick Stokes, da Deakin University.
Note que o autor, ainda que, no título do texto, aponte de forma provocativa
que não temos direito à opinião, à medida que discorre sobre o assunto, escla-
rece que a opinião pode e deve ser exercida, o que não pode ocorrer é tratar-
mos fatos como opiniões e vice-versa.
3. Fontes de conhecimento
Estamos agora no nosso segundo tema deste ciclo. Inicialmente, convém dizer
que as considerações que emitiremos em seguida, sobretudo as relacionadas
aos métodos de investigação cientí�ca, compõem os elementos que, costumei-
ramente, são tidos como consensuais na maioria das práticas cientí�cas. No
entanto, há de se ressaltar que existem inúmeras particularidades e caminhos
próprios pelos quais se manifesta o método cientí�co que, se fôssemos tratar
de todos eles, teríamos a necessidade de uma disciplina somente para esse
�m.
: quando aceitamos o que uma pessoa respeitada ou famosa nos diz, es-
tamos adquirindo conhecimento por meio da autoridade. Você pode ter adquirido
muito de seu próprio conhecimento por meio de �guras de autoridade. À medida
que você crescia, seus pais lhe forneciam informações que, na maioria das vezes,
você não questionava, principalmente quando era muito jovem. Você acreditava
que eles sabiam do que estavam falando e, portanto, aceitou as respostas que eles
lhe deram. Você provavelmente também adquiriu conhecimento de professores
que considerava �guras de autoridade, às vezes aceitando cegamente o que eles di-
ziam como verdade. A maioria das pessoas tende a aceitar informações transmiti-
das por aqueles que consideram �guras de autoridade. Historicamente, estas têm
sido o principal meio de informação. Por exemplo, em alguns períodos e culturas, a
igreja e seus líderes foram responsáveis por fornecer muito do conhecimento que
as pessoas adquiriram ao longo de suas vidas.
O conhecimento cientí�co
Bem, e como se caracteriza, então, o ? Ele
pode surgir mediante o contato com certos dados empíricos que nos são apre-
sentados. Questões sobre esses dados são levantadas, hipóteses são criadas,
observações sistemáticas são produzidas e, diante desse processo, realizam-se
experimentos e repetidas veri�cações, tentativas de refutação às conclusões
apresentadas, ou seja, é um processo ativo de observação e investigação. Um
erro comum a respeito da compreensão sobre a ciência é de que ela seria um
corpo de conhecimento, bastando a nós tão somente nos apossarmos dele; di-
ferentemente dessa concepção, nunca teremos a sua completa posse. É neces-
sário que se a�rme que a ciência se dá de modo processual, sempre ocorrerá a
coleta de novas evidências obtidas de forma sistemática. Nesse sentido, con�-
ra, a seguir, um quadro que apresenta algumas das principais características
presentes na pesquisa cientí�ca, partindo de um dos métodos utilizados na ci-
ência, intitulado método hipotético dedutivo:
Figura 1 Pesquisa Cientí�ca (https://www.coursera.org/learn/science-literacy) (traduzido e adaptado).
A atitude cientí�ca
Delineados, então, alguns dos elementos que caracterizam a ciência e a pes-
quisa cientí�ca, vamos nos deter naquilo que os pesquisadores denominam
(scienti�c temper). Para isso, so-
licitamos que você assista ao vídeo a seguir, dedicado especi�camente ao as-
sunto.
Ainda sobre o vídeo, convém que façamos um alerta não abordado por Dhar.
Trata-se da humildade como elemento importante na atitude cientí�ca. Há de
se ter atenção com essa conduta. É fato que, na atualidade, precisamos de
mais pessoas que sejam devidamente sensíveis às razões que vão contra suas
crenças. O mundo, mais do que nunca, precisa de mais humildade intelectual.
Porém, não podemos confundi-la com arrogância, acanhamento, servilismo
ou autodepreciação. Ressaltamos esse aspecto porque, se você se deparar com
algo �agrantemente equivocado, falho e sem respaldo em evidências, você
não pode e não deve se isentar de apontar esses erros, com o receio de que es-
sa ação faça com que você não seja humilde.
: no artigo produzido por Dhar e que fundamentou o vídeo anterior, o pesquisador apresenta um mé-
todo e�caz para o desenvolvimento da atitude cientí�ca, que se caracteriza pela experimentação e de-
monstração, e, nesse processo, os alunos realizam atividades semelhantes às empreendidas por um cien-
tista. Ainda que não atue na área da Educação, caso queira conhecer um exemplo de aula que segue esse
modelo, clique aqui (https://drive.google.com/�le/d/1ZL5TFk6VWeG40SpWsJlqaZF_FV7nNteg/view).
Por �m, para que você possa veri�car a aplicação da atitude cientí�ca,
selecionamos para você um trecho muito interessante da obra de Carl
Sagan.
Acesse o texto O mundo assombrado por demônios (https://drive.goo-
gle.com/�le/d/18Hc7koAHUS09-QfB0t1r3fxlgn4kcqg9/view) (2006), em
que o autor simula uma a�rmação fantástica: “há um dragão em minha
garagem” e, logo depois, oferece um diálogo em que manifesta as atitudes
cientí�cas a serem desenvolvidas frente a essa a�rmação.
Na próxima etapa, iremos tratar de alguns dos mais comuns erros que come-
temos em nosso cotidiano, que são estudados pela Ciência Cognitiva e que, se
nos apropriarmos deles, e realizarmos pouco a pouco um olhar atento para
nosso cotidiano, paulatinamente iremos identi�cá-los e, também paulatina-
mente, poderemos controlá-los ou diminuir o grau em que ocorrem.
Há de se ressaltar que existem muitos outros, mas, como esses são extrema-
mente comuns e, também, muito perigosos, visto que podem causar uma série
de consequências em nosso cotidiano pro�ssional e pessoal, consideramos
oportuno que os conhecesse.
Vamos adiante?
DICA: caso queira entender como funcionam os esquemas, veja o vídeo Cognitivismo: Teorias de
Esquemas (https://www.youtube.com/watch?v=N2eaGAg_aVI) e, logo depois, acesse o conteúdo disponí-
vel aqui (http://didatics.com.br/index.php/psicologia/cognitivismo/cognitivismo-teoria-de-esquemas).
Para obter exemplos de heurísticas que possuímos, veja o vídeo Heurísticas: De�nição e Exemplos
(https://www.youtube.com/watch?v=_FRUeVvCci0&feature=youtu.be).
6. As teorias conspiratórias
Iremos agora lidar com um erro cognitivo que possui estreitas relações com
os vieses abordados no item anterior: as teorias conspiratórias. Para isso, veja
a introdução que �zemos a esse tema no vídeo a seguir:
Interessante, não? Um detalhe que gostaríamos de ressaltar a você está no
alerta apresentado no término do vídeo: note que não devemos dizer direta-
mente a alguém que acredita em uma teoria conspiratória que se trata de uma
teoria conspiratória, visto que essa atitude acionaria mecanismos de defesa
do indivíduo, e essa condição inviabilizaria a desconstrução da teoria. Agora,
dando continuidade a esse tema, conheça uma das facetas presentes na teoria
conspiratória: os e como eles podem ocasionar as consequências trá-
gicas mais variadas.
Como você pode perceber, nele temos uma comparação entre o número de sui-
cídios por enforcamento, estrangulamento e sufocamento e a evolução dos
gastos do governo americano com Ciência. Percebeu que a evolução de um e
outro é praticamente a mesma? Agora, analise cuidadosamente outro grá�co:
Muito provavelmente você diria que não; no entanto, muitos indivíduos, ainda
que bem-intencionados, poderiam cometer esse erro, o qual está ligado a uma
confusão muito grande que se faz entre aquilo que os pesquisadores intitulam
causação e correlação. A princípio, você poderá dizer que não cometeria tal er-
ro, porém, ainda que não tenha se dado conta, talvez tenha incorrido nele em
algum momento de sua vida. Mas, a�nal, o que são causação e correlação e co-
mo ocorrem? Para começarmos a analisar esse fenômeno, assista ao vídeo a
seguir:
Note que a correlação pode ser positiva, tal como nos grá�cos citados no início
desse texto, e também negativa, que se dá quando um evento ocorre e, simul-
taneamente, outro evento não se concretiza.
Para encerrarmos esse tema, vamos analisar o problema a seguir, proposto por
José L. Ibave Gonzaléz (2020, s/p):
Em países como México, Espanha e Venezuela (1), os motoristas estacionam direta-
mente nas vagas para isso, enquanto na China e na Índia (2), eles o fazem ao con-
trário, como mostrado na �gura a seguir:
Como a Índia e a China são economias em rápido crescimento e as outras não, a hi-
pótese que vem à mente é a seguinte: há uma correlação positiva entre estaciona-
mento e crescimento econômico. Isso é certo? Por quê? Ciência ou pseudociência?
8. Removendo os Obstáculos
Para encerrarmos este primeiro ciclo de estudos, gostaríamos de apresentar
algumas ferramentas ou “vacinas” que poderão ajudar a vencer os obstáculos
apresentados até agora e outros que não foram apontados neste material.
Antes de tudo, sugerimos que conheça o método preconizado pelo Acaps (The
Assessment Capacities Project) para selecionarmos melhor nossas ideias
frente aos vieses cognitivos. Referimo-nos à técnica intitulada Six Thinking
Hats, desenvolvida pelo pesquisador Edward de Bono. Conheça-a assistindo
ao vídeo a seguir:
Por �m, caso você venha a se envolver de forma apaixonada em algum debate,
com pessoas ao seu redor, ou em ambientes virtuais, uma checagem interes-
sante que pode vir a usar para veri�car se, de fato, sua formação cientí�ca não
está sendo colocada “em baixo do tapete” e você não está se conduzindo no
debate como uma pessoa que não possui nenhuma formação acadêmica, é co-
nhecer a Pirâmide de Graham. Por meio dela, o pesquisador oferece uma for-
ma prática para que você possa fazer uma autochecagem a respeito de sua
qualidade argumentativa para discordar de alguém, indo desde o nível 0, no
qual não há nenhum interesse em empreender um debate assertivo e de quali-
dade, até o nível máximo, fundamentado em vários elementos da atitude cien-
tí�ca. Clique aqui (https://universoracionalista.org/o-metodo-graham-para-
bons-debates-na-internet-e-na-vida/) para conhecer essa proposta.
Na disciplina , você
Sua avali-
ação na Sala de Aula Virtual será apenas formativa e comporá a nota �-
nal da disciplina. Portanto, é fundamental que realize os dois blocos de
questões online propostas.
Questões online
Nesta disciplina, você deverá realizar dois blocos de questões online em
cada Ciclo de Aprendizagem.
Pontuação
9. Referências Bibliográ�cas
31 FALÁCIAS em 8 minutos. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (8'10''). Publicado pelo
canal Jill Bearup. Disponível em: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=Qf03U04rqGQ>. Acesso em: 10 maio 2021.
CORRELAÇÃO versus causa. [S. l.: s. n.], 2016. 1 vídeo (5'56''). Publicado pe-
lo canal ivanbalducci. Disponível em: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=5ZHgyBcdlFg. Acesso em: 10 maio 2021.
KARL Popper – Ciência e Pseudociência. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (8'07'').
Publicado pelo canal Luc Anderssen. Disponível em: https://www.youtu-
be.com/watch?v=J6rz9Zj7OME. Acesso em: 10 maio 2021.
ORESKES, N. Why we should trust scientists. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vídeo
(19'01''). Disponível em: https://www.ted.com/talks
/naomi_oreskes_why_we_should_trust_scientists#t-1130986. Acesso
em: 10 maio 2021.
TRANSFORME uma boa ideia em uma ótima com o Método dos "Seis
Chapéus". [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (5'28''). Publicado pelo canal The Art of
Improvement. Disponível em: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=la19ZNyvfLA. Acesso em: 10 maio 2021.
p01894-2021-02-pos-ead/)
Objetivos
• Conhecer o funcionamento mente-cérebro nos aspectos referentes aos
processos cognitivos de emoção, motivação e comportamento para a
aprendizagem.
• Conhecer teorias da Neurociência que contribuem para a aprendizagem
do adulto.
• Compreender as habilidades necessárias, a organização geral e os esti-
los de aprendizagem.
• Demonstrar como o conhecimento dos aspectos da Neurociência pode
desenvolver habilidades de aprendizagem.
Conteúdos
• Emoções, cérebro e comportamento motivador.
• Memória e aprendizagem.
• Cérebro e o processamento emocional.
• Cognição, planejamento, autorregulação dos processos mentais e do
comportamento.
Problematização
Como se dá o funcionamento mente-cérebro nos aspectos referentes aos pro-
cessos cognitivos da emoção e do comportamento para a melhor aprendiza-
gem? Por que é importante conhecer as abordagens que contribuem para o
processo de aprendizagem do adulto? Em que pode contribuir o conhecimen-
to das habilidades necessárias, da organização geral e dos estilos de aprendi-
zagem?
Para este ciclo, desenvolva uma atividade social ou de boa ação para com al-
guém. Essa atitude estimulará em você a empatia e a felicidade. Seja gentil
com você!
1. Introdução
Bem vindo(a) ao 2º Ciclo de Estudos da nossa disciplina. Inicie assistindo ao
vídeo de abertura a seguir que mostra quais conteúdos serão abordados neste
ciclo.
E, ainda:
Tais campos acabam por fascinar cada vez mais pessoas pela possibilidade
de compreensão dos mecanismos das emoções, do cérebro, da memória e
aprendizagem, do processamento emocional, da cognição, planejamento e au-
torregulação dos processos mentais e do comportamento. Nesse sentido, cada
vez mais pro�ssionais de diversas áreas – como psicólogos, professores, �ló-
sofos, gestores de pessoas, administradores, legisladores, entre outros pro�ssi-
onais – se apropriam da imensa massa de dados empíricos sobre o cérebro,
genes, circuitos e conhecimentos sobre a aprendizagem.
De acordo com Straub (2014, p. 52), “[...] o cérebro é o órgão mais poderoso do
nosso sistema, pesa cerca de 1.400 g, supõe-se que tenha 40 bilhões de neurô-
nios. Acredita-se que essa massa seja o centro de controle de nosso sistema
nervoso, e onde se localizam nossas memórias”.
Tais informações são o que denominamos de “mente”, que engloba tanto o que
acontece em nossa consciência, como também outros fatores não tão consci-
entes, como os sinais que controlam as reações de estresse, a capacidade de
andar de bicicleta, tendências de personalidade, entre outros.
O homem enxerga o mundo e, por meio de seu aparelho perceptual, faz a inter-
pretação dos fenômenos que nele ocorrem, a partir de seus sentidos e da sua
memória.
A percepção do mundo que nos cerca e de certos aspectos do meio orgânico interno
depende da atividade dos sistemas sensoriais, os quais continuamente alimentam
o sistema nervoso central com uma grande variedade de informações sobre eles.
Além disso, esses sistemas também informam o sistema nervoso central sobre
muitos outros aspectos do meio orgânico interno que são usados para diversos
ajustes do funcionamento do organismo sem necessariamente chegar ao nível
consciente. [...] O sistema nervoso possibilita aos animais uma forma de interação
com o meio ambiente muito mais intensa, rápida e versátil do que a que se observa
nos fungos e vegetais. [...] O sistema nervoso recolhe constantemente um conjunto
de informações sobre o estado do meio ambiente em que o animal está inserido, as-
sim como do meio interno do próprio organismo.
Para a Neurociência atual, a ideia de cérebro trino não é mais aceita, pois “a
evolução não ocorre de forma linear, mas em rami�cações arbóreas, e cada ra-
mo segue seu próprio caminho evolutivo” (DALGALARRONDO, 2011, p. 6).
O ser humano é o único ser vivo que se preocupa com o futuro, sofre com o
passado e culpa-se pelo presente, e quem cria toda essa rede de sofrimento é o
próprio cérebro – o qual elabora estratégias de “fugir” do sofrimento por meio
de recursos que são totalmente irrelevantes para as nossas necessidades con-
temporâneas.
Veja, no quadro a seguir, o que sabemos sobre como melhorar nossa aprendi-
zagem:
[...] uma janela aberta para o mundo, na qual dispomos de uma lanterna que utiliza-
mos para iluminar os aspectos que mais nos interessam. E também, essa lanterna
ilumina nossos processos interiores quando focalizamos nossos pensamentos, re-
solvemos problemas ou tomamos decisões conscientes.
Imaginemos a situação em que a professora chega à sala de aula com uma pilha de
provas e anuncia uma avaliação inesperada. Certamente a amígdala cerebral dos
seus alunos entrará em ação, provocando o aparecimento das respostas e senti-
mentos acima mencionados. A amígdala é importante ainda na aprendizagem das
reações de medo e na identi�cação das expressões faciais a ele relacionadas.
Pessoas ou animais em que a amígdala foi lesada geralmente não identi�cam os si-
nais de perigo emitidos pelos seus semelhantes e têm di�culdade de reagir adequa-
damente a situações ameaçadoras.
Vamos, agora, ao estudo sobre a memória e a aprendizagem?
Memória e aprendizagem
Poderíamos dizer que a memória é a aquisição ou a aprendizagem, já que só
podemos comunicar aquilo que aprendemos. Faz parte da memória um pro-
cesso que indica a formação, a conservação e a evocação. A última representa
lembrar algo que foi aprendido.
Já sabemos que uma informação relevante, para se tornar consciente, tem que ul-
trapassar inicialmente o �ltro da atenção. Admite-se que a primeira impressão em
nossa consciência se faz por meio de uma memória sensorial, ou memória imedia-
ta, que tem a duração de alguns segundos e corresponde apenas à ativação dos sis-
temas sensoriais relacionados a ela. Se a informação for considerada relevante, po-
derá ser mantida; do contrário, será descartada. [...] identi�cada a relevância, a in-
formação será mantida na consciência por um tempo maior, por meio de um siste-
ma de repetição, que pode ser feito por recursos verbais ou por meio da imaginação
visual.
A repetição feita pela pessoa apresenta uma capacidade limitada de itens que
podem ser mantidos no processamento da informação, que pode ocorrer den-
tro de um intervalo de dois segundos. A memória sensorial e a de repetição
são essenciais para a memória operacional.
Ao nos sentarmos em uma bicicleta, o cérebro decide que a coisa certa é peda-
lar, e não recitar um poema, por exemplo, se não quisermos cair. Ao perceber
algo potencialmente perigoso, a memória de trabalho o compara a nossas me-
mórias declarativas de outras coisas perigosas e procura as capacidades mo-
toras mais úteis entre as memórias procedurais – em geral, aquela que nos
manda fugir, sobretudo quando a circunstância ou o adversário for maior ou
mais forte.
Emoção é dar valor, compreender o valor que aquilo tem para si e para o entor-
no. Na Educação, é preciso ensinar a pessoa a se desenvolver, a elaborar a
qualidade do seu pensamento, a ter pensamentos que a desenvolvam. Por isso,
a prova, no contexto acadêmico, não deve ser vista como punição, mas sim co-
mo um incentivo ao aprendizado.
Sabemos, atualmente, que todo tecido nervoso possui uma plasticidade carac-
terística do tecido, que mostra a capacidade de alterar, de modo prolongado, a
sua função e sua forma. Da mesma forma, foi observada a neuroplasticidade, a
qual deriva dos fenômenos que ocorrem no desenvolvimento do organismo
humano desde a fase de embrião até a maturidade.
Isto é, qualquer alteração sofrida pelo cérebro, pode levar a mudanças de posição de
setores funcionais com o redirecionamento de circuitos neurais, ambos foram de-
tectados em animais, e por neuroimagem em seres humanos. Por outro lado, um
simples fato novo que presenciamos pode resultar em alterações sinápticas mole-
culares capazes de possibilitar a memorização daquele fato por um longo tempo
durante a vida. Em ambos os casos, bem como nas numerosas possibilidades inter-
mediárias, trata-se de neuroplasticidade (LENT, 2018, p. 112).
Sabemos que partes do cérebro têm funções diferentes, �camos bem treinados
naquilo que fazemos. Se jogamos xadrez, desenvolveremos o raciocínio estra-
tégico, a inteligência espacial. A motivação precisa de uma quantidade ade-
quada de desa�os. Fácil demais não motiva, e difícil demais também não mo-
tiva. Quanto mais prática possuímos, mais melhoramos nosso aprendizado.
Por exemplo, Mikhail Nikolaévich Baryshnikov é citado ao lado de Vaslav
Nijinsk e Rodolf Nureyv como um dos maiores bailarinos da história. Seu tra-
balho foi extasiante diante de constantes treinamentos, a ponto de muitas ve-
zes machucar o dedão do pé na sapatilha.
O bailarino, que antes treinava muito para atingir o auge da sua performance, em
movimentos detalhadamente programados e, muitas vezes, repetidos, usaria, a par-
tir dos estudos somáticos, seu corpo como o experimento para a veri�cação cientí-
�ca desses estudos, que criam ou relatam movimentações decorrentes deles.
Assim, o bailarino começou a pluralizar a perspectiva de observação de seu corpo,
como experiência e como transformação que esses estudos somáticos causam nele
e, ao mesmo tempo, como o observador dessa experiência que foi incorporada por
meio de um movimento especí�co (ITAVO, 2020, p. 13).
Estabelecer mudanças vai fazer a diferença. A rotina pode nos ajudar a mudar
hábitos importantes na vida. Esse conhecimento é contribuição da
Neurociência. Nosso cérebro prefere vícios imediatos do que virtudes imedia-
tas. É preciso mudar e pensar agora sobre o nosso “eu de agora” com o “eu do
futuro”. O homem busca a saúde, a estabilidade �nanceira e a felicidade, e isso
requisita, necessariamente, mudanças construídas ao longo de um tempo.
Portanto, quanto mais dedicação temos, mais motivação vamos ter, e mais ho-
ras de prática são adquiridas e acumuladas. Tal comportamento se torna um
ciclo. A oportunidade vai contar nesse processo. Não havendo a oportunidade
de experimentar no livro, na dança, no musical, na construção de algo, no tra-
balho com gestão, não há oportunidade de o cérebro descobrir que ele gosta
daquilo. Abrir as oportunidades tanto para crianças quanto para adultos é a
oportunidade que se pode dar para essas pessoas.
Cada pessoa deve descobrir qual método se adapta melhor. O cérebro conse-
gue trabalhar com seis a oito informações ao mesmo tempo. É possível mudar
o método diante das necessidades. A grande porta para o aprendizado é a
atenção. Só é possível prestar atenção em uma coisa de cada vez, o cérebro
tem um único �uxo de pensamentos, por onde passam milhões de pensamen-
tos, mas um apenas por vez. A atenção é um �ltro que o cérebro usa para deci-
dir qual informação será processada de maneira dedicada a cada instante.
As outras informações que são eliminadas nesse processo não ganham aces-
so à memória de trabalho. A base da memória de trabalho são os neurônios do
córtex pré-frontal. Esses neurônios tanto mantêm vivas as representações
mentais de informações que já sumiram de vista, como um número de telefo-
ne, ou uma fórmula de matemática, quanto tornam possível a evocação de
eventos que �caram �xados na memória.
Importante ressaltar que a memória de trabalho só existe para aquilo que está
no foco da atenção. Se algum barulho ou outro estímulo acontece nesse mo-
mento, aquilo que estava no foco da atenção se perde, sai também da memória
de trabalho, e o sujeito não consegue mais processar o objeto de estudo com a
mesma dedicação, com essa exclusividade pelo cérebro. Então, a atenção é o
grande �ltro que leva o conhecimento a ser processado e levado para a memó-
ria de trabalho, sendo ali associado a outras informações, e nesse ponto ganha
acesso a outros sistemas de memória mais duradouros.
Se o sujeito não presta atenção ao que está fazendo, esse conteúdo não terá
acesso à memória de trabalho, e também não terá acesso a outros sistemas de
memória de longo prazo. O resultado é que, se a pessoa não presta atenção ao
que está fazendo, essa informação não terá acesso à memória de trabalho e,
consequentemente, não terá acesso a outros sistemas mais duradouros de me-
mória. Dessa forma, o cérebro não guarda nenhum registro dessa ação e, por-
tanto, não aprende aquela informação nova.
A atenção é foco. Ela precisa que utilizemos um ou mais dos cinco sentidos
para ter sucesso na aprendizagem. Por exemplo, uma pessoa procura a chave
que não lembra onde deixou. Vai precisar usar sua visão na atenção em foco e
procurar, aguardando o cérebro identi�car aquela representação mental da
chave que o sujeito está procurando. A atenção traz a possibilidade de proces-
sarmos com detalhes a informação que se quer registrar e aprender.
Na disciplina , você
Sua avali-
ação na Sala de Aula Virtual será apenas formativa e comporá a nota �-
nal da disciplina. Portanto, é fundamental que realize os dois blocos de
questões online propostas.
Questões online
Neste disciplina, você deverá realizar dois blocos de questões online em
cada Ciclo de Aprendizagem.
Pontuação
COOGLE: uma ferramenta para criar mapas mentais gratuita. [S. l.: s. n.], 2017. 1
vídeo (5'00''). Publicado pelo canal Alan Mosko, Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=nwX9ixjagOY. Acesso em: 11 maio 2021.
ESQUECIMENTO Explicado | Pedro Calabrez | NeuroVox 064. [S. l.: s. n.], 2020. 1
vídeo (47'21''). Publicado pelo canal NeuroVox. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=jK_jJ-gWvoU. Acesso em: 11 maio 2021.
POR QUE ESQUECEMOS? Um guia sobre a memória. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo
(10'22''). Publicado pelo canal Casa do Saber. Disponível em: https://www.you-
tube.com/watch?v=E7Iu13QJ2I0. Acesso em: 11 maio 2021.
QUANDO NEUROCIRURGIAS dão errado: paciente HM. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo
(3'04''). Publicado pelo canal Bugs no Cérebro. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=uP3_jIOpR5s. Acesso em: 11 maio 2021.
QUEM SOMOS Nós | Neurociência por Fabiano Moulin. [S. l.: s. n.], 2019. 1 áudio
(42'13''). Publicado pelo canal Quem Somos Nós? Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=YsJMxam7BQA. Acesso em: 11 maio 2021.
SONO, Memória e Aprendizagem. [S. l.: s. n.], 2015. 1 vídeo (28'22''). Publicado
pelo canal Sintest RN. Disponível em: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=XRGzUYFui4I. Acesso em: 11 maio 2021.
SUPER Dica – mapa mental online – Coggle. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (5'22'').
Publicado pelo canal Bia Winston. Disponível em: https://www.youtube.com
/watch?v=7O3ZY0MfkTY. Acesso em: 11 maio 2021.
SUZANA Herculano-Houzel. [S. l.: s. n.], 2013. 1 vídeo (82'36''). Publicado pelo
canal Roda Viva. Disponível em: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=VVMHrWallRc&t=2446s>. Acesso em: 23 jan. 2021.
p01894-2021-02-pos-ead/)
Objetivos
• Conceituar Andragogia.
• Conhecer e compreender as principais abordagens de ensino.
• Conceituar metodologias ativas.
• Identi�car algumas estratégias ativas de ensino.
• Diferenciar as estratégias de ensino e aplicá-las.
Conteúdos
• Andragogia e suas premissas.
• Principais abordagens de ensino.
• Algumas metodologias ativas.
Problematização
O que é Andragogia? Quais as premissas da Andragogia para a aprendiza-
gem? Qual a importância da aplicação dos processos de ensino para a apren-
dizagem? Qual é a melhor abordagem de ensino? O que são metodologias ati-
vas? Como elas podem ser aplicadas na aprendizagem dos alunos? Posso
aplicá-las em todos os níveis de ensino? Ao trabalhar com metodologias ati-
vas, há o envolvimento comportamental, psicológico e emocional? Quais as
perspectivas para o futuro?
1. Introdução
Neste ciclo de aprendizagem, você terá a oportunidade de compreender as
premissas da Andragogia, conhecer as principais abordagens de ensino e
identi�car a que melhor se aplica a cada proposta de ensino. Além disso, co-
nhecerá algumas metodologias ativas que podem ser aplicadas na Educação
nos diversos níveis de ensino.
2. Andragogia
Iniciaremos nossos estudos sobre Andragogia partindo da etimologia da pala-
vra:
3. Abordagens de ensino
Ao longo dos anos, ao considerarmos a história da Educação, várias aborda-
gens de ensino foram incorporadas a sala de aula, sendo in�uenciadas por di-
versos teóricos.
Abordagem tradicional
Na abordagem tradicional de ensino, predominam as aulas expositivas. O alu-
no é considerado um receptor passivo que reproduz o conhecimento adquiri-
do. Este é medido, e a avaliação é um �m em si mesmo, em que é medida a
quantidade de informações que o aluno consegue adquirir. Predomina a edu-
cação bancária e individual e há ênfase na memorização do conhecimento. Os
professores devem seguir um modelo pedagógico rígido e detêm todo o con-
teúdo a ser transmitido aos alunos, ao passo que as escolas devem manter um
ambiente austero, para que não haja a distração do aluno. A aprendizagem de-
ve seguir um mesmo ritmo para todos os alunos (MIZUKAMI, 2019).
Nesse contexto da aula expositiva, Bates (2017) a�rma que, para uma aula ex-
positiva ser e�caz, é necessário que o aluno se envolva com o material, fazen-
do com que ele manipule mentalmente a informação.
Abordagem comportamentalista
A abordagem comportamentalista, conhecida também como behaviorismo,
enfatiza comportamentos observáveis com menor foco nos processos mentais
internos. Prioriza o experimento em que a aprendizagem é construída por
meio da recompensa e do reforço demonstrado por mudanças externas.
Segundo o comportamentalismo, é possível controlar o pensamento observá-
vel e obter mudanças desejáveis por meio do autocontrole. O professor é res-
ponsável por planejar as atividades e controlar todo o percurso do aluno, enfa-
tizando a instrução programada (MIZUKAMI, 2019).
Abordagem humanista
Essa abordagem de ensino enfatiza as relações interpessoais, e um de seus
principais teóricos é Carl Rogers. Para ele (1985), os interesses dos alunos de-
vem vir em primeiro lugar, e o professor deve ser um facilitador da aprendiza-
gem. Sugere a singularidade e o respeito às diferenças, e a necessidade de a
relação professor-aluno transcender a sala de aula. O aluno deve re�etir sobre
sua aprendizagem, questionar e fazer escolhas; o professor, por sua vez, deve
auxiliar o aluno na busca de seus objetivos, para não se torná-lo um mero acu-
mulador do conhecimento. O ambiente na escola deve ser o mais favorável
possível, possibilitando a liberdade para novas descobertas (LIMA; BARBOSA;
PEIXOTO, 2018).
4. Abordagem cognitivista
Na abordagem cognitivista, segundo Filatro e Cairo (2015), ao adquirir novas
informações, o aluno as relaciona com os conhecimentos anteriores em uma
estrutura mental, para, posteriormente, armazenar na memória.
A aprendizagem para o aluno deve ser signi�cativa, em que ele processa as in-
formações e as relaciona com seus conhecimentos prévios. Segundo Ausubel,
pesquisador que apresentou a aprendizagem signi�cativa, a aprendizagem é
signi�cativa quando faz sentido para o aluno, quando os novos conteúdos a
serem estudados se relacionam com os conceitos preexistentes na memória
cognitiva dos alunos. “E, segundo esse teórico, a atribuição de signi�cado de-
pende de um único fator: aquilo que o aluno já sabe” (FILATRO; CAIRO, 2015, p.
43).
Abordagem sociocultural
Os principais teóricos da abordagem sociocultural são Paulo Freire
(https://www.youtube.com/watch?v=4M69rga5ENo&t=5s) e Vygotsky
(https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs&ab_chan-
nel=InstitutoClaro). Essa abordagem enfatiza os aspectos sociais, políticos e
culturais e, após a Segunda Guerra Mundial, demonstrou preocupação com a
cultura popular.
Ribas e Moura (2006, p. 130) enfatizam que: “A atividade humana, nesta abor-
dagem, é entendida como dotada de um sistema de signi�cação que é perma-
nentemente construído e transformado pelo próprio grupo cultural”.
Nesse sentido, destacamos a importância do sujeito inserido em um contexto
cultural em que ocorram trocas entre os membros do grupo, enfatizando a
mediação entre o sujeito e o meio discutida por Vygotsky. Para o autor (1991
apud RIBAS; MOURA, 2006, p. 131), “a alteração provocada pelo homem sobre a
natureza altera a própria natureza do homem”.
Abordagem construtivista
De acordo com Bates (2017, p. 88), “[...] o construtivismo enfatiza a importância
da consciência, do livre arbítrio e da in�uência social na aprendizagem”.
Bates (2017, p. 94) a�rma que as críticas ao conectivismo podem ser supera-
das: “[...] conforme a prática melhora, com o desenvolvimento de novas ferra-
mentas para avaliação, organização do trabalho cooperativo e colaborativo
com números massivos, conforme mais experiência é adquirida”.
5. Metodologia Ativas
A expressão “metodologias ativas” é nova, e seu uso se intensi�cou a partir do
ano de 2014, conforme demonstra a Figura 1. No entanto, segundo Mattar
(2017), as metodologias ativas em si não são novidade. Prova disso é que, se
voltarmos aos primórdios dos tempos, podemos ver que esse pensamento é
bem antigo e pode ser notado em um processo de questionamento empreendi-
do por Sócrates (469-399 a.C.), denominado maiêutica. Trata-se de um método
utilizado pelo �lósofo grego para indicar o caminho às pessoas com quem
conversava por meio de questionamentos, fazendo com que houvesse a re�e-
xão sobre o que as pessoas pensavam que sabiam.
E, ainda:
Analisando os conceitos, observe que eles podem ser apresentados tanto para
os pais quanto para os alunos para que compreendam como será a Sala de
Aula Invertida.
Nesse contexto, Mattar (2017) e Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019) a�rmam
que apenas inverter a sala de aula não garante que haja aprendizagem inverti-
da, pois é necessário que os professores incorporem os quatro pilares funda-
mentais da aprendizagem invertida em sua prática, que são: ambiente �exível,
cultura de aprendizagem invertida, conteúdo intencional e que o educador te-
nha uma postura pro�ssional diferente da do educador de uma sala de aula
tradicional.
Ao analisarmos a �gura, podemos notar que o �uxo da instrução por pares es-
tá estruturado em três fases:
Segundo Mattar (2017, p. 45), “A instrução por pares incentiva os alunos a re-
solverem problemas. Assim, o professor não deve ensinar apenas o conteúdo
das disciplinas, mas também estratégias para a resolução de problemas”.
Segundo Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019, p. 70), a instrução por pares tem
como objetivo:
Para trabalhar com a instrução por pares, podemos utilizar recursos tecnoló-
gicos, como softwares especí�cos, formulário do Google Drive e, se não houver
a tecnologia, não será um empecilho, pois podemos utilizar cartões de respos-
tas, textos escritos, formulários escritos, e até mesmo a manifestação do aluno
ao indicar que deseja falar.
A ABE é uma metodologia de ensino que envolve três etapas essenciais: pre-
paro; garantia do preparo; e aplicação dos conceitos. Vamos analisar o que
acontece em cada etapa, segundo Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019, p.
57-60):
Cabe destacar que todos os processos que ocorrem em cada etapa são avalia-
dos.
Aprofunde seus conhecimentos!
A ABP pode ser aplicada em ambiente online e tem como vantagens �exibili-
dade do tempo; possibilidade de estudo online; profundidade das informações;
chats que podem auxiliar os alunos nas interações com os colegas e tomadas
de decisão. Apresenta, também, algumas desvantagens: di�culdade de seguir
e super�cialidade nas discussões, di�cultando a tomada de decisões; desper-
dício de tempo, frustrações e um ritmo de trabalho mais árduo em relação ao
presencial (MATTAR, 2017).
Estudo de caso
O estudo de caso é uma maneira de conectar o aluno à vida pro�ssional, pois
permite a contextualização dos conteúdos aprendidos com a prática.
Geralmente, é construído tendo como base situações reais ou histórias que se
aproximam da realidade.
Para Spricigo (2014), o estudo de caso não necessita de um preparo prévio por
parte do estudante, mas, caso este seja feito, agilizará a atividade em sala de
aula. O professor deve oferecer ao estudante material de apoio, propondo ques-
tionamentos para a resolução do caso e, se os estudantes estiverem indo em
uma direção errada, pode propor novos questionamentos para redirecionar o
aprendizado dos alunos. A avaliação é feita de maneira individual e coletiva, e
a participação do estudante em sala de aula permite saber quem não partici-
pou durante o desenvolvimento da atividade nos grupos, podendo o professor
chamar o aluno a participar. O professor é o mediador das discussões e con-
duz ao fechamento correto de cada caso.
Bates (2017) a�rma que o estudo de caso pode ser um valioso instrumento, ao
propor conteúdos complexos ou que não apresentam soluções óbvias; os alu-
nos devem avaliar e decidir sobre opções alternativas de resolução, como em
exemplos de prática clínica em Medicina. Para ele, “com o ensino baseado em
casos, os alunos desenvolvem competências em pensamento analítico e críti-
co pela leitura e discussão de situações complexas reais” (BATES, 2017, p. 137).
De acordo com Zaluski e Oliveira (2018 apud SANTOS et al., 2019, p. 84):
A aplicação da metodologia ativa proporciona ao aluno assimilar maior volume de
conteúdo, retenção de informações por mais tempo com aulas mais prazerosas.
Assim, vivenciando os conteúdos na prática, o aluno torna-se mais seguro na apli-
cação do conhecimento, reforçando sua autonomia em tomadas de decisões, senso
de responsabilidade, iniciativa criadora, cooperação, espírito crítico e, com o traba-
lho em equipe/grupo, melhora suas características de relacionamento e liderança,
tornando o aluno o principal agente na aprendizagem, promovendo seu próprio de-
senvolvimento.
Como a rotina das aulas se altera, tanto professores quanto alunos precisam se
adaptar e se capacitar para trabalhar com as novas atividades e o desenvolvi-
mento das habilidades emocionais, cognitivas, comportamentais e psicológi-
cas. Além disso, é necessário que haja maior receptividade às críticas e suges-
tões durante o processo, bem como discernimento para lidar com as adversi-
dades da nova con�guração da sala de aula.
Sugerimos que você assista ao vídeo a seguir, em que Andrea Filatro fala sobre
as metodologias inov-ativas na educação e no ambiente corporativo.
Momento de Avaliação
Na disciplina , você
Sua avali-
ação na Sala de Aula Virtual será apenas formativa e comporá a nota �-
nal da disciplina. Portanto, é fundamental que realize os dois blocos de
questões online propostas.
Questões online
Nesta disciplina você deverá realizar dois blocos de questões online em
cada Ciclo de Aprendizagem.
Pontuação
6. Referências Bibliográ�cas
AZEVEDO, W.; BERGMANN, J. Aprendizagem invertida 3.0. Certi�cação
nível I – Curso online. Flipped Learning, 2020.
EDUCAÇÃO Humanista (vídeo 22-1). [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (15'35'').
Publicado pelo canal Aprendendo com Montessori. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_SD-ir90vZk. Acesso em: 17 maio
2021.
ICTHE | Andrea Filatro | 04.12.2019. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (21'57'').
Publicado pelo canal Telessaúde Fousp – Saite. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=NDqixn8jU_0. Acesso em: 17 maio
2021.
METODOLOGIAS Ativas para Educar. Conexão. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo
(24'47''). Publicado pelo canal Canal Futura. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=z0Y3BzUWnMI. Acesso em: 17 maio
2021.
p01894-2021-02-pos-ead/)
Objetivos
• Identi�car a relação das tecnologias com a Educação a Distância.
• Conceituar a importância das pessoas e da gestão do conhecimento nas
organizações.
• Elucidar as tendências tecnológicas de comunicação que se destacaram
no isolamento social.
• Apresentar as vertentes da aprendizagem de máquina por meio da
Inteligência Arti�cial.
Conteúdos
• Tendências da era digital.
• Big Data e a computação nas nuvens.
• A gestão do conhecimento nas organizações.
• A covid-19, o isolamento social e a quebra de paradigmas na gestão da
informação e do conhecimento.
• A quebra de paradigma: do tradicional para o home of�ce.
• O desa�o das instituições de ensino diante um novo formato de comuni-
cação.
• Inteligência Arti�cial: aprendizado de máquina.
• O aprendizado profundo de máquina.
• Considerações sobre o aprendizado do aluno na modalidade EaD.
Problematização
O que são as TICs? Como as organizações aplicam a gestão da informação
em uma geração de grandes volumes de dados diários? O que é a gestão do
conhecimento? Como o formato de trabalho home of�ce e as aulas remotas
in�uenciaram a evolução dos modelos de EaD?
1. Introdução
Neste ciclo, faremos um paralelo entre o uso da Inteligência Arti�cial, com os
princípios do aprendizado de máquina, e os conceitos de pseudociência e ex-
ploração da ciência abordados no Ciclo 1, destacando o uso de aplicativos as-
sistentes para localizar e adquirir produtos e serviços não con�áveis e as fake
news como exemplos práticos do abuso da exploração da ciência.
Até há pouco tempo, era muito simples explicar essas divisões e formas de ge-
renciamento, entretanto a necessidade do isolamento social a partir do ano de
2020 apresentou, em todo o planeta, novos desa�os no formato de trabalho e
gestão.
tionpeople.com/channels/strategy-and-innovation/why-digital-transformations-fail-the-tony-saldanha-interview).
A bola de aço aríete com o emblema “COVID-19” não vai destruir o prédio físico
em si. Essa bola representa uma metáfora, indicando a destruição de um pen-
samento tradicional que pode se tornar obsoleto da noite para o dia.
Nesse caso, a mensagem de pano de fundo dessa �gura para as instituições pode ser resumida da seguin-
te forma: não é porque a empresa segue todas as normas e princípios de gestão que não está suscetível ao
fracasso por causa das mudanças repentinas de mercado e, consequentemente, nos negócios.
outbreak/zoom-google-meet-microsoft-teams-the-video-conferencing-app-guide-8144).
Esse novo modelo de aula abriu campo para novas ofertas de cursos, incluin-
do os encontros remotos a cursos presenciais e EaD, gerando modelos híbridos
de ensino.
• O algoritmo detecta que o usuário quer interagir por meio da fala “OK,
Google”;
• o algoritmo escreve “Diga” na tela, indicando que está pronto para ouvir;
• o usuário fala o que deseja saber;
• o algoritmo recebe a mensagem;
• o algoritmo detecta a localização do aparelho celular;
• o algoritmo efetua uma pesquisa na internet sobre a temperatura atual
naquela região;
• o algoritmo apresenta uma resposta contendo a temperatura pesquisada.
ate-2030/) (2020).
Na disciplina , você
Sua avali-
ação na Sala de Aula Virtual será apenas formativa e comporá a nota �-
nal da disciplina. Portanto, é fundamental que realize os dois blocos de
questões online propostas.
Questões online
Nesta disciplina, você deverá realizar dois blocos de questões online em
cada Ciclo de Aprendizagem.
Pontuação
ROCHA, H. Chatbot: o que é, para que serve, como funciona e como criar o
seu. Klickpages, s. d. Disponível em: https://klickpages.com.br
/blog/chatbot-o-que-e/. Acesso em: 18 maio 2021.