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MIG

CONCEITOS E INVESTIGAÇÃO EM GESTÃO:

IDEIAS E TERMOS SOBRE INVESTIGAÇÃO

Um dos obje5vos da inves5gação é gerar conhecimento e estabelecer evidências


dentro de determinada área profissional ou do saber.

 MEIO ACADÉMICO

 MEIO EMPRESARIAL

 MEIO SOCIAL

TERMOS BÁSICOS EM INVESTIGAÇÃO


MODELO: um “framework” ligado uma determinada realidade (Ex.: Comportamento
organizacional, empreendedorismo no feminino, outros);

CONCEITO: uma ideia que deriva a par5r de um dado modelo;

TEORIA: um conjunto de conceitos usados para definir e/ou explicar determinado


fenómeno;
HIPÓTESE: uma proposição para ser testada/validada

METODOLOGIA: uma abordagem geral para estudar tópicos de investigação;

MÉTODO: uma técnica de inves5gação específica.

INVESTIGAÇÃO
PARA QUÊ Investigar? (objetivo)
PORQUÊ Investigar? (motivo)
O QUÊ Investigar? (problema)
COMO Investigar? (técnicas)
ONDE Investigar? (realidade empírica)
QUANTO Investigar? (universo – amostra)
QUANDO Investigar? (calendarização)

Conhecimento ou saber?

• Para sobreviver e facilitar a sua existência, o ser humano confrontou-se


permanentemente com a necessidade de conhecer.

Vários tipos de conhecimentos:

– Os conhecimentos espontâneos
– O conhecimento racional

Conhecimentos Espontâneos ou Senso Comum:

resulta da vivencia (experiência e observação) pessoal e resultam em:

• Intuição (perceção imediata sem necessidade de intervenção do raciocínio);

• Tradição (saberes produzidos pelo senso comum transmitidos de geração em


geração);

• Autoridade (instituições que possuem um saber próprio e que o transmitem aos seus
membros (igreja, família, escolas, Estado).

Do Senso Comum á Ciência... Conhecimento racional

• Conhecimentos mais confiáveis;

•Uso da lógica;
• Distinção entre sujeito e objeto;
• Princípio da causalidade («todo o fenómeno tem uma causa, e, nas mesmas
condições, a mesma causa produz o mesmo efeito»);
• Raciocínio dedutivo e indutivo (hipotético dedutivo);
• Conhecimento empírico e experimental.

Portanto, conhecimento científico é ...

o conhecimento que deriva a partir de teorias, é gerado a partir de factos da


experiência e adquirido pela observação e experimentação.

CIÊNCIA é:
• Um processo de investigação;

• Um procedimento para

responder a questões/resolver problemas


desenvolver normas mais eficazes para responder a questões e resolver
problemas;

• Um corpo de conhecimento;

• A ciência está associada com o conceito de método científico.

Princípios fundamentais (e flexíveis) da ciência:

1. Centrar a investigação na compreensão de problemas específicos;

2. Assegurar pelo método de investigação a validade da compreensão;

3. Superar as barreiras que poderiam atrapalhar a compreensão

A NUANCE DO SOCIAL E HUMANO...

• Compreender a complexidade do objeto de estudo com o fim de eventualmente


contribuir para a sua solução e admitir a sua multicausalidade;

• Objetividade: as compreensões são relativas, dependem da habilidade do


investigador, da sua escolha e da sua interpretação;

• Multidisciplinaridade: a abordagem centrada nos problemas pode exigir uma


contribuição multi (ou inter) disciplinar.

Método Científico (EXEMPLOS PARA DEFENIR CONCEITO DE MÉTODO)


 “conjunto de procedimentos por intermedio dos quais se propõe os problemas
científicos e se colocam à prova as hipóteses cientificas” (Bunge, 1974)

 “aquele que ajuda a compreender não os resultados da investigação científica,


mas o próprio processo de investigação” (Kaplan, 1975).

 “designa o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos organizados e


sistematizados a partir dos quais se constrói o conhecimento respeitante a
determinada área do saber”.

1.3 A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM GESTÃO

A investigação deve contribuir para o conhecimento da humanidade e da ciência

Atribuir importância ao marketing de resultados da investigação para criar novas


oportunidades

Divulgação dos resultados da investigação internacionalmente;

As descobertas científicas podem ser vistas como vantagem compe66va nas


organizações;

Os resultados obtidos a partir da investigação pode reduzir a incerteza e


complementar as práticas empresariais e os processos de tomada de decisão;

O conhecimento gerado pela investigação deve ser de natureza científica.

Linhas de Investigação em gestão:

1- Avaliação do desempenho empresarial:

Necessidade em investigar os critérios/ indicadores mais apropriados a uma


determinada situação

2- Desenvolvimento organizacional:

Necessidade em aplicar instrumentos ao nível organizacional, mais do que a nível


individual ou de grupo.

3- Empreendedorismo e gestão de PME:

Necessidade em investigar o impacto dos incentivos e apoios

o o que acontece quando os empresários atuam (resultados do


empreendorismo)

o O porquê dos empresários atuarem (causas)


o Como os empresários atua (gestão dos empresários)

Cooperação empresarial e internacionalização:

Necessidade em investigar como as empresas locais podem desenvolver as suas capacidades


internas, bem como expandir-se internacionalmente;

Investigar como o uso de incentivos governamentais e alianças estratégicas (cooperação


interempresas) são possíveis formas de internacionalização.

Liderança e transição empresarial para a direção profissional:

Necessidade em investigar como este tipo de transferência de direção é processada


nas empresas e qual o papel do líder.

Estudar os diferentes estilos de direção e de liderança empresarial

Compreensão do contexto onde as empresas operam:

Necessidade em investigar diferentes variáveis contextuais (meio envolvente) que


podem ser críticas para o alcance do sucesso empresarial.

Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento

Necessidade em investigar os três principais níveis de aprendizagem organizacional


(individual, grupo e empresarial), e como estes contribuem para a sociedade do
conhecimento.

Marketing e estratégia nos seus diversos domínios de atuação

Necessidade em investigar diversas perspetivas de marketing a adotar por diferentes


organizações e em vários setores (saúde, educação...)

1.4-INVESTIGAÇÃO E GESTÃO EMPRESARIAL

Transferência da investigação realizada para a gestão das empresas

 A investigação pode não resolver os problemas ou apoiar decisões, mas a


investigação pode fornecer informação para os gestores reduzirem o risco no
processo de tomada de decisão.

 A investigação em gestão, por vezes, falha no que toca à comunicação dos


resultados para com os responsáveis das empresas e não “cobre” suficientes
audiências.
 Não é simples nem direta a transferência de produção de conhecimento gerada
pela investigação e a sua utilização nas prá-cas de gestão.

 Os potenciais utilizadores (empresários, gestores, ...) de investigação nem


sempre são capazes de avaliar os aspetos chave que afetam o processo de
tomada de decisão empresarial.

Barreiras na utilização da investigação:

Inacessibilidade de investigação:

o Volume, aplicabilidade e ambiguidade do material na investigação

o Não ter acesso às fontes de informação (base de dados ou jornais.)

o Falta de tempo e de apoio

Relevância da investigação:

o Relacionamento entre teoria e prática

o Tópicos de interesse para apoiar o processo de tomada de decisão

o Impacto da investigação na atividade empresarial

Confiança e desconfiança do desenho de investigação:

o Qualidade e desenho dos trabalhos de investigação

o Falta de confiança entre investigadores e utilizadores dos resultados obtidos

o Ausência de conhecimentos estatísticos, por parte dos gestores, para


compreensão dos resultados.

o Aumentar a credibilidade e a confiança nos resultados


o Seminários e workshops que envolvam investigadores e gestores para os
encorajar mais diretamente no uso de evidências empíricas

Fatores organizacionais

o Estrutura organizacional (formalidade e centralização)

o Falta de interação investigador-gestor

o Autonomia

o Cultura organizacional

o Excessivo empreendedorismo individual

o Falta de tempo para implementar novas ideias

o Falta de cooperação entre colegas

o Inadequados apoios que facilitem a implementação

o Falta de tempo para ler e explorar a investigação disponível

o Linguagem da investigação demasiado técnica

Fatores que facilitem a utilização da investigação:

APOIO E FORMAÇÃO conferências, criar ações de formações, promover uma cultura


que mostre aos utilizadores da investigação a necessidade desta e que se trata de má
forma de melhorar o conhecimento/ competências, criar oportunidades para a partilha
de investigação.

COLABORAÇÃO E PARCERIAS  implementar abordagens colaborativas, parcerias e


ligações com outros investigadores, trabalho em parceria e obter um relacionamento
entre gestores e investigadores para facilitar a confiança

ESTRATÉGIAS DE DISSEMINAÇÃO  eficaz disseminação de ideias por parte de líderes,


disseminação de investigação em gestão não só para desenvolver teorias, mas para
partilhar conhecimento, difusão de modelos de inovação e aumentar “networks”
pessoas/sociais/institucionais.

REDES DE COMUNICAÇÃO  desenvolver relações de comunicação entre


investigadores e indivíduos do meio empresarial, partilhar projetos bem-sucedidos.

1.5 Problemas na investigação e desafios futuros


Problemas

Desenho da investigação:

 Abordagem de investigação (descritiva, exploratória, normativa)

 Definição do problema (natureza do tópico de investigação)

 Base temporal (cross-section, longitudinal)

 Identificação de conceitos e sua mensuração (definições e critérios)

 Controlo de variáveis

 Amostras e recolha de dados (representatividade, métodos de amostragem,


questionários)

Relacionamento entre investigadores e gestores

 Surgimento de conflitos entre académicos e gestores

 Os gestores requerem recomendações certas, simples e explícitas

 Os investigadores fornecem modelos, probabilidades e interpretações

 Os gestores têm necessidade de tomar decisões rapidamente

 Os investigadores necessitam de tempo considerável para a investigação

 Os gestores nem sempre têm formação em metodologia e técnicas de


investigação

 Gestores e investigadores falam, muitas vezes, diferentes línguas e têm


diferentes culturas.

Disponibilidade e acesso aos dados

 Limitado acesso aos dados e sites

 Análise de dados inapropriada

 Confidencialidade e confiança

 Dados enviesados (análise e comunicação)

Sugestões para o futuro na investigação:


 Abordagens de investigação coletivistas (estudos no âmbito nacional e
internacional);

 Cooperação entre universidades e investigadores;

 Dar incentivos aos investigadores para pesquisar em áreas prioritárias;

 Necessidade dos investigadores e gestores trabalharem em equipa;

 Identificar problemas específicos, para serem investigados pelos gestores e/ou


investigadores em diferentes estádios;

 Fazer investigação qualitativa para ajudar no desenvolvimento de conceitos,


princípios, hipóteses e eventuais teorias na área de gestão;

 Comparar resultados e analises entre diversas investigações (estudos


comparativos);

 Fazer estudos de natureza longitudinal como complemento aos “cross-


sec6onal”;

 Definir e medir conceitos em diferentes culturas (operacionalizar definições de


conceito.

Processo de investigação

Tipos e abordagens de investigação:

Propósito do estudo

 Investigação exploratória
 Investigação descritiva
 Investigação interpretativa

Forma de investigação

 Método indutivo
 Método dedutivo

Natureza da ciência social

 Abordagem objetivista
 Abordagem subjetivista

Técnica de obtenção de dado


 Investigação quantitativa
 Investigação qualitativa

Estudo de caso

 Investigação qualitativa

Questionário

 Investigação quantitativa

Prepósito do estudo

INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA

 Permite ao investigador familiarizar-se com os factos básicos, as pessoas e com


os aspetos envolvidos no tópico a estudar;
Permite desenvolver um “well–grounded” mental em relação à ocorrência de
um facto;
 Permite gerar muitas ideias e desenvolver teorias e conjeturas;
 Permite efetuar mais facilmente uma investigação adicional;
 Permite formular questões e refinar assuntos para um estudo mais sistemático;
 Permite desenvolver técnicas e um sentido de direção para uma futura
investigação.

INVESTIGAÇÃO DESCRITIVA

 Descreve um processo, um mecanismo ou um relacionamento;


Permite fazer uma resenha verbal ou numérica acerca de um determinado
fenómeno (por ex. Percentagens);
Apresenta um “background” de informação básico ou um contexto;
 Permite descobrir informação para estimular novas interpretações;
 Permite criar um conjunto de categorias ou tipos de classificação;
 Permite clarificar uma sequência, um conjunto de estádios ou passos;
Documenta informação que pode contradizer aspetos anteriores acerca de um
tema.

INVESTIGAÇÃO INTERPRETATIVA

 Determina a ocorrência de um princípio ou teoria;


 Descobre quais das interpretações a efetuar é a melhor;
 Permite avançar no conhecimento acerca de um determinado processo;
 Permite ligar diferentes assuntos ou tópicos em direção a uma proposição geral
comum;
 Permite criar e elaborar uma teoria, bem como torná-la mais completa;
 Permite alargar uma teoria ou princípio para novas áreas ou temas;
Fornece evidência para suportar ou refutar uma explanação.

Formas de investigação

Método indutivo:

Permite chegar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das
premissas nas quais se basearam;

O argumento indutivo fundamenta-se em premissas. Estas quando verdadeiras


conduzem apenas a conclusões prováveis (conclusão provavelmente verdadeira)

Indução: Afirma que em 1º lugar vem a observação dos factos particulares e depois as
hipóteses a confirmar

Método dedutivo:

I. Observação dos fenómenos;


II. Descoberta da relação entre os fenómenos (comparação)
III. Generalização da relação (classificação).

Dedução: Defende o aparecimento, em primeiro lugar, do problema e da conjetura,


que serão testados pela observação e experimentação.

ABORGADEM OBETIVISTA E SUBJETIVISTA

Abordagem objetivista = dedutiva= indicadores


quantitativos:

É DEDUTIVA, os projetos de investigação são


baseados em modelos contruídos a partir de
resultados acumulados de investigações prévias,
e preferencialmente através de indicadores
quantitativos. É necessário que o investigador
controle os seus valores e seja imparcial quando
inicie a investigação.

Abordagem subjetivista= indutivo= análises qualitativas:

É INDUTIVA, o objetivo é considerar na abordagem o investigador e os indivíduos que


fazem parte, este objetivo pode ser somente alcançado através do envolvimento
pessoal por parte de quem investiga. Os valores poderão influenciar tanto as pessoas
que vão começar a investigar como o resultado (análise qualitativa)

Potencialidades e limites das abordagens quantitativas, qualitativas e Quanti-


Qualitativa:

Abordagem Quantitativa:

Há́ uma interdependência entre pensamento e matemática, quando nos dispomos a


usá-la para propósitos de maior precisão de expressão.

A linguagem matemática é usada para descrever, representar ou interpretar padrões e


possíveis inter-relações. A pesquisa quantitativa, é a relação entre o modelo teórico
proposto e os dados observados na realidade.

Deve haver uma considerável habilidade no julgamento de quais fatores são mais
relevantes para um determinado problema. Pois, quanto mais complexo for o
fenómeno sob investigação, maior deverá ser o esforço para se chegar a uma
quantificação adequada. Por vezes, podemos nos deparar com uma situação em que
há uma descrição extrema de factos conhecidos, ou ausência de informação formando
representações matemáticas demasiado simples para o problema que enfrentamos.

 É um estudo objetivo; Perguntas como:


-Como lidar com os resultados?
 Testa uma hipótese/teoria; Quais as suas implicações
-Por que existe essa variabilidade
verificada?
 Estabelece relações;
Exigem respostas quantitativas
 Realiza analises estatísticas;

 Apresenta um raciocínio dedutivo.

Abordagem Qualitativa:

Tem como foco o processo/significado, visando qualificar os dados. Existe ma


interação dinâmica e emocional entre os investigadores e os investigados, sendo por
isso considerado um campo da subjetividade e do simbolismo. Esta abordagem
apresenta uma postural dialética, visto que atua a nível da estrutura e do significado.

Deve ser empregue para a compreensão de fenômenos específicos e delimitáveis, não


é útil para compor grande grupos populacionais, mas pode acompanhar um problema
levantando variáveis desenvolvidas. O estudo qualitativo apresenta maior
representatividade, por relevar condições
históricas, socioeconómicas e culturais especificas
por meio de um porta-voz.

 É um estudo subjetivo;

 Analisa a complexidade de fenómenos;

 Apresenta um raciocínio indutivo e


dialético;

 O pesquisador participa do processo;

 Amostragem teórica.

A escolha da abordagem depende do objetivo do estudo a ser realizado.


Abordagem Quanti-Qualitativa:
Ambas são necessárias, mas, às vezes, são insuficientes para a realidade observada.
Esta abordagem é a junção das duas abordagens (quantitativa e qualitativa), pode ser
Assim, estas abordagens podem, e devem ser usadas como complementares.
iniciada de forma exploratória e terminar com uma análise estatística para alcançar
uma maior amostra, ou ampliar o problema de pesquisa.

Colheita de dados:
ATRAVÉS DA INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA:

— Juntar notas sobre a observação (observação participante);

— Juntar notas sobre a observação (observação objetiva);

— Conduzir uma entrevista aberta, não estruturada, e tomar notas;

— Gravá-la com um gravador de som e transcrevê-la;

— Manter um diário de pesquisa.

— Analisar os documentos públicos (relatórios oficiais, minutas, material de arquivo,


notas de serviço, etc.);

— Examinar autobiografias e biografias;

— Examinar todos os sinais que possam constituir informação útil á pesquisa, em


particular os não-verbais (Ex: modos de estar, costumes; sons; imagens; cores
preferidas; outros)
— Gravar em vídeo o que for possível e útil;

— Examinar imagens, fotos e vídeos.

DA ABORDAGEM AO MODO DE REGISTO DE DADOS:

 O que é que tem de ser registado?


 Como será́ isso Registado?

Por exemplo, é útil o estabelecimento de um modo padronizado para a condução de


entrevistas; isso pode incluir os seguintes componentes:

— Um título;
— Instruções que se dão ao entrevistado (frases de abertura)
— As perguntas-chave;
— Questões;
— Mensagens;
— Espaço para o registo dos comentários do entrevistador

FORMATO QUALIITATIVO DE UMA (PROPOSTA) DE INVESTIGAÇÃO:

Primeira Parte:

 Enquadramento do Problema
 Significância do estudo
 Propósito/objetivo e questões da investigação/estudo
 Definição de termos
 Revisão da bibliografia

Segunda Parte:

 Tipo de Desenho da investigação


 Papel do investigador
 Procedimentos de obtenção e analise dos dados Métodos para verificação

Terceira Parte:

 Resultado do estudo e sua relação com a teoria e a bibliografia


 Conclusões

ATRAVÉS DA INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA:

- Construção de questionário:

Ao planejar o questionário deve-se considerar o tipo de análise que será ́ realizada com
os dados obtidos.
O pesquisador deve estabelecer as possibilidades de medição de cada variável, de
maneira tal que possa realizar a analise estatística desejada.

• Variáveis quantitativas: perguntas que quantifiquem (números, unidades,


escalas)
• Variáveis qualitativas: perguntas que categorizem (escolha dicotómicas,
múltipla escolha, ordenação de escolhas)

Carta explicando as razões do estudo, garantindo a confidencialidade das informações


prestadas

Passos para criação de um questionário:

Passo 1- Considerações Iniciais:

1. Esclarecer a natureza do problema da pesquisa e seus objetivos


2. Desenvolver questões de pesquisa de acordo com os objetivos
3. Definir a população-alvo e a estrutura da amostra, sua extensão e a taxa
resposta esperada
4. Tomar uma decisão preliminar quanto ao método de coleta de dados

Passo 2: Esclarecimentos de Conceitos

1. Garantir que os conceitos sejam claramente definidos


2. Selecionar variáveis/indicadores que representem os conceitos

Passo 3: Tipologia do Questionário

1. Determinar os tipos de questões que serão incluídas e a ordem


2. Verificar a redação e a codificação das questões
3. Decidir como será́ o agrupamento das questões e qual a extensão total do
questionário
4. Determinar a estrutura e a apresentação do questionário.

Passo 4: Pré́-teste do Questionário

1. Determinar o pré́-teste para o questionário preliminar


2. Analisar os dados iniciais para identificar limitações do questionário preliminar
3. Aperfeiçoar o questionário quando necessário
4. Revisar alguns ou todos os passos anteriores, se necessário

Passo 5: Administração do Questionário


1. Identificar a melhor prática para administração do tipo de questionário
utilizado
2. Treinar e supervisionar trabalhadores de campo, se necessário
3. Garantir o processo de organização dos questionários completados
4. Determinar o prazo final e os métodos de acompanhamento

FORMATO QUALIITATIVO DE UMA (PROPOSTA) DE INVESTIGAÇÃO:

Primeira Parte:

• Enquadramento do Problema

• Significância do estudo

• Propósito/objetivo e questões da investigação

• Revisão da bibliografia

Segunda Parte:

• Objetivos específicos ou hipóteses de investigação

• Desenho da investigação

• População, e amostra

• Instrumentos e materiais

• Variáveis no Estudo

Terceira Parte:

• Análise e discussão dos resultados

• Análise comparativa
Estudo de Caso:

Forma particular de investigação qualitativa

Estratégia de investigação

Conjunto de métodos de investigação que tem como objetivo o estudo do caso

Um caso é um “sistema delimitado ou um fenómeno” referente a algum evento


que ocorre num contexto delimitado (unidade de análise)

Definição de um caso implica:

1. Existência de um fenómeno
2. Limitação pode ser:

• TEMPORAL- episódio, evento, um dia


• SOCIAL- individuo, organização, comunidade ou nação
• FÍSICA- localização geográfica

3. Pretende analisar os resultados provenientes de casos individuais, os quais


permitem gerar informação mais detalhada, mais rica e útil para o fenómeno
ser estudado
4. YIN, refere que o método de estudo de casos permiti medir e gravar
comportamentos.

Estudos Piloto (YIN 1899)

Os estudos-piloto é uma fase de preparação para a recolha de dados;

Fornecer informações relevantes acerca da logística no terreno e podem funcionar


como uma espécie de “estágio” no processo de aprendizagem das técnicas
qualitativas;

Apresentam uma dupla função:

1. ajudam a desenvolver linhas relevantes de inquérito para a investigação


2. ajudam a desenvolver as capacidades pessoais do investigador neste tipo de
investigações.

Processos de “Amostragem”

O tipo de amostragem empregue na investigação qualitativa e, em particular, no


estudo de casos não obedece aos mesmos critérios de uma amostra estatística
(investigação quantitativa). No estudo de casos analisa-se, por definição, um número
limitado de unidades, logo a questão da “representatividade” no sentido estatístico do
termo não se coloca.
Normalmente os modelos de amostragem neste tipo de estudos é não probabilística
(não segue um modelo aleatório); a mais utilizada é a amostragem por conveniência;
trata-se de uma amostra que é determinada de acordo com as necessidades do estudo
e não segundo critérios externos, tais como a seleção aleatória;

TIPOS DE AMOSTRAGEM (MALHOTRA)

Fontes de Informação empírica:

Fontes primárias são recolhidas diretamente do terreno e incluem entrevistas,


observação, documentos escritos ou estatísticas em bruto;

́
Fontes secundárias são informações que já́ foram recolhidas e tratadas por terceiros
incluem análises estatísticas e estudos.

Fontes de evidências possíveis de utilizar num estudo de caso:

Estas fontes permitem na presença de um ou poucos casos recolher uma grande


quantidade de informação, um grande detalhe e uma análise em grande profundidade,
quando se está na presença de um ou poucos casos.

 Entrevistas
 Observações
 Documentos e registos
 Artefactos físicos
 Inquéritos

O problema da investigação:

A atividade científica desenvolve se vinculada à solução do chamado “problema”


científico, o qual expressa as necessidades e interesses do conhecimento.

PROBLEMA PESQUISA SOLUÇÃO

Pode ser colocado de duas formas:


1) Como pergunta (Quais são as relações entre os meios de comunicação e os recursos
humanos?)

2) Como objetivo particular (Encontrar as relações entre os meios de comunicação e os


recursos humanos).

Estudo de caso- investigação qualitativa:

Processo:

Revisão da literatura

 Constitui o suporte teórico de todo o trabalho de investigação;


 Ajuda a melhor formular o problema e a escolher as hipóteses da investigação;
 Auxilia a decidir qual a melhor metodologia a utilizar para estudar o problema
em causa.

Tipos de fontes disponíveis:

Primárias: trabalhos originais dos autores, como artigos académicos

Secundárias: sínteses ou resumos de literatura já publicada, como manuais/teses

Preliminares: índices ou conjuntos de sumários de trabalhos que orientam a seleção


das fontes primárias ou secundárias.

Hipóteses:

Uma hipótese em investigação é a formulação de uma suposta relação entre duas ou


mais variáveis. É uma formulação mais específica do problema.

Indica os resultados previstos e orienta o investigador para a forma de como as


variáveis em questão serão operacionalizadas.

 Hipótese nula (H ):
0

A hipótese nula afirma que um parâmetro da população (como a média ou desvio


padrão) é igual a um valor hipotético. A hipótese nula é, muitas vezes, um alegacão
inicial baseado em análises anteriores ou conhecimentos especializados. É necessários
dados amostrais para se rejeitar a hipótese

 Hipótese Alternativa (H )
1
A hipótese alternativa afirma que um parâmetro da população é menor, maior ou
diferente do valor hipotético na hipótese nula. A hipótese alternativa é aquela que
pode ser verdadeira ou se pode provar ser verdadeira

Exemplo hipótese alternativa unilateral ou Exemplo hipótese alternativa bilateral ou


hipótese direcional: hipótese não direcional:
Um pesquisador tem resultados de exames de
uma amostra de alunos que fizeram formação Um pesquisador tem resultados do exame
para realizarem um exame nacional. O nacional de uma amostra de estudantes de
pesquisador quer saber se os alunos formados uma escola. O pesquisador quer saber se as
obtiveram pontuação acima da média nacional notas dos alunos foram diferentes média
de 850. A hipótese unilateral pode ser usada nacional de 850. A hipótese bilateral pode ser
porque o pesquisador está a focar o seu usada porque o pesquisador está interessado
estudo para um grupo específico, que vai em determinar se as notas são maiores ou
estudar se a sua pontuação é superior do que menores que a média nacional.
a média nacional (alunos formados)

Variáveis:

Reportam-se a características ou atributos que podem tomar diferentes valores ou


categorias.

Em função do papel que uma variável tem em uma investigação ela pode ser
designada em:

“Estás a fazer tarefas domésticas para ganhares algum dinheiro. Por cada tarefa
recebes 3 euros”

 Dependente: é a variável que está a ser testada e medida numa experiência


científica (quantia de dinheiro)
 Independente: é a variável que é alterada ou controlada para testar os efeitos
sobre a variável dependente (número de tarefas completas)

Amostragem:
O processo pelo qual se seleciona um número de sujeitos (n) representativos de uma
população (N)

processo de investigação:

1. PROBLEMA
2. REVISÃO DE LITERATURA
3. HIPÓTESES E VARIÁVEIS
4. INSTRUMENTOS (questionário, testes, observação.) E SELEÇÃO DA AMOSTRA
5. RECOLHA DA AMOSTRA
6. TRATAMENTO DE DADOS
7. INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
8. CONCLUSÕES

Análise 360:

Com o objetivo de avaliar, de forma imparcial, a Avaliação 360 é uma metodologia


eficaz, voltada para identificar e analisar qual a perceção que as pessoas sobre o
ambiente. O intuito é promover a melhoria contínua dos colaboradores que fazem
parte de uma empresa, principalmente daqueles que ocupam cargos de gestão,
através de feedbacks pontuais. Denomina-se desta forma, porque se consegue ter um
feedback de todos e uma avaliação multivisão.

O profissional avaliado também tem a oportunidade de se autoavaliar, o que lhe dá


uma perspetiva ainda mais precisa de suas ações e comportamentos que vão lhe
ajudar a implementar melhorias e a fortalecer o que for necessário no trabalho.

Pontos avaliados na avaliação 360:

 Capacitação;
 Atitudes;
 Habilidades Técnicas;
 Pontos Fortes;
 Pontos de Melhoria

Como funciona

1. Definição de competências
2. Treinamento
3. Confidencialidade
4. Feedback

1-Definição de competências

Primeiro passo para a aplicação da Avaliação 360 graus é a definição de competências


por parte da empresa. Isso quer dizer que gestores, de preferências CEOs e diretores, e
profissionais da área de Recursos Humanos – RH, que iram determinar quais
habilidades, capacidades e competências que acham ser essencial na empresa, para
que a organização atinja, de forma efetiva, seus objetivos.

2-Treinamento

Outra etapa importante da fase de implementação da metodologia na empresa é a


necessidade de realização de um treino, que terá́ como principal objetivo explicar:

 Como funciona a avaliação


 Ensinar métodos eficazes para que todos saibam avaliar de forma correta e
profissionalmente os colegas (deixando de lado questões pessoais), como
realizar uma boa autoavaliação
 Falar sobre a necessidade de receber os feedbacks com maturidade, ao final da
aplicação e quanto estiverem com o resultado

3-Confidencialidade

É de extrema importância que esta etapa seja verdadeiramente respeitada, já que o
que está a ser avaliado é a personalidade, atitudes e comportamentos profissionais de
um colaborador.

FASE 1 – Entrevista e análise documental para elaborar o questionário

FASE 2 -Pré- teste

FASE 3- Questionário

4-Feedback

Com o resultado da avaliação 360 graus, há uma reunião com o colaborador avaliado
(feedback) para que ele tenha acesso às informações, bem como às percepções das
pessoas ao seu redor sobre o seu desempenho profissional. Assim o trabalhador
avaliado terá́ maior consciência sobre seus pontos fortes, bem como seus pontos de
melhoria e poderá́ potencializar os seus pontos fortes e trabalhar para o
desenvolvimento da performance no dia a dia.

Questionário- investigação qualitativa:

Razões para a utilização:


 Aceder a informação sobre uma grande variedade de comportamentos de um
mesmo individuo;
 Quando a observação direta de certos comportamentos pressupõe uma
intimidade frequente e, em termos práticos, inaceitável de um ponto de vista
deontológico;
 O questionário aparece como substituto de uma observação muito difícil ou
impossível

Tipos de questionário:

Aberto Fechado Misto


A formulação e a ordem das questões A formulação das questões, a sua ordem Um questionário que contenha
são fixas, mas a pessoa pode dar uma e gama de resposta possíveis são perguntas abertas e perguntas
resposta longa quanto desejar e pode previamente fixadas fechadas
ser incitada por insistência do
entrevistador

Útil: Útil:

a) Quando o ideal seria efetuar a) Quando o investigador conhece muito Útil:


entrevistas, mas o investigador não tem bem a natureza das variáveis mais
tempo nem facilidade para as fazer; relevantes, e mais importantes na área Quando o investigador quer
da investigação e quer obter informação obter informação qualitativa
b) Quando não há informação sobre o quantitativa sobre elas; para completar e
tema de investigação, ou quando não dá contextualizar a informação
indicação das variáveis mais relevantes, b) Quando o investigador quer utilizar quantitativa obtida por outras
ou importantes, e o investigador um conjunto de perguntas para criar variáveis.
pretende fazer um estudo preliminar uma variável. (Quando quer desenvolver
(“piloto estudo”) para encontrar as uma nova variável “Satisfação global no
variáveis; emprego” e cria esta variável a partir de
c) Quando o questionário pretende obter um conjunto de perguntas da satisfação
informação qualitativa (em vez de dos trabalhadores
informação quantitativa).

Como admistrar o questionário:

Um processo completo de inquirição deve começar por uma fase qualitativa, sob a
forma de um conjunto de entrevistas não diretivas ou estruturadas, a que se segue
uma fase quantitativa.

 A aplicação de um questionário a uma amostra permite uma inferência


estatística, através da qual se verificam as hipóteses elaboradas nos decursos
da primeira fase. Aquelas completam-se por recurso às informações recolhidas
e codificadas.
 Por vezes, e contrariamente à ordem habitual, pode ser útil depois de um
inquérito quantitativo, realizar uma fase qualitativa complementar para, por
exemplo ajudar a interpretar certos resultados inesperados.
 Pode-se ainda concluir que a fase qualitativa não é necessária porque dispomos
desde logo de todos os atributos que ela poderia trazer.

Objetivos do questionário:

1. Verificar e validar hipóteses – (objetivo mais imp)


2. Estimar certas grandezas “absolutas”
3. Descrever uma população

Linhas gerais de um questionário

Um questionário é, por definição, um instrumento rigorosamente estandardizado


tanto no texto das questões, como na sua ordem. Este procedimento garante a
comparabilidade das respostas de todos os indivíduos.

Apesar da sua importância, a redação do questionário continua dependente do saber-


fazer e da experiência do investigador.

 O Texto das questões


 A ordem pelo qual as questões são colocadas;
 A coerência no conteúdo das questões;
 A variedade na forma das questões;
 A duração aceitável de um questionário (nunca mais de 45 min.)
Forma das questões:

Questões abertas: às quais a pessoa responde como quer, utilizando o seu próprio
vocabulário;

Pergunta aberta: “Em que medida está satisfeito ou insatisfeito com o seu chefe de
secção?”

Resposta: “Em geral estou satisfeito, muito embora ele tenha os seus favoritos na
secção e nem sempre esteja disponível quando necessário. Mas, geralmente, dá
suporte aos empregados— há chefes piores”.

Questões fechadas: onde se apresenta à pessoa, depois de se lhe ter colocada a


questão, uma lista preestabelecida de respostas possíveis dentre as quais lhe pedimos
que indique a que melhor corresponde à que deseja dar.

Pergunta fechada: “Em que medida está satisfeito ou insatisfeito com o seu chefe de
secção?”

Respostas alternativas: Muito Insatisfeito; Insatisfeito; Nem Satisfeito nem Insatisfeito


Satisfeito; Muito Satisfeito

É necessário controlar a estrutura logica da questão

- É necessário evitar que uma mesma resposta possa ser dada por razões diferentes;

- Não se deve, em caso algum, introduzir duas ideias na mesma questão;

- Quando propomos às pessoas uma escolha entre várias respostas, é indispensável
garantir antecipadamente que a lista cubra efetivamente todas as posições possíveis.

Construção do questionário:

1. Introdução

Um pedido de cooperação no preenchimento do questionário;

A razão da aplicação do questionário;

Uma descrição curta da natureza geral do questionário;

2. Escala nominais

Este tipo de escala consiste num conjunto de categorias de resposta qualitativamente


diferente e mutuamente exclusivas. É possível atribuir um número a cada categoria
para codificar as respostas, identificando de forma qualitativa.

SIM-coloque 1 / NÃO-coloque 2
3. Escala ordinais

Estas escalas admitem uma ordenação numérica das duas categorias, ou seja, das
respostas tem uma relação de escala quantitativa.

Planos de investigação:
1- Investigação experimental
2- Planos não experimentais ou descritivos
3- Planos qualitativos

1 - Investigação experimental:

A pesquisa experimental caracteriza se por manipular diretamente variáveis


relacionadas com o objeto de estudo e tem como finalidade testar hipóteses que
dizem respeito à convicção do investigador. Proporciona o estudo da relação entre
causas e efeitos do fenômeno, podendo-se controlar e avaliar os resultados dessas
relações.

Lei científica: Uma regra que descreve um fenómeno que ocorre com certa
regularidade, mas que não determina se um facto deve ou não ocorrer apenas verifica
a sua ocorrência, analisando as causas e os efeitos relacionados e que se aplica a todas
as diferentes ciências.

Modelo: Elemento metodológico (racional ou físico) que constitui uma representação


simplificada da realidade, que faz parte de uma teoria e tem como função representar,
explicar ou revelar fenómenos ainda não observados.

Teoria científicas:
 Orientam os objetos da ciência (delimitação do campo de investigação)
 Oferecem um sistema de conceitos (fornecer conceção, vocabulário científico,
relação entre factos estudados)
 Resumem o conhecimento (sintetizam o que já se sabe)
 Prevê novos factos e relações

Planos de investigação
Método científico
Conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência para obter um novo
conhecimento, ou corrigir e completar conhecimentos já existentes. É a união de
evidências observáveis, empíricas (baseadas na exp) e mensuráveis.
Desenvolvimento de pesquisas-FLUXOGRAMA

Pesquisa exploratória:

Proporcionar maior familiaridade com o problema para deixá-lo mais explícito.

Planejamento bastante flexível (levar em consideração os diferentes aspetos relativos


ao fato a ser estudado).

Na maioria dos casos, envolvem:

a) levantamento bibliográfico;

b) entrevistas com pessoas experientes com


o problema a ser pesquisado;

c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”.

Pesquisa descritiva:

Descrever as características de determinada população ou fenómeno ou, então, o


estabelecimento de relações entre as variáveis. Utilização de técnicas padronizadas de
coletas de dados (questionários e observação sistemática)
Abordagem do problema:

 Estudar as características de um determinado


grupo;

 Estudar o nível de atendimento...;

 Estudar as condições...;

 Estudar índices...;

 Levantar opiniões, atitudes e crenças;

 Identificar a existência de relações...

Objetivos
Identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade  explica a razão e o porquê das
coisas

Procedimentos técnicos
 Pesquisa bibliográfica Com base em material já elaborado, é submetido a
uma triagem e pode servir de ponto de partida
 Pesquisa Documental A diferença entre a bibliográfica, é que os documentos
não recebem ainda tratamento analítico e podem ser reelaborados.
 Pesquisa Experimental
 Levantamento  Engloba todos os procedimentos de medição que envolvem
perguntas aos entrevistados, pode ser qualquer formulário que seja usado
como entrevista.
 Estudo de Caso  Inicia-se a partir da exploração intensa de um caso, além das
áreas psicológicas e médicas tornou-se uma das principais modalidades de
pesquisa qualitativa.
 Pesquisa- Ação  é um método de pesquisa aplicada, para elaboração de
diagnósticos, identificação de problemas e soluções. O pesquisador testa
hipóteses sobre o fenómeno, assumindo a responsabilidade.

2- Pesquisa não experimental

É o tipo de pesquisa que não possui uma variável independente. Em vez disso, o
pesquisador observa o contexto em que o fenómeno se desenvolve e o analisa para
obter informações.

Ao contrário da pesquisa experimental, em que as variáveis permanecem constantes,


nas pesquisas não experimentais (são as observacionais) são realizadas durante o
estudo. Mas, o pesquisador não consegue controlar, manipular ou alterar os sujeitos,
só se baseia em interpretações ou observações para chegar a uma conclusão
PARTE 4- REDAÇÃO DO RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO

Estrutura do relatório de investigação

Introdução:

 a justificação, contextualização e importância do tema

 a delimitação do problema de investigação

 a apresentação dos objetivos

 a definição do problema e das questões de investigação

 a descrição da estrutura do trabalho

Justificação da importância da escolha do tema

A escolha pode surgir:

 Observação do quotidiano, vida profissional, diálogo com especialistas,


resultados de investigações publicadas, estudos de literatura, outros ...

 Identificar as razões da preferência pelo tema e a importância do mesmo em


relação a outros temas

Passos e tarefas para a definição do tema do trabalho:

Brainstorming:

Brainstorming é uma técnica que resulta do compartilhamento espontâneo de ideias,


tentando encontrar a solução para um problema ou gerar insights de criatividade. A
ideia desse processo é dar vida à máxima “duas cabeças pensam melhor do que uma”.

Assim, é importante que o brainstorming seja completamente livre de críticas.


Mesmo as ideias que parecem ser ineficientes são igualmente consideráveis, porque
podem transformar-se no ponto de partida para a construção de pensamentos mais
aprofundados.
É necessário que os participantes tenham um objetivo claro, e tenham em mente o
problema que querem resolver.

Fatores que influenciam a escolha do tema:

 Motivação e interesse no tema escolhido;

 Relevância para a evolução do conhecimento científico;

 Atenção se a temática escolhida foi desenvolvida por outros autores de forma a


existirem fontes de informação suficientes e acessíveis para a elaboração da
revisão de literatura e analisar como os autores trataram o tema

Elementos que devem ser abordados:

Delimitação da área especifica do conhecimento;

Relevância: contribuição da investigação para o progresso do conhecimento e para a


comunidade científica;

Viabilidade: possibilidade de a investigação ser executada com os recursos disponíveis.

Objeto e objetivos de investigação:

A definição do objeto de estudo deve ser efetuada numa área especifica evidenciando
a sua pertinência científica; pode ter um ou vários objetivos de investigação, que
indicam o objeto da investigação e os resultados a alcançar.

Os objetivos precisam da orientação da investigação, indicam a razão da investigação e


revelam aquilo que é proposto fazer para responder às questões de investigação.
Devem ser coerentes com a justificação da escolha do tema e a problemática
delineada.

EX:

“Analisar a discrepância na atitude pretendida entre os órgãos de gestão e os seus


subordinados, sob domínio dos indicadores Acolhimento e Integração, Fator
Humano, Comportamento Individual, Assertividade e Produtividade.”

Os enunciados dos objetivos gerais e específicos começam com um verbo no infinitivo,


que deve indicar uma Acão passível de mensuração
(Descrever, reconhecer, identificar, estudar, explorar, analisar, sintetizar, avaliar,
compreender, comparar, inferir, mensurar).

Título: O Impacto dos Fatores Motivacionais no Desempenho dos Colaboradores –


Estudo de Caso da Universidade do Mindelo
Objetivo Geral: Analisar e compreender o impacto dos fatores motivacionais no
desempenho dos colaboradores da Universidade do Mindelo

Objetivos específicos: Identificar as expetativas iniciais dos colaboradores e líderes da


UM em relação à organização; caracterizar as condições ambientais de trabalho, sob a
ótica dos colaboradores e lideres da organização; elaborar os fatores motivacionais
internos e externos que influenciam os colaboradores.

Definição do problema:

 Qualquer investigação parte de uma situação problemática e tem o propósito


de ser uma resposta original e fundamentada sobre determinado assunto que
está por resolver

 Originalidade do trabalho, reforçando a ideia de que a questão ou o problema


não foi tratado anteriormente, pelo menos desta forma, por outros autores.

 Possibilidade de solucionar uma preocupação científica que existe no


momento.

 Relevância do problema para a área de estudo.

 Devem ser formuladas as hipóteses, ou seja, soluções possíveis para o


problema identificado.

 Deve-se refletir sobre o problema que se pretende resolver ao longo da


investigação.

 Interrogar se se justifica tentar encontrar uma solução para o mesmo e


descrever o que está a ser investigado.

 Formulação do problema de investigação: consiste em apresentar, de forma


interrogativa, qual a dificuldade que se pretende resolver.

 Este deve relacionar entre si pelo menos dois factos e variáveis.

Questão de investigação:

 Declaração de uma indagação especifica a que o investigador quer responder


para abordar o problema de investigação.

 Orienta os tipos de dados a recolher e identifica as variáveis do estudo.

Exemplos:

 O que separa as necessidades dos órgãos de gestão das necessidades dos


colaboradores?
 Quais as dimensões de justiça que se delineiam no contexto da avaliação de
desempenho dos enfermeiros?

Revisão da literatura e enquadramento teórico:

 Levantamento bibliográfico de trabalhos publicados que tratem do assunto em


causa, de forma a conhecer as teorias que norteiam a área de estudo em
questão

  identifica a bibliografia existente sobre o tema do trabalho, da qual se deve


retirar e recompilar a informação considerada necessária e relevante sobre a
problemática da investigação

 Devem ser analisados livros, teses de doutoramento, dissertações de mestrado,


artigos científicos;

 Os dados recolhidos devem ser recentes

 Ordenação da definição de conceitos que emergem da formulação do


problema para suportar teoricamente a análise posterior do objeto de estudo.

Objetivos da revisão da literatura:

 Descrever um conjunto de modelos teóricos que servem de fundamento ao


objetivo principal do trabalho;

 Explicar as conclusões dos resultados de investigações anteriores de temas


relacionados com a área de investigação, apresentando as lacunas dos
trabalhos observados e sugestões sobre futuras investigações;

 Procurar mostrar, através da literatura já́ publicada, o que já́ é conhecido sobre
o tema;

 Delimitar o domínio da investigação – conhecer as correntes conceptuais e


teóricas de trabalhos anteriores;

 Inserir o problema de investigação dentro de um quadro de referência teórica


para o procurar explicar.

Metologia de Investigação:

 Explicação rigorosa de todos os fatores utilizados no desenvolvimento de um


trabalho de investigação

 precisar o tipo de estudo


 definir as variáveis e as hipóteses de investigação

 realizar a escolha da população e a amostra a estudar

 selecionar os instrumentos de recolha de dados

Tipos de Estudo:

1. Pesquisa explicativa

2. Pesquisa descritiva

3. Pesquisa Exploratório

Tipo de pesquisa:

1. Pesquisa quantitativa

2. Pesquisa qualitativa

Variáveis do estudo:

-Variável independente: clima organizacional, remuneração, género, idade, estado


civil, o tempo de serviço, o nível de escolaridade, perspetiva de desenvolvimento
profissional.

-Variável dependente: a motivação e o desempenho profissional.

Hipóteses de investigação:

 Tentam responder ao problema levantado pelo tema escolhido para a


investigação;

 Pré-solução para o problema;

 São enunciados das relações previstas entre as variáveis do estudo;

 O processo de investigação procura evidencias que comprovem, sustentem ou


refutem as afirmações feitas nas hipóteses que são formuladas de forma a
estabelecer uma relação entre as variáveis abordadas na resolução da
problemática da investigação.

Classificação das Hipóteses de investigação

Hipótese básica: afirmação escolhida como a principal resposta ao problema proposto.

Exemplo: Os índices de acidentes ferroviários diminuem com a reestruturação da via.


Hipótese secundaria: afirmação complementar da hipótese básica e significa outras
possibilidades de resposta para o problema.

Exemplos:
- Os custos com os investimentos em segurança ferroviária são compensados com os
consequentes ganhos de produtividade e redução das despensas com acidentes.

-Os maiores responsáveis pelos acidentes ferroviários são as deficiências da via e da


sinalização.

-O respeito pelo trabalhador nas organizações aumenta a sua motivação e,


consequentemente, a sua produtividade

-O clima organizacional
influencia o desempenho dos
colaboradores

-Quanto maior a motivação no


trabalho, melhor é o
desempenho profissional

População alvo e amostra

População alvo define


critérios de seleção para o estudo da amostra e determina-se o seu tamanho;

Amostra  é um subconjunto da população alvo, que deve ser representativa de


todas as suas características e sobre a qual será ́ feito o estudo. Deve ser caracterizada
com recurso a variáveis sociodemográficas (exemplo: sexo, idade, habilitações
literárias, função, outros...).

Instrumentos de recolha de dados:

- O investigador deverá optar pelos instrumentos que melhor se adequam ao seu


estudo (objetivos, questões de investigação, características da amostra, hipóteses,
variáveis do estudo...)

OBSERVAÇÃO
ANÁLISE DE CONTEÚDO DE DADOS DOCUMENTAIS:

 Complementa a informação por outros instrumentos de recolha de dados

 Funciona como principal método de investigação.

ENTREVISTAS

 Entrevista não estruturada: questões não pré́-formuladas. O investigador inicia

com um tema geral, para que o entrevistado demostre as suas ideias

 Entrevista semiestruturada: conjunto de questões provenientes de um quadro


teórico combinando perguntas abertas e fechadas. Utilização constante do quadro
teórico que é utilizado para a construção do guião de entrevista.

 Entrevista
estruturada:
conjunto de
questões
padronizadas e
colocadas numa
determinada ordem.
Objetivos muito
específico da investigação, de forma a reduzir o grau de ambiguidade. Plano

apresentado da mesma forma a todos os entrevistados. Questões fechadas.


Questionário:

 Série ordenada de perguntas a serem


feitas, por escrito, aos respondentes;

 Perguntas de resposta aberta (análise de


conteúdo);

 Perguntas de resposta fechada;

 Pratica um questionário com perguntas


abertas, fechadas ou ambas, depende dos objetivos da investigação.

Apresentação e interpretação dos resultados de relatórios/projetos:

• Verifica-se a validade ou não das hipóteses pré́- formuladas.

• Interpretação dos resultados: visa a procura do sentido mais amplo das respostas.
Deve incluir uma descrição das variáveis e das relações, bem como o teste e análise
das hipóteses elaboradas.

• O processo de interpretação dos resultados também constitui a tentativa do


investigador para explicar as suas descobertas, de acordo com o que é conhecido
através de trabalhos anteriores.

 O processo de interpretação dos resultados também constitui a tentativa do


investigador para explicar as descobertas, de acordo com o que é conhecido de
trabalhos anteriores.

 A interpretação dos resultados é feita através da análise descritiva ou análise


referencial dos dados:

Apresentação e interpretação dos resultados:

 O processo de interpretação dos resultados também constitui a tentativa do


investigador para explicar as descobertas, de acordo com o que é conhecido de
trabalhos anteriores.

 A interpretação dos resultados é feita através da análise descritiva ou análise


referencial dos dados:

 Análise descritiva dos dados: permite fazer uma descrição geral da amostra e a
apresentação dos dados em quadros, tais como frequências (absolutas e relativas),
medidas de tendência central (medias aritméticas), medidas de dispersão (desvio
padrão e variância) e coeficientes (de correlação e Alpha de Cronbach).
Análise inferencial dos dados: permite construir proposições de carater
probabilístico acerca da população, partindo da observação da amostra, de forma a
testar as hipóteses de investigação.

Discussão:
 Síntese da interpretação dos resultados, com referência aos objetivos iniciais,
as questões de investigação e às hipóteses.
 Contributo do trabalho para o progresso do conhecimento:

- Avaliação da importância do trabalho para o


desenvolvimento do tema abordado; Implicações teóricas e praticas;

 Limitações que surgiram na elaboração da investigação;


Sugestões para futuras investigações.

Elementos complementares:

Estilo de escrita:

 Regra da impessoalidade: utilizando o plural majestático “nós” e não a


primeira pessoa do singular;

 A linguagem deve ser coerente, concisa e formal.

 A linguagem coloquial tem de ser evitada

 A linha de
pensamento que
liga uma a outras
ideias, ou que
emerge de uma
determinada
suposição, tem de
ser traduzida sem
ambiguidade.
 As premissas precisam de ser claras e também as inferências e as
generalizações (exemplo: sempre, nunca, todos, ninguém) necessitam de ser
esclarecidas.

 Devem ser utilizados argumentos concretos.

 Frases curtas, mas claras e bem documentadas

 Terminologia clara e de fácil leitura

 No texto não se deve ser redundante: revela falta de coesão e a ausência de


dados suficientes

 Não devem ser utilizadas formas enfáticas, nem afirmações vagas

 Deve ser imparcial

 Necessário uma sequência e interligação

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