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05/05/2020 Aulas.

Aulas.

Site: Graduação EaD - Faculdade Unida


Curso: Metodologia da Pesquisa
Livro: Aulas.
Impresso por: JOHN WESLEY ALVES SILVA
Data: terça, 5 Mai 2020, 21:22

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Sumário
Apresentação da Disciplina

Aula 1 - Introdução Geral

Aula 2 - Ciência e Conhecimento Científico

Aula 3 - Método e Metodologia Científica

Aula 4 - Pesquisa como busca do saber

Aula 5 - Ética da Pesquisa Científica

Aula 6 - As Etapas da Pesquisa Científica

Aula 7 - Leitura, Texto e Sentido

Aula 8 - Revisão de Literatura

Aula 9 - Resumo

Aula 10 - Fichamento

Aula 11 - Resenha

Aula 12 - Monografia

Aula 13 - Dissertação

Aula 14 - Textos dissertativos

Aula 15 - Tese

Aula 16 - Artigo Científico

Aula 17 - Portfólio Reflexivo

Aula 18 - Como fazer o portfólio

Aula 19 - Normas técnicas

Aula 20 - Notas de Rodapé

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Apresentação da Disciplina

QUEM É O DOCENTE DESTA DISCIPLINA?

Metodologia da Pesquisa | Apresentação do Docente

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Aula 1 - Introdução Geral

Objetivo: Apresentar a disciplina e o tema geral.

Introdução geral

Metodologia da Pesquisa | Introdução Geral

Olá, seja bem-vindo à disciplina Metodologia* da Pesquisa! Aqui teremos uma visão geral
sobre o processo de produção da pesquisa, algo muito importante na formação
acadêmica. Nesta disciplina você receberá orientação metodológica para confecção de
trabalhos acadêmicos, como elaboração de resumos*, fichamentos e resenhas*, além do
portfólio* reflexivo, atividade muito importante para a integralização do seu curso.

A pesquisa é fundamental para o avanço do


conhecimento e para o amadurecimento como
pessoa. Não basta acumular descobertas, é preciso
desenvolver processos que assegurem a validez
desses dados, bem como a sua utilidade para
aplicações futuras.

Se pararmos para pensar, já se acumulou muito


conhecimento ao longo dos séculos. Com as
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)*,
esse conhecimento fica relativamente disponível globalmente. Com tantos dados, temos
tido tempo de pensar sobre eles? Que conclusões tiramos? Que proveito? Outra
preocupação é que por mais que existam muitos dados à disposição, é imprescindível
coletar novos dados, pois surgem fenômenos que demandam pesquisa específica.

Assista esse vídeo sobre a era da informação.

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A Re exão na Era da Informação - Nova Acrópole

Por isso refletir sobre a metodologia e sobre o método* é relevante. Na aula três vamos
aprofundar sobre essa temática. Por agora apresentaremos uma definição inicial que
permitirá avançar com segurança neste novo estudo.

Quando falamos em metodologia estamos falando de algo mais amplo. Zina O´Leary ajuda
a definir: metodologia são “arcabouços abrangentes de nível macro que oferecem
princípios de raciocínio associados com determinados pressupostos paradigmáticos
legitimadores de diversas escolas de pesquisa. As metodologias fornecem tanto estratégias
quanto fundamento para a realização de um estudo”#001. São exemplos de metodologias o
método científico, a etnografia e a pesquisa-ação.

Já os métodos, são “as técnicas reais de nível micro usadas para colher e analisar dados.
Entre os métodos de coleta de dados* estão a entrevista, o levantamento, a observação e
os métodos inconspícuos, enquanto os métodos de análise compreendem estratégias
quantitativas (estatística) e estratégias qualitativas (ou seja, exploração temática)”#002.

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Além de metodologia e método, são necessárias as ferramentas de coleta de dados, que


devem ser explicitadas sempre que uma pesquisa é realizada. As ferramentas são “os
dispositivos usados na coleta de dados para pesquisa, tais como questionários, listas de
controle de observação e protocolos de entrevista”#003.

Dessa forma, não tenha pressa de definir quais ferramentas ou métodos irá utilizar em sua
pesquisa. Antes, precisa pensar sobre qual metodologia utilizará. Ao longo do curso
procuraremos dar mais subsídios para apoiar você nesse processo de pesquisa.

Como ponto introdutório também quero que conheça a sugestão de Israel Azevedo para
um processo de pesquisa adequado. No primeiro capítulo de uma de suas obras ele
apresenta as características essenciais de um trabalho científico. Listaremos a seguir:

“1. Discute ideias e fatos relevantes relacionados a um determinado assunto a partir de um


marco teórico bem fundamentado;

2. O assunto tratado é reconhecível e claro, tanto para o autor quanto para os leitores;

3. Tem alguma utilidade, seja para a ciência, seja para a comunidade;

4. Demonstra, por parte do autor, o domínio do assunto escolhido e capacidade de


sistematização, recriação e crítica do material coletado;

5. Diz algo que ainda não foi dito;

6. Indica com clareza os procedimentos utilizados, especialmente as hipóteses (que devem


ser específicas, plausíveis, relacionadas com uma teoria e conter referências* empíricas)
com que se trabalhou na pesquisa;

7. Fornece elementos que permitam verificar, para aceitar ou contestar, as conclusões a


que chegou;

8. Documenta com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das
fontes utilizadas;

9. A comunicação dos dados é organizada de modo lógico, seja dedutiva, seja


indutivamente;

10. É redigido de modo gramaticalmente correto, estilisticamente agradável,


#004
fraseologicamente claro e terminologicamente preciso.”

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Independente do trabalho acadêmico que você for apresentar, siga essas sugestões
preciosas.

E para finalizar essa aula, frisaremos a afirmação de Pedro Demo sobre o ato de pesquisar,
que é mais que acumular conhecimento, conforme destacamos no início desta aula.
Pesquisar possibilita aprender em sentido criativo, em que se aprende construindo: “e isso
não redunda apenas em competência técnica e científica; funda também um passo
essencial no processo emancipatório. Dialogar com a realidade talvez seja a definição mais
apropriada para a pesquisa, porque a apanha como princípio científico e educativo. Quem
sabe dialogar com a realidade de modo crítico e criativo faz da pesquisa condição de vida,
progresso e cidadania”#005. E continua: “a pesquisa começa na infância e está em toda a
vida social. Educação criativa começa na e vive da pesquisa, desde o primeiro dia de vida
da criança”. Assim, pesquisar não é meramente a atividade de uma pessoa com estudos
formais de nível superior ou pós-graduação. Antes é uma atividade para a vida, que marca
nossa interação com a realidade. Esperamos que esta disciplina auxilie você nesse
processo emancipatório e de cidadania.

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Aula 2 - Ciência e Conhecimento Científico

Objetivo: Você será habilitado a definir e conceituar a Ciência, reconhecer a sua


evolução histórica e distinguir a especificidade do conhecimento científico.

Ciência e conhecimento científico

Metodologia da Pesquisa | Ciência e Conhecimento Cientí co

Ciência e conhecimento científico* são elaborações humanas modernas de cuja


dependência estamos cada vez mais conscientes - vez após vez você ouve falar de como a
Ciência define desde as coisas mínimas e corriqueiras do nosso viver até as mais obscuras
e grandiosas. E por isso mesmo precisamos entender muito bem do que se tratam. Sendo
o único conhecimento efetivamente válido na modernidade, também precisamos saber
como fazer ciência a fim de obter esse conhecimento. Essa aula tem a finalidade de
introduzi-lo nesses dois conceitos fundamentais: a ciência e o conhecimento científico.

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Para iniciar, podemos dizer que a Ciência é um "conjunto de conhecimentos gerados a


partir de hipóteses acerca de objetos/fenômenos, obtidos por meio de procedimentos
sistemáticos, lógicos e racionais, e passíveis de verificação para comprovar a sua
valia"#006. Antonio Carlos Gil apresenta as principais características da Ciência, para
possibilitar distinguir entre o que é e o que não é Ciência. Vejamos: “Pode-se definir
ciência de forma satisfatória mediante a identificação de suas características essenciais.
Assim, a ciência pode ser caracterizada como uma forma de conhecimento objetivo,
racional, sistemático, geral, verificável e falível. O conhecimento científico é objetivo
porque descreve a realidade independentemente dos caprichos do pesquisador. É racional
porque se vale sobretudo da razão, e não de sensação ou impressões, para chegar a seus
resultados. É sistemático porque se preocupa em construir sistemas de ideias organizadas
racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais
amplas. É geral porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de leis ou
normas gerais, que explicam todos os fenômenos de certo tipo. É verificável porque
sempre possibilita demonstrar a veracidade das informações. Finalmente, é falível porque,
ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados pelo homem, reconhece sua
própria capacidade de errar”#007.

Ao final desta aula retomaremos essas características para fixar.

A Ciência é uma interpretação dos fatos, baseada em observações e


experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem
completadas, oferecem a definição do objeto, de suas propriedades
e suas leis.

Principais Concepções de Ciência#008

Os conceitos ou concepções do que seja ciência tendem a se padronizar em determinados


modelos, como veremos a seguir.

1. Racionalista

Tem como modelo a Matemática e seu


desenvolvimento se dá desde os gregos até o século
XVII. A Ciência é vista como um conhecimento
racional dedutivo e demonstrativo como o
matemático, portanto, capaz de provar a verdade
necessária e universal de seus enunciados e
resultados, sem deixar dúvida. O objeto científico é
uma representação intelectual universal, necessária
e verdadeira das coisas representadas e
corresponde à própria realidade, que também é racional e inteligível em si mesma. As
experiências científicas são realizadas apenas para verificar e confirmar as demonstrações
teóricas e, não para produzir o conhecimento do objeto, pois este é conhecido pelo
pensamento.

Fonte: Elisa Riva por Pixabay.

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2. Empirista

Tem como modelo a Medicina grega e se desenvolve desde os


gregos até a história natural do século XIX. A Ciência é uma
interpretação dos fatos, baseada em observações e experimentos
que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas,
oferecem a definição do objeto, de suas propriedades e suas leis. A
experiência é capaz de verificar, confirmar e produzir conceitos.
Ocorre a preocupação em estabelecer métodos experimentais
rigorosos. Também, segundo esse modelo, a teoria científica era
uma explicação e uma representação verdadeira da própria
realidade, tal como esta é em si mesma.

Fonte: PublicDomainPictures por Pixabay.

3. Construtivista

Seu modelo vem da ideia de razão como conhecimento


aproximado. Teve início no século XX. Nele, a Ciência é
uma construção de modelos explicativos para a
realidade e não uma representação da própria
realidade. Realiza a combinação de procedimentos
racionalistas (utilização de um método que permita o
estabelecimento de axiomas, postulados, definições e
deduções) e empiristas (a experimentação guia e modifica os axiomas, postulados,
definições e demonstrações). Apresenta a verdade aproximada e não como verdade
absoluta. Exigências de seu ideal de cientificidade são:

Fonte: rawpixel por Pixabay

a) Coerência entre os princípios que orientam a teoria;

b) Construção de modelos dos objetos ou estruturas dos fenômenos, baseando-se na


experimentação e na observação;

c) Resultados devem alterar não apenas os modelos construídos, mas os próprios


princípios da teoria, corrigindo-a.

Ciência Antiga X Ciência Moderna

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O Conhecimento Científico

O conteúdo da ciência é o saber ou o conhecimento que ela produz. Mas, quem quer saber
ou conhecer a respeito de quê? Isto é: quem faz ciência? É o ser humano, inquieto e
perplexo perante os fenômenos e coisas que o cerca que, no esforço por explicá-los,
pratica ciência.

Pode-se dizer que praticar ciência é uma atividade tão antiga quanto os primeiros registros
da presença humana sobre a terra, como se percebe das antigas civilizações suméria,
egípcia, babilônica e grega, cujas contribuições ainda são importantes para os seres
humanos que praticam ciência, hoje.

É comum estabelecer, entretanto, fases no processo humano de praticar ciência. A


princípio, o ser humano observava as coisas e objetos à sua volta a fim de tirar o melhor
proveito do seu ambiente. Ele poderia, por exemplo, perceber a relação entre a pele
grossa de um animal e a proteção contra o frio, e, assim, aderir à prática de busca,
captura, morte e retirada da pele do animal. A partilha desse conhecimento gerava a
proteção não apenas dele, mas dos demais também.

A princípio, o ser humano observava as coisas e objetos à sua volta a fim


de tirar o melhor proveito do seu ambiente.

É possível que a utilização desse conhecimento fosse prático e imediato


demais para que os seres humanos, nesse período, fossem conduzidos a abstrações ou
teorias. Talvez, o mesmo não ocorresse com fenômenos e coisas que estavam além das
suas possibilidades de domínio. Como, por exemplo: de onde vem o frio e para onde ele
vai? De onde vêm e para onde vão as ondas migratórias de animais, isto é, por que os

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animais aparecem de repente e se vão repentinamente, também? Nesse momento, as


explicações se inclinam para considerar uma mão invisível que dirige a existência humana
em uma realidade que ele pouco consegue explicar por conta própria. Para muitos,
tratava-se de uma explicação religiosa ou teológica, para outros, era uma explicação
mítica, e, para outros, ainda, eram a mesma coisa.

Uma etapa seguinte é descrita como o momento em que o ser humano passa a usar a
cabeça. Duas coisas acontecem, aqui: ele se reconhece como um indivíduo que pensa, que
raciocina, isto é, que é capaz de, por meio de uma lógica interior, a razão, explicar as
propriedades ou fatores que permitiam à pele do animal aquecê-lo, ou a sucessão das
estações e as condições de seu ambiente, inclusive a migração dos animais.

Ao perceber a regularidade desses acontecimentos, esse indivíduo se torna capaz de criar


uma teoria: após o Outono virá o Inverno, que trará os animais cuja pele será capaz de
nos aquecer contra o frio. Saber ou conhecer isso e transmiti-lo para os demais indivíduos
e gerações se torna vital para a sobrevivência de todos. Este se torna o princípio, básico, é
verdade, de praticar ciência: "...através de uma lógica racional, levantar dados,
transformar estes dados em informações, estas em conhecimento, o qual pode se
transformar em teoria e, se for esta teoria aplicável em todos os contextos, a mesma
recebe o status de lei geral".#009

Assim, praticar ciência é buscar conhecimento. Porém, de qual conhecimento se trata?

Pacheco Jr. e Pereira assim descrevem os resultados do conhecimento científico:

- factual: derivado de fenômenos reais, ou seja, de toda existência que se manifesta


de algum modo;

- sistemático: deve apresentar uma ordenação lógica de conhecimentos


preexistentes, formando um sistema de ideias (teoria), possibilitando mostrar o
encadeamento das ideias que levam ao novo conhecimento do fenômeno estudado;

- verificável: deve haver a explicitação da sequência lógica do desenvolvimento do


trabalho, de modo a possibilitar a sua repetição e, assim, verificar o resultado da
hipótese* do estudo do fenômeno;

- contingente: dependente da situação em que o fenômeno é estudado e, assim, as


hipóteses ou proposições têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da
experimentação metódica e, deste modo, o contexto em que os resultados são obtidos
deve ser explicitado, para mostrá-lo e não originar dúvidas;

- falível: não é considerado definitivo, nem absoluto ou final, em virtude de haver


contextos diferentes para um mesmo fenômeno, exceto nos casos em que a teoria é
comprovada para todos os contextos, gerando uma lei científica;

- aproximadamente exato: que pode ser reformulado ou reavaliado, em razão de


possíveis outros caminhos para compreender um mesmo fenômeno, com o surgimento
de proposições alternativas e o desenvolvimento de novas técnicas, reduzindo os
vieses de análise.

É o ser humano, inquieto e perplexo perante os fenômenos e coisas que o cerca que,
no esforço por explicá-los, pratica ciência.
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Aula 3 - Método e Metodologia Científica

Objetivo: Você será apresentado à noção de método científico e à maneira da


execução da ciência e da metodologia científica, e ao modo de vincular a Teologia à
ciência e a seu método.

Método e metodologia

Metodologia da Pesquisa | Método e Metodologia Cientí ca

A Ciência se faz de algum modo, ela possui método e a partir dele ela desenvolve seu
saber, ela possui uma metodologia que lhe assegura ser mesmo ciência.

O Método

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Dentro da forma metodológica na qual se desenvolve a atividade científica de pesquisa, há


aquela maneira específica de realizar a pesquisa que, mais particularmente, se denomina
método e que trata dos procedimentos de realização da pesquisa e responde ao como
pesquisar ou como foi efetuada a pesquisa.

Método é uma palavra formada a partir da junção de duas palavras gregas que significam:

“com”, “através” ou “por meio de”, e,

“caminho”

Parafraseando, a palavra pode significar: o caminho para se chegar a um determinado fim.

Metodologia é a palavra formada pela palavra anterior mais outra palavra grega que
significa:

“método” ou “estudo”

De novo, parafraseando, a palavra pode significar: o estudo do(s) caminho(s)


empregado(s) para se chegar a um determinado fim.

O método tem a ver com a forma como o investigador raciocina sobre o assunto que ele
está pesquisando e a maneira como ele abordará o próprio assunto. Dito de outra forma,
trata-se da maneira como o pesquisador pretende conhecer o assunto que está
investigando.

1. Existem alguns princípios metodológicos gerais classificados da seguinte maneira:#010

a) método descritivo: processo de raciocínio em que se parte da premissa de que os


fenômenos para serem compreendidos em suas especificidades devem ser objetos de
estudo, com a subsequente descrição para possibilitar o conhecimento em relação aos
elementos envolvidos e respectivos relacionamentos;

b) método dedutivo: processo de raciocínio em que se parte de teorias e leis no


predizer a ocorrência de fenômenos específicos do objeto de estudo (conexão
descendente do raciocínio), ou seja, do geral para o particular e com o objetivo de
explicar o conteúdo das premissas de pesquisa;

c) método indutivo: processo de raciocínio em que se parte do conhecimento de


fenômenos específicos do objeto de estudo à formulação de teorias e leis (conexão
ascendente do raciocínio), ou seja, do particular para o geral e com o objetivo de
generalizar as premissas de pesquisa;

d) método hipotético-dedutivo: processo de raciocínio em que se parte da premissa de


que o conhecimento prévio (“teorias e leis”) não é universal e, desse modo, precisa ser
testado nos fenômenos específicos através da declaração de hipóteses e tentativa de
expor a “falseabilidade teórica” destas.

Método é sinônimo de técnica, isto é, os recursos que o investigador disporá para


abordar o seu assunto.

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2. Método é sinônimo de técnica, isto é, os recursos que o investigador


disporá para abordar o seu assunto, como: entrevistas, questionários,
análise documental, observação, etc.

A Metodologia Científica

Quanto aos princípios gerais da metodologia científica, diferenciam-se, em geral, duas


atitudes opostas:

1. empirismo: leva em conta apenas os dados iniciais e os resultados de um estudo,


descartando as teorias sem plena comprovação experimental.

2. racionalismo: confronta os postulados teóricos, produzidos pelo pensamento lógico,


com qualquer resultado prático, e subordina a investigação à hipótese.

De todo modo, faz parte do princípio metodológico da ciência contemporânea que:

a) todo conhecimento começa e termina com a experimentação do fenômeno,


iniciando-se com a sua observação e terminando com a sua comprovação empírica;

b) todo conhecimento se justifica em função da utilidade que ele pode oferecer;

c) todo conhecimento visa à construção de modelos da realidade e não à explicação da


realidade.

Assista esse vídeo explicativo (3 min) do Prof. David Mesquiati sobre


metodologia na pesquisa.

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Metodologia

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Aula 4 - Pesquisa como busca do saber

Objetivo: Você entenderá de que modo a pesquisa científica é a ação humana


determinada pela busca do saber ou conhecimento e o estado atual dessa
compreensão.

Pesquisa

Metodologia da Pesquisa | Pesquisa como busca do saber

Nós, seres humanos, vivemos fazendo coisas e para fazer coisas. Para isso é que serve o
que sabemos. De que adianta saber as notas musicais se não se faz uma música com elas?
De que adianta saber as regras de um jogo que não se pretende jogar? Saber, portanto, é
um meio de realizar alguma coisa na vida. E é exatamente a vida que exige e oferece a
matéria-prima para fazer o saber.

Hoje, sabe-se que o conhecimento


é um saber para a vida. Houve
tempo em que não se pensava
assim. O conhecimento se tratava
de um conteúdo perene, sempre à
disposição quando se precisava
dele, um armário de coisas bem
classificadas ao qual se recorria
conforme a necessidade do
momento. Pessoas com
conhecimento eram aquelas que decoravam bem a localização de cada escaninho do
armário. Naturalmente, para isso ela teria que passar a vida estudando cada posição e o
seu conteúdo, o que exigiria dela certo desligamento da vida. Entretanto, era para isso que

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a sociedade investia dinheiro, tempo e recursos em pessoas assim. Porque ela também
entendia que o saber era eterno, perene, e que estaria lá para sempre enquanto houvesse
pessoas que também estivessem ali como guardiães.

Hoje, sabe-se, também, que o saber para a vida é necessariamente adaptável às


circunstâncias e pode ser feito desde vários afazeres humanos, utilizando grande
diversidade de matéria-prima: cada pequeno artefato constituído pela criatividade das
pessoas. Houve tempo em que isto também não era pensado desse modo. O conhecimento
tinha um jeito, um modo para ser adquirido. Requeria um ser pensante capaz de lidar com
as coisas à sua volta de modo extremamente racional; sua qualidade principal deveria ser
uma altíssima capacidade de observação e de reprodução do que observado em sua
mente. Nela, faria todo o raciocínio que subjugasse os dados observados de modo a sugar
deles o conhecimento. Depois, era só elaborar causas e razões em equações eficientes que
transformassem aqueles dados em alguma coisa que funcionasse. Dominar a técnica,
reproduzir o ato da natureza em ato humano, pegar um evento único e multiplica-lo em
milhares e bilhões em uma linha de produção, isso era conhecer, em qualquer lugar, em
qualquer parte do mundo.

A Pesquisa Científica após a Virada da Linguagem*

A mudança contemporânea entre armazenar o conhecimento e torna-lo


multiplicável funcionalmente, e fazer o saber e torna-lo aplicável
vivencialmente, é de tal grandeza que muitos usam a metáfora da virada
para descrevê-la.

A mudança contemporânea entre armazenar o conhecimento e torna-lo multiplicável


funcionalmente, e fazer o saber e torna-lo aplicável vivencialmente, é de tal grandeza que
muitos usam a metáfora da virada para descrevê-la. Trata-se de mudar a direção, quando
se vira à direita ou à esquerda ao dirigir o carro; ou mudar a posição, quando se vira na
cadeira ou na cama; ou de virar o jogo, quando a derrota era certa e o time sai vencedor.
É uma reviravolta, uma sacudidela no estado das coisas, uma fuga da acomodação, a
rejeição da unilateralidade dos sentidos, um mudar para ver melhor, uma metanoia. As
pessoas que assim insistem em fazer o saber, hoje em dia, perguntam se não seria mais
confortante trocar a velha maneira de conhecer as coisas por outras, no plural mesmo,
caso isso fosse mais vantajoso ou desejável para os dias de hoje?

Essa virada pós-positivista em busca de fazer o saber foi antecedida por outra virada que
preparou o caminho: a virada linguística, a qual, por sua vez, preparou o caminho para a
virada narrativa. Apesar da preocupação desde sempre da filosofia com a linguagem, esta
somente se tornou ocupação verdadeiramente filosófica, isto é, objeto de investigação e
reflexão humana na virada do século XVIII para o século XIX, dominando a cena no século
XX.

O modo humano de fazer o saber é de natureza linguística, isto é, para pensar e falar
sobre o que sabe ele precisa saber a linguagem.

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A pergunta filosófica pela linguagem é quanto à relação existente entre as


palavras e as coisas que existem no mundo. O modo humano de fazer o
saber é de natureza linguística, isto é, para pensar e falar sobre o que sabe
ele precisa saber a linguagem. Todavia, até o século XIX, a linguagem era
somente o meio de expressão do pensamento, que era a representação
direta das coisas que existem no mundo. Todo o esforço de compreender como isso
acontecia estava concentrado na relação entre o pensamento e as coisas do mundo.
Somente a partir de então passou a ser estudada a relação existente entre o pensamento
e a linguagem e, depois, entre esta e a existência mesma das coisas no mundo.
Problematizando um pouco mais, surgem os seguintes pontos:

(a) qual o liame que existe entre a linguagem e as coisas existentes no mundo?

(b) que recursos a linguagem dispõe para realizar essa ligação?

(c) as coisas existentes no mundo, existem de fato, de modo objetivo e externo à


linguagem, ou elas existem a partir de seu vínculo com a linguagem?

Ela, a linguagem, é mais que uma língua falada por uma sociedade humana ou povo. Ela
se organiza como uma cadeia de ações humanas que começa pela indicação de um signo
(o objeto usado para representar algo no mundo), que forma a proposição (a frase que
descreve ou representa o estado de algo no mundo), que constitui o ato de fala (a
indicação de comportamento ou de conduta quanto a algo no mundo) e termina com o
discurso (a posição de alguém em relação a algo no mundo).

Destarte, a linguagem é um sistema de


interpretação que constitui todo o saber que
existe no mundo. Esta é uma afirmação
audaciosa ou pretensiosa, depende de como
alguém se sente em relação a ela. Por isso,
retornemos à questão mesma do saber. Saber
é algo que o ser humano faz, fabrica, produz,
como qualquer outro fruto da obra humana:
uma casa, uma nação, um jogo, uma mesa,
uma música, um sermão, etc. Nenhum desses
frutos aparece sem o conhecimento, pois é
preciso saber para fazer. O saber não está aí,
disponível, de modo que é preciso perguntar
por ele e pela maneira de consegui-lo.

Todavia, uma coisa é perguntar pelo saber para fazer uma casa, onde se precisa saber
quanto ao terreno e aos materiais, fazer os cálculos matemáticos necessários e
desenvolver as ferramentas adequadas, aquilo que chamamos de: ciência da natureza.
Outra coisa é perguntar pelo saber para fazer uma família que irá morar naquela casa,
onde se precisa saber acerca de como as pessoas se encontram, como se organizam e
como possibilitam a vida em família, aquilo que chamamos de: ciência do humano.

Diferenciando a Pesquisa Natural e a Humana

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Alguns acham que para realidades diferentes, ainda que inseparáveis, devem
empregados modos diferentes de fazer o saber.

Mas será que existe uma diferenciação entre o modo de fazer o saber da
ciência da natureza, e o modo de fazer o saber da ciência do humano?
Humano e natureza não estão um para o outro de modo inseparável? A ciência da natureza
estuda a realidade externa ao humano a fim de obter o saber acerca do modo como ela é
para que o humano saiba agir nela. A ciência do humano estuda a realidade interna ao
humano a fim de alcançar o saber acerca do modo como ela é para que o humano
desenvolva relações consigo mesmo, com outros seres humanos e com a natureza.

Alguns acham que para realidades diferentes, ainda que inseparáveis, devem ser
empregados modos diferentes de fazer o saber. Mesmo que isto pareça adequado, não
quer dizer que o mesmo ser humano tenha uma posição igualmente diferente quanto a
ambas. O humano que estuda a natureza é um intérprete de fatos experimentados na
natureza; o humano que estuda o humano é um intérprete de fatos experimentados na
coletividade humana. O estudioso da natureza e do humano é o mesmo humano, sendo ele
parte fundamental nesse processo, pois é ele quem interpreta. Esses fatos interpretados
hoje podem se repetir ou não amanhã. Não há como garantir que a chuva cairá do mesmo
jeito ou que um ato bondoso feito hoje será feito da mesma forma, e nem que a
interpretação será a mesma.

Isto quer dizer algumas coisas. Primeiro, que não existe um acesso imediato do humano à
natureza e ao humano, mas mediato, isto é, por meio dele, do que ele faz e do que diz,
isto é, do seu discurso. Segundo, fazer o saber é interpretar o discurso humano, e o que
temos, então, é uma mediação da mediação, pois passa a existir uma interpretação que
remete a outra interpretação. Terceiro, e por último, fazer o saber é constituir uma cadeia
infinita de interpretações, ordenando-a de modo que a vivência humana no mundo faça
sentido, isto é, sirva para localizá-lo no mundo que o cerca.

Os estudos da natureza estavam bem mais avançados, na Astronomia,


Física, Química, etc. Seus resultados pareciam tão de acordo ao modo
como as coisas eram no mundo, que parecia que o estudo do humano
deveria ser submetido ao mesmo regime de medição.

Wilhelm Dilthey, filósofo alemão do século XIX, deu grande avanço a essa mudança. Era
um tempo em que havia um renovado interesse nos estudos humanos ou das sociedades
humanas, estimulado pelo desenvolvimento das ciências históricas e antropológicas e do
surgimento de novas abordagens como a Psicologia e a Sociologia. Mas, os estudos da
natureza estavam bem mais avançados, na Astronomia, Física, Química, etc. Seus
resultados pareciam tão de acordo ao modo como as coisas eram no mundo, que parecia
que o estudo do humano deveria ser submetido ao mesmo regime de medição.

Ao invés de buscar um modo de fazer o saber o estudo do humano em semelhança com


aquele da natureza, usando da mesma medição, Dilthey procurou uma abordagem única e
distinta, desenvolvendo um modo próprio para o que chamou ciências do espírito. Por

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espírito, que traduz o alemão Geist, Dilthey queria dizer duas coisas:

Por um lado, [...] a capacidade intelectual e criativa do pensamento abstrato, o raciocínio


conceitual e lógico que distingue o ser humano de outras criaturas. [...] Por outro lado,
tudo que é produzido e modelado pela atividade criativa da mente humana. [...]
Linguagens, religiões, códigos legais, ciências, casas, jardins, ferramentas, máquinas e
ornamentos.

Para ele, uma coisa era a descrição de um metal como o ferro, suas propriedades e suas
possibilidades. Outra coisa era o que o ser humano fazia com ele, por exemplo, forjar uma
espada ou uma porta segura para um castelo. Portanto, o espírito era a vida mental
humana objetivada a partir e para dentro do seu ambiente ou contexto de vida, acessíveis
aos seus sentidos e à sua experiência no mundo, modelada por meio da sua ação. O
mundo está lá, fora da mente humana, mas o que dá sentido e define o agir humano
dentro dele está dentro da sua mente.

Dilthey, então, acentuou que era necessário um modo distinto de abordar esta mente
humana objetivante. Quando o ser humano busca por saber acerca de algo no mundo, ele
o faz com certa intenção, que dirige sua ação que se realiza por meio de regras, normas e
princípios. Ele não estará interessado no ferro a não ser que lhe atribua algum interesse, e
este está dentro dele, não no ferro.

Esse interesse humano não surge do vazio e nem mesmo de algum ponto dentro dele, mas
a partir da comunidade humana na qual ele se encontra. Seus interesses são reunidos por
meio da memória que se comunica de uns para os outros, ligando as suas necessidades ao
mundo exterior, a partir do que os seres humanos dentro dessa comunidade se relacionam
uns com os outros. Assim, todas as ações humanas estão ligadas umas às outras em um
contexto comunicativo ou ambiente de vida bem específico. Cada interesse humano pode
se tornar um objeto de abordagem do mundo exterior, e a atividade de transmitir esse
interesse e gerar as ações consequentes se tornam as disciplinas ou matérias de estudo
acerca dele, o modo de fazer o saber do humano.

A Ciência do Humano

Agir sobre a natureza era muito mais do que fazer descobertas nela, era dar um sentido à
sua ação, e isto não estava na natureza, estava no ser humano que nela agia. Essa foi a
contribuição de Dilthey. Isto ainda não queria dizer que este sentido retornava para o ser
humano, de modo a lhe dizer quem ele era, até que no Século XX, o filósofo alemão Hans
G. Gadamer partiu dessas ideias e da reflexão precedente de Heidegger e Bultmann, para
apontar o agir no mundo como a experiência a partir da qual o ser humano é capaz de
refletir e se autocompreender em relação a ele. Como ser finito e temporal, a experiência
é tudo o que ele possui, a partir da qual pode representar ou descrever a totalidade da sua
vivência no mundo. O ser humano não é uma mente que pensa uma realidade fora de si,
mas ele se vê refletido nessa realidade de modo que ele é ou se torna aquilo que ele vê, e
a realidade junto com ele.

Gadamer recuperou, para as Humanidades, o lugar e valor do preconceito ou da


subjetividade humana formada a partir de uma tradição ou uma comunidade histórica
na qual se dá e se transmite o conhecimento por meio de uma linguagem.
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Gadamer criticou o modo como as Humanidades assimilaram o modo de


fazer o saber adotado pelos iluministas. Eles partiram da ideia de que o ser
humano prejudicaria a aquisição do saber caso não se separasse da
natureza, pois suas percepções e opiniões instáveis oriundas de dentro dele
ou do meio onde vivia, poderiam distorcê-lo. Na busca da maior clareza possível, o ser
humano deveria portar-se do modo mais puramente racional, usando a linguagem mais
exata: da Matemática. Por isso, todo mundo tinha que aprender a fazer cálculos. Para
Gadamer, esta opção pelo raciocínio totalmente abstrato e pela postura humana a mais
neutra, deixou de lado a Linguagem, a manifestação mais concreta e imediata da
subjetividade e experiência humana. Sendo a comunidade humana guardiã da Linguagem,
perdeu esta a sua autoridade, visto que era apoiada e nutrida na memória histórica de
comunidades infindas através dos tempos, enfim em uma tradição.

Gadamer recuperou, para as Humanidades, o


lugar e valor do preconceito ou da
subjetividade humana formada a partir de
uma tradição ou uma comunidade histórica na
qual se dá e se transmite o conhecimento por
meio de uma linguagem, sendo esta, de modo
geral, de natureza narrativa. Ele constituiu o
fazer o saber como hermenêutico, pois ele se
dá mediado pela subjetividade humana e pela
sua comunidade de linguagem. Existem,
portanto, preconceitos, pressupostos ou pré-juízos legítimos que devem ser verificados,
evitados ou transformados ao longo do trabalho humano de saber e explicar algo que
existe no mundo. Isto se dá por meio da mediação dos preconceitos dos outros por meio
da atividade dialogante. Ao invés de fechar-se em seu próprio horizonte, o ser humano
deve procurar entender melhor o outro por meio da abertura às explicações que as
pessoas têm a oferecer. Fazer o saber, então, trata-se, de um diálogo entre comunidades
ou contextos, muito mais do que entre dois indivíduos.

A forma mais radical dessa maneira de apresentar o fazer o saber nas Humanidades, nos
dias de hoje, foi oferecida por Gianni Vattimo. Ele entendeu isto como exatamente um
fazer, isto é, um construir. Todo o saber é exatamente isso: uma construção humana, não
os fatos como são, realmente ou verdadeiramente. Para isso, interpretou o dito de
Nietzsche: não existem fatos, apenas interpretações, em termos da análise existencial de
Heidegger: não existe uma verdade objetiva quanto à Realidade, mas somente uma
interpretação, uma escuta e resposta seletiva conforme o que somos, enquanto somos a
partir do nosso interior.

Assim, para ele: a) conhecer é interpretar, isto é, vemos as coisas no mundo do modo
como elas aparecem para nós, não como de fato são; b) somente podemos falar acerca e a
partir do que vemos; c) essa fala não pode ser definitiva, pois diz respeito ao momento
eventual e histórico; d) como resultado de um interesse por uma situação histórica
igualmente determinada.

Não como ato objetivo de tomar conhecimento de um fato que permanece externo a ela,
mas como um fato que, ele próprio, passa a compor aquela mesma situação histórica à
qual co-responde.
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Desse modo, para Vattimo, toda explicação quanto à


realidade externa ao ser humano se reduz a uma
mensagem interna de um ser humano para outro,
sem a pretensão de esgotar todo o sentido das
coisas, pois nosso olhar sobre o mundo é antes uma
interpretação dos eventos a partir das circunstâncias
em que os vemos, do que o registro objetivo dos
mesmos. Isto foi chamado o fim da metafísica, isto
é, a dissolução da ideia tão ocidental de que existe
uma superestrutura mental acessível à racionalidade
humana que ofereça a cola para tudo o que ele vê
no mundo natural ou físico, e a partir da qual fazer
deduções ou elaborar hipóteses de como são as
coisas, na verdade.

O impacto fundamental desta diluição da


objetividade científica está na igualmente extinção das fronteiras e limites entre ciência e
religião, em especial, o cristianismo. Desde os iluministas, a ciência foi autoproclamada
como portadora única da verdade, sendo esta associada exclusivamente ao mundo
objetivo dos fatos. Se as afirmações científicas não dizem respeito aos fatos, mas à sua
interpretação, fica evidente que a religião também oferece uma interpretação ou
mensagem, a ser considerada válida no interior de uma comunidade que lhe dá
legitimidade no mundo.

No mundo pós-metafísico:

... o verdadeiro não é, sobretudo, correspondência da proposição com a coisa.


Mesmo quando falamos de correspondência, pretendemos aludir a proposições
verificadas no âmbito de paradigmas cuja verdade consiste antes de tudo no fato
de serem condivididos por uma comunidade.

Continuando nessa direção, o filósofo da ciência, Paul Feyerabend, propôs um modo muito
útil para fazer o saber, no estudo da natureza ou do humano, não importa, por ele
denominado anarquismo ou dadaísmo. Para ele, fazer o saber não é uma coisa óbvia e
simples que pode ser elaborada por meio de regras e métodos de antemão estabelecidos.
Como todo e qualquer afazer humano, ele requer a consideração da história, do contexto
no qual ele é produzido, até mesmo do senso de humor e da vida de quem o faz. Sendo o
mundo uma entidade ainda a ser completamente explorada e a humanização o fim de todo
empreendimento humano, inclusive o científico, não é possível reduzir o modo de fazer o
saber recorrendo a padrões universais, firmes e imutáveis, exigindo que todos em todo
lugar se sujeitem aos mesmos. Conforme Feyerabend, para longe do desejo de clareza,
objetividade e busca pela verdade, a busca pelo saber é marcada pela condição humana
pouco controlável, e, portanto, no que se refere a fazer o saber: tudo vale.

Assista esse vídeo de 2 minutos dando pistas sobre como descrever um quadro teórico
quando for elaborar seu projeto de pesquisa. Essa é uma aplicação prática do que
vimos nesta aula sobre o conhecimento e como usá-lo.

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Quadro Teórico

Para concluirmos, veja como Feyerabend sugere a adoção de uma metodologia pluralista:
deve-se trabalhar com todas as possibilidades, evocando qualquer hipótese, mesmo
aquelas que não sejam sustentáveis racionalmente, a fim de ampliar o máximo possível o
espaço da experiência humana de modo que ela contribua para fazer o saber. Este,
segundo ele:

...não é uma série de teorias coerentes, a convergir para uma doutrina ideal; não é
um gradual aproximar-se da verdade. É, antes, um oceano de alternativas
mutuamente incompatíveis (e, talvez, até mesmo incomensuráveis), onde cada
teoria singular, cada conto de fadas, cada mito que seja parte do todo força as
demais partes a manterem articulação maior, fazendo com que todas concorram
através desse processo de competição, para o desenvolvimento de nossa
consciência. Nada é jamais definitivo, nenhuma forma de ver pode ser omitida de
uma explicação abrangente.

Veja como a pesquisa científica é popularizada na contemporaneidade acessando o


site: http://veja.abril.com.br/noticias-sobre/pesquisa-cientifica/

É
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Aula 5 - Ética da Pesquisa Científica

Objetivo: Você será introduzido ao conhecimento da ética normativa e das virtudes e


perceberá a necessidade de uma ética para a pesquisa científica.

Ética e pesquisa

Metodologia da Pesquisa | Ética da Pesquisa Cientí ca

Algumas situações contemporâneas requerem a reflexão ética acerca do agir humano nas
sociedades atuais. Não se consegue mais constituir um saber ético geral e universal, é
preciso verificar o que se aplica a cada situação ou contexto. De fato, é esse contexto que
determinará a medida da necessidade e da exigência deste saber.

O Capitalismo gerou uma sociedade global na qual as atividades humanas foram


compartimentalizadas. Estas atividades adquiriram quase vida própria por elas mesmas,
isto é, são independentes da sociedade para sua existência e justificativa, tornando-se
necessário orientar a sua realização. Tais orientações existem há muito tempo, mas, as
novas relações globais entre capital e trabalho colocam novos desafios éticos na medida
em que as sociedades se misturam economicamente, e o mundo se torna uma grande
praça de negócios.

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A ênfase no agir histórico e social humano, típico da Modernidade, e elevado a valor


fundamental pela teoria marxista, levou a perceber a importância de orientar eticamente
este agir. Ainda, nos dias de hoje, valoriza-se a chamada conduta ética em áreas como: da
saúde, do direito, da administração, da política, das finanças e dos negócios, e até da
religião. A conduta humana na sociedade, antes de orientação privada e pessoal, se torna
cada vez mais pública e transparente.

As situações descritas acima fizeram com que o agir humano seja cada vez mais
submetido à avaliação pública. A cada dia, é também mais comum, desde esta exposição
pública, a formulação de juízos morais sobre os comportamentos das pessoas pela
sociedade em geral, inclusive juízos morais vindos das pessoas mais comuns, normalmente
em termos do que elas deveriam ou não fazer nas situações em que se encontravam.

Enfoques Deontológico e Teleológico

O enfoque deontológico entende que toda ação é boa porque assim ela se
constitui, e as suas consequências serão igualmente boas.

À parte da abordagem contextualista acima, existem dois outros enfoques


distintos acerca do agir humano na sociedade: o deontológico*, ou não-consequencialista e
o teleológico* ou consequencialista. O ponto de partida de ambos é que toda ação humana
deve, sempre, pretender o que é bom. Porém, a questão se trata de como pré-julgar esta
ação humana como boa: por si mesma ou por suas consequências.

O enfoque deontológico entende que toda ação é boa porque assim ela se constitui, e as
suas consequências serão igualmente boas. O enfoque teleológico afirma que só é possível
julgar uma ação como boa a partir das suas consequências ou da realização do seu fim. O
enfoque deontológico está baseado em critérios que afirmam se uma ação é boa ou não. O
enfoque teleológico se fundamenta nos resultados que se seguem às ações humanas, se

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eles foram bons ou não. Neste, trata-se de agir de tal modo a fim de alcançar uma vida
moral digna de ser louvada. Naquele, trata-se de cumprir os deveres e regras que regulam
e conformam a vida moral.

Ética Profissional

A Ética aplicada à conduta profissional se denomina deontologia. O uso


inicial desse termo é atribuído a Jeremy Bentham, que escreveu um livro
chamado: Deontologia, ou a Ciência da Moralidade.

A Ética normativa é a maneira pela qual a Ética é empregada para


prescrever determinados comportamentos considerados morais, notadamente entre as
profissões. Nos dias de hoje, a conduta profissional dos vários profissionais das áreas da
saúde, do direito, da administração, da política, das finanças e dos negócios, e até da
religião, é cada vez mais pública e transparente. Essa situação faz com que suas condutas
sejam cada vez mais submetidas à avaliação pública também. Não é incomum observar
que muitos dos filmes, séries e novelas de televisão apresentem o profissional como
alguém que toma decisões baseadas em uma determinada ética do dever.

A Ética aplicada à conduta profissional se denomina deontologia. O uso inicial desse termo
é atribuído a Jeremy Bentham, que escreveu um livro chamado: Deontologia, ou a Ciência
da Moralidade. De acordo com Abbagnano, por deontologia, Bentham queria designar
“uma moral fundada na tendência a perseguir o prazer e fugir da dor e que não lance mão
de apelos à consciência, ao dever etc”. Não parece ser esse o sentido de ética do dever
profissional ao qual nos referimos mais acima.

Mas, ainda segundo Abbagnano, há outro modo, proposto por Rosmini, de entender
deontologia, como: “as ciências normativas, aquelas que procuram saber o que e como
alguém deve ser para ser perfeito”. Desse modo, a ética seria o ponto mais elevado dessas
ciências, sendo ela uma espécie de doutrina sobre a justiça.

Existe uma informação mais ampla sobre o uso do termo deontologia no Dicionário de
Filosofia, de Ferrater Mora. Segundo este, o termo deon vem da língua Grega, significando
aquilo que é o obrigatório, o justo, o adequado. Desse modo, deontologia é a ciência do
comportamento adequado à luz de determinadas circunstâncias. Conforme Mora, para
Bentham se trata do estudo dos

... deveres que devem ser cumpridos para se atingir o ideal utilitário do maior
prazer possível para o maior número possível de indivíduos. Desse ponto de vista,
a deontologia é uma ciência de normas que servem de meios para alcançar certos
fins.

Isto equivale a dizer que você deve sempre pensar na maneira mais útil de realizar a sua
profissão de modo a atender o bem estar do maior número possível de pessoas, além do
seu próprio. A que se propõe, então, a deontologia? Descrever e determinar quais os
deveres que cabe ao ser humano cumprir em determinadas circunstância sociais, e muito
especialmente no âmbito de uma profissão específica.

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Esta reflexão culmina na formulação do código de ética profissional, normalmente


estudado pelo nome de deontologia. Os primeiros códigos foram direcionados para a
conduta médica em seu trabalho profissional. Depois passaram a ser usados também para
a conduta profissional no exercício de outras profissões e da atividade ministerial, também.

O Uso Normativo da Ética: a deontologia profissional

O estudo do papel normativo e regulador da Ética é chamado: deontologia.


Originada etimologicamente da língua Grega, esta palavra significa: ciência
do dever, mas é normalmente tratada na Ética como teoria do dever.

O estudo do papel normativo e regulador da Ética é chamado: deontologia. Originada


etimologicamente da língua Grega, esta palavra significa: ciência do dever, mas é
normalmente tratada na Ética como teoria do dever. Esta teoria trata acerca de quais
escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas, visando orientar a conduta
humana acerca do que deve ser feito em situações determinadas.

Como desenvolvimento da teoria do dever, e do esforço por aplicá-las a situações


profissionais concretas, temos os códigos de ética profissional, de caráter descritivo, pois
descrevem que escolha é a mais adequada perante certas situações, e até prescritivo, pois
indicam a melhor escolha a ser realizada. Por vezes, esta ética aplicada é chamada
Deontologia Profissional.

Enquanto a Ética reflete acerca da melhor conduta do ser humano na medida em que ele
busca fazer o que é bom ao seu próximo e no mundo em que vive, a ética ou deontologia
profissional procura definir esse bem agir nos termos de determinada profissão,
descrevendo ou prescrevendo o melhor fim para ela e qual a melhor conduta que o seu
profissional deve almejar para alcançar esse fim.

Ética da Virtude

Já que a felicidade é uma atividade da alma conforme à virtude perfeita, devemos


considerar a natureza da virtude: pois talvez possamos compreender melhor, por
esse meio, a natureza da felicidade. (Aristóteles)

O segundo enfoque ético é a ética da virtude. Este coloca sua ênfase na formação do
caráter moral visando ou tendo por propósito um fim que consiste no que é bom ou justo.
A palavra fim é tradução da palavra grega télos, que aponta para algo que se coloca como
alvo final, destino ou propósito para o qual se caminha ou se busca. Por isso o chamamos
teleológico. Neste caso,

tanto as virtudes como o telos da vida humana são vistos como fins em si mesmos.
Elas são expressas e manifestas como condutas práticas dentro de contextos
específicos. O que torna uma ação legitimamente moral é sua conformação à
virtude.

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05/05/2020 Aulas.

Responsabilidade como Virtude Ética para a Pesquisa Científica

Responsabilidade é uma dessas palavras que nos acostumamos a ouvir desde muito cedo,
ainda na nossa adolescência. Em nossos dias, é uma palavra sempre atrelada a alguma
área da nossa vida social ou pessoal. Como: responsabilidade civil, responsabilidade
empresarial, responsabilidade política, responsabilidade comum ou individual, e por aí vai.
Parece que todos a vinculam a alguma forma de amadurecimento, pois quanto mais o
tempo passa, mais se cobra das pessoas a responsabilidade. Portanto, a responsabilidade
está intimamente vinculada a algum desenvolvimento moral, pois é à consciência moral de
alguém que falamos quando pedimos que ela seja responsável.

Atos de responsabilidade também são atos morais, pois pede-se às pessoas que ajam com
responsabilidade. Sentir-se responsável por algo ou alguém também é parte da conduta
moral, pois se trata de um senso moral. A responsabilidade também é um valor moral,
uma vez que entendemos que as pessoas mais confiáveis são as pessoas responsáveis.
Veja que responsabilidade e confiabilidade andam juntas. E quando confiamos em alguém
cuja conduta se mostra irresponsável, nós a tratamos como indigna da confiança que
depositamos, como se ela nos tivesse traído.

Talvez por aqui seja possível começar a descrever o que seja esta disposição do caráter à
qual atribuímos tanto valor moral. Responsabilidade está próxima da atitude de cuidado.
De um modo ou de outro, todos carecemos de sermos cuidados por outrem. Não é à toa
que nos choca moralmente vermos mães que abandonam seus filhos recém-nascidos, ou
filhos que abandonam seus pais idosos, e os entregam à sorte para morrer. Logo
associamos o cuidado com a responsabilidade.

Porém, o cuidado requer tanto uma atenção ao algo ou alguém que se cuida quanto ao
sujeito que nos julga responsável para cuidar daquele algo ou alguém. Aquele que pratica
a responsabilidade, portanto, tem uma dupla responsabilidade: para com aquilo ou aquele
que cuida, e também para com aquele que lhe confiou o cuidado. Cuidar é sentir-se
duplamente responsável por alguma coisa diante de alguém.

Responsabilidade também está próxima da atitude de compromisso. Ser responsável é


comprometer-se. Por isso muitas pessoas não querem comprometer-se, porque elas não
querem ser responsáveis. Normalmente, elas dizem assim: “Não quero tomar conta disso,
porque depois vão cobrar de mim se algo der errado!” Comprometer-se com alguém é
sentir-se responsável por ela e aceitar as consequências da responsabilidade. Não há
meios de separar uma coisa da outra. Alguém que se compromete a cuidar de uma planta,
de um animal, de um bebê ou de uma senhora idosa e doente, está assumindo uma
responsabilidade e aceitando suas consequências. Caso aconteça algo à planta, ao animal,
ao bebê ou à senhora idosa, certamente a pessoa responsável terá que dar explicações a
quem o responsabilizou. Existe uma aliança, um pacto entre ambos. O compromisso a
coloca em uma situação com as outras pessoas, nas quais elas poderão pedir dele que aja
à altura do compromisso que assumiu.

Responsabilidade também está próxima da atitude de moderação. Esta atitude do caráter é


clássica dentre as virtudes morais. Não raro, as propagandas de bebidas alcoólicas pedem
aos seus usuários que “bebam com moderação”, às vezes trocando por “beba com
responsabilidade”. É que responsabilidade responde diretamente à moderação. Uma

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05/05/2020 Aulas.

pessoa responsável se esforçará em não fazer nada demasiadamente ou


insuficientemente, que a leve a faltar com a responsabilidade. Se ele cuida de um bebê,
dar-lhe atenção exagerada pode ser um problema para ele, mas também não dar nenhuma
atenção pode levá-lo à morte. A pessoa responsável sabe exatamente o meio-termo entre
as duas atitudes extremas.

Assim, agir com responsabilidade não quer dizer apenas dar tudo o que algo ou alguém
precisa, mas também não permitir o que lhe faria mal, caso fosse permitido. Veja como a
moderação é importante aqui. É como saber usar um remédio. Ele deve ser dado na
medida exata, pois muito dele ou pouco dele podem, ambos, matar o doente. Quanta
responsabilidade é exigida aqui! Veja que o remédio não tem responsabilidade, pois ele é o
que é. Sua excelência, sua virtude é sua capacidade de curar o doente. A excelência, a
virtude do ser humano que o manuseia está na responsabilidade com que age para com o
doente, administrando-lhe a dose correta. É por isso que assusta tanto a nós, seres
humanos, quando sabemos que pessoas se aproveitaram de uma vantagem para com um
doente a fim de fazer-lhe mal.

Quando alguém assume uma função pública, ela também está assumindo
a responsabilidade. Não dá para querer uma coisa, o privilégio, e não
querer a outra, a responsabilidade.

Há muitas formas de pensarmos no exercício da responsabilidade. Pense na


responsabilidade pública de um político, um(a) prefeito(a), um(a) governador(a), um(a)
presidente(a), um(a) juiz(a), um(a) delegado(a) de polícia, um(a) publicitário(a), um(a)
motorista de ônibus, um(a) guarda de trânsito, um(a) cuidador(a) de idosos, um(a)
carcereiro(a), um(a) pastor(a) ou um padre, um pai ou uma mãe, e assim vai a lista. O
que há de comum entre todos eles? Certamente, a responsabilidade. Todos esperamos que
eles ajam conforme a responsabilidade atribuída às funções públicas que ocupam, e que é
inerente a essas funções. Quando alguém assume uma função pública, ela também está
assumindo a responsabilidade. Não dá para querer uma coisa, o privilégio, e não querer a
outra, a responsabilidade. Por isso, não dá para entender quando muitas pessoas querem
os benefícios de uma função pública, mas não querem ser cobradas pela responsabilidade
que acompanha a função pública.

Talvez, em nossos dias, um dos principais temas vinculados à responsabilidade seja aquele
do cuidado do planeta Terra. Esta responsabilidade coloca sobre todos nós o cuidado,
compromisso e moderação no uso dos recursos do planeta, pensando na sua manutenção
e também em preservar um ambiente adequado à vida humana para as próximas
gerações.

Conforme ensina o filósofo Hans Jonas todo o desenvolvimento tecnológico que está em
nossas mãos nos torna tão grandes que precisamos de uma nova humildade. A humildade
só é possível desde que entendamos a enorme responsabilidade que o uso da técnica
coloca em nossas mãos. Veja, por exemplo, um gerente de banco, um operador de
telemarketing, um enfermeiro. Todos têm acesso a dados reservados de pessoas que estão
em contato contínuo com eles. Como eles devem lidar com essas informações chamadas
sigilosas? Claro, com responsabilidade. Mas como ensinar responsabilidade às pessoas?

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05/05/2020 Aulas.

Veja isso de outra perspectiva: uma pessoa que adquiriu o poder, pelo uso da técnica, de
refazer a própria história de uma pessoa, ou de curá-la de uma doença que a aflige
imensamente. Esta pessoa deve se perguntar se está preparada para utilizar esse enorme
poder, em que situações, em relação a quais indivíduos, em que medida, e assim por
diante. Isto se chama responsabilidade.

Estamos falando, talvez, de coisas muito distantes de nós. Mas, qual a responsabilidade de
alguém que joga comida fora, porque está satisfeito, quando lá fora, na rua, tem gente
que vai pegar aquela comida como a única refeição do dia? Qual a responsabilidade de
alguém que despeja fumaça no ar, adoecendo as pessoas à sua volta? Qual a
responsabilidade de alguém que a possui apenas para seu país, sua cor, sua raça, sua
religião, sua igreja, seu partido, sua minoria, quando os demais não fazem parte do seu
horizonte de cuidado e de compromisso? A responsabilidade, então, é uma virtude urgente
e, nesses dias de crise econômica, tornou-se um clamor mundial. Esta importante
disposição do caráter, tão requerida atualmente, chama-se responsabilidade. É preciso,
então, acordar para a grande necessidade que o mundo de hoje tem de homens e
mulheres responsáveis para com ele.

Esforço e Ética

A palavra esforço é definida como segue pelo Dicionário Houaiss:

1. intensificação das forças físicas, intelectuais e morais para a realização de algum projeto
ou tarefa;

2. aquilo que se faz com dificuldade e empenho, abrangendo, também, o seu resultado,
isto é, a obra ou trabalho realizado;

3. intensificação da atividade quando esta se acha bloqueada, cabendo aí o estímulo e a


animação;

4. coragem,destemor, valentia;

5. diligência, zelo.

Igualmente, diz-se do indivíduo “esforçado”:

1. que demonstra grande aplicação e vigor na realização de suas tarefas;

2. que apesar de pouco ou nada inteligente, empenha-se em realizar satisfatoriamente


suas tarefas.

Pensemos um pouco sobre esses usos da palavra esforço. Segundo o Dicionário, ela
descreve a intensificação, isto é, reforçar a força normalmente utilizada para a realização
de algo. Isto quer dizer que a força já está ali, na medida em que se faz necessária a sua
utilização. Existem tarefas, porém, que requerem uma concentração maior de energia e
empenho, um reforço da força. É o momento de um esforço maior, como se diz.

O espaço no qual este reforço de força se dá pode ser físico, intelectual ou moral, ou todos
ao mesmo tempo. Você sabe que há objetos a carregar ou atividades físicas que
ultrapassam o uso comum da força física. Imagine, por exemplo, quanto esforço físico está

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05/05/2020 Aulas.

por trás de um campeão olímpico, de um jogador de futebol correndo ininterruptamente


por 45 a 90 minutos, ou em um ajudante de pedreiro que descarrega um caminhão com
sacos de cimento. Você também deve pensar sobre seu próprio esforço como um
estudante. Não se trata apenas do quanto você se esforça para pagar a mensalidade, ou
para cumprir os horários de aula, ou para se deslocar de casa ou do trabalho para a escola.
Mas das horas de estudo que você dedica para aprender alguma questão difícil ao uso
normal do entendimento, ou para realizar uma tarefa intelectual mais complicada.

Está claro que o esforço requer, igualmente, uma dose maior de dedicação ao que se
propõe, daí o indivíduo ser chamado também de diligente e zeloso. São outras maneiras de
dizer que ele se entrega por inteiro à tarefa que se propôs, o que implica abandonar,
mesmo que por algum tempo, outras coisas que não contribuem ou impedem o seu
esforço necessário para aquela tarefa.

Está mais claro, ainda, que se entregar a determinada tarefa que requer, por vezes, uma
dedicação exclusiva e um esforço que vai muito além do que normalmente lhe é proposto,
exige boa dose de coragem e valentia. Nesse caso, a coragem é a capacidade da alma de
não ter medo perante o esforço que a análise da situação pela mente já antecipa como
necessário. Pode-se, também, pensar como não reter a disposição, isto é, não ceder à
vontade de não se esforçar.

É certo que existem tarefas para as quais certas pessoas têm mais facilidade do que
outras. Todavia, o fato de nascerem para determinada coisa não quer dizer que o esforço
seja desnecessário. Pense em um grande músico ou ator. Parece que ele possui suas
habilidades naturalmente, parece que ele não se esforça para tocar ou interpretar. No
entanto, se você acompanhar seu treinamento diário, descobrirá que em boa parte do seu
tempo ele se esforça por aperfeiçoar as suas habilidades naturais. Por outro lado,
certamente conhecemos pessoas que têm uma mínima habilidade natural para alguma
tarefa que se propõe ou que lhe é proposta. Mas, com esforço maior até que a pessoa do
exemplo anterior, ela consegue tocar ou interpretar tão bem quanto ela. Talvez, ela só
precise de mais esforço quanto à coragem e disposição.

Agora, perceba que o reforço da força também é necessário para a realização de um dever
ou tarefa moral. Substituamos estas palavras pelo termo usado nos textos clássicos da
Ética: obrigação moral. Formamos, assim, o seguinte entendimento: esforço moral é a
intensidade de energia moral dispendida para o cumprimento de uma obrigação moral.

Por vezes, obrigação é tratada como dever, o que não é algo muito adequado de se fazer. É
mais apropriado dizer que a obrigação é uma ação que corresponde ao dever. Primeiro é
preciso saber o que se deve fazer, para depois se sentir obrigado a fazer esse dever.
Dependendo da complexidade ou exigência do dever, então haverá necessidade de se
medir a intensidade de esforço necessário a ser empregado no cumprimento da obrigação.

Ser obrigado por um dever traz uma sensação de falta de opção, a pessoa fica “travada”.
Quantas vezes alguém ouve que é a obrigação dela ajudar com as tarefas da casa onde
mora? Quem afirma isso está dizendo que cada indivíduo que mora em um mesmo lugar
possui o dever de conservar esse lugar limpo, saudável e agradável para todos. Logo, esse
dever se torna uma obrigação, que poderá ser exigida, normalmente quando ela não é
cumprida.

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É, porém, em uma sociedade onde as pessoas mais se sentem obrigadas por determinados
deveres que ela impõe aos seus participantes. Todos já ouvimos falar do dever de
pagarmos nossos impostos para que a cidade ofereça os serviços que todos precisamos.
Pensado desta maneira, o pagamento de impostos é uma obrigação moral, e não apenas
fiscal, tributária, ou policial. Sem essa cooperação, a cidade ficará suja, descuidada,
impossível de todos viverem nela.

De igual modo, o dever daqueles que recolhem os impostos pagos é destiná-los para os
fins para os quais foram recolhidos. Ao fazê-lo, eles estão proporcionando a todos os
habitantes desta cidade uma vida saudável, de qualidade, que é o propósito de se viver em
uma cidade. Eles têm a obrigação moral de fazê-lo, pois eles têm um dever, um
compromisso para com aqueles que pagam seus impostos.

É possível notar que o dever e a consequente obrigação são para com uma comunidade de
pessoas, das quais dependemos, e que dependem de nós, para seu bem-estar e felicidade.
É possível, porém, que alguém não se obrigue às demais pessoas por dever algum. A
sociedade, então, estipula sanções a quem não cumpre suas obrigações para com ela.
Essas sanções podem ser informais, ou mesmo formais. Mas, elas sempre refletirão a
opção do indivíduo, isto é, ele não é obrigado a fazer o que se pede dele, a não ser pelo
dever moral. Tanto é assim, que, caso alguém não queira assumir essa obrigação, basta
não participar dessa comunidade. Ele pode se retirar e, então, suas obrigações cessarão.

Há dois problemas, portanto, com a questão da obrigação: em que ela se fundamenta e o


conhecimento e aceitação da obrigação.

Qual seria a base ou fundamento de uma obrigação? As respostas variam bastante. É


possível que a resposta esteja na própria pessoa, pois enquanto tal, ela tem compromissos
com as demais pessoas, com o lugar onde mora, com o planeta no qual habita, com as
gerações passadas e futuras. É possível que a resposta esteja na própria sociedade, pois
enquanto parte dela, a pessoa se vincula à sua moral, aos seus costumes, aos seus
valores, quer vê-la feliz e bem sucedida, ou entende que sua felicidade também será de
todos que dela fazem parte. É possível que a resposta seja Deus, pois enquanto crente em
sua existência e vontade, sabe que deverá agir segundo seus mandamentos, e estes o
vinculam ao mundo e às pessoas que o cercam. É possível que a resposta esteja em
valores compartilhados, para os quais todos se obrigam para a sua manutenção.

Por que e em que condições alguém deveria aceitar uma obrigação? Quanto a esta
questão, as respostas também são diferentes. Uma delas é que se há acordo entre as
pessoas acerca de um dever moral, então todos devem se sujeitar a ele. Outra resposta é
que se há uma lei moral acima de todos, para o Cristianismo, trata-se da lei divina, para
outros uma lei universal, então todos em toda parte têm a mesma obrigação de cumpri-la.
Mais uma resposta e que se as pessoas concordam acerca de alguns princípios práticos
que intuitivamente obrigam alguém, então todos são obrigados a viver segundo esses
princípios práticos. Uma coisa é certa, porém: o dever é mais do que uma coisa externa a
nós, e a obrigação de cumpri-lo é mais do que uma exigência de fora, mas algo que nós
mesmos percebemos como o certo a fazer em determinada situação.

Enfim, devemos voltar à questão do esforço moral. Ele foi definido, mais acima, como:
intensidade de energia moral dispendida para o cumprimento de uma obrigação moral.
Ora, por que seria necessário tal dispêndio de energia para cumprir uma obrigação moral?

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Primeiro, devido à nossa autonomia e liberdade. A obrigação moral é uma escolha na


medida em que podemos dizer não a ela. É claro que isso não acontece normalmente, pois
nascemos e somos moldados pela Moral de uma sociedade específica. É natural para nós
fazermos aquilo que já está interiorizado desde que somos educados nesta sociedade.
Porém, à medida que nos tornamos indivíduos maduros, tomamos conhecimento de outras
formas de procedimento e testamos nossas possibilidades morais, a obrigação moral para
com nossa sociedade passa a demandar grande esforço, muitas vezes.

Segundo, não é tão simples assim afirmar que somos seres modelados pela Moral de uma
sociedade específica. Também somos moldados por nossas experiências particulares e
pelos nossos interesses pessoais. Sempre existe conflito entre a nossa interioridade e as
obrigações morais que a sociedade nos impõe desde fora. Por vezes, trata-se mesmo de
escolhermos o que deverá prevalecer em cada caso, se a nossa vontade, a obrigação moral
para conosco mesmos, entenda aí a própria consciência, ou a vontade da sociedade. Esta
decisão, seja qual for, também requer muito esforço.

Terceiro, a sociedade ou a pessoa humana nunca permanecem as mesmas ao longo de


uma história. Ambas tendem a se modificar na medida em que forças, quaisquer que
sejam, atuam sobre elas. Isso pode significar mudança nos deveres que uma sociedade ou
um indivíduo impõem a si mesmos. Um período de grande turbulência como uma guerra,
uma revolução, uma epidemia, pode colocar obrigações morais que exigirão muito maior
esforço que outros tempos. Sobretudo, a transformação de uma sociedade ou de um
indivíduo pode acarretar que se repense um conjunto de obrigações morais que já não faz
sentido, nem para a sociedade e nem para os indivíduos dentro dela.

Bem, haveria muito mais a dizer a esse respeito. Mas, apenas uma coisa mais. Sempre
que se fala de esforço, se pergunta ao final: será que todo o esforço valeu ou valerá a
pena? Certamente o prazer de agir, esforçando-se moralmente para cumprir um dever já é
uma grande recompensa. A pessoa moralmente bem formada já ficaria satisfeita com isso.
Se isso não basta, é preciso pensar nos muitos benefícios às pessoas e à sociedade quando
um dever é bem cumprido. Neste caso, maus exemplos, inclusive e, sobretudo, de
autoridades, que deveriam se esforçar mais que outros para cumprirem sua obrigação
moral, e não o fazem, não devem ser seguidos ou usados como justificativa moral para
eximir-nos das nossas próprias obrigações. Pense nessas coisas...

Leia excelente livro de: SAVATER, Fernando. Ética para meu filho. 2a ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1996. Cap. 7 PONHA-SE NO LUGAR DO OUTRO p. 115-136.

Pense a respeito: Por quê e de que modo desenvolver uma atitude


responsável na produção de uma atividade científica?

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Aula 6 - As Etapas da Pesquisa Científica

Objetivo: Você será introduzido ao entendimento da natureza da pesquisa científica e


as suas etapas e ao modo de registro dos seus resultados.

Etapas da pesquisa

Metodologia da Pesquisa | As Etapas da Pesquisa Cientí ca

A pesquisa científica é uma tarefa rigorosa, árdua, mas geralmente prazerosa. Ela
demanda, dependendo da área do conhecimento, pesquisas de campo, pesquisas
bibliográficas, análises laboratoriais etc.

A Natureza da Pesquisa Científica

De que se trata a pesquisa científica, então?

Da busca do conhecimento científico, transformando dados em informações e que


estas sejam utilizáveis nos diversos meios de produção, de modo organizado,
racional e seguindo regras preestabelecidas ou que venham a ser reconhecidas
como válidas, possibilitando a formulação de teoria e leis dos fenômenos.

Do ponto de vista da sua finalidade, a pesquisa

...visa a produção de conhecimento novo, relevante teórica e socialmente


fidedigno. [...] ...ele subentende um conhecimento que preenche uma lacuna
importante no conhecimento disponível em uma determinada área do
conhecimento. O julgamento último da novidade e da importância do conhecimento
produzido é feito pela comunidade de pesquisadores que estudam aquela área de
conhecimento.

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Ainda, segundo de Luna, a pesquisa científica deve perseguir os seguintes objetivos:

1. demonstração da existência (ou da ausência) de relações entre diferentes


fenômenos;

2. estabelecimento da consistência interna entre conceitos de uma dada teoria;

3. desenvolvimento de novas tecnologias ou demonstração de novas aplicações de


tecnologias conhecidas;

4. aumento da generalidade do conhecimento;

5. descrição das condições sob as quais um fenômeno ocorre.

Conforme ele, uma pesquisa considerada científica deve suprir os seguintes requisitos:

1. a formulação de um problema de pesquisa*, isto é, de um conjunto de perguntas


que se pretende responder, e cujas respostas mostrem-se novas e relevantes teórica
e/ou socialmente;

2. a determinação das informações necessárias para encaminhar as respostas às


perguntas feitas;

3. a seleção das melhores fontes de informações;

4. a definição de um conjunto de ações que produzam essas informações;

5. a seleção de um sistema para tratamento dessas informações;

6. o uso de um sistema teórico para interpretação delas;

7. a produção de respostas às perguntas formuladas pelo problema;

8. a indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas (ou seja, por que
aquelas respostas, nas condições da pesquisa, são as melhores respostas possíveis?);

9. finalmente, a indicação da generalidade dos resultados, isto é, a extensão dos


resultados obtidos; na medida em que a pesquisa foi realizada sob determinadas
condições, a generalidade procura indicar (quanto possível) até que ponto, sendo
alteradas as condições, podem-se esperar resultados semelhantes.

As regras preestabelecidas ou reconhecidas como válidas são


estabelecidas em bases filosóficas ou conforme determinada abordagem
ao objeto de estudo.

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A Formulação da Pesquisa Científica

As regras preestabelecidas ou reconhecidas como válidas são estabelecidas em bases


filosóficas ou conforme determinada abordagem ao objeto de estudo. Uma ou outra forma
serve para a formulação da metodologia de pesquisa. No caso da abordagem, o que é mais
comum, é feita da seguinte maneira:

1. pesquisa exploratória: como o objeto de estudo não é muito conhecido, faz-se uma
investigação inicial a fim de conhecê-lo melhor.

2. pesquisa teórica: ela procura reunir, organizar e sistematizar o conhecimento


existente acerca de algum objeto de estudo, permitindo conhecê-lo por inteiro bem
como propor novas possibilidades de conhecimento a seu respeito.

3. pesquisa aplicada: a partir do conhecimento existente acerca de algum objeto de


estudo procura desenvolver suas consequências e possibilidades em seu contexto
específico.

As Etapas da Pesquisa Científica

É possível perceber que não é fácil praticar ciência, isto é, realizar pesquisa científica. Ela
requer trabalho metódico, isto é, seguir etapas pré-estabelecidas em função de resultados
que se deseja obter, o que se chama rigor metodológico.

Um método comumente explorado e bastante útil trata-se da Metodologia da


Problematização. Ele é comumente empregado nas áreas da Ciências Humanas,
especificamente, as Sociais. Ela é descrita do seguinte modo:

1. Observação da Realidade social, concreta. Identificação das dificuldades,


carências, discrepâncias que podem ser problematizadas.

2. Reflexão sobre as possíveis causas da existência do problema em estudo.


Constituição ds razões para a existência do problema visnado compreender a sua
complexidade multiplamente determinada.

3. Busca das informações necessárias para a explicitação do problema. Uso da


biblioteca, de revistas especializadas, pesquisas já realizadas, jornais, atas de
congressos etc.; de especialistas sobre o assunto; de observação do fenômeno em si.
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4. Encaminhamento de possíveis soluções. Construção de hipóteses como fruto da


compreensão profunda que se obteve sobre o problema, investigando-o de todos os
ângulos possíveis.

5. Aplicação das soluções à Realidade social observada. Requer uma opção


visando à práxis transformadora do problema observado.

Outro modo de proceder é seguindo as etapas já tradicionais da seguinte forma:

1. Reconhecimento da Problemática

Reconhecer uma problemática que requeira a pesquisa científica implica em ter razoável
conhecimento de um determinado assunto a ponto de perceber alguma lacuna que, sendo
investigada, contribua para o aumento do conhecimento sobre esse assunto. Esse
conhecimento antecipado é obtido pela observação, pelo estudo do que já se conhece
sobre esse assunto, a chamada literatura técnica, e pela descrição da situação que conduz
à lacuna percebida. O resultado desse processo é a problemática ou problematização, isto
é, o pesquisador terá a noção exata do que procura.

2. Planejamento da Pesquisa

O planejamento da pesquisa é a etapa decisiva e fundamental onde o


investigador dirá de onde ele parte, qual o caminho que percorrerá para
chegar a qual lugar.

Nesta etapa metodológica, já se sabe o que se quer pesquisar e é necessário


planejar a sequência do desenvolvimento da pesquisa. É o momento onde se levantam as
possíveis relações entre o conhecimento existente e a lacuna que a pesquisa procurará
preencher, sendo mais que uma conjectura ou suposição, sendo uma ou mais hipóteses. As
consequências ou os objetivos da pesquisa, isto é, o que pode significar tanto a relevância
da pesquisa quanto os resultados que elas podem contribuir, também fazem parte desse
momento. Ainda, deve-se planejar como será feita a coleta dos dados, como eles serão
classificados, analisados, avaliados e registrados.

Assim, o planejamento da pesquisa é a etapa decisiva e fundamental onde o investigador


dirá de onde ele parte, qual o caminho que percorrerá para chegar a qual lugar. Será fácil
se ele conseguir responder com clareza às seguintes perguntas:

O quê ele está pesquisando? Porque ele está pesquisando esse assunto? Como ele
pretende pesquisar esse assunto? Onde ele pretende pesquisar esse assunto? Qual o
tempo de ocorrência do assunto será pesquisado? Quem fará a pesquisa, com que pessoal
envolvido e quem será investigado? Quanto tempo, dinheiro, pessoas e outros recursos
serão necessários para a realização da pesquisa?

3. Execução da Pesquisa

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Uma vez planejada a pesquisa, segue-se, naturalmente, a sua execução. Esta etapa
envolve uma série de fatores que o pesquisador já percebeu e planejou no decorrer das
etapas anteriores, como: preparação, tempo, recursos, meios, ações a realizar, etc.

4. Conclusão da Pesquisa e Comunicação dos Resultados

Toda pesquisa tende a um ou mais resultados e ela finaliza, sempre, com


um relatório final no qual se descreve o processo da investigação, se
houve e como aconteceu a solução da problemática, se os objetivos
foram alcançados em termos de relevância e resultados.

Toda pesquisa tende a um ou mais resultados e ela finaliza, sempre, com um relatório final
no qual se descreve o processo da investigação, se houve e como aconteceu a solução da
problemática, se os objetivos foram alcançados em termos de relevância e resultados.
Sempre se entende que praticar ciência é uma atividade que interessa não apenas ao
pesquisador, e, por isso, se espera pela divulgação dos resultados em um espaço público,
normalmente: revistas, periódicos, congressos, seminários, e outros ambientes referentes
ao assunto pesquisado; e na forma de publicações técnicas: monografias, dissertações e
teses.

Os Diversos Modos de Comunicação da Pesquisa Científica

São vários os níveis de registro da pesquisa científica. Alguns exemplos são:

1. Artigo Científico

São comunicações, às vezes parciais, do progresso de uma pesquisa em uma área


científica. Geralmente, são publicados em revistas destinadas a esse fim ou especializadas
após uma avaliação por um corpo de pesquisadores na mesma área de estudos.

2. O TCC* – Trabalho de Conclusão de Curso

Não exige grandes aprofundamentos no tema proposto, nem requer pesquisa inédita, pois
visa recuperar, articular e demonstrar conhecimentos adquiridos durante o curso de
graduação ou pós-lato-sensu, em relação à área de estudos. Possui baixa exigência em
rigor teórico. Pode ser uma apresentação de slides, projeto etc.

3. Monografia

Requer um maior esforço técnico-teórico e um projeto prévio da pesquisa a ser realizada.


Devido a isso há a necessidade de pesquisa também prévia para a construção do projeto e
planejar suas fases de execução. Baseia-se normalmente na pesquisa bibliográfica e
recuperação de informações sobre o tema proposto, bem como sua organização
sistemática a partir de métodos pré-definidos. O final, também chamado de Relatório de
Pesquisa, deve ser elaborado conforme as exigências formais da ABNT*.

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05/05/2020 Aulas.

4. Dissertação

Conforme os autores citados este trabalho é parecido com a monografia, mas exige um
maior aprofundamento do assunto proposto e capacidade de sistematização metódica do
pesquisador. Ele também requer um uso mais criterioso do método e das técnicas de
pesquisa. O relatório final é de maior porte e deve ser avaliado por uma banca mediante
apresentação. Geralmente ´´e um trabalho requisitado nos cursos de mestrado
acadêmicos e profissionalizantes.

5. Tese

A tese é um trabalho de pesquisa de alto nível técnico-teórico, própria dos cursos de


doutorado. Além de ser uma pesquisa original ela exige um rigor metodológico e de
sistematização superior aos demais trabalhos. O estudo nela desenvolvido deve ser
caracterizado pela originalidade, inovação e a produção de novos conhecimentos. É um
trabalho de grande porte e que necessita de um prazo bem maior para ser elaborado.

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05/05/2020 Aulas.

Aula 7 - Leitura, Texto e Sentido

Objetivo: Você será introduzido às diversas noções e possibilidades de leitura a fim de


habilitar-se para o enfrentamento de textos científicos que serão utilizados na
elaboração da pesquisa acadêmica.

Leitura e sentido do texto

Metodologia da Pesquisa | Leitura, Texto e Sentido

Quando alguém escreve um texto, está se colocando como um emissor que pretende
emitir uma mensagem para um receptor. A mensagem é pensada pelo autor, codificada
mediante signos e transmitida ao leitor. Portanto, ao redigir, o autor/emissor procede à
codificação da mensagem a ser transmitida; o leitor/receptor, ao ler o texto, procede à
decodificação da mensagem do autor, para então apropriar-se dela em seu pensamento,
assimilando-a, personalizando-a e compreendendo-a. Esse é ciclo completo do processo da
comunicação entre os sujeitos humanos.#011

Leitura e leitura(s)

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05/05/2020 Aulas.

A leitura não é uma, mas muitas.

Existe a leitura direta, aquela na qual observamos as palavras reunidas em uma frase:
“Jesus partiu o pão e deu a eles”, e intuitiva: entendemos imediatamente o que as
palavras assim ajuntadas estão dizendo: “um homem chamado Jesus separou em partes
um pão e deu cada parte a um grupo de pessoas que estavam com ele”.

Nesse nível da leitura, fazemos perguntas a partir daquilo que lemos a fim de nos
relacionarmos com o mundo tal qual o experimentamos. Assim, a frase acima desperta as
seguintes interrogações: “Quem foi esse homem chamado Jesus? Que situação era aquela?
Quem eram as pessoas às quais ele deu um pedaço de pão?” Na maioria das vezes, é esse
o modo de leitura que estamos acostumados a realizar, inclusive do texto bíblico.

Existe a leitura direta, aquela na qual observamos as palavras reunidas


em uma frase: “Jesus partiu o pão e deu a eles”, e intuitiva: entendemos
imediatamente o que as palavras assim ajuntadas estão dizendo.

A leitura fica um pouco mais complicada quando prosseguimos e lemos que Jesus disse:
”Isto [o pão] é o meu corpo partido por vós”. Jesus mesmo leva o leitor a ver um
significado (a relação entre o pão partido e o seu próprio corpo físico). Pela afirmação de
Jesus, somos levados a outra dimensão ou nível de leitura que exige muita imaginação
(pois você deve ser capaz de visualizar um corpo despedaçado como os pedaços de um
pão) para abstrair (extrair o seu significado a partir de um raciocínio totalmente
intelectual), pois somente pode acontecer dentro de nossa mente.

Prosseguindo a leitura da narrativa, somos tomados pela interrogação pelo sentido da ação
de Jesus: “o que quer dizer isto que Jesus fez partindo o pão e dando às outras pessoas?”
Então, encontramos ainda outra frase de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. Agora, o
leitor é conduzido a outra dimensão da leitura. Pois o texto trata da orientação de um
comportamento. É certo que Jesus e eles sempre partiram e comeram pão. A partir
daquele momento, porém, eles sempre deveriam partir o pão e comê-lo juntos para se
recordar do que Jesus fizera e do que Jesus dissera. A memória ou a recordação daquele
momento jamais deveria ser apagada e o modo de fazê-lo era repetir a mesma ação com
esse sentido e significado novo que foi dado por Jesus.

Enfim, a leitura acaba por somar ao conhecimento que temos do mundo, das coisas e
acerca de nós mesmos. E, aqui, temos que nos estender um pouco mais. Quando se faz
uma leitura também está se utilizando certo conhecimento já possuído para adquirir outro
que, por sua vez, permitirá que se faça nova leitura e assim nosso conhecimento vai se
ampliando. Para que isso aconteça, qualquer leitura deve partilhar de um conhecimento
comum a todos, caso contrário, seu fim que é exatamente reunir e dispor o conhecimento,
não se realiza.

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Os Modos do Texto

A partir do seu desenvolvimento cultural, a humanidade também


aperfeiçoou sua habilidade de comunicação, inclusive para servir à sua
experiência artística.

A partir do seu desenvolvimento cultural, a humanidade também aperfeiçoou


sua habilidade de comunicação, inclusive para servir à sua experiência artística. Com isso,
surgiu o texto literário, aquele elaborado pelo homem com a intenção de comunicar a sua
própria subjetividade, o modo como ele vivenciava a realidade a partir de suas intuições e
percepções individuais e o modo como ele a expressava por meio de seus sentimentos e
pensamentos pessoais.

Os antigos gregos se encarregaram de descrever uma classificação para essa atividade e o


fizeram chamando-os modos ou gêneros. Foram eles:

Gênero lírico: o homem expressa suas emoções, ideias, impressões e sentimentos, enfim,
seu mundo interior a partir de textos elaborados nos quais fala o seu próprio Eu, como na
poesia.

Gênero épico: o homem conta uma história, como um narrador, de outras pessoas e seus
acontecimentos, que interessam a um ouvinte ou leitor, como na literatura.

Gênero dramático: o homem conta uma história, como um narrador, de situações


particulares de outras pessoas e seus acontecimentos, na maioria das vezes, para ser
reproduzido, como no teatro.

Na Modernidade, desenvolveu-se um gênero derivado daquele épico chamado prosa, que


se popularizou no que conhecemos como romance, novela, conto, crônica, etc.
Comumente, ele é chamado gênero narrativo, constituído de uma organização comum:
enredo, personagens, espaço, tempo e um narrador que apresenta seu ponto de vista da
história narrada.

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Com a proliferação do gênero narrativo na experiência humana atual, desenvolveram-se


também os estudos literários. Eles procuram descrever em que consiste a narrativa como
também demonstrar o caminho pelo qual o leitor de uma narrativa é conduzido ao seu
entendimento por determinada estratégia narrativa presente no texto narrativo.

O Texto Narrativo

1. A narrativa

O gênero narrativo trabalha com o desenvolvimento de uma história ao


longo de um determinado tempo e espaço. E esse traço é importante e
necessário para diferenciar a narrativa, por exemplo, da descrição, onde
simplesmente se nomeiam objetos e personagens presentes em uma
história.

O que quer dizer isso? Bem, as obras literárias são agrupadas em famílias: o gênero, que
reúne as mesmas características escritas: literário. Existem duas famílias principais: o
lírico e o narrativo.

O gênero narrativo trabalha com o desenvolvimento de uma história ao longo de um


determinado tempo e espaço. E esse traço é importante e necessário para diferenciar a
narrativa, por exemplo, da descrição, onde simplesmente se nomeiam objetos e
personagens presentes em uma história. E, também, da representação ou relato de
acontecimentos sem nenhuma ligação ou conexão causal entre eles, isto é, somente são
mencionados.

Comumente, uma narrativa lida com uma mistura de personagens e objetos que se
vinculam uns aos outros por acontecimentos que se desenvolvem ao longo de certo
período de tempo e que, necessariamente, conduz a um fim, uma consumação. É o famoso
the end no final da história.

Por exemplo: dizer que Júlio e Maria se encontraram no shopping e que ela vestia uma
calça jeans e uma camisa branca, não é uma narrativa. Mas, dizer que eles se encontrarem
no shopping, fizeram compras, viram um filme e, depois, lancharam e Júlio a levou para
casa, ao final, é uma narrativa.

2. A Narração

Outro conceito fundamental da narrativa é o ato de narrar: a narração. Um narrador


precisa de alguém que o ouça e que partilhe com eles as mesmas experiências. E, na
medida em que as experiências comuns ficam mais distantes, porque as pessoas também
ficam mais separadas uma das outras, então o ato de narrar se desvaloriza. Esta foi a
conclusão do filósofo alemão Walter Benjamin.

Conforme ele, a experiência passada de pessoa a pessoa é a fonte de toda e qualquer


narração. Entre as narrativas escritas, as melhores são as que menos se distinguem das
histórias orais contadas por inúmeros narradores anônimos. De fato, o ser humano que
anda pelo mundo é a fonte principal para narrativas. É o narrador ideal.

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Além disso, ele é o portador de um senso prático, pois a verdadeira narrativa tem sempre
uma função utilitária: ensinamento moral, sugestão prática, provérbio, norma de vida. Na
verdade, o narrador é um conselheiro, usando a sua experiência para orientar a
experiência de outro. Ele é um sábio e um artista que transmite sua sabedoria por meio
das histórias que conta.

Na verdade, tudo pode ser narrado. Um evento, um objeto, uma lembrança, um encontro,
um lugar, uma cena, podemos dizer que todo evento, costume ou prática cultural humana
é propício a uma boa história. Qualquer pessoa, desde que observadora do seu cotidiano,
se candidata a ser excelente contadora de histórias.

Talvez Benjamin estivesse errado ao limitar o ato de narrar àquilo que um ser humano
partilha com outro em sua conversação comum. Hoje, ele está presente em um jornal ou
revista semanal, em uma história em quadrinhos, em um filme, em um videogame, em
uma propaganda, em um discurso, em um argumento científico, em uma música, em um
videoclipe, e assim por diante. Isto quer dizer que nós, seres humanos, continuamos a
narrar ainda que mudem os contextos de comunicação.

A Leitura dos Textos nas Condições de Vida do Leitor Atual

Entretanto, é muito difícil ligar essas duas condições de existência do texto, histórica e
literária, ao seu leitor atual. Isso porque nós, leitores atuais, somos diferentes,
historicamente e culturalmente, das antigas audiências desses textos. Na verdade, somos
observadores intrusos de outra realidade que não é a nossa. A língua não é a mesma, por
isso fazemos uso de traduções. Questões atuais, que nos tocam profundamente, não estão
presentes nas histórias bíblicas e tentar força-los resulta em ambiguidades e distorções em
relação à mesma.

Esse modo de fazer a leitura focada no leitor atual requer que se desperte nele um
conjunto de competências que vai além das contribuições da ciência histórica e mesmo da
literária.#012 É necessário uma competência linguística: a organização e uso das palavras
em frases e períodos de forma coerente e coesa que modelam uma história; um
competência enciclopédica: o conjunto de conhecimentos gerais retidos pelo leitor desde a
leitura de outras histórias, inclusive do seu cotidiano; uma competência interacional:
resultante da capacidade e habilidade do leitor atual em dialogar com a história desde os
sinais deixados pelo Narrador a fim de estabelecer a comunicação com seu ouvinte.

A Leitura dos Textos como um Evento Situado Contextualmente

A leitura é um ato comunicativo que consiste no envio de uma mensagem da parte de um


destinador a um destinatário. Toda mensagem comporta duas fases: o contexto e o código.

Um exemplo é a mensagem: “a maçã é vermelha”.

A leitura é um ato comunicativo que consiste no envio de uma mensagem


da parte de um destinador a um destinatário. Toda mensagem comporta
duas fases: o contexto e o código.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 46/113
05/05/2020 Aulas.

A frase parece óbvia. Afinal, quem não compreenderia esta mensagem? Mas, o estudioso
da comunicação romeno Roman Jakobson demonstrou que isso não é tão simples assim.
Para que destinador e destinatário se entendam, eles devem saber o que é uma maçã e o
que é a cor vermelha.

Ambos precisam do contexto ou da referência, isto é, o mundo ou realidade no qual


existem maçãs que são da cor vermelha. Eles também precisam dominar um código, saber
diferenciar maçã de maça e de taça, ou seja, a língua e o modo correto de manuseá-la a
fim de se entenderem mutuamente sobre a palavra maçã cuja cor é a palavra vermelha.

A Leitura dos Textos como Preocupação Inclusiva com o Leitor

Embora seja bastante óbvio que uma história é contada para ser ouvida ou lida por alguém
capaz de compreender seu significado e atribuir um sentido a ela, pouca atenção foi dada
ao papel e função do leitor até bem pouco tempo atrás.

Pode-se falar de um ouvinte ou leitor real, que participa do mundo real do autor da
história, e de um leitor inclusivo, que também participa do mundo comunicado pela
história. Por vezes, ambos os leitores podem coincidir, por vezes, não, pois para ser um
leitor inclusivo não basta ser contemporâneo do autor nem da história, é preciso entrar no
mundo da história.

Parece um pouco paradoxal, porque uma história pode não existir em um mundo real,
pode ser uma fantasia, fruto da imaginação do autor, mas para que o leitor participe da
história, ele precisa se incluir nela, torna-la real para si mesmo pelo menos enquanto lê a
história.

Todavia, não é incomum acontecer que a história saia de seu mundo para penetrar no
mundo do leitor real e agir de modo específico nesse mundo, de modo que as barreiras
entre o mundo imaginário da história e o mundo real do leitor não são tão impermeáveis
assim, elas podem se influenciar mutuamente.

A coisa importante é descobrir quais são os caminhos pelos quais o leitor real se introduz
no mundo da história e por quais caminhos o mundo da história se insere no mundo real
do leitor. E, mais importante que isso, como essa mútua influência resulta em uma
mudança na vida do leitor real.

A Leitura dos Textos como Modo de Adquirir e Atribuir Sentido à


Experiência Humana

E é igualmente claro que o empreendimento humano vai além de obter as


informações adequadas acerca do mundo no qual vive o ser humano, é
preciso aprender como viver nele.

A leitura é um meio para se adquirir e atribuir o sentido que a pessoa


humana dá à sua experiência no mundo em que vive. É evidente que existe uma sabedoria
a adquirir na vida, para a qual o conhecimento científico tal como é conhecido,
tradicionalmente, oferece muito pouca possibilidade.

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05/05/2020 Aulas.

E é igualmente claro que o empreendimento humano vai além de obter as informações


adequadas acerca do mundo no qual vive o ser humano, é preciso aprender como viver
nele. Então, pode-se falar de uma racionalidade narrativa, na qual as histórias preenchem
uma lacuna no modo como os seres humanos, atualmente, entendem a realidade e que
ajuda a compreendê-la melhor.

A Leitura dos Textos como Proposta de Reorientação de Vida para o


Leitor

A leitura de uma história consiste em uma espécie de experiência comunicativa


cumulativa. Parafraseando José Alemany, essa cadeia pode ser descrita da seguinte forma:

(1) Por meio da leitura se comunica uma experiência

que é reproduzida na medida em que ela é compartilhada com outros;

(2) A leitura vincula as experiências formando grupos ao redor da mesma;

(3) A leitura se torna um depósito de experiências que podem ser transmitidas a outros;

(4) A leitura oferece exemplos de ação que propõem modos de agir, de forma direta, não
reflexiva, uma resposta imediata para situações concretas.

É exatamente isso que a leitura efetua: provoca, convoca e orienta a ação do leitor no seu
cotidiano. Chama-se essa função da leitura de pragmática. Conforme a seguinte definição
de Vilson Scholz:

Um texto não é apenas um entrelaçado de significantes ou palavras, usadas para


expressar significados ou transmitir informações, mas é também um instrumento usado
para fazer coisas. As pessoas falam ou escrevem com vistas a objetivos bem específicos.
Em termos acadêmicos, denomina-se isso de dimensão pragmática de um texto ou
discurso.

Da perspectiva da orientação pragmática da leitura, é possível ler um texto como:


representando uma situação ou descrevendo as coisas; exprimindo uma atitude mental ou
emocional; avaliando e emitindo juízos sobre as ações de pessoas; dirigindo a conduta de
pessoas; comprometendo as pessoas; declarando algo sobre as pessoas.

Roteiro para Leitura de um Texto

Seguindo a orientação de Antonio Joaquim Severino, teríamos, então, o seguinte roteiro de


estudos:

1. Situação do conteúdo da Unidade no contexto da obra de onde ela foi extraída, bem
como no conjunto do pensamento do autor.

2. Situação do autor no âmbito do pensamento teórico, na história do pensamento de sua


área de reflexão.

3. Explicitação dos pressupostos implicados no texto.

4. Levantamento das ideias associadas às que estão presentes no texto.

5. Formulação de críticas à construção do texto, bem como aos pontos de vista do autor:
críticas positivas e negativas.
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6. Levantamento de problemas para a reflexão pessoal e discussão coletiva.

7. Reflexão conclusiva acerca das temáticas abordadas no texto e analisadas ao longo da


leitura.

8. Registrar todas as ideias, informações e reflexões elaboradas ao longo da leitura em


fichas bibliográficas.

Acesse o material do SEED/MEC sobre Práticas de Leitura e Escrita, em:


http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/grades/salto_ple.pdf

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Aula 8 - Revisão de Literatura

Objetivo: Introduzir ao conhecimento e técnica da revisão de literatura.

Revisão da literatura

Metodologia da Pesquisa | Revisão de Literatura

Você já foi introduzido ao modo da leitura e suas


muitas possibilidades. Vejamos, nesta aula, como
fazer da leitura uma atividade científica. Se bem feita,
a revisão de literatura pode se constituir em objeto e
resultado de pesquisa, isto é, constituir o próprio
trabalho acadêmico. Mais comumente, porém, a
revisão de literatura é usada para formular ou
consubstanciar o problema que se deseja resolver na
pesquisa acadêmica. Dependendo do objetivo,
portanto, também será encaminhada a revisão de literatura. Seguiremos com a ajuda da
obra de Sérgio Vasconcelos de Luna.

Tipos de Revisão de Literatura

1. Identificação do estado da arte

Estado da arte ou estado do conhecimento é uma expressão técnica utilizada para apontar
para o estado atual de desenvolvimento de uma técnica, de uma condição de uso de algum
artefato ou de como se encontra certo conhecimento de algum objeto em um dado

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05/05/2020 Aulas.

momento no tempo. Ela quer dizer que, nas atuais circunstâncias, tudo o que se pode
fazer ou saber sobre determinado assunto está apresentado em um relato único, completo
e consistente.

Conforme de Luna, o estado da arte é fundamental para a pesquisa avançar, pois define:

...o que já se sabe, quais as principais lacunas, onde se encontram os principais entraves
teóricos e/ou metodológicos.

[...] constituem uma excelente fonte de atualização para pesquisadores fora da área na
qual se realiza o estudo, na medida em que condensam os pontos importantes do
problema em questão.#013

2. Revisão teórica

Trata-se da revisão da teoria que subsidia certo domínio de conhecimento


ou área de saber. A partir dela, é possível estudar um problema por ela
indicado a fim de testar a sua validade, coerência e consistência.

Trata-se da revisão da teoria que subsidia certo domínio de conhecimento


ou área de saber. A partir dela, é possível estudar um problema por ela indicado a fim de
testar a sua validade, coerência e consistência. Por esse viés, toda atividade científica deve
partir da situação de sua(s) questão(ões) no arcabouço ou quadro teórico que lhe dê ou
justifique a sua existência, colocando-a no devido lugar deste. Isto requer boa dose de
esforço do estudioso, pois ele precisa se introduzir em uma reflexão prévia, até mesmo
filosófica, das condições de surgimento da sua questão a partir do conhecimento e análise
da(s) teoria(s) que a mantém.

Também a revisão da teoria se trata da relação da questão que se deseja estudar a partir
da derivação de uma ou mais teorias sustentadoras. Em uma mesma área do saber teorias
divergentes, convergentes ou complementares se mesclam ou distinguem entre si
requerendo que o estudioso saiba se apoiar devidamente em um conhecimento claro de
todas e justifique corretamente sua disposição e posição quanto à opção por uma ou mais
de uma e porque a outra ou as outras não foram necessárias e/ou suficientes para o
estudo da questão que se propôs.

3. Revisão da pesquisa empírica

A pesquisa empírica também se chama pesquisa de campo e diferencia-se daquela teórica


por lidar diretamente com dados obtidos através da experimentação e aplicação de
contextos nos quais a questão ou problema em estudo se faz presente. Ela pode gerar
abordagens e entendimentos diferentes quanto à questão. E o seu resultado é o
enriquecimento do conhecimento por sua melhor compreensão.

A revisão implica na exposição de como a questão está sendo abordada, o que requer que
se preste atenção ao processo metodológico. Conforme de Luna:

-Quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema?

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-Que fatores vêm afetando os resultados? Que propostas têm sido feitas para explica-los
ou para controla-los?

-Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resultados?

-Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas


dependem?#014

4. Revisão histórica

Uma revisão histórica se dedica a percorrer o desenvolvimento de uma teoria ou uma


experiência desde a sua origem até o seu estado atual, no intuito de coloca-la em um
contexto amplo a fim de explicar a sua existência, validade, pertinência e relevância para o
momento atual.

A vantagem desta é que possibilita ao estudioso da questão ou problema a identificação e


acompanhamento de uma certa teoria ou experiência em suas aparições, prevalências,
desaparecimentos e mutações, mantendo-o atento às muitas possibilidades de
prosseguimento no seu estudo ou mesmo de modifica-lo conforme suas mudanças.

Procure ter mais informação sobre o conceito "estado da arte”,


fundamental para a nossa Aula, e elabore uma breve síntese que
demonstre sua compreensão a respeito.

Onde Encontrar Material para a Revisão

1. Arquivos

Tanto em espaços físicos (bibliotecas) quanto virtuais (bancos de teses e dissertações da


CAPES), o estudante pode encontrar material disponível para seu trabalho de revisão.

2. Sumários de publicação

Existem periódicos que oferecem referências dos artigos publicados pelas revistas em
determinada área de conhecimento. Às vezes acompanha um resumo.

3. Referências citadas em artigos já encontrados

Artigos publicados por estudiosos costumam trazer abundantes referências sobre o assunto
estudado e são fonte valiosa de informação, em especial, artigos que se propõem revisar a
literatura existente sobre o tema.

4. Serviços de levantamento bibliográfico

Normalmente pagos, podem ser acessados via online em ambientes especializados que
acumulam enorme quantidade de dados possibilitando obter informação sobre quase
qualquer assunto em que se esteja interessado.
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5. Consulta a especialistas

Trata-se de pessoas já experientes na questão a ser estudada e que detém conhecimento


não necessariamente disponível. É preciso fazer o contato com as mesmas e preparar-se
para ser questionado em seus esforços anteriores e como eles têm informado o suficiente
para uma conversa com tal pessoa.

Qual a Anterioridade da Literatura?

Comumente, quando se trata de uma revisão histórica no qual se busca


pela origem da teoria ou da experiência, é preciso retroceder até a
aparição da mesma.

Comumente, quando se trata de uma revisão histórica no qual se busca pela


origem da teoria ou da experiência, é preciso retroceder até a aparição da mesma. Então,
deve-se empreender um longo recuo na história em busca das primeiras informações e
onde elas foram localizadas.

Ao contrário, quando se trata de outro tipo de revisão, De Luna propõe o seguinte:

1. Observar a frequência de pesquisas na área

Deve-se procurar, de imediato, os últimos 3 a 5 anos de publicações na área de


conhecimento onde se encontra o assunto sob estudo. Comumente, os resultados mais
antigos estão presentes nos artigos mais recentes. Um ponto crítico é quando existem
documentos fundantes daquele assunto muito antigos, os quais devem ser procurados em
primeiro lugar.

2. Rever artigos de revisão na área

Periódicos, normalmente, tem a prática de oferecer revisões periódicas de suas publicações


em períodos regulares. Nestas, são indicadas a literatura mais fundamental, poupando
tempo e tornando objetiva a informação sobre o tema a ser estudado.

O Acesso ao Material

O acesso ao material, caso não seja bem orientado e organizado, é pouco eficaz quanto à
contribuição que pode oferecer ao estudo pretendido. Duas coisas são importantes, então:
ter em mente o interesse por um material específico e ter um esboço prévio daquilo que se
pretende seja o assunto a ser pesquisado.

1. Orientação

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O envolvimento em um conjunto de materiais para revisão pode ser desorientador e


desalentador devido à sua profusão e variedade. A primeira coisa importante a fazer é ter
alguma clareza do assunto que se pretende estudar. Isso será fundamental, pois orientará
a busca e poupará tempo e esforço.

1.1. Palavras-chave

Para isso, é necessária a escolha de algumas palavras-chave, aquelas que são


fundamentais e correlacionadas ao assunto estudado. Elas servirão de critério de seleção
na abordagem do material e, em especial, na leitura de artigos científicos disponíveis na
área do estudo.

1.2. Outros recursos bibliográficos

Outro auxílio importante é a leitura daquelas partes que são introdutórias aos textos.
Informações sobre o tratamento do assunto, que possam interessar ou que sejam
descartáveis por não contribuírem para a pesquisa em vista, podem ser encontradas nas
orelhas, prefácios e posfácios, introduções e até nos sumários dos livros. Uma consulta
rápida a Enciclopédias e Dicionários na área também podem orientar quanto às obras mais
importantes. No caso de artigos científicos, as palavras-chave, após a leitura do título,
depois, do resumo, ajudam a definir se o artigo deverá ser lido ou deixado de lado.

2. Organização

Uma procura sem objetividade e propósito, isto é, sem saber bem o que se deseja
encontrar é infrutífera, resulta em insatisfação e, na maioria das vezes, abandono de um
projeto promissor. Ainda que bem preliminarmente, é preciso fazer um esboço, por mais
rudimentar e simples que seja: um possível tema central seguido de uma subdivisão em
subtemas. Trata-se de formar uma ideia mental do que será escrito antes que ele o seja. A
amplitude e profundidade dependerá do quanto já se sabe sobre o assunto, do quanto é
organizado ou não o estudioso e do próprio estilo de cada um. De todo modo, sem um
princípio organizador, sem uma ideia principal e algumas secundárias que possam servir de
varal para o que será estudado, dificilmente se chegará a algum lugar e, pior ainda,
aqueles interessados no estudo realizado ou em realização se interessarão por
incompreensão do que está sendo proposto.

A Atitude Perante o Material

A tendência, de início, é extrair do material coletado as informações


pertinentes e relevantes para o estudo que sem tem em mente. Não se
tem uma preocupação crítica e mesmo quanto à sua adequabilidade para
a continuidade do trabalho.

A tendência, de início, é extrair do material coletado as informações pertinentes e


relevantes para o estudo que se tem em mente. Não se tem uma preocupação crítica e
mesmo quanto à sua adequação para a continuidade do trabalho. Vão se fazendo resumos
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05/05/2020 Aulas.

e descrições que se acumulam sem vínculos entre si. Afinal, são textos extraídos de fontes
diversificadas, em épocas diferentes e de autores e trabalhos que não partilham entre si
uma visão comum necessariamente. Mais cedo ou mais tarde, será preciso que se inicie o
processo de integração entre os diversos materiais e se desenvolva um posicionamento
crítico quanto ao material que se deseja realmente incluir no trabalho final. Nesse
momento, toda a habilidade do estudioso a partir do que ele reuniu de conhecimento do
assunto deverá ser empregada para que ele não realize um trabalho que não passe de
uma colagem de textos e de opiniões alheias.

Formulação do problema: Assista esse vídeo de 7 min sobre como


formular um problema de pesquisa. Essa habilidade é muito importante para
que tenha claro sua atitude perante um material. Se você fizer a pergunta
de trabalho corretamente, poderá filtrar melhor as fontes bibliográficas.

Formulação do Problema da Pesquisa

Fontes Primárias e Secundárias

São dois os tipos de fontes: primárias e secundárias

1. Fontes primárias

Trata-se do texto original escrito e impresso na língua original do autor. Elas são
importantes quando se pretende descrever as ideias próprias de alguém ou o
desenvolvimento de alguma teoria. Elas são consideradas originais porque estão mais
próximas da sua origem sem a mediação de uma tradução ou de alguém que as interprete
ou explique em algum outro momento. Dependendo da área de estudo podem se referir a
textos distintos.

2. Fontes secundárias

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05/05/2020 Aulas.

São aqueles textos que citam um outro autor construindo comentários ou conclusões
acerca dele. Ao fazê-lo, há um processo seletivo que pode limitar, excluir ou ampliar as
ideias do autor original em função do interesse daquele que faz uso dele. Elas são
consideradas de segunda ordem no que diz respeito ao assunto que se quer estudar e
possuem uma importância inferior em relação à fonte primária, ainda que sejam derivadas
desta.

Em caso de escolher entre ambas, é evidente que as fontes primárias devem ser
privilegiadas. No entanto, isso pode ser relativizado quando se sabe que elas são
inacessíveis, em muitos casos, e é preciso confiar no trabalho que algum estudante
minucioso fez delas. Outras vezes, uma fonte secundária é primária em relação ao
momento em que ela foi produzida, ainda que faça referência ao trabalho com fontes que
lhe antecederam.

Citações e Plágios

Normalmente, as revisões de textos requerem a citação direta, porém deve-se ter cuidado
com os plágios.

1. Citações

Citações são transcrições literais de uma parte de um texto visando apresentar


diretamente a sua ideia, no entendimento de que ele apresenta uma novidade em relação
ao assunto que não poderia ser transmitida de modo melhor. Quando feitas, deve-se
indicar o autor, a obra, a edição e qual a página de onde ela foi extraída.

2. Plágios

Por vezes, e na maioria delas, basta a referência à parte na qual se localiza a ideia de um
autor que se julgou importante para o assunto. Nesse caso, uma simples indicação do seu
pensamento é suficiente. Em outras ocasiões, é preciso uma paráfrase de modo que fique

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05/05/2020 Aulas.

claro o que o autor tinha em mente. A simples assunção da ideia de outro colocada em
palavras daquele que escreve sem a devida referência ao mesmo constitui o que é
chamado plágio*. Acerca dele, veja a seguinte descrição:

Muito se ouve falar sobre plágio e


violação dos direitos autorais na
música, literatura ou em obras de
arte; entretanto, nos últimos
anos, essa prática vem se
multiplicando, de forma
alarmante, no ambiente
acadêmico e de pesquisa, por
conta do volume e da diversidade
de informações, descobertas e
conhecimentos disseminados, em
especial, pela Internet.

O plágio não tem nada a ver com


a citação bem intencionada e referenciada a autores, com o uso de uma dissertação ou
tese como ponto de partida para a construção de uma nova teoria, com a influência
inspiradora de um músico, artista plástico ou coreógrafo, ou, ainda, com a coletânea
histórica, poética, cultural devidamente caracterizada. No entanto, muitas vezes, o limiar
entre o inocente uso das fontes e a cópia maliciosa é bastante estreito, dando margem ao
crime, mas também a múltiplas situações de conflito.

Quando o assunto é plágio, nem tudo é simples e fácil de identificar, principalmente em um


universo como o do conhecimento científico. Por isso, para se precaver, mas também para
não cometer, é preciso conhecer: não apenas os direitos do autor, mas as diferentes
formas de plágio e as sanções cíveis e penais.

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05/05/2020 Aulas.

Aula 9 - Resumo

Objetivo: Introduzir ao conhecimento e técnica do resumo.

Resumo

Metodologia da Pesquisa | Resumo

O ato de resumir faz parte do nosso cotidiano, pois o tempo todo estamos resumindo para
alguém um texto lido, um filme ou novela assistido, uma partida de futebol ou de outro
esporte, um acontecimento do dia, algo que ouvimos de alguém, uma orientação no
trabalho, na escola, a fala de um político, de um delegado, um depoimento, um
testemunho, uma pregação em uma igreja, e também textos que têm caráter acadêmico
ou científico. Essa Aula tem por fim esses textos. Seguiremos a NBR 6028/2013, da ABNT,
que define o que é um resumo* tecnicamente. E, acrescentaremos observações na medida
em que se fizerem necessárias.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 58/113
05/05/2020 Aulas.

Por quê e para quê Resumir?

A primeira leitura de um texto científico e acadêmico não oferece de imediato o seu


conteúdo no nível de reflexão que foi proposto por seu autor e no nível de compreensão
requerido pela leitura. Não basta, portanto, a primeira leitura.

A reescrita do texto na forma de um resumo tem por finalidade a realização do


aprofundamento no nível da reflexão e da compreensão. Nem todo texto carece dessa
atividade, mas a prática do resumo, quando necessária, habitua a atenção aos pontos
principais e disciplina para a própria atividade de estudo e escrita posteriormente.

O resumo, portanto, serve para introduzir as ideias e fatos fundamentais existentes em um


texto científico e acadêmico. Sendo texto de outro texto, ele também representa a
compreensão do resumista e introduz ao entendimento do seu próprio estudo. Quem lê
seu resumo já sabe por onde caminha sua compreensão e reflexão pessoal quanto ao texto
de outrem.

Não é fácil, porém, a elaboração de um resumo. É preciso ler corretamente um texto


científico e acadêmico; atenção às ideias que se apresentam, se encadeiam umas às outras
e se fecham em alguma conclusão ou raciocínio ou teoria final. Por outro lado, o exercício
contínuo leva ao domínio da técnica que, por sua vez, é oportuna para qualquer atividade
de estudo que se queira desenvolver ao longo da vida, como entender como as ideias
surgem, se apresentam, se conectam umas às outras e caminham para uma solução.

O que é um Resumo?

Resumir, portanto, é o ato de escrever em poucas palavras o que foi


essencial à leitura, aquilo que ficou dela e que seja fundamental,
essencial, importante para o leitor.

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05/05/2020 Aulas.

A Norma da ABNT classifica o Resumo de acordo com os seguintes processos textuais:#015

1. palavra-chave: Palavra representativa do conteúdo do documento, escolhida,


preferentemente, em vocabulário controlado.

2. resumo: Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento.

3. resumo crítico: Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um


documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada
edição entre várias, denomina-se recensão.

4. resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do documento, não


apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a
consulta ao original.

5. resumo informativo: Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e


conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta
ao original.

São várias, portanto, as possibilidades e os modos do Resumo, cada uma com sua técnica
disponível. Se fôssemos oferecer uma definição, comumente elas versam o seguinte:

Condensação em poucas palavras do que foi dito ou escrito mais extensamente. Em livros
pode ser localizado na folha de rosto* ou na folha que antecede o texto.

Resumir, portanto, é o ato de escrever em poucas palavras o que foi essencial à leitura,
aquilo que ficou dela e que seja fundamental, essencial, importante para o leitor. Como já
visto nas normas acima, da ABNT, o resumo pode se apresentar de várias formas,
conforme o objetivo que se tem em mente.

De todo modo, há um padrão do qual não se deve fugir. O Resumo deve reproduzir as
opiniões do autor na sequência em que elas aparecem no seu texto e de acordo com as
suas articulações lógicas. O resumista deve evitar qualquer comentário ou juízo pessoais.

De todo modo, há um padrão do qual não se deve fugir. O Resumo deve


reproduzir as opiniões do autor na sequência em que elas aparecem no seu
texto e de acordo com as suas articulações lógicas.

Como fazer um Resumo?

Quanto ao modo de fazer o Resumo, a ABNT, no mesmo dispositivo, orienta o seguinte:

1. O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do


documento. A ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo
(informativo ou indicativo) e do tratamento que cada item recebe no documento
original.

2. O resumo deve ser precedido da referência do documento, com exceção do resumo


inserido no próprio documento.

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3. O resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e


não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único.

4. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A


seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória, estudo
de caso, análise da situação etc.).

5. Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.

6. As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão


Palavras-chave: separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.

7. Devem-se evitar:

a) símbolos e contrações que não sejam de uso corrente;

b) fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários;


quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem.

8. Quanto a sua extensão os resumos devem ter:

a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e


relatórios técnico-científicos;

b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;

c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves.

Os resumos críticos, por suas


características especiais, não estão
sujeitos a limite de palavras.

A norma acima supõe o Resumo


concluído e a questão que se apresenta
é quanto ao como chegar até ele.
Comumente, o seguinte passo a passo
ajuda bastante:

a.ler atentamente o texto a ser


resumido, assinalando nele as ideias
que forem parecendo significativas à
primeira leitura;

b.identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma
receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.

c.identificar a ideia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas,
como nos concursos de beleza...);

d. identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as ideias


secundárias se ligam logicamente à principal);

e. identificar as ideias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo


sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo
pontos em comum, quando se perceberem subtemas);

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05/05/2020 Aulas.

f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que


ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no
livre, quando necessário);

g. esquematizar o resultado desse processamento;

h. redigir o texto.

Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos


a limite de palavras.

Cuidados a tomar em um Resumo

1. Já foi observado que em um Resumo é muito importante e necessário manter-se fiel à


estrutura do texto e às ideias do seu autor.

2. Todavia, o Resumo é uma peça escrita e não deve ser reprodução, colagem de citações
ou indicação de ideias presentes no texto resumido. Ele é uma filtragem pessoal dessas
ideias e esse pessoal deve transparecer imediatamente a quem o lê.

3. Deve-se evitar abordagens indiretas por meio de frases que representam lugares-
comuns, tais como:

- “O autor descreve...”;

- “Neste artigo, o autor descreve que...”;

- “No texto o autor fala...”;

- “Todos sabem...”;

- “De acordo com alguns autores...”

4. Evite, também, a repetição de palavras do texto original, estabelecer algum diálogo com
o autor, transcrever diretamente do texto, fazer citações diretas ou indiretas ao texto, e
agrupar o resumo uma quantidade grande de palavras. Para isso, verifique a norma da
ABNT.

5. Algumas estratégias são interessantes para ver se o Resumo não está excessivo:#016

- Corte as partes desnecessárias: adjetivos, advérbios e/ou frases equivalentes.

- Reduzir as partes que podem ser agrupadas sob um único conjunto semântico.

- Substituir um conjunto de fatos ou ações por um único ou uma única.

6. Uma boa ajuda é sublinhar ou organizar as ideias paralelamente à leitura. Isso pode ser
feito no próprio texto que se lê ou em material à parte. Ao final, pode-se recorrer a esse
material como a estrutura do Resumo e complementá-lo com o conteúdo do texto que seja
necessário.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 62/113
05/05/2020 Aulas.

Exemplos

Uma vez que já vimos a técnica do resumo, veremos alguns exemplos, a fim de
dominarmos bem a sua prática. Fica a observação de que somente a prática levará à
perfeição.

Exemplo 1: Resumo do livro “A Luneta Mágica”


(Acesse: http://www.coladaweb.com/resumos/a-luneta-magica)

A obra “A Luneta Mágica” de Joaquim Manuel de Macedo (1820 - 1882), mesmo autor do
sucesso “A Moreninha”, é considerado o primeiro romance fantasia da literatura brasileira.
A obra foge de tons piegas do romance e tem uma conotação maior de fábula com lição de
moral. De forma crítica e bem humorada ele faz um retrato do Brasil no final do segundo
império, mais precisamente da cidade do Rio de Janeiro.

Em a “Luneta Mágica”, Joaquim Manuel discorre sobre o bem e o mal, e como ele faz parte
das pessoas. A trama é contada por um narrador-personagem, Simplício, que sofre da
chamada miopia física, que não permite que ele enxergue nada que vá além de duas
polegadas, sendo quase cego, e sofre também de miopia moral, que faz com que ele não
entenda as ideias alheias e a intenção das pessoas, considerado um parvo (inocente,
bobo).

Resumo de A Luneta Mágica

A obra conta história de Simplício, rapaz que ficou órfão aos 12 anos de idade, e mora com
Américo, que administra sua herança, a tia Domingas, mulher religiosa e devotada, e com
a prima Anica. Certo dia ele é chamado para participar de um júri onde conhece Sr. Nunes,
quem o indica um gravador de vidros chamado Reis e que poderia ajudar com seu
problema de miopia. Chegando à loja de Reis, este tenta fazer as mais variadas lentes de
todos os graus mas nenhuma serve para Simplício.

Reis diz para Simplício procurar um mágico Armênio que ele mesmo havia trazido da
Europa para trabalhar na sua oficina e que poderia ajudá-lo. Simplício tinha ânsia de
enxergar e vai ao encontro do mágico. Depois de um ritual o Armênio entrega ao míope
uma luneta com a qual ele poderia enxergar agora. Mas há uma advertência: ele não deve
fixar a luneta por mais de três minutos sobre nenhum objeto ou pessoa, se não acabaria
vendo o mal delas, e caso fixasse por até 13 minutos ele veria seu futuro e a luneta se
destruiria automaticamente.

Ansioso, ele ignora a advertência, e começa a fixar a luneta por mais de 3 minutos e
começa a ver a maldade em todas as pessoas, inclusive na sua família. Ele começa a se
sentir decepcionado e sem poder confiar em ninguém, e um mês depois todos acham que
ele estava louco. Ele decide então que a única coisa que pode salvá-lo é destruir a luneta.
De frente para o espelho, ele fixa o olhar sobre ele mesmo, até que começa a ver sua
própria maldade e por fim a luneta quebra antes que ele consiga ver o futuro.

Ele fica recluso por alguns dias e decide visitar novamente Reis e o Armênio. Reis é sempre
cético e não acredita no poder da luneta. O mágico lhe faz uma nova luneta, que dessa vez
mostra o bem das pessoas se fixada por mais de três minutos. Simplício desobedece mais
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05/05/2020 Aulas.

uma vez e começa a ver bondade em todos, o que faz com que ele seja enganado e se
apaixone por quase todas as mulheres. Outra vez frustrado ele decide quebrar a luneta
novamente. Simplício sobe no corcovado onde decide ver a cidade do Rio de Janeiro e
depois se suicidar. Mas na hora em que ele vai se jogar aparece Reis e o Armênio, que
explicam que todos possuem o bem e o mal dentro de si, e que a humanidade é
imperfeita. Armênio lhe entrega a última luneta, dessa vez a do bom senso.

Exemplo 2: Resumo do artigo científico Lendo as histórias dos evangelhos: um


exemplo de Marcos 1:21-34

Esse estudo assume que os evangelhos são uma mescla de narrativas e discursos. A
proposta desse estudo é efetuar a leitura das histórias dos evangelhos, tomando como
exemplo: Marcos 1:21-34. O objetivo é demonstrar a possibilidade, a necessidade e os
resultados quando se toma em consideração as histórias do Evangelho como narrativas
completas em si mesmas e portadoras de um discurso autônomo em relação ao próprio
Evangelho. Para tal, foi utilizado o método literário da Análise Narrativa, que considera o
potencial discursivo da narrativa em sua própria constituição. Presente nos estudos
literários em geral desde a segunda metade do século passado, sob a denominação geral
de Narratologia, a Análise Narrativa veio a se constituir em instrumento precioso para
aqueles que desejam uma abordagem a mais próxima do texto narrativo possível e no
interesse de sua capacidade discursiva. A conclusão é que, ainda que a Análise Narrativa
não tenha adquirido uma posição relevante nos estudos bíblicos na América Latina até o
momento, ela tem muito a oferecer à leitura popular das histórias do Evangelho, em
particular, e de toda a Bíblia na sua totalidade.

Palavras-chave: Narrativa; Evangelho; Análise Narrativa; Discurso; Leitura popular.

Exemplo 3: Resumo Informativo

Desenvolvimento de um instrumento para mensurar a satisfação do usuário de


sistemas de informações.

Autor: José Dutra de Oliveira Neto e Edson Luiz Riccio

Neste trabalho, objetiva-se desenvolver um instrumento para mensurar, empiricamente, a


satisfação do usuário de Sistemas de Informações. Para tanto, foi desenvolvido um
instrumento para medir a satisfação do usuário em relação a aplicativos específicos
elegíveis pelo próprio pesquisador pelo método survey. Uma amostra de 143 respostas de
participantes do MBA da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de
Ribeirão Preto (FEARP) da Universidade de São Paulo (USP) foi utilizada e o resultado
aponta um instrumento (de 5 pontos na escala tipo Likert) cujo coeficiente de consistência
interna medido por meio do coeficiente alfa de Cronbach foi de 0.84 e cuja validação
empírica foi feita pela análise fatorial e depois confirmada pela análise multidimensional
em um conjunto variado de aplicativos. Foram identificados quatro componentes da
satisfação do usuário: praticabilidade, disponibilidade, precisão e adequação da

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 64/113
05/05/2020 Aulas.

informação. Essa pesquisa sugeriu, também, que a satisfação do usuário, quando


decomposta em quatro componentes, pode ser base para uma ferramenta de diagnóstico
na implementação de sistema de informação, aumentando suas chances de sucesso.

Palavras-chave: satisfação do usuário, sistemas de informações.

Exemplo 4: Resumo Indicativo

A dimensão pedagógica da ação do nutricionista

Vários países vêm realizando reformas no ensino da graduação objetivando integrar suas
funções às necessidades da sociedade, tendo como pano de fundo a produção de
conhecimento que preparasse o capital humano para atender a entrada dos países no
circuito da globalização. Mesmo sem minimizar a importância das habilidades técnicas do
campo da nutrição, requer ênfase nas habilidades centradas nos processos de
comunicação, envolvendo novos discursos e (re)novas práticas educativas. Compreender o
exercício profissional do nutricionista como uma ação eminentemente pedagógica remete a
repensar as práticas acadêmicas vividas em sua formação e o papel que os professores
desempenham nesse contexto, em especial pelo caráter de mediador ativo que o docente
universitário desenvolve entre um conhecimento altamente especializado, proveniente de
um campo acadêmico profissional, e o sujeito em formação. Embora considere esse
fenômeno como um processo global, o estudo produziu um exercício de cotejamento das
experiências que ocorrem nos Cursos de Nutrição de três países diferentes. Foram
selecionados os Cursos de Nutrição das Universidades do Porto (Portugal), da Universidade
de Buenos Aires (Argentina) e, no Brasil, a Universidade Federal de São Paulo. Esta foi
escolhida por caracterizar-se como uma experiência singular no seu aporte curricular e
metodológico. O estudo tomou como metodologia a perspectiva qualitativa, onde foram
realizadas entrevistas com diferentes atores (docentes, discentes e egressos), buscando
captar os momentos de ruptura com o cotidiano nas atividades humanas, entendendo que
é na aula universitária que os docentes exercem uma influência direta sobre a formação e
o comportamento dos alunos. Na análise, observa-se que a identidade docente, tem papel
fundamental no significado social que o professor atribui a si mesmo e à nutrição,
constituindo também um processo epistemológico que reconhece a educação como campo
de conhecimento do nutricionista.

Pense: De que modo a atividade de Resumo habilita o estudante para uma boa revisão
de literatura?

Veja a aula sobre Resumo científico, da UFG abaixo:

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 65/113
05/05/2020 Aulas.

Educação Integral e Integrada - Como elaborar Resumo Expandi…


Expandi…

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 66/113
05/05/2020 Aulas.

Aula 10 - Fichamento

Objetivo: Introduzir ao conhecimento e técnica do Fichamento.

Fichamento

Metodologia da Pesquisa | Fichamento

O fichamento* é uma ferramenta didática que permite ao professor conhecer o cuidado do


aluno em relação à leitura solicitada, mas ajuda muito mais ao próprio aluno (quando é
bem elaborado), pois lhe assegura um método de aprendizado por intermédio da leitura.

A elaboração de um bom fichamento, o qual não deve ser confundido com um resumo,
permite ao estudante alcançar ao menos três (3) objetivos, a saber:

1) utilizá-lo em sala de aula na discussão do texto;

2) servir de estudo para melhor domínio do conteúdo, comparando-o a outros textos afins,
e, ainda;

3) guardá-lo para uso futuro na forma de consulta, dispensando a necessidade de ter de


refazer toda a leitura (levando em conta que muitas vezes não adquirimos a obra). Clique
aqui e/ou aqui para ver algumas dicas complementares de como fazer um fichamento.

Veja este curto vídeo sobre a elaboração do fichamento e suas


classificações.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 67/113
05/05/2020 Aulas.

Como fazer um chamento

Por quê e para quê Fichar?

O Fichamento é uma das fases da pesquisa científica. Ao efetuar o Fichamento, as


informações coletadas durante uma atividade de pesquisa ficam registradas, guardadas e
acessíveis a qualquer tempo. Ele pode ser utilizado para: identificar o conteúdo de obras
em geral; registrar citações diretas e indiretas ou registros de experimentos e resultados;
fazer análises; elaborar a leitura crítica, posteriormente; apoiar a produção posterior do
texto. Em suma, o Fichamento serve para disciplinar o estudioso para dura tarefa adiante
de dar forma e substância à sua pesquisa quanto ao conteúdo e apresentação dos
resultados.

O que é um Fichamento?

O fichamento é uma ferramenta didática que permite ao professor


conhecer o cuidado do aluno em relação à leitura solicitada, mas ajuda
muito mais ao próprio aluno (quando é bem elaborado), pois lhe assegura
um método de aprendizado por intermédio da leitura.

Existe, quanto ao Fichamento, tanto concepções quanto modos diferentes de desenvolvê-


lo. Vejamos as duas configurações abaixo.

1. O fichamento – posição A

O fichamento é o ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto. O trabalho de


fichamento possibilita ao estudante, além da facilidade na execução dos trabalhos
acadêmicos, a assimilação do conhecimento. De acordo com diversos autores, o
fichamento deve conter a seguinte estrutura: cabeçalho indicando o assunto e a referência
da obra, isto é, a autoria, o título, o local de publicação, a editora e o ano da publicação.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 68/113
05/05/2020 Aulas.

Existem três tipos básicos de fichamentos: o fichamento bibliográfico, o fichamento de


resumo ou conteúdo e o fichamento de citações. Cada professor pode seguir um modelo de
fichamento, tendo em vista, que não existe um modelo pronto e/ou determinado. Assim
sendo, os modelos apresentados são sugestões.

Modelo de fichamento de citações

Fichamento de resumo ou conteúdo é uma síntese das principais ideias


contidas na obra. O aluno elabora com suas próprias palavras a
interpretação do que foi dito.

Conforme a ABNT (2002), a transcrição textual é chamada de citação direta,


ou seja, é a reprodução fiel das frases que se pretende usar como citação na redação do
trabalho.

Modelo de fichamento de resumo ou conteúdo

É uma síntese das principais ideias contidas na obra. O aluno elabora com suas próprias
palavras a interpretação do que foi dito.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 69/113
05/05/2020 Aulas.

Modelo de fichamento bibliográfico

É a descrição, com comentários dos tópicos abordados em uma obra inteira ou parte dela.

2. Fichamento – posição B

Fichamento é um procedimento utilizado na elaboração de fichas de leitura onde constam


informações relevantes sobre um texto lido. É um tipo de resumo no qual o leitor tem a
liberdade de escrever com as próprias palavras as ideias fundamentais extraídas de um
livro, um artigo etc.

O fichamento possibilita uma melhor organização das notas, constituindo um instrumento


muito útil para posteriores consultas.

Fichamento é um procedimento utilizado na elaboração de fichas de


leitura onde constam informações relevantes sobre um texto lido.

Um ponto importante no fichamento - e que deve ser registrado logo no


início - é a referência bibliográfica. Consiste no conjunto de elementos essenciais que
https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 70/113
05/05/2020 Aulas.

identificam uma obra, sendo eles: nome do (s) autor (es), título da obra, edição, editora,
local e ano de publicação.

Para os textos lidos em jornais, revistas ou artigos na internet, o endereço do site e a data
de consulta são elementos obrigatórios.

Na elaboração do fichamento é importante que o leitor faça uma primeira leitura. Na


segunda leitura deverá então começar a registrar as ideias chave transmitidas pelo autor.
Deve certificar-se de que compreendeu muito bem aquilo que leu, pois uma escrita clara e
objetiva irá facilitar o estudo.

Caso seja feita uma cópia literal (exatamente como se lê) de um trecho do texto, este
deve ser colocado entre aspas, acrescentando o número da página de onde foi retirado.
Assim o leitor saberá de imediato que aquele trecho não está escrito com palavras suas.

Classificação de Fichamento

Fichamento Textual - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a sequência do


pensamento do autor e destacando: ideias principais e secundárias; argumentos,
justificações, exemplos, fatos etc., ligados às ideias principais. Traz, de forma
racionalmente visualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas, diagramas ou
quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.

Fichamento Temático - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, ideias, informações)


do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos destacados.
Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou, ainda, no
registro de ideias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir entre aspas
e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data, página). As
que contêm apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas, mas exigem a indicação
completa da fonte. As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem qualquer
indicação.

Fichamento Bibliográfico - consiste em resenha ou comentário que dê ideia do que trata a


obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito de
artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de estudo. O
Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um
importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.

Como Fazer um Fichamento?

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 71/113
05/05/2020 Aulas.

Apesar da aparente diversidade acima, o Fichamento é muito simples na sua estrutura


geral e ela será exposta a seguir. Ou o Fichamento reúne citações e/ou referências a uma
obra ou pesquisa, ou ele resume obras e pesquisas completas. Portanto, temos dois tipos
de Fichamento: os de citações e os de textos.

1. Fichamento de citações

Nesse modelo de Fichamento, as frases consideradas mais importantes são selecionadas


para serem destacadas. Existe uma técnica para isso e alguns exemplos são oferecidos
abaixo:

Frase completa: "Aos poucos, ao adquirir mais experiência, cada pesquisador define que
tipo de organização é mais adequada para o seu campo de pesquisa e para a sua forma de
trabalho" (p.19).

Citação de parte da frase: "Aos poucos, [...], cada pesquisador define [...] organização
[...] mais adequada [...] para a sua forma de trabalho" (p.19).

2. Fichamento de textos

O fichamento de textos é mais exigente, pois requer, de antemão, uma leitura crítica da
obra. Ele é organizado em duas partes:

Elaborar um Resumo do conteúdo da obra;

Oferecer considerações pessoais que reflitam um diálogo entre a obra e o estudioso, como
uma interpretação do texto, uma reconstrução, baseada na opinião do pesquisador a
respeito da obra.

Cuidados a Tomar em um Fichamento?

Deve-se sempre tomar o cuidado de observar a Norma 6023 (Ago/2002) da ABNT, pois ela
orienta em detalhes o manuseio das obras em um Fichamento.

As citações devem estar de acordo com o texto original, sem modificações.

O formato da ficha utilizada para o Fichamento varia devido a diversos fatores: gosto do
estudioso (prefere caderno, folhas de papel, caneta, lápis etc); material disponível (papel,
cartolina, cartão, online).

Pense a respeito e crie uma ficha-padrão para seu próprio uso.

Veja outras dicas sobre como fazer um Fichamento no vídeo abaixo:

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 72/113
05/05/2020 Aulas.

COMO FAZER FICHAMENTO

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 73/113
05/05/2020 Aulas.

Aula 11 - Resenha

Objetivo: Introduzir ao conhecimento e técnica da Resenha.

Resenha

Metodologia da Pesquisa | Resenha

A Resenha é uma atividade que pretende resumir os


aspectos e propriedades mais importantes de um
objeto ou obra, destacando as relações entre eles.
Ela serve para apresentar um texto desconhecido
por meio de outro no qual seu autor apresenta sua
opinião bem fundamentada sobre o mesmo. Por
mais semelhante que seja a um Resumo, a Resenha
tem suas especificações que serão tratadas nesta Aula.

Por quê e para quê Resenhar?

A quantidade de material de todos os tipos que se produz nos dias atuais exige a leitura
prévia seguida de um parecer ou opinião que estimule ou direcione os interessados de
modo que eles sejam guiados a buscar o que exatamente procuram. A Resenha serve a
esse fim, pois ela se destina à apresentação, análise e orientação de uma exposição de
arte, de um show musical, de uma obra literária, de uma peça teatral, de um filme etc.

O objetivo da Resenha, então, é guiar o leitor por meio de uma síntese na qual sejam
misturados momentos descritivos com outros de análise crítica, completada por afirmações
da qualidade ou do valor do material observado.

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05/05/2020 Aulas.

O que é uma Resenha?

Resenha é uma produção textual, por meio da qual o autor faz uma breve
apreciação, e uma descrição a respeito de acontecimentos culturais ou
obras.

Resenha é uma produção textual, por meio da qual o autor faz uma breve
apreciação, e uma descrição a respeito de acontecimentos culturais (como uma feira de
livros, por exemplo) ou de obras (cinematográficas, musicais, teatrais ou literárias), com o
objetivo de apresentar o objeto (acontecimento ou obras), de forma sintetizada,
apontando, guiando e convidando o leitor (ou espectador) a conhecer tal objeto na integra,
ou não (resenha crítica).

Uma resenha pode ser:

* Descritiva – É o caso dos resumos de livros técnicos, também chamada de resenha


técnica ou científica. A apreciação, ou o julgamento em uma resenha descritiva julga as
ideias do autor, a consistência e a pertinência de suas colocações, ao longo da descrição da
obra, ou seja, trata-se de um julgamento de verdade.

* Crítica ou opinativa – Nesse tipo de resenha o conteúdo apresentado é um pouco mais


detalhado do que na resenha descritiva, pois os critérios de julgamento são de valor, de
beleza da forma, estilo do objeto (acontecimento ou obra). A exploração um pouco maior
dos detalhes ocorre devido à necessidade de que o autor da resenha fundamente suas
críticas, sejam elas positivas ou negativas, utilizando outros autores que trabalharam o
mesmo tema.#017

Como fazer uma Resenha?

Conforme os tipos ou modelos de Resenha, serão seguidos procedimentos gerais e


específico, conforme os descritos abaixo:#018

1. Procedimentos Gerais

Tal como no Resumo, o primeiro passo é fazer uma leitura rápida da


obra, de caráter informativo, e também tomar conhecimento do seu
contexto e das relações da obra com outros textos já resenhados
igualmente. Pratique com suas leituras!

a. Leitura

Tal como no Resumo, o primeiro passo é fazer uma leitura rápida da obra, de caráter
informativo, e também tomar conhecimento do seu contexto e das relações da obra com
outros textos já resenhados igualmente. É preciso, portanto, informar-se corretamente da
obra que se pretende oferecer a Resenha.
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05/05/2020 Aulas.

b. Releitura

De novo, tal como no Resumo, nesse passo é preciso a releitura da obra, destacando
aspectos mais pontuais que serão posteriormente abordados na Resenha. Procure destacar
as ideias principais na forma de um esquema e demonstre as relações entre elas.

c. Reflexão prévia

Ainda uma vez, à semelhança do Resumo, deixe as ideias amadurecerem por um tempo.
Logo, a seguir, faça uma prévia do que virá a ser a Resenha, num exercício de
entendimento e reflexão do que foi estudado e do que seria importante destacar na
Resenha.

d. O início

Uma série de questões introdutórias são importantes aqui:

I. De que trata o livro?

II. Ele tem alguma característica especial?

III. De que modo o assunto é abordado?

IV.Qual é a tese do autor?

V.Qual a intenção do autor?

VI.Que conhecimentos prévios são exigidos para entendê-lo?

VII.A que tipo de leitor se dirige o autor?

VIII.O tratamento dado ao tema é compreensível?

IX.O livro foi escrito de modo interessante e agradável?

X.As ilustrações foram bem escolhidas?

XI. O livro foi bem organizado?

XII.O leitor, que é a quem o livro se destina, irá achá-lo útil?

XIII.Comparando essa obra com outras similares e com outros trabalhos do mesmo autor,
a que conclusões chegamos?

e. A conclusão

É o momento de expor a avaliação geral sobre a obra. Após a descrição dos argumentos do
autor e como ele os defende, foi necessário avaliar a qualidade e a eficiência de diversos
aspectos da obra. A parte final da Resenha é avaliar o trabalho como um todo, indicando
se o autor conseguiu ou não atingir os objetivos propostos e se a obra contribui de
maneira significante para a área de conhecimento da qual faz parte. Considere as
seguintes questões:

I.A obra usa graus de objetividade ou subjetividade apropriados à proposta inicial do


autor?

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 76/113
05/05/2020 Aulas.

II.O autor consegue manter o foco da obra, sem incorrer em excesso de opinião própria ou
falta de fontes que comprovem seus argumentos?

III.Em algum momento o autor deixa de considerar aspectos relevantes de sua área, como
outros pontos de vista ou teorias contrárias às dele?

IV.O autor conseguiu atender aos objetivos a que se propôs ao iniciar a obra?

V.Que contribuições a obra traz para sua área de conhecimento ou grupo específico de
leitores?

VI.É possível justificar o uso dessa obra no contexto em que foi indicada (uma disciplina da
universidade, por exemplo)?

VII.Qual o comentário final mais importante que você faria a respeito dessa obra?

VIII.Você tem sugestões para futuras pesquisas nessa área?

IX.De que maneiras ler/assistir essa obra contribuiu para sua formação?

2. Resenha Acadêmica Crítica

a.Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você
vai resenhar;

b.Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto
a ser resenhado;

c.Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco


narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;

d.Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o


texto resenhado;

e.Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião.
Argumente baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até
mesmo utilizando-se de explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos
resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite
estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.

f.Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar
para quem o texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou
pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.

g.Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e
não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras
obras do escritor ou pesquisador.

h.Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala
algo como “Acadêmico do Curso de Ciências das Religiões da Faculdade Unida de Vitória
(UNIDA)”

3. Resenha Acadêmica Descritiva


https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 77/113
05/05/2020 Aulas.

Na resenha acadêmica descritiva, os passos são exatamente os mesmos, excluindo-se o


passo de letra (e). Como o próprio nome já diz, a resenha descritiva apenas descreve, não
expõe a opinião o resenhista.

4. Resenha Temática

a.Apresente o tema: Diga ao leitor qual é o assunto principal dos textos que serão tratados
e o motivo por você ter escolhido esse assunto;

b.Resuma os textos: Utilize um parágrafo para cada texto, diga logo no início quem é o
autor e explique o que ele diz sobre aquele assunto;

c.Conclua: Você acabou de explicar cada um dos textos, agora é sua vez de opinar e tentar
chegar a uma conclusão sobre o tema tratado;

d.Mostre as fontes: Coloque as referências Bibliográficas de cada um dos textos que você
usou;

e.Assine e identifique-se: Coloque seu nome e uma breve descrição do tipo “Acadêmico do
Curso de Ciências das Religiões da Faculdade Unida de Vitória (UNIDA)”.

A Resenha deve ser um texto breve sem ser superficial. Ela precisa
destacar os pontos principais da obra, bons e ruins, argumentando a
favor de um ponto e de outro.

Cuidados a Tomar em uma Resenha.

https://ead1.faculdadeunida.com.br/mod/book/tool/print/index.php?id=2624 78/113
05/05/2020 Aulas.

A Resenha deve ser um texto breve sem ser superficial. Ela precisa destacar os pontos
principais da obra, bons e ruins, argumentando a favor de um ponto e de outro. Nesse
aspecto, algumas virtudes são fundamentais ao resenhista.

1. Imparcialidade

Seja na defesa ou no ataque, o resenhista deve julgar as ideias da obra sem paixão,
devendo posicionar-se criticamente como um juiz e apresentar tanto os aspectos positivos
quanto os negativos da obra, sem defender um lado ou outro devido a motivos externos à
obra (amizade com o autor, imposição de editoras, professores, colegas, etc.)

2. Cientificidade

A Resenha, assim como todo trabalho acadêmico, deve ter cunho científico. Ou seja, estar
em conformidade com as exigências de objetividade e impessoalidade.

3. Privilegiar o essencial

Falar apenas do que é mais importante na obra, deixando de lado detalhes ou pontos que
são secundários e não contribuem para a finalidade da Resenha.

Acesse em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAZiwAL/modelo-resenha-critica.

Procure em livros de Metodologia Científica, Língua Portuguesa e


Dicionários de Literatura mais informação sobre Resenha.

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05/05/2020 Aulas.

Aula 12 - Monografia

Objetivo: Você será introduzido à elaboração de um trabalho monográfico e seus


elementos fundamentais.

Monografia

Metodologia da Pesquisa | Monogra a

Nesta aula trataremos sobre o que é Monografia,


suas principais partes e a Bibliografia a ser utilizada.
Devemos lembrar que no estudo acadêmico a
Monografia normalmente é exigida como TCC –
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação e pós-
graduação lato sensu. Nos cursos em nível de stricto
sensu exige-se a dissertação para o mestrado e a
tese para o doutorado. Conforme o nível de estudos aumenta-se o grau de dificuldade dos
trabalhos de pesquisa exigidos.

A Monografia

É um trabalho de pesquisa, elaboração e escrita sobre um determinado tema, devidamente


delimitado e planejado previamente através de Projeto de Pesquisa. Elaborar monografia
pressupõe o estudo e compreensão prévia dos assuntos sobre os quais se pretende
escrever. Visa apresentar capacidade de ordenação teórica, fundamentação e discussão
bibliográfica.

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Na realidade, a definição e ordenação de um conjunto de ideias não é uma tarefa fácil de


realizar, mas é imprescindível para a consecução do objetivo da monografia, que é
comunicar um tema.

1. Organização

A Monografia é um trabalho científico, que requer pesquisa bibliográfica e ou de campo,


bem como capacidade de escrita em linguagem acadêmica. O relatório final possui uma
estruturação própria, conforme a apresentada abaixo, e algumas exigências em nível de
formatação.

Há algum tempo, mais especificamente em algumas áreas do


conhecimento, entendia-se Monografia como o relatório final de revisão
bibliográfica.

Há algum tempo, mais especificamente em algumas áreas do conhecimento,


entendia-se Monografia como o relatório final de revisão bibliográfica. Com o avanço da
pesquisa acadêmica no país têm-se ampliado esta compreensão e assumido o trabalho
monográfico como uma forma de iniciação à pesquisa. Neste caso, a revisão bibliográfica
compõe a produção da monografia e o seu relatório final, mas não é o todo da monografia.
Espera-se do (a) aluno (a) uma interação com os autores pesquisados e a elaboração de
sínteses (ainda que mais simples) ao longo da pesquisa, não exclusivamente na conclusão
do trabalho.

2. Estrutura da Monografia

Os elementos indispensáveis na estrutura monográfica de graduação são: capa, folha de


rosto, resumo, índice, lista de tabelas e gráficos (se houver), elementos textuais,
bibliografia e contracapa.

Veja o excelente material tutorial para a redação de monografias, no site: Clique aqui

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Aula 13 - Dissertação

Objetivo: Apresentar a elaboração de um texto dissertativo e seus


elementos fundamentais.

Um texto dissertativo é um tipo de trabalho escrito


muito utilizado na atividade acadêmica. Ele é
relativamente simples, pois se estrutura ao redor
de: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
Todavia, ela exige certas habilidades a serem
desenvolvidas, tais como: conhecimento do assunto,
bom manejo da língua, facilidade de escrita,
coerência nas ideias e facilidade de comunicação e expressão.

Tipos de Texto Dissertativo

Os textos dissertativos são divididos em dois tipos:

1. Expositivo

Nele, expõe-se as ideias, argumentos e pontos de vista, sem a pretensão de defendê-los


ou argumentar em seu favor. O propósito é que o leitor seja informado sobre algo, não
convencido quanto ao mesmo. É um texto descritivo e informativo.

2. Argumentativo

Inversamente do anterior, o texto argumentativo busca pelo convencimento do leitor,


visando persuadi-lo quanto à opinião expressa no texto e, para tanto, nele estão contidos
argumentos, provas, dados, afirmações relevantes etc. É um texto opinativo.

Construção do Texto Dissertativo

Veja, abaixo, alguns exemplos de como elaborar um texto dissertativo.#019

1. Transformar o assunto em um questionamento

Tema: O Desmatamento na Floresta Amazônica

Questão: A Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo, sofre algum dano com a
frequente prática do desmatamento em seu território?

a. Sobre o mesmo tema você pode fazer vários questionamentos, porém deve avaliar se
você está apto a respondê-los e se não está fugindo ao tema principal.

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b. Após fazer essas avaliações escolha apenas um dos questionamentos e fundamente


seus argumentos baseando-se nele.

2. Exponha a um argumento outro contra-argumento.

Tema: Eutanásia

Tese/opinião: A eutanásia realmente deve ser proibida, pois ninguém pode violar o direito
à vida.

Antítese/contra-argumento: Com a legalização da eutanásia um hospital poderia estar se


utilizando do espaço que um paciente desenganado está ocupando para atender a alguém
que tem reais chances de sobrevivência.

a. Cuidado para não se contradizer, ou seja, ao apresentar seu contra-argumento você


deve estar preparado para convencer o leitor de que ele não tem fundamentos, e deve
estar munido de informações convincentes para que possa fazê-lo. Caso contrário você
poderá não deixar clara a sua mensagem.

b. Sempre defenda um ponto de vista, pois seu objetivo é esclarecer e não confundir ainda
mais as opiniões do leitor a respeito daquele assunto.

c. No caso de temas muito polêmicos, o melhor é se isentar totalmente de opiniões e


fundamentar seus argumentos em fatos, estatísticas e opiniões em massa.

3. Ligar uma causa a uma consequência.

Tema: A Violência nas escolas públicas

Causa: O pouco incentivo aos esportes e às artes nas escolas por parte do governo.

Consequência: Os jovens passam muito tempo nas ruas, em contato com armas e drogas.

Como foi dito na Introdução, a organização do texto dissertativo é


relativamente simples. Ele segue uma importante estrutura.

a. A partir da causa e da consequência apresentadas, você deverá


desenvolver seus argumentos em busca de uma solução possível e coerente para o
problema.

Organização do Texto Dissertativo

Como foi dito na Introdução, a organização do texto dissertativo é relativamente simples.


Ele segue a seguinte estrutura:

1. Introdução

O primeiro parágrafo deve conter o problema e o caminho a ser seguido no texto para
expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.

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2. Desenvolvimento

Nos parágrafos seguintes se encontram


os argumentos, opiniões, estatísticas,
fatos e exemplos. Eles devem obedecer
a um dos tipos de texto dissertativo:
expositivo/descritivo ou
argumentativo/opinativo.

3. Conclusão

O último parágrafo é reservado para dar clareza ao objetivo da dissertação, para expor o
ponto de vista defendido e arrematar todos os argumentos utilizados durante a construção
do texto.

A Dissertação Acadêmica

A organização formal de estudos acadêmicos no Estado brasileiro é feita da seguinte


forma:

1. Educação Infantil: o trabalho desenvolvido em creches e pré-escolas com crianças até


os seis anos de idade.

2. Ensino Fundamental: desenvolvido durante nove anos com as crianças após a


educação infantil.

3. Ensino Médio: realizado após o Ensino Fundamental e tem a duração média de três
anos. Pode ser profissionalizante ou servir de acesso ao Ensino Superior.

4. Ensino Superior: Nível de estudos acima do Ensino Médio e que se divide em:

a. Graduação: Primeira etapa do Ensino Superior. Sua duração depende do curso escolhido,
das regulamentações institucionais e das exigências dos órgãos de classe. Confere o grau
de Bacharelado (formação técnica) ou de Licenciatura (formação pedagógica).

b. Pós-graduação lato (amplo) sensu: formação superior que segue à Graduação,


consistindo em cursos de no mínimo 360 horas de aulas, visando ao aprofundamento da
formação obtida na Graduação, buscando a iniciação científica e o amadurecimento
profissional.

c. Pós-graduação stricto (restrito) sensu - Mestrado:

Primeira etapa que consiste de um ano e meio a três anos de estudos aprofundados em
um determinado tema da área da Graduação. Após sua realização, o formado passa a ter
um conhecimento mais amplo e aprofundado quanto ao tema estudado. Após aprovado
nas disciplinas formais, o candidato deve apresentar uma dissertação perante uma banca

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de docentes que examinam seus estudos quanto à temática desenvolvida, o domínio do


conhecimento da mesma e a abrangência das publicações acerca do mesmo que
demonstrem a sua efetiva atualização do assunto. Para ingresso, o candidato deve
apresentar um projeto de pesquisa aceito por professor-orientador que conduzirá o seu
desenvolvimento e que resultará na dissertação final perante a banca examinadora. O
Mestrado pode ser de dois tipos: Profissional, cujo objetivo é desenvolver o conhecimento
técnico em uma área de estudos; e o Acadêmico, cujo alvo é formar o docente para os
cursos de Graduação.

5. A Dissertação acadêmica

a. O objeto e sua delimitação

Já foi dito que uma dissertação acadêmica, seja da Graduação ou Pós-Graduação, abrange
um tema específico dentro de uma área de estudos ou de conhecimento. O preenchimento
do conteúdo do tema, isto é, o objetivo em tratar dele não é apenas de apresentar o que
já existe de conhecimento sobre o assunto, mera compilação de textos, mas demonstrar o
esforço do estudante na identificação e sistematização do conhecimento existente a
respeito dele. A esse respeito, veja o conselho abaixo:

O mestrando deve saber delimitar o seu objeto, “dialogar” com o tema, problematizando-o
— para empregar um neologismo universitário. Com isso quer se dizer que a delimitação
do objeto é fruto de uma interrogação. Mais do que isso, a delimitação é o resultado de um
esforço interpretativo e, portanto, incorpora escolhas metodológicas (como veremos
adiante). Afinal de contas, o esforço de reflexão crítica aparece como um componente
indispensável de um curso de mestrado bem sucedido. Ele é a própria razão de ser de
qualquer mestrado. As respostas desse processo estabelecem aquilo que é necessário,
acessório ou dispensável para dissertação.

Assista este vídeo de 3 min sobre como delimitar um tema. Essas dicas
valem tanto para a Graduação como para a Pós-Graduação.

Delimitação do tema de pesquisa

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b. A metodologia

A abordagem metodológica, isto é, a maneira como o tema escolhido será trabalhado e o


referencial teórico, isto é, em que teoria esta metodologia está apoiada, devem ser
bastante claras na dissertação acadêmica. As hipóteses de trabalho, isto é, aquilo que se
pretende provar ou concluir uma vez efetuado o caminho da pesquisa também devem ser
estabelecidas desde o princípio. Essa parte, intenciona impedir o estudante de vaguear
sem destino entre diversos modos de fazer seu trabalho, ao mesmo tempo em que permite
que ele veja com simplicidade o que deve e o que não deve conter em seu trabalho.

Assista este vídeo de 3 min sobre como estabelecer os objetivos de uma


pesquisa acadêmica. Essas dicas valem tanto para a Graduação como para a
Pós-Graduação.

Objetivos de uma pesquisa

c. Desenvolvimento

A dissertação de Mestrado deve ter, quanto à sua organização interna, quatro partes:
introdução, corpo principal do trabalho, conclusões. Vejamos cada uma delas em particular.

Introdução: É o capítulo inicial da dissertação. Nele, deve constar uma declaração do


objeto de estudo, uma exposição da organização da dissertação e apresentação das
hipóteses, metodologia escolhida e a sua fundamentação teórica. As conclusões podem ser
antecipadas resumidamente e, por isso, a Introdução será escrita após a Conclusão da
dissertação. Também deve ser deixado claro o que não será tratado, antecipando
expectativas ou exigências de algum leitor.

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Corpo principal: Nele, são desenvolvidos os argumentos relativos ao tema, um a um,


comumente cada um apresentado na forma de um capítulo. Cada capítulo deve ser
dividido de acordo com a argumentação, evitando criar artificialidades e banalidades, que
prejudicam o entendimento e deve estabelecer a ligação com o capítulo anterior e o
posterior. Os capítulos devem progredir em ordem lógica, sem que fiquem assuntos não
esclarecidos ou soltos em relação ao tema tratado.

Conclusões: Servem para reunir as conclusões provisórias que foram se acumulando nos
capítulos até chegar a uma solução geral a ser apresentada neste capítulo final. Elas
servem de fechamento ou término ao trabalho, não sendo lugar para se prosseguir algo
que deveria ter sido apresentado nos capítulos anteriores. No máximo, o que se permite é
apresentar encaminhamentos futuros para o que foi tratado suficientemente até então.

d. Bibliografia

Todo apoio utilizado para o desenvolvimento da dissertação de Mestrado efetivamente


presente no seu texto por meio de citações diretas e indiretas, ou notas de rodapé, devem
estar presentes devidamente normatizados neste capítulo acessório.

e. Originalidade

Desde que a dissertação de Mestrado não antevê uma contribuição inovadora tal como
uma tese de Doutorado, não se espera que a mesma esteja necessariamente presente.
Entretanto, é claro que a intervenção do estudante no que diz respeito à sua leitura
pessoal dos textos fundamentais e na apresentação do tema tragam alguma originalidade
e indicação da sua capacidade de estender o assunto para possibilidades não previstas até
então.

f. Uso social

Uma dissertação de Mestrado pode ter um uso social além do estritamente acadêmico.
Dependendo do tema tratado e o modo de fazê-lo, ele pode interessar a um público não
acadêmico e mesmo contribuir para algum interesse fora da academia, como ocorre, por
exemplo, com o Mestrado Profissional. Além disso, a necessidade acadêmica de divulgação
das dissertações e teses coloca a importância de apresentação do trabalho para além do
momento da defesa para o título almejado.

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Aula 14 - Textos dissertativos

Objetivo: Exemplificar a elaboração de um texto dissertativo e seus elementos


fundamentais.

Nesta aula, você será introduzido a alguns exemplos


de textos dissertativos, inclusive dissertação
acadêmica de Mestrado.

Exemplo de Dissertação Argumentativa

ALTO CONSUMO X SUSTENTABILIDADE

Faça a leitura e tente perceber os elementos que explicam a natureza de


cada um deles.

Um modo de vida ecologicamente sustentável é o que todos almejam no


século XXI, mas ao mesmo tempo ninguém quer diminuir o padrão
elevadíssimo de consumo atual. Conciliar esses interesses será a tônica do porvir, porém
dependerá, cada vez mais, de políticas públicas que eduquem a população, investimento
em pesquisas de produtos menos impactantes ao meio ambiente e também apostar na
promoção da reciclagem ainda mais.

Toda mudança positiva tem que perpassar necessariamente pela educação e pela cultura.
Nada se atinge de objetivo se não for feito um trabalho sério de políticas públicas voltadas
para o esclarecimento e a mudança de hábitos do povo. É desde a mais tenra idade que o
cidadão aprende a dar importância ao mundo que o cerca, assim como ao todo. Por isso,
projetos e programas – governamentais e não-governamentais – implantados nas escolas
são urgentes: elucidarão e criarão novas formas de agir logo nas primeiras idades.

Além disso, é sumamente interessante que a ciência mundial encontre alternativas de


produtos industrializáveis/comercializáveis que sejam menos degradantes ao ambiente.
Aperfeiçoamento tecnológico, pesquisas científicas em universidades e empresas devem se
dar as mãos para lutar por energia limpa, alimentos orgânicos, ingestão e uso consciente
de água potável, entre tantas outras coisas que beneficiariam as gerações vindouras.

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Da mesma forma, vê-se que o engenho e apetrechos da reciclagem se encontram


incipientes. O trabalho de limpeza e de reaproveitamento de materiais que seriam
destrutivos à natureza é uma forte saída para diminuir os danos do consumo mundial, pois
alguns compostos inutilizados demoram-se décadas ou séculos para se decomporem, como
o plástico. Incentivos fiscais a tais empresas, valorização e reconhecimento profissionais
podem dar bons frutos nas cooperativas de catadores e no setor fabril que utiliza o
material recolhido como matéria-prima.

Enfim, a tendência, daqui para um futuro não muito distante, é que essa preocupação com
a ecologia saia das pautas do “modismo” naturalista para se tornar uma necessidade
mundial.E aliar isso à compulsão consumista das massas será realmente o grande desafio
do amanhã que já se aproxima. Enquanto as pessoas não aprenderem a preservar e a
serem conscientes quanto às questões ecológicas do planeta, o meio ambiente irá agonizar
um pouco mais!

Exemplo de Dissertação Expositiva

Os exemplos mostrados apresentam como se fazer uma dissertação


argumentativa e expositiva.

Crack

O crack é preparado a partir da extração de uma substância alcaloide da planta


Erythroxylon coca, encontrada na América Central e América do Sul. Chamada
benzoilmetilecgonina, esse alcaloide é retirado das folhas da planta, dando origem a uma
pasta: o sulfato de cocaína. Chamada, popularmente, de crack, tal droga é fumada em
cachimbos.

Aproximadamente o crack é cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também
relativamente mais barata e acessível que outras drogas, o crack tem sido cada vez mais
utilizado, e não somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e carcerários. É usado nas
diversas classes sociais em vários países do mundo.

Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer,
euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo, além de provocar sintomas
paranoicos, quando se encontra em altas concentrações.

Pelos efeitos causados a tendência do consumo é ser utilizado com maior frequência. Com
o passar do tempo, o organismo vai ficando tolerante à substância, fazendo com que seja
necessário o uso de quantidades maiores da droga para se obter os mesmos efeitos.
Apesar dos efeitos paranoicos, que podem durar de horas a poucos dias e pode causar
problemas irreparáveis, e dos riscos a que está sujeito. Em pouco tempo, ele virará seu
escravo e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação dessas pessoas com o crime,
por tal motivo, é muito maior do que em relação às outras drogas; e o comportamento
violento é um traço típico.

Neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são


nitidamente prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo de
cinco anos – ou pela droga em si ou em consequência de seu uso. O uso constante altera o
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05/05/2020 Aulas.

comportamento aumentando os riscos de se contrair AIDS e outras DST's uma vez que
debilita o sistema imunológico dos dependentes.

A superação do vício requer ajuda profissional, vontade por parte da pessoa, e apoio da
família.

Acesse sites dos programas de pós-graduação de universidades brasileiras


e procure por suas orientações para o Mestrado, em especial, quanto à
dissertação final. Um bom começo é por este portal da CAPES: Catálogo
de Teses e Dissertações

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Aula 15 - Tese

Objetivo: Apresentar as etapas de elaboração de uma tese doutoral, seus elementos


fundamentais e oferecer exemplo para a realização de um projeto de tese, mostrando
que esse passo-a-passo é comum tanto à Pós-Graduação como para a Graduação.

A formação do pesquisador, no Brasil, é iniciada por meio de um programa de


doutoramento que culmina na elaboração de uma Tese. Esse termo é originado da língua
Grega e significa:

Proposição que se apresenta para ser discutida; monografia para ser defendida em
público, em exames de doutorado e concursos do magistério nas escolas superiores;
argumento, assunto, tema.#020

O que é uma Tese?

Uma tese é um assunto ou tema


que se apresenta na forma de
uma proposição a fim de ser
discutida em um ambiente
específico. No que diz respeito à
escrita, a Tese não se diferencia
de uma dissertação, sendo uma
evolução a partir desta. Mas, quanto à sua importância acadêmica, ambas se distinguem
enormemente.

A dissertação de Mestrado não tem preocupação com a originalidade resultante de uma


pesquisa própria do estudante. Ele apenas disserta sobre um determinado tema,
acolhendo o que já se produziu na área de conhecimento dele e pode ou não oferecer uma
avaliação opinativa a respeito.

Ao contrário, uma Tese carece de originalidade, isto é, ela tem que resultar em algum
conhecimento novo que seja agregado àquele já existente. Ela é o resultado de uma
hipótese aplicada a um problema de modo a oferecer um modo novo de vê-lo, uma
solução diferente para ele ou uma estratégia nova de tratar o assunto. Para tanto, ela foi
testada de modo que o resultado tem fundamento suficiente para se impor perante um
corpo de pesquisadores sobre o assunto. A Tese tanto pode basear-se em fatos novos,
como partir de fatos conhecidos por meio de uma revisão da literatura quanto ao tema
pesquisado.

Uma Tese requer um trabalho de pesquisa desenvolvido em tempo suficiente para que o
resultado amadureça e seja demonstrável. Esta pode se desenvolver em diversas esferas:
teórica, de campo, documental, experimental, histórica ou filosófica.

Uma Tese bem elaborada forma o pesquisador que apenas dá início à sua atividade
científica a partir do reconhecimento de seus pares por meio da defesa e aceitação da
Tese. Ela é somente o ponto de partida de uma carreira científica e acadêmica que se

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estenderá pelo tempo em que o pesquisador se dedicar ao mesmo tema ou a variações


deste.

Desde que a carreira docente no Ensino Superior no Brasil depende da aprovação de uma
Tese por uma banca de iguais, em sua grande maioria, é necessário que aquele que a
almeja efetue uma Tese de doutorado e continue a produzir resultados continuamente para
atender às exigências dos órgãos de fomento e pesquisa no país. O fato de ser um
professor universitário portador de um título de doutorado para tal não evidencia,
naturalmente, que se está diante de um pesquisador ou um cientista.

Uma tese é um assunto ou tema que se apresenta na forma de uma


proposição a fim de ser discutida em um ambiente específico.

A Pesquisa Científica Após a Virada da Linguagem

Veja, abaixo, treze dicas importantes para quem pensa se candidatar a uma Tese de
doutoramento.#021

1. Descrever concretamente o problema sendo tratado e sua relevância (muitas vezes, o


problema assume a forma de uma dicotomia, que requer uma solução de compromisso);

2. Enumerar as principais hipóteses da tese, como por exemplo: “A configuração dinâmica


do sistema permitirá que o usuário possa fazer X e Y”, e justificar a relevância/realismo
das hipóteses através de citações de outros trabalhos e/ou de depoimentos de
especialistas;

3. Formalizar, ou ao menos definir precisamente, os principais conceitos fundamentais


referentes ao assunto sendo tratado; Se possível, usar definições/formalizações utilizadas
em outros trabalhos;

4. Descrever precisamente o modelo de sistema (i.e. as premissas sobre a infraestrutura


necessária), e justificar as abstrações adotadas no modelo;

5. Mostrar como a solução proposta soluciona o problema do item 1, e argumentar porque


ela é superior as outras encontradas na literatura;

6. Descrever em detalhes as partes implementadas no protótipo, e justificar a não


implementação das demais partes (obs: falta de tempo é um argumento fraco);

7. Explicar quais aspectos da solução foram avaliados; Por exemplo: usabilidade,


flexibilidade, reutilização, desempenho, escalabilidade, dependabilidade, etc.

8. Descrever e justificar o método de avaliação, e argumentar que os testes realizados no


protótipo de fato avaliam os aspectos da solução descritos no item 7;

9. Descrever, em detalhes, os parâmetros e as configurações de cada experimento, e


justificar os valores escolhidos;

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10. Se possível (e isso, geralmente é difícil) comparar a sua solução diretamente com as
soluções em trabalhos relacionados, observando que os parâmetros dos testes devem ser
os mesmos, pois senão a comparação não é válida;

11. Apresentar (com rigor científico) os resultados da avaliação e explicar por que eles
comprovam, ou ao menos indicam, que os benefícios X e Y são obtidos com a solução;

12. Identificar claramente as contribuições científicas e/ou tecnológicas e explicar de que


forma elas representam um avanço no estado da arte;

13. Mostrar as limitações da própria solução (o que não foi resolvido, e por que) e discutir
como futuros trabalhos devem abordar estas questões.

Ainda que, comumente, as Teses sejam familiares à área das Humanidades, o modelo
acima está focado em Teses que visam o desenvolvimento tecnológico, próprio da área de
Exatas, Químicas e Biológicas.

Organização de um Projeto de Tese de Doutorado

Quanto à estruturação de um projeto de Tese de doutorado, segue abaixo um exemplo.


Veja como ele é orientador e pode ser adaptado a outros níveis de ensino, igualmente.

A extensão do projeto é, evidentemente, variável; um projeto de tese tem entre 15 e 50


páginas, tendo em vista sua legibilidade e facilidade de apreensão. Os tópicos
apresentados a seguir constituem uma aproximação ao que se espera de um projeto de
tese, ficando aberto às adaptações exigidas pela especificidade de cada trabalho.

Assista este vídeo de 2:30 min sobre como justificar a execução de uma
pesquisa.

Justi cativa da pesquisa

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1. Apresentação do tema

1.1. Definição do problema de pesquisa.

1.2. Motivos, importância teórica e pertinência atual da investigação proposta.

1.3. Objetivos e nível de generalidade da investigação.

1.4. Enunciação da hipótese ou conjunto de hipóteses, de modo a caracterizar a proposição


de uma tese (lembrando Aristóteles, uma tese é uma opinião que defendemos diante da
opinião de um sábio ou da opinião da maioria...).

2. Quadro teórico

2.1. Apresentação e justificativa do método de trabalho.

2.2. Apresentação e justificativa das referências teóricas adotadas.

2.3. Definição dos conceitos e do sentido operativo que assumem na investigação.

2.4. Revisão crítica da literatura sobre o tema, justificando a seleção de autores e obras e
comentando sua contribuição.

3. Critérios de aplicabilidade

3.1. Definição do campo de validade pretendido para o estudo, isto é, do contexto


operativo de sua aplicação.

3.2. Definição das possibilidades e limites de generalização teórico-prática dos resultados


pretendidos.

4. Conclusão, sintetizando o enunciado nuclear da tese.

5. Etapas gerais da pesquisa de doutoramento.

Incluir cronograma compatível com o calendário escolar.

6. Quadro provisório dos tópicos estruturadores da redação da tese.

Apresente um esboço com os títulos dos capítulos, bem como os subtítulos de cada
capítulo. Sugere 3 capítulos com 3 subdivisões cada.

7. Bibliografia provisória.

Listar uma ampla sequência de obras (artigos, livros e documentos) em ordem alfabética
de sobrenomes comprovando que é possível realizar a pesquisa. Quanto mais obras
atualizadas (últimos 10 anos) puder apresentar, melhor.

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Veja o vídeo: quanto à confecção de uma Tese acadêmica e avalie o quanto é


necessário estar habilitado para a sua realização. Veja abaixo:

CONSTRUINDO UMA TESE OU DISSERTAÇÃO

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Aula 16 - Artigo Científico

Objetivo: Apresentar os caminhos para a produção de um artigo científico.

O artigo científico se destina a uma publicação com


autoria declarada, que apresenta e discute ideias,
métodos, técnicas, processos e resultados nas
diversas áreas do conhecimento. Ele pode ser
tratado quanto a: modelos, estrutura e questões
mais gerais como a escrita e a publicação.

Os Modelos

Os artigos são sempre partes de uma publicação e podem ser, conforme a NBR 6022/maio
de 2003:

1. Revisão de estudos

- Identifica relações, contradições, lacunas na literatura

- Avalia criticamente o material já publicado

- Resume pesquisas anteriores e informa o estado da pesquisa

- Sugere o próximo passo na resolução de problemas

- Organizados por relacionamento e não por cronologia

2. Relatório de estudos experimentais

- Respeita as etapas do processo de pesquisa: introdução, método, resultados, discussão

- Devem contar uma história informativa e como ela se reflete em situações mais gerais

-Não entra em detalhes irrelevantes sobre o experimento

- Concentra nas ideias e não no experimento em si

3. Artigo sobre métodos

- Deve ter objetivos claros, estar focado e relacionar vantagens sobre trabalhos anteriores

- Permite a aplicação da notação ou processo descritos no artigo em um projeto real

- Permite a comparação das ideias apresentadas com trabalhos anteriores

- Permite a compreensão sobre o propósito, atividades, medidas e avaliação do processo.

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05/05/2020 Aulas.

O Artigo Científico é a forma mais utilizada de artigos devido à sua ênfase


na pesquisa bibliográfica. Trata-se de uma produção textual que sintetiza
os resultados de uma determinada pesquisa, visando ser uma primeira
apresentação da investigação realizada sobre ela.

A Estrutura

O Artigo Científico é a forma mais utilizada de artigos devido à sua ênfase na pesquisa
bibliográfica. Trata-se de uma produção textual que sintetiza os resultados de uma
determinada pesquisa, visando ser uma primeira apresentação da investigação realizada
sobre ela. Deve ser organizado observando os seguintes elementos:

1. Partes Pré-textuais:

a) Título e Subtítulo

b) Autoria (credenciais do autor, que podem ser remetidas para nota de rodapé*). O (s)
autor (es) do artigo deve vir indicado do centro para a margem direita. No caso de mais de
um autor deverão ser apresentados pela ordem das titulações (da maior para a menor) ou
por ordem alfabética, se não for este o caso;

c) Resumo na língua do texto (aproximadamente 250 palavras):

No resumo deve informar suficientemente o conteúdo do artigo, visando estimular sua


leitura, e ser escrito em um único parágrafo, sem esquemas.

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Deve informar suficientemente o conteúdo do artigo, visando estimular sua


leitura, e ser escrito em um único parágrafo, sem esquemas. Em sua
primeira linha deve ser o tema do texto.

d) Palavras-chave (normalmente cinco palavras): devem abranger todo o


artigo e serem selecionadas de acordo com sua importância no texto.

e) Abstract (resumo em língua estrangeira): trata-se do próprio resumo apresentado em


língua estrangeira (conforme exigência do periódico a ser publicado). É importante devido
à circulação internacional dos artigos científicos.

f) Palavras-chave em língua estrangeira (Keywords).

Veja o exemplo a seguir:

2. Partes Pós-textuais

a) Referências Bibliográficas

b) Glossário

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c) Apêndices (quando houver)

d) Anexos (quando houver)

3. Partes Textuais

As partes textuais são o corpo do trabalho propriamente dito e envolvem:

Introdução

Uma parte mais curta e objetiva onde se apresenta a delimitação do assunto, seus
objetivos e outras informações que esclarecem e situa o assunto pesquisado. Visa situar o
leitor no contexto do assunto delimitado e pesquisado, possibilitando uma visão global
sobre ele. É importante que nessa parte também se esclareça o método de pesquisa e
teológico adotado.

Desenvolvimento

O desenvolvimento é a principal parte do trabalho, pois apresenta a


exposição detalhada do assunto, de forma devidamente ordenada, coesa e
com argumentação coerente.

É a principal parte do trabalho, pois apresenta a exposição detalhada do


assunto, de forma devidamente ordenada, coesa e com argumentação coerente. No
desenvolvimento, o autor expõe e relaciona as principais teorias que utilizou para discutir a
questão pesquisada. Pode ser composta por: revisão de literatura, apresentação de
materiais ou métodos, apresentação de resultados, discussão e argumentação das
hipóteses etc.

Os argumentos podem ser expostos de maneira explicativa e fundamentados pela


bibliografia consultada, devidamente citada e referida. Deve-se demonstrar conhecimento
das principais discussões sobre o assunto na língua do trabalho científico.

Conclusão

Trata-se da parte final do artigo, onde são apresentadas as conclusões referentes às


hipóteses do autor. Não deve ser muito longa e faz o fechamento das ideias do
desenvolvimento e a resposta final da Introdução, não cabendo neste momento a
exposição de novas ideias e hipóteses.

Escrita

1. Impessoalidade

A redação de trabalhos científicos exige certa impessoalidade e imparcialidade. Expressões


como: “eu penso”, “parece-me” etc. demonstram parcialidade na pesquisa e não possuem
valor científico. Até algum tempo exigia-se que fosse escrito exclusivamente na terceira
pessoa (do singular), mas hoje esta exigência foi flexibilizada, desde que se mantenha a
linguagem acadêmica.

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2. Objetividade

Na escrita de qualquer texto acadêmico deve-se evitar prolixidade e manter uma


linguagem objetiva e clara. Deve-se apresentar o assunto e sua discussão de forma direta
e em linguagem acadêmico-científica, que é de caráter informativo e racional, ainda que se
baseie em dados subjetivos. Clareza e precisão contribuem para a objetividade.

3. Redação correta

Uma redação correta é condição indispensável para a boa aceitação da produção de texto.
Deve-se relatar a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas,
intercaladas com parênteses, num único período. O uso comedido de parágrafos, suficiente
para ordenar o raciocínio torna o texto de mais fácil leitura. A cada novo parágrafo
demonstra-se o desenvolvimento do raciocínio. É necessário que se faça diversas revisões
no texto depois de escrito e antes de sua entrega final, retirando todo excesso de palavras
e expressões que não fazem falta no contexto da redação.

4. Por onde começar?

Cada um tem seu estilo e o importante é adaptar as necessidades a ele. Uma vez que já
existe uma estrutura básica como a descrita acima, é bom começar por encaixar seu texto
nela. Para isso, é importante ter um texto pronto, isto é, procurar escrever um texto
inteiro e, depois, ver como ele vai se encaixando na estrutura fundamental. Somente
depois se deve propor os resumos, introduções e conclusões. Assim, será possível perceber
as falhas na pesquisa e preenche-las com pesquisas adicionais.

5. E, depois, como publicar o artigo?

Essa é a parte mais difícil. Mas, algumas dicas podem ajudar:

Primeiro, o artigo deve estar pronto para publicação e, para isso, ele não deve ser
submetido senão após algum tempo de afastamento e retorno para uma revisão final. É
útil que outra pessoa faça a leitura e ofereça sugestões também.

Segundo, as revistas ou periódicos têm um planejamento editorial e é possível saber como


o artigo científico vai se encaixar nele e a possibilidade de uma aceitação para apreciação.

Terceiro, as revistas e periódicos possuem revisores que leem os artigos científicos e


recomendam ou não a sua publicação.

Quarto, comumente as edições são semestrais ou anuais, o que demandará certo tempo
entre a submissão e a publicação.

Quinto, as revistas e periódicos são classificadas conforme criteriologia que as qualifica


entre regulares, melhores e excelentes. Quanto mais bem classificado, maior o grau de
dificuldade para publicação.

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Veja uma crítica à produção indiscriminada de artigos científicos, no texto: “Entre


fetichismo e sobrevivência: o artigo científico é uma mercadoria acadêmica?”, em:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n12/25.pdf

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Aula 17 - Portfólio Reflexivo

Objetivo: Apresentar conceitualmente a ferramenta pedagógica portfólio.

Portfólio

Metodologia da Pesquisa | Portfólio Re exivo

A tendência mundial na educação é a mudança de


paradigma de ensino-aprendizagem, do antigo
modelo baseado em conteúdos e acúmulo de
informação para um novo modelo em que se dê o
protagonismo dos estudantes. Na prática, é uma
mudança de eixo, do foco no ensino para focar na
aprendizagem. Para que isso ocorra é preciso alterar
as ferramentas tradicionais de formação e avaliação,
por exemplo. Requer uma mudança de mentalidade, tanto dos educandos quanto dos
educadores.

Cotta, Costa e Mendonça asseguram: “na prática, isso significa preparar os estudantes
para um aprendizado autônomo, definido por Paulo Freire como um aprender que respeita
a curiosidade do educando, sua inquietude e linguagem, incentivando a liberdade e a
busca de identidade no processo de ensino-aprendizagem. O aprendizado autônomo dá
mais importância ao domínio de ferramentas de ensino do que a mera acumulação de
conteúdos, outorgando um novo papel aos materiais didáticos, que passam a ser recursos
capazes de gerar conhecimentos significativos e que facilitam a inserção do estudante no
processo de aprendizagem”#022. Essa mudança mundial está centrada em resultados,
estimulando competências e habilidades nos educandos. Para se alcançar esse objetivo são
necessárias estratégias pedagógicas mais ativas e inovadoras. É aqui que entra a
ferramenta portfólio reflexivo.

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O que é portfólio

O portfólio “é um método que proporciona um processo ensino-aprendizagem ativo, cujo


enfoque metodológico se baseia na comunicação dialógica entre os diferentes sujeitos; a
intenção é que os estudantes desenvolvam além de conhecimentos, atitudes e
#023 #024
habilidades” . Ele possibilita “a formação de indivíduos críticos-reflexivos” .

Nos últimos anos tem crescido o uso dessa ferramenta pedagógica nos grandes centros de
formação também no Brasil, em diferentes áreas do saber. De acordo com Maia haveriam
cinco categorias em que os objetivos de uso do portfólio reflexivo podem ser observados:
“a) avaliar e/ou acompanhar a aprendizagem; b) avaliar habilidades clínicas [ou em outras
áreas profissionais]; c) avaliar e ou documentar competências; d) possibilitar o
desenvolvimento profissional continuado; e, e) estimular a reflexão”#025. É justamente
nesse último aspecto que o portfólio ganha destaque. Ele é muito efetivo para incentivar o
aluno a refletir sobre suas experiências.

Os portfólios “precisam ser continuamente construídos no processo de ação-reflexão-ação


e partilhados de forma a darem visibilidade a outros modos de interpretar os caminhos da
aprendizagem pelo estudante, permitindo uma autoavaliação sobre as tomadas de
decisões, definição de critérios para emitir juízos, além de espaço para dúvidas e
conflitos”#026. “Além do autoconhecimento, o portfólio reflexivo parece permitir que
estudantes contem suas histórias e as mesclem com as histórias contadas por outros. Um
dos objetivos de estimular narrativas por meio dos portfólios é conseguir mobilizar o
educando para a responsabilidade sobre seu processo de aprendizagem, favorecendo a
análise de singularidade e peculiaridades do desenvolvimento de cada um”.

Portfólio e narratividade

Uma das estratégias mais importantes


para dar visibilidade às experiências que
estão sendo reunidas no portfólio é a
narrativa. Ela é fundamental no
processo reflexivo. “A abordagem
narrativa, que é substrato dos
portfólios, compartilha alguns dos
princípios das metodologias avaliativas
de aprendizagem, mas cria rupturas, como o fato de que a experiência vivida não é algo a
ser mensurado, mas criado no próprio processo, em especial, nos diálogos entre educador
e educando durante os feedbacks. Estes são momentos privilegiados para devolutivas
sobre o portfólio. Podem constituir elementos do feedback: ressaltar aspectos (positivos e
negativos) sobre conhecimentos, habilidades e atitudes; discutir as narrativas contidas no
portfólio reflexivo; e estimular o retorno a objetivos educacionais ainda não alcançados,
reformulando o plano pedagógico“#027.

É importante descrever com detalhes após concentrado processo de reflexão pessoal. “As
narrativas que compõem o portfólio reflexivo devem ser antecedidas por uma experiência
existencial, seja vivida pelo próprio sujeito que conta a história, ou pela experiência de
ouvir histórias dos outros. O narrador não faz apenas uso das suas experiências, mas

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também das experiências alheias pelo ouvir. Isso pressupõe per se uma abertura ao
diálogo. O pensar narrativo operado nos portfólios reflexivos é crítico porque enseja a troca
de experiências: o narrador-estudante transforma em história a experiência com o outro e
com o próprio contexto do território onde atua; o diálogo (por vezes, imaginário), que se
estabelece com essas histórias se concretiza quando o professor-leitor percorre essas
trajetórias e ressignifica tais experiências fazendo uso do dispositivo pedagógico para ler
nas entrelinhas”#028

Como bem concluíram Cotta, Costa e Mendonça, “em educação o portfólio apresenta várias
possibilidades, tendo como principal fator de aprendizagem a construção pelo próprio
estudante ou grupo de estudantes”#029. Dessa forma, o portfólio não deve ser visto como
“mais uma tarefa” a ser entregue, mas como um instrumento de formação profissional. Na
próxima aula daremos algumas orientações sobre como você poderá elaborar o seu
portfólio.

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Aula 18 - Como fazer o portfólio

Objetivo: Instruir sobre o processo de elaboração do portfólio.

Fazendo o portfólio

Metodologia da Pesquisa | Como fazer o portfólio

Conforme vimos na aula passada, o portfólio


reflexivo é uma nova ferramenta pedagógica
que privilegia a autonomia do estudante. O
portfólio “amplia o olhar sobre o processo
formativo para além da aquisição de
conhecimentos, pois as narrativas reativam o
pensamento sobre as experiências do
educando acerca de suas relações com o
conhecimento científico, suas interações com o
outro e consigo mesmo”#030. É isso que a
instituição espera que o estudante desenvolva.

Por meio do Portfólio Reflexivo a Faculdade Unida procura incentivar o exercício da


narratividade na educação. O estudante terá a oportunidade de reunir e refletir sobre
diferentes atividades em sua formação. A seguir um breve roteiro sobre como fazer seu
portfólio.

O que incluir

Você organizará de forma sistemática tudo o que foi trabalhado nos seus anos de curso.
Mantenha seus registros atualizados e com as datas respectivas. Sempre que possível faça
registros de imagens, como fotos e vídeos. O portfólio inclui textos de aulas, atividades,

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trabalhos, apostilas, exercícios, pesquisas e tudo de relevante que você fizer em seus
estudos. É importante que contenha uma descrição seguida de reflexão sobre cada um dos
itens listados.

Organizar por semestre ajuda no processo. Destacar a nota alta que recebeu no trabalho e
o que ele representou é um exemplo. Se um trabalho recebeu comentários elogiosos do
professor, também deve ser incluído. Além de ser uma coletânea de trabalhos, é também
de relatos e impressões. Cada nova atividade deve ter um título, uma data, uma breve
descrição e uma avaliação (Considerações sobre a atividade).

Estrutura do portfólio

O portfólio deverá ser apresentado seguindo


o padrão de normas de trabalhos acadêmicos
da Faculdade Unida. A estrutura básica será:

Capa

Folha de rosto

Breve biografia

Sumário

Introdução

Atividade 1

Atividade 2

Conclusão

Referências

A breve biografia é o local para você se apresentar como estudante e como acadêmico, dar
as razões pelas quais optou pelo curso e pela carreira, o que ele acrescentou à sua vida,
que cursos e atividades destacaria, etc. tendo em mente que não deve ser algo muito
pessoal, mas focado na carreira profissional.

As normas sobre capa, folha de rosto, sumário, referências e formatação estão disponíveis
no manual de normas da instituição. Na próxima aula apresentaremos um resumo das
regras principais.

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Aula 19 - Normas técnicas

Objetivo: Você aprenderá acerca da padronização de trabalhos científicos seguindo as


orientações gerais da ABNT e as específicas da Faculdade Unida.

Normas para trabalhos acadêmicos

Metodologia da Pesquisa | Normas técnicas

Todo trabalho acadêmico, seja uma resenha ou


produção de texto de menor porte a uma
monografia, dissertação ou tese, devem ser
apresentados seguindo as normas de formatação da
instituição. Não há trabalho que prescinda de uma
boa formatação. Todavia, as regras de formatação
não são o objetivo da pesquisa, elas não são o
trabalho acadêmico propriamente dito, daí manterem certa flexibilidade em sua utilização,
na medida das orientações institucionais.

Formatação

O editor de texto mais utilizado é o Word da Microsoft. As orientações a seguir tomam


como referência esse editor. Proceda com configurações necessárias:

a) Papel: branco em tamanho A4.

b) Letra: Times New Roman

c) Tamanho: padrão 12. Exceções: citações diretas com mais de três linhas e notas de
rodapé que será tamanho 10.

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d) Margens: Superior 3 cm e Inferior 2 cm - Esquerdo 3 cm e Direita 2 cm

e) Espaço entrelinhas: 1,5 cm

f) Recuo da primeira linha do parágrafo: 1,25 cm

g) Números de página: contagem a partir da folha de rosto e visualização da numeração a


partir da primeira folha do texto. Devem ser colocados no canto superior direito da folha
em algarismos arábicos (1, 2, 3 ...).

h) Títulos (sem negrito): não há negrito em nenhum local.

Capa: em maiúscula, tamanho 12, centralizado

Capítulos: em maiúscula, tamanho 12, alinhado à esquerda, em algarismos arábicos (1, 2,


3... Observe que é sem ponto após o número). Exemplo: 1 NOME DO CAPÍTULO

Segundo Título: apenas a primeira letra maiúscula, tamanho 12, alinhados à esquerda.
Exemplo: 1.1 Nome da seção

Terceiro Título: apenas a primeira letra maiúscula, tamanho 12, alinhados à esquerda, em
itálico. 1.1.1 Nome da subseção

Título como resumo, abstract, sumário, introdução, conclusão e referências: em maiúscula,


tamanho 12, centralizado, sem numeração

i) Para destacar algum termo ou expressão, usar itálico. Contudo, somente em casos
excepcionais. O itálico é necessário para destacar os títulos das obras na nota de rodapé e
na referência final, bem como nas expressões em idiomas estrangeiros.

Citações

A citação, conforme a ABNT é a “menção, no texto, de uma informação


extraída de outra fonte.” (NBR – 10520, 2002, p.1).

A citação, conforme a ABNT é a


“menção, no texto, de uma
informação extraída de outra fonte.” (NBR – 10520,
2002, p.1). Devemos apresentar as referências
sempre que utilizamos palavras ou ideias de outra
fonte, como: livros, revistas, textos online, filmes,
jornais, aulas etc. Elas visam reforçar a
argumentação, apresentar ideias divergentes,
enriquecer com novas informações, atribuir peso
acadêmico ao trabalho.

Podem ser:

a) Citação Livre ou Indireta:

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Trata-se da reprodução do pensamento de um autor com as palavras de quem está


produzindo a pesquisa. Para isso, é necessário que o (a) pesquisador (a) leia atentamente
e várias vezes o texto do autor a ser citado, de modo a que se faça uma interpretação
correta de suas ideias. Deve ser apresentada sem aspas e conter no final o número
indicativo da nota de rodapé, onde deve ser apresentada a referência bibliográfica, com
número da página de onde o pensamento foi extraído.

b) Citação Textual ou Direta:

Nessa forma de citação o texto do autor é transcrito como apresentado na obra.

• Até 3 linhas: deve ser apresentado entre aspas (sem itálico ou negrito) e conter no final
o número indicativo da nota de rodapé, onde deve ser apresentada a referência
bibliográfica de onde foi extraído. Usar aspas simples (‘) no caso de citação dentro de
citação.

• Acima de 3 linhas: o texto deve ser recuado em 4 cm, sem aspas, em letra de tamanho
10 e espaçamento entrelinhas simples. Deve conter ao final (depois do ponto final) o
número indicativo da nota de rodapé, onde deve ser apresentada a referência bibliográfica
de onde foi extraído.

• Supressões: quando o texto é interrompido, geralmente por ser longo para ser
apresentado todo na citação. Neste caso, devem-se usar reticências entre colchetes [...]
onde se fizer a supressão.

• Interpolações: são comentários inseridos nas citações. Neste caso deve-se fazê-lo entre
colchetes.

• Destaques: quando desejamos chamar a atenção para alguma parte do texto citado
devemos informar logo em seguida ao destaque: grifo nosso ou sem grifo no original.

• Citação de Texto Bíblico: deve seguir as orientações acima exceto que a referência bíblica
deve vir ao final do texto e entre parênteses (ex. Rm. 3.2).

Obs.: Escolher uma versão da Bíblia e utilizá-la em toda a pesquisa.

c) Citação de textos em língua estrangeira

Textos em língua estrangeira devem ser traduzidos ao serem citados e acrescidos da


informação entre parênteses. Ex.: WOLFF, 1970, tradução nossa), quando for tradução
própria.

Obs.: Deve-se apresentar o texto original em nota de rodapé, em itálico.

Referências Bibliográficas das Citações

As notas de rodapé devem seguir numeração contínua até o final do


trabalho. Insere-se o número de referência logo após o texto citado
(citação livre ou textual), com a ajuda do próprio Word, que
automaticamente remeterá para o rodapé.

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a) Em nota de Rodapé: Não usamos o sistema de referência conhecido como Autor-Data,


em que aparece entre parênteses ao longo do texto a informação bibliográfica. Ao
contrário, toda referência bibliográfica deve ser remetida a uma nota de rodapé. Na
próxima aula explicitaremos mais sobre esse assunto.

b) Em lista por ordem alfabética de sobrenomes ao final do trabalho: Com o título de


REFERÊNCIAS deverá ser apresentado a lista de obras consultadas ao final de cada
trabalho acadêmico.

Os elementos obrigatórios são: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. n. ed. Cidade: Nome
da Editora sem o “editora”, ano. p. consultada.

Se for a primeira edição não grafar nada, mas se for a partir da segunda edição deve
abreviar. Exemplo: 2 ed.

- Exemplo de referência de livro:

RIBEIRO, Osvaldo Luiz. Provocações facebookianas: religião, teologia e coisas do gênero.


São Paulo: Fonte Editorial, 2015.

- Exemplo de referência de revista:

KILPP, Nelson. Um profeta que nasce da atuação pastoral. Reflexus – Revista semestral de
teologia e ciências das religiões. Vitória-ES, a. VII, n. 9, mai. 2013, p. 43-60.

- Exemplo de referência de coletânea:

TERRA, Kenner. Êxtase, Pentecostes e unidade: desafios à luz das origens. In: OLIVEIRA,
David Mesquiati (Org.). Pentecostalismos e unidade. São Paulo: Fonte Editorial, 2015, p.
167-179.

- Exemplo de referência de internet:

OLIVEIRA, David Mesquiati. Ensino religioso escolar e religiosidades indígenas”. Unitas –


Revista eletrônica de ciências das religiões [online]. Vitória-ES, v. 2, jul.-dez., 2014, p.
126-139. Disponível em: <http://revista.faculdadeunida.com.br/index.php/unitas>.
Acesso em: 22 mai. 2016.

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05/05/2020 Aulas.

Aula 20 - Notas de Rodapé

Objetivo: Orientar sobre a elaboração de notas de rodapé.

Criando notas de rodapé

Metodologia da Pesquisa | Notas de Rodapé

As notas podem ser explicativas ou


bibliográficas. As notas explicativas são
requeridas especialmente para utilizar
em termos ou expressões que
necessitam de explicações
complementares. Ao invés de confundir
o leitor com explicações paralelas dentro
de um parágrafo, o autor faz uma
explicação complementar em uma nota
de rodapé. O número referente à nota
vai junto do nome ou expressão que se
quer complementar. As notas bibliográficas, por sua vez, registram a fonte utilizada de
acordo com as normas para referências. É importante que mesmo as notas explicativas,
sempre que possível, apresentem fontes bibliográficas para fundamentar sua explicação.

As notas de rodapé devem seguir numeração contínua até o final do trabalho. Insere-se o
número de referência logo após o texto citado (citação livre ou textual), após o ponto, com
a ajuda do próprio Word, que automaticamente remeterá para o rodapé. Com o editor de
texto Word aberto, clicar após o ponto final, depois clicar em "Referências" na barra
superior do Word, em seguida clicar em "inserir nota de rodapé".

Usar a mesma letra do texto em tamanho 10 e espaçamento simples, da seguinte


maneira:

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05/05/2020 Aulas.

a) A primeira citação de uma obra deverá apresentá-la de forma completa:

SOBRENOME, Nome do autor. Nome da obra em Itálico. Local da editora: Nome da editora,
ano de edição, Página consultada.

Exemplo:

SANCHES, Regina Fernandes. A Teologia da Missão Integral. São Paulo: Reflexão, 2009, p.
40.

b) Nas citações seguintes dessa mesma obra, mencionar somente o sobrenome do autor
em letras maiúsculas, ano da publicação e a página consultada.

Exemplo:

SANCHES, 2009, p. 56.

c) No caso de citação de citação acrescentar o termo “apud” em itálico, que significa


“citado por”.

Exemplo:

COSTAS, 1983 apud SANCHES, 2009, p. 67.

Obs.: Todas as referências de notas de rodapé devem ser apresentadas posteriormente


também no final do trabalho, nas Referências, sem o número das páginas.

d) Outros tipos de Autoria

Obra com dois ou mais autores: MORAES; SOUZA, 1997, p. 15.

Obra mencionada pelo nome da instituição responsável do título: COMISSÃO DAS


COMUNIDADES EUROPEIAS, 2002, p. 17.

Nas notas de rodapé devem ser incluídas somente as informações obrigatórias. As


opcionais, como tradutor, coleção, entre outras, devem ser suprimidas.

Ao se escrever um texto acadêmico é importante que toda afirmação tenha uma fonte
confiável. Assim, são esperadas muitas notas de rodapé. É possível, inclusive, que um
único parágrafo tenha mais de três notas de rodapé. Isso não é problema.

Abra o editor de texto Word e faça um breve exercício para praticar a elaboração de notas
de rodapé. Escreva o seguinte parágrafo com as respectivas notas:

O portfólio “amplia o olhar sobre o processo formativo para além da aquisição de


conhecimentos, pois as narrativas reativam o pensamento sobre as experiências do
educando”1. Por isso é chamado de portfólio reflexivo2. É isso que a instituição espera que
o estudante desenvolva.3

1
STELET, B. P.; ROMANO, V. F.; CARRIJO, A. P. B.; TEIXEIRA JR., J. E. Portfólio reflexivo: subsídios filosóficos para uma práxis narrativa no ensino

médico. Interface, v. 21, n. 60, p. 165-179, 2017, p. 171.

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2
STELET; ROMANO; CARRIJO; TEIXEIRA JR., 2017, p. 171.
3
Extraído da aula 17 da disciplina de Metodologia da Pesquisa, curso Licenciatura em Ciências das Religiões da Faculdade Unida de Vitória.

Perceba que a nota 1 é completa, a 2 está resumida e a 3 é uma nota explicativa. A


posição dos números é importante. No caso da nota um ele vai junto das aspas e antes do
ponto; no caso da nota 2 ele vai antes do ponto porque está fazendo referência a uma
expressão específica; e, no caso da nota 3 ele vai após o ponto, porque é uma nota que se
refere a todo parágrafo.

Obrigado pelo tempo que passamos juntos e agora que terminou os estudos desta
disciplina, boa avaliação.

Agora que você concluiu a aula 20, aproveite para realizar as seguintes
atividades:
Fórum 2 / Fórum 3
Atividade Dissertativa 2
Atividade Objetiva 2

Olá, você concluiu a última aula desta disciplina. Parabéns! Conclua as atividades
relacionadas e faça a Avaliação Online.

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