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coleção guia da preparação para concursos e exames vol 7

MEMÓRIA E
CONCENTRAÇÃO

tuctor 3.0
Uma Revolução
na Usabilidade.
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Uma Revolução na Usabilidade.


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Cara leitora, caro leitor,
Este documento reúne um conjunto de textos que produzi sobre a preparação para
concursos, mais especificamente abordando o tema da Aprendizagem aplicada ao
presente objetivo, com foco nas funções cognitivas correspondentes à Memória e
Concentração.
A intenção é que as informações trabalhadas nos textos possam contribuir com a
sua almejada aprovação no concurso ou exame pretendido.
Tal tentativa de contribuição consiste na indicação de caminhos e possibilidades,
com a apresentação de conceitos, propostas, estratégias, bem como provocações à
reflexão. Mas sempre pautado pelo compromisso ético de nunca “vender’ verdades
absolutas ou soluções mágicas e milagrosas.

SOBRE O AUTOR Tenha a certeza de que este trabalho é fruto, por um lado, da minha experiência de
candidato a concursos públicos, bem como de alguém que se dedica ao acompan-
Rogerio Neiva é Juiz do Trabalho hamento de candidatos há alguns anos. Por outro lado, o presente trabalho também
desde 2002, foi Procurador de é fruto de estudos e pesquisas nos campos de conhecimento voltados à gestão e às
Estado e Advogado da União.
ciências cognitivas, aplicados à preparação para concursos.
Atua como Professor de Direito e
Processo do Trabalho de Pós Espero que, efetivamente, traga alguma contribuição.
Graduação em Direito e Cursos
Preparatórios para Concursos. Aproveito para agradecer a colaboração dos parceiros nominados no documento, os
quais de pronto se colocaram à disposição para ajudar na divulgação.
Contando com formação inter-
disciplinar, é Psicopedagogo com Caso você goste, aproveite para enviar o link para baixar o documento aos seus ami-
especialização em Psicopedago- gos, colegas, fóruns, listas de discussão e redes sociais.
gia Clínica e Institucional, pós
graduado em Administração Boa leitura, bom estudo!
Financeira e pós graduando em
Neuroaprendizagem. Rogerio Neiva
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Textos

5 Estudar é Internalizar Informações?

8 Técnicas Mnemônicas na Preparação para Concursos


Públicos

13 Consistência dos Estudos x Tempo: um dilema de custo-


custo-benefício

18 “Doping” (natural e cognitivo) para os Estudos

21 O Sono na Preparação para Concursos Públicos

25 Ataque à Falta de Concentração!

29 Drogas dos Concurseiros: Uma Ilusão de Eficiência


Cognitiva!

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FUNÇÕES COGNITIVAS (MEMÓRIA)

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Estudar é Internalizar
Informações?
Concursos Públicos
e Preparação de
Alto Rendimento

blog do prof. neiva


Em certa ocasião, enquanto assistia uma aula, ouvi o professor
afirmar que para aprender a matéria era preciso fazer muitos
exercícios, de modo a “internalizar” o objeto de conhecimento
TUCTOR 3.0 abordado. A convicção e ênfase com a qual a colocação foi realiza-
da me chamaram a atenção. Fiquei totalmente convencido e sen-
Novo Tuctor.
Uma Revolução sibilizado, principalmente por conta da expressão “internalizar”.
na Usabilidade. Inclusive o professor fazia um movimento com uma das mãos fe-
www.tuctor.com chada, como se estivesse empurrando algo.

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E um detalhe interessante é que se tratava de uma matéria são estruturadas a partir de distintas premissas paradigmá-
inerente ao campo das ciências exatas, a qual exigia, de fato, ticas. Aliás, apesar destas inúmeras construções, infelizmen-
estratégias operatórias como a realização de exercícios. te, no universo dos concursos públicos o tema geralmente é
tratado de forma puramente intuitiva e empirista.
Me convenci, ao menos naquele momento, de que aprender
significava internalizar alguma coisa na minha cabeça. E in- Mas o fato é que analisando a mencionada colocação do pro-
ternalizar com força, beirando à agressividade. Porém, por fessor, na realidade, a expressão internalização não seria a
outro lado, também fiquei um pouco assustado, pois havia ali mais adequada. A colocação mais adequada seria reforço de
uma idéia agressiva e invasiva, do tipo, “tenho que inserir padrões neurais!
forçadamente alguma coisa na minha cabeça”, como um mo-
vimento centrípeto. Como assim e qual a importância disto?

Ao avançar na compreensão adequada dos fenômenos cogni- Não obstante as várias concepções sobre os fenômenos cog-
tivos, hoje tenho a clareza de que há um grande equívoco e nitivos, considerando o processo ora abordado, existem dois
impropriedade na referida colocação. fatores importantes para a consolidação de memórias, prin-
cipalmente as de longo prazo.
Podemos até trabalhar com a mencionada idéia num plano
bem metafórico. No entanto, tenho dúvidas se essa seria Por um lado, as nossas estruturas neuro-cognitivas traba-
uma boa visão do processo de aprendizagem. lham com uma lógica de que aquilo que é relevante é manti-
do e o irrelevante é descartado, sendo que aquilo que é obje-
É bem verdade que existem várias construções, teorias, mo- to de contato reiterado, ou seja, repetido, é considerado rele-
delos e filosofias para explicar o complexo fenômeno da vante.
aprendizagem humana, sendo que estas várias concepções

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Vale lembrar que memórias são padrões de comunicações Portanto, fique tranqüilo, pois você não precisa, invasiva-
entre neurônios, por meio da atuação de neurotransmisso- mente e de forma agressiva, empurrar nada para dentro da
res. Ou seja, memória consiste num determinado padrão sua cabeça!
neural.
A presente compreensão é importante inclusive no sentido
Considerando estas duas premissas, a repetição consiste em de se tomar consciência e entender o processo de aprendiza-
mecanismo de reforço deste padrão neural. gem e formação de memórias. Até mesmo para o estabeleci-
mento de suas próprias estratégias de estudo, mas baseada
Pense num conceito que você tem disponível intelectual- em premissas verdadeiras.
mente com muita facilidade. Se faz algum tempo que está na
trajetória de estudos para o concurso público, provavelmente Outro aspecto relevante consiste na neutralização da carga
é o caso do art. 37 da Constituição Federal (princípios cons- negativa que pode ser percebida, ainda que de forma incons-
titucionais da Administração Pública). Quantas vezes você já ciente, adotando a visão da “internalização”.
teve contato com esta informação? Qual o nível de reforço
do padrão de conexão neural correspondente ao armazena- E isto é importante inclusive para se trabalhar o prazer em
mento desta informação? aprender. Dificilmente conseguiremos buscar prazer e satis-
fação naquilo que traz uma idéia de agressividade.
Outro aspecto relevante consiste na lógica associativa da
memória. Ao evocarmos determinada informação que foi Assim, para passar em concursos públicos ou exames não é
memorizada, mesmo ao tomarmos contato com uma nova preciso fazer uma incisão na sua cabeça e introduzir, de for-
informação que se relaciona a outra já memorizada, o padrão ma invasiva e agressiva, absolutamente nada. Basta, com
de conexão anterior é acionado, o que contribui com este re- tranqüilidade e, se possível, de forma natural e prazerosa, re-
forço da conexão. forçar padrões de conexões entre neurônios.

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TEXTO 2

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Técnicas Mnemônicas na Preparação
para Concursos Públicos
Concursos Públicos
e Preparação de
Alto Rendimento

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O que você acha das técnicas mnemônicas? Já adotou, pesquisou
ou ouviu comentários sobre o referido recurso, enquanto estraté-
gica de estudo no processo de preparação para concursos públi-
cos? A abordagem deste tema, com a apresentação de conceitos,
TUCTOR 3.0
ponderações e provocações à reflexão, consiste no objeto do pre-
Novo Tuctor.
Uma Revolução
sente texto.
na Usabilidade.
Primeiramente, é preciso que se entenda que existem diversos
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modelos teórico-científicos e paradigmas para explicar o espe-
tacular fenômeno da aprendizagem humana.

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Dentre estes, considerando o objetivo do texto, destaco uma Destaco que exatamente esta construção foi tema de palestra
construção de grande relevância para a compreensão dos que apresentei no último Simpósio Internacional da Associa-
processos de apropriação intelectual de conhecimentos e in- ção Brasileira de Psicopedagogia, tendo como título “Teorias
formações, aplicáveis à preparação para concursos públicos. da Aprendizagem Aplicadas à Preparação para Concursos
Trata-se da idéia que distingue a aprendizagem mecânica da Públicos” (Preparação para Concursos tratada como Ciência).
aprendizagem de significados.
Vou dar dois exemplos, um mais simples e doméstico e outro
Na aprendizagem mecânica não há compreensão de sentido específico da preparação para concursos.
quanto ao objeto de conhecimento apropriado. Já na apren-
dizagem de significados, ocorre a compreensão de sentido na O primeiro exemplo envolve uma situação banal e corriquei-
apropriação do conhecimento, principalmente por meio do ra que experimentei recentemente – e ajudou a me inspirar
domínio de antecedentes lógicos, assim denominados ânco- para escrever este texto. Eu havia mudado de residência,
ras da aprendizagem. sendo que no novo prédio a garagem de veículos conta com
dois portões de entrada e saída no mesmo local, ou seja, um
Considerando estas premissas, venho sustentado a existên- ao lado do outro, mas separados e independentes (um para
cia de um terceiro conceito, no qual se encaixam as técnicas entrada e outro para a saída). E há uma regra quanto ao por-
mnemônicas. Trata-se daquilo que venho denominando de tão de entrada e saída, apesar de estarem ao lado. Existe um
aprendizagem relativamente mecânica ou relativamente de único controle para abrir os dois portões, porém com botões
significado. O fundamento deste conceito é que há algum distintos, mas de aparência idêntica, o que dificultava “acer-
sentido no processo de apropriação da informação. Porém, tar” o botão correto para o portão pretendido. Nos primeiros
este sentido não corresponde à essência real do objeto de co- dias sempre fazia confusão e acabava abrindo o portão erra-
nhecimento apropriado. do. Reparei que o controle tem formato relativamente retan-
gular e os botões ficam alinhados paralelamente, um ao lado

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do outro, no centro do controle. Mas há uma diferença ente Considero que se trata de uma aprendizagem relativamente
uma extremidade e outra do controle, sendo uma mais pon- mecânica pois há algum sentido nas associações estabeleci-
tiaguda e outra mais reta. das para a apropriação da informação. Eu havia desenvolvido
ancoragens. Porém, as âncoras não correspondiam ao senti-
Daí precisava de uma técnica para memorizar o botão de do real do objeto de conhecimento, sendo que, se correspon-
cada portão. desse ao sentido real, seria uma aprendizagem puramente
significativa.
Recorri a uma técnica mnemônica simples. Criei uma peque-
na estória na minha cabeça, de que aquele controle seria uma Aliás, este recurso foi reiteradamente e exaustivamente ado-
arma que disparava raios (as ondas eletromegnéticas que tado pelo personagem principal do filme “Quem quer ficar
acionam o dispositivo de recepção de sinal do portão), sendo milionário”. Para aqueles que não assistiram, assistam após a
que a parte mais pontiaguda era para atacar e a plana para leitura deste texto. Para os que já assistiram, reflitam à luz
defender. Assumi ainda que a entrada seria ato de ataque e a das ponderações apresentadas no texto.
saída de defesa, o que teria algum sentido em termos de me-
canismo de associação. Assim, direcionando o controle com a Fugindo do exemplo doméstico e adotando um mais próxi-
parte pontiaguda no momento de entrada e a parte reta no mo da realidade da preparação para concursos públicos, po-
momento de saída, as posições dos botões ficam coinciden- demos considerar a memorização dos princípios constitucio-
tes com a posição dos portões. nais da Administração Pública, assim previstos no art. 37 da
Constituição, por meio do famoso e batido “LIMPE”. Inclusi-
Pronto! Problema resolvido, não erro mais o botão para abrir ve, quem inventou o LIMPE deveria ganhar um prêmio, pois
o portão pretendido. Adotei uma técnica mnemônica sim- se trata de um recurso exaustivamente utilizado. E parece
ples. até que houve alguma combinação com o legislador consti-
tuinte derivado, pois no texto original da CF não havia o

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princípio da eficiência, o qual foi inserido no texto constitu- te o desenvolvimento de uma redação? De uma questão dis-
cional por meio da Emenda 19, sendo colocado exatamente sertativa? Talvez não.
após o princípio da publicidade. Esta técnica de redação
normativa permitiu que a técnica mnemônica sobrevivesse, Por outro lado, caso o candidato ao concurso público rejei-
com a troca do “P” mudo pelo “PE”, garantido a integridade tasse a lógica da aprendizagem relativamente significativa e
fonética original. procurasse estudar o sentido e real de cada princípio, os
quais revelariam muito sobre a lógica do Direito Administra-
tivo, inclusive com a compreensão da evolução do Estado Pa-
trimonial da Idade Média para o Estado Burocrático da Idade
Moderna, inspirado nas construções de Max Weber, tería-
mos uma aprendizagem puramente significativa. Natural-
mente, este segunda opção proporcionaria melhores condi-
ções para o desenvolvimento de questões mais complexas.

Daí é possível que a esta altura você esteja se perguntando:


mas então, o que é melhor professor? Qual opção recomen-
No caso, há alguma atribuição de sentido na palavra (LIM-
daria?
PE), que não se trata de algo totalmente abstrato, o que faci-
lita a associação com os princípios inerentes ao dispositivo Resposta: nenhuma! Cabe a cada candidato avaliar os cami-
constitucional (art. 37, CF). nhos mais eficientes. Como venho reitaradamente susten-
tando, não sou dono da verdade. Não digo o que é certo ou
Porém, uma das questões fundamentais é: o LIMPE garante
errado, o que é bom ou ruim. Não sou contra nem a favor de
a capacidade de responder qualquer pergunta acerca dos
nada. Meu papel é apontar possibilidades, caminhos e provo-
princípios constitucionais da Administração Pública? Garan-

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car reflexões. Por meio de esclarecimentos e problematiza- Não estou a sustentar que as técnicas mnemônicas não con-
ções, desenvolvidas de forma séria, conjugando o científico tam com utilidade. Seguramente muitos candidatos já alcan-
ao empírico e consistente. çaram pontos importantes em provas com a utilização deste
recurso. E confesso que, mesmo sem a clareza científica que
Cada opção tem seu sentido, tem seu custo-benefício, seu tenho atualmente sobre os modelos, paradigmas e conceitos
“trade-off”, conforme se costuma afirmar nas ciências das relacionados à aprendizagem, já adotei o referido recurso
finanças. O que posso garantir é que não há “almoço grátis”, mnemônico como candidato e obtive pontos em provas.
não há fórmula mágica ou milagrosa para passar no concurso
público, bem como não acredito no êxito dos “candidatos mi- Contudo, considero que não seja este o único caminho a ga-
croondas”. rantir a aprovação.

Mas uma ponderação importante é que temos basicamente Dessa maneira, diante de todas as ponderações apresenta-
dois tipos de modelos de provas e questões. Existem as con- das, em caráter inicial e preliminar, tenho duas considera-
teudistas e as operatórias. As provas conteudistas apenas ções finais:
exigem a mobilização de um conceito, ao passo que as opera-
tórias apresentam problemas, concretos ou teóricos, a exigir (1) não ignore a utilidade que as técnicas mnemônicas
a solução por parte do candidato. podem ter no seu processo de preparação para o con-
curso público;
Assim, uma hipótese com a qual venho trabalhando é de que (2) saiba que a adoção das técnicas mnemônicas contam
as técnicas mnemônicas podem ser de grande utilidade para com um custo cognitivo e não são fórmulas mágicas
a solução de questões conteudistas em provas objetivas. Já que garantam a aprovação.
para as questões operatórias, principalmente em provas dis-
sertativas, não contam com a mesma eficácia.

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TEXTO 3

visite:
Consistência dos Estudos x Tempo:
um dilema de custo-benefício
Concursos Públicos
e Preparação de
Alto Rendimento

blog do prof. neiva


Tenho recebido com certa freqüência questionamentos e mani-
festações apresentadas com alguma dose de angústia, envolvendo
a preocupação de alguns candidatos a concursos públicos e exa-
mes com o tempo demandado nos estudos.
TUCTOR 3.0
Novo Tuctor. Estas colocações revelam certo incômodo, associado à sensação
Uma Revolução
de falta de avanço conforme esperado ou desejado. Para aqueles
na Usabilidade.
que são usuários do Sistema Tuctor, em função dos indicadores
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do Extrato da Conta de Estudos, esta visualização se torna ainda
mais nítida.

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Recentemente, uma usuária do sistema havia me enviado Mas neste espírito de contribuir com a solução para o referi-
uma mensagem, se queixando que em 6 horas quase não do complexo, difícil, relevante e estratégico dilema, saliento
consegue concluir 100 páginas de estudo de determinado li- primeiramente que acredito já tê-lo vivenciado muitas vezes.
vro. A referida candidata relatava estar fazendo resumos e Inclusive, superada a minha trajetória de candidato a con-
dizia que estava pensando em abandonar a elaboração dos cursos públicos e no contexto das pesquisas acadêmicas so-
resumos, de modo a “ganhar tempo” e avançar mais. bre processos cognitivos, passei a fazer testes comigo mesmo
e formular hipóteses nos meus próprios estudos.
Muito bem, não tenho dúvida de que questionamentos como
este envolvem o dilema entre a consistência dos estudos e o Assim, um primeiro conceito importante para o enfrenta-
tempo demandado. A solução do presente dilema passa pelo mento da presente questão corresponde àcompreensão das
enfrentamento de uma lógica de custo-benefício. E daí modalidades de memória. Vale lembrar que, conforme escla-
indaga-se: mas afinal, qual é o melhor caminho? recido no último livro que escrevi sobre o tema da prepara-
ção para concursos, a memória consiste numa função cogni-
Primeiramente, como tenho afirmado de forma reiterada, na tiva primária, juntamente com a atenção e a percepção, cor-
condição de estudioso e pesquisador de métodos, processos respondente à capacidade de evocar estímulos e informações
cognitivos e do espetacular fenômeno da aprendizagem hu- intelectualmente apropriadas. (Como se Preparar para Con-
mana, não sou dono da verdade, não acredito em verdades cursos com Alto Rendimento, Ed. Método, pág. 132, a-
absolutas e rejeito soluções universalizantes construídas de pud PANTANO, Telma. Neurociência aplicada à
forma puramente empírica e intiuitiva. Inclusive, em respei- aprendizagem. São Paulo: Pulso, 2009, pág 23).
to à ciência e à subjetividade de cada candidato, minha in-
tenção é sempre apresentar conceitos e provocar reflexões, Existem diversos critérios e construções para classificar as
para que cada um encontre a sua própria resposta. espécies de memória. Quanto à duração, temos a memória de
trabalho, a memória de curto prazo e de longo prazo. Geral-

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mente há alguma confusão entre as duas primeiras, mas es- investir na consistência do processo cognitivo, de modo a
tas não se confundem, vez que a memória de trabalho con- formar memória de longo prazo, do que ganhar tempo e
siste num gerenciador da realidade e envolve um curtíssimo avançar mais, trabalhando com processos cognitivos mais
prazo, ao passo que a memória de curto prazo consiste numa precários.
espécie de arquivo temporário, mantido enquanto não for-
mada a memória de longo prazo. Apesar da pouca simpatia às abordagens intuitivas e desfun-
damentadas em termos técnicos e científicos, por vezes
A memória de longo prazo, por sua vez, envolve um processo oriundas da cultura popular, podemos invocar aqui a famosa
paralelo à memória de curto prazo, não sendo uma etapa da frase que diz “é melhor fazer bem feito do que fazer duas ve-
outra, e trata-se de fenômeno bastante complexo, contando zes”.
com uma série de etapas e atividades neurológicas, corres-
pondendo à mobilização de neurônios e neurotransmissores, Conforme colocado, trata-se apenas de uma hipótese. Porém
durando de 2 a 6 hs. Na realidade, há um conjunto de ações entendo já ter reunido relevantes argumentos e experiências
bioquímicas, com diversas fases até a formação das memóri- para considerar que há condições de confirmar a hipótese.
as de longo prazo. (IZQUIERDO, Iván, Memória. Porto Ale- Ao menos para os meus processos de estudos. Mas en-
gre: Artmed, 2002, p. 42). tão, quais são os argumentos?

Porém, tudo começa com o contato com o estímulo (objeto Na conformidade dos esclarecimentos sobre a dinâmica da
de conhecimento estudado) e a formação da memória de tra- memória, de tudo aquilo que estudamos, nem tudo irá se
balho. transformar em memória de longo prazo. Isto vale não ape-
nas para os estudos, mas também para as experiências vi-
E qual é a relação entre estes conceitos e o dilema analisa- venciadas. Em termos de objeto da memória, há uma classifi-
do? Venho trabalhando com uma hipótese: é mais eficiente cação que distingue as memórias episódicas, que correspon-

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dem a fatos vivenciados, das semânticas, que consistem em mais tempo. Porém, teoricamente, tende a contribuir mais
conceitos, conhecimentos e informações estudadas. para a formação da memória de longo prazo.

Portanto, nem tudo que passa pela memória de trabalho, Da mesma maneira, conforme havia afirmado à candidata
vira memória de longo prazo. Daí considero que é preciso mencionada no começo do texto, assistir uma aula de con-
criar condições para que, neste período de 2 a 6hs após o trole de constitucionalidade dada por um professor com esti-
contato com a informação estudada, esta se torne memória lo animador de auditório, comparada com estudar o livro do
de longo prazo. Min Gilmar Mendes, com formação alemã e uma das maiores
autoridades intelectuais no mundo sobre o assunto, bem
Por outro lado, vale salientar que evocar não se confunde como um dos grandes responsáveis pelos mecanismos de
com formar memórias. Evocação significa recuperar uma in- controle de constitucionalidade que temos hoje no nosso sis-
formação que se tornou memória. Assim considero que ga- tema, tende a envolver distintos custos cognitivos e diferen-
nhar tempo estudando por processos precários, com o intui- tes modalidades de apropriação intelectual.
to de revisar posteriormente, não tem o mesmo sentido que
formar memórias de longo prazo no primeiro contato com a No entanto, ainda nesta lógica de custo-benefício, de fato,
informação, ainda que, nesta segunda opção, demore mais também é preciso mensurar o custo. Para os usuários do Sis-
para fazer tais revisões. tema Tuctor, o Tempo por Unidade de Estudo (TUE) de cada
semana e os impactos na evolução do Plano de Estudos po-
A leitura, por exemplo, consiste num processo cognitivo dem ser importantes parâmetros de avaliação (clique aqui
complexo, o qual mobiliza diversas atividades neurais. Ela- para ler o Glossário do Sistema Tuctor).
borar um resumo significa tornar ainda mais consistente
este processo, inclusive com a mobilização de outras áreas do No caso da mencionada candidata, havia alertado que me pa-
cérebro. Se o candidato adotar este caminho, demandará rece não ser absurdamente desarrazoável um TUE de 6 mi-

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nutos, ou seja, no caso, 6 minutos por página do livro estu- Definitivamente, não acredito nas soluções milagrosas exis-
dado. Ademais, até pela lógica da plasticidade cerebral, teori- tentes por aí, as quais envolvem a construção de verdadeiros
camente, quanto mais se estuda, mais avançam nossas capa- mutantes cognitivos, capazes de, com muita facilidade e sem
cidades cognitivas, o que tende a otimizar o tempo. esforço, proporcionar aumento de “velocidade, concentração,
compreensão e memória“. “Tudo num só pacote!”. Acho
O fato é que cada um precisa fazer a referida avaliação e en- que tais soluções até se encaixariam bem em obras de ficção
contrar a sua solução. A única tese que posso sustentar com científica e futuristas. Mas não à realidade, principalmente
total certeza e convicção, não se tratando de uma mera hipó- da preparação para concursos e exames.
tese, é que no processo de preparação para concursos e exa-
mes, voltado à busca da aprovação, não há “formula mágica”, Boa solução para o presente dilema!
“segredo do sucesso”, “pílula milagrosa” ou qualquer outra
proposta que tenha embutida a idéia do almoço grátis.

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TEXTO 4

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“Doping” (natural e cognitivo)
para os Estudos
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Muitos candidatos a concursos públicos e exames estão em busca
da fórmula mágica para se tornar um super homem da
cognição. Muitos querem a pílula para “turbinar o cérebro”, ex-
TUCTOR 3.0 pressão, aliás, muito sedutora. Porém, mesmo sendo verdadeira
Novo Tuctor. ilusão a busca desta condição, existem estudos demonstrando
Uma Revolução que alguns alimentos ricos em determinadas substâncias podem
na Usabilidade. contribuir com nossas capacidades cognitivas.
www.tuctor.com

18
O ser humano vive uma eterna busca pela satisfação insaciá- tancia denominada flavonóide, nas funções cognitivas (Ano
vel e superação de limites. Nos esportes há um empenho si- XVIII, no. 218). Os resultados são impressionantes e os fun-
gnificativo em torno deste objetivo. No campo da cognição damentos bastante consistentes.
não tem sido tão diferente assim. Muitos laboratórios inves-
tem quantias expressivas em pesquisas relacionadas a drogas Quanto aos fundamentos, inicialmente considerava-se que a
da inteligência. importância dos flavonóides decorria de uma ação antioxi-
dante. Porém, posteriormente constatou-se que, na realida-
No universo dos concursos públicos é natural que os candi- de, a referida substância age neutralizando a atuação de uma
datos também queiram desfrutrar destas pretensas muta- enzima degenerativa, bem como contribuindo com o cresci-
ções cognitivas. Inclusive isto poderia abrir um debate ético mento de células no hipocampo, uma área do cérebro que
sobre o doping da cognição, principalmente considerando tem papel fundamental na formação de memórias.
que já há projeto de lei propondo a implantação de exame
anti doping em testes físicos nos concursos públicos. Mas quais são os alimentos ricos em flavonóides? Veja a ta-
bela abaixo:
Porém, mesmo sendo uma ilusão no momento atual esta
busca pela “turbinação” neural e mutação cognitiva, existem
alimentos que podem dar alguma contribuição. Destaco que
a ingestão destes alimentos conta com potencial para contri-
buir, mas não fará de você um super homem dos estudos!

Em recente texto publicado no periódico Mente&Cérebro fo-


ram reunidos cinco pesquisas produzidas em distintos países
Independente desta tabela, há uma fruta denominada mirti-
e instituições acadêmicas, tratando do papel de uma subs-
lo (em inglês denominada blueberry – foto acima) que foi

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considerada a mais rica em flavonóides. Há estudos apon- Assim, contar com um planejamento adequado, cultivar há-
tando algumas pesquisas realizadas com a referida fruta e os bitos saudáveis e uma dieta rica em flavonóides pode ser
resultados são significativos. Confesso que fiquei bastante uma boa receita para passar no concurso!
impressionado com os dados das pesquisas com o mirtilo. E
olha que me enquadro no grupo dos céticos radicais!

Vale destacar, porém, que de nada adianta se encher de ali-


mentos ricos em flavonóides e não cultivar hábitos saudá-
veis, bem como respeitar os seus limites bio-neuro-cogniti-
vos.

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TEXTO 5

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Seguramente você já ouviu falar dos benefícios e da importância
do sono, para a saúde, para a vida em geral e mesmo para a pre-
paração para concursos públicos. No entanto, muitas vezes en-
TUCTOR 3.0 caramos tais colocações como conselhos com os quais concorda-
Novo Tuctor.
mos, mas não levamos a sério e não damos a devida importância,
Uma Revolução por meio da adoção de atitudes efetivas e concretas. O objeto do
na Usabilidade. presente texto consiste na abordagem deste relevante tema para
www.tuctor.com o candidato que busca o êxito nos concursos públicos.

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Porém, como fiz em outro texto, tratando da importância da Inclusive, é exatamente isto que leva muitos candidatos à
atividade física na preparação para concursos públicos, não busca de soluções mágicas e milagrosas, as quais vendem a
pretendo aqui reproduzir colocações intuitivas, genéricas e idéia de que nosso cérebro é uma máquina que pode ter seu
superficiais, com abordagens do tipo auto ajuda enlatada “Hard Disk” ampliado e turbinado.
para concursos, afirmando que o sono é importante e que
você deve em dormir bem, pois disso você já sabe, sendo que Neste sentido, a tese do presente texto é de que a preocupa-
valorizo e respeito o seu precioso tempo. ção com o sono, no processo de preparação para concursos
públicos, não se trata de uma questão de conselho médico,
A intenção é apresentar argumentos consistentes e funda- voltado ao cuidado com a saúde e desvinculado da preocupa-
mentados, inclusive de modo a proporcionar a compreensão ção com a aprovação. Trata-se de uma condição fundamental
de sentido, para que, a partir daí, se sinta efetivamente pro- para o alcance de êxito nas provas.
vocado e passe a valorizar esta relevante preocupação, ado-
tando atitudes efetivas e concretas. Vamos aos fundamentos.

Digo isto pois, por ter vivenciado uma intensa trajetória de Existem diversas construções, estudos e pesquisas, de credi-
candidato, bem como conviver com muitos candidatos a bilidade acadêmica e científica, para justificar a presente
concursos públicos, sei que geralmente não enxergamos os tese.
custos e ônus envolvidos em atitudes que, aparentemente,
Uma primeira idéia consiste no fato de que dormir significa
possam colaborar com a busca da aprovação. Muitas vezes
paralisar momentaneamente a recepção de estímulos. Ou
agimos de forma desesperada e até irracional para estarmos
seja, significa paralisar a atividade cognitiva de captura de
na lista de aprovados.
informações. Não é preciso o domínio de conceitos neuroci-

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entíficos para concluir que isto tende a valorizar o que foi rém, o mais importante deste estudo foi mostrar que no
capturado no estado de vigília. sono lento também há a atividade de consolidação de memó-
ria.
Vale também registrar que a preocupação com o estudo da
relação entre memória e sono existe há décadas. Porém, re- No livro que publiquei recentemente pela Ed Método, tra-
centemente, algumas pesquisas passaram a demonstrar que tando do tema da preparação para concursos (Como se Pre-
tanto no sono paradoxal, o qual conta com uma intensa ati- parar para Concursos Públicos com Alto Rendimento), men-
vidade cerebral e também é chamado de sono REM, bem ciono argumento da neurocientista brasileira Suzana Hercu-
como no sono lento (não REM), ocorre uma atividade de lao Houzel, a qual sustenta que durante o sono entra em
consolidação de memórias. Apenas a título de ilustração, um ação a atividade de seleção e descarte de informações. Ou
estudo chefiado pelo Prof Pierre Maquet, com o uso do “Pet seja, o nosso “equipamento biológico” funciona descartando
Scan” (tomografia por emissão de pósitrons), mostrou que as o que é irrelevante e retendo o que é tido por relevante.Por
mesmas áreas cerebrais ativadas em momentos anteriores ao isto que episódios traumáticos muitas vezes contam com di-
sono eram ativadas durante o sono. ficuldades para serem cognitivamente descartados.

Outro estudo relevante, chefiado por um pesquisador cha- Aliás, aproveito para lembrar que a referida autora, na sua
mado Jan Bom, mostrou que no sono paradoxal as memórias obra “O Cérebro Nosso de Cada Dia” (Ed Vieira&Lent), men-
motoras são mais ativadas, ao passo que no sono len- ciona estudo no qual cobaias foram estimuladas a não dor-
to as memórias declarativas, as quais envolvem a retenção de mir, inclusive com a fixação dos olhos abertos. Obviamente
dados conceituais e informativos, contam com atividade que vieram a falecer. Contudo, o comprometimento da so-
mais intensa. Vale dizer que as memórias declarativas en- brevivência começou com a desregulação da temperatura do
contram-se mais próximas da realidade do que o candidato a corpo, depois caminhando para processo de falência dos ór-
concursos públicos deve se apropriar intelectualmente. Po- gãos.

23
Cuidado para que não tenha o mesmo fim! A dinâmica ideal é estudar em vigília e dormir para consoli-
dar memórias. E no caso das declarativas, valorizando o sono
Portanto, dormir não é uma questão apenas de seguir conse- lento.
lho médico. É uma condição fundamental à aprovação!
Portanto, ao se preparar para concursos públicos, dormir
Durante a minha trajetória de candidato, houve uma ocasião não é apenas uma questão de saúde e bem estar. Trata-se de
na qual sonhei com o instituto da intervenção de terceiros, condição necessária à apropriação intelectual das informa-
inerente ao Direito Processual Civil. Daí percebi o quanto ções passíveis de solicitação no momento da prova.
havia consolidado aquela informação, o que inclusive, no
plano consciente, me proporcionou mais segurança sobre o Espero que esteja convencido e possa dormir tranqüilo, com
tema, até então tido por precariamente apropriado. a convicção de que não está jogando seu tempo fora.

Porém, não ache que isto significa que estudar durante o Bom estudo e bom sono para consolidação de memórias de-
sono, por exemplo ouvindo informações em áudio, tem o clarativas!
mesmo efeito. Existem estudos que mostram que não!

24
FUNÇÕES COGNITIVAS (CONCENTRAÇÃO)

visite:
Ataque à Falta de
Concentração!
Concursos Públicos
e Preparação de
Alto Rendimento

blog do prof. neiva


Muitas estratégias terapêuticas são baseadas na compreensão dos
fenômenos psicologicamente vivenciados, tendo na tomada de
consciência um caminho importante para a neutralização das
TUCTOR 3.0 situações emocionalmente fortes que se busca combater. Na psi-
cologia do comportamento adota-se a lógica da identificação do
Novo Tuctor.
Uma Revolução estímulo positivo ou negativo (S+/-), bem como da reação (R+/-)
na Usabilidade. conseqüente, principalmente para tentar promover a descon-
www.tuctor.com strução da negatividade de estímulos negativos (S-), causadores
de reações negativas (R-).

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A psicanálise, também valorizando a tomada de consciência e (2) entender os fatores ou causas determinantes para a
compreensão da realidade, atribui um papel muito impor- situação em andamento.
tante à compreensão das informações inconscientes.
Quanto à dinâmica do processo, se estamos tendo dificulda-
Na aprendizagem, principalmente voltada à preparação para des para nos concentrar nos estudos, é porque há um estí-
concursos públicos e exames, a compreensão e a tomada de mulo que está tendo mais relevância do que aquele que gos-
consciência do processo de apropriação intelectual do conhe- taríamos que tivesse, sendo que o estímulo preferido corres-
cimento estudado não é menos importante. E esta lógica vale ponde à informação ou objeto de conhecimento a ser estu-
inclusive para atacar a falta de concentração nos estudos. dado. Daí é importante entender que a concentração consis-
te numa função cognitiva primária, que corresponde a uma
Assim, diante de situações de dificuldades de concentração, o lógica de seletividade de estímulos.
primeiro passo consiste em entender e não ignorar o que
ocorre quando somos atingidos por uma “rajada”, “ataque” Portanto, concentrar-se significa valorizar alguns estímulos
ou “onda” de desconcentração ao longo de um turno de estu- em detrimento de outros. Se quero me concentrar nos estu-
dos, ou mesmo quando isto nos impede de começar a estu- dos, preciso desconsiderar todos os outros estímulos ambi-
dar. Ou seja, me refiro às situações nas quais temos uma entais, tidos por exógenos, como sons e características do lo-
enorme dificuldade para nos concentrar, tendo aquela des- cal onde estamos, e não ambientais, considerados endóge-
confortável situação de que ficamos empacados e não avan- nos, estes envolvendo fatos e lembranças que podem vir à
çamos. Você costuma passar por isto? nossa mente naquele momento de estudos.

Diante deste cenário, duas atitudes são fundamentais: Se não nos concentramos é porque algo “rouba” a nossa
atenção, algo este que não é aquele estímulo que gostaríamos
(1) entender a dinâmica do processo em andamento, isto que prendesse a nossa atenção. Este é o processo em anda-
é, o que está acontecendo; mento, acerca do qual precisamos tomar consciência e com-
preender.

26
Superada a compreensão da dinâmica do processo, é preciso venção e prognóstico. Então daí você pode se perguntar: mas
entender o que o determina. Ou seja, se estamos passando o que fazer? Afinal, qual a intervenção a adotar?
por uma situação de dificuldade de concentração, o que está
Seguramente, tendo a devida compreensão, você já pode en-
por trás disto? Temos duas possibilidades, as quais podem
estar ocorrendo de forma concomitante ou não: (1) o “estí- contrar estratégias que lhe ajude. Mas vou pontuar algumas
mulo-ladão”, que está tomando a nossa atenção, tem rele- iniciativas que podem ajudar, identificadas a partir da minha
vivencia empírica nos estudos, principalmente como candi-
vância significativa, maior do que o estímulo principal-prefe-
rencial que pretendemos valorizar, correspondente ao co- dato a concursos público, bem como por meio da pesquisa
psicopedagógica-cognitiva:
nhecimento a ser estudado; (2) mesmo que o “estímulo-la-
dão” não tenha tanta relevância, não estamos atribuindo a 1) no caso da falta de interesse no estímulo principal, ou
relevância devida ao estímulo-principal-preferencial, ante a seja, na matéria a ser estudada, tente identificar o que
nossa falta de interesse. há de útil neste conhecimento. Seguramente, existe
Costumo dizer que para um fanático por seu time de futebol, alguma utilidade que vai além do edital. Pense no que
pode ganhar ao saber daquela informação. Ainda neste
numa final de campeonato na qual o time está em campo,
sendo a partida o estímulo principal, jamais ocorrerá a se- sentido, procure trabalhar o prazer em aprender (cli-
gunda hipótese mencionada. Digo isto para provar que o in- que aqui para ver o texto Preparação para Concursos e
o Prazer em Aprender);
teresse é determinante a atribuição de relevância ao estímu-
lo. 2) seja minimamente flexível! Isto é, se está muito difícil
se concentrar naquela matéria a ser estudada por de-
Mas muito bem, agora você já sabe o que acontece quando
está tentando estudar e não consegue se concentrar. Po- terminada fonte, passe para outra matéria ou fonte,
rém, esta tomada de consciência, por si só, resolve o proble- faça alguns exercícios, faça um resumo, esquema ou
mapa mental da matéria estudada anteriormente, ou
ma, nos fazendo ficar concentrados? Obviamente que
não! Até porque o diagnóstico não se confunde com a inter-

27
seja, faça uma revisão do que já estudou, inclusive en- científica! Portanto, lute! Lute com o que você tem!
quanto estratégia para retomar o ritmo; Lembre-se que na partida da final do campeonato, na
qual seu time está jogando, você consegue selecionar o
3) compreenda de forma fragmentada o que irá estudar, estímulo principal. Portanto, também pode fazer isto
do tipo “agora minha meta é estudar e entender este ao estudar!
parágrafo”, ou “esta página, este item, este capítulo,
este tema…”. Encare um, para depois passar ao 5) trabalhe com a respiração; pare por alguns minutos,
outro. Avance por partes, esqueça o todo e estude o não mais do que 5, feche os olhos e respire de forma
que tiver que estudar de forma fragmentada. E não profunda e pausada, da maneira mais profunda e pau-
deixe de ler o texto a Fragmentação do Plano de Estu- sada que puder relaxando as pálpebras e musculos da
dos (clique aqui para ler o texto Repercussões Emocio- face.
nais da Fragmentação do Plano de Estudos);
Além destas sugestões, compreendendo e tendo consciência
4) tenha força de vontade! Esta colocação pode parecer do processo relacionado à falta de concentração, tente iden-
autoajuda enlatada e superficial para concursos, mas a tificar outras estratégias adequadas ao seu perfil.
questão é como fazer para ter força de vontade? Neste
sentido, é preciso que entenda que você conta com es- Alerto ainda que, para as pessoas diagnosticadas como por-
truturas bio-cognitivas capazes de selecionar estímu- tadoras de TDAH ou DDA, existem outros caminhos a serem
adotados, inclusive com intervenção medicamentosa. Mas é
los de forma voluntária, ou seja, estou dizendo para
acreditar que é capaz não por uma questão de fé, mas preciso buscar a atuação de profissionais autorizados, tanto
para o diagnóstico, quanto para o prognóstico, intervenção e
pelo fato de que, neuro-bio-fisiologicamente, você tem
um equipamento cognitivo que lhe permite principalmente o uso da medicação. E se não tem as referidas
isto. Repito: você tem um cérebro e estruturas cogniti- patologias, não se iluda com o uso da ritalina.
vas que lhe permite selecionar e descartar estímulos Por fim, bom combate às rajadas de desconcentração e bom
relevantes. Você pode! Isto é uma afirmação racional e estudo!

28
TEXTO 7

visite: Drogas dos Concurseiros: Uma


Ilusão de Eficiência Cognitiva!
Concursos Públicos
e Preparação de
Alto Rendimento

blog do prof. neiva


Você já teve contato, já usou ou já ouviu falar das drogas dos con-
curseiros?

Muito bem, ao que tudo indica, vem ganhando força a idéia do


TUCTOR 3.0 uso de drogas cognitivas no universo da preparação para concur-
sos públicos. Trata-se de um recurso perigoso e muitas vezes
Novo Tuctor.
Uma Revolução ilusório.
na Usabilidade.
Alguns candidatos têm recorrido a substâncias químicas com a
www.tuctor.com
intenção de otimizar o processo de estudos. Geralmente estas
correspondem ao metilfenidato, mais conhecido como ritalina.
29
A intenção seria melhorar as funções cognitivas primárias, da Aprendizagem Abordagem Neurobiológica e Multidisci-
tais como a atenção e a concentração. plinar. Porto Alegre: Artmed, p. 310).

Antes de mais nada, vale lembrar que o referido recurso se Mas diante do mencionado cenário, dois aspectos funda-
trata de uma droga. Segundo o dicionário de Michaelis, dro- mentais exigem consideração. O primeiro seriam os efeitos
ga seria a “designação comum a todas as substâncias ou ingredi- colaterais e problemas passíveis de ocorrência no futuro. O
entes aplicados em tinturaria, química ou farmácia”. segundo seria a real eficiência do referido recurso.

Infelizmente, a postura de adoção indiscriminada do aludido Como sei que muitos dos candidatos não se preocupam com
recurso atinge não apenas o mundo da preparação para con- o futuro, estando tomados pelo imediatismo e às vezes pelo
cursos públicos, mas também já vem, há algum tempo, afe- desespero de busca da aprovação, vou ignorar solenemente a
tando o universo da educação infantil. primeira preocupação. Registro que considero positivo este
“quase desespero”, pois se traduz em motivação e compro-
Não é incomum que profissionais da saúde ou da educação, misso com o processo de preparação. No entanto, como tudo
diante de transtornos de aprendizagem por parte de crianças na vida, radicalismos e exageros sempre são indesejáveis. In-
– principalmente o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção clusive pelo risco de que a referida intensidade de envolvi-
e Hiperatividade), recomendem de imediato o uso da ritali- mento ao longo da trajetória de estudos não se mantenha
na, sem a tentativa de outros meios ou estratégias de supe- constante.
ração da mencionada dificuldade. Saliento que existem estu-
dos indicativos de que a solução medicamentosa não produz Assim, considerando a preocupação-alvo que elegi, saliento
resultado em 25% dos casos (OHLWEILER, Lygia, RIESGO, que tenho dúvidas sobre a eficiência do uso dos referidos
Rudimar dos Santos e ROTTA Newra Tellechea. Transtornos medicamentos. Em tese, a intenção consiste na ampliação da

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concentração e atenção. Para compreensão da referida atitu- momento da prova. Não custa lembrar que o cérebro conta
de, destaco que há um conceito de grande aplicação. com uma estrutura bio-fisiológica complexa, não funcionan-
do como uma máquina. Isto é, não é uma questão de trocar a
Trata-se da idéia da curva de aprendizagem. A referida cons- pilha ou colocar uma bateria mais potente.
trução foi desenvolvida pelo alemão Hermann Ebbinghaus e
aperfeiçoada por eodore Paul Wright. Tal conceito envolve Recentemente, o periódico “Mente e Cérebro” publicou uma
a noção de que o processo de aprendizagem não é necessa- matéria noticiando que alguns cientistas estariam propondo
riamente linear. Ou seja, ao iniciarmos nossos estudos em a reflexão sobre a conveniência de adoção das mencionadas
determinado momento, haverá um ponto ótimo de aprovei- substâncias, enquanto meio de otimização cognitiva. No en-
tamento, após o qual este contará com um comprometimen- tanto, não deixou de fazer o devido e necessário alerta, ao
to. colocar que “essas drogas devem ser cuidadosamente estudadas
para esse fim, e devem ser avaliados seus riscos e benefícios”
Inclusive, a referida idéia se relaciona com um conceito da (Ano XVI, no. 193, pág 21).
ciência econômica denominado função utilidade, conforme o
qual em processos produtivos existem momentos e situações Saliento que, apesar da percepção de alguns no sentido da
de otimização positiva ou negativa de resultados. eficiência da busca de drogas cognitivas, considero – em ter-
mos de formulação de hipótese, que muitas vezes se trata
Ou seja, resumo do resumo: 10 horas seguidas de estudos apenas e tão somente de uma ação de efeito placebo. Não há
não são o resultado aritmético de 1 hora vezes 10 de estu- dúvida que temos a natural capacidade de reagir, inclusive
dos. Assim, não é o fato de tomar um medicamento que em termos fisiológicos, diante da crença de que determinada
permita permanecer 10 horas estudando que garantirá a efi- substância provoca determinado efeito esperado. Pode ser
ciência de tal processo cognitivo e, principalmente, da apro- que por trás da aparente e ilusória vantagem subsista a atua-
priação intelectual da informação passível de solicitação no ção do referido mecanismo.

31
Portanto, não tenho dúvida em afirmar que, ao invés da bus- Além disto, não é preciso muito esforço intelectual para se
ca de ganhos facilitados e ilusórios, a otimização dos estudos convencer da importância do cultivo de hábitos saudáveis,
deve ser viabilizada por estratégias e atitudes adequadas, em termos físicos e psicológicos, enquanto meio de gerar
principalmente em termos da estruturação do planejamento condições adequadas ao processo de estudo e aprendizagem.
da preparação.
Enfim, espero que você reflita sobre os alertas apontados e
Recentemente, publiquei texto sobre o Princípio de Pareto e manifesto meus votos de que desempenhe uma preparação
a Preparação para Concursos Públicos, apontando algumas estratégica, eficiente, racional, de alto rendimento e, acima
idéias que podem ser implementadas no sentido da referida de tudo, saudável!!!
maximização e eficiência de esforços empreendidos.

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