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Introdução

a Lógica
Material Teórico
Argumentação Falaciosa

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Valter Luiz Lara

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Argumentação Falaciosa

• Introdução
• Falácia como Argumento Inválido
• Classificação das Falácias
• Argumentos Falaciosos Formais
• Argumentos Falaciosos não Formais

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Capacitar o aluno a identificar os diferentes tipos de raciocínio
inválido e saber apontar os erros de argumentos falaciosos.
· Identificar nos discursos produzidos e divulgados cotidianamente,
muitas vezes pela grande mídia, os elementos que distinguem
argumentos válidos de argumentos falaciosos.
· Aprender a diferença entre falácias formais e falácias informais.
· Saber organizar o pensamento de modo a evitar o argumento falacioso.
· Compreender que algumas falácias como a generalização apressada
legitimam preconceitos e posturas discriminatórias.
· Fundamentar melhor o uso do discurso e da fala de maneira a
desconstruir a linguagem marcada por argumentos falaciosos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Argumentação Falaciosa

Contextualização
NÃO APONTE
ESSA FALÁCIA
PARA MIM!!

Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

Os argumentos falaciosos como aqueles que formal ou informalmente com-


portam erros de raciocínio estão presentes no cotidiano da vida das pessoas co-
muns, sejam elas estudiosas ou não da filosofia, da lógica, da ciência, ou ainda,
da linguagem ou da comunicação. Aprender a identificar os erros e equívocos da
argumentação com aparência de raciocínio correto é de fundamental importância
não apenas para o exercício da investigação científica e filosófica, mas para o bom
desempenho do exercício profissional em determinadas áreas que estão direta ou
indiretamente ligadas ao uso correto do discurso e da linguagem.

As áreas profissionais ligadas à comunicação, ao ensino e educação em geral e


aquelas em que há uma necessidade de persuadir o seu interlocutor, de um modo
ou de outro, precisam aprender a lidar com o mundo dos argumentos falaciosos.
Afinal, precaver-se de argumentos que nos induzem ao erro é uma necessidade do
cidadão comum para livrar-se dos enganos produzidos por políticos com excelente
retórica, mas sem nenhum escrúpulo ético. O conhecimento das falácias deve
ajudar também na identificação dos abusos de uma publicidade mais preocupada
com a beleza de seus slogans do que com a verdade do que de fato anunciam.

Outro campo importante do uso e aplicação do saber sobre as falácias é o mundo


jurídico. O argumento lógico é a ferramenta mais importante do advogado, do
promotor de justiça, do desembargador, do juiz e do profissional do direito em geral.

Abaixo segue um exemplo que contextualiza diretamente o valor que tem a


identificação das falácias no campo mais específico da propaganda:

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Em 2008 houve uma tentativa de certas limitações das propagandas
publicitárias de cervejas. Contrária à dita regulamentação, a Associação
Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) publicou um anúncio
manifestando sua contrariedade, com o seguinte título e subtítulo:
“Querem proibir a publicidade de cervejas no Brasil. É o mesmo que
proibirem a fabricação de abridores de garrafas no Brasil.” O texto
prossegue dizendo: “Nem a propaganda nem o abridor são a motivação
para irresponsáveis dirigirem embriagados. A propaganda ou o abridor
não são os culpados pela venda criminosa de bebidas alcoólicas a menores.
Abridores e a propaganda não são incentivadores dos covardes que
praticam a violência doméstica [...]”. Não é necessário ler todo o anúncio
para questionarmos certas coisas. Primeiro: será que há semelhanças
significativas entre a propaganda de cerveja e o abridor de garrafa? Será
que proibir a publicidade de cervejas é, de fato, o mesmo que proibir a
fabricação de abridores de garrafas? Os abridores de garrafas causam o
mesmo que a publicidade nos causa? Por fim, não será esta uma falácia
de falsa analogia?
(PENAFIEL, Matheus. trecho do texto “Roteiro de Aula” do Centro Luso-Brasileiro de Ensino de Filosofia – CLEF: https://goo.gl/C87zij

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Introdução
O estudo da lógica é em primeiro lugar o estudo das leis do pensamento válido. A
lógica formal está voltada para demonstrar a validade ou não de nossos raciocínios
independentemente da verdade das sentenças que ele contém, seja nas premissas,
seja nas conclusões. Isso significa que o problema da verdade é um problema de
verificação e interpretação correta dos juízos que fazemos acerca da realidade.

Um exemplo simples pode esclarecer a distinção entre validade e verdade.


Quando afirmo (ou nego) uma coisa numa proposição simples como “Raimundo é
cearense” há a possibilidade de esta afirmação ser verdadeira ou falsa. Se realmente
Raimundo for cearense, a minha sentença será verdadeira, caso contrário, será
falsa. Entretanto, se eu uso essa proposição numa associação com outra e extraio
uma nova proposição conclusiva, tenho um raciocínio. Esse raciocínio pode ser
válido ou não do ponto de vista de sua formalidade, isto é, do ponto de vista das
leis lógicas do raciocínio correto.

Neste sentido, as proposições podem ser verdadeiras ou falsas, mas os racio-


cínios válidos ou inválidos. Nesta unidade, vamos estudar diferentes possibilidades
de se construir raciocínios inválidos. Pois, do mesmo modo que a lógica é o estudo
das leis do pensamento correto, é também, por decorrência, a demonstração e a
denúncia dos erros de raciocínios incorretos, geralmente denominados de argu-
mentos falaciosos.

Falácia, sofisma ou paralogismo são termos usados para identificar o argumento


incorreto ou inválido. Alguns autores preferem distinguir os termos:
A falácia é um tipo de raciocínio incorreto, apesar de ter a aparência de
correção. É conhecida também como sofisma ou paralogismo, embora
alguns estudiosos façam uma distinção, pela qual o sofisma teria a intenção
de enganar o interlocutor, diferentemente do paralogismo (ARANHA &
MARTINS, 2003, p.105).

Como a razão da distinção dos termos, como se vê na citação acima, justifica-se


pela intenção do sujeito, resolvemos adotar uma postura mais objetiva e não fazer
juízo dessa espécie na análise dos argumentos inválidos. Por isso, optamos pelo
termo “falácia”, mas sem nenhuma conotação distintiva diante dos outros dois.
A palavra “falácia” é usada de múltiplas maneiras. Um uso perfeitamente
correto da palavra é o que se lhe dá para designar qualquer ideia
equivocada ou falsa crença, como a “falácia de acreditar que todos os
homens são honestos”. Mas os lógicos usam o termo no sentido mais
estrito e mais técnico do erro no raciocínio ou na argumentação. [...]
Portanto, definimos falácia como uma forma de raciocínio que parece
correta, mas que, quando examinada cuidadosamente, não o é (COPI,
1978, p. 73).

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E para que estudar as falácias, uma vez que elas são raciocínios incorretos?
“É proveitoso estudar tais raciocínios, pois a familiaridade com eles e seu
entendimento impedirão que sejamos iludidos” (COPI, 1978, p. 73).

Não ser enganado ou não ser iludido já é razão suficiente para justificar a
importância da análise das falácias, mas a realidade complexa, difusa e confusa da
publicidade, da sedução dos discursos, das promessas e disputas políticas, torna
ainda mais relevante e necessário o estudo dos argumentos falaciosos. O escritor
inglês Lewis Carroll, autor da célebre obra Alice no País das Maravilhas, foi
muito feliz ao apontar o valor da lógica e mostrar sua utilidade na identificação e
desconstrução dos argumentos falaciosos:
Ela [a Lógica] lhe dará clareza de pensamento, a habilidade de ver seu
caminho através de um quebra-cabeça, o hábito de arranjar suas ideias
numa forma acessível e ordenada e, mais valioso que tudo, o poder de
detectar falácias e despedaçar os argumentos ilógicos e inconsistentes
que você encontrará tão facilmente nos livros, jornais, na linguagem
cotidiana e mesmo nos sermões e que tão facilmente enganam aqueles
que nunca tiveram o trabalho de instruir-se nesta fascinante arte
(CARROLL, Lewis Apud NAHRA & WEBER, 1997, epígrafe).

Contudo, antes da identificação, classificação e análise das falácias, é necessário


esclarecer a distinção entre verdade ou falsidade das proposições e a validade ou
invalidade dos raciocínios (1). Em seguida, será indicada uma classificação geral
das falácias (2) e, por fim, uma análise e demonstração através de exemplos dos
diferentes tipos de argumentos falaciosos (3).

Falácia como Argumento Inválido


Não se pode qualificar um argumento falacioso de falso, embora possa conter
falsos juízos. A falácia é uma forma de argumento inválido. Só isso. Pode conter
verdades e concluir juízos verdadeiros. O problema não está no conteúdo, mas
na forma do raciocínio. Se a forma está equivocada, ainda que o conteúdo esteja
correto, o argumento em si perde sua força.

Uma coisa é o conteúdo das proposições, outra é a validade da argumentação.


No conjunto de um argumento, as proposições podem ser falsas, mas o raciocínio
ser válido (veja o exemplo A). Ou, ao contrário, o juízo expresso pelas proposições
de um argumento pode ser verdadeiro, mas o raciocínio inválido (veja o exemplo B).

Exemplo A:
1. Os seres humanos possuem sangue azul.
2. Meu pai é ser humano.

Conclusão: Logo, meu pai tem sangue azul.

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

O conteúdo da primeira proposição é falso, pois todos sabem que o sangue


dos seres humanos é vermelho. Mesmo que a segunda proposição seja verdadeira
(como de fato é), a conclusão tem um conteúdo falso, pois todos igualmente
sabem que o sangue de meu pai, sendo um ser humano, não é azul. No entanto,
o raciocínio, do ponto de vista de sua forma, é válido, pois estamos diante de uma
forma típica de silogismo categórico que segue todas as regras do raciocínio válido.
Por isso, é possível afirmar que argumentos cujas premissas são falsas podem
produzir raciocínios válidos.

Repare agora um exemplo contrário, de premissas verdadeiras, inclusive de


conclusão verdadeira, mas o encadeamento lógico entre as premissas não autoriza
a conclusão, portanto o raciocínio é inválido.

Exemplo B:
1. Todos os homens são mamíferos.
2. Alguns mamíferos são bípedes.

Conclusão: Logo, Todos os homens são bípedes.

O argumento é inválido, pois descumpre uma das mais importantes regras do


silogismo: o termo médio precisa ser de extensão universal pelo menos em uma
das premissas para que a conclusão seja válida. O termo médio, “mamíferos” na
primeira sentença, é de extensão particular, uma vez que é predicado de sentença
afirmativa; na segunda ele é igualmente particular, pois se trata de “alguns
mamíferos” e não de “todos os mamíferos”. Nessas condições as premissas não
autorizam a conclusão. Portanto, mesmo que as proposições sejam verdadeiras,
como é o caso, sob o aspecto formal, o raciocínio não tem validade lógica.

Erros formais do discurso, ainda que esteticamente bem pronunciados, são mais
comuns do que imaginamos. Conclusões de conteúdo verdadeiro se misturam a
conclusões falsas e desautorizadas pelas leis da lógica formal. Piadas lógicas de
caráter falacioso são frequentemente citadas em rodas de amigos e algumas delas
estão disponíveis em sites da internet. Veja uma bem conhecida:
Se Deus é amor e o amor é cego.

Steve Wonder é cego.

Logo, Steve Wonder é Deus.

Embora seja fácil notar o caráter falacioso desse raciocínio, afinal a conclusão
é obviamente falsa. Do ponto de vista do silogismo categórico esse raciocínio,
ainda que aparente uma forma válida, desrespeita uma das principais regras do
silogismo, tornando-o formalmente inválido. A cegueira como termo médio do
raciocínio precisaria estar na extensão universal pelo menos uma vez para que a
conclusão fosse autorizada, unindo os dois termos “Deus como amor” e “Steve
Wonder”. Além disso, há, na verdade quatro termos e não três como determinam
as leis do silogismo. O termo “cego” é ambíguo, pois na primeira proposição ele é

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usado em sentido figurado, aplicado ao amor. Seu sentido é outro e não o de uma
cegueira objetiva como aquela que se aplica à de Steve Wonder. Estes são os erros
formais, além do erro de fato.

Como então identificar os mais variados tipos de argumentos falaciosos em


meio aos textos, discursos e toda sorte de ideias que nos chegam todos os dias? O
desafio agora é propor uma classificação das falácias.

Classificação das Falácias


Há uma variedade de modos1 para se classificar as falácias. É preciso admitir:
“Não há uma classificação universalmente aceita das falácias” (COPI, 1978, p. 73).
De nossa parte, vamos considerar basicamente a tipologia adotada pela maioria
dos autores que como Irving Marmer Copi separa as falácias em dois grandes
grupos, as formais e não formais (COPI, 1978, p. 74). As primeiras (formais) são
aquelas que decorrem de erros devidos ao descumprimento das regras elementares
do silogismo. As outras (não formais) decorrem de algum descuido do raciocínio,
ou por falta de atenção no encadeamento lógico, ou pela não consideração da
ambiguidade da linguagem, ou ainda pela consideração equivocada e sem nexo
lógico do argumento colocado de forma só aparentemente correto.

Falácias Formais
As falácias formais são aquelas que transgridem uma ou mais das oito regras
do silogismo categórico. Para expô-las é necessário demonstrar quais são as leis do
silogismo categórico válido, o que será feito no próximo tópico.

Falácias não Formais


As falácias não formais dividem-se em dois grandes grupos: falácias de
relevância e falácias de ambiguidade.

Falácias de relevância
As falácias de relevância recebem esse nome exatamente porque as conclusões
de seus argumentos são inferidas sem que as premissas tenham alguma relevância
como verificaremos nos exemplos mais adiante (Tópico 4.1). São argumentos em
que as regras lógicas fundadas na racionalidade objetiva são praticamente ignoradas.
Outros fatores de convencimento, numa perspectiva muito mais psicológica
prevalecem para se estabelecer a conclusão. Razões baseadas em fatores afetivos
como imposição do medo, força da autoridade ou submissão a ela caracterizam as
falácias de relevância.

1 Para saber a respeito de outros modos de classificar as falácias que não foram aqui abordados, recomendamos a
leitura de duas obras. A primeira é o Guia das falácias de Stephen Downes e a segunda é o artigo com aplicação
para o mundo jurídico de DANIELI & LAZZARI, 2014, mas que também servem para entender de maneira bem
fundamentada os mais diferentes tipos de falácias.

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Falácias de Ambiguidade
As falácias de ambiguidade são devidas não por motivos emocionais ou de
irrelevância das premissas, mas por falta de esclarecimento de algum conceito ou
proposição que seria relevante nas premissas. A ambiguidade de uma proposição
ou de um conceito se caracteriza por deixar margem a uma dupla interpretação,
dificultando a validação de uma conclusão logicamente aceitável.

Argumentos Falaciosos Formais


A identificação de falácias formais está condicionada ao conhecimento das regras
do raciocínio silogístico, principalmente àquelas que regem o silogismo categórico.
Neste sentido, primeiro transcrevemos uma breve definição do silogismo categórico,
seguida das oito leis que determinam sua validade, para depois apresentar oito
exemplos de argumentos falaciosos formais que transgridem cada uma dessa leis.

Silogismo categórico
O silogismo categórico é a forma elementar do raciocínio lógico dedutivo. É um
modo de extrair ou inferir conclusão a partir da associação de dois juízos expressos
através de proposições (premissas) que são ligados a um termo que lhes são comuns.
O processo silogístico consiste, pois, essencialmente, em inferir ou deduzir
uma proposição de um antecedente que manifesta (num terceiro termo)
o meio ou a razão pela qual os dois termos dessa proposição devem ser
unidos entre si [...]. No silogismo, de um antecedente que une dois termos
(T e t) a um terceiro (M), infere-se um consequente que une esses dois
termos entre si (MARITAIN, 1980, p. 195).

Na definição de Maritain “T” é o termo maior, “t” o menor e “M” o termo médio,
aquele que permite a união dos dois termos anteriores presentes nas premissas e
autoriza uma nova proposição conclusiva como se demonstra no exemplo:
1. premissa: Todo ser humano (M) é imperfeito (t).
2. premissa: Os imperadores (T) são seres humanos (M).

Conclusão: Os imperados (T) são imperfeitos (t).

As formas do silogismo categórico variam, mas a estrutura é sempre a mesma;


duas premissas, três termos (T,t e M) e uma conclusão. A conclusão para ser válida
precisa seguir o que se convencionou chamar de suas oito leis. A transgressão de
uma ou mais delas transforma o argumento em silogismo falacioso. Observar cada
uma dessas leis é condição para identificar o argumento falacioso formal.

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As Leis do Silogismo Categórico
1ª Lei

No silogismo só deve haver três termos: Maior (T), Médio (M) e Menor (t).

2ª Lei

Os termos da conclusão não podem ser de extensão maior que nas premissas.

3ª Lei

O termo médio jamais pode aparecer na conclusão.

4ª Lei

O termo médio precisa ser pelo menos uma vez de extensão universal.

5ª Lei

De duas premissas negativas nada se conclui.

6ª Lei

De duas premissas afirmativas não se pode concluir negativa.

7ª Lei

A conclusão segue sempre a pior premissa, Isto é, a particular e a negativa.

8ª Lei

De duas premissas particulares nada se conclui.

Exemplos de Argumentos Falaciosos Formais2


O argumento falacioso formal, como vimos, dá-se quando uma ou mais leis do
silogismo não é seguido. Preste atenção nos exemplos.2

1º exemplo: transgressão da 1ª lei.

Qualquer argumento que apresente nas premissas mais de três termos é falacioso.
Os índios (1) são pessoas (2).

Alguns cidadãos (3) são analfabetos (4).

Logo, os índios são analfabetos.

2º exemplo: transgressão da 2ª lei.

Qualquer argumento que apresente na conclusão um termo de extensão maior


que nas premissas é falacioso.

2 Neste tópico os exemplos foram baseados e adaptados do capítulo sobre “Sofismas Formais” do livro de Louis LIARD
(1968, p. 181-186).

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Alguns políticos são corruptos.

Todos os corruptos devem ser presos.

Logo, os políticos devem ser presos.

O termo “políticos” está na extensão particular na primeira premissa e na


conclusão na extensão universal, tornando o raciocínio inválido e falacioso.

3º exemplo: transgressão da 3ª lei.

Qualquer argumento que apresente o termo médio na conclusão.


Alguns políticos são corruptos.

Todos os corruptos devem ser julgados.

Por isso, todos os corruptos devem ser presos.

O termo médio “corruptos” por aparecer na conclusão torna o argumento falacioso.

4º exemplo: transgressão da 4ª lei.

Qualquer argumento que não apresente o termo médio pelo menos uma vez na
extensão universal é uma falácia.
Alguns políticos são corruptos.

Alguns corruptos devem ser presos.

Logo, alguns políticos devem ser presos.

O termo médio “corruptos” nas duas premissas aparece na extensão particular,


por isso não autoriza a conclusão.

5º exemplo: transgressão da 5ª lei.

Qualquer argumento que retire uma conclusão de duas premissas negativas


é falacioso.
Nenhum político é bom.

Os brasileiros não são políticos.

Logo, alguns (indivíduos) bons são brasileiros.

As premissas negativas não oferecem a possibilidade de serem ligadas pelo


termo médio “políticos”. Os termos “brasileiros” e “bons” ficam fora do alcance
de uma identificação. Pode ser que haja bons que sejam brasileiros exatamente
porque não são políticos, mas não necessariamente, uma vez que não ser político
não implica necessariamente ser bom. Afinal, o que se afirma é que ser político é
apenas não ser bom e não que é não ser ou ser brasileiro.

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6º exemplo: transgressão da 6ª lei.

Qualquer argumento que conclua negativamente de duas premissas afirmativas


torna-se uma falácia.
O brasileiro é honesto.

Todos os honestos são humildes.

Logo, o brasileiro não é humilde.

O caráter falacioso nesse caso é muito óbvio, pois a conclusão naturalmente


lógica deveria ser que o brasileiro é humilde e não o contrário.

7º exemplo: transgressão da 6ª lei.

Qualquer silogismo que conclua de forma a não seguir as premissas de menor


extensão (particular) ou de qualidade negativa – comumente chamada de “pior
parte” - quando alguma delas é universal e/ou afirmativa, comete um erro lógico,
transformando-se em argumento falacioso.
Os brasileiros são sul-americanos.

Os brasileiros não são argentinos.

Logo, os argentinos são sul-americanos.

Embora haja coincidência material, isto é, de fato a proposição conclusiva é


verdadeira (os argentinos são sul americanos), do ponto de vista formal o argumento
não é válido, pois transgride a 7ª regra do silogismo categórico, uma vez que não
conclui pela pior parte, isto é, pela negativa. O certo aqui, do ponto de vista da
formalidade do argumento, seria afirmar que os argentinos não são sul americanos,
pois a conclusão deve seguir a pior parte: negar e não afirmar.

8º exemplo: transgressão da 8ª lei.

Qualquer silogismo cuja conclusão seja retirada de duas premissas particulares.


Alguns brasileiros são bons de bola.

Alguns bons de bola são formados na Argentina.

Logo, alguns brasileiros são formados na Argentina.

As duas premissas são particulares e por isso não autoriza nenhuma conclusão.
Neste caso é evidente o equívoco. A constatação de que alguns bons de bola são
formados na Argentina não exige necessariamente que alguns brasileiros também
o sejam, apesar de alguns desses brasileiros também serem bons de bola.

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Argumentos Falaciosos não Formais3


Exemplos de Falácias não Formais de Relevância
As falácias não formais de relevância são aquelas cujas premissas são irre-
levantes para a força do argumento. A seguir,apresentamos apenas alguns dos
exemplos mais comuns desse tipo de falácia.

Argumento Falacioso da Força


Esse talvez seja o argumento mais visivelmente falacioso, isto é, fácil de identificar
seu caráter ilógico e equivocado, pois usa a coerção e imposição da força e do
poder para fazer prevalecer uma ideia ou uma pretensa verdade.

Exemplo: o pai pede ao filho que faça sua tarefa de casa pedida pela escola,
mas o menino não a faz, pois argumenta que o fará no dia seguinte. O pai insiste
e diz que no dia seguinte o filho não terá tempo suficiente para fazê-la. O filho
resiste. Então o pai define: “ou você faz a tarefa agora ou então amanhã não vai
conosco ao passeio e ficará o dia inteiro fazendo a tarefa”. O pai nesse sentido
usa sua força coercitiva que impõe o argumento definitivo para que o filho decida
e conclua pela única alternativa: fazer a lição naquele momento exigido pelo pai.
Este é um exemplo de argumento pela força.

Argumento Falacioso do Apelo à Autoridade


O apelo à autoridade é semelhante ao primeiro, mas ao invés do uso da força
física ou moral que impõe uma conclusão supostamente correta, aqui o recurso
utilizado é o convencimento pela alegação de que uma pessoa de importância
reconhecida, especialista no assunto ou personalidade cuja autoridade é aceita pela
maioria também apoia o argumento.

Exemplo: a desigualdade entre os seres humanos é um fato natural, afinal


até Aristóteles, filósofo de autoridade incontestável a admitiu. O argumento é
claramente fundado na autoridade de Aristóteles que nesse caso não se questiona
e pretende por um ponto final à questão.

Argumento Falacioso da Ofensa ou Contra o Ser Humano


A ofensa ao ser humano é frequente quando se quer desqualificar um argumento.
Ataca-se a pessoa que o afirma e o defende e não o argumento em si.

Exemplo: não há dúvida que Ronaldinho Gaúcho é um dos melhores jogadores


de futebol que o mundo já viu. Diante dessa afirmação, alguém pode objetar
falaciosamente: “Não acho que Ronaldinho seja um dos melhores jogadores do

3 Seguiremos a nomenclatura e tipologia de COPI, 1978, p. 74-98. Apesar de alguns autores, como o próprio Copi o
faz, nomearem tais falácias segundo expressões de origem no latim, preferimos manter uma tradução mais adequada
em língua portuguesa.

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mundo, pois sua conduta ética deixa a desejar”. O fato de o jogador ter uma
conduta ética controvertida não é argumento suficiente para desqualificar o
argumento anterior. O argumento contra a pessoa, não desautoriza sua qualidade
ou competência futebolística.

Argumento Falacioso da Circunstância


A falácia de circunstância é uma variação do argumento contra o ser humano;
é reconhecida também como falácia de conclusão irrelevante ou de pelo nome
de falácia acidente. Para defender uma ideia recorre-se a uma circunstância
irrelevante que nada tem a ver com a verdade que se pretende demonstrar.

Exemplo: o artista contratado pela empresa não é bom, pois o lugar de onde
ele vem não costuma oferecer bons artistas. O argumento é claramente acidental,
circunstancial e irrelevante para se avaliar a qualidade do artista contratado.
O acidental toma lugar do essencial, o circunstancial e irrelevante do que deve ser
o foco relevante da análise.

Argumento Falacioso da Ignorância


A falácia da ignorância tem um parentesco com a falácia de circunstância e
de irrelevância, uma vez que apela para um argumento que ignora o objeto da
questão. Geralmente é alegada para afirmar uma verdade apenas porque não se
conseguiu ainda provar a sua falsidade. A ignorância sobre a comprovação de uma
suposta verdade não basta para refutá-la. O não saber sobre alguma coisa não
significa que essa coisa não seja aquilo que se supõe sobre ela.

Exemplo: afirmar que vida extraterrestre não existe porque não há evidências
sobre essa possibilidade e porque há uma ignorância total a esse respeito não são
razões suficientes para refutar definitivamente tal possibilidade.

Argumento Falacioso do Apelo à Piedade


O argumento do apelo à piedade ou à misericórdia das pessoas para defender uma
causa numa determinada situação é frequente. Trata-se de recorrer ao sentimento
de solidariedade das pessoas para convencê-las de que sua verdade justifica algum
deslize, erro ou ato ilegal que possa estar sendo questionado. A cultura do “jeitinho”,
como de fato é traço característico já demonstrado pelo comportamento do povo
brasileiro é expressão típica de situações em que se percebe a presença da falácia
do apelo à piedade.

Exemplo: O guarda vem multar o motorista que estacionou em lugar não


permitido. O argumento do motorista apela para a emoção: “Senhor guarda, acabei
de deixar minha mãe em casa com a pressão arterial acima do limite. Estou aqui às
pressas para comprar o remédio dela. Por favor, tenha compaixão, seja solidário”.

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Argumento Falacioso do Apelo à Popularidade


O argumento de apelo à popularidade é semelhante ao apelo à piedade, pois
ambos utilizam do recurso de apelar para a emoção e ao sentimento de seu
interlocutor. A diferença está no alvo. O apelo à piedade é dirigido a uma pessoa,
enquanto o apelo à popularidade é dirigido à massa, a todo um grupo, comunidade,
sociedade ou povo que se identifica com certos valores, ideias, símbolos e elementos
culturais caros à sua unidade.

Exemplo: quando se quer convencer e persuadir todo um povo sobre alguma


ideia procura-se vinculá-la aos ideais, símbolos e sentimentos que lhe são comuns.
Publicidade, política e qualquer campanha feita para motivar algum tipo de
comportamento, seja de consumo, de apoio político ou de solidariedade a alguma
causa, geralmente utilizam esse recurso do apelo popular, afirmando personalidades
e lideranças de consenso, símbolos nacionais e outros valores de afirmação cultural
que agreguem confiança e adesão ao que se pede.

Argumento Falacioso pela Generalização Apressada


A generalização apressada é a falácia mais empregada na afirmação dos
preconceitos contra pessoas, grupos, culturas e outras minorias discriminadas. É
quase sempre alegada para desqualificar o outro a quem se quer negar. Trata-se
de tomar um caso, uma parte ou um pequeno número de casos como exemplo
do todo. Pode também configurar aquele argumento que toma a exceção como
regra. Com base nesse argumento falacioso em que alguns indivíduos representam
exceção, cria-se o fundamento para ridicularizar grupos inteiros.

Exemplo: argumentar que os pobres são violentos porque alguns deles realmente
os são; defender que os favelados são ladrões porque alguns deles roubam as
pessoas; afirmar que os mulçumanos são violentos porque vemos alguns grupos
islâmicos usarem a estratégia da violência para combater outros grupos religiosos
perseguidos por eles.

Argumento Falacioso pela Falsa Causa


Esse argumento se caracteriza por atribuir como causa a um fenômeno
ou acontecimento aquilo que está relacionado a ele apenas circunstancial ou
acidentalmente, ou ainda, apenas porque o antecedente é entendido como causa,
embora seja mera coincidência temporal e não de fato causal.

Exemplo: o sujeito alega estar com febre porque comeu uma banana. A febre é
devido a outro fator, mas como a ingestão de banana antecedeu a sua febre, então
ele a toma como causa, embora seja apenas um fenômeno que antecedeu a febre
e não a sua causa. Outro exemplo clássico: o galo cantou e o dia nasceu. Por isso,
o dia nasce porque o galo canta. Neste caso há uma confusão entre antecedente
e consequente com a relação entre causa e efeito. O galo canta quando o dia está
para nascer, mas isso não é a causa do dia nascer.

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Argumento Falacioso da Circularidade ou Petição de Princípio
Essa falácia é comum quando se repete na conclusão o que já se afirmou na
premissa; por isso trata-se de um argumento circular e redundante, pois não
acrescenta nenhuma nova informação àquilo que já foi admitido antes.

Exemplo: quando alguém quer afirmar que uma pessoa é má porque faz
maldades; ou que a realidade é injusta porque injusta é a vida. O ser humano é
racional porque faz uso da razão. A característica principal da bebida alcoólica é o
seu alto teor de álcool.

Por fim, é preciso considerar outros tipos de falácias classificadas de modos


diferentes conforme critérios distintos de identificação do argumento falacioso.
Alguns autores preferem classificar as falácias não segundo o critério da formalidade
lógica como aqui foram apresentadas, mas segundo critérios da lógica científica
como os erros de inferência indutiva ou de equívocos produzidos pela ambiguidade
da linguagem e dos sentidos das palavras ou da percepção dos sentidos.

A pergunta complexa, por exemplo, é um dos recursos que induz o interlocutor


a pronunciar uma resposta que pode produzir falaciosamente um argumento contra
si próprio.
Pela combinação de duas ou mais perguntas em uma só, procura-se
confundir o interlocutor, que, desprevenido, se apressa em responder
rapidamente, sem se aperceber que, em verdade, tal pergunta admite
duas respostas distintas, que não podem ser resolvidas com um simples
“sim” ou “não”. Um homem, por exemplo, acusado de roubo, é inquirido
insistentemente por um repórter: “Você está arrependido do que fez?”
Diante da insistência do repórter, o acusado acaba por responder “sim”,
dando ocasião para que o repórter complemente: “então você confessa
que cometeu o roubo!” Em uma situação como a semelhante, nem sempre
é perceptível a intenção maliciosa de quem faz a pergunta. A formulação
da pergunta já pressupunha a confissão do acusado, e, portanto qualquer
resposta direta através de um “sim” ou um “não” só faria confirmar o
que a própria pergunta induzia como resposta. No caso, se o acusado
respondesse com um “não”, a conclusão seria: “então quer dizer que você
admite o delito e nem ao menos se arrepende?” (BASTOS & KELLER,
1991, p. 27).

E assim vamos concluindo mais essa unidade que demonstrou o que são
argumentos falaciosos, constatando o quanto é importante reconhecer e prevenir-
se desses mais variados erros que contaminam e deturpam o raciocínio lógico
e aparecem com frequência no cotidiano para complicar e confundir a nossa
percepção, análise e interpretação da realidade.

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UNIDADE Argumentação Falaciosa

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Quadrinho Didático Desconstrói Falácia da Meritocracia
Leia os quadrinhos de Toby Morris intitulado de “On a Plate” [em português, “De
Bandeja”] selecionados por Josie Conti em seu site CONTI outra (http://www.
contioutra.com) que ilustra com muita simplicidade a falácia do discurso meritocrático
comparando a história de dois personagens com oportunidades bem diferentes ao
longo de sua trajetória de vida. Vale à pena conferir como o discurso ideológico
também se utiliza de argumentos falaciosos.
https://goo.gl/M2Hh5w

 Vídeos
Argumento Tendencioso e Falácia Lógica 1/3
Veja o vídeo do Youtube (9 minutos) sobre falácias O vídeo mostra algumas falácias
informais muito comuns, enunciadas de modo bem simples e didático. O diferencial
desse trabalho é a linguagem coloquial e a facilidade com que o apresentador mostra
exemplos nos quais as falácias aparecem em situações do cotidiano, principalmente
em discursos de políticos e conversas corriqueiras entre as pessoas. Publicado em 15
de abril de 2015 pelo Canal Os Batutas
https://youtu.be/hJZM6OXwsV8
Falácias na Comunicação
Assista ao vídeo Falácias na comunicação (acessível pelo Youtube) que seleciona várias
cenas de filmes famosos, como Matrix, 12 homens e uma sentença e O Grande desafio,
entre outros para dar exemplos de falácias presentes nos diálogos entre personagens.
É bastante ilustrativo e interessante para relembrar filmes magníficos. Publicado em 27
de novembro de 2015.
https://youtu.be/NN61eMdIyIU

 Leitura
O Amor é uma Falácia
Leia o texto literário e divertido de Max Schulman, tradução de Luis Fernando Veríssimo
O amor é uma falácia, publicado em PDF como Roteiro de Aula de Matheus Penafiel,
uma publicação do Centro Luso-Brasileiro de Ensino de Filosofia – CLEF. Trata-se de
um texto que traz uma série de falácias na relação de um jovem estudante racional que
procura explicar a uma moça os princípios da lógica na identificação das falácias. Os
desdobramentos desse relacionamento marcado pelo ensino de falácias chegam a um
final inusitado.
https://goo.gl/K9w6MJ

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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando.
Introdução à Filosofia. 3ª edição revista. São Paulo: Moderna, 2003. 439p.

BASTOS, Cleverson L. & KELLER, BASTOS & KELLER, Vicente. Aprendendo


Lógica. Petrópolis: Vozes, 1991. 141p.

COPI, Irving Marmer. Introdução à lógica. Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo:
Mestre Jou, 1978. 281p.

DANIELI, Adilor & LAZZARI, João Batista. “Reflexões sobre as falácias na


argumentação jurídica: estudo de caso da decisão do Supremo Tribunal Federal
nos autos do Recurso Extraordinário nº 597-270-4/RS”, Revista Jurídica – CCJ
ISSN 1982-4858 v. 18, nº. 35, p. 85 - 102, jan./abr. 2014.

DOWNES, Stephen. Guia das Falácias Lógicas do Stephen. Universidade de Al-


berta, Canadá. Disponível em: http://www.onegoodmove.org/fallacy/welcome.htm

Tradução e adaptação para Português de Portugal de Júlio Sameiro e Aclimatação


para o Português do Brasil de Ibrahim Cesar. Disponível em:

http://www.lemma.ufpr.br/wiki/images/5/5c/Falacias.pdf

LIARD, Louis. Lógica. 7.ed. Tradução de Godofredo Rangel. São Paulo: Editora
Nacional, 1968. 214p.

MARITAIN, Jacques. Elementos de Filosofia II. A ordem dos conceitos (Lógica


Formal). Tradução de Ilza das Neves revista por Adriano Kury. 9. ed. Rio de Janeiro:
Livraria Agir, 1980. 318p.

NAHRA, Cinara & WEBER, Hingo. Através da Lógica. 9.ed. Petrópolis: Vozes,
1997. 193p.

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