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Lógica

Material Teórico
Introdução ao Estudo da Lógica

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Valter Luiz Lara

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Introdução ao Estudo da Lógica

• Introdução
• Qual é o Objeto de Estudo da Lógica?
• Origens e Breve História da Lógica
• Divisão da Lógica: Formal e Material; Verdade e Validade

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Introduzir o aluno ao universo da lógica como disciplina da Filosofia
e da ciência;
· Identificar os objetos de estudo da lógica e sua aplicação na vida
cotidiana;
· Informar as origens e o desenvolvimento da lógica na história da
filosofia;
· Aprender a distinguir os conceitos de verdade e validade do raciocínio;
· Aprender noções e conceitos elementares da lógica formal como
instrumento para conhecer as regras do pensamento do ponto de
vista de sua coerência e validade.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Contextualização
Leia com atenção esta situação (hipotética e anedótica) de sala de aula:

O professor
Cf. THOMAL, Alberto. Pensando Logicamente. Investigação sobre Lógica. 10ª edição ampliada e renovada.
Florianópolis/SC: Sophos, 2006

Um dia, na sala de aula, o professor explicava a teoria da evolução aos alunos.


Ele perguntou a um dos estudantes:

– Tomás, vês a árvore lá fora?

– Sim – respondeu o menino. O professor voltou a perguntar:

– Vês a grama? O menino respondeu prontamente:

– Sim. Então o professor mandou Tomás sair da sala e lhe disse para olhar
para cima e ver se ele enxergava o céu.

– Viste Deus? – Perguntou o professor. O menino respondeu que não.

O professor, olhando para os demais alunos, disse:

– É disso que eu estou falando! Tomás não pode ver Deus, porque Deus não
está ali! Podemos concluir então que Deus não existe.

Nesse momento, Pedrinho levantou-se e pediu permissão ao professor para


fazer mais algumas perguntas a Tomás.

– Tomás, vês a grama lá fora?

– Sim.

– Vês as árvores?

– Sim.

– Vês o céu?

– Sim.

– Vês o professor?

– Sim.

– Vês o cérebro dele?

– Não – disse Tomás.

Pedrinho, então, dirigindo-se a seus companheiros, disse:

– Colegas, de acordo com o que aprendemos hoje, concluímos que o professor


não tem cérebro.

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Bem, você viu como o professor usou de um raciocínio pretensamente lógico
e coerente para concluir algo que parecia ser autorizado pelas constatações
precedentes. Pedrinho usou da mesma técnica para mostrar quão equivocada era
a conclusão do professor. Concluir uma informação nova a partir de constatações
precedentes é um processo lógico chamado de inferência. Usamos esse recurso
a todo o momento. Só que nem sempre percebemos que certas conclusões não
podem necessariamente ser feitas com base apenas nas constatações anteriores.
Esse é o caso nessa situação.

O fato de não se poder ver uma coisa não decorre necessariamente que ela não
existe. É o que Pedrinho tentou mostrar com muita sabedoria e uma boa dose de
ironia. Mas será que é possível concluir que Deus existe, uma vez que não se pode
provar que ele não existe? Pense um pouco. Do mesmo modo que não se pode
provar formalmente que Deus não existe porque não o vemos, também não se
pode provar que ele existe, se não o vemos. Ou não?

Isso é lógica, pensar se o pensamento sobre alguma coisa segue o caminho


correto para pensá-lo. A lógica não é ciência no sentido de provar coisas na rea-
lidade, mas apenas instrumento de análise do alcance do discurso argumentativo,
prescrevendo os seus limites para evitar conclusões inadequadas que não são au-
torizadas pela simples observação das regras do raciocínio. Somos sempre lógicos
ou ilógicos quando usamos nossa capacidade de argumentar. O estudo da lógica
permite apurar a validade dos argumentos que empregamos para defender uma
ideia, pois nem sempre um raciocínio bonito e bem construído segue as regras do
pensar corretamente.

Você vai perceber que o estudo da lógica o(a) ajudará a desconstruir os enganos
e equívocos frequentes dos discursos no mundo da publicidade, da política e do
cotidiano, em que os argumentos são colocados sem maiores rigores do ponto de
vista da análise lógica.

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Introdução
O Uso da Palavra “Lógica” no Cotidiano
“Não pode ser. Essa história não tem lógica”. Que significado tem a palavra
“lógica” em frases como essa? A resposta é simples: essa história não tem coerência;
não tem nexo; há contradições e o todo não “cola”, isto é, não convence.

O uso positivo da mesma palavra é muito comum na linguagem cotidiana: “É


lógico que vamos ganhar”; “Lógico que vou trabalhar”; “Lógico seria se ele não
aceitasse aquela proposta”. O termo “lógico” nas três frases pode ser substituído
sem perda do sentido pelas palavras “claro” na primeira e segunda e “correto”
na terceira.

O uso cotidiano da palavra “lógica” mostra que ela tem um parentesco com
outras, como “certo”, “correto”, “coerente” e “claro”. O contexto é sempre
coerência entre palavra e realidade. É também coesão do discurso, ou seja, sintonia
e harmonia do conjunto da linguagem que se emprega na comunicação. Linguagem
como expressão coerente do pensamento e discurso como representação correta
e convincente do conteúdo que se quer transmitir estão no horizonte da lógica no
entendimento do senso comum.

Sentido Etimológico – Original da Palavra “Lógica”


O senso comum no uso que faz da palavra lógica mostra uma conexão com o seu
significado original derivado do termo grego logos. Logos é conceito fundamental
da filosofia grega antiga. Representa o que os filósofos estoicos, por exemplo,
entendiam ser a razão universal presente em todas as coisas. De modo mais geral
e objetivo, logos significa palavra ou discurso. Lógica, nesse sentido, é tudo o que
diz respeito ao discurso em sua capacidade de dizer algo com razão, razoabilidade
e inteligibilidade. É o discurso capaz de comunicar algo que pode ser compreendido
pela inteligência. Logos é razão, e lógica, por sua vez, é todo discurso capaz de
expressar algo que seja compatível com as leis da razão.

A lógica como disciplina da filosofia é, pois, o estudo das leis que regem o
pensamento racional. Pode-se definir a lógica como disciplina filosófica, científica
ou ainda como arte. Foram os filósofos os primeiros autores a se dedicarem ao
estudo da lógica. Mais tarde, com o surgimento da ciência moderna, nasceu uma
lógica científica, como instrumento metodológico da pesquisa científica, ligada
principalmente às formas da matemática e da expressão simbólica.

Algumas célebres definições de lógica seguem abaixo:


“Lógica é ciência das formas do pensamento” (L. LIARD). Lógica é a
linguagem que estrutura as linguagens descritivas” (L. HEGEMBERG).
“Lógica é ciência da argumentação, enquanto esta é diretiva da operação
de raciocinar (TELLES JÚNIOR, Godoffredo). “Lógica é a arte que dirige

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o próprio ato da razão, isto é, que nos permite chegar com ordem,
facilmente e sem erro, ao próprio ato da razão” (Jacques MARITAIN).
(BASTOS & CLEBER, 1991, p. 13).

De um modo simples, direto e de largo alcance, Irving Marmer Copi propôs


uma definição que satisfaz as necessidades desse estudo introdutório: “O estudo
da lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio
correto do incorreto” (COPI, 1978, p. 19).

De posse dessa definição, já podemos identificar qual é o objeto de estudo


da lógica.

Qual é o Objeto de Estudo da Lógica?


O objeto de estudo da lógica são as leis do raciocínio. Mas o que é um raciocínio?
Antes de definir o que é raciocínio, leia com atenção as seguintes afirmações:
a) A rua ficou molhada.
b) Você esqueceu o filho na escola.
c) Paulo é vegetariano.
Explor

Quais informações você pode extrair com total certeza a partir dessas que já foram dadas?

Pense na primeira (A). O que se pode concluir a partir da informação “A rua ficou
molhada”? Que choveu? É possível, mas não há certeza, pois um caminhão pipa
depois de uma feira pode ter lavado a rua e, por isso, ela ficou molhada. A conclusão
“choveu”, a partir da informação que se tem, não procede necessariamente e, no
mínimo, é incerta. Portanto, a conclusão não é válida, embora tenha possibilidade
de ser verdadeira.

Desse primeiro exemplo, conclui-se: a lógica trabalha na dimensão da validade


do raciocínio e não de sua verdade. A verdade é uma questão que precisa ser
verificada na realidade. Trata-se de um problema de teoria do conhecimento e das
ciências que visam conhecer os diferentes aspectos da realidade.

Volte sua atenção agora para a segunda afirmação (B): “Você esqueceu o filho
na escola”. É possível afirmar que essa pessoa tem filho (1), que ele estuda numa
escola (2) e quem esqueceu é o pai ou a mãe (3) desse menino (4)? Parece que sim,
a não ser que essa pessoa tenha deixado o filho na escola, mas ele não estuda lá,
mas do contrário todas as quatro afirmações são válidas e estão contidas, isto é,
subentendidas na sentença “B”.

Da sentença “C” decorre que Paulo não come carne, pois esse é o conceito de
vegetariano que identifica Paulo.

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Inferência, Raciocínio e Argumento


Bem, tudo isso para que você perceba que lógica trabalha com a base elementar
de todo tipo de raciocínio, a inferência. Inferência é essa operação mental da razão
que extrai de uma informação outra necessariamente implicada ou nela pressuposta,
como vimos acima a partir das três sentenças (A, B e C) usadas como exemplos.

Agora podemos definir o que é raciocínio. Raciocínio é uma forma de pensa-


mento no qual se derivam conclusões a partir de informações antecedentes. Inferir
já é raciocinar, pois é extrair uma informação de outra.

Entretanto, há formas de raciocínios mais complexos nos quais se associam


informações para se concluir outras novas. Observe o exemplo de raciocínio
abaixo; embora seja elementar, é mais complexo do que uma simples inferência,
porque associa duas informações para se concluir uma nova.

Toda mulher é sábia.


Maria é mulher.
Logo, Maria é sábia.

Inferência e raciocínio são as bases de toda argumentação. Argumentar é


expressar o raciocínio através da linguagem. O argumento é a forma material do
raciocínio, que é, por sua vez, uma operação mental, abstrata, o que não significa
que não seja produto da observação da realidade através de nossos sentidos. O
argumento é expressão do raciocínio e serve para defender e provar ideias e
teses sobre um fato, situação ou tema qualquer na forma da linguagem discursiva.
Argumento, inferência e raciocínio são conceitos correlatos, estão entrelaçados.
Argumentar é ser capaz de exprimir em linguagem racional, compreensível e,
portanto, lógica, o raciocínio. Raciocinar é, por sua vez, inferir, isto é, extrair nova
informação do que já se conhece.

O procedimento correto da argumentação é o objeto de estudo da lógica. A


lógica tem esta tarefa, verificar se o raciocínio na forma da argumentação segue as
leis corretas do pensamento racional.

Chegou o momento de conhecer as origens da lógica e o seu desenvolvimento


na história da filosofia.

Lógica e Psicologia
A lógica tem como objeto o pensamento. A psicologia também. Porém, o
pensamento é tratado de maneira distinta por ambas. A psicologia é ciência do
pensamento enquanto expressão e revelação dos motivos do comportamento
humano. O objeto da psicologia é o ser humano enquanto indivíduo. As relações

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do sujeito consigo mesmo e o seu ambiente sociocultural constituem o foco da
atenção da psicologia. As operações do pensamento só interessam à psicologia
como possibilidade de compreender a realidade do indivíduo em sua identidade
emocional, comportamental e autocompreensiva. A psicologia visa principalmente
à saúde mental e psicofísica da pessoa. A lógica, por sua vez, é instrumento
da filosofia e, de certa forma, da própria ciência, na medida em que oferece a
compreensão das leis que determinam o funcionamento correto e válido das
operações abstratas e formais do pensamento.

O objeto da lógica é o raciocínio como operação mental considerada de modo


abstrato e independente de sua correspondência com a verdade dos fatos fora
do pensamento. À lógica não interessa a operação mental como expressão da
identidade de um sujeito. Seu foco é o ato do pensar em si mesmo e não o sujeito
que o processa. À psicologia, ao contrário, só interessa a dimensão do pensamento
que revela melhor a pessoa em sua identidade subjetiva.

Origens e Breve História da Lógica


Problemas que Precederam o Nascimento da Lógica
Na origem da lógica, está o problema colocado pelos filósofos pré-socráticos
sobre o alcance de nossa capacidade em conhecer a realidade e representá-la tal
como ela é: a realidade (o ser) é constante mudança (ser e não ser) ou é imutabilidade
eterna (ser), sem qualquer possibilidade de alteração e movimento? Esse é o
problema filosófico por excelência que se vê quando se confronta o pensamento
de Heráclito (540-470 a.EC) e de Parmênides (530-460 a.EC).

Se Heráclito estiver certo e o ser for exatamente expressão da contradição entre


o seu oposto, o não ser, a realidade então é regida pela lei do movimento constante,
como ele mesmo afirmava. Desse modo, a razão, ou o logos, como concebiam os
gregos, é o conjunto de leis que governam esse movimento de forças contrárias.
Mas se, ao contrário, Parmênides é quem tem razão, então o movimento é uma
ilusão dos sentidos e a lei racional é expressão do ser estático, eterno, imutável,
pois o não ser não existe e não pode ser pensado (CHAUI, 1994, p. 180-181).

Experiência Sensível e o Princípio da não Contradição do Pensamento


A polêmica entre Heráclito e Parmênides se deve ao fato de que Heráclito opta
pela observação que os sentidos captam da realidade, enquanto Parmênides prefere
admitir a predominância do princípio de não contradição que rege o pensamento
sobre as coisas. Eis então formulado um dos grandes princípios da lógica, o da
não contradição: uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo e sob o
mesmo aspecto.

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Ao seguir o princípio da não contradição, Parmênides se sente obrigado a negar


o movimento e qualquer possibilidade do não ser como realidade positiva captada
pela experiência sensível. Heráclito, ao contrário, admite ser o movimento e a
contradição que se lhe apresenta à experiência sensível, a realidade essencial, isto
é, o devir, ou melhor, o vir a ser. Assim, a lei dos contrários, ser e não ser, vida e
morte, guerra e paz, seco e molhado, é, para Heráclito, não só fruto da percepção
dos sentidos, mas o princípio regente da própria razão universal, do logos como
essência de todas as coisas.

A questão do ser e do não ser, já apontada por Heráclito e Parmênides, está na


base de toda a filosofia posterior, tanto dos sofistas, quanto de Sócrates, Platão e
Aristóteles. Afinal, como garantir identidade entre pensar e ser?

A linguagem é capaz de expressar o pensamento de forma a fazê-lo corresponder à ver-


Explor

dade do ser? Como garantir que o dizer seja coerente com o pensar, e que este seja rep-
resentação correta da realidade, do ser? Como extirpar da linguagem o erro e o engano
em relação à realidade?

Os Sofistas e o uso Abusivo da Linguagem Argumentativa


Os sofistas representaram, na filosofia antiga, um grupo de filósofos que se
notabilizaram pela maestria no uso da linguagem argumentativa. Adotavam o critério
de que se podia defender qualquer verdade, desde que fosse bem argumentada.
Eles não eram exatamente céticos, embora alguns o fossem (como veremos mais
adiante, Górgias), defensores da tese de que não se pode chegar ao conhecimento
da verdade, mas como dizia Protágoras (490-415 a.EC), “o ser humano é a medida
de todas as coisas”. A partir desse princípio, as demais verdades podem ser atingidas
desde que sejam concebidas sob a ótica da relatividade da medida humana como
pressuposto. A consequência é o relativismo da verdade submetido ao arbítrio da
linguagem. Eles acreditavam que o argumento bem construído poderia persuadir o
interlocutor, conduzindo-o tanto ao erro e ao engano, quanto ao acerto e à verdade.

Zenão de Eleia (489-430 a.EC), seguidor das ideias de Parmênides, por


exemplo, ilustrava a impossibilidade do movimento através de paradoxos, como
aquele famoso da corrida entre Aquiles - o mais rápido e forte guerreiro grego - e
uma tartaruga. Afirmava que mesmo sendo o mais veloz entre os homens, Aquiles
não poderia jamais, numa corrida, ultrapassar uma lenta tartaruga que estivesse
correndo à sua frente, pois ao se aproximar da tartaruga esta já haveria percorrido
certo espaço e quando Aquiles percorresse uma fração de espaço, a tartaruga
haveria percorrido outra e assim sucessivamente em movimentos infinitos, cada vez
menores. Conclusão de Zenão: Aquiles pode se aproximar da tartaruga, mas não
a ultrapassaria jamais, pois a distância entre ele e a tartaruga, ainda que pequena,
seria composta de uma linha de infinitos pontos.

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Explor
O que há de errado nesse argumento? A realidade do pensamento parece prevalecer sobre
os dados de realidade? Afinal, Aquiles, ou qualquer um de nós, ganharia a corrida de uma
tartaruga, não é mesmo? Então qual é o fundamento da contradição demonstrada no
argumento de Zenão? Isso significa então que a linguagem pode enganar e dizer o que de
fato não ocorre? Se a linguagem não tivesse essa capacidade, a mentira, o erro e o engano
seriam possíveis?

Ser, pensar e dizer, a saber, realidade, pensamento e representação através da


linguagem, estão relacionados, mas como vimos no argumento de Zenão, não são
a mesma coisa. Outro exemplo dessa pretensão equivocada de fazer coincidir o ser
e o pensar através da linguagem argumentativa encontra-se em Górgias. O filósofo
sofista Górgias (483-375 a.EC.), em sua obra “Sobre o não ser”, desenvolveu um
argumento que nega a realidade de todas as coisas. Trata-se de um exemplo extremo
das consequências da filosofia de Parmênides em negar a realidade do movimento
atestada pela experiência sensível. As teses do argumento são as seguintes:
1. Nada existe;

2. Se existisse algo não poderíamos conhecer;

3. Se pudéssemos conhecer, não poderíamos comunicá-lo a outrem


(BASTOS & KELLER, 1991, p. 30).

A demonstração de cada uma das três teses segue certo encadeamento de


ideias e inferências que acabam produzindo a conclusão.
1. Nada existe – se algo existe ou é ser ou não ser ou os dois juntos.
Que o não ser não existe é evidente. Que o ser existe: se existe é eterno,
criado ou ambas as coisas. Se é eterno, é infinito e, se infinito, não está
em nenhum lugar; se em nenhum lugar, não existe. Criado também não
pode ser, pois para isto seria necessário que o fosse do ser ou do não ser.
Do não ser não pode vir, pois o não ser não pode gerar. Do ser também
não, pois o que já existe não precisa ser gerado. Portanto, nada existe.

2. Se existisse alguma coisa, não poderia ser conhecida – o mundo


real não é o que a razão pensa dele. Com a razão, pode-se pensar o
que existe ou o que não existe (o real ou a fantasia). Pode ser que tudo
o que se pensa não passa de fantasia, imaginação. Conclui-se que o ser
não é pensável...

3. Se fosse possível conhecer, não seria possível comunicá-lo a


outros – como se comunica a outros o que se conhece? Pela linguagem.
E o que é a linguagem? Um simples ruído. Então, como se pode fazer do
ruído um meio para conhecer o que não é ruído? Assim como o visível
não pode tornar-se audível e vice-versa, assim o ser, pois que subsiste fora
(da razão), não pode transformar-se em palavras (BASTOS & KELLER,
1991, p. 30-31).

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Nesse exemplo, é perceptível o abuso da linguagem como instrumento para


defender qualquer ideia, independentemente de sua correspondência com a
realidade. O exagero no uso arbitrário da linguagem para defender e demonstrar
qualquer coisa vai influenciar o trabalho de filósofos como Sócrates, Platão e
Aristóteles. Cada um do seu jeito buscou formas e métodos mais rigorosos no uso
da linguagem argumentativa para evitar e ao mesmo tempo apontar os erros que
ela contém. É assim que a retórica, como arte do discurso persuasivo presente
na linguagem dos sofistas, cedeu lugar à lógica como estudo das leis que regem
a ordem correta dos argumentos. A lógica deixa de ter o foco na persuasão e
convencimento do interlocutor como ocorre na retórica, e passa a ser o estudo da
validade objetiva dos argumentos.

Sócrates, Platão e Aristóteles na Origem da Lógica


como Disciplina Filosófica
Sócrates e Platão buscaram no método da dialética do discurso, mais preci-
samente na forma do diálogo, a superação das contradições da linguagem argu-
mentativa. Os problemas levantados pela polêmica entre Heráclito e Parmênides
e o desregramento da linguagem provocado pelos sofistas provocam o esforço de
Sócrates em precisar a linguagem através do rigor da definição dos conceitos.

Sem ignorar, mas pelo contrário, assumindo a dinâmica e o método desse


primeiro passo socrático de busca pela definição dos conceitos segundo as regras
do confronto dialógico, Platão vai propor uma nova forma de responder a confusão
que os sofistas criaram ao levar às últimas consequências a lógica absoluta da
proposta de Parmênides em não reconhecer a realidade do movimento. A solução
platônica foi encontrada na metafísica da distinção de dois mundos: o mundo da
percepção sensível, causa do engano da linguagem, e o mundo das ideias, lugar
onde reside a verdade. O engano do discurso está em reconhecer como válida a
percepção sensível. Mas é Aristóteles, o pai da lógica, embora não tenha usado
essa palavra para designá-la, quem de fato responderá o desafio da construção de
regras claras, objetivas e universais para estabelecer a distinção entre o discurso
correto e o incorreto.
[...] Aristóteles criou a lógica propriamente dita, que ele chamava de analí-
tica (a palavra lógica será empregada, séculos mais tarde, pelos estoicos e
Alexandre de Afrodísia). [...] A lógica aristotélica é um instrumento que an-
tecede o exercício direto do pensamento e da linguagem, oferecendo-lhes
meios para realizar o conhecimento e o discurso (CHAUI, 1994, p. 182).

Na obra Organon, que significa instrumento, Aristóteles expôs as leis que


organizam e regram o pensamento do ponto de vista formal. Procurou apontar os
erros dos argumentos inválidos, que ele chamou de sofismas, e definiu as leis que
regem os argumentos válidos.

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Aristóteles e os Princípios Fundamentais do Pensamento Lógico
Entre suas contribuições para o nascimento da lógica, estão os três princípios
fundamentais de todo juízo e raciocínio válido:

1º) Princípio da identidade: uma coisa é sempre idêntica a si mesma uma vez
que seja considerada no mesmo tempo e sob os mesmos aspectos. Numa fórmula
simples o princípio pode assim ser traduzido: A é A; não pode ser outra coisa. Por
exemplo, eu só posso ser eu mesmo e mais ninguém.

2º) Princípio da não contradição: uma coisa não pode ser o que é e ser o
que não é ao mesmo tempo. É a formulação inversa do primeiro princípio e numa
fórmula simples o princípio pode assim ser traduzido: se A é A, não pode ser não
A. Por exemplo, se eu sou eu, não posso ser eu e outra pessoa ao mesmo tempo.

3º) Princípio do terceiro excluído: se eu tenho duas proposições com o mesmo


sujeito e o mesmo predicado, uma é afirmativa e a outra é negativa, sendo que
uma delas é necessariamente verdadeira e a outra falsa, então não pode haver
outra possibilidade, isto é, uma terceira alternativa. Exemplo: Se eu tenho um
sujeito (Paulo) e um predicado (é homem). Se a proposição afirmativa “Paulo é
homem” é verdadeira, a negativa “Paulo não é homem” é necessariamente falsa
e não há outra possibilidade entre essas duas: uma é verdadeira e a outra é falsa.
Uma terceira opção, por exemplo, as duas são verdadeiras ou as duas são falsas,
ou ainda, nenhuma das duas é verdadeira ou falsa, está excluída.

4º) O princípio da tríplice identidade: duas coisas que são idênticas a uma
terceira são idênticas entre si. A representação desse princípio pode ser feita da
seguinte maneira: Se A é o mesmo que B e B é o mesmo que C, então A é o
mesmo que C.

O Desenvolvimento da Lógica Depois de Aristóteles


Na verdade, como foi lembrado acima, não foi Aristóteles quem primeiro usou a
palavra lógica para referir-se ao que hoje estamos estudando, mas sim os filósofos
estoicos. Aristóteles chamou de “Analíticos” seus escritos de lógica, pois concebeu
o estudo da lógica como análise das partes e das leis que integram e regem o
pensamento (ARANHA & MARTINS, 2003, p. 100). A lógica estoica não é a
negação do trabalho de Aristóteles, mas lhe acrescenta outras possibilidades. Ao
aspecto da análise formal do discurso encontrado no primeiro é acrescentado o
caráter material e mais significativo das proposições. Importa, aos estoicos, extrair
leis que afetam a matéria e o objeto das proposições, isto é, os seus significados.

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Por exemplo, se eu disser “Sócrates”, temos nessa palavra aquilo que o


significado significa – alguém chamado Sócrates -, e nela temos também
o próprio Sócrates, que é aquilo que é, ou seja, a coisa real significada
pela palavra Sócrates.

O significado estabelece a relação entre a palavra Sócrates e o homem


real Sócrates. O significado é, ao mesmo tempo, a representação mental
ou o conceito ou a noção que formamos de Sócrates e a relação entre
essa representação e o ser real de Sócrates (CHAUI, 1994, p. 192-193).

Na base da concepção estoica agregada ao caráter de regras precisas de validação


do pensamento e da linguagem em Aristóteles, a Idade Média produziu um rigor
ainda maior entre pensamento e linguagem. Porém, a questão da relação entre
conceito e realidade, pensamento como expressão da realidade singular através
de uma linguagem abstrata, conduziu aos conflitos entre realistas e nominalistas.
Os primeiros afirmavam que os conceitos em sua universalidade eram realidades
existentes por si mesmas, enquanto os outros entendiam que não havia nada além
do nome a indicar a realidade que está no objeto singular senão apenas o conceito,
isto é, apenas o nome, uma representação mental da coisa, mas não a coisa
mesma. Nisso consiste o problema dos universais que preocupou grande parte da
filosofia medieval.

Mais tarde, com o advento das ciências no período da história moderna,


nascerá a lógica da razão científica, centrada nos raciocínios da linguagem mais
precisa dos cálculos e da matemática. O Novum Organon, obra do filósofo
inglês Francis Bacon (1561-1626), teve esse propósito de oferecer as bases de
uma lógica a serviço do método científico, de modo a oferecer à linguagem um
caráter completamente formal, sem qualquer referência ao conteúdo. Assim surgiu
a lógica simbólica.

A lógica simbólica, associada ao esforço do filósofo alemão Gottfried Wilhelm


Leibniz (1646-1716) em ordenar e purificar a linguagem dos erros do senso
comum, se enveredou pelos caminhos da objetividade científica e aos poucos se
transformou em lógica matemática. Autores como George Boole, (1815-1864)
com seu livro Investigação sobre as leis do pensamento de 1849, influenciou o
trabalho do alemão Gottlob Frege (1848-1925), Conceitografia, publicado em
1879, e ambos acabaram revolucionando a lógica, criando o que eles chamaram de
cálculo proposicional ou de predicados. Filósofos como Bertrand Russel (1872-
1970) e Alfred Whitehead (1861-1947) seguiram esse caminho de aprimoramento
da lógica em direção à linguagem dos símbolos e do cálculo matemático.

Atualmente há uma lógica independente da filosofia, como a matemática e ou-


tras ciências, ela é concebida apenas como formal ou ciência que se ocupa de siste-
mas linguísticos especializados, inclusive de linguagens artificiais, que são a base
para o desenvolvimento da Inteligência artificial e da linguagem de programação de
computadores (Cf. MORTARI, 2001, p. 28-31).

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Divisão da Lógica: Formal e Material;
Verdade e Validade
A lógica como disciplina da filosofia pode ser dividida em duas partes, isto é, em
duas dimensões de abordagem de seu objeto, o pensamento racional. A primeira
diz respeito à matéria da lógica e a segunda à forma. A lógica material é aquela
que cuida da análise do conteúdo dos argumentos. Trata de verificar a coerência
e a verdade das proposições na conformidade com a realidade que os conceitos e
juízos pretendem apontar e representar.

Lógica material é basicamente ciência metodológica e visa o conteúdo dos


conceitos, dos juízos e dos raciocínios; é método que determina os critérios de
acesso à verdade das coisas através do conhecimento e do discurso que melhor
pode representar essa verdade.

Lógica formal não analisa o conteúdo e os objetos que contém o juízo ou o


raciocínio, mas abstrai qualquer que seja o conteúdo e os objetos do raciocínio para
estabelecer quais são as regras que reconhecem a validade dos argumentos.

A lógica material preocupa-se com a verdade e a falsidade de um argumento.


Procura estabelecer se há correspondência entre linguagem e ser, pensamento
e realidade. A lógica formal, por sua vez, no estrito sentido, não é ciência, é
instrumento da ciência que busca regrar a forma do pensamento, a expressão do
raciocínio de modo a demonstrar sua validade, isto é, afirmar se um argumento é
correto ou não.

Preste atenção neste exemplo:


Raciocínio A
1ª) Todos os baianos são brasileiros.
2ª) Todos os paulistas são brasileiros.
Conclusão: logo, todos os baianos são paulistas.

Viu como nesse raciocínio A é fácil perceber que não há verdade no conteúdo,
isto é, na matéria da conclusão do raciocínio? Afinal, sabemos que baianos
não são paulistas, ainda que as duas sentenças que antecedem a conclusão sejam
materialmente verdadeiras, pois o seu conteúdo representa a verdade dos fatos:
“Todos os baianos são brasileiros” e “Todos os paulistas igualmente são brasileiros”.
Logo, o argumento, além de falso, por concluir uma sentença falsa, é também
inválido do ponto de vista de sua forma, ainda que contenha duas sentenças
verdadeiras do ponto de vista material.

O argumento do raciocínio A é inválido apesar de ser precedido de duas


sentenças verdadeiras, porque, como veremos nas próximas unidades do estudo

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

da lógica, essa forma de encadeamento das sentenças não obedece às regras do


raciocínio correto, pois há brasileiros que não são só baianos, bem como não são
só paulistas. Por isso, não é legítimo, nem válido dizer que baianos são paulistas,
uma vez que os sujeitos - “baianos” e “paulistas” -, mesmo sendo brasileiros, fazem
parte de grupos distintos. Mas observe esse outro raciocínio muito parecido:

Raciocínio B

1ª) Todos os baianos são brasileiros.

2ª) Todos os brasileiros são paulistas.

Conclusão: logo, todos os baianos são paulistas.

Agora o raciocínio B é válido do ponto de vista formal, mas continua falso na


sentença conclusiva, uma vez que do ponto de vista material todos continuamos
sabendo que os baianos não são paulistas. Porém, do ponto de vista da forma ele
obedece a todas as regras de validade do raciocínio correto, como veremos mais
adiante em nossos estudos de lógica. Mas note como a forma é correta quando
trocamos os termos de cada sentença por símbolos (letras).

Raciocínio B
• Baianos = A
• Brasileiros = B
• Paulistas = C

1ª) Todos A são B.

2ª) Todos B são C.

Conclusão: logo, todos os A são C.

Experimente trocar os mesmos símbolos (letras) por um conteúdo material


conhecido que torne as sentenças verdadeiras e note como fica sugestivo identificar
a validade do raciocínio mesmo sabendo que a verdade das sentenças não é critério,
como vimos no raciocínio A, de definição da validade de um argumento.

Raciocínio B’
• Homens = A
• Mamíferos = B
• Mortais = C

1ª) Todos A são B = Todos os homens são mamíferos.

2ª) Todos B são C= Todos os mamíferos são mortais.

Conclusão: logo, todos os A são C = Logo, todos os homens são mortais.

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Viu? A validade nesse caso do raciocínio B’ coincidiu com a verdade das sentenças
e da conclusão. Mas nem sempre é o caso, como se viu na mesma forma válida do
raciocínio B.

Então é isso. A lógica formal, também conhecida como lógica menor, lida com
raciocínios do ponto de vista de sua forma, não de sua matéria ou da verdade de
suas sentenças. A forma, portanto, pode ser válida independentemente da verdade
ou falsidade de suas sentenças. Do mesmo modo, a forma do raciocínio pode ser
inválida e suas sentenças serem verdadeiras, como acabamos de demonstrar.

Assim, concluímos essa breve introdução à lógica, antecipando desde já que a


disciplina lógica neste curso refere-se predominantemente à lógica formal, também
conhecida como lógica menor, cujo conteúdo é expressão, sobretudo, da lógica
clássica, que tem por base os estudos de Aristóteles.

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UNIDADE Introdução ao Estudo da Lógica

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Importância da Inferência para a Interpretação Textual
Leia a explicação da profa. Mayra Pavan sobre o uso da inferência na interpretação de
textos. Observe como ela trabalha a tirinha da Mafalda, criada pelo cartunista Quino,
para ilustrar o que é uma inferência, conceito fundamental da lógica para compreender
a natureza dos raciocínios válidos.
http://goo.gl/oCti2r

Vídeos
Matemática - Lógica da Argumentação - Vídeo Aula Concurso 2014
Acompanhe com atenção a videoaula do prof. Walmir no Youtube sobre Lógica
Argumentativa. Você irá complementar as informações sobre validade em distinção da
verdade de um argumento através de um exemplo prático exposto em suas partes de
maneira bastante objetiva e didática.
https://goo.gl/4ML7wi

Filmes
Sherlock Holmes
Assista ao filme Sherlock Holmes, 2009, Austrália/EUA/Inglaterra, direção de Guy
Ritchie, com atuação de Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong
e Kelly Reilly. Trata-se de um ótimo entretenimento e ao mesmo tempo um banho de
lógica baseada em observação rigorosa de indícios, inferências e raciocínios lógicos
muito bem demonstrados pela inteligência fora de série do detetive mais famoso da
literatura policial.
Trailer: https://goo.gl/7tK39f

Leitura
A verdade
Leia a crônica de Luis Fernando Veríssimo “A verdade” e observe que os persona-
gens têm como base simplesmente o critério da confiança e da plausibilidade do dis-
curso. Mas sem o rigor necessário de apuração da coerência lógica do que é alegado
como verdade.
http://goo.gl/SGJuns

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Referências
AGUIAR NETTO. Lógica. 4ª ed. São Paulo: Editora Filo-Juris. S/D. 186p.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena. Filosofando.


3ª edição revista. São Paulo: Moderna, 2003. 439p.

BASTOS, Cleverson Leite & KELLER, Vicente. Aprendendo lógica. Petrópolis:


Vozes, 1991. 143p.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. 441p.

COPI, Irving Marmer. Introdução à lógica. Tradução de Álvaro Cabral. 2ª ed. São
Paulo: Mestre Jou, 1978. 488p.

LIARD, Louis. Lógica. Tradução de Godofredo Rangel. 7ª ed. São Paulo: Editora
Nacional, 1968. 214p.

MARITAIN, Jacques. Elementos de filosofia 2. A ordem dos conceitos. Lógica


Menor (Lógica Formal). Tradução de Ilza das Neves. 9ª ed. Rio de Janeiro: Livraria
Agir, 1980. 318p.

MORTARI, Cezar A. Introdução à lógica. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa


Oficial do Estado, 2001. 393p.

PRADO JR., Caio. Introdução à lógica dialética. 4ª edição. São Paulo: Brasiliense,
1979. 261p.

THOMAL, Alberto. Pensando logicamente. Investigação sobre lógica. 10a


edição. Florianópolis/SC: Sophos, 2006.

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