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Técnicas de Pesquisa

para o Serviço Social


e Orientação de
Trabalho de Curso I
Material Teórico
Métodos Científicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Silvio Pinto Ferreira Junior

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Métodos Científicos

• Como Iniciar uma Pesquisa


• Metodologia e Método
• Métodos Científicos
• Considerações Finais

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Aprender a complexidade de uma pesquisa acadêmica.
· Conhecer os principais métodos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Métodos Científicos

Como Iniciar uma Pesquisa


Caro(a) aluno(a),

Iniciaremos os estudos sobre os métodos de pesquisa de interesse para a área


social, portanto, utilizaremos os métodos das Ciências Humanas e Sociais.

Comecemos por uma breve apresentação dos elementos básicos de uma


pesquisa:
1. Inicia-se pela formulação de um problema de pesquisa, ou seja, um conjunto
de perguntas que devem ser investigadas;
2. A determinação de hipóteses possíveis para responder às perguntas iniciais;
3. A pesquisa deve ter um objetivo e se justificar;
4. Selecionar as fontes mais confiáveis para pesquisar;
5. Utilizar um sistema teórico para interpretação delas;
6. Apurar os dados;
7. Redação;
8. Finalmente, a definição da metodologia de pesquisa a ser empregada para
se chegar a um resultado final.

Nesta Unidade abordaremos apenas os métodos de pesquisa disponíveis e mais


utilizados.

Vale ressaltar que existe uma ampla literatura a ser consultada e utilizada como
base para conhecer os métodos de pesquisa social. Por vezes, variam entre os
autores, mas em geral, apresentaremos os mais frequentes e de melhor valia para
o pesquisador do Serviço Social.

Abordaremos neste estudo os principais aspectos dos métodos de pesquisa


científica. Quais são eles? Veremos a seguir:
·· Observacional;
·· Comparativo;
·· Histórico;
·· Experimental;
·· Estudo de caso;
·· Funcionalista;
·· Estatístico.

Nossa intenção aqui é orientá-lo para trilhar uma pesquisa, ou seja, quais os
métodos mais adequados que poderão servir à sua futura investigação.

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Metodologia e Método
Antes de descrever e apresentar cada método, cabe uma breve explicação sobre
a diferença que existe entre metodologia e método.
A preocupação mais comum que um pesquisador iniciante poderia ter seria:
“por onde começar uma pesquisa?”
Tal autoquestionamento remete a uma ideia de lugar, “onde”, ou seja, o
pesquisador deve decidir qual o melhor caminho a ser trilhado para se chegar a um
resultado satisfatório de sua pesquisa. Para se chegar a algum lugar, deve-se ter um
ponto de partida, correto?
Você deve decidir um tema na área social que lhe seja interessante e que traga
uma contribuição para o conhecimento acadêmico científico.
O seu tema e as indagações que terá previamente sobre ele será, portanto, o
seu ponto inicial. Como você ainda trilhará um caminho de investigação, deve,
hipoteticamente, definir quais seriam os possíveis resultados. Dito de outra forma,
seu ponto de partida será a indagação sobre um determinado tema e o seu ponto
de chegada corresponderá aos resultados que se confirmarão ou não de acordo
com as suas hipóteses iniciais.

Qual o ponto de partida de uma pesquisa?


Explor

Numa pesquisa científica, parte-se do problema, ou seja, uma “inquietação” inicial que
será elaborada na forma de uma pergunta. Lembre-se, caro(a) aluno(a), que só se busca
conhecimento do que ainda não se sabe, ou não se sabe “algo” por completo. Desta forma,
uma pergunta inquietante dará início a uma pesquisa. Este será o seu ponto de partida.

Toda pesquisa tem também um fim, “onde se quer chegar?” Este lugar de
chegada será o “resultado” da investigação, qual seja, a conclusão.

Importante! Importante!

O caminho a ser trilhado entre o ponto de partida (problema) e a chegada (resultados)


é que define a metodologia.

Dada estas orientações, podemos agora atribuir


significados para metodologia e método. Veremos:
· Metodologia é o estudo dos métodos das
Ciências, do grego methodos – caminho rumo a
um fim + logos – estudo;
· Método significa caminho a ser percorrido
para a realização de um estudo, ou seja, é o meio
para se chegar a um fim (a conclusão de uma
pesquisa).
Problema Metodologia Resultado

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UNIDADE Métodos Científicos

É importante ainda dizer que uma pesquisa pode ter como metodologia de
estudo a utilização de um único método ou a combinação de vários deles, os quais
apropriados à finalidade da investigação, de acordo com as escolhas do pesquisador.

Com o passar do tempo, o conhecimento científico desenvolveu diversos


métodos para melhor realizar uma investigação. A finalidade é adequar o método
à pesquisa, cuja veracidade da mesma é o maior objetivo, assim você terá chances
de sucesso na busca de uma solução.

Então, aluno(a), você entende que agora será o pesquisador e que determinará a
metodologia mais adequada à sua pesquisa pelo campo de estudo da Ciência, tipo
de problema e nível de complexidade.

Vamos aos métodos?

Métodos Científicos
Método Observacional

Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images

Comecemos pelo método de estudo científico mais utilizado nas Ciências


Humanas e Sociais – o observacional.

Apesar de muito utilizado em todas as áreas do conhecimento, é considerado


um dos métodos mais primitivos e o mais impreciso.

Se para as demais áreas de estudo este método é considerado impreciso, para


as Ciências Humanas e Sociais, ao contrário, permite um grau elevado de precisão.
Por exemplo, na Psicologia, o método observacional é um procedimento bastante
utilizado, muitas vezes em combinação com o método experimental.

O método observacional é fundamentado em procedimentos de natureza


sensorial. Portanto, é um método do universo empírico da Ciência.

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Ao se contrastar com as percepções do senso comum, o método observacional
é levado ao meio acadêmico com cautela e predeterminação.

O objetivo do método observacional é guiar o pesquisador na direção da captação


dos aspectos essenciais e acidentais de um fenômeno do contexto empírico. Esses
aspectos, nas Ciências Humanas e Sociais, são chamados de fatos e o produto de
um ato observado e registrado é chamado de dado.

Exemplo: você opta por realizar uma pesquisa (problema) cujo tema seja o
suicídio no Brasil (fato) e descobrirá uma variação dessa incidência no País (dados),
conforme se vê no seguinte Quadro:

Fatos são os aspectos essenciais e acidentais de um fenômeno do contexto empírico do


Explor

conhecimento científico;
Dados correspondem ao produto de um ato observado e registrado pela observação.

Figura 3
Fonte: https://jairwpr.files.wordpress.com/

No exemplo citado acima, temos o suicídio, que é um fato social, como tema
ou problema a ser investigado, e os dados que são resultantes de uma pesquisa
realizada. Assim, podemos compreender em quais regiões do País o problema
ocorre em maior ou menor frequência.

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Em Síntese Importante!

• Fatos são os aspectos essenciais e acidentais de um fenômeno do contexto empírico


do conhecimento científico;
• Dados correspondem ao produto de um ato observado e registrado pela observação.”

É importante ressaltar que a observação das atividades e acontecimentos


comuns do dia a dia não deve ser confundida com a observação utilizada como
método de pesquisa para o conhecimento científico. A simples observação não
seria capaz de reformular, testar ou encontrar explicação para falsas concepções
(FACHIN, 2006, p. 38).

Para se desenvolver o método observacional, o pesquisador deve atender a


certos pré-requisitos, tais como:
·· Ter preparo intelectual, ou seja, ter o máximo de conhecimento específico
da sua área de pesquisa;
·· Ter sentidos e órgãos sensoriais em perfeitas condições;
·· Ser curioso;
·· Ser sagaz, pertinente e perseverante;
·· Ser paciente e, principalmente, humilde.

O pesquisador precisa ter discernimento para selecionar o que é fundamental e


significante para suas investigações.

Assim, o método observacional é o mais utilizado para um estudo, seja qual for
sua natureza, cabendo aqui algumas sugestões para orientação do pesquisador.
Apresentaremos estas sugestões em quatro passos. Vejamos:
1. O pesquisador deve definir bem os objetivos de sua investigação;
2. Deve-se fazer um planejamento sistemático do objeto de análise;
3. Deve-se também coletar dados e registrá-los organizadamente;
4. Os fatos observados e os dados coletados deverão ser submetidos a
comprovações, cuja finalidade é certificar o pesquisador da validade e da
confiabilidade do produto de sua pesquisa.

As técnicas que poderão auxiliar o pesquisador nos estudos do método


observacional são múltiplas e variadas. Por exemplo, o pesquisador pode se valer de
entrevistas, documentos, fotografias, questionários, gravações de áudio, vídeo etc.

Lembre-se, caro(a) aluno(a), quando você se utilizar do método observacional


em suas pesquisas, deverá sempre registrar o produto de sua observação,
transformando-o em dados.

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Método Comparativo

Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images

O método da comparação de dados é outro caminho que pode ser escolhido


pelo pesquisador. Quando utilizado, ressalta diferenças e similaridades entre dois
objetos de estudo.

O método comparativo é um dos mais utilizados pelos cientistas sociais. Per-


mite o estudo de grandes agrupamentos sociais ou comunidades em tempo e
espaço diversos.

Para você compreender melhor, teremos aqui alguns exemplos, tais como:
comparar distintos sistemas políticos como uma ditadura e uma democracia em
diferentes épocas e lugares, assim como comparar culturas heterogêneas, padrões
de comportamentos diversos entre países, cidades, regiões, comparar a desigualdade
racial no Brasil sob o aspecto de oportunidades de trabalho entre etnias etc.

Desta forma, o método comparativo será eficaz para o desenvolvimento desse


tipo de investigação. Para alguns críticos, este método é considerado superficial
em relação aos outros, no entanto, há situações em que os procedimentos são
desenvolvidos mediante rigoroso controle e seus resultados proporcionam elevado
grau de generalização (GIL, 1999, p. 34).

Em Síntese Importante!

O método comparativo consiste em investigar objetos ou fatos e explicá-los a partir de


suas semelhanças e diferenças, entre tempo e espaço.

Além de muito utilizado em Ciências Sociais, o método comparativo é também


combinado frequentemente com um ou mais métodos de pesquisa.

A investigação comparativa é considerada de caráter indireto, pelo fato de


permitir a análise de dados concretos e a dedução dos elementos constantes, gerais
e abstratos.

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Método Histórico

Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images

O método histórico é utilizado para descrever e/ou explicar uma situação do


passado, valendo-se de paradigmas e categorias culturais, políticas, psicológicas,
econômicas, sociais etc.

O método histórico tem a finalidade de analisar suas projeções e influências


na sociedade contemporânea, pois permite a análise da evolução da organização
social, bem como de suas instituições, compreendendo a evolução das sociedades,
suas transformações e extinções.

Apesar de ser mais utilizado para analisar os fatos e os dados coletados, o método
histórico analisa também os eventos, cujo objetivo é verificar suas causas e efeitos.
Portanto, é da temporalidade que esse método se nutre para gerar informações ao
investigador. Neste sentido, são analisadas as épocas, as eras, os períodos, as fases,
os anos, séculos, milênios etc.
Geralmente apoiado nos recursos do presente, o método histórico estuda
o passado mais amplamente, examina os dados enquanto eles apresen-
tam relações com o passado e permite uma hipótese, posteriormente,
uma afirmação definida e a conclusão dos dados examinados (FACHIN,
2006, p. 42).

São duas as formas de referência ao passado permitidas pelo método histórico.


Segundo Odília Fachin (2006), para esse método as fontes de pesquisa são:
a) Os dados físicos, por serem mais objetivos e seguros. Por exemplo, as mar-
cas que os objetos deixam, principalmente na Pré-História e Antiguidade;
b) Os dados documentados, ou ainda pelos recursos da arte. Por exemplo,
figuras plásticas, literatura, música etc.

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Método Experimental

Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images

Apesar de o método de pesquisa experimental ser mais utilizado pelas pesquisas


de mercado, porém, nas Ciências Sociais ocupa um destaque importante.

O método experimental é aquele que trabalha com variáveis, sendo estas variáveis
manipuladas de forma preestabelecida, de modo que seus efeitos são controlados
e conhecidos pelo pesquisador.

É necessário, para validar o método de pesquisa experimental, que o pesquisador


seja imparcial em relação a suas opiniões e opiniões alheias, com relação aos
dados da pesquisa obtida. Desta forma, é primordial que o pesquisador aceite os
resultados sem interferência nos mesmos.

Os experimentos dos dados a que o pesquisador se apoia servem para dimensionar


as relações que esses dados terão com outros. Após a experimentação, pode-se
introduzir correções que venham ser necessárias em uma pesquisa. Daí o grande
mérito desse método.

Em Síntese Importante!

O método experimental é aquele que lida com os dados variáveis obtidos em uma
pesquisa. Permite, a partir de experimentos, que correções sejam feitas na investigação
para o mais apropriado resultado final.

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Estudo de Caso

Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images

Neste tipo de estudo, todos os aspectos de um caso são investigados. Trata-se de


um estudo intensivo, cuja compreensão do assunto investigado pretende ser total.

O estudo de caso pode ser impar ou plural, ou seja, um único objeto de pesquisa
ou vários, bem como suas relações. Por exemplo, pode ser um estudo de grupos,
subgrupos, empresas, comunidades, instituições etc.

O objetivo desse método é o detalhamento do estudo do objeto.

O método estudo de caso, além de ser importante para detectar novas relações
entre objetos de estudo, é auxiliado pela formulação das hipóteses e o apoio das
estatísticas. Vem também auxiliar nesse estudo, em alguns casos excepcionais, o
uso do questionário como instrumento de pesquisa.

As relações que os fatos estudados ou objetos desenvolvem no contexto social


ocorrem com uma multiplicidade de variáveis. Dessa forma, esse método de
pesquisa se utiliza de instrumentos que auxiliem numa explicação sistemática. Esses
instrumentos auxiliares podem ser tabelas, quadros, gráficos estatísticos, os quais
caracterizados na forma de uma análise descritiva.

As principais características de um estudo de caso são:


a) Características comuns a todos os casos estudados dentro de um grupo,
bem como a análise de sua totalidade;
b) Características não comuns a todos os casos estudados, bem como não
são comuns também em certos subgrupos;
c) Características únicas de um determinado caso.

Dessa forma é possível avançar para a análise de uma possível correlação


entre as semelhanças e diferenças entre os objetos estudados. Requer, portanto,
critérios específicos para analisar a combinação dos casos estudados, bem como

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sua compreensão e interpretação.

Em Síntese Importante!

O método de estudo de caso é aquele realizado de forma intensiva e visa a compreensão


do objeto de estudo em sua totalidade.

É importante ressaltar que o estudo de caso deve visar as conclusões de forma


verídica, tomando, no entanto, cuidado para não se deter demais nas considerações.
Dessa forma, as considerações, sendo muito abrangentes, levariam a um grau
elevado de inconfiabilidade.

Método Funcionalista

Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images

Mais que investigar a partir de coleta de dados, o método funcionalista se


baseia fundamentalmente na interpretação dos objetos (fatos).

Nas Ciências Sociais, o método funcionalista permite investigar as diferenças no


corpo de uma sociedade e as partes que a compõem. Cada parte, ou grupo social,
desempenha funções que afetam o todo, ou seja, a sociedade.

Conhecer o desempenho das funções dos diversos grupos que compõem uma
sociedade, bem como tais funções afetam na organização social, é o objetivo do
método funcionalista.

Dois aspectos podem ser destacados neste método:


a) Entender a sociedade como uma complexa estrutura de grupos sociais,
cuja interação entre estes é constante com ações e reações intrínsecas no
grupo e fora dele (extrínsecas);
b) Entender a sociedade como um integrado sistema de instituições, agindo
e reagindo umas com as outras.

Vale ressaltar aqui que a Sociologia contribuiu com este aspecto de estudo
científico à medida que surgiu como Ciência, interpretando a sociedade como
um grande organismo vivo. Analisar o funcionamento do corpo social como um
corpo vivo é uma herança da contribuição das Ciências Naturais para com as

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UNIDADE Métodos Científicos

Ciências Sociais, quando esta última estava engatinhando e buscando teoria, objeto
e método para se constituir como Ciência a partir do século XIX.

O método funcionalista, no entanto, é bastante criticado por estar, como visto


acima, relacionado a ideologias conservadoras de interpretação da sociedade.

Trocando ideias...Importante!
O que analisa o método funcionalista?
Analisa a função das partes que compõem o todo. As partes, no caso do estudo social,
são: os grupos sociais, comunidades, instituições etc.; já o todo é a sociedade de forma
geral. As ações e reações que existem dentro do todo (sociedade) determinam as funções
das partes (grupos, instituições etc.).

Método Estatístico

Figura 9
Fonte: iStock/Getty Images

O método estatístico analisa os fenômenos sociais que se destacam e se


repetem, estando, portanto, associados a uma variabilidade.

Após um fenômeno aleatório ocorrer, apresentar repetição e até mesmo


frequência, é estudando esse fenômeno que será possível preveni-lo.

A estatística está apoiada em amostragens, portanto, utilizar-se-á, o pesquisador,


de um levantamento de dados, análise, interpretação e apresentação. Dessa forma,
as tabelas, os gráficos e os quadros estatísticos serão instrumentos de trabalho
desse pesquisador.

A correlação entre dois ou mais fenômenos existentes no universo da composição


da vida social será medida e explicada sistematicamente e de forma quantitativa.

Podem ser exemplos nessa espécie de estudo a variação do comportamento de


um dado grupo social, o padrão cultural, as condições ambientais, psicológicas e/
ou econômicas que serão analisadas a partir da variação e através de amostras.

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O método estatístico vale-se de dois aspectos centrais: a população e o universo.
· A população refere-se ao conjunto de dados obtidos na pesquisa, os quais
medidos e avaliados;
· O universo refere-se a todos os fatos que apresentam uma característica comum.
Dessa forma, a primeira etapa a ser definida para se trabalhar com o método
estatístico é a amostragem, ou seja, a delimitação da população a ser pesquisada e
as partes selecionadas dessa população.
O objetivo de analisar e interpretar amostras é estimar médias. A amostragem
definida pelo pesquisador pode ser aleatória, por conglomerado, múltiplos estágios
e estratificada. Vejamos algumas características de cada uma:
· Amostragem aleatória: diz respeito à seleção da população ao acaso.
Mas é importante que todos os elementos da população tenham a mesma
possibilidade de seleção;
· Amostragem por conglomerado: quando a população a ser pesquisada é
dividida em grupos ou conglomerados que posteriormente serão selecionados
aleatoriamente para compor a amostra que servirá ao pesquisador. Por
exemplo, pesquisar a amostragem a partir de áreas divididas em regiões,
subdivididas em setores ocupados pela população;
· Amostragem de múltiplos estágios: envolve a escolha aleatória da po-
pulação a ser pesquisada. Escolhida as amostras, estas serão estudadas por
estágios. Ou seja, a cada momento pré-definido pelo pesquisador, as análi-
ses serão aplicadas. Este tipo de investigação é muito utilizado em pesquisas
mercadológicas, quando se quer saber como o uso de dado produto se dá
em grupos e estágios distintos. Segue um cronograma de experimentação
inicial para saber se numa análise posterior tiveram interferências, reações
ou mudanças relacionadas ao produto antes que este seja servido ao mer-
cado consumidor;
· Amostragem estratificada: a população é dividida em grupos para se
analisar os elementos parecidos entre si. Os grupos são subdivididos de
forma homogênea e destes se tira o denominado estrato, obtendo-se
aleatoriamente uma amostragem de cada um, realizando-se a pesquisa
para estabelecer as variáveis.
A metodologia estatística apresenta outros tipos de amostragem. Cada tipo de
pesquisa se elabora de uma forma, quando se servirá de dados quantitativos. Por este
motivo, veremos aqui apenas alguns exemplos para que você, pesquisador(a), conheça
as múltiplas possibilidades que lhe permitirão servir-se desse meio de investigação.

Importante! Importante!

O método estatístico é aquele que se vale de um estudo quantitativo. Define-se universo de


pesquisa e população de estudo e, a partir de amostragens, analisa-se as variáveis. Os da-
dos analisados serão apresentados por meio de tabelas, gráficos etc., e interpretados pos-
teriormente pelo pesquisador para que esclareça os resultados obtidos com sua pesquisa.

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Considerações Finais
Estudamos aqui os principais e mais utilizados métodos de pesquisa em Ciências
Sociais. Cada um dos métodos deve ser selecionado pelo pesquisador, bem como
combinados entre si, dependendo do tema da pesquisa.

Objetivou-se introduzir a você, aluno(a) pesquisador(a), o universo da metodologia


do conhecimento científico.

Cabe agora perguntar-se: qual o melhor método para utilizar em minha pesquisa
científica? Definindo-o e aplicando-o na prática, o pesquisador se deparará com
muitas surpresas, pois cada pesquisa se revela um universo de conhecimento que
trilhamos para obter os melhores resultados ao avanço do conhecimento na área
das Ciências Humanas e Sociais.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Métodos Quantitativos
https://goo.gl/lBVU7H

Vídeos
Entrevista com Prof. Dr. Antônio Joaquim Severino
https://youtu.be/W-BqPWUEcas
Programa Janelas dos Saberes - Pedro Demo
https://youtu.be/t8Z0_d7Oc-Q

Leitura
Escola Superior Aberta do Brasil: metodologia de pesquisa científica
https://goo.gl/A1RN2b

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Referências
DESLANDES, Suely Ferreira (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade.
26. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.

LUNA, Sergio Vasconcelos de. Planejamento de pesquisa: uma introdução. São


Paulo: Educ, 1996.

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na Era da Informática.


2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São


Paulo: Cortez, 2000.

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